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SÍNDROME CORONARIANA AGUDA CASO CLÍNICO R.S.O., sexo masculino, 56 anos, hipertenso, dislipidêmico, obeso, tabagista e sedentário, com histórico familiar materno de AVE aos 60 anos. Dá entrada na UBS, acompanhado do seu agente comunitário, relatando que estava em seu trabalho há 2 horas, após ter sofrido um assalto, iniciou quadro de dor precordial súbita, tipo pontada, intensidade 8/10, irradiação para MSE e mandíbula, piora aos esforços, acompanhada de dispnéia, náusea e sudorese. M - PA MSD 156x102 mmHg e PA MSE 154x100 mmHg, FC 112 bpm, FR 24 irpm, Sat O2 89%, glicemia capilar 102 mg/dL *Por que medir PA em ambos membros? Se houver grande diferença de PA (> 30 mmHg) entre os membros e dor torácica tipo rasgando pode ser diagnóstico de dissecção de aorta (abertura da aorta por fraqueza dos folhetos) O - Necessidade de suplementação de O2 para manter Sat > 90 a 94% V - Punção de 2 acessos venosos periféricos de jelco 18 E - coração com BRNF em 2 tempos sem sopros audíveis. Pulmão com MVP bilateralmente com estertores crepitantes em bases. Extremidades sem edema, perfusão de 1s. ECG: Presença de supra de ST Diagnóstico: Síndrome Coronariana Aguda ● Pessoa com fatores de risco: sem fator de risco, não há SCA ● Dor torácica típica ou atípica ● Eletro - classificação FATORES DE RISCO ● HAS ● Tabagismo ● DM ou Pré-DM (resistência insulínica) ● Obesidade ● Dislipidemia: colesterol total > 190 mg/dL e/ou LDL > 115 mg/dL e/ou HDL < 40 mg/dL nos homens ou < 46 mg/dL nas mulheres; triglicerídeos > 150 mg/dL ● Sedentarismo ● História familiar de DCV em familiares de primeiro grau, Homens SCA/AVE < 55 anos; mulheres SCA/AVE < 65 anos ● Idade: homens > 55 anos, mulheres > 65 anos. ● Estresse e depressão DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO Com a suspeita clínica de SCA detectada, o médico deve realizar a avaliação, diagnóstico, classificação e conduta dentro dos primeiros 10 minutos. O principal sintoma da SCA é a dor torácica e é necessário caracterizá-la melhor durante a avaliação inicial, permitindo aproximar ou afastar a hipótese diagnóstica dentre os diagnósticos diferenciais. Além disso, é importante que o profissional se atente para alguns sinais de alerta de instabilidade, como: - Instabilidade hemodinâmica; - PAS < 90 mmHg - ICC aguda - Rebaixamento do nível de consciência - Sinais de choque Dessa forma, conclui-se que o diagnóstico de SCA é clínico, sendo de extrema importância a avaliação de todos os eixos do ECG para classificação do tipo e definição da parede cardíaca acometida, bem como da artéria afetada. DOR TORÁCICA Dor típica: dor precordial em aperto, grande intensidade, irradiada para membro superior esquerdo (ou direito), mandíbula, costas, acompanhada de sudorese, náusea e vômito. Desconforto ou dor retroesternal, desencadeada pelo exercício ou estresse emocional e é aliviada com o repouso ou uso de nitroglicerina. É prolongada (20 a 30 minutos), de forte intensidade. Pode ser acompanhada de palidez cutânea, sudorese, dispnéia, náusea e vômito. Dor atípica: diabéticos (neuropatas) e idosos → sente epigastralgia, peso na região do estômago, intensidade baixa. Dor leve a moderada, com sensação de empachamento. Pode apresentar-se com dispnéia, síncope, fadiga, náusea ou confusão. EXAME FÍSICO A Síndrome Coronariana Aguda é localizada nos ventrículos, não afeta átrios: VE: se grandemente necrosado deixa de ejetar sangue para o corpo (hipotensão), gerando