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Tendências Pedagógicas Professor: Hamurabi Messeder O que é uma tendência? 2 3 4 5Tendências pedagógicas .....Liberais Progressistas Renovadora Progressiva ou progressivista Tradicional Renovadora não-diretiva Libertária "crítico social dos conteúdos ou "histórico- crítica" Tecnicista Libertadora Tendência Liberal (acríticas) ◦Liberal Tradicional ◦Liberal Renovada Progressivista ou progressiva ◦Liberal Renovada Não Diretiva ◦Liberal Tecnicista Tendência Progressista (críticas) ◦Progressista Libertadora ◦Progressista Libertária ◦Progressista Crítico - Social dos Conteúdos 6 Pedagogia Liberal Segundo o professor LIBÂNEO (1990), a pedagogia liberal sustenta a idéia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões de cada um. Isso pressupõe que o indivíduo precisa adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do desenvolvimento da cultura individual. Devido a essa ênfase no aspecto cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois, embora a escola passe a difundir a idéia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições. 7 Pedagogia Liberal Justificação do sistema capitalista Ênfase na defesa da liberdade e dos interesses individuais Forma de organização social baseada na propriedade privada dos meios de produção Objetivo: desenvolver bons cumpridores de papéis sociais Teoria – não critica – Manutenção do status quo. 1. -TRADICIONAL 2. -RENOVADA PROGRESSIVISTA 3. -RENOVADA NÃO 4. -DIRETIVA - TECNICISTA 8 PEDAGOGIA PROGRESSISTA Segundo Libâneo, a pedagogia progressista designa as tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação. A educação é um agente transformador da sociedade e não um mero reprodutor. 9 PEDAGOGIA PROGRESSISTA Educação leva em conta a temporalidade, a história, a realidade social; Explicita o papel do sujeito transformador; Sustenta a finalidade socio-política da educação; 1. - LIBERTADORA; 2. – LIBERTÁRIA; 3. – CRÍTICO SOCIAL DOS CONTEÚDOS OU HISTÓRICO-CRÍTICA; 10 Tendências Pedagógicas Tendência Liberal ( a-críticas) Liberal Tradicional Liberal Renovada Progressivista Liberal Tecnicista Liberal Renovada Não-Diretiva Tendência Progressista (críticas) ◦ Progressista Libertadora ◦ Progressista Libertária ◦ Progressista Crítico - Social dos Conteúdos 11 Liberal Tradicional Segundo esse quadro teórico, a tendência liberal tradicional acentua o ensino humanístico, de cultura geral. De acordo com essa escola tradicional, o aluno é educado para atingir sua plena realização através de seu próprio esforço. Sendo assim, as diferenças de classe social não são consideradas e toda a prática escolar não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno. Quanto aos pressupostos de aprendizagem, a idéia de que o ensino consiste em repassar os conhecimentos para o espírito da criança é acompanhada de outra: a de que a capacidade de assimilação da criança é idêntica à do adulto, sem levar em conta as características próprias de cada idade. A criança é vista, assim, como um adulto em miniatura, apenas menos desenvolvida. 12 Liberal Tradicional MANIFESTAÇÕES NO BRASIL – Jesuítica até 1759 e LEIGA de 1759 a 1930. Características Principais: 1. Exposição e análise do conteúdo, feita pelo professor; 2. Pedagogia da essência: Bogdan Suchodolski (1907-1992) dividiu as manifestações pedagógicas em: as pedagogias da essência e as pedagogias da existência. A pedagogia da essência teve início com Platão e foi desenvolvida pelo cristianismo. Ela investiga tudo que é empírico no homem e concebe a educação como ação que desenvolve no indivíduo o que define a sua essência verdadeira. 13 3. Relação professor x aluno: MAGISTROCÊNTRICA 14 4. Relação verticalizada. 5. Caráter abstrato do saber. 6. Distanciamento da vida cotidiana. 7. Aprendizagem sem significado para o aluno. 8. apresentação apenas dos pontos principais; Aula expositivas. 15 9. Exercícios que levam à memorização; repetição 10. O educando é um receptor passivo; 11. Característica empirista: conhecimento externalizado 12. Utilização de prêmios, castigos. 13. Avaliação classificatória. 14. Não há possibilidade de questionamentos por parte dos alunos. 15. Método expositivo. 