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A Terra sólida: Minerais e Rochas 1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Educação da Baixada Fluminense Departamento de Geografia Minerais e Rochas Disciplina: Geologia Geral Professor: Wellington Francisco Aluno: Jhonatan Borges de Santana Rio de Janeiro 2021 A Terra sólida: Minerais e Rochas 2 Trabalho: Fichamento/resumo do texto "A Terra é sólida: Minerais e rochas” Sumário Introdução .................................................................................................................................. 2 1. O que é um mineral? ....................................................................................................... 2 2. Composição e Simetria ................................................................................................... 3 3. Classificação dos minerais ............................................................................................ 5 4. Como identificar os minerais ........................................................................................ 5 5. Minerais formadores de rochas .................................................................................... 6 6. Os minerais e suas utilidades ....................................................................................... 7 7. Origem e distribuição dos minerais ............................................................................ 8 8. O ciclo das rochas ........................................................................................................... 8 9. Considerações finais ....................................................................................................... 9 Introdução Para o estudo dos tipos de rochas é preciso conhecer a sua composição mineral, pois os minerais são constituintes básicos das rochas. Os minerais são identificáveis pelas suas propriedades, assim é importante conhece-las para que possa ser identificado e consequentemente as rochas que estão associados. 1. O que é um mineral? São substancias sólidas e cristalina, homogênea, constituída de elementos ou compostos químicos, com composição definida, mas que pode variar dentro de certos limites, formado por processos naturais inorgânicos, cujos átomos encontram-se organizados em arranjo periódico tridimensional. Rubi natural e seu análogo sintético. O rubi é a variedade vermelha do mineral Coríndon (Al2O3). Um rubi sintético não é um mineral, apesar de ambos terem a mesma composição química e estrutura cristalina. O gelo das geleiras, por exemplo, é um mineral, pois se formar em condições naturais. Já o gelo produzido em refrigeradores é um equivalente sintético por se formar artificialmente. A Terra sólida: Minerais e Rochas 3 Composição e Simetria A grande maioria dos minerais é formada pela composição de diferentes elementos químicos, em proporções variáveis ou fixas. Há minerais com composição fixa que praticamente não aceitam elementos estranhos em sua estrutura, como o quartzo (SiO²). A substituição de um elemento químico por outro numa estrutura cristalina é possível se eles tiverem raios iônicos semelhantes. Este fenômeno é denominado de solução sólida. Alguns minerais são formados por um único elemento químico como o diamante(C), o enxofre(S) e o ouro(Au). Os vidros são sólidos se estrutura cristalina, denominados sólidos amorfos. São raros na natureza, pois seu arranjo atômico não ordenado lhes confere grande instabilidade e reatividade. Os vidros naturais são principalmente encontrados em rochas vulcânicas, onde o resfriamento instantâneo da lava dificulta o processo de cristalização. 2. Composição e Simetria O átomo é a menor parte de um elemento químico e conserva todas as suas propriedades físicas e químicas, tem um núcleo formado por prótons e nêutrons, circundado por uma nuvem de elétrons que ocupam órbitas correspondentes a níveis energéticos. As grandezas que definem os elementos químicos são os números de atômico (Z), que é o número atômico de prótons de um átomo e a massa atômica que a soma dos prótons e nêutrons. Átomos de um mesmo elemento químico podem ter diferentes números de nêutrons e, portanto, diferentes massas atômicas que são denominados isótopos. Em busca de uma configuração estável os átomos doam ou recebem elétrons, tornando-se eletricamente carregados, chamando-se ÍONS, sendo Cátions são os ÍONS positivos e Ânions são os ÍONS negativos. As cargas dos íons recebem