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Aula 09 - tipologia textual

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Prof. José Maria 
 Aula 00 
 
1 de 62| www.direcaoconcursos.com.br 
DIREÇÃO FINAL – Língua Portuguesa p/ PRF em 2 aulas 
Aula 01 
DIREÇÃO FINAL – LÍNGUA PORTUGUESA 
P/ PRF 
Prof. José Maria C. Torres 
Aula 09 – Tipologia Textual 
Língua Portuguesa p/ Auditor do TCU 
Prof. José Maria C. Torres 
 
 
 
2 de 62| www.direcaoconcursos.com.br 
Língua Portuguesa para Auditor do TCU Prof. José Maria 
 Aula 09 
 
Olá, meus amigos! 
Prontos para mais uma aula? 
 Moçada, estamos pertinho do final de nosso curso de Português! 
 O assunto abordado nesta aula é, de certa forma, leve. Trata-se de Tipologia Textual. Peço que vocês 
privilegiem os exercícios, para que esse conteúdo seja mais facilmente assimilável. 
 É a reta final, moçada! Não vamos fraquejar justamente agora, hein? 
 Vamos que vamos! 
Uma excelente aula a todos! Bom proveito! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 de 62| www.direcaoconcursos.com.br 
Língua Portuguesa para Auditor do TCU Prof. José Maria 
 Aula 09 
 
Sumário 
SUMÁRIO ....................................................................................................................................................... 3 
RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS. .................................................................................. 4 
TIPO NARRATIVO ........................................................................................................................................................ 5 
Elementos da Narrativa ........................................................................................................................................ 5 
Principais Gêneros Narrativos .............................................................................................................................. 10 
Tipos de Discurso ................................................................................................................................................ 13 
TIPO DESCRITIVO ...................................................................................................................................................... 17 
TIPO DISSERTATIVO-EXPOSITIVO ............................................................................................................................... 18 
TIPO DISSERTATIVO-ARGUMENTATIVO ....................................................................................................................... 19 
Principais Gêneros Argumentativos ..................................................................................................................... 20 
TIPO INJUNTIVO ....................................................................................................................................................... 22 
QUESTÕES COMENTADAS ........................................................................................................................... 25 
LISTA DE QUESTÕES ................................................................................................................................... 45 
GABARITO ................................................................................................................................................... 58 
RESUMO DIRECIONADO .............................................................................................................................. 59 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Língua Portuguesa para Auditor do TCU Prof. José Maria 
 Aula 09 
 
Reconhecimento de Tipos e Gêneros Textuais. 
 No processo de comunicação, há diversos padrões textuais, cada um com sua peculiaridade. E a criação 
desses padrões se dá de forma contínua. Há pouco tempo, por exemplo, não existia o tuíte, nome dado a um 
microtexto com limitante de caracteres, cuja principal característica é a concisão (capacidade de sintetizar). Dessa 
forma, a lista de textos existentes ou ainda por vir não se exaure. Textos nascem e morrem num processo dinâmico. 
 Embora em número incalculável, é possível reunir os vários textos existentes em TIPOS, que nada mais são 
que agrupamentos de textos que possuem características associadas à linguagem e à estrutura em comum. 
 Como assim, professor? 
 Vou dar um exemplo para vocês! O que uma fábula, uma notícia, uma crônica ou um conto possuem em 
comum? Ora, todos eles contam uma história, possuem personagens, situam-se em um tempo e em um espaço e 
apresentam uma sucessão de fatos. Esses elementos comuns fazem com que reunamos esses textos no TIPO 
TEXTUAL NARRATIVO (a ser detalhado a seguir). 
 Cada TIPO TEXTUAL reúne vários GÊNEROS TEXTUAIS. 
 O que seriam GÊNEROS, professor? 
 Os GÊNEROS são especificidades encontradas dentro de cada TIPO, que particularizam aquele padrão de 
texto. Por exemplo, a fábula é um texto do TIPO NARRATIVO. Difere-se dos demais textos narrativos, por 
apresentar algumas especificidades: seus protagonistas são bichos personificados e seu desfecho tem finalidade 
moralizante, ou seja, tem por objetivo transmitir um aprendizado. 
 No mundo dos concursos, esse assunto é cobrado de forma tímida, ocupando uma ou outra questão da nossa 
prova. Como não abrimos não de nenhuma questão, é dever nosso mapear mais esse assunto. Mas acalmo todos 
vocês, já cansados dessa longa jornada: trata-se de um assunto leve, de fácil assimilação, vocês vão ver. 
As provas, no geral, concentram sua atenção no TIPO TEXTUAL, mais precisamente em sua identificação e 
caracterização. Isso posto, vamos detalhar cada um deles a seguir. 
 Podemos listar 5(cinco) tipos de texto principais, a saber: 
- Texto Narrativo; 
- Texto Descritivo; 
- Texto Dissertativo - Expositivo ou Argumentativo; 
- Texto Injuntivo – Instrucional ou Prescritivo 
 
 
 
 
 
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Língua Portuguesa para Auditor do TCU Prof. José Maria 
 Aula 09 
 
Tipo Narrativo 
Trata-se de tipo textual em que se conta um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e 
lugar, envolvendo personagens e um narrador. Há uma relação de anterioridade e posterioridade nesse tipo 
texto, principal característica desse tipo textual. 
Por meio dessa definição, é possível listar os componentes de um texto narrativo. É o que faremos a seguir. 
Elementos da Narrativa 
Enredo 
 Trata-se do desenrolar dos acontecimentos. As narrativas apresentam, em geral, uma situação inicial 
harmoniosa e equilibrada. Num determinado momento, o equilíbrio será quebrado e aparecerá o CONFLITO. O 
ponto culminante desse “desequilíbrio” é chamado CLÍMAX. Quando os acontecimentos não se desenrolam do 
modo como se esperava, frustrando a expectativa do leitor, temos um ANTICLÍMAX. O enredo pode ser LINEAR, 
quando obedece a uma ordem cronológica (início – meio - fim), ou NÃO LINEAR, quando a ordem dos fatos é 
quebrada, ocorrendo saltos ao longo da narrativa. 
Ambiente ou Espaço 
É o cenário onde se desenrolam os acontecimentos. 
Personagens: 
 São os seres que atuam, que vivem o enredo; definem-se por PROTAGONISTAS os personagens principais 
da história, e por PERSONAGENS SECUNDÁRIOS os demais. Há ainda a figura do ANTAGONISTA, elemento 
que se opõe ao protagonista. 
IMPORTANTE 
Para ser personagem, é preciso que o elemento se comporte como persona, ou seja, que ele seja personificado 
com ações e comportamentos humanos. Não precisa ser obrigatoriamente um humano, mas deve se comportar 
como tal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Língua Portuguesa para Auditor do TCU Prof. José MariaAula 09 
 
Tempo 
 A sucessão dos fatos e acontecimentos numa narrativa pode ser organizada de duas formas: cronológica, 
seguindo a ordem natural dos acontecimentos, e acronológica, invertendo a ordem de apresentação dos fatos. 
Assim, o tempo na narrativa pode seguir ou não a sequência dos fatos narrados ou ainda criar recuos de memória, 
como o flashback, com o intuito de enfatizar algumas ações do texto. Além disso, do ponto de vista dos 
acontecimentos, podemos distinguir dois tipos de tempo: 
a) Tempo Cronológico ou Exterior 
 É o marcado pelo relógio. É o espaço de tempo em que os acontecimentos desenrolam e os personagens 
realizam suas ações. Trata-se do tempo da própria narrativa. 
b) Tempo Psicológico ou Interior 
 Não pode ser medido como o tempo cronológico, pois se refere à vivência dos personagens, ao seu mundo 
interior (sonho, lembrança, devaneio, etc.). É o tempo não da narrativa, mas sim o tempo que se passa na 
cabeça do personagem. 
Professor, não entendi a diferença de tempo cronológico e tempo psicológico? 
Vou tentar explicar essa diferença com um exemplo bem familiar. 
Imagine uma aula num preparatório para concursos em plena sexta à noite! Moçada, ninguém é de ferro, 
não é mesmo? É muito provável que o tempo da narrativa – no caso, o tempo em que se desenvolve a aula – não 
coincida, algumas vezes, com o tempo dos personagens alunos. O professor está falando sobre um determinado 
assunto (tempo cronológico), mas, na cabeça do aluno, este já está se imaginando tomando aquela merecida 
cervejinha do “SEXTOU!” (tempo psicológico). 
Deu para perceber a diferença entre tempo cronológico e psicológico agora? 
Quantas vezes uma pessoa fala conosco e nosso pensamento está longe, não é mesmo? É nessas situações 
em que ocorre o descasamento entre o cronológico e o psicológico. 
Vejamos a seguinte questão: 
 
Caiu em prova! 
Não sou de choro fácil a não ser quando descubro qualquer coisa muito interessante sobre ácido 
desoxirribonucleico. Ou quando acho uma carta que fale sobre a descoberta de um novo modelo para a estrutura 
do ácido desoxirribonucleico, uma carta que termine com “Muito amor, papai”. Francis Crick descobriu o desenho 
do DNA e escreveu a seu filho só para dizer que “nossa estrutura é muito bonita”. Estrutura, foi o que ele falou. 
Antes de despedir-se ainda disse: “Quando chegar em casa, vou te mostrar o modelo”. Não esqueça os dois 
pacotes de leite, passe para comprar pão, guarde o resto do dinheiro para seus caramelos e, quando chegar, eu 
mostro a você o mecanismo copiador básico a partir do qual a vida vem da vida. 
Não sou de choro fácil, mas um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que 
coordenam o desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos me comove. Cromossomas me animam, 
ribossomas me espantam. A divisão celular não me deixa dormir, e olha que eu moro bem no meio das montanhas. 
 
