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Conselho Regional de 
Corretores de Imóveis - 17º Região 
(Rio Grande do Norte) - CRECI-RN 
 
Profissional de Suporte Técnico (PST) - 
Assistente Administrativo 
 
 
 
Língua Portuguesa 
4.1 Lei nº 6.530/1978 4.2 .................................................................................................................................................. 1 
Decreto nº 81.871/1978; ................................................................................................................................................... 3 
4.3 Resoluções COFECI nº 146/1982, 326/1992 e 327/1992. .................................................................................... 7 
 
 
Matemática / Raciocínio Lógico 
2.1 Conjuntos numéricos: números naturais, inteiros e racionais .............................................................................. 1 
2.2 Operações e expressões com números racionais ..................................................................................................... 8 
2.3 Produtos notáveis: quadrado da soma ou da diferença de dois termos, produto da soma pela diferença de 
dois termos; 2.4 Fatoração: fator comum em evidência, agrupamento, trinômio quadrado perfeito, trinômio 
do 2º grau, diferença de dois quadrados ...................................................................................................................... 10 
2.5 Racionalização de denominadores (apenas com raízes quadradas e somas ou diferenças com raízes 
quadradas) ......................................................................................................................................................................... 11 
2.6 Equações do 1º grau e sistemas de equações do 1º grau: resolução e problemas.......................................... 12 
2.7 Regra de três simples e problemas .......................................................................................................................... 15 
2.8 Porcentagens e problemas ........................................................................................................................................ 17 
2.9 Equações do 2º grau: resolução e problemas ........................................................................................................ 19 
2.10 Sistemas de transformações de unidades de medidas: comprimento, área, volume, capacidade e medidas 
agrárias ............................................................................................................................................................................... 21 
 
 
Legislação Específica 
1.1 Organização do texto. 1.1.1 Propósito comunicativo. ............................................................................................ 1 
1.1.2 Tipos de texto (dialogal, descritivo, narrativo, injuntivo, explicativo e argumentativo). ............................. 8 
1.1.3 Gêneros discursivos. .............................................................................................................................................. 16 
1.1.4 Mecanismos coesivos. 1.1.5 Fatores de coerência textual. .............................................................................. 22 
1.1.6 Progressão temática. .............................................................................................................................................. 31 
1.1.7 Paragrafação. ........................................................................................................................................................... 31 
1.1.8 Citação do discurso alheio. .................................................................................................................................... 32 
1.1.9 Informações implícitas. ......................................................................................................................................... 36 
1.1.10 Linguagem denotativa e linguagem conotativa. ............................................................................................. 37 
1.2 Conhecimento linguístico. 1.2.1 Variação linguística. ......................................................................................... 38 
1.2.2 Classes de palavras: usos e adequações. ............................................................................................................. 44 
1.2.3 Convenções da norma padrão (no âmbito da concordância, da regência, da ortografia e da acentuação 
gráfica). .............................................................................................................................................................................. 64 
1.2.4 Organização do período simples e do período composto. ............................................................................... 81 
1.2.5 Pontuação. ................................................................................................................................................................ 93 
1.2.6 Relações semânticas entre palavras (sinonímia, antonímia, hiponímia e hiperonímia). ........................... 97 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Alterações e Retificações após a divulgação do Edital estarão 
disponíveis em Nosso Site na Versão Digital. 
 
 
Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: 
https://www.apostilasopcao.com.br/contatos.php, com retorno do 
Professor no prazo de até 05 dias úteis. 
 
 
PIRATARIA É CRIME: É proibida a reprodução total ou parcial desta 
apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
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AVISO IMPORTANTE 
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LÍNGUA PORTUGUESA 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 1 
 
 
 
 
Caro(a) candidato(a), os tópicos .1.2 Tipos de texto 
(dialogal, descritivo, narrativo, injuntivo, explicativo e 
argumentativo), 1.1.3 Gêneros discursivos, 1.1.4 
Mecanismos coesivos, 1.1.5 Fatores de coerência textual, 
1.1.6 Progressão temática e 1.1.7 Paragrafação também 
falam sobre a organização do texto. 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
A leitura é o meio mais importante para chegarmos ao 
conhecimento, portanto, precisamos aprender a ler e não 
apenas “passar os olhos sobre algum texto”. Ler, na verdade, é 
dar sentido à vida e ao mundo, é dominar a riqueza de 
qualquer texto, seja literário, informativo, persuasivo, 
narrativo, possibilidades que se misturam e as tornam 
infinitas. É preciso, para uma boa leitura, exercitar-se na arte 
de pensar, de captar ideias, de investigar as palavras… Para 
isso, devemos entender, primeiro, algumas definições 
importantes: 
 
Texto 
O texto (do latim textum: tecido) é uma unidade básica de 
organização e transmissão de ideias, conceitos e informações 
de modo geral. Em sentido amplo, uma escultura,um quadro, 
um símbolo, um sinal de trânsito, uma foto, um filme, uma 
novela de televisão também são formas textuais. 
 
Interlocutor 
É a pessoa a quem o texto se dirige. 
 
Texto-modelo 
“Não é preciso muito para sentir ciúme. Bastam três – você, 
uma pessoa amada e uma intrusa. Por isso todo mundo sente. 
Se sua amiga disser que não, está mentindo ou se enganando. 
Quem agüenta ver o namorado conversando todo animado 
com outra menina sem sentir uma pontinha de não-sei-o-quê? 
(…) 
É normal você querer o máximo de atenção do seu 
namorado, das suas amigas, dos seus pais. Eles são a parte 
mais importante da sua vida.” 
(Revista Capricho) 
 
Modelo de Perguntas 
1) Considerando o texto-modelo, é possível identificar 
quem é o seu interlocutor preferencial? 
Um leitor jovem. 
 
2) Quais são as informações (explícitas ou não) que 
permitem a você identificar o interlocutor preferencial do 
texto? 
Do contexto podemos extrair indícios do interlocutor 
preferencial do texto: uma jovem adolescente, que pode ser 
acometida pelo ciúme. Observa-se ainda , que a revista 
Capricho tem como público-alvo preferencial: meninas 
adolescentes. 
A linguagem informal típica dos adolescentes. 
 
09 DICAS PARA MELHORAR A INTERPRETAÇÃO DE 
TEXTOS 
01) Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do 
assunto; 
02) Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa 
a leitura; 
03) Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto 
pelo menos duas vezes; 
04) Inferir; 
05) Voltar ao texto tantas quantas vezes precisar; 
06) Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do 
autor; 
07) Fragmentar o texto (parágrafos, partes) para melhor 
compreensão; 
08) Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada 
questão; 
09) O autor defende ideias e você deve percebê-las; 
 
Não saber interpretar corretamente um texto pode gerar 
inúmeros problemas, afetando não só o desenvolvimento 
profissional, mas também o desenvolvimento pessoal. O 
mundo moderno cobra de nós inúmeras competências, uma 
delas é a proficiência na língua, e isso não se refere apenas a 
uma boa comunicação verbal, mas também à capacidade de 
entender aquilo que está sendo lido. O analfabetismo funcional 
está relacionado com a dificuldade de decifrar as entrelinhas 
do código, pois a leitura mecânica é bem diferente da leitura 
interpretativa, aquela que fazemos ao estabelecer analogias e 
criar inferências. Para que você não sofra mais com a análise 
de textos, elaboramos algumas dicas para você seguir e tirar 
suas dúvidas. 
Uma interpretação de texto competente depende de 
inúmeros fatores, mas nem por isso deixaremos de contemplar 
alguns que se fazem essenciais para esse exercício. Muitas 
vezes, apressados, descuidamo-nos das minúcias presentes 
em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz 
suficiente, o que não é verdade. Interpretar demanda paciência 
e, por isso, sempre releia, pois uma segunda leitura pode 
apresentar aspectos surpreendentes que não foram 
observados anteriormente. Para auxiliar na busca de sentidos 
do texto, você pode também retirar dele os tópicos frasais 
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na 
apreensão do conteúdo exposto. Lembre-se de que os 
parágrafos não estão organizados, pelo menos em um bom 
texto, de maneira aleatória, se estão no lugar que estão, é 
porque ali se fazem necessários, estabelecendo uma relação 
hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias 
supracitadas ou apresentando novos conceitos. 
Para finalizar, concentre-se nas ideias que de fato foram 
explicitadas pelo autor: os textos argumentativos não 
costumam conceder espaço para divagações ou hipóteses, 
supostamente contidas nas entrelinhas. Devemos nos ater às 
ideias do autor, isso não quer dizer que você precise ficar preso 
na superfície do texto, mas é fundamental que não criemos, à 
revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas. Quem lê com 
cuidado certamente incorre menos no risco de tornar-se um 
analfabeto funcional e ler com atenção é um exercício que deve 
ser praticado à exaustão, assim como uma técnica, que fará de 
nós leitores proficientes e sagazes. Agora que você já conhece 
nossas dicas, desejamos a você uma boa leitura e bons estudos! 
Fonte: http://portugues.uol.com.br/redacao/dicas-para-uma-boa-
interpretacao-texto.html 
 
Questões 
 
01. (Câmara de Mauá – SP - Procurador Legislativo - 
VUNESP/2019) Leia trecho da crônica de Luís Fernando 
Veríssimo para responder às questão. 
 
 Vá entender___________. que depois dos 7 a 1 o torcedor 
brasileiro, desencantado, passaria _______ badminton, balé 
1.1 Organização do texto. 
1.1.1 Propósito comunicativo 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 2 
aquático ou outro esporte que não envolvesse bola ou 
qualquer coisa vagamente esférica. O desastre na Copa de 
2014 não só _______ não éramos mais o país do futebol como 
fomentaria nosso ódio pelo futebol. O futebol seria para nós 
como a História para Stephen Dedalus, aquele personagem do 
James Joyce: um pesadelo do qual estaríamos tentando 
acordar. Mas não. Assimilamos a derrota até com certa 
resignação filosófica. Depois da derrota para o Uruguai em 
1950, correram boatos de suicídios em massa, de torcedores 
ateando fogo _______ vestes, do Bigode engolindo formicida e do 
Barbosa pedindo asilo numa embaixada estrangeira. Depois 
dos 7 a 1 não houve nada parecido, nem boatos de coisa 
parecida. Foi uma desilusão dolorida, não foi uma tragédia. 
(Luis Fernando Veríssimo [org. Adriana Falcão e Isabel Falcão], “O bum”. Ironias 
do tempo, 2018. Adaptado.) 
 