o nome de valência. As ligações químicas determinam grande parte das propriedades físicas dos minerais. Os minerais podem apresentar em sua estrutura todos os tipos de ligações: Ligações iônicas: Ocorrem quando átomos doam e recebem elétrons, e passam a ter cargas opostas; Ligações covalentes: Se dão pelo compartilhamento de elétrons dos orbitais de valência. Materiais covalentes têm baixa maleabilidade, alto ponto de fusão e alta dureza; Ligações metálicas: Apresentam cátions neutralizados por uma nuvem eletrônica comum que os envolve, na qual os elétrons se movimentam livremente, permitindo a condução de calor e eletricidade; A Terra sólida: Minerais e Rochas 4 Composição e Simetria Ligações de Van der Waals e as pontes de hidrogênio: São as ligações mais fracas, formadas por cargas eletrostáticas residuais, minerais com esse tipo de ligação têm baixa dureza. Soluções Sólidas: São estruturas cristalinas em que um ou mais sítios iônicos são ocupados por diferentes elementos químicos. Isto é possível para ÍONS que tenham raios iônicos semelhantes; Poliformismo: São minerais que tem a mesma composição química e diferentes estruturas. Dependendo das condições de temperatura e pressão o composto pode cristalizar em três poliformos: cianita, andalusita e sillimanita. Os minerais com estrutura mais compactadas são mais estáveis a pressões elevadas, como é o caso do diamante. A grafita que tem tem a mesma composição química do diamante, forma-se a profundidade relativamente peuena no interior da crosta e tem estrutura menos densa. Isorformismo: Ocorre em minerais de diferentes composições químicas que apresentam o mesmo tipo de estrutura cristalina, como no caso da halita (NaCl) e Sylvita(KCl); fluorita(CaF 2) e Uraninita(UO 2); 2.1 Simetria O principal fator que controla o arranjo dos átomos numa estrutura cristalina é o raio dos íons presentes na sua estrutura. O empacotamento ordenado dos átomos gera uma simetria, que é uma repetição ordenada das partes de um todo. Um dos conceitos relacionados à simetria de estruturas cristalinas é o número de coordenação que corresponde ao número de átomos que estão em proximidade imediata com um átomo de referência. Outra forma de se referir à coordenação de íons em uma estrutura é usando poliedros que são figuras geométricas tridimensionais. Exemplos: Sítio tetraédrico: 1 cátion é cercado por 4 ânions; Quando a diferença entre os tamanhos dos íons é tão grande, estes organizam- se numa estrutura chamada tetraedro. Sítio octaédrico: 1 cátion é cercado por 6 ânions; Durante o crescimento do mineral halita, o Na + e o Cl − organizam-se na forma de um octaedro; Sítio cúbico: 1 cátion é cercado por 8 ânions. Quando um mineral cresce, os íons que o constituem tentam empacotar-se o mais perto possível. Plano de simetria: é visualizar uma superfície que corta o cristal em duas metades iguais, simétricas. Eixo de simetria: reta imaginária que passa pelo centro geométrico do A Terra sólida: Minerais e Rochas 5 Classificação dos minerais cristal e ao redor da qual, num giro de 360°, uma feição geométrica do cristal se repete certo número de vezes. Centro de simetria: É um ponto de simetria coincidente com o entro geométrico do cristal, em relação ao qual as feições geométricas do cristal se invertem. Existem, na natureza,32 graus de simetria, agrupados de acordo com a similaridade de seus elementos de simetria em sete sistemas cristalinos: cúbico, tetragonal, trigonal, hexagonal, ortorrômbico, monoclínico e triclínico. A definição dos sistemas cristalinos é feita com base nos parâmetros de cela. 3. Classificação dos minerais Os minerais são divididos em classes de acordo com seu ânion ou grupo aniônico pois em geral, minerais com o mesmo ânion possuem semelhanças físicas e morfológicas entre si, o que não acontece com minerais que têm apenas um cátion em comum. As doze principais classes de minerais são: 1 –Silicatos; 2 –Sulfetos; 3 –Sulfossais; 4 –Óxidos e hidróxidos; 5 – Haletos; 6 –Carbonatos; 7 – Nitratos; 8 –Boratos; 9 – Fosfatos 10 –Sulfatos 11 –Tungstatos; 12 – Elementos nativos. Obs: Os silicatos são a classe mais abundante na crosta no manto terrestres. Além de serem os principais minerais formadores de rochas, os silicatos apresentam diversos tipos de estruturas cristalinas, decorrentes de diferentes modos de polimerização da sílica. A classe dos silicatos é, portanto, dividida em subclasses por critérios estruturais. 