 
 
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 Aula 09 
 
De vez em quando vejo passarem os aviões, mas isso nunca acontece de madrugada — a noite se guarda toda para 
o infinito silêncio. 
Acho que uma palavra é muito mais bonita do que uma carabina, mas não sei se vem ao caso. Nenhuma palavra 
quer ferir outras palavras: nem desoxirribonucleico, nem montanha, nem canção. Todos esses conceitos têm os 
seus sinônimos, veja só, ácido desoxirribonucleico e DNA são exatamente a mesma coisa, e os do resto das 
palavras você acha. É tudo uma questão de amor e prisma, por favor não abra os canhões. Que coisa mais linda 
esse ácido despenteado, caramba. Olhei com mais atenção o desenho da estrutura e descobri: a raça humana é 
toda brilho. 
Matilde Campilho. Notícias escrevinhadas na beira da estrada. In: Jóquei. São Paulo: Editora 34, 2015, p. 26-7 (com 
adaptações). 
Julgue o item, a seguir, com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto, no qual a autora Matilde 
Campilho aborda a descoberta, em 1953, da estrutura da molécula do DNA, correalizada pelos cientistas James 
Watson e Francis Crick. 
Pode-se inferir da ausência de aspas e do estilo característico do texto que a passagem “Não esqueça os dois 
pacotes de leite (...) a partir do qual a vida vem da vida” é uma extrapolação imaginativa da autora a partir da 
carta escrita por Francis Crick a seu filho. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
RESOLUÇÃO: 
Note que a autora, no início do texto, faz menção a uma carta enviada ao filho pelo cientista que descobriu a 
estrutura do DNA. Reproduz passagens do texto dessa carta entre aspas, como “Muito amor, papai”, “nossa 
estrutura é muito bonita” e “Quando chegar em casa, vou te mostrar o modelo”. 
A autora demonstra admiração com o tom informal e familiar com que é reportada uma das maiores descobertas 
do século, numa conversa comum entre pai e filho. 
Na sequência, a autora, em tom bem-humorado, imagina a continuidade da carta, fazendo referência a possíveis 
falas do cientista para seu filho. Fica bem claro que se trata de um devaneio da autora (tempo psicológico), e não 
de uma citação, pois o trecho em destaque, diferentemente das citações anteriores, não está isolado por aspas. É 
a pista que nos permite concluir que a passagem “Não esqueça os dois pacotes de leite (...) a partir do qual a vida 
vem da vida” é uma extrapolação da imaginação da autora. 
Resposta: CERTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Narrador 
Um dos elementos fundamentais da narrativa é o FOCO NARRATIVO, que pode aparecer em PRIMEIRA 
OU TERCEIRA PESSOA. O narrador em PRIMEIRA PESSOA participa da história, por isso é chamado de 
NARRADOR-PERSONAGEM; o de TERCEIRA, por outro lado, não faz parte do enredo como personagem, sendo, 
portanto, um NARRADOR-OBSERVADOR. 
Nas narrativas em terceira pessoa, é importante observar que há diferentes formas de o narrador apresentar 
os fatos. Muitas vezes, ele pode ter conhecimento de toda a história, das ações, pensamentos e intenções de seus 
personagens, chegando até a emitir juízos de valor e a discutir conceitos, ou seja, está em toda parte, a todo 
momento. Nem sempre, entretanto, o narrador dispõe de todas as informações, ou até mesmo pode não querer 
transmiti-las ao leitor. No primeiro caso, o narrador é ONISCIENTE, enquanto no segundo, é denominado apenas 
OBSERVADOR. 
Por ser personagem da história que conta, o narrador de PRIMEIRA PESSOA nos apresenta a sua versão dos 
fatos, isto é, NÃO É UM NARRADOR ONISCIENTE, já que sua visão dos fatos é parcial. 
 
********************************************************************** 
Exemplo de Texto Narrativo 
O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram 
procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro. 
Não seria muito fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel, o gerente, homem de maus modos, foi logo 
dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir 
documentos. O homem disse que não tinha; na pressa da viagem esquecera os documentos. 
O viajante tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também não havia vagas. No quarto – 
que era mais uma modesta hospedaria – havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento 
estava lotado. No hotel seguinte também não havia vaga, e o gerente, metido a engraçado, disse para hospedarem-
se ali perto numa manjedoura, pois, apesar de não ser confortável, não pagariam diária. Para surpresa do gerente, o 
viajante achou a ideia boa e até agradeceu. 
Não demorou muito, apareceram os três reis magos, perguntando sobre um casal deforasteiros. E foi aí que o 
gerente começou a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já chegados a Belém de Nazaré. 
(SCLIAR, Moacyr. A massagista japonesa. Porto Alegre: L&PM, 1984, p. 49-50 ) 
********************************************************************** 
COMENTÁRIOS: Observe que ocorre uma sucessão de fatos no texto acima, marcando uma relação de 
anterioridade e posterioridade, principal característica dos textos de caráter narrativo. 
 
 
 
 
 
 
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Veja a seguir uma inusitada sequência de acontecimentos fictícios, apresentados de forma linear. Note a 
presença de um ANTICLÍMAX em seu desfecho! ;-( 
 
Caiu em prova! 
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência 
com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de meu 
relato, já que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas: infelizmente se 
perderam e de nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços em rebuscar 
coleções, arquivos e alfarrábios em minha terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que disponho, 
encerrando em desventuras as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações. 
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002. 
A presença de um narrador é um dos elementos textuais que permitem classificar o texto como narrativo. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
RESOLUÇÃO: 
 De fato! O texto traz um narrador- personagem – foco narrativo em 1ª pessoa. 
 
 
 
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 Além do elemento narrador, é possível identificar personagens (Geraldo Viramundo e o próprio narrador), 
tempo (uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo), espaço (Ouro Preto) e enredo (as aventuras 
de Viramundo em Ouro Preto). 
Resposta: CERTO 
 
Principais Gêneros Narrativos 
 São vários os gêneros narrativos, cada um com suas peculiaridades. Como dito, as provas focam atenção no 
reconhecimento dos tipos, e não dos gêneros. Portanto, apenas registremos as principais características dos 
principais gêneros narrativos: 
Conto 
A característica maior do conto é produzir em quem o lê um efeito de impacto. Esse efeito tanto pode 
resultar da natureza insólita do que foi contado, da feição surpreendente do episódio ou do modo como foi 
contado. A surpresa e o incomum estão presentes no conto, o que lhe dá, muitas vezes, um caráter ficcional. 
Crônica 
A crônica trata de fatos do cotidiano com o objetivo de despertar no leitor uma reflexão. Ironia, sarcasmo, 
crítica e, algumas vezes, humor são ingredientes desse texto. Os fatos cotidianos alvos da crônica podem ser 
extraídos do noticiário e da vida comum das pessoas, o que confere a esse gênero um tom de realidade, diferindo-
a, assim, do conto. No entanto, esse retrato não é fiel, pois é carregado de subjetividade. Trata-se de uma visão 
subjetiva da realidade. 
Exemplo de Crônica 
 Aquele era meu primeiro dia num novo apartamento, eu havia pedido folga no trabalho e, durante toda a manhã, 
arrumei meus móveis e objetos. O cansaço e a dor nas costas me tomaram todo o ânimo que tinha para preparar o 
jantar. Decidi pedir uma pizza e, enquanto esperava, fui observar o mundo através da janela do meu quarto. 
 Deparei-me com uma situação que revelava os contrastes de nosso país entre ricos e pobres, entre pequenos e 
grandes, mas principalmente entre miseráveis e ambiciosos. Por trás do prédio onde morava, havia uma rua não muito 
movimentada, não existiam muitas casas, talvez umas três ou quatro, apenas. Havia um imenso condomínio, posso 
dizer que de classe alta, onde entravam e saíam pessoas da elite do Rio de Janeiro. 
 Um pouco afastada do prédio, havia uma casa de aparência humilde. Até que um homem, que se vestia de forma 
maltrapilha, saiu daquele lugar e foi em direção à porta do condomínio. Não estava entendendo, até que um carro de 
luxo entrou na rua e seguiu até a porta do condomínio, buzinando e esperando que o portão fosse aberto. O homem 
aproximou-se daquele automóvel e estendeu as mãos. O portão se abriu e o carro entrou. Aquela situação repetiu-se 
várias vezes. 
 Depois de quase meia hora, aquele pobre senhor voltou à sua casa sem nada nas mãos, mas, mesmo assim, 
colocou um sorriso no rosto ao ver sua esposa com uma criança nos braços sorrindo. Ambos entraram. Percebi, então, 
que as desigualdades de nosso país vão muito além dos meios de comunicação. A campainha tocou. A pizza acabara 
de chegar e eu havia perdido a fome. 
 