As informações do texto permitem concluir que a hipótese 
de que 
(A) o torcedor brasileiro deixaria de exaltar suas tragédias 
não foi levada a termo, uma vez que a sua resignação filosófica 
foi insuficiente para minimizar a derrota por 7 a 1 da Copa de 
2014. 
(B) o futebol deixaria de ser o esporte preferido do 
brasileiro começou a virar realidade, uma vez que outros 
esportes que não envolvem bola caíram no gosto dos 
torcedores. 
(C) o Brasil deixaria de ser o país do futebol virou 
realidade, uma vez que os torcedores encararam a derrota por 
7 a 1 como uma verdadeira tragédia, tal como aquela para o 
Uruguai em 1950. 
(D) o brasileiro deixaria de gostar de futebol depois do 
desastre da Copa de 2014 não se concretizou, uma vez que os 
torcedores aceitaram o sofrimento imposto pela derrota por 7 
a 1 sem revoltas. 
(E) a Copa de 2014 deixaria de incomodar rapidamente o 
torcedor brasileiro foi deixada de lado, uma vez que o espírito 
de sofrimento e tragédia de 1950 se instalou no país. 
 
02. (TRF - 3ª REGIÃO - Técnico Judiciário - FCC/2019) 
 
1 Existe uma enfermidade moderna que afeta dois terços 
dos adultos. Seus sintomas incluem falta de apetite, dificuldade 
para controlar o peso, baixa imunidade, flutuações de humor, 
entre outros. Essa enfermidade é a privação de sono crônica, 
que vem crescendo na esteira de dispositivos que emitem luz 
azul. 
2 Por milênios, a luz azul existiu apenas durante o dia. 
Velas e lenha produziam luz amarelo-avermelhada e não havia 
iluminação artificial à noite. A luz do fogo não é problema 
porque o cérebro interpreta a luz vermelha como sinal de que 
chegou a hora de dormir. Com a luz azul é diferente: ela 
sinaliza a chegada da manhã. 
3 Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade 
do sono nas duas últimas décadas é a luz azulada que emana 
de aparelhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acontece 
quando estamos acordados, fazendo um malabarismo 
obsessivo com computadores e smartphones. 
4 A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas 
diárias em seus dispositivos eletrônicos - e muitos gastam bem 
mais que isso. Não é problema de uma minoria. Pesquisadores 
nos aconselham a usar o celular por menos de uma hora 
diariamente. Mas o uso excessivo do aparelho é tão 
predominante que os pesquisadores cunharam o termo 
“nomofobia" (uma abreviatura da expressão inglesa no-
mobile-phobiaj para descrever a fobia deficar sem celular. 
5 O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade 
para diferentes experiências. Um deles retrata reações 
cerebrais de um viciado em jogos eletrônicos. 
“Comportamentos viciantes ativam o centro de recompensa do 
cérebro", afirma Claire Gillan, neurocientista que estuda 
comportamentos obsessivos. “Contanto que a conduta 
acarrete recompensa, o cérebro a tratará da mesma maneira 
que uma droga". 
 (Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Objetiva, edição digital) 
 
Considere as afirmações abaixo. 
I. Critica-se no último parágrafo a dependência psicológica 
do celular, chamada por especialistas de “nomofobia”, 
característica de uma minoria que o utiliza de maneira 
abusiva. 
II. No texto, associa-se a perda da qualidade do sono ao uso 
de dispositivos eletrônicos que emitem luz azul. 
III. O autor expressa sentimento de nostalgia ao enaltecer 
uma época em que a maior parte da iluminação noturna 
provinha de luzes amarelo-avermelhadas. 
 
Está correto o que consta APENAS de 
(A) II e III 
(B) I e II. 
(C) II. 
(D) I 
(E) I e III. 
 
03. (Prefeitura de Caranaíba - MG - Auxiliar de 
Consultório Dentário - FCM/2019) A questão se refere ao 
texto a seguir. 
 
Seu cachorro é um gênio – saiba o porquê 
 
Brian Hare, neurocientista especializado em cognição 
canina, e sua esposa, a cientista e jornalista Vanessa Woods, 
explicam como funciona a mente dos cães e contam por que 
eles podem ser mais inteligentes do que seus donos imaginam. 
Baseados em um conjunto de trabalhos sobre o assunto 
que apelidaram de caninognição – ou seja, a cognição dos cães 
–, os autores chegaram à conclusão de que o processo 
evolutivo que transformou lobos em cachorros domésticos fez 
com que os animais adquirissem um novo tipo de inteligência 
social. 
Essa inteligência teria tornado os cães muito semelhantes 
a bebês humanos, em termos de comportamento e de 
habilidades de comunicação – conquistando seus donos 
definitivamente. De acordo com Brian Hare, depois dos seres 
humanos, os cachorros são os mamíferos mais bem-sucedidos 
do planeta, superando até mesmo os chipanzés, famosos por 
sua esperteza. 
Disponível em: <https://veja.abril.com.br/ciencia/seu-cachorro-e-um-genio-
saiba-o-porque/> Acesso em: 13 ago. 2019. Adaptado. 
 
Considerando-se a leitura do texto, é correto afirmar que 
(A) cachorros e lobos se igualam em termos de 
comportamento e de habilidades. 
(B) o estudo da mente dos cães prova a semelhança de 
comportamento entre estes animais e os bebês humanos. 
(C) cachorros domésticos se tornaram bem-sucedidos em 
inteligência graças a pesquisas de cognição canina. 
(D) os cães conquistaram ainda mais seus donos porque 
estes descobriram a inteligência social desses animais. 
 
04. (UFPE - Químico - COVEST-COPSET/2019) 
 
“Português é muito difícil”. 
 
Essa afirmação preconceituosa é prima-irmã da ideia de 
que “brasileiro não sabe português”. Como o nosso ensino da 
língua sempre se baseou na norma gramatical literária de 
Portugal, as regras que aprendemos na escola, em boa parte, 
não correspondem à língua que realmente falamos e 
escrevemos no Brasil. 
Por isso, achamos que “português é uma língua difícil”: 
temos de fixar regras que não significam nada para nós. No dia 
em que nosso ensino se concentrar no uso real, vivo e 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 3 
verdadeiro da língua portuguesa do Brasil, é bem provável que 
ninguém continue a pensar assim. Todo falante nativo de uma 
língua sabe essa língua. Saber uma língua, na concepção 
científica da linguística moderna, significa conhecer 
intuitivamente e empregar com facilidade e naturalidade as 
regras básicas de seu funcionamento. 
Está provado e comprovado que uma criança, por volta dos 
7 anos de idade, já domina perfeitamente as regras gramaticais 
de sua língua. O que ela não conhece são sutilezas e 
irregularidades no uso dessas regras, que só a leitura e o 
estudo podem lhe dar. Nenhuma criança brasileira dessa idade 
vai dizer, por exemplo: “Uma meninos chegou aqui amanhã”. 
(...) 
Se tantas pessoas inteligentes e cultas continuam achando 
que “não sabem português” ou que “português é muito difícil”, 
é porque o uso da língua foi transformado numa ciência 
esotérica, numa doutrina cabalística que somente alguns 
iluminados conseguem dominar completamente. (...) 
No fundo, a ideia de que “português é muito difícil” serve 
como um dos instrumentos de manutenção do status quo das 
classes sociais prestigiadas. 
É lamentável que a imagem da língua tenha sido 
empobrecida e reduzida a uma nomenclatura confusa e a 
exercícios descontextualizados, práticas que se revelam 
irrelevantes para, de fato, levar alguém a se valer dos muitos 
recursos que a língua oferece. 
Marcos Bagno. Preconceito linguístico. São Paulo: Parábola, 2015. p. 57-63. 
Adaptado. 
 
Avaliando as ideias expressas no Texto 2, é correto afirmar 
que: 
(A) são mostradas as consequências do problema, mas não 
se discutem as causas que o provocam. 
(B) faltam argumentos que sustentem outras 
possibilidades de contornar a realidade tratada. 
(C) conforme a visão do Texto 2, a escola fica inteiramente 
dispensada de ensinar a língua. 
(D) os preconceitos que atingem o fenômeno da língua têm 
repercussão socialmente danosa. 
(E) o uso real da língua portuguesa falada no Brasil 
constitui o referencial de estudo nas escolas. 
 
05. (IBGE - Agente Censitário Operacional - FGV/2019) 
 
Texto 1 
 
Uma propaganda sobre o aniversário de um programa de 
notícias diz o seguinte: 
O maior programa brasileiro de notícias completa 40 anos 
A história de quatro décadas do programa registra os fatos 
mais relevantes da história mundial, bem como as evoluções 
tecnológicas e de tratamento de informação que vêm 
transformando as comunicações em todo o mundo. 
 
Segundo o texto 1, o destaque de maior valor do programa 
de notícias é: 
(A) a procura incessante pela verdade nas informações; 
(B) a durabilidade sempre atualizada do programa; 
(C) a documentação histórica de fatos e evoluções; 
(D) a transformação do programa através do tempo; 
(E) as mudanças no tratamento das informações. 
 
