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ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO BRASIL

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ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE NO 
BRASIL 
 
 
 
 
 
 
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ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE NO 
BRASIL 
 
DÚVIDAS E ORIENTAÇÕES 
Segunda a Sexta das 09:00 as 18:00 
 
ATENDIMENTO AO ALUNO 
editorafamart@famart.edu.br 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
LEI ORGÂNICA DO SUS ........................................................................................... 4 
Princípios do SUS ...................................................................................................... 4 
Diretrizes do SUS ...................................................................................................... 5 
Participação complementar do Setor Privado............................................................. 6 
Descentralização ....................................................................................................... 7 
Organização do SUS ................................................................................................. 7 
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS ........................................................................ 8 
Natalidade .................................................................................................................. 9 
Mortalidade .............................................................................................................. 10 
Doenças ................................................................................................................... 10 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA ......................................................................................... 11 
SAÚDE DO TRABALHADOR ................................................................................... 19 
SAÚDE INDÍGENA .................................................................................................. 24 
GESTÃO DO SUS ................................................................................................... 28 
Gestores do SUS e formação do sistema ................................................................ 28 
Financiamento do SUS ............................................................................................ 32 
Referências .............................................................................................................. 33 
 
 
 
 
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LEI ORGÂNICA DO SUS 
 
A lei orgânica do SUS se faz legal desde o ano de 1990, com as leis 8.080 e 
8.142. A prática do SUS deu-se a partir do ano de 1970, com o advento da ditadura 
militar, onde existiam movimentos sociais e políticos, os quais lutavam por uma 
sociedade justa que apresentasse políticas públicas baseadas nos direitos humanos 
básicos, onde tivessem como primícias primordiais a qualidade e universalidade. 
A reforma sanitária datada nesta época, ocorreu baseada na liberdade, sendo 
considerados os primórdios das diretrizes constitucionais da universalidade, 
igualdade e participação da comunidade. 
A história inicia-se a partir do contexto da migração rural, onde a população 
evadiu-se para as zonas urbanas, uma vez que o empobrecimento tornou-se fator 
notável devido à ausência do estatuto da terra e reforma agrária, gerando grandes 
conflitos, o que faz com que as prefeituras municipais adotem medidas inviáveis a 
esta população, bem como atendimentos precários em vilas e postos de saúde. 
Neste contexto, jovens sanitaristas iniciaram qualificação dos serviços de 
saúde, em cima das diretrizes de atenção primaria à saúde, contando com equipes 
multidisciplinares, implementando ações preventivas e curativas, que ganham apoio 
da população, o que fortalece tais estratégias do movimento municipal de saúde, 
solicitando esforços ao governo estadual e nacional, para mais recursos o que 
futuramente vai gerar as diretrizes constitucionais da universalidade, 
descentralização, integralidade e regionalização. 
 
Princípios do SUS 
Os princípios do SUS estão baseados na constituição federal da lei 8.080 de 
1990, aos quais ficam promulgados e deliberados os seguintes princípios: 
Universalidade: De acordo com este princípio, tange o que diz respeito ao 
direito de todos sem distinção ao cesso a saúde, não restringindo em nenhum 
momento este acesso a toda a população. 
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Equidade: De acordo com a equidade, podemos dizer que este princípio é 
baseado na qualidade da atenção priorizando as necessidades, de forma igualitária, 
ou seja, tratar a todos de forma igual, por ordem de necessidade. 
Integralidade: A integralidade é o princípio do SUS, que enxerga o ser 
humano como um todo e não apenas como um conglomerado de órgãos e 
aparelhos, promovendo, protegendo e recuperando a saúde da população como um 
todo. 
 
Diretrizes do SUS 
Regionalização e Hierarquização 
• Ligado aos gestores municipais e estaduais; 
• Hierarquização em níveis crescentes de complexidade; 
• Regulação adequada entre os níveis do sistema (fluxo de referências e 
contra-referência); 
• Nível terciário de atenção à saúde – Hospitais de referência; 
• Resolvem 5% dos problemas de saúde; 
• Nível secundário de atenção – Centros (ambulatórios) de referência – 
Resolvem 15% dos problemas de saúde Nível Primário de atenção; 
• - PSF e UBS - Responsáveis por 80% dos problemas de saúde Lei 
8080 O desenvolvimento do SUS: avanços, desafios e reafirmação dos seus 
princípios e diretrizes (MS e CNS, 2002). 
 
Resolubilidade 
É considerada condição de busca do indivíduo ao atendimento ou quando 
surgir um problema que gera impacto coletivo sobre a saúde, igualitariamente o 
serviço esteja pronto para o enfrentamento e resolubilidade até o nível de sua 
complexidade. 
 
Lei 8080: O desenvolvimento do SUS: avanços, desafios e reafirmação dos 
seus princípios e diretrizes (MS e CNS, 2002). 
 
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Controle 
• De acordo com a promulgação dos princípios do SUS, fica estabelecido 
através de entidades representativas e meios legais que a população obtém direito 
garantido de participar da formulação de políticas de saúde e controle da execução 
em todas as esferas de governo; 
• Conselhos de saúde compreendem em representação paritária de 
usuários, governo, profissionais de saúde e prestadores de serviços, com poder 
deliberativo (50%); 
• É dever da constituição garantir a participação da população na 
formulação e controle da execução das políticas de saúde; 
• Lei 8142 – Conselho de Saúde, onde o Paritário compreende gestores, 
profissionais de saúde e usuários de ordem Municipal, estadual e federal; 
• Participação dos Cidadãos está composta em Controle Social, que 
compreende a Lei 8142 e Conselho de Saúde: guia de referências para a sua 
organização. Fonte: MS (2004). 
 
Participação complementar do Setor Privado 
Mostrando-se insuficiente o setor público, os serviços privados devem ser 
contratados: A preferência é dada aos serviços não lucrativos (hospitais 
Filantrópicos), 
A constituição diz que desta forma cada gestor deverá primeiramente planejar 
o setor público e em seguida efetuar a complementação a rede assistencial com o 
setor privado não lucrativo, gerando os mesmos conceitos de regionalização, 
hierarquização e universalização; 
• Assim sob tais condições sumariamente representadas a seguir: O 
contrato será realizado de acordo com as normas de direito público; 
• De acordo com as normas técnicas do SUS, vale ressaltar que toda 
instituição privada deverá estar de acordo com os princípios e diretrizes do SUS, 
sedo a posição da rede regionalizada e hierarquizada dos serviços de saúde. 
 
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Descentralização 
– É considerada a maneira de compartilhar as responsabilidades quanto às 
ações e aos serviços de saúde entre os vários níveis de governo, sendo a 
municipalização ao que se refere à Lei 8.080 e as NOBs (Norma Operacional Básica 
do Ministério da Saúde) asquais seguem definições precisas ao que tange à 
obrigação de cada esfera de governo (MS e CNS, 2002); 
‒ Lei 8080: O desenvolvimento do SUS: avanços, desafios e reafirmação dos 
seus princípios e diretrizes (MS e CNS, 2002). 
 
