inviabilidade do me´todo nestes casos. Executamos a contagem em aproximadamente 1 minuto. Dois alunos tambe´m fizeram a contagem e, apo´s confereˆncia, obtivemos o resultado correto, que serviu para ana´lise das outras soluc¸o˜es. Segunda soluc¸a˜o Pensando no problema de se contar na ordem de 100 alunos, um estudante sugeriu que se fizesse apenas a contagem das carteiras vazias e em seguida uma subtrac¸a˜o com relac¸a˜o ao nu´mero total de carteiras na sala. A soluc¸a˜o tambe´m e´ muito simples e funciona perfeitamente bem, mas exige um conhecimento pre´vio: deve-se saber antecipadamente o total de carteiras na sala. Esta maneira de contar e´ cada vez melhor quanto maior for o nu´mero de presentes, pois o nu´mero de carteiras vazias e´ menor do que o das ocupadas. Por outro lado, se a sala estiver com pouca gente, o me´todo anterior e´ mais eficiente. Os alunos observaram tambe´m que a soluc¸a˜o na˜o se aplica para os casos de con- tagem de presentes a um comı´cio numa prac¸a pu´blica, pois na˜o ha´ carteiras na rua. Terceira soluc¸a˜o Para resolver o problema do comı´cio, outro estudante sugeriu que se fizesse uma estimativa baseada na metragem total da prac¸a, multiplicada pelo nu´mero estimado de pessoas por metro quadrado. Soluc¸a˜o elegante, na pra´tica e´ o que a organizac¸a˜o do comı´cio e a pol´ıcia usam. Mas deve-se saber de antema˜o a metragem da prac¸a e estimar a taxa de pessoas por metro quadrado. O me´todo e´ ta˜o bom quanto melhor for a estimativa. Tambe´m e´ melhor se a populac¸a˜o estiver uniformemente distribu´ıda. Concluiu-se que e´ um bom me´todo, mas que na˜o e´ preciso. Isto e´, a chance do nu´mero estimado ser exatamente o nu´mero de presentes e´ baixa. Os me´todos anteriores sa˜o exatos, isto e´, nos da˜o o nu´mero correto de presentes. Este me´todo tambe´m serve razoavelmente bem para o nu´mero de alunos na sala de aula. De fato, nesta aula, o professor conseguiu o nu´mero com aproximac¸a˜o 80% correta. A questa˜o que restou e´ se o erro de 20% e´ aceita´vel ou na˜o. Isto depende do motivo pelo qual se quer contar os alunos na sala. Quarta soluc¸a˜o Para resolver o problema da precisa˜o, outro estudante sugeriu o uso de roletas. 2.1. CONTANDO O NU´MERO DE PRESENTES EM UM EVENTO 11 Efetivamente e´ esta a soluc¸a˜o para contar torcedores no esta´dio ou presentes em um show de rock. Mas tambe´m foi considerado que a soluc¸a˜o exige uma ou mais catracas, uma barreira para ningue´m entrar sem passar pela roleta e etc, para se garantir a exatida˜o do resultado. No caso do comı´cio na˜o seria via´vel. No caso da sala de aula foi constatado que na˜o havia roletas e portanto o me´todo na˜o se aplicava. Quinta soluc¸a˜o Mais uma vez outro estudante apresentou uma boa alternativa: contar o nu´mero de filas de carteiras e, dado que todas tenham o mesmo nu´mero de estudantes, enta˜o bastaria uma simples multiplicac¸a˜o para a determinac¸a˜o do nu´mero correto. De fato esta soluc¸a˜o funciona perfeitamente bem em lugares como por exemplo o exe´rcito. As filas sa˜o rapidamente arrumadas com, digamos, 10 soldados em cada fila, sabendo-se o nu´mero de filas basta multiplicar por 10, eventualmente tendo-se que contar o nu´mero de pessoas em uma fila que na˜o tenha completado 10. Infelizmente as carteiras estavam bagunc¸adas na nossa sala e este ca´lculo na˜o pode ser feito. Tambe´m ficaria estranho o professor colocar todos os alunos em filas. Foi tambe´m observado que o me´todo fornece a soluc¸a˜o exata para o problema. Sexta soluc¸a˜o Nova sugesta˜o de outro aluno: cada estudante no in´ıcio de cada fila conta o nu´mero de alunos da sua fila, tomando o cuidado de contar a si pro´prio tambe´m. Depois soma-se todas as contagens de todos os primeiros de fila. Soluc¸a˜o muito boa. Na verdade e´ a versa˜o em paralelo da primeira soluc¸a˜o. Distribuindo-se a tarefa, cada primeiro de fila tem entre 10 e 15 alunos para con- tar em sua fila. Se a soma foi