congestão pulmonar, se pouco necrosado pode tentar compensar, podendo ficar hipertenso e taquicárdico por conta da dor. VD: não vai quantidade adequada de sangue para pequena circulação e lado E do coração. O pulmão não vai estar encharcado, pois não chega sangue nele. Vai ter estase jugular (principalmente a 45o) já que haverá congestão do AD, das cavas e portanto das jugulares. Fará taquicardia para compensar a hipotensão. Portanto, o exame físico: ● Pode ser normal ● Hipertensão ou hipotensão ● Taquicardia ou bradicardia (lesão no nó sinusal) ● Sinais de alerta/instabilidade: PAS < 90 mmHg, ICC aguda, sinais de choque, rebaixamento do nível de consciência. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Todo paciente com queixa de dor torácica precisa levar-se em consideração a suspeita de SCA, entretanto é necessário descartar outras hipóteses diagnósticas também. ● Dissecção da aorta: pode ter pulsos assimétricos. PA sistólica diferente em 30 mmHg nos membros, NÃO PODE MEDICAR COM AAS. ● Embolia pulmonar: o sintoma mais forte é a dispneia. O paciente apresenta dispneia, taquipnéia e cianose. ● Miocardiopatia hipertrófica: presença de 4a bulha e sopro sistólico. ECG mostra hipertrofia ventricular esquerda, com ou sem alteração de ST. ● Angina estável ● Pericardite: pode ter febre, ausculta "ranger" nos folhetos (atrito pericárdico → sinal patognomônico). Dor piora durante a respiração, decúbito ou deglutição e melhora na posição sentado e inclinado para frente. ECG com supra de ST generalizado nas derivações, exceto em AVR e V1. ● Estenose valvar aórtica: apresenta sopro na ausculta. ● Transtorno de ansiedade ou depressão: dor difusa e imprecisa. ● Dispepsia/úlcera gástrica: dor à palpação em região epigástrica ● Pneumotórax: pode observar desvio de traquéia, murmúrio vesicular abolido e percussão timpânica em hemitórax acometido. Apresenta dor localizada no dorso ou ombros e acompanhada de dispnéia. Melhora na posição sentada e inclinada para frente. ● Pneumonia: história de tosse produtiva e dor ventilatória dependente ● Pleurite ● Mialgia ● Herpes zoster ● Trauma: digitopressão dolorosa. CLASSIFICAÇÃO: P: despolarização do átrio - sístole/contração QRS: despolarização do ventrículo - sístole/contração + repolarização do átrio (não é vista - repolarização = diástole) T: repolarização do ventrículo - diástole/relaxamento - Inversão de onda T: a onda T deveria estar sempre no mesmo sentido que o QRS, ou seja, se o QRS é principalmente positivo a onda T também deve ser positiva, nessa alteração a onda T se mostra invertida, ou seja, no sentido contrário do QRS. Além disso, a onda T normalmente é assimétrica, sendo a área de sua subida maior do que sua descida, nesta alteração a onda T será simétrica. Segmento PR (do P ao QRS): linha de base. O Segmento ST deve estar sempre alinhado com o PR. Segmento ST (do S ao T): mais importante na Síndrome Coronariana Agudo - Supra de ST: segmento ST acima de linha de base, portanto o início e toda a onda T também fica mais alta → infarto mais grave, coronária totalmente entupida - Infra de ST: segmento ST abaixo da linha de base, portanto o início e toda a onda T também fica mais baixa - Ponto J: angulação entre QRS e início do segmento ST → importante para verificar supra e infra, 1 quadradinho para cima é supra, 0,5 quadradinho para baixo é infra. SCA → DIAGNÓSTICO CLÍNICO → FATORES DE RISCO + DOR 1. SCA com supra ST a) Supra do segmento ST (IAMcsST): placa aterosclerótica na coronária pode