Gabarito 
1. D / 2. C / 3. B / 4. D / 5. C 
 
COMPREENSÃO DO TEXTO 
 
Há duas operações diferentes no entendimento de um texto. 
A primeira é a apreensão, que é a captação das relações que 
cada parte mantém com as outras no interior do texto. No 
entanto, ela não é suficiente para entender o sentido integral. 
Uma pessoa que conhecesse todas as palavras do texto, mas 
não conhecesse o universo dos discursos, não entenderia o 
significado do mesmo. Por isso, é preciso colocar o texto 
dentro do universo discursivo a que ele pertence e no interior 
do qual ganha sentido. Alguns teóricos chamam o universo 
discursivo de “conhecimento de mundo”, mas chamaremos essa 
operação de compreensão. 
E assim teremos: 
 
Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto 
 
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis 
de leitura, sendo a primeira a informativa e a segunda à de 
reconhecimento. 
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o 
primeiro contato com o texto, extraindo-se informações e se 
preparando para a leitura interpretativa. Durante a 
interpretação grife palavras-chave, passagens importantes; 
tente ligar uma palavra à ideia central de cada parágrafo. 
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas 
e opções de respostas. Marque palavras como não, exceto, 
respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha 
adequada. 
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. 
Leia a frase anterior e posterior para ter ideia do sentido global 
proposto pelo autor. 
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias 
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto 
pela ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a 
conclusão do texto. 
A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos 
menores, tendo em vista os diversos enfoques. 
Convencionalmente,o parágrafo é indicado através da 
mudança de linha e um espaçamento da margem esquerda. 
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico 
frasal, ou seja, a ideia central extraída de maneira clara e 
resumida. 
Atentando-se para a ideia principal de cada parágrafo, 
asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do 
texto. 
Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um 
tecido, o fio deve ser trabalhado com muito cuidado para que 
o trabalho não se perca. Por isso se faz necessária a 
compressão da coesão e coerência. 
 
Coesão 
 
É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais 
elementos de coesão são os conectivos e vocábulos 
gramaticais, que estabelecem conexão entre palavras ou 
partes de uma frase. O texto deve ser organizado por nexos 
adequados, com sequência de ideias encadeadas logicamente, 
evitando frases e períodos desconexos. Para perceber a falta 
de coesão, a melhor atitude é ler atentamente o seu texto, 
procurando estabelecer as possíveis relações entre palavras 
que formam a oração e as orações que formam o período e, 
finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um 
texto bem trabalhado sintática e semanticamente resulta num 
texto coeso. 
 
Coerência 
 
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de 
estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é que faz com 
que o texto tenha sentido para quem lê. Na avaliação da 
coerência será levado em conta o tipo de texto. Em um texto 
dissertativo, será avaliada a capacidade de relacionar os 
argumentos e de organizá-los de forma a extrair deles 
conclusões apropriadas; num texto narrativo, será avaliada 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 4 
sua capacidade de construir personagens e de relacionar ações 
e motivações. 
 
Tipos de Composição 
 
Descrição: é representar verbalmente um objeto, uma 
pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos 
característicos, de pormenores individualizantes. Requer 
observação cuidadosa, para tornar aquilo que vai ser descrito 
um modelo inconfundível. Não se trata de enumerar uma série 
de elementos, mas de captar os traços capazes de transmitir 
uma impressão autêntica. Descrever é mais que apontar, é 
muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por isso, impõe-se 
o uso de palavras específicas, exatas. 
 
Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais 
ou imaginários. São seus elementos constitutivos: 
personagens, circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, 
o episódio, e o que a distingue da descrição é a presença de 
personagens atuantes, que estão quase sempre em conflito. A 
narração envolve: 
- Quem? Personagem; 
- Quê? Fatos, enredo; 
- Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos; 
- Onde? O lugar da ocorrência; 
- Como? O modo como se desenvolveram os 
acontecimentos; 
- Por quê? A causa dos acontecimentos; 
 
Dissertação: é apresentar ideias, analisá-las, é estabelecer 
um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é 
estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, 
narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O 
raciocínio é que deve imperar neste tipo de composição, e 
quanto maior a fundamentação argumentativa, mais brilhante 
será o desempenho. 
 
Sentidos Próprio e Figurado 
 
Comumente afirma-se que certas ocorrências de discurso 
têm sentido próprio e sentido figurado. Geralmente os 
exemplos de tais ocorrências são metáforas. Assim, em “Maria 
é uma flor” diz-se que “flor” tem um sentido próprio e um 
sentido figurado. O sentido próprio é o mesmo do enunciado: 
“parte do vegetal que gera a semente”. O sentido figurado é o 
mesmo de “Maria, mulher bela, etc.” O sentido próprio, na 
acepção tradicional não é próprio ao contexto, mas ao termo. 
O sentido tradicionalmente dito próprio sempre 
corresponde ao que definimos aqui como sentido imediato do 
enunciado. Além disso, alguns autores o julgam como sendo o 
sentido preferencial, o que comumente ocorre. 
O sentido dito figurado é o do enunciado que substitui a 
metáfora, e que em leitura imediata leva à mesma mensagem 
que se obtém pela decifração da metáfora. 
O conceito de sentido próprio nasce do mito da existência 
da leitura ingênua, que ocorre esporadicamente, é verdade, 
mas nunca mais que esporadicamente. 
Não há muito que criticar na adoção dos conceitos de 
sentido próprio e sentido figurado, pois ela abre um caminho 
de abordagem do fenômeno da metáfora. O que é passível de 
crítica é a atribuição de status diferenciado para cada uma das 
categorias. Tradicionalmente o sentido próprio carrega uma 
conotação de sentido “natural”, sentido “primeiro”. 
Invertendo a perspectiva, com os mesmos argumentos, 
poderíamos afirmar que “natural”, “primeiro” é o sentido 
figurado, afinal, é o sentido figurado que possibilita a correta 
interpretação do enunciado e não o sentido próprio. Se o 
sentido figurado é o “verdadeiro” para o enunciado, por que 
não chamá-lo de “natural”, “primeiro”? 
Pela lógica da Retórica tradicional, essa inversão de 
perspectiva não é possível, pois o sentido figurado está 
impregnado de uma conotação desfavorável. O sentido 
figurado é visto como anormal e o sentido próprio, não. Ele 
carrega uma conotação positiva, logo, é natural, primeiro. 
A Retórica tradicional é impregnada de moralismo e 
estetização e até a geração de categorias se ressente disso. 
Essa tendência para atribuir status às categorias é uma 
constante do pensamento antigo, cuja índole era 
hierarquizante, sempre buscando uma estrutura piramidal 
para o conhecimento, o que se estende até hoje em algumas 
teorias modernas. 
Ainda hoje, apesar da imparcialidade típica e necessária ao 
conhecimento científico, vemos conotações de valor sendo 
atribuídas a categorias retóricas a partir de considerações 
totalmente externas a ela. Um exemplo: o retórico que tenha 
para si a convicção de que a qualidade de qualquer discurso se 
fundamenta na sua novidade, originalidade, imprevisibilidade, 
tenderá a descrever os recursos retóricos como “desvios da 
normalidade”, pois o que lhe interessa é pôr esses recursos 
retóricos a serviço de sua concepção estética. 
 
Sentido Imediato 
 
Sentido imediato é o que resulta de uma leitura imediata 
que, com certa reserva, poderia ser chamada de leitura 
ingênua ou leitura de máquina de ler. 
Uma leitura imediata é aquela em que se supõe a existência 
de uma série de premissas que restringem a decodificação tais 
como: 
- As frases seguem modelos completos de oração da língua. 
- O discurso é lógico. 
- Se a forma usada no discurso é a mesma usada para 
estabelecer identidades lógicas ou atribuições, então, tem-se, 
respectivamente, identidade lógica e atribuição. 
- Os significados são os encontrados no dicionário. 
- Existe concordância entre termos sintáticos. 
- Abstrai-se a conotação. 
- Supõe-se que não há anomalias linguísticas. 
- Abstrai-se o gestual, o entoativo e editorial enquanto 
modificadores do código linguístico. 
- Supõe-se pertinência ao contexto. 
- Abstrai-se iconias. 
- Abstrai-se alegorias, ironias, paráfrases, trocadilhos, etc. 
- Não se concebe a existência de locuções e frases feitas. 
- Supõe-se que o uso do discurso é comunicativo. Abstrai-
se o uso expressivo, cerimonial. 
 
Admitindo essas premissas, o discurso será indecifrável, 
ininteligível ou compreendido parcialmente toda vez que nele 
surgirem elipses, metáforas, metonímias, oximoros, ironias, 
alegorias, anomalias, etc. Também passam despercebidas as 
conotações, as iconias, os modificadores gestuais, entoativos, 
editoriais, etc. 
Na verdade, não existe o leitor absolutamente ingênuo, que 
se comporte como uma máquina de ler, o que faz do conceito 
de leitura imediata apenas um pressuposto metodológico. O 
que existe são ocorrências eventuais que se aproximam de 
uma leitura imediata, como quando alguém toma o sentido 
literal pelo figurado, quando não capta uma ironia ou fica 
perplexo diante de um oximoro. 
Há quem chame o discurso que admite leituraimediata de 
grau zero da escritura, identificando-a como uma forma mais 
primitiva de expressão. Esse grau zero não tem realidade, é 
apenas um pressuposto. Os recursos de Retórica são 
anteriores a ele. 
 