Organização do SUS 
O SUS é baseado em princípios e diretrizes, os quais estão a 
descentralização, hierarquização e regionalização, tendo este um único gestor em 
cada esfera de governo, gerando conformidade dos serviços, mutualidade e 
suplementariedade do privado com financiamento tripartite e participação da 
comunidade. 
A descentralização une princípios e diretrizes reorganizando recursos e 
responsabilidades da União, dos estados e dos municípios, compreendidos como 
gestores do SUS, ou seja, conduzir nas mãos do município a decisão sobre a melhor 
maneira de executar a saúde e os meios, bem como financeiro, para então exercitar 
o poder de acordo com a necessidade da população, sendo facilmente 
inspecionados pelos mesmos. 
O SUS deve ter uma direção única, ou seja, sendo de responsabilidade 
constitucional, das três esferas de governo sendo o município comandado pelo 
prefeito e secretaria municipal de saúde, no estado governador e seu secretario de 
saúde e na União presidente e ministro de saúde, sendo a direção única em cada 
esfera de governo, complementar a descentralização. 
Desta forma temos no território municipal um único gestor municipal, 
concomitante a um gestor estadual e um gestor federal. 
A regionalização dispõe dos serviços de saúde, de forma regional, ou seja, 
hierarquizada, não se alocando todos os serviços em todos os lugares, 
independentemente de seu tamanho, território e disponibilidade de equipamentos e 
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pessoal, assim os serviços de saúde complementam-se numa associação 
permanente do mais simples aos mais complexos, referenciando-se e 
contrarreferenciando-se. De acordo com a diretriz de hierarquização, elabora-se a 
atenção ao individuo, família e comunidade através dos agentes comunitários (ACS), 
programa da saúde da família (PSF) e unidades básicas de saúde (UBS), de menor 
complexidade, que tange a atenção primaria a maior complexidade, partindo da 
atenção secundaria a nível terciário. 
Quando falamos em atenção primária, estamos nos referindo à prevenção de 
doenças e seus agravos, já em nível secundário, tratar doenças já existentes 
evitando os agravos, e em nível terciário tratar agravos de doenças já existentes, 
sendo assim é deliberado o direito do serviço de saúde complementar-se com o 
privado através do contato direto com o público ou convenio, assim a 
complementação dos serviços públicos será feita através de entidades filantrópicas 
e sem fins lucrativos. 
Vale ressaltar que todas as vezes que a estatal for insuficiente, recorre-se a 
complementação do privado, sendo este totalmente liberal, nos consultórios e 
clinicas através do pagamento direto. 
 
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS 
 
Ao falarmos em promoção de saúde, podemos pensar em uma forma de vida 
mais saudável, através de políticas públicas que nos proporcionem caracterizar as 
patologias através da transmissibilidade, ou não transmissibilidade, onde a doença 
pode ser apresentada por um vetor, ambiente ou individuo. 
Uma das metas da saúde publica é a ascensão das doenças transmissíveis, 
pois são causas de morbimortalidade mundial. 
É de suma importância a quantificação de pessoas que morrem e adoecem 
numa determinada população em determinado período, sendo usadas como medida 
de saúde daquela população, em determinado período. 
Ao realizarmos o comparativo de medidas de mortalidade de diferentes 
populações, devemos transformá-las em valores relativos para que se obtenham 
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valores absolutos sendo importantes para o planejamento, gerenciamento e 
ponderação das medidas. 
Podem-se considerar medidas relativas de mortalidade e morbidade os 
indicadores de saúde, estando este sempre referido a uma população especificam e 
intervalam de tempo determinado, o que corresponde a frações que assumem os 
formatos de coeficientes e denominadores. 
 As proporções são consideradas quocientes, quando é mostrada a parcela 
de situações, proporções com características ou especificações do numerador em 
ordem total de eventos de mesma natureza ocorridos na população e no período 
considerado o denominador. 
Ao compararmos os indicadores de saúde de populações diferentes, estes 
refletem as diferenças econômicas e sociais das mesmas, nos permitindo intervir 
dentro do cenário apresentado. 
 
 
Natalidade 
 
Ao citarmos o tema natalidade, devemos considerar o número de nascidos 
vivos por mil habitantes, na população, em um determinado espaço geográfico, no 
ano considerado, obtendo o score da atuação da natalidade sobre uma determinada 
população. 
A taxa bruta de natalidade é expressa pela estrutura da população quanto à 
idade, sexo, e quando padronizada por uma estrutura de população padrão, permite 
a comparação temporal e entre regiões. 
Salienta-se que a base de dados demográficos utilizada para o cálculo de 
indicador, apresenta muitas vezes imprecisos, por conta da coleta de dados ou 
metodologia aplicada para elaborar estimativas populacionais. 
Ao correlacionarmos natalidade com fecundidade devemos tomar um certo 
cuidado, pois a taxa de fecundidade não é influenciada por variações na sua 
composição etária, além da população ser apenas feminina. 
 
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Mortalidade 
O coeficiente de mortalidade é gerado a partir do número de óbitos obtidos 
em uma população especifica, durante certo período ponderado pelo número da 
população. Um dos indicadores etários mais importantes dentro do coeficiente de 
mortalidade é a análise da mortalidade infantil sobre a qualidade de vida e condições 
de saúde desta população, onde são mostrados dados evidentes sobre crianças 
menores de um ano, evidenciando a mortalidade neonatal até 28 dias de vida e 
mortalidade infantil tardia de 28 dias a um ano de vida, sendo utilizado como 
coeficiente o número de nascidos vivos na população durante período considerado. 
É nível importante levar em consideração a causa da morte, pois esta faz 
referência a declaração de curva de mortalidade proporcional e nível de saúde. 
 
Doenças 
Antigamente tínhamos alta incidência de patologias dizimadas, o que 
caracterizava alta incidência e mortalidade por doenças transmissíveis. 
Ao realizar a reorganização da universalização, as ações de saúde começam 
a se desenvolver de modo hierárquico diante a integralidade da rede de serviços que 
compõe o sistema nacional de vigilância em saúde, com outras áreas da rede de 
atenção à saúde. 
Desta maneira torna-se importante instituir registros de notificação 
compulsória deste grupo de doenças, além de reorganizar iniciativas do SUS, 
aumentando o acesso primário e gratuidade de vacinas e tratamentos para diversas 
doenças transmissíveis que agora passa a ser ofertado pela população de forma 
universal. 
Com ações de vigilância, prevenção e controle ficam garantidos a redução de 
morbimortalidade de doenças transmissíveis. 
Em 1980, surgem patologias que merecem atenção, pois são produzidas por 
agentes desconhecidos, modificações na virulência ou patogenicidade dos que já 
existiam gerando epidemias de grande magnitude e gravidade. 
O SUS teve mais uma vez que ser reestruturado, modificando e 
implementando estruturas especiais de vigilância gerando respostas rápidas a estes 
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problemas. O programa de imunização (PNI) surge ofertando vacinas para 
diferentes patologias, bem como difteria, poliomielite, sarampo e tétano neonatal. 
No ano de 1995, a circulação do vírus selvagem da poliomielite foi erradicada 
no Brasil; O tétano neonatal foi outra patologia erradicada entre 2012 e 2016. 
O sarampo foi erradicado graças à implantação do Plano Nacional de 
eliminação do sarampo, em 1992 sendo importanteindicador de queda das doenças 
imunopreveníveis no Brasil. 
Em relevância a todos os fatos citados, a detecção antecipada dessas 
ocorrências e grandes bloqueios vacinais, que foram alcançados nas ultimas 
décadas pelo PNI, podemos comemorar a disseminação e diminuição de muitas 
patologias de alta virulência, transmissibilidade e patogenicidade como é o caso da 
rubéola, que foi erradicada em 2008, o Haemophilus influenzae B, foi inserido no 
calendário vacinal do PNI, gerando queda em níveis consideráveis de pneumonias e 
meningites em menores de cinco anos. 
Vale ressaltar que outra patologia com índices em queda por causa da vacina 
foi o rotavírus (vacina atribuída ao PNI). Assim se diminuíram abusivamente as 
internações em crianças menores de cinco anos. 
Na epidemiologia é importante citar o trabalho da vigilância em saúde, para 
erradicar doenças que ainda acometem a população de forma geral, tais como raiva, 
hanseníase, tuberculose, HIV/AIDS, esquistossomose, doença de chagas, malária e 
febre amarela. 
 