16 Teóricos Johann Frederich Herbart João Amós Comênio Soren Kierkegaard 17 Liberal Renovada Progressivista Segundo essa perspectiva teórica de Libâneo, a tendência liberal renovada (ou pragmatista) acentua o sentido da cultura como desenvolvimento das aptidões individuais. A escola continua, dessa forma, a preparar o aluno para assumir seu papel na sociedade, adaptando as necessidades do educando ao meio social, por isso ela deve imitar a vida. Se, na tendência liberal tradicional, a atividade pedagógica estava centrada no professor, na escola renovada progressivista, defende-se a idéia de “aprender fazendo”, portanto centrada no aluno, valorizando as tentativas experimentais, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social, etc, levando em conta os interesses do aluno. 18 Liberal Renovada Progressivista ESCOLA NOVA DIRETIVA 1930 – MANIFESTO DOS PIONEIROS DA EDUCAÇÃO 19 O Manifesto dos pioneiros da educação foi publicado e assinado em março de 1932 por 26 intelectuais liderados por Fernando de Azevedo, Lourenço Filho e Anísio Teixeira, sob o título “A reconstrução educacional no Brasil: manifesto dos pioneiros da educação nova” Um dos objetivos fundamentais traçados pelo manifesto seria a superação do caráter discriminatório e antidemocrático do ensino brasileiro, que destinava a escola profissional para os pobres e o ensino acadêmico para as elites. Para isso, caberia ao Estado prover as condições de desenvolvimento integral dos indivíduos e estabelecer um plano geral orgânico de educação que tornasse a escola acessível em todos os graus, para todos os cidadãos. 20 Para isso, os princípios da educação ativa seriam a base metodológica de ensino a ser aplicada. Por meio desta, a escola deveria ser uma “comunidade em miniatura”, em que o trabalho e a ocupação constituíssem as funções em destaque de regulação da vida em sociedade. Faziam, portanto, uma defesa da Escola Nova, em detrimento da Escola tradicional. A Escola tradicional, de tendência exclusivamente passiva, intelectualista e verbalista, estaria relacionada a uma concepção burguesa, mantendo “o indivíduo na sua autonomia isolada e estéril, resultante da doutrina do individualismo libertário”. Já a Escola Nova, na visão dos pioneiros da educação, estava disposta a servir aos interesses do indivíduo, considerando o princípio de vinculação entre escola e meio social. Por isso, deveria favorecer “a atividade espontânea, alegre e fecunda, dirigida à satisfação das necessidades do próprio indivíduo”. 21 Liberal Renovada Progressivista ESCOLA NOVA DIRETIVA 1934 – Constituição 1940 – psicologismo pedagógico 1950 – sociologismo pedagógico 1960 – economicismo pedagógico Surge a figura do Orientador Educacional 22 Características da Tendência Renovada Progressivista CARACTERÍSTICAS 1. Auto-aprendizagem – Aprender a aprender Dewey. 2. Subjetividade. 3. Pedagogia da existência. Kierkegaard (1813-1855), Stirner (1806-1856) e Nietzsche (1844-1900) desenvolveram teorias relacionadas com a pedagogia da existência. Para Kierkegaard, o indivíduo não se repete, sendo uma pessoa única, condenada a ser ela mesma. Stirner atacou a pedagogia da essência, tentando mostrar que seu erro está em impor às pessoas um ideal ultrapassado. 23 Para a filosofia existencial, a educação consiste em afirmar a existência concreta da criança. A existência do ser humano não é igual à de outra coisa qualquer. A fenomenologia está preocupada com o que aparecee com as aparências, uma vez que aquilo que parece nem sempre é. Entretanto, a aparência também faz parte da ser. Este método procura descrever e interpretar os fenômenos pelo que eles são, sem preconceitos. Mais do que um método ou uma tendência, é uma atitude. 24 Características da Tendência Renovada Progressivista 4. Desenvolvimento das aptidões individuais; 5. Preocupação com a natureza psicológica; 6. Conteúdos de acordo com interesse do aluno; 7. Professor facilitador; 8. Aluno ativo, curioso, motivado;pesquisador; 25 Características da Tendência Renovada Progressivista 9. Educação vista como um processo interno. 10. Necessidades e interesses pessoais são levados em conta. 11. Valoriza a auto-educação e a experiência direta. 12. É centrada no aluno e no grupo;aluno sujeito do processo. 13. Avaliação somativa e formativa. 14. Método de Pesquisa. 