Sentido Preferencial 
Para compreender o sentido preferencial é preciso 
conceber o enunciado descontextualizado ou em contexto de 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 5 
dicionário. Quando um enunciado é realizado em contexto 
muito rarefeito, como é o contexto em que se encontra uma 
palavra no dicionário, dizemos que ela está 
descontextualizada. Nesta situação, o sentido preferencial é o 
que, na média, primeiro se impõe para o enunciado. Óbvio, o 
sentido que primeiro se impõe para um receptor pode não ser 
o mesmo para outro. Por isso a definição tem de considerar o 
resultado médio, o que não impede que pela necessidade 
momentânea consideremos o significado preferencial para 
dado indivíduo. 
Algumas regularidades podem ser observadas nos 
significados preferenciais. Por exemplo: o sentido preferencial 
da palavra porco costuma ser: “animal criado em granja para 
abate”, e nunca o de “indivíduo sem higiene”. Em outras 
palavras, geralmente o sentido que admite leitura imediata se 
impõe sobre o que teve origem em processos metafóricos, 
alegóricos, metonímicos. Mas esta regra não é geral. Vejamos 
o seguinte exemplo: “Um caminhão de cimento”. O sentido 
preferencial para a frase dada é o mesmo de “caminhão 
carregado com cimento” e não o de “caminhão construído com 
cimento”. Neste caso o sentido preferencial é o metonímico, o 
que contrapõe a tese que diz que o sentido “figurado” não é o 
“primeiro significado da palavra”. Também é comum o sentido 
mais usado se impor sobre o menos usado. 
Para certos termos é difícil estabelecer o sentido 
preferencial. Um exemplo: Qual o sentido preferencial de 
manga? O de fruto ou de uma parte da roupa? 
 
Tema 
Esse é o assunto proposto para a discussão na redação a 
ser escrita. O tema pode ser de caráter sócio histórico, político, 
cultural e até mesmo filosófico. Antes de começar a escrever é 
necessário estabelecer quais os aspectos desse tema serão 
trabalhados, quais as informações vinculadas e qual a relação 
entre essas informações. 
A delimitação do tema é um dos primeiros passos a serem 
realizados. Delimitar o tema significa escolher o que você irá 
falar sobre esse tema. Por exemplo, numa redação sobre a 
corrupção você pode abordar aspectos da corrupção no 
âmbito político ou da corrupção no âmbito das relações sociais 
do dia a dia. É necessário delimitar qual faceta do tema você 
irá discutir. 
Ainda relacionado ao tema, é importante, após a 
delimitação estabelecer a tese a ser defendida no seu texto. A 
tese é a ideia principal em torno da qual o seu texto será 
construído. Ela constitui o seu posicionamento frente ao 
aspecto do tema discutido. Por exemplo, em uma redação 
sobre a redução da maioridade penal, você pode escolher um 
posicionamento contrário ou favorável a isso. 
As provas de redação podem apresentar um conjunto de 
textos na hora de propor um determinado tema. Esses são 
conhecidos como textos de apoio ou motivadores. Eles 
servem como motivação para a discussão do tema, mas não 
para integrar a sua redação. . Tudo o que for escrito na sua 
redação tem que ser de autoria própria. É importante que as 
ideias propostas para discussão sejam elaboradas por você e 
que as informações utilizadas para o desenvolvimento de cada 
uma dessas ideias tenha origem em seus conhecimentos 
adquiridos previamente. 
 
Diante disso, é essencial que entendamos a diferença 
existente entre estes dois elementos: Título e Tema. Para tal, 
aprofundaremos mais nossos conhecimentos sobre o assunto. 
 
 
 
 
 
 
 
TEMA TÍTULO 
É geralmente uma 
oração com começo, meio e 
fim, por isso tem sempre 
um verbo. 
Normalmente não tem 
verbo 
É o assunto de que 
trata o texto 
É o resumo do que você 
escreveu 
Está inserido no texto, 
comentado, discutido, 
trabalhado dentro do 
mesmo. 
Aparece antes do texto, 
na primeira linha ou em 
lugar específico. 
 
Como podemos perceber, o tema é algo mais abrangente e 
consiste no assunto que deve ser explorado ao longo do texto. 
Já o título é algo mais sintético, é como se fosse afunilando o 
assunto que será posteriormente discutido. O importante é 
sabermos que: do tema é que se extrai o título, haja vista que 
o tema é um elemento-base, fonte norteadora para os demais 
passos. 
Existem certos temas que não revelam uma nítida 
objetividade, como o exposto anteriormente. É o caso de 
fragmentos literários, trechos musicais, frases de efeito, entre 
outros. Nesse caso, exige-se mais do leitor quanto à questão 
da interpretação, para daí chegar à ideia central, como 
podemos identificar por meio deste excerto: 
 
“As ideias são apenas pedras postas a atravessar a 
corrente de um rio, se estão ali é para que possamos chegar à 
outra margem, a outra margem é o que importa”. (José 
Saramago) 
 
Essa linguagem, quando analisada, leva-nos a inferir o 
seguinte e que este poderia ser o título: 
A importância da coerência e da coesão para o sentido do 
texto. 
Fazendo parte também dessa composição estão os temas 
apoiados em imagens, como é o caso de gráficos, histórias em 
quadrinhos, charges e pinturas. Tal ocorrência requer o 
mesmo procedimento por parte do leitor, ou seja, que ele 
desenvolva seu conhecimento de mundo e sua capacidade de 
interpretação para desenvolver um bom texto. 
O concurso ou o vestibular pode dar tanto o tema quanto 
o título, de acordo com Gustavo Atallah Haun. Cabe ao redator 
saber manejar as duas formas. 
Caso seja dado o título, este se tornará obrigatório no 
início da prova, centralizado, na primeira linha (se não 
houver um lugar específico para ele!). Podem daí surgir duas 
possibilidades, o tema estar inserido nos textos de apoio que 
acompanham o enunciado da questão ou do título você terá 
que tirar o tema. 
Se for dado o tema em destaque, durante ou após o 
enunciado da redação, você terá que falar especificamente 
dele, independente do assunto tratado nos textos de apoio. 
Muitas bancas examinadoras não exigem o título. Na 
maioria das vezes ele é opcional. Porém, quando for 
obrigatório vai ter sempre na instrução da prova: “Dê um 
título ao seu texto” ou “Seu texto deve ter título” e similares. 
Portanto, leia com atenção as instruções da sua prova de 
produção textual. 
 
 
Construindo um Texto a Partir de um Tema Objetivo e 
Subjetivo 
Vimos anteriormente que, o tema é a proposta para a 
redação. Você irá delimitar o assunto e a partir dessa 
delimitação irá formular sua tese (a afirmação central sobre o 
assunto, que será desenvolvida e comprovada no texto). 
Observe que há uma tendência de os vestibulares 
apresentarem o tema e uma coletânea de textos, de todos os 
tipos: fragmentos filosóficos, excertos literários; poemas; 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 6 
reportagens ou notícias de jornais e revistas; cartuns ou 
pinturas. Normalmente, o avaliador não deseja um texto com 
visão limitada sobre o assunto. Caso tenha pela frente um 
tema subjetivo, haverá a necessidade de se interpretar a 
proposta. 
 
Observe os seguintes modelos: 
 
- Modelo com tema subjetivo 
1º. Tema subjetivo: “Tudo o que é sólido desmancha no 
ar.” (Karl Marx) 
 
2º. Delimitação do Assunto: 
- a observação de como a história elimina estruturas 
aparentemente eternas. 
- trata-se de uma referência às instituições, 
comportamentos, modelos econômicos, que se modificam no 
tempo. 
 
3º. Tese: Nosso cotidiano parece cercado por estruturas 
fixas, imutáveis, sejam instituições, relações de poder, formas 
de vida. Mas, se dermos um passo atrás e olhamos a história, 
o que encontramos é uma sucessão de transformações, em 
que estas estruturas, que pareciam eternas, são criadas e 
destruídas. 
 
Esse foi um exemplo com tema subjetivo. Vejamos um 
exemplo de tema objetivo. Lê-se o tema e imediatamente se 
reconhece sobre o quese pode falar no texto. 
 
- Modelo com tema objetivo 
1º. Tema: Desenvolvimento e Meio Ambiente. 
 
2º. Delimitação do Assunto: 
- como conciliar desenvolvimento econômico e 
preservação do meio ambiente? 
- estar o meio ambiente em estado de degradação é sinal 
de evolução da sociedade capitalista ou “involução”? 
 
3º. Tese: Depois de as grandes potências econômicas 
passarem pelo período de exploração da maior parte dos 
recursos naturais existentes, e pelo completo descuido com o 
meio ambiente, surge a preocupação em se controlar esse 
processo, antes desordenado, para que se possa falar em 
gerações futuras. 
 
Argumentos 
Os argumentos são as ideias utilizadas para defender essa 
tese proposta. Geralmente, a depender do tamanho da 
redação, trabalhamos com um média de dois a três 
argumentos. Cada um desses é desenvolvido com outras 
ideias secundárias 
Os argumentos são desenvolvidos a partir de diferentes 
informações. A essas informações que fundamentam os 
argumentos chamamos de repertório. O repertório envolve 
todo um saber sócio cultural, o qual trabalha com: 
 
a) Informações sobre estudos científicos 
b) Notícias de veículos de informação reconhecido 
c) Frases de personalidades consagradas 
d) Acontecimentos históricos 
 
Todos esses argumentos precisam estar ligados entre si 
e apontar para a tese a ser defendida. Para isso, é necessário 
usar diferentes mecanismos de coesão para ligar as ideias e 
parágrafos entre si, de modo a atingir a unidade textual. 
 
 
 
 
Questões 
 
01. (SEDS/PE - Sargento Polícia Militar - 
MS/CONCURSOS) O preenchimento adequado da manchete: 
“Pelé afirma que a seleção está bem, ______Portugal e Espanha 
também estão bem preparadas.” faz parte de um recurso de: 
 
(A) Adequação vocabular. 
(B) Falta de coesão. 
(C) Incoerência. 
(D) Coesão. 
(E) Coerência. 
 
02. (SEDUC/PI - Professor - NUCEP) O sentido da frase: 
Equivale dizer, ainda, que nós somos sujeitos de nossa história 
e de nossa realidade, considerando-se a palavra destacada, 
continuará inalterado, em: 
 
(A) Equivale dizer, talvez, que nós somos sujeitos de nossa 
história e de nossa realidade. 
(B) Equivale dizer, por outro lado, que nós somos sujeitos 
de nossa história e de nossa realidade. 
(C) Equivale dizer, preferencialmente, que nós somos 
sujeitos de nossa história e de nossa realidade. 
(D) Equivale dizer, novamente, que nós somos sujeitos de 
nossa história e de nossa realidade. 
(E) Equivale dizer, também, que nós somos sujeitos de 
nossa história e de nossa realidade. 
 