 
 
VIGILÂNCIA SANITÁRIA 
 
Desde os tempos antigos havia preocupação com a vigilância sanitária, 
portanto de modo empírico, onde a humanidade não conhecia cientificamente os 
processos de contaminação, onde era espalhada de forma indiscriminada a peste, 
cólera, varíola, febre tifoide entre outras patologias que marcaram a história. 
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Sabe-se que mesmo a população não tendo conhecimento sobre as doenças, 
a água poderia ser uma via de transmissão para muitas patologias, sendo assim, no 
Brasil, o desenvolvimento organizado das ações de vigilância sanitária, inicia-se no 
séc. XVIII, de acordo com modelos e regimentos adotados em Portugal. 
Com a chegada da família real portuguesa, em 1808, inicia-se a estruturação 
da saúde publica, tendo como objetivo conter as epidemias e inserir os pais nas 
rotas de comercio internacional, o que se intensificou com o aumento do fluxo das 
embarcações, circulação de passageiros e mercadorias, sendo desta forma, 
necessário controle sanitário, o que evitaria epidemias e haveria promoção e 
aceitação dos produtos brasileiros no mercado internacional. 
Em 1820 é criada a inspetoria de saúde pública do Rio de Janeiro, com o 
objetivo de estabelecer normas e organizar a vida medica, como por exemplo, o 
isolamento de doentes portadores de moléstias pestilenciais, cemitérios, gêneros 
alimentícios, casas de saúde etc. 
Em 1832, é criado pela câmara municipal do Rio de Janeiro o código de 
posturas, que estabelecia a pratica da licença no controle das fabricas. 
Em 1842, houve a promulgação da estruturação e reformas de serviços 
sanitários e reorganização da estrutura do estado, bem como sua institucionalização 
no país. 
Em 1953, foi marcado por uma época de mudanças importantes, onde 
trouxeram grandes avanços nas áreas de medicamentos e alimentos, sendo então 
criado o ministério da saúde, com a publicação da lei 1944/53 que torna obrigatória a 
iodação do sal de cozinha para que haja controle do bócio endêmico. 
Em 1954 é criado o (LCCDM), Laboratório Central de Controle de Drogas e 
Medicamentos. 
Em 1961, foi regulamentado o Código Nacional de Saúde, ao qual atua junto 
ao ministério da saúde, na regulação de alimentos, indústrias e comercio. 
Em 1969, é promulgado o decreto de lei que estabelece normas básicas para 
os alimentos, Decreto nº 986/69. 
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Em 1976, ocorre a reestruturação do ministério da saúde, sendo então criada 
a Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária com a união do serviço nacional de 
fiscalização da medicina e farmácia e serviço de saúde dos portos. 
De acordo com o decreto de lei nº 79.056 de 30 de Dezembro de 1976, no 
artigo 13º: Cabe à secretaria promover, elaborar, controlar, aplicar e fiscalizar o 
cumprimento das normas padrões que são de cunho sanitário no que se refere aos 
portos, aeroportos, fronteiras, produtos médico-farmacêuticos, bebidas, entre outros, 
além de efetuar o controle sanitário e das condições do exercício profissional 
relacionado à saúde. 
Em 1981, foi criado o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em saúde. 
Em 1999, foi criado a (ANVISA), com a limitação de atuação da vigilância 
sanitária, ao qual seguia o modelo cartorial e com o processo da democratização da 
sociedade da nova republica durante a década de 1980, a vigilância sanitária 
aproxima-se do movimento pela reforma sanitária e organização de consumidores. 
Em 1985, acontece o seminário nacional de vigilância sanitária com o objetivo 
de reafirmar a definição da política nacional de vigilância sanitária integrada à 
política nacional de saúde. 
Em 1986, acontece a VIII Conferencia nacional de saúde, que subsidiou a lei 
8.078/90 que determina o código de defesa do consumidor, ao qual é marcado pela 
contrariedade entre sanitaristas e produtos de medicamentos, produtores de 
gelatinas e sucos e importadores de leite e carne. 
Assim, que foi instituído o SUS em 1990, a secretaria nacional de vigilância 
sanitária, marcando um período de desregulamentação, onde o objetivo era 
responder rapidamente as demandas do setor produtivo, sendo uma atividade 
meramente administrativa, sem que realizassem analises técnicas. 
Entre 1990 a 1998, ocorreram muitos óbitos de pacientes renais crônicos e 
idosos, além de muitos medicamentos falsificados circulando no país, denotando a 
fragilidade do SVS. 
Em 1999, com a criação da agencia nacional de vigilância sanitária, este 
contexto muda abruptamente. 
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É de suma importância destacar um grande marco, que foi a construção da 
vigilância sanitária no país, datada em novembro de 2001, através da I Conferencia 
nacional de vigilância sanitária (CONAVISA), que discutiu amplamente a situação da 
vigilância sanitária no Brasil, o que subsidiou o relatório, ao qual apresentou um 
conjunto de proposições, onde seus princípios regem o SUS. 
O termo “vigilância” vem do verbo “vigiar”, do latim vigilare, que se pode 
entender como ficar atento, cauteloso, tomar precaução e está ligado ao conceito de 
saúde e doença e às ações de prevenção da disseminação de doenças. 
A lei orgânica da saúde, lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, a qual 
regulamenta o SUS, dispõe de condições para promoção, proteção e recuperação 
da saúde, estabelecendo em seu art. 6º, que estão incluídas no campo de atuação 
do SUS, a vigilância epidemiológica, sanitária, saúde do trabalhador e assistência 
terapêutica integral, inclusive farmacêutica. 
No § 1º do art. 6º, a vigilância sanitária é definida como o conjunto de ações 
capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos a saúde e intervir em problemas 
sanitários decorrentes do meio ambiente da produção e circulação de bens e 
prestação de serviços de interesse da saúde, ao que abrange controle de bens de 
consumo, direta ou indiretamente ligados à saúde e controle da prestação de 
serviços. 
As ações de vigilância sanitária devem ser de ordens preventiva, passando 
por todas as práticas médico-sanitárias, que são baseadas na proteção, 
recuperação e reabilitação da saúde, atuando com os serviços relacionados à 
saúde, ambiente, trabalho e circulação internacional de transportes, cargas e 
pessoas. 
A vigilância sanitária abrange as seguintes áreas de atuação: federal, 
estadual e municipal. 
 
