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Texto Políticas Saúde Mental Objetivo 1

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Curso de Enfermagem 
Disciplina Cuidado Integral a Saúde Mental 2021.1 
Tema 2: As políticas atuais de Saúde Mental no Brasil. 
Após anos de luta e dedicação por parte de gerações de brasileiros, de pessoas que 
viveram parte de suas vidas em função do desenvolvimento de tratamentos dignos em saúde 
mental para pessoas em sofrimento psicológico, conquista-se, ao final da década de 90, a 
concretização de uma nova política nacional de saúde mental. 
Baseada nos princípios da Reforma Psiquiátrica, de cuidados humanizados e estabelecimento 
de direitos àqueles em estado psíquico conturbado, ela tornou-se um marco e exemplo para a 
saúde como um todo. De tratamentos desrespeitosos, invasivos e pouco qualificados em termos 
científico-metodológicos e sociais; de manicômios e hospitais psiquiátricos como ambientes de 
exclusão e nenhuma inclusão social; a maneira como se passa a olhar para a saúde mental no 
Brasil se altera completamente. 
A política nacional de saúde mental deve ser levada em consideração em todo tipo de tratamento 
a ser realizado desde o dia em que foi institucionalizada. As pessoas devem saber dela; usuários, 
familiares, profissionais e cidadãos. 
O processo de instituição da política nacional de saúde mental no Brasil 
Como dito acima, foi somente após anos de luta, de batalhas travadas social e 
institucionalmente pelo movimento da Reforma Psiquiátrica e por figuras anteriores a ele, que 
conquistas em saúde mental foram de fato alcançadas – como no caso da própria política 
nacional de saúde mental.Tratando do processo, é na década de 90 que reivindicações do 
movimento antimanicomial seriam impulsionadas pelo Projeto de Lei n° 3.657, apresentado pelo 
então deputado federal, Paulo Delgado, que visava a extinção progressiva dos manicômios e 
sua substituição por outros recursos assistenciais em saúde mental. 
A proposta era a de que serviços substitutivos se tornassem um conjunto de estratégias que 
efetivamente ocupassem o lugar dos grandes hospitais psiquiátricos e não fossem somente 
serviços adicionais, alternativos ou paralelos a esses, como era recorrente da época (Amarante, 
2007).No entanto, a lei, que objetivava dar passos em direção a conquista do que almejavam 
todas as pessoas lutando por melhoras nas condições de tratamento em saúde mental no Brasil, 
não seria consolidada de primeira, muito menos em poucos anos. 
Algumas conquistas ficariam mais próximas, por exemplo, com a promulgação da Constituição 
de 1988, assim como com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) em 1990, que 
assegurariam a saúde como um direito de todos e um dever do Estado .Nesse momento, criam-
se novas expectativas e o olhar para a saúde entra de fato em processo de mudança, quando, 
em 2001, instaura-se a Lei 10.216 – uma ampliação do primeiro PL do ex-deputado, Paulo 
Delgado. 
Consolidam-se por meio dela os procedimentos de desligamento dos antigos hospitais 
psiquiátricos, a consolidação de direitos em benefício dos cidadãos em dificuldades psicológicas 
e uma série de outros decretos positivos em relação a assistência, acesso e direitos para todas 
essas pessoas e suas famílias. 
Após a implementação da Lei, segue um período de intensa formulação de regulamentações, 
com destaque para a criação dos CAPS nas suas diferentes modalidades (adulto, infanto-juvenil 
e álcool e drogas), que se tornariam serviços de referência territorial no cuidado à saúde mental 
do Brasil (Zanardo, Leite, Cadoná, 2017). 
Nesse contexto, novos programas seriam criados e medidas seriam tomadas, ampliando alguns 
esforços. O Programa de Volta para Casa, a ampliação dos Serviços Terapêuticos Residenciais 
e a estruturação da Política de Atenção Integral ao Usuário de Álcool e Drogas, seriam exemplos 
do ano de 2003. A política nacional de saúde mental forma-se de acordo com esses episódios. 
A consolidação da Lei 10.216 e os princípios da Reforma Psiquiátrica dão diretrizes para o seu 
desenvolvimento, sempre em busca da consolidação de direitos, da ampliação do acesso e de 
uma melhor saúde mental para todos. 
A multidisciplinariedade como elemento fundamental da política nacional de saúde mental 
Ao romper com o modelo psiquiátrico clássico que regia os atendimentos nos hospitais 
psiquiátricos, a política nacional de saúde mental baseando-se nos preceitos da Reforma 
Psiquiátrica cedeu espaço para a multidisciplinariedade e o olhar para o próximo adentrarem a 
saúde mental brasileira. 
O trabalho em equipe passou a ser incentivado nos serviços assistenciais. Profissionais de 
diferentes áreas passaram a trabalhar em função do bem-estar do indivíduo e as orientações 
sobre esse aspecto do trabalho tornaram-se muito mais presentes.Diante das novas demandas, 
a política nacional de saúde mental chama a atenção para a complexidade de cada realidade 
por trás das dificuldades expressas por aqueles em dificuldade psicológica 
As novas abordagens em saúde mental detém nesse momento da saúde mental brasileira uma 
nova posição. São reconhecidas, colocadas em prática, e seus resultados são evidentes. As 
novas abordagens surgem como novas ferramentas, tanto de trabalho dos profissionais quanto 
das pessoas em atendimento para lidarem com suas dificuldades.A arteterapia, o diálogo aberto, 
as oficinas terapêuticas propostas pelos CAPS, dentre outras tantas abordagens, são exemplos 
e dão outros tons aos tratamentos. Nise da Silveira é a grande referência brasileira nesse sentido. 
A política nacional de saúde mental serve de guia mestre para as atividades e tratamentos em 
saúde mental. Ao longo dos anos ela foi debatida, conversada e modificada, mas a 
multidisciplinariedade assistencial permaneceu intacta. 
O papel dos estados na consolidação da política nacional de saúde mental 
Com o advento da nova política nacional de saúde mental, a configuração de responsabilidades 
entre estados e municípios brasileiros teve que ser ampliada e desenvolvida para abarcar os 
novos desafios impostos pelos serviços assistenciais recém criados.No entanto, aos estados 
couberam algumas funções elementares para o bom funcionamento desses serviços, dado que 
a maior parte dos municípios do país teriam menos de 40 mil habitantes e capacidade insuficiente 
para administrar determinadas funcionalidades. 
A formulação e adaptação regional da política, a coordenação das ações no território, o combate 
às desigualdades e a melhoria das condições locais na oferta de serviços com fortalecimento da 
capacidade institucional nos municípios, fazem parte desse leque de funções.Os estados 
brasileiros, dadas suas especificidades regionais, tem essas funções específicas porque 
possibilitam e/ou controlam o repasse de verbas, a propagação de campanhas de 
conscientização entre as cidades, a fiscalização geral de serviços e a iniciativa/planejamento de 
outros. 
Aonde o federal não chega, cabe aos estados – em contato direto com os municípios – organizar 
a oferta e a boa qualidade daquilo que acontece em seu território. Os ministérios da saúde 
estaduais tem papel fundamental nesses procedimentos. 
 
O bom funcionamento da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) depende da boa administração 
dos entes federativos, mas fica nos estados o meio de campo entre todos eles.A política conta e 
tem relação direta com a saúde e saúde mental das pessoas, pouco importa se em escala macro 
ou micro. A consolidação da política nacional de saúde mental dependeu e sempre irá depender 
dessas configurações societais.

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