26 Teóricos Maria Montessori Jean Piaget Édouard Clapàrede John Dewey 27 Teóricos Ovide Decroly Anísio Teixeira Lourenço Filho Fernando de Azevedo 28 Liberal Renovada Não-Diretiva Acentua-se, nessa tendência, o papel da escola na formação de atitudes, razão pela qual deve estar mais preocupada com os problemas psicológicos do que com os pedagógicos ou sociais. Todo o esforço deve visar a uma mudança dentro do indivíduo, ou seja, a uma adequação pessoal às solicitações do ambiente. Aprender é modificar suas próprias percepções. Apenas se aprende o que estiver significativamente relacionado com essas percepções. A retenção se dá pela relevância do aprendido em relação ao “eu”, o que torna a avaliação escolar sem sentido, privilegiando-se a auto-avaliação. Trata-se de um ensino centrado no aluno, sendo o professor apenas um facilitador. No ensino da língua, tal como ocorreu com a corrente pragmatista, as idéias da escola renovada não-diretiva, embora muito difundidas, encontraram, também, uma barreira na prática da tendência liberal tradicional. 29 Liberal Renovada Não-Diretiva Educação centrada no estudante. Prática pedagógica antiautoritária. Características 1. Baseada nos princípios progressivista; 2. Aprendizagem precisa ser significativa; 3. Valoriza as experiências do aluno; 4. Busca o desenvolvimento pessoal e inter-pessoal; 5. Dá ênfase à linha psicológica; 30 Liberal Renovada Não-Diretiva 6. Trabalho com dinâmicas de grupos 7. Liberdade com limites mas sem repressão; 8. Ato educativo: relacional; 9. Necessidade de ambiente favorável para aprendizagem; 10. Método clínico de Rogers – Método não-diretivo 31 Liberal Renovada Não-Diretiva 11. a importância maior está na auto-realização; 12. preocupação com a formação do EU; 13. Professor: facilitador; 14. ênfase nos intercâmbios; 15. formação de comunidades de aprendizagem; 32 Teóricos Jean-Jacques Rousseau Carl Rogers 33 Liberal Tecnicista A escola liberal tecnicista atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando- se diretamente com o sistema produtivo; para tanto, emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse principal é, portanto, produzir indivíduos “competentes” para o mercado de trabalho, não se preocupando com as mudanças sociais. 34 Liberal Tecnicista Conforme MATUI (1988), a escola tecnicista, baseada na teoria de aprendizagem S-R, vê o aluno como depositário passivo dos conhecimentos, que devem ser acumulados na mente através de associações. Skinner foi o expoente principal dessa corrente psicológica, também conhecida como behaviorista. Segundo RICHTER (2000), a visão behaviorista acredita que adquirimos uma língua por meio de imitação e formação de hábitos, por isso a ênfase na repetição, nos drills, na instrução programada, para que o aluno for me “hábitos” do uso correto da linguagem. 35 Liberal Tecnicista a) Surge no Brasil meados da década de 50, mas é introduzido efetivamente na década de 60. b) Leis que influenciaram: Lei 5.540/68 (ensino universitário) e a Lei 5692/71 ( Ensino Profissionalizante - A partir da Reforma do Ensino que implantou a escola tecnicista no Brasil). c) Surge a figura do Supervisor Educacional. Características 1. Preparação de mão-de-obra para atender ao mercado de trabalho e a sociedade; 2. Busca da eficiência; 3. Escola= empresa TAYLORISMO (a ênfase nas tarefas, objetivando o aumento da eficiência ao nível operacional). 4. Saber científico; 5. Planejamento racional; 36 Liberal Tecnicista 6. Professor: técnico 7. Distanciamento afetivo do aluno; 8. Avaliação: observável e mensurável (objetividade) 9. Fragmentação do saber 10. Treina cientificamente para o uso da tecnologia; 37 Liberal Tecnicista 11. considera como capaz de promover o desenvolvimento econômico; 12. relacionamento interpessoal passa a ser irrelevante. 13. Método – instrução programada 38 11. Objetivos operacionais, dispositivos audiovisuais; 12. baseado na psicologia comportamental (behaviorismo) 39 Teóricos Burrhus Frederic Skinner Robert Gagné Benjamin Bloom Cosete Ramos 40 Tendências progressistas 41 Tendências progressistas As tendências progressistas libertadora e libertária têm, em comum, a defesa da autogestão pedagógica e o antiautoritarismo. A escola libertadora, também conhecida como a pedagogia de Paulo Freire, vincula a educação à luta e organização de classe do oprimido. Segundo GADOTTI (1988), Paulo Freire não considera o papel informativo, o ato de conhecimento na relação educativa, mas insiste que o conhecimento não é suficiente se, ao lado e junto deste, não se elabora uma nova teoria do conhecimento e se os oprimidos não podem adquirir uma nova estrutura do conhecimento que lhes permita reelaborar e reordenar seus próprios conhecimentos e apropriar-se de outros. 