 
 
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 Aula 09 
 
Notícia 
A notícia é um texto narrativo que tem como objetivo relatar fatos de forma objetiva, impessoal e imparcial. 
Não há interpretação ou questionamento de fatos, e sim sua simples exposição. O autor não se posiciona 
diante de um assunto nem emite juízos de valor. Pelo menos, não deveria. 
Apresenta alguns elementos estruturais que a particularizam, como a manchete – que corresponde ao título 
e deve ser o mais objetivo possível, de preferência uma frase simples, com uma única oração – e a lide (do inglês lead) 
– que corresponde ao primeiro parágrafo do texto e consiste nas respostas às seguintes perguntas: quê, quem, onde, 
quando, como e por quê? 
Na notícia, o relato deve ser linear (começo, meio e fim, nessa ordem) a pessoa gramatical empregada deve 
ser a 3ª pessoa, adquirindo o narrador a função de mero observador, não sendo permitido seu relato como 
personagem da narrativa, o que impediria o texto de ser impessoal. 
Fábula 
A fábula é uma narrativa em que os personagens são animais personificados, isto é, comportam-se como 
humanos nos atos e na maneira de pensar. Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para o ser humano. 
Cada bicho simboliza algum aspecto ou qualidade do homem. O leão, por exemplo, representa a força; a raposa, 
a astúcia; a formiga, o trabalho, etc. 
Muito se utiliza a fábula para fins educacionais, dado o seu caráter didático. Esse caráter está ligado a um 
ensinamento (uma lição) presente na conclusão do texto. É a chamada MORAL, que pode se apresentar explícita 
ou implícita. 
Exemplo de Fábula 
Os Três Leões 
 Numa determinada floresta havia 3 leões. Um dia o macaco, representante eleito dos animais súditos, fez uma 
reunião com toda a bicharada da floresta e disse: 
 - Nós, os animais, sabemos que o leão é o rei dos animais, mas há uma dúvida no ar: existem 3 leões fortes. Ora, 
a qual deles nós devemos prestar homenagem? Quem, dentre eles, deverá ser o nosso rei? 
 Os 3 leões souberam da reunião e comentaram entre si: 
 - É verdade, a preocupação da bicharada faz sentido, uma floresta não pode ter 3 reis, precisamos saber qual de 
nós será o escolhido. Mas como descobrir? 
 Essa era a grande questão: lutar entre si eles não queriam, pois eram muito amigos. O impasse estava formado. 
De novo, todos os animais se reuniram para discutir uma solução para o caso. Depois de muito tempo eles tiveram uma 
ideia excelente. 
 O macaco se encontrou com os 3 felinos e contou o que eles decidiram: 
 - Bem, senhores leões, encontramos uma solução desafiadora para o problema. A solução está na Montanha 
Difícil. 
 - Montanha Difícil ? Como assim ? 
 
 
 
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 Aula 09 
 
 - É simples, ponderou o macaco. Decidimos que vocês 3 deverãoescalar a Montanha Difícil. O que atingir o pico 
primeiro será consagrado o rei dos reis. 
 A Montanha Difícil era a mais alta entre todas naquela imensa floresta. O desafio foi aceito. No dia combinado, 
milhares de animais cercaram a Montanha para assistir a grande escalada. 
 O primeiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. 
 O segundo tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. 
 O terceiro tentou. Não conseguiu. Foi derrotado. 
 Os animais estavam curiosos e impacientes, afinal, qual deles seria o rei, uma vez que os 3 foram derrotados? Foi 
nesse momento que uma águia sábia, idosa na idade e grande em sabedoria, pediu a palavra: 
 - Eu sei quem deve ser o rei. Todos os animais fizeram um silêncio de grande expectativa. 
 Todos gritaram para a Águia: 
 - A senhora sabe, mas como sabe? 
 - É simples... eu estava voando entre eles, bem de perto e, quando eles voltaram fracassados para o vale, eu 
escutei o que cada um deles disse para a montanha. 
 O primeiro leão disse: 
 - Montanha, você me venceu! 
 O segundo leão disse: 
 - Montanha, você me venceu! 
 O terceiro leão também disse que foi vencido, mas, com uma diferença. Ele olhou para sua dificuldade e disse: 
 - Montanha, você me venceu, por enquanto! Mas você, montanha, já atingiu seu tamanho final, e eu ainda estou 
crescendo. 
 E calmamente a águia completou: 
 - A diferença é que o terceiro leão teve uma atitude de vencedor diante da derrota e quem pensa assim é maior 
que seu problema: é rei de si mesmo, está preparado para ser rei dos outros! 
 Os animais da floresta aplaudiram entusiasticamente ao terceiro leão que foi coroado rei entre os reis. 
 
Apólogo 
O apólogo é uma narrativa breve como a fábula que contém um ensinamento ou crítica a determinado 
comportamento humano. No entanto seus personagens não são animais, e sim objetos inanimados aos quais se 
atribuem qualidades humanas. 
A literatura brasileira possui "Um Apólogo" célebre, escrito por Machado de Assis, em que uma agulha 
discute com uma linha sobre qual das duas é mais importante na vida. No fim, a agulha descobre que só abre 
caminho para a linha passar e escuta o conselho irônico de um alfinete: "Faze como eu, que não abro caminho para 
ninguém. Onde me espetam, fico". 
 
 
 
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Parábola 
A parábola faz comparações entre realidades aparentemente diferentes para explicar uma ideia. Apresenta 
situações vividas por seres humanos, de natureza moral e religiosa. 
As doutrinas religiosas utilizam-se muito desta forma figurada para passar seus ensinamentos. São célebres 
as parábolas com que Jesus Cristo se comunica com o povo e com seus apóstolos, no Novo Testamento, em 
especial nos Evangelhos de São Mateus e São Marcos. 
Exemplo de Parábola 
O MONGE MORDIDO 
 Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo 
arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o 
trazia para fora do rio o escorpião o picou. 
 Devido à dor, o monge deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem, pegou um ramo de árvore, voltou 
outra vez a correr pela margem, entrou no rio, resgatou o escorpião e o salvou. Em seguida, juntou-se aos seus 
discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados. 
 — Mestre, o Senhor deve estar muito doente! Por que foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! 
Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda: picou a mão que o salvava! Não merecia sua compaixão! 
 O monge ouviu tranquilamente os comentários e respondeu: — Ele agiu conforme sua natureza e eu, de acordo 
com a minha. 
Tipos de Discurso 
 
O discurso é o recurso narrativo utilizado para exprimir o pensamento das personagens. 
No DISCURSO DIRETO, o narrador dá a palavra à personagem através dos chamados verbos de elocução 
ou dicendi: dizer, perguntar, responder, concordar, exclamar, entre outros. 
Exemplo: 
Fabio, sentado à mesa para o jantar, gritava: 
– Nunca comerei alface! 
Atente para a utilização dos sinais gráficos próprios do discurso direto: os dois-pontos, o travessão e as 
aspas. 
Já no DISCURSO INDIRETO, o narrador toma a palavra para reproduzir a fala de suas personagens. 
Exemplo: 
Sentado à mesa para o jantar, Fabio gritava QUE jamais comeria alface. 
Observe que, na mudança do discurso direto para o indireto, houve alteração do tempo verbal, recurso 
necessário para que haja uma melhor correspondência entre as frases. Além disso, fizemos uso da conjunção 
integrante QUE para introduzir o discurso. 
 
 
 
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Isso significa que, na transcrição indireta do discurso, há modificações em algumas estruturas gramaticais, 
como no tempo verbal (quero, queria; roubei, tinha roubado), nos pronomes (deste, daquele), etc. As questões, 
muitas vezes, solicitam para o aluno a correspondente frase convertida do discurso direto para o indireto. Para 
fazer isso, devemos mapear as mudanças que se fazem necessárias. Confira a tabela a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
DISCURSO DIRETO
Enunciado em primeira ou em segunda 
pessoa: 
"Eu não confio mais na Justiça"; "Delegado, 
o senhor vai me prender?"
DISCURSO INDIRETO
Enunciado em terceira pessoa: 
O detento disse que (ele) não confiava mais 
na Justiça; Logo depois, perguntou ao 
delegado se ele ia prendê-lo.
DISCURSO DIRETO
Verbo no presente: 
"Eu não confio mais na Justiça."
DISCURSO INDIRETO
Verbo no pretérito imperfeito do 
indicativo: 
O detento disse que não confiava mais na 
Justiça.
DISCURSO DIRETO
Verbo no pretérito perfeito: 
"Eu não roubei nada"
DISCURSO INDIRETO
Verbo no pretérito mais-que-perfeito 
composto ou no pretérito mais-que-
perfeito simples:
O acusado defendeu-se, dizendo que não 
tinha roubado (que não roubara) nada
DISCURSO DIRETO
Verbo no futuro do presente: 
"Faremos justiça de qualquer maneira"
DISCURSO INDIRETO
Verbo no futuro do pretérito: 
Declararam que fariam justiça de qualquer 
maneira.
 