ser estável ou instável. A placa estável ela ocupa parte da artéria, mas sem rupturas no endotélio, neste caso quando parado o paciente não vai sentir nada, mas quando está em atividade física o corpo exige mais O2, portanto vai necessitar passar mais sangue pelo local parcialmente ocupado (pela placa), gerando uma dor, neste caso a angina estável (placa não rompida). Na SCA o endotélio por algum motivo é rompido, e a placa que estava estável vai instabilizar, no momento que ela instabiliza forma-se um coágulo, que obstrui a artéria, causando isquemia e morte do músculo cardíaco, infarto. Quando há infarto, há presença de troponina e CKMB, enzimas de necrose miocárdica. → SUPRA É SEMPRE INFARTO. Na derivação V2 e V3, a supra deve ter acima de 1 quadrado e meio entre a linha e o ponto J (para mulheres) e para homens, acima de 2,5 quadrados. *Tríade de Virchow: haverá coagulação se houver alteração de fluxo, alteração de endotélio ou sangue espesso. *O supra é sempre soberano casa haja supra e infra no mesmo eletro, pois o supra é mais grave *ENM (enzimas de necrose miocárdica) são sempre positivas→ Estratificação de risco: apesar de ser de pouca aplicabilidade pois o tratamento inicial é sempre agressivo, usa-se a classificação de Killip Classificação Definição Mortalidade em 7 dias I Sem congestão ou terceira bulha Risco baixo II Com congestão pulmonar e/ou terceira bulha Risco moderado III Com edema agudo de pulmões Risco moderado IV Choque cardiogênico Risco elevado Além da classificação de Killip, há o escore TIMI, em que avalia o risco de morte em 30 dias, sendo de 0,8% (0 pontos) a 36% (> 8 pontos): Variáveis Pontuação Idade > 75 anos 3 Idade entre 65 e 74 anos 2 História de angina, HAS ou DM 1 PAS < 100 mmHg 3 FC > 100 bpm 2 Killip II a IV 2 Peso < 67 kg 1 IAM de parede anterior ou bloqueio de ramo esquerdo 1 Tempo até o tratamento > 4 horas 1 2. SCA sem supra ST *Quando há ação dos mecanismos antitrombóticos vai recanalizar o coágulo, não haverá supra, é menos grave. Tanto infra quanto inversão ocorrem neste caso de reabertura na região do coágulo. *Nem sempre as ENM estarão positivas. *Pode ter feito a reabertura de forma rápida, não necrosando o miocárdio, portanto, sem enzimas de necrose miocárdica → ANGINA INSTÁVEL *A reabertura pode ter demorado, necrosando parte do miocárdio, por tanto, haverá enzimas de necrose miocárdica → IAMssST. a) Infra do segmento ST b) Inversão de onda T c) ECG normal → Estratificação de risco: utiliza-se a escala TIMI, em que mede o risco de morte, novo IAM ou necessidade de revascularização em 14 dias: de 0 a 2 pontos há um risco baixo. De 3 a 4 pontos, risco intermediário. De 5 a 7 pontos, risco elevado. Variáveis Pontuação Idade > 65 anos 1 Presença de 3 ou mais fatores de risco para DAC 1 Estenose coronariana significativa conhecida 1 Desvio de pelo menos 0,5 mm do segmento ST 1 Dois ou mais episódios anginosos nas últimas 24h 1 Elevação de MNM 1 Uso do AAS nos últimos 7 dias 1 Importante: repetir as enzimas com 2h e 6h do evento, para ter certeza que elas não estão subindo com o tempo. COMO REALIZAR O ECG? V1: 4o EI na linha paraesternal D V2: 4o EI na linha paraesternal E V3: Entre V2 e V4 V4: 5o EI na linha hemiclavicular E V5: 5o EI na linha axilar anterior V6: 5o EI na linha axilar média S epto interventricular - V1 e V2 (V1 - também garante visualização do VD) A nterior - V3 e V4 L ateral - V5 e V6 Parede inferior: quando une-se as derivações dos dois braços e da perna forma-se um