42 Tendências progressistas Assim, para Paulo Freire, no contexto da luta de classes, o saber mais importante para o oprimido é a descoberta da sua situação de oprimido, a condição para se libertar da exploração política e econômica, através da elaboração da consciência crítica passo a passo com sua organização de classe. Por isso, a pedagogia libertadora ultrapassa os limites da pedagogia, situando-se também no campo da economia, da política e das ciências sociais, conforme diz Gadotti. 43 Tendências progressistas Como pressuposto de aprendizagem, a força motivadora deve decorrer da codificação de uma situação-problema que será analisada criticamente, envolvendo o exercício da abstração, pelo qual se procura alcançar, por meio de representações da realidade concreta, a razão de ser dos fatos. Assim, como afirma Libâneo, aprender é um ato de conhecimento da realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo educando, e só tem sentido se resulta de uma aproximação crítica dessa realidade. Portanto o conhecimento que o educando transfere representa uma resposta à situação de opressão a que se chega pelo processo de compreensão, reflexão e crítica. 44 Tendências progressistas No ensino da Leitura, Paulo Freire, numa entrevista, sintetiza sua idéia de dialogismo: “Eu vou ao texto carinhosamente. De modo geral, simbolicamente, eu puxo uma cadeira e convido o autor, não importa qual, a travar um diálogo comigo”. 45 Progressista Libertadora Marco teórico – Movimento de Cultura Popular no Recife – 1960. O Movimento de Cultura Popular (MCP) foi criado no dia 13 de maio de 1960, como uma instituição sem fins lucrativos, durante a primeira gestão de Miguel Arraes na Prefeitura do Recife. Sua sede funcionava no Sítio da Trindade, antigo Arraial do Bom Jesus, localizado no bairro recifense de Casa Amarela. O MCP recebeu diversas influências, principalmente de obras e autores franceses. Seu nome foi herdado do movimento francês Peuple et Culture (Povo e Cultura). Suas atividades iniciais eram orientadas, fundamentalmente, para conscientizar as massas através da alfabetização e educação de base. 46 Era constituídopor estudantes universitários, artistas e intelectuais e tinha como objetivo realizar uma ação comunitária de educação popular, a partir de uma pluralidade de perspectivas, com ênfase na cultura popular, além de formar uma consciência política e social nos trabalhadores, preparando-os para uma efetiva participação na vida política do País. 47 Administrativamente, era divido em três departamentos: o de Formação da Cultura (DFC); o de Documentação e Informação (DDI) e o de Difusão da Cultura (DFC). Dos três, o Departamento de Formação e Cultura foi, durante a existência do MCP, foi o mais atuante, cabendo- lhe de acordo com o Estatuto (art. 15): 1- interpretar, desenvolver e sistematizar a cultura popular; 2 - criar e difundir novos métodos e técnicas de educação popular; 3 – formar pessoal habilitado a transmitir a cultura ao povo. Era composto por dez divisões: Pesquisa, dirigido por Paulo Freire; Ensino; Artes Plásticas e Artesanato, cujo diretor era Abelardo da Hora; Música, Dança e Canto; Cinema; Rádio, Televisão e Imprensa; Teatro; Cultura Brasileira; Bem Estar Coletivo; Saúde; Esportes, que funcionavam através de programas e projetos especiais. 48 Como uma das propostas básicas do MCP era a educação de adultos, em setembro de 1961, foram criadas escolas de rádio que visavam suprir esse segmento educacional bastante carente. Em 1962, professores e intelectuais organizaram uma cartilha intitulada Livro de leitura para adultos ou Cartilha do MCP para a alfabetização de adultos. Os programas radiofônicos eram transmitidos pelas rádios Clube de Pernambuco e Continental. As aulas eram ministradas à noite e os alunos adultos compartilhavam o mesmo espaço das escolas diurnas para crianças e adolescentes, mas foi necessária a abertura de novas unidades, além da aquisição de mais aparelhos de rádio. O processo de elaboração e transmissão era coordenado por um grupo central, com o auxílio de monitores, orientações do Guia do alfabetizado e o apoio de universitários. 