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19/07/2021 1 SUPERLARGURA • Considerações Preliminares: • Superlargura é o aumento de largura necessário nas curvas para a perfeita inserção dos veículo (PONTES FILHO, Glauco, 1998). • O ângulo que as rodas dianteiras do veículo formam com o eixo longitudinal do mesmo é constante e a trajetória de cada ponto do veículo é circular. • O anel circular formado pela trajetória de seus pontos externos é mais largo que o gabarito transversal do veículo em linha reta. • O motorista tem maior dificuldade em manter o veículo sobre o eixo da faixa de tráfego. • Segundo o DNIT, a superlargura é obtida calculando-se a largura total da pista necessária no trecho curvo, para o veículo de projeto adotado (CO), deduzindo-se a largura básica da pista em tangente. • S = Lt - Lb •S = Lt – Lb •Lt = 2(Gc + Gl)+Gf+Fd •Onde: •S= superlargura total da pista. •Lb= largura básica da pista em tangente. •Gc=gabarito estático do veículo em curva. •Gl= folga lateral do veículo em movimento. •Gf= acréscimo devido ao balanço dianteiro do veículo em curva. •Fd= folga dinâmica, determinada de forma experimental e empírica. 73 74 19/07/2021 2 Considerando o ∆ BCO da fig. 7.1 • R² = E² + (R - ∆L)² • Gc = L + ∆L • Considerando que a expressão entre parênteses fornece valores quase iguais aos da expressão •E²/2R temos que: Aplicando a lei dos cossenos no ∆ ABO, temos: • R² = F² + (R+Gf)² - 2.F. (R+Gf). cos α • R² = F² + (R+Gf)² - 2.F.(R+Gf).(E+F)/(R+Gf) • (R+Gf)² = R² + F² +2.E.F 75 76 19/07/2021 3 • A folga dinâmica Fd é calculada em função da velocidade diretriz e do raio de curvatura através da equação abaixo: • Como S = Lt-Lb e Lt = 2(Gc+Gl)+Gf+Fd, substituindo as expressoes: • S = superlargura, em metros. • L = largura fisica do veiculo, em m. • E = distancia entre eixos, em m. • R = raio da curva, em m. • V = velocidade diretriz, em km/h. • Gl = folga lateral do veiculo em movimento, em m. • Lb = largura basica da pista em tangente, em m. Lb (m) 6,00 / 6,40 6,60 / 6,80 7,00 / 7,20 Gl (m) 0,60 0,75 0,90 Os valores do termo Gl sao adotados em funcao da largura da pista de rolamento em tangente (Lb), de acordo com a tabela abaixo do DNER: • Para caminhões e ônibus convencionais de dois eixos e seis rodas, nao articulados (CO), os valores adotados para projetos sao: L = 2,60m; E=6,10m e F=1,20m. Em pistas com largura basica Lb=7,20m e adotando CO como veiculo de projeto, a equação fica reduzida a: • Para veiculos comerciais articulados, compostos de uma unidade tratora simples e um semi-reboque (veiculo SR), os valores adotados para projeto sao: L=2,60 m; E= 10,00 m e F= 1,20 m. Em pistas com largura basica Lb=7,20 m e adotando SR como veiculo de projeto: 77 78 19/07/2021 4 • Formula adotada anteriormente pelo DNER, tambem adotada em alguns paises, denominada de VOSHELL-PALAZZO: • Onde: • E= distancia entre eixos do veiculo, em m. • R = raio da curva, em m. • V= velocidade diretriz, em km/h. • n= numero de faixas de rolamento. • Algumas consideracoes: • Deve-se observar que a superlargura aumenta com o tamanho do veiculo e com a reducao da largura basica da pista em tangente. • Os valores teoricos da superlargura devem, na pratica, ser arredondados para multiplos de 0,20 m. • Valor minimo da superlargura = 0,40 m. • Segundo o DNER, pistas com mais de duas faixas, o valor da superlargura deve ser multiplicado por 1,25 no caso de pistas com tres faixas, e por 1,50 no caso de pistas com quatro faixas. • DISTRIBUICAO DA SUPERLARGURA • 1) Alargamento simetrico da pista • No caso de curvas circulares com transicao, a superlargura sera distribuida ao longo da transicao, sendo mantido o valor total ao longo do trecho circular, sendo aplicada metade da superlargura para cada lado da pista (fig. 7.3). • Se o eixo de projeto se situa no centro da pista em tangente,vai continuar no centro da pista nos trechos em transicao e circular. • Essa regra tambem vale com a sinalizacao horizontal ou a junta longitudinal de construcao do pavimento de concreto. 