Dados epidemiológicos 
 
Os dados epidemiológicos são informações sobre doenças e os agravos 
provocados pela exposição a um determinado agente causador, quantificados 
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através de medidas de frequência de doenças, indicadores de morbidade entre 
outros aos quais irão avaliar o cenário epidemiológico de uma população estimando 
seu nível de desenvolvimento social e econômico. 
As medidas de frequência de doenças são indicadores que têm como objetivo 
mensurar a frequência de patologias na população, de modo que as principais 
medidas utilizadas são os índices, os coeficientes,as taxas e os indicadores. 
O índice é um termo ao qual se refere a todos os descritores da vida e saúde 
incluindo os termos numéricos e incidentes que marcam a noção de grandeza. 
Os coeficientes são as medidas que consideramos como secundarias, pois 
são geradas através de quocientes entre as medidas primárias e variáveis 
independentes, ou seja, é a frequência que um evento acontece na população. 
As taxas são as medidas utilizadas para o risco, cálculos de estimativas e 
projeções de incidências e prevalência da população a que se interessa o estudo. 
Os indicadores são os índices que chamamos de críticos e servem para 
orientar a tomada de decisão em prol das evidencias ou providencias. 
Quando queremos calcular a frequência em que as doenças acometem a 
população são utilizadas as seguintes medidas de frequência, a incidência e 
prevalência. 
A incidência é o que podemos dizer de frequência de novos casos de uma 
doença em um determinado período de tempo, advindo de uma população sob o 
risco de adoecer no início da observação. 
A incidência total compreende em uma mesma doença que pode incidir sob 
um indivíduo mais de uma vez durante o período observado. 
A taxa de incidência é calculada baseada no número de casos novos em 
determinado período, dividido pelo número de pessoas expostas ao risco no mesmo 
período, multiplicado pela constante que é uma potência de base (10, 100, 1.000, 
10.000), pela qual se multiplica o resultado para se ter um número inteiro. 
Podemos citar como exemplo a seguinte situação: Durante o ano de 2017 a 
unidade de saúde da família “A” notificou 348 casos de dengue, dos quais 315 foram 
confirmados após resultado de exame sorológico. 
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Sabendo-se que esta USF acompanha um total de 4.200 pessoas, qual a 
incidência desta doença neste ano? 
Então, pegamos o número 315 e dividimos por 4.200, e multiplicamos o 
resultado por 100, o que nos dará um score de 7,5 casos por 100 habitantes. 
A mortalidade é uma medida que utilizamos como indicador de saúde, pois 
este nos permite avaliar as condições de saúde da população. Para calcular 
dividimos o número de óbitos pela população em risco. 
A letalidade é a medida utilizada para mensurar a gravidade da doença e 
podemos calcular dividindo o número de óbitos por determinada doença pelo 
número de casos da mesma doença. 
A prevalência é definida como frequência de casos existentes de uma 
determinada população em um dado momento. 
É de suma importância, que se diferencie incidência e prevalência, uma vez 
que a prevalência só considera um evento de determinada doença, por individuo, ou 
seja, se um indivíduo tiver gripe por três vezes no ano, o evento será contado 
apenas uma vez. Categorizamos os indicadores da seguinte forma: mortalidade e 
sobrevida, morbidade, nutrição, crescimento e desenvolvimento, aspectos 
demográficos, condições sócio econômicas, saúde ambiental e serviços de saúde. 
 
Vacinas 
As vacinas são de suma importância para prevenir doenças, sendo assim é 
melhor prevenir a ter que tratar. 
As vacinas tem o objetivo de formar uma barreira de proteção no corpo 
humano contra vírus e bactérias que podem provocar muitas doenças graves, que 
muitas vezes levam às pessoas a morte. 
Quanto maior é a cobertura vacinal, menor será o risco de estas pessoas 
ficarem doentes; além disso, algumas doenças que chamamos preveníveis podem 
ser erradicadas por completo. 
Hoje podemos dizer que a varíola é a única erradicada mundialmente, onde o 
último registro foi em 1977. 
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Outra doença que podemos citar no processo de erradicação é a poliomielite, 
onde em alguns países como Índia, Paquistão, Afeganistão, Nigéria, Egito, e Gana, 
ainda existem casos, sendo importante continuar as campanhas para erradicação 
total. 
No Brasil, temos uma gama de vacinas ofertadas gratuitamente para diversas 
doenças graves. 
As vacinas não são necessárias apenas na infância, os idosos devem se 
proteger contra a gripe, pneumonia, e tétano e as mulheres em idade fértil devem se 
vacinar contra rubéola e tétano. 
É importante salientar que as primeiras vacinas foram descobertas há mais de 
duzentos anos e hoje temos técnicas muito modernas que são utilizadas no preparo 
das vacinas em laboratórios. 
As vacinas são produzidas a partir de organismos enfraquecidos, mortos ou 
alguns de seus derivados, sendo elas aplicadas por via oral ou injeção. 
O corpo da pessoa vacinada detecta a substancia da vacina e produz 
anticorpos, onde estes permanecem no organismo evitando a ocorrência da doença 
através do que chamamos de imunidade. 
A vacinação de rotina implica no que é predeterminado no calendário vacinal 
de acordo com cada faixa etária, dada pelo ministério da saúde, além de campanhas 
sazonais. 
Para que as vacinas cheguem até a população, a Organização mundial de 
saúde, apoia os países nas atividades de vacinação. 
Em Brasília, o Ministério da saúde coordena a vacinação em todo o Brasil, 
além de ser o grande responsável pela produção ou compra e distribuição das 
vacinas utilizadas no PNI (Programa Nacional de Imunizações), para os 27 estados 
do país. 
A organização pan-americana de saúde (OPAS) ajuda o ministério da saúde 
em muitas atividades relacionadas às vacinas. 
Os governos estaduais em seus respectivos estados distribuem as vacinas 
pelos municípios, coordenando as atividades de vacinações nestes locais, e por fim 
as prefeituras vacinam a população nos postos de saúde. 
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Patologia de notificação compulsória 
 
A notificação compulsória é a comunicação da ocorrência de uma 
determinada doença de agravo à saúde, sendo esta feita a autoridade sanitária por 
profissionais da saúde ou ainda qualquer cidadão para que haja medidas de 
intervenção. 
Toda notificação deve ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito 
médico sanitário em caso de risco para a comunidade, sempre respeitando o direito 
do anonimato dos cidadãos. 
A notificação compulsória é obrigatória para médicos, outros profissionais da 
saúde, ou ainda responsável por serviços públicos ou privados de saúde, que 
prestam assistência ao paciente. 
Todas as instituições de saúde, sejam elas públicas, privadas ou filantrópicas, 
bem como serviços de hemoterapia, unidades laboratoriais, instituições de pesquisa, 
ensino e cidadãos. 
A inobservância da notificação compulsória é considerada infração as normas 
sanitárias brasileiras, pressupondo penalidades que vão de advertências a multas, 
previstas no Decreto lei nº785, de 1969. 
Consideremos notificação compulsória imediata aquela realizada em até 24 h 
a partir do conhecimento da ocorrência da doença, agravo ou evento de saúde 
pública, pelo meio de comunicação mais rápido disponível. 
Logo se inicia a investigação epidemiológica avaliando as doenças de 
disseminação e desenvolvimento rápidos, investigação de urgência com visita 
domiciliar, tendo como objetivo romper a cadeia de transmissão, utilizando 
quimioprofilaxia ou vacinação. Posteriormente, ocorre investigação de doenças de 
evolução e disseminação lentos, que designamos de investigação de rotina, com o 
objetivo de recolher informações que instrumentalizem a visita externa. 
É importante o devido preenchimento da ficha de notificação, juntamente com 
a ficha individual de investigação para que haja uma investigação acurada acerca da 
patologia em questão. 
19 
 