triângulo, formando 3 vetores: ● D1 do braço direito ao esquerdo → verá parede lateral, parecido com V5 e V6 ● D2 do braço direito a perna → parede inferior lado esquerdo ● D3 do braço esquerdo a perna → parede inferior lado direito ● Bissetriz saindo de D1: AVF → visão total da parede inferior ● Bissetriz saindo de D3: AVR → visão dos átrios ● Bissetriz saindo de D2: AVL → parte alta da parede lateral do VE Pode-se colocar ainda V3R e V4R para visualização do lado direito do coração. Para visualizar a parede posterior pode-se colocar V7 na linha axilar posterior 5o EI e V8 na ponta da escápula E. O V9 usa-se pouco, mas é posicionado paravertebral na altura do 5o EI → fazer quando ver infra em V1, V2 ou V3 (imagem em espelho). IMAGEM EM ESPELHO: A imagem em espelho não significa uma lesão distinta, apenas se observa a imagem em espelho da lesão soberana, que é a supra. Entretanto, devido a diferença de força de lesão entre supra e infra, dificilmente haverá uma lesão infra com imagem em espelho de supra, pois a lesão que causa a imagem de infra, não causa espelho. - V5 e V6 → V7 e V8 - Se V4, V5 e V6 aparecerem com supra, a parede inferior (AVF, D2 e D3) aparece com infra, já que são derivações opostas. - Se infra em V1, V2 e V3 → supra V7, V8 e V9 (não visualizados nas primeiras 12 variações) - vetor afastando da parede anterior = vetor aproximando da parede posterior COMO LER O ECG? 1. Olhar a parede inferior - AVF, D2 e D3 a) Traçar linha de base, usando como referência a onda P identificando supra ou infra. b) A provável artéria acometida é a A. coronária direita ou coronária esquerda/circunflexa → parede inferior 2. Olhar a parede septal (septo interatrial) - V1 e V2 a) Traçar linha de base, usando como referência a onda P identificando supra ou infra b) Para considerar que têm supra em uma das derivações, ela precisa estar presente na outra também, pois ambas as derivações dizem respeito a uma mesma estrutura do coração c) A provável artéria acometida é a descendente anterior 3. Olhar a parede anterior - V3 e V4 a) Traçar linha de base, usando como referência a onda P identificando supra ou infra b) Para considerar que têm supra em uma das derivações, ela precisa estar presente na outra também, pois ambas as derivações dizem respeito a uma mesma estrutura do coração c) A provável artéria acometida é a descendente anterior d) A derivação V1 a V4 observa a parede anterosseptal 4. Olhar a parede lateral do VE - V5 e V6 a) Traçar linha de base, usando como referência a onda P identificando supra ou infra b) Depois observar D1 e AVL para identificar supra ou infra Observação: para considerar o supra ele deve estar presente em pelo menos 2 das derivações irmãs. (Ex: se lesão em parede inferior deve ter supra em pelo menos dois dos seguintes: AVF, D2 ou D3) IRRIGAÇÃO DO CORAÇÃO As Aa. coronárias direita e esquerda são ramos da aorta ascendente, originam-se dos seios aórticos direito e esquerdo na raíz da aorta e passam anteriormente (uma de cada lado) a raiz do tronco pulmonar. ● ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA - Origina-se no seio aórtico direito, corre no sulco coronário (entre aurícula D e VD), passa para a borda inferior do coração dando origem ao ramo marginal direito, depois volta-se para a esquerda entrando no sulco interventricular posterior onda da o ramo interventricular posterior. → supre parede anterior do VD - Ramo marginal direito: corre para o ápice do coração - Ramo interventricular posterior ou A. descendente