Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DESCRIÇÃO História, evolução e apresentação das principais técnicas de ilustração e suas aplicações profissionais. PROPÓSITO Apresentar as principais e mais disseminadas técnicas de ilustração, nos âmbitos manual e digital, para compreender seus conceitos e aplicações práticas, desde as etapas iniciais até a finalização, para assim obter uma base introdutória ao tema satisfatória. OBJETIVOS MÓDULO 1 Identificar os conceitos gerais de ilustração e as características de uma ilustração à mão livre MÓDULO 2 Analisar ferramentas, processos, teoria e métodos envolvidos na ilustração digital MÓDULO 3 Definir os conceitos de rough, sketch e rendering e seu propósito na criação de ilustrações INTRODUÇÃO Neste tema, vamos conhecer e definir o que é uma ilustração e os seus propósitos enquanto arte e ferramenta ilustrativa. Além disso, iremos aprender as ramificações de suas técnicas à mão livre e digitais, que se estendem em diferentes aplicações e visões artísticas. Vamos também categorizar as diferentes aplicações destas técnicas, bem como os conceitos gerais utilizados durante a criação de uma ilustração e o processo criativo envolvido para a conclusão satisfatória de um projeto que envolva ilustrações. MÓDULO 1 Identificar os conceitos gerais de ilustração e as características de uma ilustração à mão livre CONCEITOS GERAIS DE ILUSTRAÇÃO O QUE É ILUSTRAÇÃO? A ilustração é uma área de estudo com muitas ramificações e definições. Podemos entendê-la a partir de uma visão puramente técnica ou subjetiva, artística; ou ainda podemos unir ambos os significados para criar um totalmente novo. Digolo e Mazrui (2008) definem ilustração como a utilização de uma imagem para explicar, decorar, interpretar, sintetizar ou acrescentar informações a um texto. Também subcategorizam a ilustração a partir de técnicas utilizadas, como pintura, desenho, colagem e impressas. O uso dessas técnicas influencia e afeta a arte de diferentes maneiras. A escolha é feita de acordo com o objetivo e o contexto da ilustração, as especialidades do artista, o custo, entre outros fatores. O Dicionário Michaelis Online (2020) define da seguinte maneira o termo ilustração: “desenho, gravura, ou imagem que acompanha o texto de um jornal, livro, revista etc, ilustrando-o.” A palavra ilustração contém outros significados, como a ação de esclarecer determinado assunto com exemplos e explicações, ou ainda um conjunto pessoal de conhecimento históricos, científicos e artísticos. MAS O QUE SIGNIFICADOS TÃO DIFERENTES AGREGAM PARA A NOÇÃO DE ILUSTRAÇÃO QUE TEMOS COMO A MAIS COMUM: UM DESENHO OU GRAVURA? Parte essencial de entender o conceito de ilustração é compreendê-la como um meio de comunicação. Sua história compreende um longo processo evolutivo, onde, como técnica e arte, sofreu influências de outros meios e dos mais diversos profissionais, materiais, visões artísticas, misturas que culminaram no que conhecemos e definimos por ilustração hoje. Ilustrar é mais uma forma de arte que conta histórias, cenas, paisagens ou retratos apenas com seus traços. Esse tipo de arte pode completar uma mensagem textual ou audiovisual, levando-se em conta as novas mídias digitais, como a internet. Também pode transmitir uma mensagem por si só, por exemplo, uma imagem técnica em livros e revistas, representando e explicando conceitos para facilitar o entendimento por parte dos leitores. O que difere a ilustração das histórias em quadrinhos é a ausência de balões e diálogos. Uma ilustração retrata uma cena ou história sem a necessidade de texto complementar como parte dela, mesmo que haja expressão de um sentimento ou de uma mensagem. Essa distinção, contudo, está se tornando cada vez mais obsoleta, como podemos verificar nas histórias em quadrinhos que fazem uso de pouco ou nenhum diálogo, ou nas ilustrações que precisam de um texto para que façam sentido. Na prática, os conceitos se misturam e, dependendo da obra analisada, tornam-se inseparáveis. As ilustrações estão representadas desde a pré-história com os hieróglifos egípcios. Durante a Idade Média, foram dados os primeiros passos para o desenvolvimento das ilustrações. Frequentemente aplicadas às letras iniciais de livros e pergaminhos da época, as iluminuras eram uma arte restrita e dominada principalmente por monges, freis e outros religiosos, uma vez que Igreja detinha o controle da literatura. Iluminuras. Fonte: Shutterstock.com Hieróglifos. Fonte: Public Domain Images Ilustrações são comumente encontradas na combinação entre imagem e texto, principalmente em artigos de jornais e revistas. Contudo, não estão limitadas a esses meios, sendo vistas também em anúncios publicitários, logotipos, storyboards cinematográficos e rascunhos de moda. SAIBA MAIS Ilustrador é o profissional que trabalha criando ilustrações para diversos fins, podendo ser autônomo (freelancer) ou trabalhar em agências de publicidade e estúdios de ilustração. PROCESSO CRIATIVO DE UMA ILUSTRAÇÃO O processo criativo de uma ilustração perpassa pontos cruciais, mesmo que o ilustrador não os domine nominalmente. São pontos que nos ajudam a definir a natureza da ilustração, seus objetivos e significados: a técnica, o conceito, a denotação e a conotação. Técnica é o conjunto de habilidades gráficas e o domínio de elementos essenciais à construção criativa e à representação artística de uma ilustração, como desenho de proporções, similaridade com a realidade, iluminação e sombras, cores e composição. Também envolve o uso de materiais, como pincéis, tintas e quadros, ou ainda mesas digitalizadoras e softwares, se a ilustração for feita no meio digital. A técnica não é um conceito fixo que se alcança, e sim um ponto variante a cada profissional, uma vez que é possível aprimorá-la por meio de estudos e prática. Um ilustrador pode desenvolver sua técnica a ponto de tornar-se especialista em determinado estilo em detrimento de outro que julga menos interessante. As preferências pessoais são totalmente aplicáveis nessa categoria. Conceito determina o quanto a ilustração é coerente com o tema proposto e o ambiente de sua aplicação, como um livro ou