 
 
A investigação pode ser realizada com coleta de dados ativa e passiva, onde 
a forma passiva possibilita melhor preenchimento da ficha de ações reduzindo novas 
ocorrências. 
Para cada doença ou agravo, deve-se tomar comparáveis os critérios 
diagnósticos, seja este como suspeito compatível ou diagnóstico confirmado, de 
acordo com a apresentação clinica diagnóstico laboratorial e situação 
epidemiológica especifica para cada doença. 
De acordo com a lista nacionalde doenças de notificação compulsória, 
portaria do MS nº 1271, de 06 de junho de 2014. 
O art. 2º define as terminologias adotadas em legislação nacional, doença 
sendo uma enfermidade ou estado clinico independente da origem, qual representa 
um dano significativo aos seres humanos. 
Já o agravo, configura qualquer dano à integridade física, mental e social dos 
indivíduos causado por circunstâncias nocivas, bem como acidentes, intoxicações, 
abusos de drogas, lesões auto ou heteroinflingidas. 
Dentre a lista de notificação compulsória podemos citar: Acidente de trabalho, 
animais peçonhentos, animal transmissor de raiva, doença de chagas aguda, 
Haemophilus Influenzae, botulismo, caxumba, cólera, coqueluche, dengue, diarreia, 
difteria, meningites, doença meningocócica etc. 
O fluxo de informações sobre a notificação compulsória circula no SINAN 
(Sistema de informação de agravo de notificação), sendo local, municipal, regional, 
estadual e federal em hospitais, consultórios, laboratórios, UBS, PSF, UPA, 
ambulatórios, clínicas e hemocentros. 
 
SAÚDE DO TRABALHADOR 
 
A partir da revolução de 1930, houve uma aceleração no processo que 
regulasse e montasse uma estrutura nova que gerisse as relações trabalhistas. 
O Ministério do Trabalho foi criado com o objetivo de regular a sindicalização 
das classes patronais e classe operaria, instalando desta forma o departamento 
20 
 
 
 
nacional do trabalho em 1932, funcionando juntamente com as comissões mistas de 
conciliação e as juntas de conciliação e julgamento. 
Em 1934 é instituída a justiça do trabalho com o objetivo de dirigir as 
questões entre empregadores e empregados, regidas pela legislação social, após 
1937, no estado novo de Vargas com um projeto imposto e incorporado através de 
mecanismos de enrijecimento da estrutura sindical e seu controle. 
Em 1943, acontece a consolidação das leis de trabalho (CLT), que objetivou 
os direitos e definiu o perfil dos sindicatos e limites de sua atuação. 
A CLT controlava a formação das associações, o funcionamento e sua 
reprodução, exigindo unicidade sindical, prevendo imposto compulsório ao qual 
financiava o sistema e inibia a greve. 
Este quadro perdurou de 1945 a 1964, mesmo tendo maior tolerância com as 
manifestações dos trabalhadores e conquistas alcançadas por setores agressivos 
das classes. 
Neste momento é dado início um processo de direitos que atingiu apenas um 
grupo privilegiado de trabalhadores, ao qual se tornaria uma referência fundamental, 
ao que tange os termos sociais para os trabalhadores de nosso país. 
A partir de 1980, acreditava-se que as relações de trabalho seriam retomadas 
pelos trabalhadores, mas devido à queda do crescimento indústrias e econômico, 
além do grande processo inflacionário, gera um score voltado a uma agenda sindical 
defensiva que objetivava a recuperação de direitos sem deixar de acreditar na 
reforma trabalhista e crescimento da cidadania social e política. 
Surge então, o novo sindicalismo de setores considerados dinâmicos da 
indústria paulista, baseado em greves, negociação direta com patronato, aumento 
da participação de bases sindicais, dando prioridade aos problemas nos locais de 
trabalho, o que culminou em respostas mistas ao sistema. 
A constituição de 1988 é de suma representatividade na área trabalhista, pois 
atribuiu igualdade de direitos aos trabalhadores urbanos e rurais, o que aumentou a 
proteção legal do trabalho e liberdade sindical, lateralmente, consolidou poderes 
atribuídos ao Ministério público do trabalho e sindicatos que atuam nos direitos 
21 
 
 
 
difusos ou coletivos da categoria, por ações civis públicas. Assim é mantido o 
monopólio de representação, unicidade sindical e imposto sindical obrigatório. 
O setor da saúde tem um papel muito importante para sustentar o mercado de 
trabalho brasileiro, porém o trabalho torna-se sem qualidade, o que ocasiona vários 
vínculos empregatícios, precarizando os contratos de trabalho na área da saúde 
repercutindo na justiça do trabalho e ministério público do trabalho. 
Sendo assim foi liberada a terceirização em atividades que determinava a 
responsabilidade da empresa principal em relação aos direitos trabalhistas destes. 
Ao que tange o SUS, um dos grandes desafios é a saúde do trabalhador, pois a 
exploração do trabalho pelo capital e o silencio dos governantes denota o reflexo da 
governança nos níveis da grande decisão política. 
O SUS chega como universalista e participativo ao que se refere à 
responsabilidade com a saúde do trabalhador, entrando como um grande debate 
político normativo e epistemológico justificado pelo grande impacto de adoecimento 
e morte no trabalho. O trabalhador não se vende ao capitalismo, mas sim sua força 
de trabalho, a elaboração e demonstração da mais-valia, e o significado de uso, 
assim sendo chegamos ao conceito das necessidades as quais são importantes. 
As muitas formas de acolhimento por parte do sistema de saúde interessam 
na atuação da gestão do SUS, o que é expresso através das pactuações e 
normativas operacionais frente à saúde do trabalhador. 
Usualmente, esta gestão atende as necessidades ao que condiziam aos 
efeitos dos problemas de saúde, centrada na atenção da doença. A vigilância de 
saúde e a atenção primária são custeadas com o financiamento da própria gestão 
do SUS. 
A saúde do trabalhador é contemplada a partir do processo saúde doença, ao 
qual é resultado das condições de trabalho e vida dos trabalhadores. 
De acordo com a evolução da modernidade e implementos tecnológicos na 
organização e gestão do trabalho, incidem sobre a saúde do trabalhador. 
A saúde do trabalhador deve ser implementada e executada, tendo como 
base a proteção social para o conjunto da classe trabalhadora. A proteção social 
garante acesso aos meios de produção e reprodução de vida material e social, 
22 
 