03. (TJ/SP - Agente de Fiscalização Judiciária - 
VUNESP) 
 
No fim da década de 90, atormentado pelos chás de cadeira 
que enfrentou no Brasil, Levine resolveu fazer um 
levantamento em grandes cidades de 31 países para descobrir 
como diferentes culturas lidam com a questão do tempo. A 
conclusão foi que os brasileiros estão entre os povos mais 
atrasados - do ponto de vista temporal, bem entendido - do 
mundo. Foram analisadas a velocidade com que as pessoas 
percorrem determinada distância a pé no centro da cidade, o 
número de relógios corretamente ajustados e a eficiência dos 
correios. Os brasileiros pontuaram muito mal nos dois 
primeiros quesitos. No ranking geral, os suíços ocupam o 
primeiro lugar. O país dos relógios é, portanto, o que tem o 
povo mais pontual. Já as oito últimas posições no ranking são 
ocupadas por países pobres. 
O estudo de Robert Levine associa a administração do 
tempo aos traços culturais de um país. "Nos Estados Unidos, 
por exemplo, a ideia de que tempo é dinheiro tem um alto valor 
cultural. Os brasileiros, em comparação, dão mais importância 
às relações sociais e são mais dispostos a perdoar atrasos", diz 
o psicólogo. Uma série de entrevistas com cariocas, por 
exemplo, revelou que a maioria considera aceitável que um 
convidado chegue mais de duas horas depois do combinado a 
uma festa de aniversário. Pode-se argumentar que os 
brasileiros são obrigados a ser mais flexíveis com os horários 
porque a infraestrutura não ajuda. Como ser pontual se o 
trânsito é um pesadelo e não se pode confiar no transporte 
público? 
(Veja, 2009.) 
 
Há emprego do sentido figurado das palavras em: 
(A) ... os brasileiros estão entre os povos mais atrasados... 
(B) No ranking geral, os suíços ocupam o primeiro lugar. 
(C) Os brasileiros ... dão mais importância às relações 
sociais... 
(D) Como ser pontual se o trânsito é um pesadelo... 
(E) ... não se pode confiar no serviço público? 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 7 
04. (UNESP - Assistente Administrativo - 
VUNESP/2016) 
 
O gavião 
 
Gente olhando para o céu: não é mais disco voador. Disco 
voador perdeu o cartaz com tanto satélite beirando o sol e a 
lua. Olhamos todos para o céu em busca de algo mais 
sensacional e comovente – o gavião malvado, que mata 
pombas. 
O centro da cidade do Rio de Janeiro retorna assim à 
contemplação de um drama bem antigo, e há o partido das 
pombas e o partido do gavião. Os pombistas ou pombeiros 
(qualquer palavra é melhor que “columbófilo”) querem matar 
o gavião. Os amigos deste dizem que ele não é malvado tal; na 
verdade come a sua pombinha com a mesma inocência com 
que a pomba come seu grão de milho. 
Não tomarei partido; admiro a túrgida inocência das 
pombas e também o lance magnífico em que o gavião se 
despenca sobre uma delas. Comer pombas é, como diria Saint-
Exupéry, “a verdade do gavião”, mas matar um gavião no ar 
com um belo tiro pode também ser a verdade do caçador. 
Que o gavião mate a pomba e o homem mate alegremente 
o gavião; ao homem, se não houver outro bicho que o mate, 
pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro 
homem. 
 (Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, 1999) 
 
O termo gavião, destacado em sua última ocorrência no texto 
– … pode lhe suceder que ele encontre seu gavião em outro 
homem. –, é empregado com sentido: 
 
(A) próprio, equivalendo a inspiração. 
(B) próprio, equivalendo a conquistador. 
(C) figurado, equivalendo a ave de rapina. 
(D) figurado, equivalendo a alimento. 
(E) figurado, equivalendo a predador. 
 
Gabarito 
01. D / 02. E / 03. D / 04. E 
 
RECONHECIMENTO DO PROPÓSITO COMUNICATIVO 
DOMINANTE 
 
Todo aquele1 que se comunica: falando, pintando, 
escrevendo, dançando etc., tem uma intenção comunicativa. 
Ele, locutor, não está apenas querendo transmitir uma 
mensagem, passar uma informação, mas interagir com outra 
pessoa que se vai tornar o locutário. Ou seja, o locutor tem um 
objetivo em mente ao construir o seu texto e, normalmente, 
esse objetivo se relaciona com alguma ação. Toda palavra faz 
parte de um movimento maior em torno de uma ação social. 
Por exemplo, uma bula de remédios. Ela pode ser lida a 
qualquer momento e pelos mais variados motivos. Ainda que 
a maioria considerasse absurdo, eu poderia ler uma bula de 
remédios antes de dormir, para relaxar um pouco. Mas, a 
intenção comunicativa de uma bula de remédios é outra. Ela 
existe na sociedade para que o leitor conheça adequadamente 
o remédio e saiba como usá-lo. O conhecimento e a aplicação 
das informações da bula de remédios pode significar o 
restabelecimento da saúde. 
Assim, uma pessoa pode até ler uma bula de remédio para 
se distrair porque não tem o que outra coisa que fazer, contudo 
passar o tempo não é a intenção comunicativa da bula de 
remédios. É um uso para a bula, mas não atende à intenção 
comunicativa desse gênero discursivo. Quem escreve esse 
 
1http://landeira-educablog.blogspot.com.br/2009/07/intencao-
comunicativa.html 
texto não o faz para que os outros passem um momento 
agradável de diversão. 
É justamente o caso contrário do que ocorre com o filme de 
aventuras que alguém se assiste no cinema, domingo à tarde, 
com os seus amigos. Voltados para essa necessidade, existem 
muitos filmes de aventuras cuja intenção comunicativa é 
apenas fazer os locutários se distraírem e passar um bom 
momento. Mas não existem apenas filmes de aventuras em 
circulação na sociedade. Outros filmesultrapassam esse 
objetivo e procuram, também, discutir valores ou criticar 
aspectos da identidade humana, por exemplo. 
O primeiro e, sem dúvidas, um dos maiores desafios de 
quem produz um texto é fazer o locutário cooperar com a 
intenção comunicativa do texto produzido. Em outras 
palavras, fazer com que o locutário esteja disposto a 
interpretar o texto de acordo com a intenção comunicativa do 
locutor. 
Ou seja, de má vontade, sem querer participar, sem se 
envolver, o locutário não vai fazer o seu papel no processo de 
interação comunicativa. O locutário poderá então não 
compreender o texto ou fazer uma interpretação que foge aos 
objetivos desse texto. Ele vai ler, mas não vai interpretar 
adequadamente, nem agir de acordo. 
Mas por que o locutário não atenderia à intenção 
comunicativa do texto que lê? Isso pode acontecer porque 
aquele que assume o papel de locutário não sabe (ou não 
deseja) realizar o trabalho de envolvimento com o texto 
necessário para interpretá-lo. Assim, é muito importante ao 
interpretarmos um texto, identificarmos a intenção 
comunicativa. 
E algumas perguntas podem nos ajudar: 
- Para que serve esse texto na sociedade? 
- O que esse texto revela sobre o locutor? 
- O que se espera que eu faça depois de ler esse texto? 
 
Compreendendo a intenção comunicativa do texto, 
podemos também escolher até que ponto desejamos 
participar no processo comunicativo. Isto é, podemos 
envolvermo-nos mais ou menos, de acordo com nossas 
necessidades, possibilidades, desejos etc. 
A escola, como instituição, no entanto, tem sido muito 
eficiente em 'matar' as intenções comunicativas dos textos. Em 
todas os componentes curriculares. Seja por reduzir os textos 
a intenções distorcidas daquelas para as que foram 
produzidos; seja por simplesmente ignorar o processo social 
que deu origem a tais textos. 
 
Assim surgem enunciados que vão ficando famosos - em 
todas as disciplinas -: "Sublinhe os adjetivos no texto a seguir" 
e "No texto aparece o termo 'reação bioquímica'. Defina-o". 
 
Intenção Comunicativa 
 
O objetivo maior da Literatura é o ato da comunicação, ou 
seja, a troca de informações, mensagens. Isto se dá através de 
uma conversa, leitura, mensagem visual ou escrita. Podemos 
definir como intenção comunicativa todo e qualquer ato ou 
pensamento que leve a uma comunicação. 
Para que haja uma comunicação são necessários os 
seguintes elementos básicos: 
Emissor: Ser que emite uma mensagem seja ela escrita ou 
falada, ponto de partida da comunicação. Ex.: escritor de um 
livro, falante de uma conversa, autor de uma redação. 
Receptor: Ser que recebe uma mensagem, seja ela escrita 
ou falada. Ex.: leitor de um livro, ouvinte em uma conversa. 
Canal: Modo pelo qual à mensagem é enviada. Ex.: livro, 
carta, e-mail, voz. 
http://professorvallim.blogspot.com.br/2010/05/comunicacao-intencao-
comunicativa.html 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 8 
Código: Conteúdo de uma mensagem escrita ou falada. Ex.: 
Assunto de uma conversa, livro ou carta. 
 
Função Comunicativa 
 
Sempre que elaboramos uma mensagem escolhemos um 
modo para tal, a isso damos o nome de função comunicativa, a 
escolha de como elaborar uma mensagem escrita ou falada. 
Existem as seguintes maneiras ou funções: 
 
Função emotiva: toda comunicação elaborada com uso 
opinativo, linguagem lírica. 
Ex.: redações, poesias, biografias, tudo que envolve uma 
linguagem onde afloram opiniões ou sentimentos. 
 