cartaz. É entendido como a “ideia” do tema, que pode ou não ser inserida em determinado contexto. Considera, por exemplo, se a ilustração em um texto infantil deve conversar com aquele tipo de público sendo lúdica, didática, colorida e de fácil entendimento; se um manual de instruções deve ter caráter técnico, explicativo, pouco ou nada artístico. Quando apresentada por si só, geralmente com caráter de obra de arte, a ilustração precisa representar os elementos essenciais que compõem a mensagem que deseja passar, sendo capaz de ser entendida e interpretada sem a necessidade de conhecimentos prévios por parte do receptor daquela mensagem. Denotação e conotação estão relacionadas ao campo da interpretação, ambas têm mais a ver com a maneira como a ilustração é recebida pelo público do que com a intenção do artista que a criou. Camargo (1999) explica esses conceitos do seguinte modo: A SIGNIFICAÇÃO GLOBAL DE UMA IMAGEM ABRANGE SIGNIFICADOS DENOTATIVOS E CONOTATIVOS: OS PRIMEIROS REFEREM-SE AO SER QUE A IMAGEM REPRESENTA, ENQUANTO OS SIGNIFICADOS CONOTATIVOS REFEREM-SE A ASSOCIAÇÕES SUGERIDAS PELA IMAGEM. OS SIGNIFICADOS DENOTATIVOS DECORREM PRINCIPALMENTE DA FUNÇÃO REPRESENTATIVA, ENQUANTO OS CONOTATIVOS RESULTAM PRINCIPALMENTE DO COMO A IMAGEM REPRESENTA, OU SEJA, DA FUNÇÃO ESTÉTICA. A ANÁLISE DA ILUSTRAÇÃO PRECISA, PORTANTO, FOCALIZAR OS PÓLOS DENOTATIVO E CONOTATIVO, OU SEJA, OS SIGNIFICADOS QUE DECORREM NÃO SÓ DE O QUE A IMAGEM REPRESENTA, MAS TAMBÉM DE COMO ELA O FAZ. Denotação é o sentido literal de uma ilustração, aquilo que que podemos identificar e interpretar assim que visualizamos a arte em questão. Conotação extrai diversos significados de uma mesma arte, o que a define como detentora de vários sentidos além do literal. Embora o público seja o verdadeiro responsável por darsignificado às ilustrações, no que chamamos de aplicabilidade da obra, o artista a cria com uma intenção em mente, direcionando os receptores daquela arte a contemplar o mesmo significado que ele, concordem ou não. Apesar de importantes, esses pontos não definem o que torna uma boa ilustração. Uma arte pode atingir excelência técnica sem representar de fato uma ideia mais concreta, seja conotativa, denotativa ou através da interpretação do público. Uma boa ilustração não tem como base apenas as habilidades ou técnicas dos ilustradores, mas também o sentimento expresso por essa obra, o sentido acerca de um tema e sua ajuda a compor o contexto em que está inserida, exercendo, assim, sua função como catalisadora de uma melhor interpretação e entendimento de tal contexto. javascript:void(0) APLICABILIDADE DA OBRA Cada pessoa, com suas experiências e sua visão de mundo, recebe e entende a obra de uma maneira específica, uma visão única. COMENTÁRIO Em constante evolução, a ilustração hoje aparece como forma de ornar e representar visualmente determinado texto ou contexto. Assim, pode assumir diversas formas representativas, descritivas, narrativas, simbólicas, expressivas e metalinguísticas, sendo um recurso dotado de variedade de apresentações. Por conta dessa variedade de formas, começaram a se desenvolver diferentes técnicas, classificando e determinando os tipos de ilustração segundo conceitos comuns às visões artísticas presentes em cada uma, de acordo com a época e local em que surgiram. Vale citar que a fotografia, as colagens e as artes plásticas também podem ser utilizadas como formas de ilustração, mas vamos nos ater às técnicas com origens mais tradicionais. TÉCNICAS CARACTERÍSTICAS DA ILUSTRAÇÃO À MÃO LIVRE TÉCNICAS LÍQUIDAS, VISCOSAS, NANQUIM, AQUARELA, PASTEL, MISTA E OUTRAS As técnicas de ilustração são a forma com a qual um artista desenvolve um projeto. Ela necessita de materiais, que é o conjunto de equipamentos e recursos utilizados para se alcançar o resultado esperado, e suportes, que são as superfícies onde o trabalho é desenvolvido. Quantidade, tipo e necessidade desses suportes e materiais variam de técnica para técnica. As Técnicas à mão livre, chamadas também de técnicas manuais, fazem grande uso de aglutinantes na composição das tintas para ligar e fixar as partículas de um pigmento à base escolhida para pintura. Elas permitem que o pigmento escolhido seja moldado em barras (técnica seca) ou suspenso em fluidos (técnica líquida). Resinas de árvore, gema de ovo e sumo de alho são alguns exemplos de aglutinantes, assim como a cola plástica (ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL, 2020). TÉCNICAS À MÃO LIVRE São técnicas clássicas, com forte cunho e tradição histórica. Podem ser executadas sem necessidade de tecnologia ou computador durante sua criação, podendo estes estarem presentes somente na etapa de arte-finalização. AGLUTINANTES Substâncias que funcionam como uma espécie de cola. A seguir, veremos algumas das principais técnicas de ilustração à mão livre. Consideramos aquelas utilizadas na finalização de uma ilustração – a aplicação de tinta para definição de traços e cores, uma vez que é extremamente comum que desenhos a lápis sejam feitos nas primeiras etapas, como rascunho: Técnica seca Consiste na aplicação da tinta de forma física, em barras, parecida com um giz de cera. Essas barras deixam partículas atrás de si mesmas ao serem arrastadas na superfície escolhida, criando assim os traços e as cores da ilustração. Podem ser utilizados como materiais: lápis, carvão vegetal comprimido ou carvão vegetal natural, giz crayon, grafite, entre outros. Pastelt javascript:void(0) javascript:void(0) Utiliza bastões de giz coloridos. A ilustração pastel se divide em outras duas modalidades: a seco, onde o desenho final é similar ao inicial, e a óleo, que apresenta um aspecto mais rústico no resultado. A mais comum é sua variedade seca. Foto de um conjunto de tons pastéis multicoloridos de 12 cores, da marca Vista-Artista. Fonte: Shutterstock. Com Técnicas líquidas ou viscosas Alia a aplicação de tinta com pincel, caneta ou penas a uma superfície de pano, como um quadro, possuindo muitas ramificações. É a mais utilizada, até mesmo historicamente. As técnicas que veremos a seguir são variações da técnica líquida, elas surgiram com o passar