 
 
atendendo as procuras ao que se relaciona à saúde do trabalhador, em uma 
manifestação multidimensional ao que tange a questão social. 
A seguridade social inicia-se estruturada a partir da assistência e previdência 
social, onde esta tem sua lógica baseada no seguro e contribuição, sendo 
apresentada como política seletiva para os trabalhadores inseridos no mercado de 
trabalho, regidos pela CLT, Consolidação das Leis de Trabalho. 
No Brasil, o SUS incorpora a política de saúde, integrando a seguridade 
social, sendo um direito universal. 
A saúde do trabalhador defere dos outros programas, pois lida diretamente 
com a complexidade e dinamismo das mudanças no processo de produção, ao qual 
define o perfil da classe trabalhador. 
A Constituição de 1988 e a regulamentação da lei orgânica 8.080/90 
possibilitaram o acesso à atenção básica de saúde no SUS; institucionalizado nas 
três esferas de governo municipal, estadual e federal, segundo modelos 
diferenciados em busca da atenção integral à saúde, a qual se organiza a partir da 
inserção diferenciada dos trabalhadores nos processos de trabalho, ao que se 
traduz em ações integradas de assistência e vigilância com participação dos 
trabalhadores e estruturada a partir dos centros de referência em saúde do 
trabalhador. 
A Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1979, aprova a declaração de 
alma-ata a qual é datada de 1978, mostrando que a atenção primária em saúde 
(APS) é a principal estratégia que evidencia alcançar a promoção da assistência à 
saúde a todos sem distinção. 
Na saúde coletiva, a saúde do trabalhador é implementada, através do SUS, 
pois este realiza ações integradas e articuladas, desafiando a efetivação ao direito à 
saúde. Quando tratamos a atenção básica de saúde, sabemos que esta deve ser 
totalmente descentralizada sendo uma importante porta de entrada e centro de 
comunicação da rede de atenção à saúde, mas ao que tange a saúde do trabalhador 
um dos grandes desafios possibilidades de diagnóstico, vigilância,atenção, direito à 
informação, ainda são consideradas distante da realidade. 
23 
 
 
 
Essa realidade comprova que a saúde do trabalhador, não é devidamente 
acolhida pela saúde pública, sendo desafiador seu desenvolvimento técnico, 
operacional, das práticas em saúde geral, sendo assim um dos grandes desafios é 
considerar o foco da categoria de trabalho nos determinantes sociais e agravos da 
população. 
A saúde do trabalhador é fundamentada através da secretaria de assistência 
à saúde do ministério da saúde dando a oportunidade para a criação da Rede 
Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), através da 
portaria 1.679 de 19 de setembro de 2.002, propondo ampliação e fortalecimento da 
rede melhorando sua estrutura, ofertando propostas de mudanças na gestão, 
denotando a gestão plena dos municípios e definição clara dos mecanismos de 
controle social, dos critérios de habilitação e acompanhamento dos centros de 
referencia em saúde do trabalhador (CEREST) e sistema de informação ambulatorial 
(SAI/SUS). 
A CEREST e o RENAST mostram a reflexão sobre o saber técnico cientifico e 
a relação das forças sociais e a relevância de estudar a saúde do trabalhador no 
âmbito de seus vínculos institucionais, históricos e sociais. 
O CEREST apesar de ser considerado como porta de entrada para os 
agravos de saúde dos trabalhadores, ainda necessita atenção especifica, sendo 
assim, há um distanciamento entre o serviço e rede básica de saúde. 
O CEREST apresenta ausência de ações que ocorre devido à falta de suporte 
técnico, do próprio sistema, que se faz resistente, pelos seus gestores em colocar 
suas ações de forma efetivamente regionalizada e não municipalizada. 
O desconhecimento do tamanho do impacto do trabalho na saúde dos 
trabalhadores afeta todo o processo de investimentos em capacitação de recursos 
humanos, sendo de grande carência nos serviços de saúde. 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
SAÚDE INDÍGENA 
 
História do sanitarismo na saúde do indígena 
 
A política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas é parte integrante 
da Política Nacional de Saúde, realizando um comparativo das leis orgânicas da 
saúde e da constituição federal, reconhecendo os povos indígenas através de suas 
peculiaridades étnicas, culturais e seus direitos territoriais. 
Para colocar em pratica a PNASPI, política nacional de atenção a saúde dos 
povos indígenas é importante adotar um modelo que complemente e torne diferente 
a organização dos serviços já existentes garantindo ao povo indígena acesso pleno 
a proteção, promoção e recuperação da saúde. 
Para que haja sucesso neste programa devera ser criada uma rede de 
serviços em terras indígenas que façam com que estes tenham pleno acesso e 
sejam aceitos no SUS. 
Para tanto, torna-se importante capacitar os profissionais da área da saúde, 
bem como realizar a devida aplicabilidade dos princípios e diretrizes do SUS, ao que 
tange a universalidade, equidade, participação da comunidade e controle social. 
Vale ressaltar, que os povos indígenas devem ter atenção a saúde voltada 
para suas especificidades culturais, epidemiológicas e operacionais. 
A política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas, contou em sua 
formulação com a participação de representantes dos órgãos responsáveis pelas 
políticas de saúde e ação indigenista do governo, além de sociedade civil, ao que 
tange os representantes das organizações indígenas que possuem experiência em 
projetos no campo da saúde junto a seu povo. 
No Brasil, a população indígena foi dizimada por expedições, que acreditavam 
apenas em suas manifestações religiosas e resistência, além das epidemias por 
muitas doenças infecciosas, devido à colonização de brancos em terras indígenas. 
Outro grande fator de perda da população indígena foi a desestruturação 
social, econômica e valores coletivos. 
25 
 
 
 
Desde a colonização portuguesa os povos indígenas foram escravizados e 
massacrados levando altos índices de mortes. 
Em 1910, foi criado o serviço de proteção ao índio e trabalhadores nacionais, 
órgão este que foi vinculado ao ministério da agricultura, que protegia os índios e 
suas terras no sistema produtivo nacional. 
Até este momento a saúde indígena, continuava desorganizada e esporádica; 
frente a este quadro em 1950, foi criado o SUSA, serviço de unidades sanitárias 
áreas, no ministério da saúde, com o objetivo e rural em áreas de difícil acesso. 
Estas ações contemplavam apenas vacinação atendimento odontológico, controle 
de tuberculose e algumas doenças transmissíveis. 
Em 1967, o SUSA sai de cena e é então criado a FUNAI, fundação nacional 
do índio, o qual tinha como objetivo atendimentos esporádicos às comunidades 
indígenas, com assistência médica, vacinas e supervisão do trabalho de saúde local. 
A FUNAI passou por uma enorme crise em 1970, onde teve grandes 
dificuldades para contemplar a saúde das comunidades, o que ocasionou falta de 
profissionais qualificados para atendimento até de primeiros socorros, sendo estes 
realizados de forma empírica. 
Em 1988, a constituição federal determina que sejam reconhecidas e 
respeitadas as organizações socioculturais dos povos indígenas, onde estes devem 
exercer capacidade civil plena. 
A constituição define também os princípios gerais do SUS que foi 
regulamentado pela lei 8.080/90. 
Posteriormente a algumas conferências, as quais debatiam a saúde indígena, 
é proposta a estruturação de um modelo de atenção diferenciada garantindo aos 
povos indígenas direito ao acesso universal e integral à saúde, atendendo as 
necessidades das comunidades ao que tange a população indígena em todas as 
etapas do planejamento, execução e avaliação das ações. 
Em 1991, o Ministério da Saúde torna-se responsável pela coordenação das 
ações de saúde aos povos indígenas estabelecendo os distritos sanitários especiais, 
o qual foi considerado base da organização dos serviços de saúde. 
26 
 