4. Como identificar os minerais Podem ser identificados pelas suas propriedades macroscópicas determinadas através de ensaios físicos simples. Uma identificação precisa, entretanto, requer o uso de equipamentos sofisticados. 4.1 Propriedades físicas macroscópicas Hábito cristalino: Forma geométrica externa, habitual, exibida pelos cristais dos minerais que reflete sua estrutura cristalina; A Terra sólida: Minerais e Rochas 6 Minerais formadores de rochas Transparência: Capacidade de permitir a passagem da luz, que divide os minerais em translúcidos ou opacos. Brilho: Quantidade de luz refletida pela superfície de um mineral. Pode ser: metálico, não-metálico (podendo ser vítreo, gorduroso, sedoso); Cor: Resulta da absorção seletiva de comprimentos de onda da luz visível. Os minerais que tem cores características são chamadas de idiocromáticos, como a malaquita que é verde; Traço: Se refere quando a cor do pó obtido, deixado quando riscado em uma placa de porcelana é denominado traço. Dureza: Resistência que o mineral apresenta ao ser riscado. Para classificá-la utiliza-se a escala relativa de dureza de Mohs, baseada na durez relativa de dez minerais utilizados como padrões. Clivagem: Planos de fratura de notável regularidade que refletem a presença de planos de fraqueza em determinadas direções na estrutura cristalina. Fratura: São controladas pela estrutura atômica interna do mineral, podem ser irregulares ou conchoidais, quando apresentam ranhuras concêntricas, como no quartzo. Densidade: A densidade absoluta ou massa específica é um valor escalar (g/cm³), enquanto a densidade relativa é um numero adimensional que indica quantas vezes certo volume do mineral é mais pesado que o mesmo volume de água a 4ºC. Geminação: É a propriedade de certos cristais de se apresentarem Inter crescidos de maneira regular. A germinação pode ser simples, quando envolve dois indivíduos Inter crescidos, ou múltipla, quando une um número maior de indivíduos. 5. Minerais formadores de rochas Dos milhares de minerais conhecidos, apenas pouco mais de uma dezena são considerados minerais formadores de rochas, ou seja, são constituintes essenciais das rochas mais abundantes da crosta terrestre. Isto porque a crosta é composta quase em sua totalidade por apenas oito elementos químicos: oxigênio, silício, alumínio, ferro, cálcio, sódio, potássio, magnésio. 5.1 Silicatos São os minerais mais abundantes da crosta terrestre, mais de 70% da crosta é formado por oxigênio e silício, em decorrência disto os silicatos são a classe amplamente predominante de minerais, constituindo mais de 90% de seu volume. A Terra sólida: Minerais e Rochas 7 Os minerais e suas utilidades Devido a sua grande importância os silicatos são subdivididos de acordo com grau de polimerização dos tetraedros [SiO4]-4. Há sete tipos geométricos fundamentais de cadeias polimerizadas e a classe dos silicatos é dividida e, subclasses de acordo com o tipo de polimerização. Os principais minerais formadores de rochas são silicatos, tais como feldspatos, quartzo, olivinas, piroxênios, anfibólios, granadas e micas. 5.2 Principais não silicatos Os não silicatos representam menos de 10% em volume da crosta, tem grande importância científica e econômica. Os não silicatos são divididos em 7 grupos, que são: carbonatos, sulfatos, sulfetos, haletos, óxidos, fosfatos, elementos nativos. Carbonatos: São minerais com radical aniônico (CO3)², cujos principais exemplos são calcita e aragonita (polimorfos de CaCO3) e dolomita (CaMg(CO3)2). Os carbonatos são importantes insumos minerais da indústria, usados na fabricação de cimento e como corretivos de solos, entre outras aplicações. Sulfatos: apresentam o radical aniônico (SO4)², e alguns exemplos de sulfatos são anidrita (CaSO4), barita (BaSO4) e gipsita (CaSO4.2H2O). De modo análogo aos carbonatos, os sulfatos se formam em geral por capitação química. Sulfetos: São compostos por metais combinados com o ânion S- OU S². Os sulfetos são importantes minerais de minérios, incluindo pirita (FeS2), calcopirita (CuFeS2), galena (PbS) e pentlandita [(Fe,Ni)9S8]. Haletos: São a classe de minerais que apresentam ânions da coluna VII da tabela periódica (halogênios), que são F, CI, Br e I. Os haletos mais comuns são fluorita (CaF2), halita (NaCI) e silvita (KCI). Óxidos: São os minerais com ânion O² e constituem importante fonte de bens minerais metálicos, tais como hematita (Fe2O3), magnetita (Fe3O4) cromita (Cr2O4), espinélio (MgAI2O4) E rutilo (TiO2). Fosfatos: têm como ânion (PO4)³, o fosfato mais comum e importante economicamente é a apatita (Ca5(PO4)3(F,CI,OH)), de onde se extrai o fosfato utilizado como fertilizante na agricultura. Elementos nativos: Incluem todos aqueles elementos que ocorrem cristalizados em substâncias puras, não combinados com ânions, tais como ouro (Au), prata (Ag), cobre (Cu), enxofre (S), grafita (C) e diamante (C). Este grupo também inclui algumas raras ligas naturais, como o electrum (liga Au-Ag). 