 
 
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Caiu em prova! 
Em Knoxville, Tennessee, um policial relatou: “Estou com um homem cujo carro foi roubado. Ele viu uma fibra vermelha 
no banco traseiro e quer que eu descubra de onde ela veio, em que loja foi comprada e qual cartão de crédito foi usado”. 
Considere que o delegado de polícia tivesse de relatar o acontecimento acima mencionado em documento 
destinado ao Ministério Público. Nesse caso, o policial deveria incluir no documento o seguinte trecho, que 
mantém a correção gramatical e os sentidos originais do texto: O policial relatou que estava com um homem 
cujo carro fora roubado e que tal homem, tendo visto uma fibra vermelha no banco traseiro, queria que ele, o 
policial, descobrisse de onde a fibra havia vindo, em que loja havia sido comprada e qual cartão de crédito havia 
sido usado na compra. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
RESOLUÇÃO: 
Destaquemos o seguinte fragmento de texto: 
“Estou com um homem cujo carro foi roubado. Ele viu uma fibra vermelha no banco traseiro e quer que eu descubra de 
onde ela veio, em que loja foi comprada e qual cartão de crédito foi usado”. 
DISCURSO DIRETO
Verbo no imperativo: 
"Saia da delegacia", disse o delegado ao 
promotor.
DISCURSO INDIRETO
Verbo no pretérito imperfeito do 
subjuntivo: 
O delegado ordenou ao promotor que saísse
da delegacia.
DISCURSO DIRETO
Pronomes este, esta, isto, esse, essa, 
isso: 
"Estou aproveitando este momento", disse o 
artilheiro do time.
DISCURSO INDIRETO
Pronomes aquele,aquela, aquilo: 
O artilheiro do time disse que estava 
aproveitando aquele momento.
DISCURSO DIRETO
Advérbio aqui: 
"Eu voltei para ficar, pois aqui é o meu lugar", 
disse Roberto Carlos em sua famosa canção.
DISCURSO INDIRETO
Advérbio ali: 
Roberto Carlos disse em sua famosa canção 
que tinha voltado para ficar, pois ali era o seu 
lugar.
 
 
 
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Esse trecho está reproduzido em discurso direto. Ao redigir o documento, o delegado deve reproduzir esse trecho 
em discurso indireto, relatando ao Ministério Público o que ocorrera. 
Lembremo-nos de que, no discurso direto, são reproduzidas fielmente as falas dos personagens e estas são 
identificadas no texto por meio de sinais de pontuação, como travessões, aspas, dois pontos e pelos chamados 
verbos dicendi (verbos que introduzem falas), como “dizer”, “falar”, etc. 
Já no discurso indireto, as falas dos personagens são reproduzidas pelo narrador, que diz com suas palavras o que 
os personagens disseram. 
Devem-se observar as seguintes alterações na conversão do discurso direto para o indireto: 
1) Deve-se iniciar a frase com "O policial relatou que", observando-se a inserção da conjunção integrante "que" e 
do verbo “relatar” na forma pretérita; 
2) A 1a pessoa do singular "Eu", presente no discurso direto, converte-se na 3a pessoa "Ele", no discurso indireto; 
3) O presente do indicativo "estou" e “quer”, presente no discurso direto, converte-se no pretérito imperfeito do 
indicativo "estava" e “queria”, no discurso indireto; 
4) O pretérito perfeito do indicativo "foi", presente no discurso direto, converte-se no pretérito mais que perfeito 
"fora" ou "havia/tinha sido"; 
5) O presente do subjuntivo "descubra”, presente no discurso direto, converte-se no pretérito imperfeito do 
subjuntivo "descobrisse", no discurso indireto; 
Observemos as transformações ocorridas: 
Discurso Direto: 
Estou com um homem cujo carro foi roubado. Ele viu uma fibra vermelha no banco traseiro e quer que eu descubra de 
onde ela veio, em que loja foi comprada e qual cartão de crédito foi usado”. 
Discurso Indireto: 
O policial relatou que estava com um homem cujo carro fora roubado e que tal homem, tendo visto uma fibra vermelha 
no banco traseiro, queria que ele, o policial, descobrisse de onde a fibra havia vindo, em que loja havia sido comprada 
e qual cartão de crédito havia sido usado na compra. 
Resposta: CERTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tipo Descritivo 
Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe 
de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais 
abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Não há relação de anterioridade e posterioridade, 
diferentemente do texto narrativo. 
Há basicamente dois tipos de descrição: a objetiva e a subjetiva. 
Descrição denotativa: acontece quando a exposição da pessoa, objeto ou lugar é realizada de maneira 
objetiva, direta, sem uso de metáforas ou de linguagem figurada. As palavras surgem no seu sentido literal, 
do dicionário. Este tipo de descrição é comum em textos científicos, em livros didáticos, nas bulas de remédio ou 
manuais de instrução. É chamada também de objetiva. 
Descrição conotativa: acontece quando as palavras são empregadas no seu sentido simbólico, figurado. A 
pessoa, objeto ou lugar não é descrito de forma como é na realidade, mas em uma pseudorrealidade. O uso da 
imaginação é evidenciado! É conhecida também como subjetiva. 
Geralmente, a descrição está presente em uma narração, sendo um de seus elementos. 
*************************************************************************** 
Exemplo de Texto Descritivo 
“Ali naquela casa de muitas janelas e bandeiras coloridas vivia Rosalina. Casa de gente de casta, segundo eles 
antigamente. Ainda conserva a imponência e o porte senhorial, o ar solarengo que o tempo de todo não comeu. As 
cores das janelas e da porta estão lavadas de velhas, o reboco caído em alguns trechos como grandes placas de ferida, 
mostra mesmo as pedras e os tijolos e as taipas de sua carne e ossos, feitos para durar toda a vida; vidros quebrados 
nas vidraças, resultado do ataque da meninada nos dias de reinação, quando vinham provocar Rosalina ( não de 
propósito e ruindade, mas sem-que-fazer de menino ), escondida detrás das cortinas e reposteiros; nos peitoris das 
sacadas de ferro rendilhado, formando flores estilizadas, setas, volutas, esses e gregas, faltam muitas das pinhas de 
cristal facetado cor-de-vinho que arrematavam nas cantoneiras a leveza daqueles balcões.” 
(DOURADO, Autran. Ópera dos mortos. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 1975, p. 1-2. ) 
*************************************************************************** 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tipo Dissertativo-Expositivo 
Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo 
pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentação científica, o relatório, o texto 
didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e sim, 
com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo. Quando o texto, além de explicar, 
também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo. 
 
*************************************************************************** 
Exemplo de Texto Expositivo 
A história do celular é recente, mas remonta ao passado –– e às telas de cinema. A mãe do telefone móvel é a 
austríaca Hedwig Kiesler (mais conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood que estrelou o 
clássico Sansão e Dalila (1949). 
Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. Ela foi casada com um austríaco nazista fabricante 
de armas. O que sobrou de uma relação desgastante foi o interesse pela tecnologia. 
Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela soube que alguns torpedos teleguiados da 
Marinha haviam sido interceptados por inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a ideia: um sistema no qual duas 
pessoas podiam se comunicar mudando o canal, para que a conversa não fosse interrompida. Era a base dos celulares, 
patenteada em 1940. 
*************************************************************************** 
COMENTÁRIOS: Observe que o objetivo principal do texto é simplesmente discorrer acerca do celular, expondo 
as mais diversas informações sobre ele. O texto não tem caráter persuasivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tipo Dissertativo-Argumentativo 
Esse texto tem a função de persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta pelo texto. É um 
tipo textual muito presente no texto jornalístico: artigo de opinião, editorial, etc. Geralmente, esse texto mostra 
fatos para embasar a argumentação, o que caracteriza o texto como dissertativo-argumentativo. 
*************************************************************************** 
Exemplo de Texto Argumentativo 
A televisão tem uma grande influência na formação pessoal e social das crianças e dos jovens. Funciona como 
um estímulo que condiciona os comportamentos, positiva ou negativamente. 
A televisão difunde programas educativosedificantes, tais como o Zig Zag, os documentários sobre História, 
Ciências, informação sobre a atualidade, divulgação de novos produtos… 
Todavia, a televisão exerce também uma influência negativa, ao exibir modelos, cujas características são 
inatingíveis pelas crianças e jovens em geral. As suas qualidades físicas são amplificadas, os defeitos esbatidos, 
criando-se a imagem do herói / heroína perfeitos. Esta construção produz sentimentos de insatisfação do eu consigo 
mesmo e de menosprezo pelo outro. 
*************************************************************************** 
COMENTÁRIOS: Observe que esse texto traz consigo uma tese, ou seja, um ponto de vista. Afirma o autor do 
texto que a televisão tem uma grande influência na formação pessoal e social das crianças e dos jovens. Essa 
afirmação é defendida ao longo do texto por meio de fatos e dados, que constituem seus argumentos 
(justificativas). 
 