 
 
Logo é criada no MS a coordenação de saúde do índio COSAI que gera um 
novo modelo à saúde do índio. 
Ainda em 1991, o Conselho Nacional de Saúde (CNS), criou a comissão 
Intersetorial de saúde (CISI), o qual avaliava o CNS, a elaborar princípios e diretrizes 
no campo da saúde indígena posteriormente a FUNAI retoma os poderes ao que 
tange a saúde indígena, onde dividiu com MS, e este ficaria responsável pelas 
ações de imunizações saneamento, formação de recursos humanos e controle de 
endemias. 
A FUNASA e FUNAI começam a dividir as responsabilidades ao que tange a 
saúde do índio, o que gerou alguns conflitos. 
 
Patologias prevalentes 
 
De uma maneira geral, não temos dados globais plenos sobre a situação de 
saúde dos índios, mas atualmente o que temos são alguns dados fornecidos pela 
FUNAI e FUNASA, organizações não governamentais, missões religiosas, aos quais 
tem prestado atenção á saúde dos indígenas. 
 Mesmo com dados escassos, temos poucos números ao que tange as taxas 
de morbidade e mortalidade, o que é evidenciado amplamente, através de altos 
números de óbitos devido a pouca cobertura e baixa capacidade de resolução de 
serviços disponíveis. 
De acordo com a morbidade é evidenciado através da alta incidência de 
infecções respiratórias, gastrointestinais agudas, malária, tuberculose, DSTs, 
desnutrição e doenças preveníveis por vacinas, onde o quadro sanitário fica 
evidenciado pelo alto índice de agravos que poderiam ser previníveis através de 
ações sistemáticas e que denotam continuidade na atenção básica à saúde 
indígena. 
Outros fatores que ocasionam extermínio desta população por causas externa 
seriam a violência e o suicídio. 
A cobertura sanitária escassa nas comunidades indígenas, com destruição de 
suas condições de vida, por contatos com brancos, além da falta de uma base de 
27 
 
 
 
busca ativa dos casos infecciosos e problemas de acessibilidadeaos centros de 
saúde com ausência de cuidados com os doentes em regime ambulatorial e 
abandono de doentes em tratamento aumentam probabilidade de endemias por 
tuberculose. 
Outro agravo é pelo HIV que ameaça grande número de população indígena 
o que é agravado pelos processos sociais e culturais que são originados do contato 
com a sociedade, bem como as relações intergrupais e ações de prevenção. 
O déficit no sistema de informações em saúde, a identificação étnica e a 
localização do domicilio indígena atrapalha a instituição do perfil epidemiológico e 
traz dificuldades de sistematizar ações que atendam a saúde destes povos. 
Outros problemas de saúde que vem crescendo abusivamente nos últimos 
anos são as patologias introduzidas de acordo com as mudanças no estilo de vida 
desta população, especialmente ao que tange a alimentação, bem como hipertensão 
arterial, diabetes, câncer, alcoolismo, depressão e suicídio. 
 
Cuidados básicos do índio 
 
As comunidades indígenas frente a este quadro caótico de saúde de sua 
população começaram a se mobilizar através de organizações juridicamente 
constituídas e dão origem a processos locais e regionais de capacitação de agentes 
indígenas de saúde e valorização da medicina tradicional indígenas, com outras 
instituições envolvidas. 
Estes agentes trabalhavam voluntariamente sem acompanhamento ou 
insumos para contemplar suas atividades. 
De acordo com o propósito da política nacional de atenção à saúde dos povos 
indígenas, garante-se a este povo acesso à atenção integral a saúde, dentro dos 
princípios e diretrizes do SUS, respeitando a diversidade social, cultural, geográfica, 
histórica e política avaliando os fatores que fazem com que esta população fique 
vulnerável aos agravos a saúde acreditando na eficácia da medicina e direitos dos 
índios a sua cultura. 
28 
 
 
 
Dentre as diretrizes de planejamento, implementação, avaliação e controle da 
atenção aos povos indígenas podemos citar os serviços de atenção à saúde do índio 
em forma de distritos sanitários, onde estão situados a atenção primária e serviços 
de referência, preparo de recursos humanos, agindo no contexto intercultural, 
observação de ações de saúde de povos indígenas, contemplação aos sistemas 
tradicionais indígenas de saúde, promovendo o uso correto e consciente de 
medicamentos, promovendo ações em situações especiais, ética em pesquisa e 
ações de atenção em saúde, promovendo um ambiente saudável e proteção da 
saúde indígena e controle social. 
 
 
GESTÃO DO SUS 
 
De acordo com a gestão do SUS em cada esfera de governo, podemos 
conceituar os gestores em hierarquia de gerência, onde há uma administração da 
unidade ou órgão de saúde caracterizados como prestadores de serviços e gestão, 
que é qualificada como atividade e responsabilidade de comando ao sistema de 
saúde, no que tange às 3 esferas de governo, exercendo funções de coordenação, 
articulação, negociação, planejamento, acompanhamento, controle, avaliação e 
auditoria. 
 
Gestores do SUS e formação do sistema 
 
Os gestores são considerados representantes, os quais são responsáveis 
pelo desenvolvimento das funções do Executivo na saúde: no âmbito nacional, o 
Ministro da Saúde; no âmbito estadual, o Secretário de Estado da Saúde; e no 
municipal, o Secretário Municipal da Saúde (CONASS, 2003). 
O SUS é contemplado com os grupos aos quais tem macro funções que 
gerem a saúde, onde são eles, a formulação de políticas de planejamento 
financiamento, coordenação, regulação, controle, avaliação de todo o sistema e 
29 
 
 
 
prestadores de serviços seja público ou privado e prestação direta dos serviços de 
saúde. 
Cada uma destas macrofunções é subdividida em pequenas funções que 
geram atribuições aos gestores da área da saúde, identificando prioridades e 
programação de ações. 
Para que seja definida a atuação de cada esfera de governo, é preciso 
especificar de forma coerente os princípios e objetivos estratégicos das políticas de 
saúde em cada campo de atuação. 
É importante ressaltar que a constituição federal estabelece os princípios e 
diretrizes do SUS, portanto não definiu o papel de cada esfera de governo, sendo 
este realizado pela lei 8.080/90, lei orgânica do SUS. 
A estrutura institucional e decisória do SUS é composta por gestores, 
comissão intergestores e colegiado participativo, nas esferas municipal, estadual e 
nacional. Ao que tange a esfera municipal podemos atribuir algumas funções sendo 
de planejar, organizar, controlar e avaliar as ações dos serviços de saúde gerindo e 
executando-os. 
O município deverá participar na execução, controle e avaliação de condições 
no ambiente de trabalho, além de realizar serviços de vigilância epidemiológica, 
sanitária, alimentação, nutrição, saneamento básico e saúde do trabalhador, 
executando políticas de insumos e equipamentos para à saúde ajudando o na 
fiscalização de todo o tipo de agressão ao meio ambiente que podem prejudicar a 
saúde humana, atuando com outras esferas de governo, formando consórcios 
administrativos intermunicipais gerando laboratórios públicos de saúde e 
hemocentros auxiliando a União e Estados na execução da vigilância sanitária de 
portos aeroportos e fronteiras realizando contratos e convênios com entidades que 
prestam serviços privados de saúde, controlando e fiscalizando tais procedimentos, 
normatizando ações de saúde no seu âmbito de atuação. 
No âmbito da direção estadual, as competências tangem a promoção e 
descentralização para os municípios das ações e serviços de saúde, 
acompanhamento, controle e avaliação de redes hierarquizadas do SUS, prestando 
ajuda técnica e financeira, executando ações e serviços de saúde aos municípios, 
30 
 