correta o nu´mero obtido ao final do processo e´ exato. No caso daquela aula os estudantes realizaram a operac¸a˜o em poucos segundos, mais algum tempo para as somas (isto demorou mais. . . ). Mas o resultado foi exato. A soluc¸a˜o na˜o exige conhecimento pre´vio, na˜o exige equipamento adicional e e´ razoavelmente escala´vel, isto e´, funciona para salas de tamanhos diferentes. Se´tima soluc¸a˜o Para finalizar, o professor apresentou a soluc¸a˜o seguinte: todos os estudantes se le- vantam e se atribuem o nu´mero 1. Em seguida os alunos se organizam em pares. Em cada par, primeiro e´ somado o nu´mero de cada um dos dois, um deles guarda este nu´mero e permanece de pe´, o outro deve se sentar. Os que ficaram em pe´ repetem este processo ate´ que so´ exista um u´nico aluno em pe´. Ele tem o nu´mero exato de estudantes na sala. Como se divide a sala em pares, apo´s a primeira rodada metade da sala deve ter o nu´mero 2 e a outra metade esta´ sentada, considerando que a sala tem o nu´mero de alunos par. Se for ı´mpar um deles tera´ ainda o nu´mero 1. Apo´s a segunda rodada um quarto dos alunos devera´ ter o nu´mero 4 e treˆs quartos estara˜o sentados, eventualmente um deles tera´ um nu´mero ı´mpar. E´ fa´cil perceber que o resultado sai em tempo 12 CAPI´TULO 2. SOBRE PROBLEMAS E SOLUC¸O˜ES proporcional ao logaritmo do nu´mero total de alunos, o que e´ bem ra´pido. De fato, para mil pessoas o processo termina em 10 passos e para um milha˜o de pessoas termina em 20 passos. Parece um bom algoritmo, ele da´ resultado exato, na˜o exige conhecimento pre´vio, e´ escala´vel, isto e´, funciona muito bem para um grande nu´mero de pessoas, mas exige organizac¸a˜o dos presentes. Infelizmente aquela turma na˜o se organizou direito e o resultado veio com um erro de 40%. . . Mas apo´s duas rodadas de treinamento, na terceira conseguimos obter o resultado correto. 2.2 Trocando os quatro pneus Todo mundo sabe trocar pneus, embora na˜o goste. O processo que um cidada˜o comum executa e´ muito simples: levanta o carro com o macaco, tira todos os quatro parafusos da roda com o pneu furado, tira a roda do eixo, coloca a roda com o pneu novo no eixo, em seguida aperta os quatro parafusos. Finalmente, baixa o carro e esta´ pronto. Nos anos 1980, um famoso piloto de fo´rmula 1 imaginou que poderia ser campea˜o do mundo se pudesse usar um composto de pneu mais mole e com isto ganhar preciosos segundos com relac¸a˜o aos seus concorrentes. O problema e´ que estes compostos mais moles se deterioram rapidamente exigindo a troca dos quatro pneus no meio da corrida. O tal piloto, apo´s alguns ca´lculos, concluiu que se levasse menos de 8 segundos para trocar os quatro pneus, valeria a pena aplicar este me´todo. Obviamente a soluc¸a˜o caseira na˜o serve. O me´todo descrito acima custa em geral 20 minutos por pneu, com um pouco de pra´tica 10 minutos. Com muita pra´tica 2 ou 3 minutos. Para trocar os quatro pneus, 8 a 12 minutos. Da´ı o problema: Como trocar os quatro pneus de um carro em menos de 8 segun- dos? Um dos grandes custos de tempo e´ ter que trocar o macaco para cada roda: usamos um macaco hidra´ulico, destes de loja de pneus, e levantamos o carro todo de uma so´ vez. Mas, para cada roda, temos 4 parafusos, isto e´, 16 no total, ou melhor, 32, pois tem que tirar e depois recolocar: usa-se uma aparafusadeira ele´trica para amenizar o problema, mas ainda na˜o e´ suficiente. Se a roda tiver um u´nico parafuso a economia de tempo e´ maior ainda. Mas ainda estamos na casa dos minutos, e o tempo total deve ser menor que 8 segundos. Desistimos do campeonato? Com 4 pessoas, cada uma troca uma roda, divide-se o tempo por 4. Opa! Ja´ estamos abaixo de 1 minuto. Se tiver ainda a possibilidade de 3 pessoas por roda: um tira o parafuso, outro tira a roda velha, um terceiro coloca a roda nova e o primeiro aperta o parafuso. Mais 2 mecaˆnicos para levantar e baixar o carro todo de uma vez e esta´