IMPORTANTE 
Nem todo texto que apresenta argumentos é necessariamente argumentativo. 
O texto pode discorrer sobre um determinado tema, trazendo para conhecimento dos leitores os diversos 
argumentos e pontos de vista acerca do assunto. Dessa forma, apenas expondo as opiniões, sem tomar partido de 
nenhuma, o texto não será argumentativo, mas apenas expositivo. 
Portanto, para ser argumentativo, é necessário identificar no texto uma tese, ou seja, um ponto de vista 
próprio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Caiu em prova! 
A polícia parisiense — disse ele — é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes, engenhosos, 
astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo especial. Assim, 
quando o delegado G... nos contou, pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas pesquisas no Hotel D..., 
não tive dúvida de que efetuara uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou o seu trabalho. 
No que se refere à tipologia e aos sentidos do texto, julgue os próximos itens. 
O primeiro parágrafo do texto é predominantemente descritivo, pois apresenta as características da “polícia 
parisiense”. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
Resposta: ERRADO 
De fato, são apresentadas características da polícia parisiense. No entanto, essas características são parte de um 
juízo de valor por parte por parte do personagem, ou seja, expressam a opinião deste a respeito da polícia de Paris. 
Ficamos, então, diante do seguinte questionamento: trata-se de um texto predominantemente descritivo ou 
argumentativo (opinativo)? 
Respondamos à seguinte pergunta: qual o objetivo principal do texto – simplesmente elencar as características ou 
expressar uma opinião, uma visão pessoal? 
Ora, trata-se de uma visão pessoal, sujeita a divergências diante da realidade, correto? 
A polícia parisiense é astuta, engenhosa e perseverante, SEGUNDO O FALANTE. 
Resposta: ERRADO 
 
Principais Gêneros Argumentativos 
 São vários os gêneros narrativos, cada um com suas peculiaridades. Como dito, as provas focam atenção no 
reconhecimento dos tipos, e não dos gêneros. Portanto, apenas registremos as principais características dos 
principais gêneros argumentativos: 
Artigo de Opinião 
O artigo de opinião é um texto argumentativo que manifesta a opinião de um articulista acerca de um 
assunto da atualidade numa abordagem crítica e pessoal. Trata-se de um texto tipicamente jornalístico e versa 
sobre temas da atualidade de interesse do público-leitor. 
Editorial 
O editorial é um texto argumentativo que manifesta a opinião de grupo jornalístico acerca de um assunto 
da atualidade numa abordagem crítica. O assunto, em geral, é um tema de grande repercussão, principalmente 
na imprensa. 
Apresenta características muito similares a do artigo de opinião, com uma defesa mais enfática do ponto de 
vista, recorrendo, muitas vezes, a conotações, perguntas retóricas, tons apelativos e a uma linguagem persuasiva. 
 
 
 
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IMPORTANTE 
 O editorial difere do artigo, pois não é a manifestação de uma opinião individual de um articulista (caso do 
artigo), mas sim de um meio de comunicação. Quem assina um editorial é o Editor-Chefe do meio jornalístico. 
Crônica-Argumentativa 
 A crônica-argumentativa é um texto argumentativo que manifesta a opinião de um articulista acerca de um 
assunto da atualidade numa abordagem crítica e pessoal. Difere de outros textos argumentativos, na medida em 
que usa fatos do cotidiano ou dos noticiários como ponto de partida para a reflexão em torno de um assunto mais 
amplo. 
A parte narrativa é breve, restrita a uma simples descrição do fato. Nela, o foco narrativo pode ser em 1ª ou 
em 3ª pessoa. O texto concentra sua atenção, portanto, na defesa do ponto de vista em torno de um tema. Por 
isso, dizemos se tratar de um texto argumentativo, pois a narrativa é reduzida a um simples fato, pretexto para 
análise de um tema. 
IMPORTANTE 
Não se deve confundir a crônica narrativa com a argumentativa. A primeira se concentra na narração e descrição 
subjetiva de um fato cotidiano, enquanto que a segunda se concentra na argumentação pessoal, sendo a narração 
um simples pretexto para se analisar uma temática. 
 
Exemplo de Crônica-Argumentativa 
 Mais um dia a mesma cena: volto do trabalho final da tarde e vejo minha vizinha lavando a calçada com litros e 
litros de água jorrando da mangueira. Assim como minha vizinha, outras pessoas devem fazer o mesmo, muito 
provavelmente pensando que a água é um recurso infindável. 
 Este pensamento é muito equivocado. Mal sabem essas pessoas que apenas uma ínfima parte da água disponível 
em nosso planeta é potável. Talvez o fato de o Brasil ter uma ampla bacia hidrográfica nos faça acreditar que nosso 
país não está comprometido. Mas não é verdade, pois cada vez têm sido mais comum problemas de abastecimento de 
água em grandes metrópoles. 
 O futuro não é otimista. Uma parcela mais significativa da população mundial sofrerá com racionamentos. 
Especula-se que haja disputas por tal recurso por vários setores da economia e é possível que o preço da distribuição 
de água se eleve consideravelmente. 
 Para evitar cenários caóticos, é necessário otimizar o uso da água, não se utilizando para fins fúteis como lavar 
a calçada ou o carro. Para essas atividades, devemos reaproveitar a água ou, então, reciclá-la através de tratamento 
adequado. Utilizar água potável com irracionalidade é a mais pura falta de sensatez. 
 Vou cobrar da minha vizinha essa consciência. Não podemos nos omitir esperando apenas que alguma 
autoridade se pronuncie. Os diretamente afetados pela escassez de água potável somos nós. 
 
 
 
 
 
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Resenha Crítica 
 A resenha crítica consiste em uma análise de produção artística, em que se emitem juízos de valor acerca de 
seu conteúdo e de seus elementos componentes. Difere do resumo (sinopse), pois, diferentemente deste, não tem 
como objetivo simplesmente destacar os principais acontecimentos da obra, mas sim avaliar de forma crítica, 
apontando qualidades e defeitos. 
Tipo Injuntivo 
O texto injuntivo tem por objetivo incitar o leitor a uma ação, impondo regras (texto injuntivo-
prescritivo) ou fornecendo instruções e indicações para a realização de um trabalho ou a utilização 
correta de instrumentos (texto injuntivo-instrucional). Por tal finalidade, combina com esse padrão de 
texto verbos no modo imperativo. Receitas culinárias, manuais de instruções, leis, códigos de ética, entre 
outros, são exemplos de textosinjuntivos. 
Caiu em prova! 
 
O texto apresentado combina elementos das tipologias expositiva e injuntiva. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
RESOLUÇÃO: 
 O texto esclarece ao público o que seriam as pequenas corrupções do dia a dia, enumerando-as. Esse caráter 
informativo é marca do texto de caráter expositivo. Além disso, a presença de construções imperativas, tais como 
“Diga não” e “Faça sua parte” sinalizam o caráter injuntivo. 
Resposta: CERTO 
 
 
 
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IMPORTANTE 
Um mesmo texto pode apresentar trechos de diversos tipos textuais. Deve-se, no entanto, verificar qual tipologia 
predomina. Veja o exemplo a seguir: 
****** 
 O termo groupthinking foi cunhado, na década de cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar 
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão, tomando decisões temerárias e causando grandes 
fracassos. 
 Os manuais de gestão definem groupthinking como um processo mental coletivo que ocorre quando os 
grupos são uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o desejo de coesão supera a motivação para 
avaliar alternativas diferentes das usuais. Os sintomas são conhecidos: uma ilusão de invulnerabilidade, que gera 
otimismo e pode levar a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões contrárias às teses dominantes; uma 
crença absoluta na moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão distorcida dos inimigos, comumente 
vistos como iludidos, fracos ou simplesmente estúpidos. 
 Tão antigas como o conceito são as receitas para contrapor a patologia: primeiro, é preciso estimular o 
pensamento crítico e as visões alternativas à visão dominante; segundo, é necessário adotar sistemas 
transparentes de governança e procedimentos de auditoria; terceiro, é desejável renovar constantemente o grupo, 
de forma a oxigenar as discussões e o processo de tomada de decisão. 
****** 
Observemos que a sequência narrativa inicial, relatando a origem do termo "groupthinking", não caracteriza o 
texto como narrativo, pois integra a organização do texto predominantemente argumentativo. 
Para que diagnostiquemos qual tipologia predomina, devemos questionar qual o objetivo principal do texto: se 
este é relatar um fato, então se trata de um texto predominantemente narrativo; se é explicar algo, então se 
trata de um texto predominantemente expositivo; se é defender um posicionamento, trata-se de um texto 
predominantemente argumentativo, ... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Tipos de 
Texto
TEXTO NARRATIVO
O objetivo principal de um texto predominantemente NARRATIVO é
CONTAR UMA HISTÓRIA, RELATAR UM FATO. 
Sua principal característica é a SUCESSÃO DE FATOS e seus principais 
elementos são: TEMPO, AMBIENTE, NARRADOR, ENREDO e 
PERSONAGENS.
TEXTO DESCRITIVO
O objetivo principal de um texto predominantemente DESCRITIVO é
CARACTERIZAR UM SER, UM SENTIMENTO, UM AMBIENTE, UMA 
ROTINA, ETC. 
TEXTO DISSERTATIVO - EXPOSITIVO
O objetivo principal de um texto predominantemente EXPOSITIVO é
EXPLICAR UM ASSUNTO, FALAR SOBRE UM TEMA, apresentando fatos, 
dados, informações.
TEXTO DISSERTATIVO - ARGUMENTATIVO
O objetivo principal de um texto predominantemente ARGUMENTATIVO é
EMITIR UM POSICIONAMENTO, DEFENDER UM PONTO DE VISTA.
TEXTO INJUNTIVO
O objetivo principal de um texto predominantemente INJUNTIVO é
EMITIR UM COMANDO. Pode ser INSTRUCIONAL, quando o comando 
tem por objetivo INSTRUIR, ORIENTAR. Pode ser PRESCRITIVO, quando 
o comando é acompanhado de uma AMEAÇA ou COAÇÃO.
 