 
 
realizando a coordenação de execução de vigilância epidemiológica, sanitária, 
alimentação, nutrição, saúde do trabalho participando de controle de agravos do 
meio ambiente, formulando políticas de ações de saneamento básico, controle e 
avaliação do ambiente de trabalho. 
Encontrando estabelecimento hospitalares de referência, gerindo sistemas 
públicos de alta complexidade com referência estadual e regional coordenando rede 
de laboratórios de saúde pública e hemocentros, coordenando unidades que fiquem 
em sua organização administrativa, formulando normas suplementares, 
estabelecendo padrões de controle de qualidade para produtos e substâncias de 
consumo humano, ajudando a União na vigilância sanitária de portos, aeroportos e 
fronteiras, acompanhando os indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da 
União federativa. 
As competências da União tangem a formulação, avaliação e apoio as 
políticas de alimentação e nutrição, participação da definição de normas e modos de 
controle, de órgãos e a fim de agravo ao meio ambiente que tenha repercussão na 
saúde humana, participação na definição de normas de controle de condições e 
coordenação do ambiente de trabalho ao que cerne a saúde do trabalhador, 
participação na coordenação da vigilância epidemiológica, estabelecimento de 
normas e total execução de vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras, 
sendo estas complementadas pelos Estados, Distrito federal e Municípios, 
controlando a qualidade sanitária de produtos, substancias e serviços de consumo e 
uso humano articulando com órgãos educacionais e fiscalização do exercício 
profissional atuando na execução de política nacional e produção de insumos e 
equipamentos para a saúde, sendo este articulado com outros órgãos 
governamentais, normatização e coordenação do Sistema Nacional de sangue, 
componentes e derivados estabelecendo auditorias, coordenação e avaliação 
técnica e financeira do SUS em território nacional, em cooperação com Estados, 
Municípios e Distrito federal. 
A gestão do SUS é formada pelo Conselho Nacional de secretários 
municipais de saúde (CONASEMS), sendo este instituídoem 1988, representado 
pelos secretários municipais de saúde. 
31 
 
 
 
Tendo o conselho como objetivo o fortalecimento e autonomia de gestão 
municipal auxiliando no desenvolvimento de políticas publicam, valorizando 
experiências de saúde, em âmbito intersetorial, promovendo equidade e participação 
social, participando da comissão intergestora tripartite, Conselho Nacional de saúde, 
sendo representado pelas secretárias municipais em fóruns de negociação e 
deliberação sobre a saúde pública. 
Os secretários municipais de saúde se organizam em COSEMS, Conselho 
Estadual de secretários municipais de saúde, sendo os representantes da comissão 
intergestores bipartite em cada estado. 
Em estados grandes, são organizados os Conselhos Regionais de 
Secretários Municipais de Saúde, CRESEMS, que são parte integrante das 
comissões intergestores bipartite regionais. 
O Conselho Nacional de Secretários de Saúde CONASS, tem o objetivo de 
unir as secretárias de saúde dos estados e Distrito Federal, sendo estes entidades 
de direito privado, objetivando os princípios que regem o direito público com seus 
secretários e substitutos legais com sede e foro em Brasília. 
O CONASS representa politicamente os interesses comuns das secretárias 
de saúde, dos Estados e Distrito Federal, frente às esferas de governo entre outros 
parceiros gerando estratégias entre os gestores estaduais de saúde atuando como 
órgão fixo de intercâmbio de experiências e informações de seus membros, 
complementando ações de serviços de saúde. 
A missão do CONASS é promover responsabilidades nas secretarias de 
saúde dos Estados, ao que tange as políticas de saúde, atuando em conjunto, com 
os órgãos setoriais, federais e municipais, poderes legislativo e judiciário e outras 
entidades da sociedade civil sendo este composto por assembleia geral, diretoria, 
comissão fiscal, secretaria executiva e câmaras técnicas. 
O financiamento deste conselho é realizado através do fundo do CONASS de 
acordo com valores estabelecidos em assembleia. 
Dentre as comissões intergestoras, a portarias GM/MS nº 545, de 20 de maio 
de 1993, estabelece todas as normas e procedimentos que irão regular o processo 
32 
 
 
 
de descentralização da gestão das ações e serviços de saúde, ao qual aprova a 
NOB, Norma operacional básica – SUS 01/93. 
A comissão intergestores tripartite é composta por representantes do 
ministério da saúde e órgãos de representação do conjunto de secretários estaduais 
de saúde CONASS e secretários municipais de saúde CONASSEMS, atuando no 
âmbito nacional. A comissão intergestores bipartite é composta por representantes 
da secretária estadual de saúde e secretários municipais de saúde do estado 
COSEMS. 
 
Financiamento do SUS 
 
O financiamento do SUS gera gastos públicos atuando em ações e serviços 
de saúde, por parte do governo federal, estados e municípios. 
O governo federal atualmente tem um alto custo com programa de 
atendimento ambulatorial emergencial e hospitalar com atendimentos de média e 
alta complexidade, ambulatórias e internações hospitalares. 
O governo federal tem um alto gasto realizado com transferências de recursos 
para estados e municípios. 
De acordo com os artigos 195 a 198, ao que tange a Constituição Federal, o 
financiamento do SUS é de total responsabilidade da União, Estado, Distrito Federal 
e Municípios. 
As despesas com ações e serviços públicos de saúde estão dentro daquelas 
com pessoal ativo e outras despesas de custeio e capital, financiadas pelas três 
esferas de governo, atendendo aos serviços de acesso universal igualitário e 
gratuito, estando em conformidade com os objetivos dos planos de saúde, sendo de 
responsabilidade unicamente do setor de saúde, sendo estas, a vigilância sanitária, 
nutricional, educação em saúde, saúde do trabalhador, assistência farmacêutica, 
atenção aos povos indígenas, captação de recursos do SUS, pesquisa cientifica e 
tecnológica, saneamento básico, serviços de saúde penitenciária e portadores de 
deficiência. 
33 
 
 
 
 
 
Referências 
 
BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão do 
SUS. 
Brasília: CONASS, 2003. BRASIL. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. A 
Gestão do SUS. Brasília: CONASS, 2015. 133 p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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