Função conotativa: essa talvez a mais usada diariamente. 
Definida pela adaptação da mensagem pelo emissor ao 
receptor, receptores. Ex.: Um médico dialogando com seu 
paciente e com outros médicos, mesmo que o assunto seja o 
mesmo, a maneira as palavras serão diferentes devido à 
capacidade do paciente em entender termos médicos; um 
advogado em júri ou falando com seu cliente; político em 
plenária e falando ao povo em comício. 
 
Função metalinguística: função que estuda à gramática 
ou aspectos ligados a uma Língua. Ex.: Gramática, dicionário, 
questões de interpretação textuais. 
 
Função fática: função que apresenta uma comunicação. 
Ex.: Introdução de uma redação, prefácio de uma obra literária, 
início de um diálogo. 
 
Questões 
 
01. (ALERJ - Assessoramento – CEPE/RJ) 
 
 
 
No texto, a linguagem conotativa não foi empregada no 
segmento: 
 
(A) “Goethe teve um romance passageiro...” (l. 1) 
(B) “...que liberou mais demônios do que...” (l. 2) 
(C) “...um entusiasta de primeira hora...” (l. 4) 
(D) “...retratou com ácido e asco...” (l. 6) 
(E) “Confundir ordem e normalidade com seus próprios 
privilégios...” (l. 11/12) 
 
02. (PC/MG - Técnico Assistente da Polícia Civil - 
FUMARC) A eficácia do texto é resultado da habilidade do 
emissor em: 
 
(A) separar dados de informações. 
(B) utilizar a informática de forma racional. 
(C) produzir uma comunicação que alcance seu objetivo 
(D) traduzir corretamente os recursos do manual 
administrativo. 
 
Gabarito 
01.E / 02.C 
 
 
 
É a forma como um texto se apresenta. É importante que 
não se confunda tipo textual com gênero textual. 
Existe uma variedade enorme de entendimentos sobre a 
forma correta de definir os tipos de texto. Embora haja uma 
discordância entre várias fontes sobre a quantidade exata de 
tipos textuais, vamos trabalhar aqui com 5 tipos essenciais: 
- Texto Descritivo; 
- Texto Narrativo; 
- Texto Dissertativo; 
- Texto Injuntivo; 
- Texto Expositivo. 
 
Texto Descritivo 
 
É a representação com palavras de um objeto, lugar, 
situação ou coisa, onde procuramos mostrar os traços mais 
particulares ou individuais do que se descreve. É qualquer 
elemento que seja apreendido pelos sentidos e transformado, 
com palavras, em imagens. 
Não é, por norma, um tipo de texto autônomo, 
encontrando-se presente em outros textos, como o texto 
narrativo. Passagens descritivas ocorrem no meio da narração 
quando há uma pausa no desenrolar dos acontecimentos para 
caracterizar pormenorizadamente um objeto, um lugar ou 
uma pessoa, sendo um recurso útil e importante para capturar 
a atenção do leitor. 
 
Exemplo: 
Chamava-se Raimundo este pequeno, e era mole, aplicado, 
inteligência tarda. Raimundo gastava duas horas em reter 
aquilo que a outros levava apenas trinta ou cinquenta minutos; 
vencia com o tempo o que não podia fazer logo com o cérebro. 
Reunia a isso grande medo ao pai. Era uma criança fina, pálida, 
cara doente; raramente estava alegre. Entrava na escola depois 
do pai e retirava-se antes. O mestre era mais severo com ele do 
que conosco. 
(Machado de Assis. "Conto de escola". Contos. 3ed. São Paulo, Ática, 1974) 
 
Esse texto traça o perfil de Raimundo, o filho do professor 
da escola que o escritor frequentava. 
Deve-se notar: 
- que todas as frases expõem ocorrências simultâneas (ao 
mesmo tempo que gastava duas horas para reter aquilo que os 
outros levavam trinta ou cinquenta minutos, Raimundo tinha 
grande medo ao pai); 
- por isso, não existe uma ocorrência que possa ser 
considerada cronologicamente anterior a outra do ponto de 
vista do relato (no nível dos acontecimentos, entrar na escola 
é cronologicamente anterior a retirar-se dela; no nível do 
relato, porém, a ordem dessas duas ocorrências é indiferente: 
o que o escritor quer é explicitar uma característica do menino, 
e não traçar a cronologia de suas ações); 
- ainda que se fale de ações (como entrava, retirava-se), 
todas elas estão no pretérito imperfeito, que indica 
concomitância em relação a um marco temporal instalado no 
1.1.2 Tipos de texto 
(dialogal, descritivo, 
narrativo, injuntivo, 
explicativo e argumentativo) 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 9 
texto (no caso, o ano de 1840, em que o escritor frequentava a 
escola da Rua da Costa) e, portanto, não denota nenhuma 
transformação de estado; 
- se invertêssemos a sequência dos enunciados, não 
correríamos o risco de alterar nenhuma relação 
cronológica - poderíamos mesmo colocar o último período em 
primeiro lugar e ler otexto do fim para o começo: O mestre era 
mais severo com ele do que conosco. Entrava na escola depois 
do pai e retirava-se antes... 
 
Estrutura 
 
Introdução: Primeiramente é feita a identificação do ser 
ou objeto que será descrito, de modo a que o leitor foque sua 
atenção nesse ser ou objeto. 
Desenvolvimento: Ocorre então a descrição do objeto ou 
ser em foco, apresentando seus aspectos mais gerais e mais 
pormenorizados, havendo caracterizações mais objetivas e 
outras mais subjetivas. 
Conclusão: A descrição está concluída quando a 
caracterização do objeto ou ser estiver terminada. 
 
Características 
 
O texto descritivo não se encontra limitado por noções 
temporais ou relações espaciais, visto descrever algo estático, 
sem ordem fixa para a realização da descrição. Há uma notória 
predominância de substantivos, adjetivos e locuções adjetivas, 
em detrimento de verbos, sendo maioritariamente necessária 
a utilização de verbos de estado, como ser, estar, parecer, 
permanecer, ficar, continuar, tornar-se, andar... 
O uso de uma linguagem clara e dinâmica, com vocabulário 
rico e variado, bem como o uso de enumerações e 
comparações, ou outras figuras de linguagem, servem para 
melhor apresentar o objeto ou ser em descrição, enriquecendo 
o texto e tornando-o mais interessante para o leitor. 
A descrição pode ser mais objetiva, focalizando aspectos 
físicos, ou mais subjetiva, focalizando aspectos emocionais e 
psicológicos. Nas melhores descrições, há um equilíbrio entre 
os dois tipos de descrição, sendo o objeto ou ser descrito 
apresentado nas suas diversas vertentes. 
Na descrição de pessoas, há a descrição de aspectos físicos, 
ou seja, aquilo que pode ser observado e a descrição de 
aspectos psicológicos e comportamentais, como o caráter, 
personalidade, humor…, apreendidos pelo convívio com a 
pessoa e pela observação de suas atitudes. Na descrição de 
lugares ocorre tanto a descrição de aspectos físicos, como a 
descrição do ambiente social, econômico, político... Na 
descrição de objetos, embora predomine a descrição de 
aspectos físicos, pode ocorrer uma descrição sensorial, que 
estimule os sentidos do leitor. 
 
A descrição, ao contrário da narrativa, não supõe ação. É 
uma estrutura pictórica, em que os aspectos sensoriais 
predominam. Porque toda técnica descritiva implica 
contemplação e apreensão de algo objetivo ou subjetivo, o 
redator, ao descrever, precisa possuir certo grau de 
sensibilidade. Assim como o pintor capta o mundo exterior ou 
interior em suas telas, o autor de uma descrição focaliza cenas 
ou imagens, conforme o permita sua sensibilidade. 
 
Texto Narrativo 
 
O texto narrativo é caracterizado por narrar uma história, 
ou seja, contar uma história através de uma sequência de 
várias ações reais ou imaginárias. Essa sucessão de 
acontecimentos é contada por um narrador e está estruturada 
em introdução, desenvolvimento e conclusão.2 
 
2 https://www.normaculta.com.br/texto-narrativo/ 
Ao longo dessa estrutura narrativa são apresentados os 
principais elementos da narração: espaço, tempo, 
personagem, enredo e narrador. 
Todas as vezes que uma história é contada (é narrada), o 
narrador acaba sempre contando onde, quando, como e com 
quem ocorreu o episódio. É por isso que numa narração 
predomina a ação: o texto narrativo é um conjunto de ações; 
assim sendo, a maioria dos verbos que compõem esse tipo de 
texto são os verbos de ação. O conjunto de ações que compõem 
o texto narrativo, ou seja, a história que é contada nesse tipo 
de texto recebe o nome de enredo. 
As ações contidas no texto narrativo são praticadas pelas 
personagens, que são justamente as pessoas envolvidas no 
episódio que está sendo contado. As personagens são 
identificadas (nomeadas) no texto narrativo pelos 
substantivos próprios. 
Quando o narrador conta um episódio, às vezes (mesmo 
sem querer) ele acaba contando "onde" (em que lugar) as 
ações do enredo foram realizadas pelas personagens. O lugar 
onde ocorre uma ação ou ações é chamado de espaço, 
representado no texto pelos advérbios de lugar. 
Além de contar onde, o narrador também pode esclarecer 
"quando" ocorreram as ações da história. Esse elemento da 
narrativa é o tempo, representado no texto narrativo através 
dos tempos verbais, mas principalmente pelos advérbios de 
tempo. É o tempo que ordena as ações no texto narrativo: é ele 
que indica ao leitor "como" o fato narrado aconteceu. 
A história contada, por isso, passa por uma introdução 
(parte inicial da história, também chamada de prólogo), pelo 
desenvolvimento do enredo (é a história propriamente dita, 
o meio, o "miolo" da narrativa, também chamada de trama) e 
termina com a conclusão da história (é o final ou epílogo). 
Aquele que conta a história é o narrador, que pode ser 
pessoal (narra em 1ª pessoa: Eu) ou impessoal (narra em 3ª 
pessoa: Ele). 
Assim, o texto narrativo é sempre estruturado por verbos 
de ação, por advérbios de tempo, por advérbios de lugar e 
pelos substantivos que nomeiam as personagens, que são os 
agentes do texto, ou seja, aquelas pessoas que fazem as ações 
expressas pelos verbos, formando uma rede: a própria história 
contada. 
Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta 
a história. 
 