dos anos para evidenciar diferentes materiais e funções. Nanqui O nanquim é uma tinta preta bastante escura, de origem chinesa e muito utilizada em trabalhos de caligrafia e nos famosos quadrinhos japoneses, os mangás. Como tem uma pigmentação bastante concentrada, o resultado de sua aplicação é um traço preto intenso e com alta cobertura. É possível diluí-la em água para criar tonalidades mais claras, apresentando um efeito interessante na composição. Seca, torna-se à prova d’água. Nanquim. Fonte: Shutterstock.com Aquarela Obtém-se a aquarela quando se mistura pigmento, aglutinante e água. Nessa técnica, os tais pigmentos se encontram suspensos ou mesmo dissolvidos em água. Utiliza suportes variados, o mais comum é um papel com alta gramatura (espessura), embora também possam ser utilizados papiro, plástico, couro, tecido e até cascas de árvore. Possui um visual bem característico, fosco e discreto. Sua tinta seca rapidamente e é atóxica. É de difícil manuseio e exige sutileza e cuidado na sua execução, sendo esse o motivo de ser o primeiro passo para quem deseja estudar técnicas mais avançadas. Aquarela. Fonte: Pixabay Pintura a óleo Feita à base de pigmentos secos com aglutinantes de óleo vegetal, secagem lenta e alta elasticidade. Muito comum em pinturas antigas, hoje é bastante utilizada por artistas iniciantes como forma de estudo. Traz um ar mais clássico às ilustrações. A Mona Lisa, de Leonardo da Vinci, é um ótimo exemplo de pintura a óleo. A tinta em si é uma massa espessa, com consistência parecida com manteiga, e costuma ser vendida já pronta para uso, embalada em tubos ou latas. Uma pintura a óleo é facilmente reconhecida pelo seu brilho, e sua grande vantagem é a flexibilidade: a secagem lenta permite ao pintor ou ilustrador fazer modificações e alterar o trabalho. LEONARDO DA VINCI O italiano Leonardo da Vinci (1452-1519) foi uma das figuras mais importantes do Renascimento, destacando-se como cientista, matemático, engenheiro, inventor, pintor e escultor. Mona Lisa, Leonardo da Vinci, 1506 / Wikimedia commons/Domínio Público Xilogravura Uma das técnicas de ilustração mais antigas, a xilogravura consiste em fazer um desenho em relevo, gravado a canivete ou à faca, em uma superfície de madeira. Isso produz uma matriz, que pode ser replicada ao ser untada em tinta e aplicada em uma folha de papel. Parte da cultura nordestina brasileira, seu uso é muito comum também nos cordéis. javascript:void(0) Mista A técnica mista consiste em utilizar duas ou mais técnicas diferentes, criando um resultado impactante e diferenciado. Pode ser utilizada para passar uma sensação diferente em cada camada da ilustração (o fundo e os elementos em primeiro plano são feitos com técnicas diferentes, por exemplo), criando assim um efeito parecido com o das colagens. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 2 Analisar ferramentas, processos, teoria e métodos envolvidos na ilustração digital CONCEITUAÇÃO DE ILUSTRAÇÃO DIGITAL E PRINCIPAIS FERRAMENTAS CONCEITO Ilustração digital consiste na criação de ilustrações a partir da utilização de ferramentas como computadores, tablets e até smartphones. É criada por meio de softwares e programas específicos com acessórios periféricos que simulam as técnicas manuais, embora não fiquem presos a elas. Alguns dos softwares mais famosos para esta função são o Adobe Photoshop, Adobe Illustrator, Gimp e CorelDraw. A técnica digital é repleta de vantagens possibilitadas pela sua natureza virtual, como a facilidade de retrabalhar e refinar os desenhos, por meio de alterações, retoques e retrabalho. Os processosganham muito em agilidade e variedade. Tintas, pincéis e papéis possuem seus equivalentes digitais, que interagem entre si através do movimento e alteração de pixels. SAIBA MAIS Pixel é o menor elemento em um dispositivo de exibição, as telas com que interagimos, sendo possível atribuir-lhe uma cor. As ilustrações digitais são, portanto, compostas por diversos pixels, na casa das centenas e milhares, dependendo de sua resolução. Ilustrar digitalmente possui os mesmos conceitos de criação das técnicas tradicionais de linha, forma, volume, valor e cor, mas representados de uma forma moderna. Além disso, a ilustração digital permite facilmente alternar entre um estilo e outro com poucos cliques na ferramenta escolhida para o trabalho. Não é necessário emular ou copiar as técnicas tradicionais, tentar fazer uma transposição direta nem mesmo saber desenhar, uma vez que o uso dos softwares e ferramentas de edição são praticamente ilimitados. Tudo isso possibilita que os artistas se desenvolvam criativamente e explorem diferentes técnicas com mais facilidade. É claro que, quanto mais conhecimento conceitual prévio, melhor será a adaptação ao novo meio e mais rápida será a curva de aprendizagem. A ilustração digital fornece mais detalhes e permite que a arte seja impressa em alta qualidade e resolução, o que facilita seu uso em estruturas como banners, cartazes e outdoors. FERRAMENTAS DE ILUSTRAÇÃO DIGITAL As principais ferramentas de ilustração digital são os softwares específicos e equipamentos que emulam canetas e pincéis de trabalho, as chamadas mesas digitalizadoras. Vamos conhecer, a seguir, mais detalhes sobre essas ferramentas. MESAS DIGITALIZADORAS As mesas digitalizadoras são equipamentos em forma de prancheta, nos quais é possível desenhar com uma caneta plástica, que geralmente os acompanha, e o auxílio de um computador. O desenho não é mostrado na mesa, que funciona como uma ponte entre o real e o digital. Dependendo do modelo, basta apenas aproximar a caneta do equipamento, não precisando nem mesmo tocá-lo. A mesa interpreta os movimentos e gestos feitos e os reproduz no computador ao mesmo tempo, como se o artista estivesse utilizando um caderno. Os traços são reproduzidos no software escolhido para a ilustração digital, dando liberdade e agilidade ao artista, pois é como se ele estivesse trabalhando com pincéis e lápis normalmente, mas com as facilidades e possibilidades da ilustração digital. A área de desenho da mesa é uma representação da tela do computador. Assim, basta posicionar a caneta sobre