49 Apesar de enfrentar pressões e críticas de oposicionistas do governo Miguel Arraes, o MCP teve um grande desenvolvimento. No final de 1962, já contava com quase 20.000 alunos divididos em mais de seiscentas turmas, distribuídos entre duzentas escolas isoladas e grupos escolares; uma rede de escolas radiofônicas; um centro de artes plásticas e artesanato, com cursos de cerâmica, tapeçaria, tecelagem, cestaria, gravura e escultura; mais de 450 professores e 174 monitores de ensino fundamental, supletivo e educação artística; uma escola para motoristas-mecânicos; cinco praças de cultura, com bibliotecas, cinema, teatro, música, tele-clube, orientação pedagógica, recreação e educação física; o Centro de Cultura Dona Olegarina, no Poço da Panela, que, em parceria com a Paróquia de Casa Forte, oferecia cursos de corte e costura, alfabetização e educação de base; círculos de cultura; uma galeria de arte (a Galeria de Arte do Recife); um conjunto teatral, que já havia encenado, entre outras, diversas peças, como A derradeira ceia, de Luiz Marinho e A volta do Camaleão Alface, de Maria Clara Machado. 50 Participaram do MCP intelectuais e artistas conhecidos como Francisco Brennand, Ariano Suassuna, Hermilo Borba Filho, Abelardo da Hora, José Cláudio, Aloísio Falcão e Luiz Mendonça. O movimento também contou com o apoio de instituições políticas de esquerda como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB), entre outras. Por causa do clima político existente na época, o MCP alcançou repercussão nacional, servindo de modelo para movimentos semelhantes criados em outros estados do Brasil. O Movimento de Cultura Popular do Recife foi extinto com o golpe militar, em março de 1964. Dois tanques de guerra foram estacionados no gramado da sua sede, no Sítio da Trindade. Toda a documentação do Movimento foi queimada, obras de artes destruídas e os profissionais envolvidos foram perseguidos e afastados dos seus cargos. 51 Fonte COMO CITAR ESTE TEXTO: Fonte: GASPAR, Lúcia. Movimento de Cultura Popular. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009. 52 Progressista Libertadora Projeto de Educação de Adultos - MOBRAL O Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) foi um projeto do governo brasileiro, criado pela Lei n° 5.379, de 15 de dezembro de 1967, e propunha a alfabetização funcional de jovens e adultos, visando "conduzir a pessoa humana a adquirir técnicas de leitura, escrita e cálculo como meio de integrá-la a sua comunidade, permitindo melhores condições de vida". Criado e mantido pelo regime militar, durante anos, jovens e adultos frequentaram as aulas do MOBRAL, cujo objetivo era propocionar alfabetização e letramento a pessoas acima da idade escolar convencional. A recessão econômica iniciada nos anos oitenta inviabilizou a continuidade do MOBRAL, que demandava altos recursos para se manter. Seus Programas foram assim incorporados pela Fundação Educar. Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. 53 Progressista Libertadora Características a) Conscientização da relação HOMEM/NATUREZA; b) Educação é sempre um ato político; c) Educação problematizadora; d) Fundamental o reconhecimento enquanto sujeito histórico- social; e) Formação de autonomia para intervir na realidade; f) Crítica à educação bancária; g) Professor caminhando junto ao aluno; h) Valorização das experiências vividas; i) Aprendizagem global participativa; j) Conteúdos : Temas Geradores k) Método dialógico 54 Erotemática (do grego eromai, perguntar) em que o professor pergunta a seus alunos aquilo que lhes quer ensinar 55 O método erotemático é, por sua vez, subdividido no "modo dialógico" e no "modo catequético" de ensino. No modo dialógico, o professor questiona a razão do estudante; e no modo catequético, o professor meramente questiona a memória do estudante. O modo catequético envolve mero "trabalho de memória", no qual o estudante recita pensamentos que não são ainda os seus próprios, mas com o método dialógico ou o modo socrático de ensinar o professor e o estudante alternam perguntas e respostas entre si. De um modo alternativo, com o método socrático "o