79 80 19/07/2021 5 2) Alargamento assimetrico da pista • No caso de curvas circulares simples, a superlargura sera disposta do lado interno da curva. • A distribuicao da superlargura sera feita parte no trecho em tangente e parte na curva, no mesmo trecho usado para a variacao da superelevacao. • Caso o eixo de projeto se localize no centro da pista em tangente, se situara de modo assimetrico em relacao ao centro da pista. A sinalizacao horizontal e a junta longitudinal de construcao do pavimento (de concreto) devera ser disposta no centro da pista alargada e nao coincidente com o eixo de projeto. • Geralmente, o alargamento da pista de rolamento para obtencao da superlargura ,é feito de forma linear. • Conforme o DNER, onde se verficar uma combinacao geometrica desfavoravel, pode-se estabelecer um criterio que permita obter grandes alargamentos ja no inicio do trecho de transicao entre tangente e curva circular. • Deve-se suavizar as quebras do alinhamento das bordas da pista nos pontos de inicio e termino do alargamento, introduzindo curvas de arredondamento com extensao entre 10 e 20 metros. 81 82 19/07/2021 6 • Ex 1: Calcular a superlargura necessária numa curva. Dados: • A) R = 400 m; Largura basica = 7,20 m; V= 100 Km/h (SR) • S = 0,60 m (múltiplo de 0,20 m) • B) R = 300 m; Lb = 7,20 m; V=90 km/h (CO) • S = 0,60 m (múltiplo de 0,20 m) • Ex 2: Calcular a superlargura, sendo dados os seguintes elementos: • Largura do veiculo: L= 2,60 m; • Distância entre eixos do veiculo: E=6,00 m; • Distância entre a frente do veÍculo e o eixo dianteiro: F= 1,00 m; • Raio da curva: R= 250 m; • Velocidade de projeto: V= 80 km/h; • Faixas de trafego de 3,50 m (Lb = 7,00 m); • Numero de faixas: 4. • Solucao: Consultando a tabela 7.1, teremos Gl = 0,90 m. • S = 0,68 m para 4 faixas: S=1,5 . 0,68 = 1,0 m 83 84 19/07/2021 7 3) DISTRIBUIÇAO DA SUPERELEVAÇÃO EM PISTAS SIMPLES • O comprimento mínimo necessário para a variação da seção transversal calculado pelo critério estético é: • Ls min = e.Lf/(0,9 – 0,005.Vp) para Vp ≤ 80 km/h • Ls min = e. Lf/(0,71- 0,0026.Vp) para Vp ≥ 80km/h • Lf = 3,60m e = superelevação • Obs: A AASHTO recomenda que Ls min seja adotado como comprimento mínimo da transição. Ou seja, fazer a variação da inclinação transversal ao longo da espiral, adotando valor zero no TS. 85 86 19/07/2021 8 • 3.1) Variação da inclinação transversal • No trecho reto, para o escoamento de águas pluviais, adota-se uma pequena inclinação de – 2%. (inclinação normal en). • Torna-se necessário uma extensão de tangente Lt para eliminar a inclinação negativa. (SN) = (TS) – [Lt] • O comprimento de Lt é função da variação linear no trecho em transição. • SN = seção normal e SP = seção plana • Lt = (100 * h1)/α • h1 = Lf * en / 100 • Pelo critério da AASHTO: Veloc. (Km/h) 50 60 70 80 90 100 110 120 α (%) 0,66 0,60 0,54 0,50 0,47 0,43 0,40 0,39 87 88 19/07/2021 9 3.2) Variação das cotas do eixo e das bordas • Para obter-se as seções superelevadas, deve-se girar cada faixa de tráfego ao redor de um ponto fixo. Conforme o ponto da pista teremos 03 situações: • 3.2.1 Giro ao redor do eixo: a borda externa sobe, a borda interna desce e o eixo fica fixo em relação ao perfil de referência. Obs: A vantagem desse método é que a cota do eixo não se altera com a superelevação e a variação das bordas é pequena. 89 90 19/07/2021 10 3.2.2 – Giro ao redor da borda interna A borda interna que é o ponto mais baixo, permanece fixa. O eixo sobe e a borda externa sobe mais ainda em relação ao perfil de referência. 3.2.3) Giro ao redor da borda externa - A borda externa, que é o ponto mais alto, permanece fixa e os demais pontos descem. - Apesar de ser o pior processo quanto à drenagem, é o que melhor se adéqua para ramos de interacesso em entroncamentos. Tem aplicação em alguns casos de pista dupla.91 92 19/07/2021 11 3.3) Superelevação em Estradas com Pista Dupla No projeto de estradas com pista dupla, o separador central altera o tratamento a ser dado para aplicação da superelevação. Pode-se utilizar 03 processos para a obtenção da seção superelevada: 3.3.1 – O separador gira com as duas pistas, mantendo-se o centro da pista no centro do separador. 