6. Os minerais e suas utilidades A Terra sólida: Minerais e Rochas 8 Origem e distribuição dos minerais Os minerais estão na base das cadeias produtivas e podemos encontra- los praticamente em todos os materiais industrializados. Podemos encontrar os minerais na construção civil, metalurgia, industrias fertilizantes e etc. 7. Origem e distribuição dos minerais Os minerais são formados por diferentes tipos de processos naturais, que envolvem principalmente: a cristalização a partir de magmas; de soluções aquosas saturadas; de reações em estado sólido entre minerais; degradação de minerais preexistentes pela reação com fluidos; 7.1 Cristalização magmática Produto do resfriamento de magmas, que são líquidos de composição em geral silicática e, mais raramente, carbonática. Os magmas são gerados pela fusão parcial de rochas do manto ou da crosta e seu resfriamento leva à formação de um grande número de minerais. A cristalização dos magmas não é homogênea, minerais estáveis a temperaturas mais elevadas se cristalizam primeiro e a medida que a temperatura cai, outros minerais se cristalizam. Esta sequência de cristalização é conhecida como série de Bowen. 7.2 Precipitação a partir de soluções saturadas A cristalização de minerais a partir de soluções aquosas a baixas temperaturas (<100ºC) é um processo importante na formação de rochas sedimentares químicas, um processo que ocorre em ambientes evaporíticos em desertos e nas plataformas carbonáticas marinhas. Este tipo de cristalização também ocorre a temperaturas mais elevadas, até poucas centenas de graus centigrados, quando soluções aquosasquentes, denominadas soluções hidrotermais, interagem com as rochas causando dissolução e precipitação de minerais. 7.3 Reação entre fluidos e minerais As soluções aquosas, tanto a baixas temperaturas(intemperismo), como a altas temperaturas (hidrotermalismo) são importantes agentes de transformação da crosta terrestre, e em particular na formação de jazidas. 8. O ciclo das rochas As rochas são caracterizadas com base nos processos envolvidos em sua formação e estão divididas em três grandes grupos: Ígneas, sedimentares e metamórficas. A Rochas ígneas e metamórficas somam 95% mas cobrem A Terra sólida: Minerais e Rochas 9 apenas 25% da superfície e a rochas sedimentares apenas 5% da crosta, mas cobrem 75 % da superfície. Rochas Ígneas ou metamórficas São formadas pela cristalização de magmas, que são líquidos na sua maioria silicáticos e de alta temperatura, provenientes do interior da terra. Elas podem conter jazidas de vários metais como ouro, platina, cobre ou estanho e trazem informações importantes sobre as regiões mais profundas da crosta e do manto terrestre. Rochas Sedimentares São o produto da consolidação de sedimentos na superfície terrestre. Elas fornecem informações sobre as variações ambientais ao longo do tempo geológico. A importância econômica das rochas sedimentares está principalmente em suas reservas de petróleo, gás natural e carvão mineral. Rochas Metamórficas São o produto de transformação de qualquer tipo de rocha quando exposta a um ambiente cujas as condições físicas ou composição química são muito distintas daquelas onde a rocha se formou originalmente. Esse estudo permite a identificação de grandes eventos geotectônicos ocorridos no passado, fundamentais para o entendimento da atual configuração dos continentes. 9. Considerações finais Os minerais é um elemento ou composto químico encontrado espontaneamente na natureza. Todas as rochas contam a sua história devido as condições de temperatura e pressão dos minerais que estiveram sujeitos ao longo do tempo. O registro dessas informações forma as rochas e tornam as mesmas testemunhos da dinâmica interna e externa da terra. Referência Bibliográfica TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M. C. M.; FAIRCHILD, T. M.; TAIOLI, F. (Orgs). DECIFRANDO A TERRA. São Paulo: Oficina de Textos. 2000.
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