estudante questiona o professor (que de fato ainda é estudante)". Na Lógica Kant afirma: não se pode ensinar segundo o método erotemático a não ser por meio do diálogo socrático, no qual ambos os interlocutores têm que interrogar e também responder alternadamente, de tal sorte que parece que o aluno também é, ele próprio, um mestre. Com efeito, o diálogo socrático ensina por meio de questões, ensinando ao aprendiz como conhecer os princípios da sua própria razão e aguçando-lhe a atenção para isso. (1998, p. 273 [149-150]) 56 Teóricos Paulo Freire Moacir Gadotti Rubem Alves 57 Progressista Libertária A escola progressista libertária parte do pressuposto de que somente o vivido pelo educando é incorporado e utilizado em situações novas, por isso o saber sistematizado só terá relevância se for possível seu uso prático. A ênfase na aprendizagem informal, via grupo, e a negação de toda forma de repressão, visam a favorecer o desenvolvimento de pessoas mais livres. No ensino da língua, procura valorizar o texto produzido pelo aluno, além da negociação de sentidos na leitura. 58 Progressista Libertária Questiona a ordem existente; Preocupação com o desenvolvimento de pessoas livres; Ensino deve ser integral; Autogestão; Rejeita toda forma de governo; Incentiva trabalhos em grupo; Preocupação com a personalidade; Conteúdos disponíveis porém não há exigência; Conhecimento vivido mais importante; Avaliação – auto-avaliação; Relação horizontalizada entre aluno e professor; Professor orientador, catalisador- aprende com aluno; 59 Teóricos Célestin Freinet Michel Lobrat Maurício Trautemberg 60 Crítico-Social dos Conteúdos ou historico crítica Conforme Libâneo, a tendência progressista crítico-social dos conteúdos, diferentemente da libertadora e libertária, acentua a primazia dos conteúdos no seu confronto com as realidades sociais. A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo adulto e suas contradições, fornecendo-lhe um instrumental, por meio da aquisição de conteúdos e da socialização, para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade. Na visão da pedagogia dos conteúdos, admite-se o princípio da aprendizagem significativa, partindo do que o aluno já sabe. A transferência da aprendizagem só se realiza no momento da síntese, isto é, quando o aluno supera sua visão parcial e confusa e adquire uma visão mais clara e unificadora. 61 Crítico-Social dos Conteúdos ou historico crítica Marco teórico- 1979 Enfoque nos conteúdos socialmente construídos Superação da visão não-crítica sobre o papel da educação no contexto social Características 1. Prepara o aluno para o mundo adulto, transformando-os em seres críticos consciente das contradições que existem na sociedade; 2. Considera a LDB inoperante; 3. Aponta para a descontinuidade dos programas; 4. Busca construir uma teoria pedagógica baseada na compreensão da realidade; os conteúdos curriculares não devem ser dissociados da realidade cotidiana e social. 62 Crítico-Social dos Conteúdos 5. Aprendizagem intencional; 6. Escola mediadora entre aluno e sociedade; 7. Elaboração do saber ≠ produção do saber; 8. Conteúdos precisam servir para emancipação do aluno; 9. Formação integral do aluno; 63 Crítico-Social dos Conteúdos 10. Adequação dos conteúdos à realidade social do aluno; 11. Desenvolver métodos que tenham relação direta com a experiência do aluno; 12. Dar conhecimento aos alunos sobre o conteúdo a ser desenvolvido; 13. União do conteúdo à prática – práxis-educativa. 14. Professor-Mediador 64 Teóricos Demerval Saviani George Snyders 65 66 67 68 69 70 71 Nome da Tendência Pedagógica Papel da Escola Conteúdos Métodos Professor x aluno Aprendizage m Manifestaçõe s Pedagogia Liberal Tradicional. Preparação intelectual e moral dos alunos para assumir seu papel na sociedade. São conhecimento e valores sociais acumulados através dos tempos e repassados aos alunos como verdades absolutas. Exposição e demonstração verbel da matéria e / ou por meios de modelos. Autoridade do professor que exige atitude receptiva do aluno. A aprendizagem é receptiva e mecânica, sem se considerar as características próprias de cada idade. Nas escolas que adotam filosofias humanistas clássicas ou científicas. Tendência Liberal Renovadora Progressiva Escola Nova. A escola deve adequar as necessidades