Principais elementos da narrativa 
Os principais elementos da narrativa, também chamados 
de elementos da narração, são: 
Espaço: O espaço se refere ao local onde se desenrola a 
ação. Pode ser físico (no colégio, no Brasil, na praça,…), social 
(características do ambiente social) e psicológico (vivências, 
pensamento e sentimentos do sujeito,…). 
Tempo: O tempo se refere à duração da ação e ao 
desenrolar dos acontecimentos. O tempo cronológico indica a 
sucessão cronológica dos fatos, pelas horas, dias, anos,… O 
tempo psicológico se refere às lembranças e vivências das 
personagens, sendo subjetivo e influenciado pelo estado de 
espírito das personagens em cada momento. 
Personagens: São caracterizadas através de qualidades 
físicas e psicológicas, podendo essa caracterização ser feita de 
modo direto (explicitada pelo narrador ou por outras 
personagens, através de autocaracterização ou 
heterocaracterização) ou de modo indireto (feita com base nas 
atitudes e comportamento das personagens). 
 
As personagens possuem diferentes importâncias na 
narração, havendo personagens principais e personagens 
secundárias. As personagens principais desempenham papéis 
essenciais no enredo, podendo ser protagonistas (que deseja, 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 10 
tenta, consegue) ou antagonistas (que dificulta, atrapalha, 
impede). As personagens secundárias desempenham papéis 
menores e podem ser coadjuvantes (ajudam as personagens 
principais em ações secundárias) ou figurantes (ajudam na 
caracterização de um espaço social). 
Podem ser dinâmicas, apresentando diferentes 
comportamentos ao longo da narração (personagem 
modelada ou redonda), bem como estáticas, não se 
modificando no decorrer da ação (personagem plana). Há 
ainda personagens que representam um grupo específico 
(personagem-tipo). 
 
Enredo: Também chamado de intriga, trama ou ação, o 
enredo é composto pelos acontecimentos que ocorrem num 
determinado tempo e espaço e são vivenciados pelas 
personagens. As ações seguem-se umas às outras por 
encadeamento, encaixe e alternância. 
 
Existem ações principais e ações secundárias, mediante a 
importância que apresentam na narração. Além disso, o 
enredo pode estar fechado, estando definido e conhecido o 
final da história, ou aberto, não havendo um final definitivo e 
conhecido para a narrativa. 
 
Narrador: O narrador é o responsável pela narração, ou 
seja, é quem conta a história. Existem vários tipos de narrador: 
Narrador onisciente e onipresente: Conhece 
intimamente as personagens e a totalidade do enredo, de 
forma pormenorizada. Utiliza maioritariamente a narração na 
3.ª pessoa, mas pode narrar na 1.ª pessoa, em discurso indireto 
livre, tendo sua voz confundida coma voz das personagens, tal 
é o seu conhecimento e intimidade com a narrativa. 
Narrador personagem, participante ou presente: Conta 
a história na 1.ª pessoa, do ponto de vista da personagem que 
é. Apenas conhece seus próprios pensamentos e as ações que 
se vão desenrolando, nas quais também participa. Tem 
conhecimentos limitados sobre as restantes personagens e 
sobre a totalidade do enredo. Este tipo de narração é mais 
subjetivo, transmitindo o ponto de vista e as emoções do 
narrador. 
Narrador observador, não participante ou ausente: 
Limita-se a contar a história, sem se envolver nela. Embora 
tenha conhecimento das ações, não conhece o íntimo das 
personagens, mantendo uma narrativa imparcial e objetiva. 
Utiliza a narração na 3.ª pessoa. 
Nos textos narrativos, é através da voz do narrador que 
conhecemos o desenrolar da história e as ações das 
personagens, mas é através da voz das personagens que 
conhecemos as suas ideias, opiniões e sentimentos. A forma 
como a voz das personagens é introduzida na voz do narrador 
é chamada de discurso. 
 
Através de uma correta utilização dos tipos de discurso, a 
narrativa poderá assumir um caráter mais ou menos dinâmico, 
mais ou menos natural, mais ou menos interessante, mais ou 
menos objetivo,… Existem três tipos de discurso, ou seja, três 
formas de introdução das falas das personagens na narrativa: 
- O discurso direto é caracterizado por ser uma 
transcrição exata da fala das personagens, sem participação do 
narrador. 
- O discurso indireto é caracterizado por ser uma 
intervenção do narrador no discurso ao utilizar as suas 
próprias palavras para reproduzir as falas das personagens. 
- O discurso indireto livre é caracterizado por permitir 
que os acontecimentos sejam narrados em simultâneo, 
estando as falas das personagens direta e integralmente 
inseridas dentro do discurso do narrador. 
 
 
 
Exemplo - Personagens 
 
"Aboletado na varanda, lendo Graciliano Ramos, O Dr. 
Amâncio não viu a mulher chegar. 
- Não quer que se carpa o quintal, moço? 
Estava um caco: mal vestida, cheirando a fumaça, a face 
escalavrada. Mas os olhos... (sempre guardam alguma coisa do 
passado, os olhos)." 
(Kiefer, Charles. A dentadura postiça. Porto Alegre: Mercado Aberto) 
 
Exemplo - Espaço 
 
Considerarei longamente meu pequeno deserto, a 
redondeza escura e uniforme dos seixos. Seria o leito seco de 
algum rio. Não havia, em todo o caso, como negar-lhe a 
insipidez." 
(Linda, Ieda. As amazonas segundo tio Hermann. Porto Alegre: Movimento, 
1981) 
 
Exemplo - Tempo 
 
“Sete da manhã. Honorato Madeira acorda e lembra-se: a 
mulher lhe pediu que a chamasse cedo." 
(Veríssimo, Érico. Caminhos Cruzados) 
 
Estrutura: 
- Apresentação: é a parte do texto em que são 
apresentados alguns personagens e expostas algumas 
circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a 
ação se desenvolverá. 
- Complicação: é a parte do texto em que se inicia 
propriamente a ação. Encadeados, os episódios se sucedem, 
conduzindo ao clímax. 
- Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu 
momento crítico, tornando o desfecho inevitável. 
- Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações 
dos personagens. 
 
Tipos de Personagens: 
Os personagens têm muita importância na construção de 
um texto narrativo, são elementos vitais. Podem ser 
principais ou secundários, conforme o papel que 
desempenham no enredo, podem ser apresentados direta ou 
indiretamente. 
A apresentação direta acontece quando o personagem 
aparece de forma clara no texto, retratando suas 
características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação 
indireta se dá quando os personagens aparecem aos poucos e 
o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do 
enredo, ou seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e 
do modo como vai fazendo. 
 
- Em 1ª pessoa: 
 
Personagem Principal: há um “eu” participante que conta 
a história e é o protagonista. Exemplo: 
 
“Parei na varanda, ia tonto, atordoado, as pernas bambas, o 
coração parecendo querer sair-me pela boca fora. Não me 
atrevia a descer à chácara, e passar ao quintal vizinho. Comecei 
a andar de um lado para outro, estacando para amparar-me, e 
andava outra vez e estacava.” 
(Machado de Assis. Dom Casmurro) 
 
Observador: é como se dissesse: É verdade, pode 
acreditar, eu estava lá e vi. Exemplo: 
 
“Batia nos noventa anos o corpo magro, mas sempre teso do 
Jango Jorge, um que foi capitão duma maloca de contrabandista 
que fez cancha nos banhados do Brocai. 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 11 
Esse gaúcho desamotinado levou a existência inteira a 
cruzar os campos da fronteira; à luz do Sol, no desmaiado da 
Lua, na escuridão das noites, na cerração das madrugadas...; 
ainda que chovesse reiúnos acolherados ou que ventasse como 
por alma de padre, nunca errou vau, nunca perdeu atalho, nunca 
desandou cruzada! ... 
(...) 
Aqui há poucos - coitado! - pousei no arranchamento dele. 
Casado ou doutro jeito, afamilhado. Não nos víamos desde muito 
tempo. (...) 
Fiquei verdeando, à espera, e fui dando um ajutório na 
matança dos leitões e no tiramento dos assados com couro.” 
(J. Simões Lopes Neto – Contrabandista) 
 
- Em 3ª pessoa: 
 
Onisciente: não há um eu que conta; é uma terceira 
pessoa. Exemplo: 
 
“Devia andar lá pelos cinco anos e meio quando a 
fantasiaram de borboleta. Por isso não pôde defender-se. E saiu 
à rua com ar menos carnavalesco deste mundo, morrendo de 
vergonha da malha de cetim, das asas e das antenas e, mais 
ainda, da cara à mostra, sem máscara piedosa para disfarçar o 
sentimento impreciso de ridículo.” 
(Ilka Laurito. Sal do Lírico) 
 
Narrador Objetivo: não se envolve, conta a história como 
sendo vista por uma câmara ou filmadora. 
 
Sequência Narrativa 
Uma narrativa não tem uma única mudança, mas várias: 
uma coordena-se a outra, uma implica a outra, uma 
subordina-se a outra. A narrativa típica tem quatro mudanças 
de situação: 
- uma em que uma personagem passa a ter um querer ou 
um dever (um desejo ou uma necessidade de fazer algo); 
- uma em que ela adquire um saber ou um poder (uma 
competência para fazer algo); 
- uma em que a personagem executa aquilo que queria ou 
devia fazer (é a mudança principal da narrativa); 
- uma em que se constata que uma transformação se deu e 
em que se podem atribuir prêmios ou castigos às personagens 
(geralmente os prêmios são para os bons, e os castigos, para os 
maus). 
 