qualquer ponto da mesa que o ponteiro do mouse se deslocará imediatamente para a posição correspondente na tela. Existem vários tipos de mesas digitalizadoras. Além dos modelos que utilizam canetas, há também os que possuem suporte ao toque das mãos e dedos e os que funcionam com uma tela de pintura interativa e um monitor integrado. Mesa Digitalizadoras. Fonte: Shutterstock.com SOFTWARES GRÁFICOS DE EDIÇÃO DE IMAGENS Os principais softwares gráficos de edição de imagens são: ADOBE PHOTOSHOP Recomendado e utilizado por profissionais autônomos e agências de publicidade. É considerado o software padrão do setor, possuindo uma enormidade de pincéis, texturas e recursos. Porém, seu custo costuma ser um pouco alto. AFFINITY PHOTO / DESIGNER Dois programas novos que vêm conquistando seu espaço no mercado. O Affinity Designer possui pincéis de varredura e vetorização, enquanto o Affinity Photo é mais semelhante ao Photoshop. Ambos possuem um período de testes gratuito. KRITA Gratuito e de código aberto, o que possibilita que os próprios usuários desenvolvam funções para ele. Mais voltado para pinturas, também possui uma ótima variedade pincéis e texturas. Sua interface mais intuitiva é um diferencial. MYPAINT Possui uma ótima ferramenta de pincel, também é grátis e de código aberto. GIMP Comparável ao Photoshop, é mais um software gratuito e de código aberto, sendo a alternativa a que se recorre quem não pode arcar com os custos de um programa pago. ELEMENTOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE CRIAÇÃO DA ILUSTRAÇÃO DIGITAL PROCESSO CRIATIVO DE UMA ILUSTRAÇÃO DIGITAL Mesmo em ilustrações digitais, é importante respeitar os elementos e os conceitos básicos da ilustração tradicional. De maneira semelhante à criação de uma ilustração à mão livre, tudo começa com um planejamento. É preciso pensar sobre o projeto como um todo, considerando o resultado esperado, contexto da aplicação, público-alvo e quais ferramentas e recursos serão utilizados. RECOMENDAÇÃO Aqui é onde o profissional deve considerar se arte será somente digital ou se vai ganhar uma versão impressa, se será necessário editar fotos para uso na ilustração e se haverá elementos vetoriais, tópico que será apresentado com detalhes mais à frente. A primeira etapa, certamente, é o briefing. Essa fase é primordial para alinhar todas as outras que a seguem. Um erro nela gera um efeito em cascata que pode acarretar até mesmo na necessidade de começar o projeto do zero. Esse prejuízo não afeta apenas o tempo de entrega, mas também os termos comerciais, levando a um desperdício da verba do projeto e a um reinvestimento. Por isso, é extremamente importante que o briefing esteja correto, validado pelo solicitante da ilustração, e alinhado com os profissionais envolvidos. O briefing de uma ilustração digital pode ser definido como um guia que documenta os requisitos do projeto e as referências a serem seguidas. Ele é feito diretamente com o cliente e com os responsáveis por este. BRIEFING Instruções, direcionamento, resumo javascript:void(0) Um dos processos mais comuns na construção de um briefing é quando um responsável pela produção se encontra com alguém designado pela contratante e responde a uma série de perguntas. Essas perguntas podem ser objetivas, como público-alvo e área de atuação, ou subjetivas, como quais são os objetivos do projeto e as preferências de cores e imagens do cliente. Não há um modelo padrão de briefing; cada profissional realiza o seu de acordo com o que julga necessário para auxiliar o seu trabalho. Importante ressaltar que determinadas informações, como as citadas anteriormente, são imprescindíveis. Elas são repassadas para diretores de arte e ilustradores que cuidarão da criação visual da peça, seguindo desde o início as orientações do cliente e as estratégias definidas. Concluímos, assim, que o direcionamento criativo tem início logo na primeira etapa. Logo depois, temos a fase de pesquisa, onde é imprescindível organizar os conhecimentos sobre técnicas, softwares e temas da arte, além de buscar referências do meio. Nesta etapa, o estilo se define completamente, levando em conta tudo o que já foi planejado anteriormente. Partimos então para a etapa de esboço, um rascunho da ilustração, o que nos poupa tempo e futuras correções. Os esboços costumam ir ganhando mais detalhes e definições até a etapa de execução, onde a ilustração é, de fato, criada. ATENÇÃO É preciso definir proporções, elementos principais, profundidade e cores, desenvolver o que foi planejando aplicando as técnicas e ferramentas escolhidas, como pincéis específicos, agregar as camadas para que alterações sejam mais rápidas e fáceis e, ainda, salvar diferentes versões da arte conforme o trabalho progride, garantindo um maior controle sobre o processo criativo e a possibilidade de resgatar elementos utilizados anteriormente. Em seguida, temos as edições finais, com camadas e filtros de correções de cor, temperatura, brilho e contraste, e arte-finalização. A etapa final do projeto é a apresentação, onde o resultado é avaliado pelos clientes e, se necessário, são colhidos feedbacks para eventuais ajustes.Em seguida, temos as edições finais, com camadas e filtros de correções de cor, temperatura, brilho e contraste, e arte-finalização. A etapa final do projeto é a apresentação, onde o resultado é avaliado pelos clientes e, se necessário, são colhidosfeedbacks para eventuais ajustes. TEORIA E TÉCNICAS UTILIZADAS NA ILUSTRAÇÃO DIGITAL A TEORIA DAS CORES A cor é de extrema importância para uma ilustração digital ou manual. Diferentes tonalidades transmitem o clima e sentimentos da obra, logo é imprescindível que um artista domine sua utilização. A teoria das cores diz respeito ao uso – ou não – das cores em um projeto, passando por escolha de tonalidades, seus usos e significados. São as cores que dão a sensação de profundidade, os efeitos de luz e sombra, e trazem emoção à ilustração. Por isso, é importante estar atento a diferentes tons e nuances, reforçando os significados conotativos da arte. DICA A paleta de cores deve ser escolhida de acordo com o objetivo da ilustração: cenas mais alegres combinam