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Epidemiologia: Distribuição e Causalidade das Doenças

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EPIDEMIOLOGIA 
A epidemiologia tem como princípio básico o
entendimento de que os eventos
relacionados à saúde (como doenças, seus
determinantes e o uso de serviços de saúde) não se
distribuem ao acaso entre as pessoas. Há grupos
populacionais que apresentam mais casos de certo
agravo, e há outros que morrem mais por
determinada doença. Tais diferenças ocorrem
porque os fatores que influenciam o estado de saúde
das pessoas não se distribuem igualmente na
população, portanto, acometem mais alguns grupos
do que outros. 
Em síntese, pode-se afirmar que a distribuição das
doenças na população é influenciada pelos aspectos
biológicos dos indivíduos, pelos aspectos
socioculturais e econômicos de sua comunidade e
pelos aspectos ambientais do seu entorno, fazendo
com que o processo saúde-doença se manifeste de
forma diferenciada entre as populações.
Analisando-se a evolução da epidemiologia ao longo
dos anos, pode-se observar que os conceitos
descritos acima, e que já estão tão bem consolidados
dentro do campo científico, precisaram ser
reformulados à medida que as descobertas científicas
avançavam no campo da saúde, principalmente no
que se refere ao processo saúde-doença.
Surgimento da Epidemiologia:
 A obra de Hipócrates já traz uma base de
epidemiologia caracterizada pela valorização da
observação empírica, como o demonstram os
casos clínicos nela registrados, reveladores de
uma visão epidemiológica do problema de
saúde–enfermidade. Essas observações não se
limitavam ao paciente em si, mas a seu
ambiente. O texto conhecido como "Ares, águas,
lugares" discute os fatores ambientais ligados à
doença, defendendo um conceito ecológico de
saúde–enfermidade.
No século XIX nasce a epidemiologia, baseada no
estudo pioneiro do cólera em Londres, feito pelo
médico inglês John Snow (1813–1858), e que se
enquadrava num contexto de "contabilidade da
doença". Se a saúde do corpo individual podia ser
expressa por números – os sinais vitais –, o mesmo
deveria acontecer com a saúde do corpo social: ela
teria seus indicadores, resultado desse olhar
contábil sobre a população e expresso em uma
ciência que então começava a emergir, a estatística
Embora não se tenha certeza de quando e quem
foi o primeiro a definir a epidemiologia, sabemos
que a história dessa ciência acompanha a historia
da medicina, especialmente da medicina
preventiva. Por isso, considera-se que Hipócrates
lançou as principais bases dos estudos
epidemiológicos. Hipócrates (460 a.C - 377 a.C),
considerado o pai da medicina científica, foi o
primeiro a sugerir que as causas das doenças não
eram intrínsecas à pessoa nem aos desígnios
divinos, mas que estava relacionada a
características ambientais. Embora as causas
relatadas por Hipócrates tenham sido superadas,
reconhecemos que ele lançou as bases para a
procura da causalidade das doenças e agravos à
saúde, norte principal da epidemiologia até hoje,
Muitos dos dados clínicos coletados nas consultas no
Centro de Saúde e nos hospitais da rede do SUS são
consolidados em nível central (do município ou do
estado) e encaminhados ao Datasus (Figura 1). No caso
das internações, como estudamos anteriormente,
podemos obter os dados na página da internet,
selecionando o SIH/SUS. Os dados de inquéritos
populacionais servirão de base para os estudos
epidemiológicos. Aplicando bons métodos e desenhos
epidemiológicos, trabalhando com dados de qualidade
e, principalmente, analisando a complexidade dos
resultados, poderemos oferecer bases para o
conhecimento da saúde da coletividade, bem como a
identificação de necessidades de intervenção ou ações
coletivas.
Entre as utilidades mais citadas da epidemiologia, estão:
 Analisar a situação de saúde; identificar perfis e fatores de risco; proceder à avaliação epidemiológica de
serviços; entender a causalidade dos agravos à saúde; descrever o espectro clínico das doenças e sua história
natural; avaliar o quanto os serviços de saúde respondem aos problemas e às necessidades das populações; 
 testar a eficácia, a efetividade e o impacto de estratégias de intervenção, bem como a qualidade, acesso e
disponibilidade dos serviços de saúde para controlar, prevenir e tratar os agravos de saúde na comunidade; 
 identificar fatores de risco de uma doença e grupos de indivíduos que apresentam maior risco de serem
atingidos por determinado agravo; definir os modos de transmissão; identificar e explicar os padrões de
distribuição geográfica das doenças; estabelecer os métodos e estratégias de controle dos agravos à saúde; 
 estabelecer medidas preventivas; auxiliar o planejamento e desenvolvimento dos serviços de saúde; gerar
dados para a administração e avaliação de serviços de saúde; estabelecer critérios para a Vigilância em Saúde.

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