 
 
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Questões Comentadas 
 
1. CESPE - Soldado Militar (PM MA)/Combatente/2018 
Texto CG2A1CCC 
A questão da segurança pública passou a ser considerada problema fundamental e principal desafio ao Estado de 
direito no Brasil. A segurança ganhou enorme visibilidade pública e jamais, em nossa história recente, esteve tão 
presente nos debates. 
A amplitude dos temas e problemas relativos à segurança pública alerta para a necessidade de qualificação do 
debate sobre segurança e para a incorporação de novos atores, cenários e paradigmas às políticas públicas. 
O problema da segurança, portanto, não pode mais estar adstrito apenas ao repertório tradicional do direito e das 
instituições da justiça. Evidentemente, as soluções devem passar pelo fortalecimento da capacidade do Estado 
em gerir a violência, pela retomada da capacidade gerencial no âmbito das políticas públicas de segurança, mas 
também devem passar pelo alongamento dos pontos de contato das instituições públicas com a sociedade civil e 
com a produção acadêmica mais relevante à área. 
Em síntese, os novos gestores da segurança pública devem enfrentar esses desafios, além de fazer o amplo debate 
nacional sobre o tema transformar-se em real controle sobre as políticas de segurança pública e, mais ainda, 
estimular a parceria entre órgãos do poder público e da sociedade civil na luta por segurança e qualidade de vida 
dos cidadãos brasileiros. 
Internet: <www.observatoriodeseguranca.org> (com adaptações). 
Acerca das ideias e de aspectos linguísticos do texto CG2A1CCC, julgue o seguinte item. 
No texto, predominam o uso de linguagem denotativa e o tipo textual argumentativo. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
RESOLUÇÃO: 
De fato! O texto defende uma opinião bem clara acerca da temática de Segurança Pública, propondo 
intervenções. Praticamente todas as palavras do texto foram empregadas no sentido literal, ou seja, ao pé da letra, 
também denominado denotativo. 
Resposta: CERTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. CESPE - Analista Judiciário (STM)/Apoio Especializado/Revisão de Texto/2018 
Texto 6A3AAA 
A liderança é necessária em todos os tipos de organização humana, seja nas empresas, seja em cada um de seus 
departamentos. Ela é essencial em todas as funções da administração: o administrador precisa conhecer a 
natureza humana e saber conduzir as pessoas, isto é, liderar. 
Para os humanistas, a liderança pode ser analisada sob diversos ângulos, entre os quais estão: 
Liderança como um fenômeno de influência interpessoal. Liderança é a influência interpessoal exercida em uma 
situação e dirigida por meio do processo da comunicação humana para a consecução de um ou mais objetivos 
específicos. A liderança ocorre como um fenômeno social e exclusivamente nos grupos sociais. Ela decorre dos 
relacionamentos entre as pessoas em determinada estrutura social. Nada tem a ver com os traços pessoais de 
personalidade do líder. A influência significa uma força psicológica, uma transação interpessoal na qual uma 
pessoa age de modo a modificar o comportamento de outra de modo intencional. A influência envolve conceitos 
como poder e autoridade, abrangendo maneiras pelas quais se provocam mudanças no comportamento de 
pessoas ou de grupos sociais. 
Liderança como um processo de redução da incerteza de um grupo. O grau em que um indivíduo demonstra a 
qualidade de liderança depende não somente de suas próprias características pessoais, mas também das 
características da situação na qual ele se encontra.Liderança é um processo contínuo de escolha que permite que 
a empresa caminhe em direção a sua meta, apesar de todas as perturbações internas e externas. O grupo tende a 
escolher como líder a pessoa que lhe pode dar maior assistência e orientação (que defina ou ajude o grupo a 
escolheros rumos e as melhores soluções para seus problemas) para que alcance seus objetivos. A liderança éuma 
questão de redução da incerteza do grupo, e o comportamento pelo qual se consegue essa redução é a escolha, a 
tomada de decisão. Nesse sentido, o líder é um tomador de decisões ou aquele que ajuda o grupo a tomar decisões 
adequadas. 
Idalberto Chiavenato. Introdução à teoria geral da administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003, p. 122 (com 
adaptações). 
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto 6A3AAA, julgue o item. 
De cunho predominantemente argumentativo, o texto tem o objetivo geral de convencer o leitor da validade 
da perspectiva humanista em relação à noção de liderança. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
RESOLUÇÃO: 
A autora não tem a intenção de convencer o leitor da validade da perspectiva humanista. O texto, na 
verdade, explica para o leitor como os humanistas abordam a temática da liderança. 
Dessa forma, não emite o texto um juízo de valor, e sim apenas expõe as informações. 
Trata-se de um texto predominantemente expositivo. 
Resposta: ERRADO 
 
 
 
 
 
 
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3. CESPE - Técnico Judiciário (STM)/Administrativa/"Sem Especialidade"/2018 (e mais 1 concurso) 
Texto CB4A1AAA 
Narração é diferente de narrativa, uma vez que mantém algo da ideia de acompanhar os fatos à medida que eles 
acontecem. A narrativa é uma totalidade de acontecimentos encadeados, uma espécie de soma final, e está 
presente em tudo: na sequência de entrada, prato principal e sobremesa de um jantar; em mitos, romances, 
contos, novelas, peças, poemas; no Curriculum vitae; na história dos nossos corpos; nas notícias; em relatórios 
médicos; em conversas, desenhos, sonhos, filmes, fábulas, fotografias. Está nas óperas, nos 
videoclipes, videogames e jogos de tabuleiro. A narração, por sua vez, é basicamente aquilo que um narrador 
enuncia. 
Uma contagem de palavras na base de dados do Google mostra uma mudança nos usos de narrativa. A palavra 
vem sendo cada vez mais empregada nas últimas décadas, mas seu sentido vem mudando. 
A expressão disputa de narrativas, que teve um boom dos anos 80 do século XX para cá, não costuma dizer respeito 
à acepção mais literária do termo, como narrativa de um romance. Fala antes sobre trazer a público diferentes 
formas de narrar o mundo, para que narrativas plurais possam ser elaboradas e disputadas. É um uso do termo que 
talvez aproxime narrativa de narração, porque sugere que toda narrativa histórica e cultural carrega em si um 
processo e um movimento e que dentro dela há sempre sinais deixados pelas escolhas de um narrador. 
Sofia Nestrovski. Narrativa. Internet: <www.nexojornal.com.br> (com adaptações). 
Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CB4A1AAA, julgue o item a seguir. 
Dadas a temática apresentada e a presença de referências temporais, como as expressões “nas últimas 
décadas” e “dos anos 80 do século XX para cá”, o texto classifica-se como narrativo. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
RESOLUÇÃO: 
A principal característica do texto narrativo é a sucessão de fatos. Não é o que se observa no texto lido. Nele 
há um tema: a diferença de sentido entre narrativa e narração. 
Trata-se não de uma história, mas sim de uma análise. 
O texto, portanto, é predominantemente expositivo. 
Resposta: ERRADO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. CESPE - Técnico de Enfermagem (IHB DF)/2018 
Texto CG2A1AAA 
A vida de Florence Nightingale, a criadora da moderna enfermagem, daria um romance. Florence estava destinada 
a receber uma boa educação, a casar-se com um cavalheiro de fina estirpe, a ter filhos, a cuidar da casa e da família. 
Mas logo ficou claro que a menina não se conformaria a esse modelo. Era diferente; gostava de matemática, e era 
o que queria estudar (os pais não deixaram). Aos dezesseis anos, algo aconteceu: Deus falou-me — escreveu depois 
— e convocou-me para servi-lo. 
Servir a Deus significava, para ela, cuidar dos enfermos, e especialmente dos enfermos hospitalizados. Naquela 
época, os hospitais curavam tão pouco e eram tão perigosos (por causa da sujeira, do risco de infecção) que os 
ricos preferiam tratar-se em casa. Hospitalizados eram só os pobres, e Florence preparou-se para cuidar deles, 
praticando com os indigentes que viviam próximos à sua casa. Viajou por toda a Europa, visitando hospitais. Coisa 
que os pais não viam com bons olhos: enfermeiras eram consideradas pessoas de categoria inferior, de vida 
desregrada. Mas Florence foi em frente e logo surgiu a oportunidade para colocar em prática o que aprendera. 
Sidney Herbert, membro do governo inglês e amigo pessoal, pediu-lhe que chefiasse um grupo de enfermeiras 
enviadas para o front turco, uma tarefa a que Florence entregou-se de corpo e alma; providenciava comida, 
remédios, agasalhos, além de supervisionar o trabalho das enfermeiras. Mais que isso, fez estudos estatísticos (sua 
vocação matemática enfim triunfou) mostrando que a alta mortalidade dos soldados resultava das péssimas 
condições de saneamento. 
Isso tudo não quer dizer que Florence fosse, pelos padrões habituais, uma mulher feliz. Para começar, não havia, 
em sua vida, lugar para ligações amorosas. Cortejou-a o político e poeta Richard Milnes, Barão Houghton, mas ela 
rejeitou-o. Ao voltar da guerra, algo estranho lhe aconteceu: recolheu-se ao leito e nunca mais deixou o quarto. É 
possível, e até provável, que isso tenha resultado de brucelose, uma infecção crônica contraída durante a guerra; 
mas havia aí um óbvio componente emocional, uma forma de fuga da realidade. Contudo — Florence era Florence 
—, mesmo acamada, continuou trabalhando intensamente. Colaborou com a comissão governamental sobre 
saúde dos militares, fundou uma escola para treinamento de enfermeiras, escreveu um livro sobre esse 
treinamento. 
Estranha, a Florence Nightingale? Talvez. Mas estranheza pode estar associada a qualidades admiráveis. Grande 
e estranho é o mundo; grandes, ainda que estranhas, são muitas pessoas. E se elas têm grandeza, ao mundo pouco 
deve importar que sejam estranhas. 
Moacyr Scliar. Uma estranha, e admirável, mulher. Internet: <http://moacyrscliar.blogspot.com.br> (com 
adaptações). 
No que se refere às ideias e à tipologia do texto CG2A1AAA, julgue o item que se segue. 
O texto, embora contenha trecho narrativo dedicado a contar a trajetória da precursora da moderna 
enfermagem, é essencialmente dissertativo, pois está estruturado em introdução, desenvolvimento e 
conclusão. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
 
