Buscar

Panorama Geral das Leis de Trânsito no Brasil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Panorama Geral das Leis de Trânsito no Brasil
Priscila Fiergelewski Soares
Conforme citado no Código de Trânsito o Brasileiro (CTB), trânsito pode ser definido como o de deslocamento de pessoas pelas vias de circulação, parada, estacionamento e operação de carga e descarga, ou seja, é “a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não” (BRASIL, 199 7, Artigo 1º, § 1º). O sistema de trânsito envolve três subsistemas: a via, o veículo e o homem. Os dois primeiros influenciam o comportamento do condutor e o último possui a Psicologia do Trânsito como uma das ciências que estuda o comportamento então, numa interlocução com outros profissionais como engenheiros, agentes de trânsito, médicos e educadores, para uma ampliação da segurança nas locomoções por vias urbanas.
Os departamentos de trânsito são os órgãos responsáveis por abrir espaço para o trabalho dos psicólogos, institucionalizando as clínicas psicotécnicas pelo reconhecimento da importância da atuação deste profissional na prevenção de acidentes e ações de violência no trânsito, por meio dos resultados dos testes (CRISTO - SILVA; GÜNTHER, 2009). A primeira lei que estabeleceu o exame médico e psicológico para a concessão da CNH foi estabelecida em 25 de setembro de 1941, pelo Decreto -Lei 3.651 
(BRASIL, 1941, apud SILVA, 200 9) e hoje está em vigor a Lei n. 9.503 de 23 de setembro de 1997, que apresenta a regulamentação para o processo de formação, especialização e habilitação do condutor de veículo automotor e elétrico (BRASIL, 1997)
A responsabilidade de um comportamento seguro no trânsito deve ser compartilhada entre usuários e autoridades, sendo importante a consciência da existência de condições para que atitudes comportamentais neste contexto sejam colocadas em prática. A psicologia explica, por exemplo, que a resposta atenta à presença de estímulos que chamam atenção do indivíduo que está dirigindo é uma das condições básicas e necessárias para um bom comportamento ao conduzir um veículo automotor, assim como manter as condições de saúde adequadas como a não ingestão de medicamentos ou bebidas alcoólicas, ou qualquer situação que interfira na capacidade física e psicológica, não permitindo a percepção e interpretação dos estímulos relevantes, somando ao conhecimento anterior que o condutor possuir sobre todas estas questões. O comportamento inseguro dos motoristas representa a desorganização do sistema viário, assim como o não cumprimento das regras no trânsito, causando impacto negativo na sociedade.
Uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo é decorrente de acidentes de trânsito. Por estar associado aos custos com perda de produção, resgate das vítimas e os transtornos com o tráfego na via e instituições envolvidas, um acidente na estrada com vítimas fatais gera um custo social médio que pode chegar a 429 mil reais (MARÍN-LEÓN; QUEIROZ, 200 0; BRASIL, 1997; CFP, 2004). 
De acordo com Mello Jorge e Latorre (1994), as capitais brasileiras registram números significativos de mortalidade por acidentes de trânsito. A situação de morte no país mostrou uma ocorrência de 800 mil óbitos por ano, sendo que 12% deste total foram resultados de acidentes de trânsito. Destaca-se a grande parcela das vítimas está entre adultos jovens, evidenciando uma perda na população ativa e extremam ente importante para o crescimento de uma nação.
O atual CTB (Código de Trânsito Brasileiro) foi instituído no dia 23 de setembro de 1997 pela Lei n. 9.503, o qual recepcionou todas as resoluções anteriores do CONTRAN e determinou que ele fizesse uma revisão da melhor aplicabilidade dessas resoluções ao novo código com acréscimo de novas, caso necessário para maior efetividade do mesmo. Para autores, este código é um dos melhores do mundo desde que bem interpretado. Pois trata das mais variadas questões relacionadas ao trânsito como, por exemplo, da educação para o trânsito, dos veículos em circulação internacional, da condução de escolares, das infrações, limitação de velocidade, dos crimes de trânsito, etc., no entanto, como citado anteriormente, ele é vasto, mas necessita de uma boa interpretação.
Ainda no quesito legislação de trânsito não há como deixar de fazer uma breve citação da Lei Federal nº 11.705, de 19 de junho de 2008, popularmente denominada “Lei Seca”, 
alusão às alterações feitas no CTB, das quais a mais emblemática foi a tolerância zero ao consumo de álcool para motoristas: 
Art. 1o Esta Lei altera dispositivos da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, com a finalidade de estabelecer alcoolemia 0 (zero) e de impor penalidades mais severas para o condutor que dirigir sob a influência do álcool [...]. (BRASIL, 2015h). 
Nota-se uma atenção especial do legislador à problemática da união entre álcool e direção, combinação responsável por inúmeros acidentes de trânsito no país. Essas alterações feitas pela “Lei Seca” deixaram as regras mais rígidas no tocante à o álcool, seu uso, propaganda e venda, tendo em vista as multas de valores mais altos, suspensão no direito de dirigir e o limite zero de álcool por litro de sangue.
A solução para as mortes no trânsito passa pela educação e conscientização cívica e ética do cidadão, engenharia (dos carros, das ruas e das estradas), fiscalização, primeiros socorros e punição concreta (efetiva). A fórmula é: ECE- FPP” (GOMES, 2015d). Caso todas essas variáveis não forem levadas em consideração de forma conjunta não surtirá efeito expressivo na melhoria do trânsito brasileiro. 
Ainda neste viés, existem as punições pecuniárias, as quais, mais uma vez, traz o intuito do legislador em tornar mais dura a punição de multa. Porém, sua eficácia é discutível, pois não se observa o poder aquisitivo das pessoas multadas, onde aqueles mais ricos pagam o mesmo valor que os mais pobres, ou seja, há uma desproporção na punição, e por consequência, torna discutível sua eficácia. Inclusive, sobre este tema, há um grande descontentamento popular, os quais acusam o governo de utilizar -se da justificativa das infrações para arrecadar dinheiro para a máquina pública. 
A educação para o trânsito é peça chave para a evolução da qualidade do trânsito brasileiro, não se tem dúvida disso, e apesar das constantes críticas aos governos quanto ao baixo investimento na educação para o trânsito, não se pode negar que nossa legislação de trânsito aborda de forma bastante ampla as obrigações e competências para a aplicação da educação para o trânsito. O Código de Trânsito especifica em seu texto de quem são as responsabilidades para estabelecer as diretrizes da Política Nacional de Trânsito com vistas a educação para o trânsito, o exercício, planejamento, elaboração de projetos, coordenação de programas, dentre outros, visando a educação para o trânsito.
Em remate, apesar da excessiva quantidade de veículos nas estradas, da péssima qualidade de infraestrutura rodoviária e do hábito ineficaz de criação de leis emergenciais, ainda assim, a maioria esmagadora dos acidentes de trânsito são causados pelo comportamento humano, ou melhor, por seu mau comportamento. Portanto, falta um maior investimento em políticas públicas eficazes que visem a inserção em grande escala da educação para o trânsito na vida das pessoas, e por consequência, vem a cidadania, ela que é tão importante para uma vida de qualidade em sociedade e mais segura no trânsito.

Continue navegando