individuais ao meio social. Os conteúdos são estabelecidos a partir das experiências vividas pelos alunos frente às situações problemas. Por meio de experiências, pesquisas e método de solução de problemas. O professor é auxiliador no desenvolvime nto livre da criança. É baseada na motivação e na estimulação de problemas. Montessori Decroly Dewey Piaget Lauro de oliveira Lima Tendência Liberal Renovadora não-diretiva Formação de atitudes. Baseia-se na busca dos conhecimento s pelos próprios alunos. Método baseado na facilitação da aprendizagem. Educação centralizada no aluno e o professor é quem garantirá um relacionament o de respeito. Aprender é modificar as percepções da realidade. Carl Rogers, "Sumermerhill" escola de A. Neill. É modeladora São Relação 72 Tendência Progressista Libertadora Não atua em escolas, porém visa levar professores e alunos a atingir um nível de consciência da realidade em que vivem na busca da transformação social. Temas geradores. Grupos de discussão. A relação é de igual para igual, horizontalment e. Resolução da situação problema. Paulo Freire. Tendência Progressista Libertária. Transformação da personalidade num sentido libertário e autogestionári o. As matérias são colocadas mas não exigidas. Vivência grupal na forma de auto- gestão. É não diretiva, o professor é orientador e os alunos livres. Aprendiagem informal, via grupo. C. Freinet Miguel Gonzales Arroyo. Tendência Progressista "crítico social dos conteúdos ou "histórico- crítica" Difusão dos conteúdos. Conteúdos culturais universais que são incorporados pela humanidade frente à realidade social. O método parte de uma relação direta da experiência do aluno confrontada com o saber sistematizado. Papel do aluno como participador e do professor como mediador entre o saber e o aluno. Baseadas nas estruturas cognitivas já estruturadas nos alunos. Makarenko B. Charlot Suchodoski Manacorda G. Snyders Demerval Saviani. 73 NEOLIBERALISMO E EDUCAÇÃO Qualidade total, modernização da escola, adequação do ensino à competitividade do mercado internacional, nova vocacionalização, incorporação das técnicas e linguagens da informática e da comunicação, abertura da universidade aos financiamentos empresariais, pesquisas práticas, utilitárias, produtividade, essas são as palavras de ordem do discurso neoliberal para a educação. 74 O neoliberalismo torna-se ideologia dominante numa época em que os EUA detêm a hegemonia exclusiva no planeta. É uma ideologia que procura responder à crise do estado nacional ocasionada de interligação crescente das economias das nações industrializadas por meio do comércio e das novas tecnologias. Enquanto o liberalismo clássico, da época da burguesia nascente, propôs os direitos do homem e do cidadão, entre os quais, o direito à educação, o neoliberalismo enfatiza mais os direitos do consumidor do que as liberdades públicas e democráticas e contesta a participação do estado no amparo aos direitos sociais. Representa uma regressão do campo social e político e corresponde a um mundo em que o senso social e a solidariedade atravessam uma grande crise. E uma ideologia neoconservadora social e politicamente. 75 Por isso, afina-se facilmente na sociedade administrada dos chamados países avançados, em que o cidadão foi reduzido a mero consumidor, e cresce no Brasil e em outros países da América Latina, vinculado-se à cultura política predominantemente conservadora. o neoliberalismo parte do pressuposto de que a economia internacional é auto-regulável, capaz de vencer as crises e, progressivamente, distribuir benefícios pela aldeia global, sem a necessidade de intervenção do Estado. Enquanto o liberalismo tinha por base o Indivíduo, o neoliberalismo está na base das atividades do FMI, do Banco Mundial, dos grandes conglomerados e das corporações internacionais. 76 Pretende reformar o Estado para transformá-lo em Estado-mínimo, desenvolver a economia, fazer a reforma educacional e aumentar o poder da Iniciativa privada transnacional, por meio do consenso ideológico, pois temos um presidente democraticamente eleito, que tem o respeito da esquerda devido ao seu passado político e intelectual, e o respaldo da direita devido à conciliação da social-democracia com o neoliberalismo. A conciliação é a estratégia política conservadora que assume uma face progressista, isto é, a de estar com a história, no caso com o processo de globalização e a inserção do Brasil na "nova ordem mundial", e que, ao mesmo tempo, reage à atuação do Estado na política social. Eis a sua fórmula: um máximo de liberdade econômica, combinando com o respeito formal aos direitos políticos e um mínimo de direitos sociais. A educação está entre estes. 