com tons quentes (vermelho, amarelo, laranja), enquanto cenas mais sérias se beneficiam de tons frios (azul, rosa). É importante também observar a utilização de mais de uma cor, com exceção em ilustrações que devem ser criadas em preto-e-branco. Três variações de cores, complementares entre si, trazem um resultado mais realista e agradável aos olhos. TÉCNICAS DE ILUSTRAÇÃO DIGITAL Ilustração Livre / Pinturas Digitais Voltado para artes conceituais e para a indústria de quadrinhos americanas, as pinturas digitais são mais comuns também na área de publicidade. Quando as empresas precisam se diferenciar de seus concorrentes, utilizam, em campanhas específicas de marketing, uma imagem única e distinta. O artista que trabalha com pintura digital ainda pode atuar na área de edição de efeitos especiais para o cinema, retocando cenários e atores. Ilustração Digital. Fonte: Pixabay Matte Painting Técnica muito comum na pós-produção de filmes e séries hollywoodianos, o Matte Painting , é um processo de substituição de elementos de uma foto ou filmagem por uma combinação de modelagem e renderização 3D. Envolve manipulação fotográfica e pintura digital, de modo que, quando utilizado em uma cena em movimento, compondo o cenário, passe despercebido ao público. Não há como falar de Matte Painting sem citar filmes de cinema, afinal 90% dos cenários são pinturas mescladas com a realidade. É uma técnica de efeitos especiais que permite criar qualquer tipo de cenário digital. Em outras palavras, o Matte Painting possibilita a construção de mundos imaginários que parecem reais. Graças a essa técnica, podemos recriar uma cidade medieval ou uma época futurista. javascript:void(0) MATTE PAINTING Chamado também de “arte invisível”. Matte Painting. Fonte: Pixabay ATENÇÃO Vale lembrar que o profissional Matte Painter também é muito procurado para a criação de cenários de games. O realismo chegou a um nível tão alto que as imagens de jogos de computador se misturam com as da vida real. No Matte Painting, é muito comum a utilização de mais de um software para se obter o resultado esperado, cada um trabalhando em um elemento diferente da composição. Matte Painting Processo utilizado na produção de jogos e animações, a modelagem 3D cria e representa objetos e personagens em um ambiente virtual 360°. Alguns dos softwares mais utilizados nesta técnica são o Cinema4D, SketchUp e Zbrush, que permitem um alto grau de processamento e renderização. Envolve manipulação fotográfica e pintura digital, de modo que, quando utilizado em uma cena em movimento, compondo o cenário, passe despercebido ao público. Não há como falar de Matte Painting sem citar filmes de cinema, afinal 90% dos cenários são pinturas mescladas com a realidade. É uma técnica de efeitos especiais que permite criar qualquer tipo de cenário digital. Em outras palavras, o Matte Painting possibilita a construção de mundos imaginários que parecem reais. Graças a essa técnica, podemos recriar uma cidade medieval ou uma época futurista. Modelagem 3D. Fonte: Shutterstock.com Como primeira etapa do processo de desenvolvimento de um projeto em 3D, a modelagem 3D consiste na criação dos elementos que vão compor o ambiente. Desde objetos e móveis que podem preencher o espaço de uma casa a personagens animados, esses elementos são representações matemáticas de superfícies tridimensionais. DESENHOS VETORIAIS Vetorizar uma imagem, de acordo com Ribeiro (2020), é uma forma de transformar seus pixels em curvas, linhas e pontos, fazendo com que haja a possibilidade de editar seus elementos separadamente e sem perda de resolução. Em um trabalho com vetores, é possível editar, rotacionar, recolorir, entre outras mudanças, de maneira mais rápida e fácil. Um vetor geralmente é aplicado em formas simples, como logotipos, mas também pode ser visto em uma técnica muito específica de ilustração, que os usa como base. SAIBA MAIS O desenho vetorial utiliza essas mesmas curvas, linhas e pontos para representar imagens com o auxílio de computação gráfica. Cada um desses elementos possui posição definida na tela de trabalho, e a cada um deles podem ser atribuídas características como cor, forma, espessura e preenchimento. Estas propriedades não aumentam o tamanho dos arquivos de desenho vetorial de maneira substancial, uma vez que todas as informações residem na estrutura do documento, que apenas descreve como o vetor deve ser desenhado. Desenhos vetoriais são altamente baseados em fórmulas matemáticas e formas básicas, como retângulos, círculos e demais polígonos, criando uma espécie de malha. Os arquivos vetoriais são geralmente leves e de fácil manuseio quando se precisa de alguma alteração, pois há a possibilidade de isolar cada objeto, ponto ou linha, e tratá-los individualmente. Na prática, uma imagem vetorizada é muito diferente de uma imagem comum nos formatos .PNG e .JPG, por exemplo. Essas imagens, se ampliadas, têm sua qualidade comprometida, além de não serem recomendadas para certos tipos de trabalho e aplicações. Os desenhos vetoriais são criados em softwares específicos, como o CorelDraw e o Adobe Illustrator, sendo salvos em formatos específicos de cada programa, .CDR ou .AI, respectivamente. Um modo de contornar essa incompatibilidade de formato de vetores com imagens comuns é utilizar os formatos .SVG e .EPS, que possuem as mesmas características e são suportados por diferentes softwares, garantindo a integridade do desenho. A criação de um vetor pode ser feita do zero, por meio do desenho de linhas, formas, cores e mesmo texto. Para que seja um vetor real, o texto precisa passar por um processo chamado de transformação em curvas, onde deixa de ser editável para ganhar as características de transformação de vetor, tornando-se, de fato, um desenho daquelas letras. A vetorização de uma foto também pode ser feita, no entanto, como os vetores trabalham com formas simples, muito da foto original será perdido. O resultado pode servir a um propósito específico. PRINCIPAIS CUIDADOS NA VETORIZAÇÃO DE IMAGENS É preciso garantir a compatibilidade de arquivos e efeitos aplicados, como sombras. Atenção para o formato em que o arquivo é