 
 
 
 
 
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RESOLUÇÃO: 
Não é a mera divisão em introdução, desenvolvimento e conclusão que define o texto como dissertativo. O 
que é o define como tal é a abordagem de um tema, por meio da mera exposição de informações (dissertação 
expositiva) ou por meio de uma defesa de ponto de vista (dissertação argumentativa). 
O trecho final do texto tem características argumentativas, mas, na sua essência, o texto relata a trajetória 
de Florence Nightingale. É, portanto, predominantemente narrativo. 
Resposta: ERRADO 
5. CESPE - Agente de Inteligência/2018 
Texto 
A atividade de inteligência é o exercício de ações especializadas para a obtenção e análise de dados, produção de 
conhecimentos e proteção de conhecimentos para o país. Inteligência e contrainteligência são os dois ramos dessa 
atividade. A inteligência compreende ações de obtenção de dados associadas à análise para a compreensão desses 
dados. A análise transformaos dados em cenário compreensível para o entendimento do passado, do presente e 
para a perspectiva de como tende a se configurar o futuro. Cabe à inteligência tratar fundamentalmente da 
produção de conhecimentos com o objetivo específico de auxiliar o usuário a tomar decisões de maneira mais 
fundamentada. A contrainteligência tem como atribuições a produção de conhecimentos e a realização de ações 
voltadas à proteção de dados, conhecimentos, infraestruturas críticas — comunicações, transportes, tecnologias 
de informação — e outros ativos sensíveis e sigilosos de interesse do Estado e da sociedade. O trabalho 
desenvolvido pela contrainteligência tem foco na defesa contra ameaças como a espionagem, a sabotagem, o 
vazamento de informações e o terrorismo, patrocinadas por instituições, grupos ou governos estrangeiros. 
Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações). 
Julgue o item seguinte, relativo às ideias e aos aspectos linguísticos do texto. 
No texto, predomina a tipologia textual expositiva, dado o seu objetivo comunicativo de transmitir ao leitor 
um conjunto de informações relativas às atividades desenvolvidas sob o rótulo de inteligência. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
RESOLUÇÃO: 
Exato! 
O texto discorre sobre as atividades de inteligência e contrainteligência, sem emitir juízo de valor acerca 
delas. Restringe-se a expor informações acerca das duas atividades. É, portanto, predominantemente expositivo. 
Resposta: CERTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6. CESPE - Analista Judiciário (STJ)/Administrativa/2018 (e mais 7 concursos) 
Texto CB1A1BBB 
O conceito de direitos humanos assenta em um bem conhecido conjunto de pressupostos, todos eles tipicamente 
ocidentais: existe uma natureza humana universal que pode ser conhecida racionalmente; a natureza humana é 
essencialmente diferente e superior à restante realidade; o indivíduo possui uma dignidade absoluta e irredutível 
que tem de ser defendida da sociedade ou do Estado; a autonomia do indivíduo exige que a sociedade esteja 
organizada de forma não hierárquica, como soma de indivíduos livres. Uma vez que todos esses pressupostos são 
claramente ocidentais e facilmente distinguíveis de outras concepções de dignidade humana em outras culturas, 
teremos de perguntar por que motivo a questão da universalidade dos direitos humanos se tornou tão acesamente 
debatida. 
Boaventura de Sousa Santos. Por uma concepção multicultural dos direitos humanos. Internet: 
<www.dhnet.org.br> (com adaptações). 
Acerca do texto CB1A1BBB e de seus aspectos linguísticos, julgue o item que se segue. 
O texto é essencialmente dissertativo-argumentativo e nele o autor expressa sua opinião a respeito do 
assunto tratado. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
 
RESOLUÇÃO: 
O autor expõe informações acerca do tema durante grande parte do texto. Ao final, emite um juízo de valor 
acerca do assunto, levantando uma necessidade de questionamento. 
Resposta: CERTO 
7. CESPE - Assistente de Aluno (IFF)/2018 (e mais 3 concursos) 
Texto 
O alemão Max Weber, um dos mais renomados pensadores sociais, fundador e expoente da teoria sociológica 
clássica, elaborou um conceito de burocracia baseado em elementos jurídicos do século XIX, concebidos por 
teóricos do direito. 
A divisão e distribuição de funções, a seleção de pessoal especializado, os regulamentos e a disciplina hierárquica 
são fatores que fazem da burocracia moderna o modo mais eficiente de administração, tanto na esfera privada 
(em uma empresa capitalista) quanto na administração pública. 
O leigo, em geral, costuma criticar o aparelho burocrático da administração pública devido à sua rigidez 
administrativa, inadequação das normas e grande quantidade de regulamentos. Esses aspectos produzem 
resultados contrários aos esperados pelo cidadão, como, por exemplo, a lentidão dos processos. 
De fato, a crescente racionalidade do sistema burocrático tende a gerar efeitos negativos, que podem diminuir 
drasticamente a eficiência de uma organização ou sociedade. Em contrapartida, novos modelos de estruturas 
burocráticas, alternativos ao modelo weberiano, têm sido experimentados. 
Burocracia: Max Weber e o significado de ‘burocracia’ Internet: <https://educacao uol com br> (com adaptações) 
 
 
 
 
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O texto tem, predominantemente, a função de 
a) divertir o leitor. 
b) informar o leitor. 
c) dialogar com o leitor. 
d) convencer o leitor de algo. 
e) narrar um fato ao leitor. 
RESOLUÇÃO 
Trata-se de um texto meramente expositivo, em que o autor enumera uma série de informações 
relacionadas ao tema da burocracia. 
Resposta: B 
 
8. CESPE - Auxiliar em Administração (IFF)/2018 
Texto 
Sete anos após receber o título de Patrimônio Cultural do Brasil, o Complexo Cultural Bumba Meu Boi, uma das 
manifestações culturais mais marcantes do estado do Maranhão, pode receber reconhecimento internacional. 
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) entregou ao Ministério das Relações Exteriores o 
dossiê de candidatura dessa manifestação cultural ao status de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. O 
título é conferido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). 
O Bumba Meu Boi é uma apresentação que mistura brincadeira, música, dança e artes cênicas. Os participantes 
dramatizam a história dos personagens Pai Francisco e sua mulher grávida, Mãe Catirina. Pai Francisco rouba a 
língua de um dos bois da fazenda onde trabalhava para satisfazer os desejos de Catirina. O dono da fazenda, 
porém, perdoa o trabalhador após os participantes do folguedo recuperarem a saúde do boi. A história termina 
com uma festa para celebrar o final feliz de todos. 
Internet: <www brasil gov br> (com adaptações) 
O texto é um(a) 
a) conto. 
b) crônica. 
c) ensaio. 
d) artigo de opinião. 
e) notícia informativa. 
 