posterior: corre também para o ápice do coração, suprindo ambos os ventrículos e se anastomosando com ramo interventricular anterior no ápice do coração → supre parede posterior e inferior do coração - A. do nodo átrio ventricular: ocorre em 85% das pessoas, é oposta ao ramo interventricular posterior e supre o nodo AV - Resumo: A. coronária direita irá suprir o AD, VD, septo interatrial, incluindo os nodos SA e AV. Pode suprir também parte do AE e VE. - Se há um coágulo na A. coronária D será lesionado na seguinte ordem: Parede anterior do VD → Parede posterior do coração → parede inferior do coração ● ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA - Origina-se no seio aórtico esquerdo, passa entre aurícula E e tronco pulmonar atingindo o seio coronário. Se divide, então, em dois ramos terminais: o ramo interventricular anterior e o ramo circunflexo. - Ramo interventricular anterior ou A. descendente anterior: maior ramo da A. coronária E, passa no sulco interventricular anterior e vai até o ápice do coração onde se anastomosa com o ramo interventricular posterior. → supre parede anterior do VE e septo interventricular - Ramo circunflexo: menor ramo da A. coronária E, segue o sulco coronário ao redor da borda E do coração, correndo para a face posterior do órgão, terminando no sulco interventricular posterior, comumente se anastomosa com a A. descendente posterior. → supre a parede lateral do VE, AE, e base do VE inferiormente - Resumo: A. coronária esquerda irá suprir a maior parte do VE e AE, septo interventricular (incluindo o feixe interventricular). Conclui-se que em lesão da parede inferior do coração podemos ter tanto coágulo na A. descendente posterior (ou ramo interventricular posterior → A. coronária D) quanto na A. circunflexa (ramo da A. coronária E). Como identificar de onde vem o coágulo? Observar D2 e D3, D2 vê o lado esquerdo da parede inferior e D3 vê o lado direito da parede inferior, portanto, deve-se observar no eletro qual o maior supra, em D2 ou D3. Caso o maior supra seja em D2 a lesão vem da coronária E, caso o maior supra seja em D3 a lesão vem da coronáriaD. Pode-se confirmar a lesão da coronária D observando V1, V3R e V4R. RELAÇÕES: ● IAM anterior extenso: IAMcsST de V1 a V6 → artéria descendente anterior ● IAM septal: IAMcsST em V1 e V2 → artéria descendente anterior ● IAM anterior: IAMcsST em V3 e V4 → artéria descendente anterior ● IAM anteroseptal: IAMcsST em V1, V2, V3 e V4 → artéria descendente anterior ● IAM lateral: IAMcsST V5, V6, D1, AVL → artéria circunflexa ● IAM lateral alta: IAMcsST D1 e AVL → artéria circunflexa ● IAM de VD: IAMcsST V3R e V4R → artéria coronária D ● IAM inferior: IAMcsST D2, D3 e AVF → artéria coronária D ou artéria circunflexa ● IAM posterior: IAMcsST V7, V8, V9 = infra em V1, V2, V3 → artéria circunflexa ou artéria descendente posterior *Se A. circunflexa veremos supra em V5 e V6 (lateral), se entupimento da A. coronária D há supra em V1, V3R e V4R. Caso não veja supra em nenhuma dessas variações há entupimento em A. descendente posterior. Evolução do eletro ao longo do tempo (csST): - Primeiros 30 minutos após entupimento: vê-se poucas alterações, onda T apiculada - De 30 minutos até 6h após entupimento: vê-se o supra - Após 6h do entupimento: presença de onda Q (onda para baixo antes do R), e aumenta nas próximas horas - Após 24h do entupimento: inversão de onda T - Após 1 semana do entupimento: regressão do supra - Muitas pessoas podem ter inversão de onda T e