salvo! Imagens muito pequenas, quando vetorizadas, costumam perder ainda mais a definição. Vetores são extremamente indicados para logotipos e elementos de marca, por sua natureza gráfica baseada em formas simples e a necessidade de aplicação em diferentes mídias e formatos. Diferentemente das imagens do tipo bitmap, os vetores não se “destroem” com a edição. É sempre possível alterar cada um dos seus pontos, resultando em um controle de produção muito superior. PRINCIPAIS FORMATOS DE IMAGENS VETORIAIS SVG O padrão para gráficos vetoriais, recomendado pela W3C. CDR Formato proprietário do CorelDraw. AI Formato proprietário do Adobe Illustrator. WMF Formato de meta arquivo do Windows, é o que mais apresenta problemas de compatibilidade. EPS Encapsulated PostScript é um formato também criado pela Adobe, mas que pode ser utilizado por outros programas e que consegue conter informações vetoriais e de imagens comuns no mesmo arquivo. Atenção! Para visualização completa da tabelautilize a rolagem horizontal Dentro dos formatos de desenhos vetoriais, existe também o Gradient Mesh. É a partir dele que se pode fazer desenhos vetoriais de alta qualidade e até mesmo artes ultrarrealistas. Um dos principais expoentes deste formato de ilustração é o artista plástico Yukio Miyamoto. CURVAS DE BÉZIER Uma curva de Bézier , como o próprio nome diz, é uma curva polinomial expressa como a interpolação linear entre alguns pontos representativos, chamados de pontos de controle. Cada linha descrita em um desenho vetorial possui nós, e cada nó possui alças para manipular o segmento de reta ligado a ele, criando assim curvas, que por sua vez dão origem a formas que podem ser manipuladas para terem o formato desejado pelo ilustrador. Essas curvas são utilizadas, principalmente, para manipulação dos pontos de um desenho vetorial, sendo uma ferramenta primordial. CURVA DE BÉZIER A curva de Bézier foi desenvolvida em 1962 e seu nome é uma homenagem ao francês Pierre Bézier, funcionário da Renault, que a usou para o design de automóveis e foi o primeiro a publicar um trabalho sobre o assunto. Ela foi estruturada a partir do algoritmo de Paul de Casteljau, da Citroën, em 1957, e foi formalizada na década de 60. Curvas de Bézier. Fonte: Bézier/Wikimedia commons/Domínio Público javascript:void(0) EFEITOS E FILTROS EM SOFTWARES GRÁFICOS DE EDIÇÃO DE IMAGENS Utilizando-se de programas de computador, o ilustrador tem em mãos ferramentas poderosíssimas de composição digital e edição de imagens. Sendo o software mais utilizado, as funções presentes no Photoshop servem de modelo para os concorrentes, que as replicam de uma forma ou outra. Essas ferramentas se dividem entre brushes (pincéis), borrachas, layers (camadas) e filtros e edição. Ao combinar essas funções, o poder de trabalho e os resultados possíveis são virtualmente ilimitados, além de darem a liberdade criativa e de alteração de elementos que no papel é inexistente ou nula, dependendo da técnica. OS BRUSHES SÃO OS EQUIVALENTES AOS PINCÉIS, E SUA FUNÇÃO É JUSTAMENTE EMULAR, NO MEIO DIGITAL, O EFEITO QUE A PASSADA DE UM PINCEL REAL TEM NO PAPEL. EXISTE UMA INFINIDADE DE BRUSHES, QUE PODEM SER BAIXADOS E INCORPORADOS AO PHOTOSHOP, COM OPÇÕES GRATUITAS E ATÉ PAGAS. ASSIM COMO NA ILUSTRAÇÃO MANUAL, EXISTEM TAMBÉM FORMAS DIFERENTES DE UTILIZAR ESSAS FERRAMENTAS, E O RESULTADO VAI DEPENDER MUITO MAIS DA CRIATIVIDADE E DO CONHECIMENTO DO ARTISTA DO QUE DE SEU ARSENAL DE SOFTWARES. COMENTÁRIO Talvez a maior vantagem da ilustração digital seja a possibilidade de utilizar layers – as camadas –, podendo trabalhar individualmente com cada elemento da arte em qualquer momento da produção. As camadas separam os elementos da ilustração da forma que o artista preferir, facilitando seu manuseio, sua reutilização e sua alteração. Podemos desenhar o tampo de uma mesa, por exemplo, em uma camada, um dos pés em outra, e assim sucessivamente. Diferentes camadas não interferem umas nas outras, e a composição final da ilustração pode ser visualizada em conjunto. É possível criar camadas para sombras, iluminação, cores, tonalidades, personagens e objetos, depende apenas da necessidade do ilustrador e da arte. Os filtros de edição, por fim, são efeitos pré-programados no Photoshop e em outros softwares. São mais utilizados na edição de fotos, mas também possuem um bom uso na ilustração digital. Podemos citar como exemplos as ferramentas de desfoque, transformação, distorção, texturas, edição de cores e saturação, níveis de iluminação, dentre tantas outras. MERCADO PARA ILUSTRADORES DIGITAIS O primeiro passo para adentar o mercado de ilustração digital é a capacitação, o investimento em cursos e estudos teóricos e práticos. Com apenas um computador, ou até mesmo com um smartphone, já é possível ter contato com os conceitos mais básicos e criar as primeiras ilustrações. Há bastante material produzido por profissionais experientes da área disponível em sites como o YouTube. A prática constante e construção de portfólio são bases presentes em diversas áreas, e na arte não seria diferente. Um bom portfólio, mesmo que construído apenas com projetos amadores e conceituais, serve para demonstrar suas habilidades técnicas e visão artística, além de ser uma poderosa ferramenta de networking e causar uma ótima primeira impressão nas empresas. No Brasil, o mercado está em expansão, com boas projeções para o segmento. Podemos citar o mercado de jogos, principal expoente e contratante de ilustradores digitais, que cresce cada vez mais. Empresas desenvolvedoras brasileiras de jogos, tanto de consoles quanto para smartphones, investem na ilustração digital como ferramenta de identificação e construção de marca de seus produtos. Essas empresas necessitam de uma imagem única e distinta de seus concorrentes, e isso faz com que os profissionais de ilustração digital sejam muito procurados. A ILUSTRAÇÃO EM HISTÓRIAS EM QUADRINHOS É OUTRA ÁREA EM ASCENSÃO ATUALMENTE, DANDO CADA VEZ MAIS DESTAQUE A ILUSTRADORES E ROTEIRISTAS. O profissional que trabalha com pinturas digitais também pode atuar no mercado cinematográfico. Esse segmento tem diversas alternativas, como a criação