77 A retórica neoliberal atribui um papel estratégico à educação e determina-lhe basicamente três objetivos: 1) Atrelar a educação escolar à preparação para o trabalhoe a pesquisa acadêmica ao imperativo do mercado ou às necessidades da livre iniciativa. Assegura que mundo empresarial tem interesse na educação porque deseja uma força de trabalho qualificada, apta para a competição no mercado nacional e internacional. Fala em nova vocacionalização, isto é, numa profissionalização situada no interior de uma formação geral, na qual a aquisição de técnica e linguagens de informática e conhecimento, de matemática e ciência adquirem relevância. Valoriza as técnicas de organização, o raciocínio de dimensão estratégica e a capacidade de trabalho cooperativo. 78 2) Tornar a escola um meio de transmissão dos seus princípios doutrinários. O que está em questão é a adequação da escola à ideologia dominante. Esta precisa sustentar- se também no plano das visões do mundo, por isso, a hegemonia passa pela construção da realidade simbólica. Em nossa sociedade a função de construir a realidade simbólica é, em grande parte, preenchida pelos meios de comunicação de massa, mas a escola tem um papel importante na difusão da ideologia oficial. 79 3) Fazer da escola um mercado para os produtos da indústria cultural e da informática, o que aliás é coerente com a idéia de fazer a escola funcionar de forma semelhante ao mercado, mas é contraditório porque, enquanto, no discurso, os neoliberais condenam a participação direta do Estado no financiamento da educação, na prática, não hesitam em aproveitar os subsídios estatais para divulgar seus produtos didáticos e paradidáticos no mercado escolar. 80 Enquanto o liberalismo político clássico colocou a educação entre os direitos do homem e do cidadão, o neoliberalismo, segundo Tomás Tadeu da Silva, promove uma regressão da esfera pública, na medida em que aborda a escola no âmbito do mercado e das técnicas de gerenciamento, esvaziando, assim, o conteúdo político da cidadania, substituindo-o pelos direitos do consumidor. É como consumidores que o neoliberalismo vê alunos e pais de alunos. A seguinte recomendação do Banco Mundial exprime esta visão: a redução da contribuição direta do Estado no financiamento da educação. Parte do que atualmente é gratuito deveria se tornar serviço pago pelos estudantes que, para tanto, receberiam empréstimos do Estado. 81 Em vez do Estado financiar diretamente a educação, passou a dar bônus aos pais dos alunos, isto é, uma quantia de dinheiro suficiente para que eles, vistos como consumidores, matriculem seus filhos numa escola de seu agrado. Os neoliberais acreditam que assim as escolas passariam a competir no mercado, melhorando a qualidade do ensino. Roberto Campos declarou, recentemente, que o ideal seria aplicar à educação as determinações contidas na Constituição de 1967: ensino público gratuito no primeiro grau, ensino no segundo grau pago pelos alunos que têm condições de arcar com as mensalidades, e bolsas para os que não têm. O curso, superior deveria ser pago e aqueles que não pudessem pagar teriam bolsas que seriam devolvidas após a conclusão do curso. Art 168 § 3º. Estraido e adaptado do texto de Sonia AlemMarrach. 82 BIBLIOGRAFIA ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo : Editora Moderna, 1998. COSTA, Marisa Vorraber et al. O Currículo nos Limiares do Contemporâneo. Rio de Janeiro : DP&A editora, 1999. GADOTTI, Moacir. Pensamento Pedagógico Brasileiro. São Paulo : Ática, 1988. LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública. São Paulo : Loyola, 1990. MATUI, Jiron. Construtivismo. São Paulo : Editora Moderna, 1998. RICHTER, Marcos Gustavo. Ensino do Português e Interatividade. Santa Maria : Editora da UFSM, 2000. TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação. São Paulo : Cortez, 1998. 83
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