permanência da onda Q para o resto da vida como cicatriz de infarto anterior TRATAMENTO: A conduta medicamentosa deve ocorrer dentro dos 10 primeiros minutos do primeiro contato médico → “tempo é músculo”. ● AAS: antiagregante plaquetário, evita formação do coágulo, mas não quebra coágulo formado - Usado na atenção primária - Dose de 200 a 300 mg VO - Mastigar de 2 a 3 comprimidos Cuidados: - Cuidado com dissecção de aorta!! Se houver diferença de PAs > 30 mmHg entre os membros superiores, NÃO DAR AAS OU CLOPIDOGREL ● Clopidogrel 75mg: antiagregante plaquetário - Unidades Básicas de São Paulo - Dose de 300 mg VO - Engolir 4 comprimidos Cuidados: - Cuidado com dissecção de aorta!! Se houver diferença de PAs > 30 mmHg entre os membros superiores, NÃO DAR AAS OU CLOPIDOGREL - Idosos acima de 75 anos só toma 1 clopidogrel ● Nitratos: fazem vasodilatação das coronárias, aliviando a dor do paciente (ex: isordil, sustrate -2a opção-). Ao vasodilatar as coronárias, também vasodilatam as outras artérias do corpo, tendo queda de pressão. - Pode repetir até 3x com intervalos de 5min - Dose de 5 mg ou 10 mg sublingual. A dinitrato de isossorbida tem dose máxima de 15 mg e o propilnitrato é de 30 mg. - Se persistir o sintoma após 3 nitratos: administrar morfina 2 a 4 mg EV lento, até efeito colateral - Contraindicação: lesão em VD (IMPORTANTE), PA baixa, idoso em uso de viagra nas últimas 24 a 48h. Bradicardia, taquicardia, PAS < 90 mmHg, uso de inibidor da fosfodiesterase, sildenafil nas últimas 24h, tadalafil nas últimas 48h, vardenafil. ● Morfina: pode ser usado junto do nitrato para alívio da dor. Mesmas contraindicações dos nitratos. A administração da morfina deve ser diluída em solução decimal (aspirar 1 mL de solução, com concentração de 10 mg/mL e adicionar 9 mL de água destilada). Aplica-se de 2 a 4 mL da solução a cada 5 minutos, até atingir o máximo de 25 a 30 mg ou até o paciente ter algum efeito colateral. ● O2 em cateter nasal: 1 a 6 L/min se saturação estiver menor ou igual a 90 ou 94% ● Volume: uso em lesão de VD com hipotensão, o sangue chega via cava inferior no AD e tem maior volume para chegar no VE → de 1 a 2L ● Push dose de adrenalina: uso em lesão de VD - 1 mg de adrenalina dentro da bolsa de soro fisiológico de 100 mL, mexe, pega este preparado e oferta 1 mL dele a cada 1 min para o paciente ● Trombolíticos: único medicamento capaz de quebrar trombos (ex: tenecteplase), só é feito se houver supra no eletro → uso em até 12h após o episódio de entupimento O tratamento deve ser realizado sempre em caso de SCAcsST e SCAssST de intermediário e alto risco. As contraindicações relativas são: úlcera gastrintestinal com ou sem hemorragia ou outros sangramentos ativos. O uso de AAS e clopidogrel é obrigatório para o paciente com SCA. O uso de heparina é feito apenas ao chegar ao hospital, já que esta não está disponível na APS. PRIMEIRAS 24H DO TRATAMENTO 1. Betabloqueador: indicado para pacientes com sintomas isquêmicos persistentes após o uso de nitrato e morfina, elevação pressórica ou arritmias ventriculares recorrentes. Contraindicado em caso de hipotensão, bradicardia intensa, congestão pulmonar, DPOC e asma. O tratamento é feito por VO, com dose de 20 a 80 mg, a cada 6 ou 8h → propanolol. Ou EV, com metoprolol 5 mg, com 1 mg/min até o máximo de 15 mg, se necessário. 2. IECA: enalapril de 2,5 a 5 mg de 12/12h, se não houver uso prévio. 3. Estatinas: atorvastatina 80 mg 1x/dia.
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