de storyboards. O desenvolvimento de animações apresenta demanda cada vez maior. Existem as animações tradicionais que são elaboradas quadro a quadro e que exigem conhecimento maior por parte do profissional. O estilo de animação stop motion faz uso de bonecos posicionados para serem fotografados em cada ação. As animações 3D e motion graphics também são muito utilizadas atualmente. Estas exigem menos conhecimento sobre ilustração e mais entendimento de gráficos e modelagem 3D. MODAL O artista cria os personagens e os cenários utilizados na animação. Se você pensa que acabou, está enganado! O artista que trabalha com pintura digital ainda pode atuar na área de edição de efeitos especiais para o cinema. Essa etapa geralmente é realizada javascript:void(0) por uma equipe especializada em inserir as artes criadas nas cenas para garantir que tudo fique bem encaixado e fluido. VERIFICANDO O APRENDIZADO MÓDULO 3 Definir os conceitos de rough, sketch e rendering e seu propósito na criação de ilustrações ROUGH E SKETCH ROUGH O rough, ou rafe, como é chamado em português, é o termo que denomina os primeiros rascunhos de uma ilustração ou layout. Elaborado como parte do processo criativo do design, serve como uma etapa de teste e validação de ideias. Por ser somente um rascunho, mais possibilidades podem ser testadas antes de serem de fato escolhidas para a composição da ilustração. Um mesmo projeto pode ter diversos roughs, que variam entre e si. O rough final, desde a pré- produção digital até a renderização, costuma ser uma amálgama das melhores ideias, de uma forma que fará sentido na arte. No processo criativo, a primeira etapa é a elaboração de um briefing, que é seguida por um brainstorm. Uma vez escolhida a ideia que será executada, o designer parte para a etapa de elaboração do rough. Ele fará um esboço inicial para que seja possível entender visualmente qual será o resultado. ATENÇÃO O rough é muito mais do que um esboço. Ter um desenho que exprima as ideias básicas da criação significa melhor orientação e alinhamento dos profissionais que vão ilustrá-las ou finalizá- las. É importante ter isso mente considerando que, em uma cadeia de produção de agências de publicidade, há mais de um profissional envolvido no processo. O rough não se trata de um desenho elaborado e detalhado da sua criação e, portanto, não envolve técnicas detalhadas de ilustração. É claro, quanto mais minucioso, melhor. Mas há um limite para isso, afinal, tempo e esforço devem ser empenhados na execução final. DICA É recomendável sempre passar por um processo de rough primeiro. O que pode parecer um desperdício de tempo, em um primeiro momento, depois se revela um poupador de esforço e trabalho nas etapas finais. Quando trabalhamoscom o auxílio do rough, fica muito mais fácil e prático executar nossas ideias. Existem diversos tipos de roughs, desde os mais simples até ilustrações mais complexas, e não há uma regra geral para produzi-los. Um bom rafe é aquele que consegue passar a ideia em sua essência. Utilizando um rough como base, fica muito mais rápido e prático produzir a arte final no computador, uma vez que o posicionamento dos principais elementos já está especificado e há uma direção de arte para orientar que tipo de foto, imagem e composição utilizar. SKETCH Também chamado de esquete, um sketch é o termo que define um rascunho mais elaborado a partir do rough, uma espécie de meio-termo entre este e a arte final. As etapas de rough e sketch se aplicam tanto a ilustrações manuais quanto a digitais, variando os materiais utilizados e sua forma de apresentação. SKETCH Um esboço, ou sketch (palavra inglesa que deriva primordialmente do grego σχέδιος – schedios, que significa “temporário”), é qualquer obra em estado inicial que se encontre inacabada porque ainda possui pouca informação. O objetivo principal desta etapa da ilustração é aproximar o desenho e as ideias iniciais do conceito e da versão final da ilustração. Ainda é desprovido de detalhes, mas os elementos mais essenciais já começam a tomar forma. A exceção é quando o sketch é feito como base para uma ilustração vetorial, neste caso, ele já contém o máximo de detalhes possível. Sketchs são muito utilizados por designers, web designers, arquitetos (na forma do croqui, um esboço mais elaborado, colorido e detalhado), designers de moda, ilustradores, modeladores, animadores e qualquer profissional que precise representar visualmente uma ideia. Não é necessário seguir o sketch ao pé da letra. É possível incluir ou retirar elementos, mudar a posição ou aumentar a quantidade de fotos utilizadas, conforme a ilustração vai ganhando forma. O sketch é apenas um modelo que deve servir como guia e não como empecilho para o projeto. O sketchbook é um caderno específico muito comum entre artistas, feito para esboços rápidos e anotações. Costuma ser leve, pequeno e com folhas sem pauta. O caderno pode ser comprado encadernado ou pode compreender folhas soltas de esboços montados ou ligados entre si. COMENTÁRIO Os sketchbooks de Leonardo da Vinci e Edgar Degas se tornaram objetos de arte por direito próprio, com muitas páginas que mostram estudos acabados, bem como esboços. javascript:void(0) FINALIZAÇÃO DIGITAL E RENDERIZAÇÃO Renderização é o processo pelo qual se obtém o produto de um processamento digital qualquer. Esse processo é aplicado essencialmente em programas de modelagem 2D e 3D, edição de áudio e vídeo, e se resume em transformar um ou mais arquivos em um único resultado, compilando cortes, configurações e ajustes feitos nos programas de edição. O termo rendering refere-se ao processo que permite obter imagens digitais resultantes de modelos tridimensionais, por meio de softwares específicos. Essas imagens visam simular ambientes de forma realista, materiais, luzes, bem como objetos de um projeto e de um modelo 3D. Pode ainda ser usado como sinônimo de “exportar”, que é o ato de salvar a imagem, vídeo ou áudio em um formato comum de visualização, que não dependa de um programa de edição. Um dos seus significados literais é “acabamento”. O processo de renderização costuma exigir muito do hardware, fazendo que o tempo