Toda narrativa tem essas quatro mudanças, pois elas se 
pressupõem logicamente. Com efeito, quando se constata a 
realização de uma mudança é porque ela se verificou, e ela 
efetua-se porque quem a realiza pode, sabe, quer ou deve 
fazê-la. 
Tomemos, por exemplo, o ato de comprar um 
apartamento: quando se assina a escritura, realiza-se o ato de 
compra; para isso, é necessário poder (ter dinheiro) e querer 
ou dever comprar (respectivamente, querer deixar de pagar 
aluguel ou ter necessidade de mudar, por ter sido despejado, 
por exemplo). 
Algumas mudanças são necessárias para que outras se 
deem. Assim, para apanhar uma fruta, é necessário apanhar 
um bambu ou outro instrumento para derrubá-la. Para ter um 
carro, é preciso antes conseguir o dinheiro. 
 
Narrativa e Narração 
Existe alguma diferença entre as duas? Sim. A 
narratividade é um componente narrativo que pode existir 
em textos que não são narrações. A narrativa é a 
transformação de situações. Por exemplo, quando se diz 
“Depois da abolição, incentivou-se a imigração de europeus”, 
temos um texto dissertativo, que, no entanto, apresenta um 
 
3 https://segredosdeconcurso.com.br/tipologia-textual/ 
componente narrativo, pois contém uma mudança de situação: 
do não incentivo ao incentivo da imigração europeia. 
Se a narrativa está presente em quase todos os tipos de 
texto, o que é narração? 
A narração é um tipo de narrativa. Tem ela três 
características: 
- é um conjunto de transformações de situação; 
- é um texto figurativo, istoé, opera com personagens e 
fatos concretos; 
- as mudanças relatadas estão organizadas de maneira tal 
que, entre elas, existe sempre uma relação de anterioridade e 
posterioridade. 
 
Essa relação de anterioridade e posterioridade é sempre 
pertinente num texto narrativo, mesmo que a sequência linear 
da temporalidade apareça alterada. Assim, por exemplo, no 
romance machadiano Memórias póstumas de Brás Cubas, 
quando o narrador começa contando sua morte para em 
seguida relatar sua vida, a sequência temporal foi modificada. 
No entanto, o leitor reconstitui, ao longo da leitura, as relações 
de anterioridade e de posterioridade. 
 
Texto Dissertativo 
 
O texto dissertativo tem-se a intenção de explicar, provar, 
analisar, expor ideias e/ou discutir determinado assunto.3 
Na dissertação, o escritor geralmente defende uma tese ou 
expõe uma série de fatos e ideias que levam a uma constatação. 
O texto dissertativo é impessoal e utiliza-se de estruturas 
lógicas para se sustentar. Existem duas subdivisões na 
tipologia dissertativa: a dissertação expositiva (exposição) e a 
dissertação argumentativa (argumentação). 
 
Características 
- ao contrário do texto narrativo e do descritivo, ele é 
temático; 
- como o texto narrativo, ele mostra mudanças de situação; 
- ao contrário do texto narrativo, nele as relações de 
anterioridade e de posterioridade dos enunciados não têm 
maior importância - o que importa são suas relações lógicas: 
analogia, pertinência, causalidade, coexistência, 
correspondência, implicação, etc. 
- a estética e a gramática são comuns a todos os tipos de 
redação. Já a estrutura, o conteúdo e a estilística possuem 
características próprias a cada tipo de texto. 
 
Dissertação Expositiva e Argumentativa 
A dissertação expositiva é voltada para aqueles fatos que 
estão sendo focados e discutidos pela grande mídia. É um tipo 
de acontecimento inquestionável, mesmo porque todos os 
detalhes já foram expostos na televisão, rádio e novas mídias. 
Já o texto dissertativo argumentativo vai fazer uma 
reflexão maior sobre os temas. Os pontos de vista devem ser 
declarados em terceira pessoa, há interações entre os fatos que 
se aborda. Tais fatos precisam ser esclarecidos para que o 
leitor se sinta convencido por tal escrita. Quem escreve uma 
dissertação argumentativa deve saber persuadir a partir de 
sua crítica de determinado assunto. A linguagem jamais 
poderá deixar de ser objetiva, com fatos reais, evidências e 
concretudes. 
 
São partes da dissertação: Introdução / 
Desenvolvimento / Conclusão. 
 
Introdução 
Em que se apresenta o assunto; se apresenta a ideia 
principal, sem, no entanto, antecipar seu desenvolvimento. 
Tipos: 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Língua Portuguesa 12 
- Divisão: quando há dois ou mais termos a serem 
discutidos. Ex.: “Cada criatura humana traz duas almas 
consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de 
fora para dentro...” 
- Alusão Histórica: um fato passado que se relaciona a um 
fato presente. Ex.: “A crise econômica que teve início no 
começo dos anos 80, com os conhecidos altos índices de 
inflação que a década colecionou, agravou vários dos 
históricos problemas sociais do país. Entre eles, a violência, 
principalmente a urbana, cuja escalada tem sido facilmente 
identificada pela população brasileira.” 
- Proposição: o autor explicita seus objetivos. 
- Convite: proposta ao leitor para que participe de alguma 
coisa apresentada no texto. Ex.: Você quer estar “na sua”? Quer 
se sentir seguro, ter o sucesso pretendido? Não entre pelo 
cano! Faça parte desse time de vencedores desde a escolha 
desse momento! 
- Contestação: contestar uma ideia ou uma situação. Ex.: 
“É importante que o cidadão saiba que portar arma de fogo não 
é a solução no combate à insegurança.” 
- Características: caracterização de espaços ou aspectos. 
- Estatísticas: apresentação de dados estatísticos. Ex.: “Em 
1982, eram 15,8 milhões os domicílios brasileiros com 
televisores. Hoje, são 34 milhões (o sexto maior parque de 
aparelhos receptores instalados do mundo). Ao todo, existem 
no país 257 emissoras (aquelas capazes de gerar programas) 
e 2.624 repetidoras (que apenas retransmitem sinais 
recebidos). (...)” 
- Declaração Inicial: emitir um conceito sobre um fato. 
- Citação: opinião de alguém de destaque sobre o assunto 
do texto. Ex.: “A principal característica do déspota encontra-
se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das 
regras que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu 
poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre 
exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas 
necessidades.” 
- Definição: desenvolve-se pela explicação dos termos que 
compõem o texto. 
- Interrogação: questionamento. Ex.: “Volta e meia se faz a 
pergunta de praxe: afinal de contas, todo esse entusiasmo pelo 
futebol não é uma prova de alienação?” 
- Suspense: alguma informação que faça aumentar a 
curiosidade do leitor. 
- Comparação: social e geográfica. 
- Enumeração: enumerar as informações. Ex.: “Ação à 
distância, velocidade, comunicação, linha de montagem, 
triunfo das massas, holocausto: através das metáforas e das 
realidades que marcaram esses 100 últimos anos, aparece a 
verdadeira doença do século...” 
- Narração: narrar um fato. 
 
Deve conter a ideia principal a ser desenvolvida 
(geralmente um ou dois parágrafos). É a abertura do texto, por 
isso é fundamental. Deve ser clara e chamar a atenção para 
dois itens básicos: os objetivos do texto e o plano do 
desenvolvimento. Contém a proposição do tema, seus limites, 
ângulo de análise e a hipótese ou a tese a ser defendida. 
 
Desenvolvimento 
É a argumentação da ideia inicial, de forma organizada e 
progressiva. É a parte maior e mais importante do texto. 
Podem ser desenvolvidas de várias formas: 
- Trajetória Histórica: cultura geral é o que se prova com 
este tipo de abordagem. 
- Definição: não basta citar, mas é preciso desdobrar a 
ideia principal ao máximo, esclarecendo o conceito ou a 
definição. 
- Comparação: estabelecer analogias, confrontar situações 
distintas. 
- Bilateralidade: quando o tema proposto apresenta 
pontos favoráveis e desfavoráveis. 
- Ilustração Narrativa ou Descritiva: narrar um fato ou 
descrever uma cena. 
- Cifras e Dados Estatísticos: citar cifras e dados 
estatísticos. 
- Hipótese: antecipa uma previsão, apontando para 
prováveis resultados. 
- Interrogação: toda sucessão de interrogações deve 
apresentar questionamento e reflexão. 
- Refutação: questiona-se praticamente tudo: conceitos, 
valores, juízos. 
- Causa e Consequência: estruturar o texto através dos 
porquês de uma determinada situação. 
- Oposição: abordar um assunto de forma dialética. 
- Exemplificação: dar exemplos. 
 
Exposição de elementos que vão fundamentar a ideia 
principal que pode vir especificada através da argumentação, 
de pormenores, da ilustração, da causa e da consequência, das 
definições, dos dados estatísticos, da ordenação cronológica, 
da interrogação e da citação. No desenvolvimento são usados 
tantos parágrafos quantos forem necessários para a completa 
exposição da ideia. 
 
Conclusão 
É uma avaliação final do assunto, um fechamento 
integrado de tudo que se argumentou. Para ela convergem 
todas as ideias anteriormente desenvolvidas. 
 
- Conclusão Fechada: recupera a ideia da tese. 
 
- Conclusão Aberta: levanta uma hipótese, projeta um 
pensamento ou faz uma proposta, incentivando a reflexão de 
quem lê. 
 
É a retomada da ideia principal, que agora deve aparecer 
de forma muito mais convincente, uma vez que já foi 
fundamentada durante o desenvolvimento da dissertação (um 
parágrafo). Deve, pois, conter de forma sintética, o objetivo 
proposto na instrução, a confirmação da hipótese ou da tese, 
acrescida da argumentação básica empregada no 
desenvolvimento. 
 
Exemplo: 
 
Redução da maioridade penal, grande falácia 
 
O advogado criminalista Dalio Zippin Filho explica por

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