 
 
 
 
 
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RESOLUÇÃO: 
Trata-se de um relato objetivo e impessoal acerca de um fato, como foco narrativo em 3ª pessoa, 
apresentados de forma linear. São marcas, portanto, de uma notícia de jornal. 
Resposta: E 
 
9. CESPE - Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (IFF)/Administração/2018 (e mais 19 
concursos) 
 Educar para a transcendência é tentar estabelecer um equilíbrio entre a educação para a sobrevivência e a 
educação para a transcendência. Explico melhor: a educação tem sido até hoje, na melhor das hipóteses, uma 
transferência cultural que oferece aos jovens a possibilidade de sobreviver dentro da sua cultura, entendida como 
modo de vida. Isso ocorre no contexto das formas mais tribais da educação, até nas mais sofisticadas, mas não 
menos egoístas. 
Com a evolução da espécie humana ― que existe diferenciada dos animais há 4 ou 5 milhões de anos ―, foi se 
acentuando a nossa diferença fundamental em relação aos animais: consciência do espaço temporal em que 
vivemos — isto é, consciência do começo e do fim da vida — e curiosidade intensa sobre o que éramos antes e o 
que iremos ser depois. Ao penetrarmos, conscientemente, nesse campo desconhecido por meio do raciocínio, da 
filosofia e, por que não, da ciência, estaremos no caminho da transcendência. 
É preciso que a educação nos prepare para esse caminho com o qual poderemos entender melhor de onde viemos 
e para onde vamos. Isso nos tornará mais humildes, mais humanos e mais éticos. Estes dois aspectos, ética e 
transcendência, andam juntos e só se logram com uma maior abertura e um conteúdo humanístico e filosófico 
cadavez maior no processo educativo. 
José Aristodemo Pinotti Discurso [sobre o processo de discussão da reforma universitária] 
Internet: <www camara gov br> (com adaptações) 
O texto é essencialmente 
a) descritivo. 
b) narrativo. 
c) expositivo. 
d) argumentativo. 
e) injuntivo. 
RESOLUÇÃO: 
O autor deixa claro, ao longo do texto, seu juízo de valor acerca dos caminhos a serem trilhados pela 
educação. É fato que o texto traz várias informações, mas estas servem de suporte para a defesa de um ponto de 
vista, objetivo principal do texto. Trata-se, portanto, de um texto argumentativo. 
Resposta: D 
 
 
 
 
 
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10. CESPE - Ag (TCE-PB)/TCE-PB/Documentação/2018 
Texto 
O medo do esquecimento obcecou as sociedades europeias da primeira fase da modernidade. Para dominar sua 
inquietação, elas fixaram, por meio da escrita, os traços do passado, a lembrança dos mortos ou a glória dos vivos 
e todos os textos que não deveriam desaparecer. A pedra, a madeira, o tecido, o pergaminho e o papel forneceram 
os suportes nos quais podia ser inscrita a memória dos tempos e dos homens. 
No espaço aberto da cidade, no refúgio da biblioteca, na magnitude do livro e na humildade dos objetos mais 
simples, a escrita teve como missão conjurar contra a fatalidade da perda. Em um mundo no qual as escritas 
podiam ser apagadas, os manuscritos podiam ser perdidos e os livros estavam sempre ameaçados de destruição, 
a tarefa não era fácil. Paradoxalmente, seu sucesso poderia criar, talvez, outro perigo: o de uma incontrolável 
proliferação textual de um discurso sem ordem nem limites. 
O excesso de escrita, que multiplica os textos inúteis e abafa o pensamento sob o acúmulo de discursos, foi 
considerado um perigo tão grande quanto seu contrário. Embora fosse temido, o apagamento era necessário, 
assim como o esquecimento também o é para a memória. Nem todos os escritos foram destinados a se tornar 
arquivos cuja proteção os defenderia da imprevisibilidade da história. Alguns foram traçados sobre suportes que 
permitiam escrever, apagar e depois escrever de novo. 
Roger Chartier. Inscrever e apagar: cultura escrita e literatura (séculos XI-XVIII). Trad.: Luzmara Curcino Ferreira. 
São Paulo: UNESP, 2007, p. 9-10 (com adaptações). 
Predomina no texto a tipologia 
a) narrativa. 
b) prescritiva. 
c) argumentativa. 
d) descritiva. 
e) expositiva. 
RESOLUÇÃO 
COMENTÁRIOS: Tipologia textual diz respeito às diferentes formas que um texto pode apresentar. Assim, 
um conjunto de enunciados é estruturado de acordo com sua intenção comunicativa e com suas características 
predominantes. 
ALTERNATIVA A: A narração é uma história contada por um narrador, e o texto em análise tem caráter 
dissertativo. 
ALTERNATIVA B: Texto prescritivo, como uma receita médica, tem a finalidade de orientar ou de instruir 
acerca de algo, o que não ocorre no texto em análise. 
ALTERNATIVA C: O texto não argumenta, porque não há uma tese sendo defendida. Assim, o autor não 
procura convencer o leitor a respeito de um ponto de vista. 
 
 
 
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ALTERNATIVA D: O texto descritivo, geralmente, serve para enriquecer o texto narrativo. Muitas vezes, 
cria-se um “retrato verbal” daquilo que se descreve, a fim de tornar o texto mais visual. Apresenta, pois, de forma 
detalhada, detalhes específicos sobre algo. 
ALTERNATIVA E: O texto expõe a importância que teve a escrita na sociedade, com ênfase no seu papel de 
dominar a inquietação do homem diante do medo do esquecimento que assolou a sociedade europeia em 
determinado momento de sua história, que corresponde à sua primeira fase de modernidade. 
Resposta: E 
 
11.CESPE – MPE/PI - 2018 
Eis que se inicia então uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo: sua troca de correspondência 
com os estudantes, julgando estar a se corresponder com sua amada. E eis que passo pela rama nesta fase de meu 
relato, já que me é impossível dar a exata medida do grau de maluquice que inspiraram tais cartas: infelizmente se 
perderam e de nenhuma encontrei paradeiro, por maiores que tenham sido os meus esforços em rebuscar 
coleções, arquivos e alfarrábios em minha terra. Sou forçado, pois, a limitar-me aos elementos de que disponho, 
encerrando em desventuras as aventuras de Viramundo em Ouro Preto, e dando viço às suas peregrinações. 
Fernando Sabino. O grande mentecapto. 62.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2002. 
Com referência aos sentidos do texto precedente e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue os itens 
a seguir. 
A presença de um narrador é um dos elementos textuais que permitem classificar o texto como narrativo. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
RESOLUÇÃO: 
De fato! O texto traz um narrador- personagem – foco narrativo em 1ª pessoa. 
Além do elemento narrador, é possível identificar personagens (Geraldo Viramundo e o próprio narrador), 
tempo (uma das fases mais intensas na vida de Geraldo Viramundo), espaço (Ouro Preto) e enredo (as aventuras 
de Viramundo em Ouro Preto). 
Resposta: CERTO 
12. CESPE – MPE/PI - 2018 
Saiu a mais nova lista de coisas que devem ou não ser feitas, moda que parece ter contagiado o planeta. Desta vez, 
Arthur Frommer e Holly Hugues elencam os 500 locais que precisamos visitar antes que desapareçam (500 
places to see before they disappear). O livro traz lugares naturais e históricos, de antigos centros de culto a 
paisagens em vias de extinção, assim como tesouros culturais únicos, como o Fenway Park, de Boston, inaugurado 
em 1912: um dos últimos estádios norte-americanos que mantêm sua construção original, diz o Atlanta Journal 
Constitution. 
Revista da Semana, dez./2008 (com adaptações). 
 
 
 
 
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Julgue os itens a seguir, relativos aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto apresentado. 
O texto é essencialmente informativo. 
( ) CERTO ( ) ERRADO 
RESOLUÇÃO: 
De fato! O principal objetivo do texto é detalhar o conteúdo da obra 500 locais que precisamos visitar antes 
que desapareçam. 
Entenda-se “essencialmente” não como “exclusivamente”, mas sim “predominantemente”. 
Não se pode afirmar que o texto seja exclusivamente informativo, pois há juízo de valor manifestado por 
parte do autor no trecho: “moda que parece ter contagiado o planeta”. 
Mas é correto afirmar que predomina no texto o caráter informativo. 
O item, portanto, está CERTO! 
Resposta: CERTO 
 
Texto para as questões 13 a 14 
A polícia parisiense — disse ele — é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes, 
engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo 
especial. Assim, quando o delegado G... nos contou, pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas 
pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou 
o seu trabalho. 
— Até o ponto a que chegou o seu trabalho? — perguntei. 
— Sim — respondeu Dupin. — As medidas adotadas não foram apenas as melhores que poderiam ser tomadas, 
mas realizadas com absoluta perfeição. Se a carta estivesse depositada dentro do raio de suas investigações, esses 
rapazes, sem dúvida, a teriam encontrado. 
Ri, simplesmente — mas ele parecia haver dito tudo aquilo com a máxima seriedade. 
 — As medidas, pois — prosseguiu —, eram boas em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em 
serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão. Um certo conjunto de recursos altamente engenhosos é, para 
o delegado, uma

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