93 94 19/07/2021 12 3.3.2) O separador central é mantido na horizontal (com exceção da valeta de escoamento de águas pluviais) e as duas pistas giram separadamente em torno das bordas do separador. -Esse processo é aplicável a separadores de qualquer largura, sendo mais usados para os de largura média. Mantém as bordas do separador no mesmo nível, obtendo a superelevação com o giro somente das pistas. -São adequados para esse caso tanto os separadores de concreto quanto os canteiros gramados. 3.3.3) As duas pistas são tratadas separadamente, o que resulta em uma diferença de cotas entre as bordas do separador central. -Esse processo é usado para canteiros largos, quando o espaço entre as bordas e a drenagem central não tem inclinações muitos fortes. -Obs: alguns projetos de auto-estradas com mais de uma pista consideram essas pistas como se fossem estradas independentes. Cada pista pode ter o perfil ou traçado diferente das demais. Os canteiros centrais podem ter largura variável e a superelevação é projetada separadamente para cada pista. 95 96 19/07/2021 13 3.4) Superelevação com superlargura -Nas curvas onde ambas ocorrem, quando a superlargura é colocada no lado interno da curva, as cotas podem ser calculadas das seguintes formas: 97 98 19/07/2021 14 RAIO MÍNIMO DE CURVATURA HORIZONTAL • São os menores raios das curvas que podem ser percorridas em condições limite com a velocidade diretriz e à taxa máxima de superelevação admissível em condições aceitáveis de segurança e conforto de viagem (Pontes Filho, 1998). • Fc. cos α = P. sen α + Fa mv²/R . cos α = P.sen α + f . N mv²/R.cos α=m.g.senα+f(Pcosα+Fc senα) como α é pequeno, pode-se considerar sen α = tg α e cos α = 1 mv²/R=mg.tgα+f.mg+mv²/R.tg α.f v²/R=g.tg α + f.g + v²/R.tg α . f • v²/R – v²/R . tg α . f = g.tg α + f. g • v²/R ( 1 – f.tg α) = g (tg α + f) • v²(1 – f. tg α)/g.R = tg α + f • Considerando-se que o produto f.tg α se aproxima de zero, pois f e tg α são valores pequenos, f. tg α = 0, logo: • v²/gR = e + f, já que tg α = e (superelevação) • R = v² / g(e+f) • Para R em metros, V em km/h e g = 9,8 m/s² teremos: • R = (V/3,6)² /9,8 (e+f) • R = V² / 127(e+f) • Considerando-se os valores máximos admissíveis para a superelevação e para o coeficiente de atrito transversal, calcula-se o raio mínimo admissível para uma velocidade V; 99 100 19/07/2021 15 • (e + f) é uma soma algébrica, pois a superelevação pode ser positiva ou negativa (caimento para o lado interno ou externo da curva, respectivamente); • f também pode ser positivo ou negativo, conforme se oriente para o lado interno ou externo da curva. Em velocidades inferiores à velocidade ótima (que não desenvolve atrito transversal pneu/pavimento), o veículo tende a se deslocar para o centro da curva, ou seja, f se torna negativo. • R min = V² / 127 (emax + fmax) • Símbolos empregados: • R = raio de curvatura horizontal, em m. • V = velocidade diretriz, em km/h; • v = velocidade diretriz, em m/s; • P = peso do veículo; • m = massa do veículo; • g = aceleração da gravidade, em m/s²; • α = ângulo que mede a declividade transversal da pista; • Fa = força de atrito transversal; • Fc = força centrífuga; • N = reação normal à superfície do pavimento, devido ao peso do veículo; • f = coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento; • e = superelevação, em m/m; • Rmin = raio mínimo de curvatura horizontal, em m; • e max = máxima taxa de superelevação admissível adotada, em m/m; • f max = máximo coeficiente de atrito transversal pneu/pavimento. 