demandado pelo processo varie de equipamento para equipamento e de objetivo para objetivo – geralmente, a renderização de um vídeo é muito mais demorada do que a de uma imagem para redes sociais. HARDWARE Equipamento físico de um computador. DICA Como exemplos de softwares que utilizam a renderização como parte crucial da definição da qualidade da composição e edição, podemos citar o Adobe Premiere e After Effects, Final Cut (para vídeo), ProTools, Audacity e Audition (para áudio), Cinema4D (para modelagens em 3 dimensões) e, claro, Adobe Photoshop (imagens). Estes softwares utilizam o que chamamos de motores de renderização específicos para garantir maior fidelidade ao arquivo de edição e uma execução fluida e otimizada do resultado, não só no equipamento em que foi gerado. TIPOS DE RENDERIZAÇÃO Existem dois tipos principais de rendering. A diferença está na velocidade com que as imagens são calculadas e finalizadas. Rendering Real Time A renderização em tempo real é utilizada, principalmente, em jogos e gráficos interativos, devido à necessidade de calcular imagens a partir de informações 3D com um ritmo muito rápido, apresentando os resultados para o usuário de maneira quase instantânea. Há um hardware gráfico dedicado para garantir o processamento rápido das imagens – as chamadas unidades de processamento gráfico, ou GPU. javascript:void(0) A grande maioria dos jogos e softwares de edição e modelagem de imagens que utilizam este tipo de renderização utilizam a GPU do computador para armazenar e processar as imagens, melhorando assim a velocidade na montagem dos ambientes 3D planejados pelo usuário. Geralmente, softwares de edição 3D apresentam opções para renderização em tempo real, diminuindo a qualidade das cenas para visualização prévia do projeto sem que haja necessidade de renderizar o conteúdo toda hora. Esse procedimento também exige muito do computador, especialmente do processador, das memórias e da placa gráfica dedicada. Rendering Offline A renderização offline é usada em situações em que a necessidade de velocidade de processamento é menor. Os efeitos funcionam onde a complexidade visual e o fotorrealismo estão em um nível muito alto. Não há imprevisibilidade, ao contrário da renderização em tempo real. A renderização offline é utilizada quando não é necessário ou possível visualizar o projeto em tempo real. Isso acontece pela excessiva quantidade e complexidade dos cálculos que o computador precisa executar para exibir os resultados corretamente. Nesses casos, é a CPU que realiza a renderização, com o auxílio da memória e da placa gráfica. Projetos de animação 3D, plantas de arquitetura e edição de áudio e vídeo são alguns exemplos onde o uso da renderização offline é maior, pois os efeitos visuais são mais complexos e exigem mais do conjunto hardware / software. Em alguns casos, uma pré-renderização é executada antes que o processo de renderização principal seja feito. Nesse método, um esboço em baixa resolução é montado para alinhar os elementos, utilizando-se vídeos, áudio e transições já definidas. Gradualmente, os modelos e os contornos são aprimorados até que todos os elementos estejam alinhados corretamente e prontos para renderização final. ARTE-FINALIZAÇÃO A arte-final é a última fase do processo criativo. Ela nada mais é do que a revisão e finalização, com um olhar totalmente técnico, das ilustrações preparadas, adequando-as para o processo de distribuição digital e impressão. SAIBA MAIS A arte-finalização também é chamada de fechamento de arquivos. Nesse processo, o arte- finalista precisa tanto garantir que a arte criada seja impressa com conformidade e fidelidade quanto adequar o arquivo a certos itens, como formato, perfil de cor, margem de segurança e sangria, e o que mais for necessário para que a impressão corrobore todo o trabalho feito até então e esteja em conformidade com a visualização digital da arte. O arte-finalista é o profissional que faz a arte-final. Geralmente, ele precisa ter o domínio de softwares, como Adobe Photoshop, Adobe Illustrator e CorelDraw, conhecer os processos de impressão e saber preparar os arquivos adequadamente sem perder qualidade. É um campo onde a margem de erro deve ser nula, seja por parte do arte-finalista seja do diretor de arte, caso contrário pode causar um prejuízo enorme, em razão da necessidade de reimprimir todos os arquivos. VERIFICANDO O APRENDIZADO CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste tema, conhecemos o conceito de ilustração e as principais técnicasà mão livre e digitais. Aprendemos sobre a sua criação, passando por seu processo de evolução enquanto arte até chegar à sua utilização profissional, como forma de complementar um texto ou determinado contexto. Verificamos a importância e o processo de vetorização de uma ilustração e sua utilização prática, aprendemos sobre o processo criativo, do briefing à arte-finalização, e conhecemos algumas das ferramentas mais utilizadas para garantir a fidelidade da arte digital final à visão artística de seu criador. PODCAST AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS CAMARGO, L. A relação entre imagem e texto na ilustração de poesia infantil. Unicamp, 2020. DICIONÁRIO MICHAELIS ONLINE. Ilustração. In: Michaelis, 2020. Consultado em meio eletrônico em: 27 out. 2020. DIGOLO, O.; MAZRUI, E. C. O. Art and Design: for Forms 1 and 2. Nairobi: East African Educational Publishers, 2008. ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL. Aglutinante São Paulo: Itaú Cultural, 2020. In: Itaú cultural. Consultado em meio eletrônico em: 27 out. 2020. RIBEIRO, R. O que são vetores e como vetorizar uma imagem. In: Rock Content. Consultado em meio eletrônico em: 27 out. 2020. EXPLORE+ Para aprender um pouco mais sobre o assunto deste tema: Assista ao vídeo “To be Alone - Speedart Photoshop (Digital Painting)”, no Youtube, e veja o processo de ilustração digital utilizando o software Adobe Photoshop. Assista ao vídeo “O sabor e o aroma das cores”, no Youtube, e saiba mais sobre a Teoria das Cores com o designer Marcelo Kimura. CONTEUDISTA Lucas Scárdua Andrade CURRÍCULO LATTES javascript:void(0);
Compartilhar