101 102 19/07/2021 16 • Quando um veículo percorre uma curva circular, o valor máximo do atrito transversal é o valor do atrito desenvolvido entre o pneu e o pavimento na iminência de escorregamento; • É costume adotar-se para o coeficiente de atrito valores menores, que incluam fatores de segurança; Valores máximos admissíveis para os coeficientes de atrito transversal f • A AASHTO (American Association of State Highway and Transportation) recomenda a equação abaixo, com V em Km/h: • Ft = 0,19 – V / 1600 V(km/h) 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 f = fT 0,20 0,18 0,16 0,15 0,15 0,14 0,14 0,13 0,12 0,11 Fonte: DNER • Taxa máxima admissível da superelevação para raios maiores que o mínimo, propicia um aumento do conforto e segurança para velocidades próximas da velocidade de projeto; • Taxas máximas de superelevação admissíveis com valores mais baixos são adequadas para situações de tráfego intenso com veículos pesados, com velocidades mais baixas ou situações de congestionamento; • Os valores máximos adotados pela AASHTO para a superelevação consideram os seguintes fatores: condições climáticas, condições topográficas, tipo de área (rural ou urbana) e freqüência de tráfego lento no trecho considerado; • Valores muitos altos para a superelevação podem ocasionar o tombamento de veículos lentos com centro de gravidade elevado; 103 104 19/07/2021 17 •Ex: Calcular o raio mínimo de uma curva, dados V=80 km/h, fmax = 0,14 e emax = 10%. •Rmin = V² /127(emax+ f max) •Rmin = 80² / 127 (0,10+0,14) = 210 m DISTANCIA DE VISIBILIDADE NAS CURVAS • Nas curvas horizontais, as condições mínimas de visibilidade exigem que a distância de visibilidade nunca seja inferior à distância de visibilidade de parada; • A presença de taludes de corte, muros, grandes blocos de rochas, árvores, etc, limitam a visibilidade e podem demandar o ajuste da seção da estrada ou a modificação do alinhamento; 105 106 19/07/2021 18 cos (α/2) = R – M / R M = R. [1 – cos (α/2)] Na condição limite o arco AB é igual à distancia de visibilidade (D); α (radianos) = arco (AB) / R, ou seja, α = D/R M = R. [1 – cos (D/2R)] (1) M =R.[1 – cos (28,65ºD/ R)](2) Desenvolvendo cos(D/2R) em série de potencias: cos(D/2R)=1-(D/2R)²/2! +......... • M = R. [1 – cos(D/2R)] • M = R. [1 – [1 – (D²/8R²)] • M = R.D²/8R² • M = D²/8R (3) , onde • R= raio, em m; • D=distância de visibilidade de parada ou de ultrapassagem, em m; • M= afastamento horizontal mínimo, em m. • Para efeito prático, pode-se considerar R = Rc, sem erro apreciável, sob o ponto de vista prático; 107 108 19/07/2021 19 • Ex: Uma curva circular de uma estrada tem raio R=600 m. Calcular o menor valor de M, de modo que seja satisfeita a condição mínima de visibilidade de parada. Dados: Velocidade de projeto V=100 km/h e coeficiente de atrito longitudinal pneu/pavimento (f) igual a 0,28. • Cálculo da distancia de visibilidade de parada (Dp): • Dp=0,7 V + V²/255 . f • Dp=0,7.(100) + 100²/255 . (0,28) = 210 m • Cálculo de M: • M=R . [1-cos(28,65° . D)/R] • M=600. [1-cos(28,65º . 210)/600] = 9,2 m ou • M = D²/8R = 210²/8.(600) = 9,2 m Ex: Uma estrada foi projetada com Vp=90 km/h (emax = 12%). Uma curva circular Rc=450m está em um corte com declividade longitudinal i= 1% e seção transversal dada na figura. Verificar o valor do raio da curva quanto à estabilidade e verificar também se a condição mínima de visibilidade de parada é satisfeita. Considerar a linha de percurso do olho do motorista coincidente com o eixo da pista. • Verificação do Raio quanto à estabilidade: A tabela 4.2 informa que FT = f max = 0,14 • Rmin = V² / 127 (emax + fT) = 90² / 127.(0,12+0,14) • Rmin = 245,31 m • como R = 450m > Rmin (OK) 109 110 19/07/2021 20 • Verificação quanto à visibilidade (da tab. 3.3 temos que fL=0,29) • Dp = 0,7.V + V²/255.(fL + i) • Dp = 0,7.(90) + 90²/255.(0,29+0,01) • Dp = 168,88 m • Calculo de M • M = D²/8.Rc • M = 168,88²/8.(450) • M = 7,9 m (Verifica-se na proposição a existência de um M disponívelque seja maior que o M necessário) 7,50m 0,75 0,75 m 8,25 m 1:1 M disponível = 8,25m > 7,9 m(ok) 111 112
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