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Aula 3 - POLITICAS DE SAUDE (2)

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Técnico em 
Enfermagem
 
Módulo II
POLÍTICAS DE SAÚDE
Introdução
A crise do sistema de saúde no Brasil está presente no nosso dia a dia podendo ser constatada através de fatos amplamente conhecidos e divulgados pela mídia, como:
Filas frequentes de pacientes nos serviços de saúde;
Falta de leitos hospitalares para atender a demanda da população;
Escassez de recursos financeiros, materiais e humanos para manter os serviços de saúde operando com eficácia e eficiência;
Atraso no repasse dos pagamentos do Ministério da Saúde para os serviços conveniados;
Introdução
Baixos valores pagos pelo SUS aos diversos procedimentos médicos-hospitalares;
Aumento de incidência e o ressurgimento de diversas doenças transmissíveis;
Denúncias de abusos cometidos pelos planos privados e pelos seguros de saúde.
Introdução
Como analisar e compreender toda esta complexa realidade do setor de saúde no país?
Para que possamos analisar a realidade hoje existente é necessário conhecer os determinantes históricos envolvidos neste processo. Assim como nós somos frutos do nosso passado e da nossa história, 
o setor saúde também sofreu 
as influências de todo o contexto 
político-social pelo qual o Brasil 
passou ao longo do tempo.
Evolução histórica:1500
até primeiro reinado
De 1500 à 1808 a saúde era
 cuidada por religiosos 
(pajés e curandeiros);
Evolução histórica:1500
até primeiro reinado
A vinda da família real ao Brasil criou a necessidade da organização de uma estrutura sanitária mínima, capaz de dar suporte ao poder que se instalava na cidade do Rio de Janeiro (nomeado o Provedor-Mor de Saúde da Corte e do Estado do Brasil).
Evolução histórica:1500
até primeiro reinado
Até 1850 as atividades de saúde pública estavam limitadas ao seguinte contexto:
	1 - Delegação das atribuições sanitárias as juntas municipais sem articulação entre si (1828);
	2 - Controle de navios e saúde dos portos;
Evolução histórica:1500
até primeiro reinado
O interesse primordial estava limitado ao estabelecimento de um controle sanitário mínimo da capital do império, tendência que se alongou por quase um século.
A inexistência de uma assistência médica estruturada, fez com que proliferassem pelo país os Boticários (farmacêuticos).
Início da república 1889 até 1930
Com a Proclamação da República, estabeleceu-se uma forma de organização Jurídica-Política típica do estado capitalista. No entanto, essa nova forma de organização do aparelho estatal assegurou apenas as condições formais da representação burguesa clássica, especialmente a adoção do voto direto pelo sufrágio universal.
Início da república 1889 até 1930
Os programas partidários nunca chegaram a se configurar numa perspectiva de âmbito nacional. De fato, das dezenove organizações políticas que atuaram até o movimento de 1930, nenhuma excedeu a disciplina imposta pela defesa de interesses regionais, embora pudessem compor, eventualmente, alianças que dominaram as práticas políticas até aquela data.
Início da república 1889 até 1930
No início do século XX, a cidade do Rio de Janeiro apresentava um quadro sanitário caótico caracterizado pela presença de diversas doenças graves que acometiam à população, como a varíola, a malária, a febre amarela, e posteriormente a peste.
Início da república 1889 até 1930
Rodrigues Alves, então presidente 
do Brasil, nomeou Oswaldo Cruz
como Diretor do Departamento 
Federal de Saúde Pública, que se 
propôs a erradicar a epidemia de 
febre-amarela na cidade do 
Rio de Janeiro.
Início da república 1889 até 1930
Foi criado um verdadeiro exército de 1.500 pessoas que passaram a exercer atividades de desinfecção no combate ao mosquito, vetor da febre-amarela. A falta de esclarecimentos e as arbitrariedades cometidas pelos “guarda - sanitários” causam revolta na população.
Início da república 1889 até 1930
Este modelo de intervenção ficou conhecido como campanhista, e foi influenciado por interesses agroexportadores no início do século XX – baseou-se em campanhas sanitárias para combater as epidemias de febre amarela, peste bubônica e varíola, implementando programas de vacinação obrigatória, desinfecção dos espaços públicos e domiciliares e outras ações de medicalização do espaço urbano, que atingiram, em sua maioria, as camadas menos favorecidas da população. Esse modelo predominou no cenário das políticas de saúde brasileiras até o início da década de 1960. (MENDES, 1992).
Início da república 1889 até 1930
A população, com receio das medidas de desinfecção, trabalho realizado pelo serviço sanitário municipal, revolta-se tanto que, certa vez, o próprio presidente Rodrigues Alves chama Oswaldo Cruz ao Palácio do Catete, pedindo-lhe para, apesar de acreditar no acerto da estratégia do sanitarista, não continuar queimando os colchões e as roupas dos doentes.
Início da república 1889 até 1930
A onda de insatisfação se agrava com outra medida de Oswaldo Cruz, a Lei Federal nº 1261, de 31 de outubro de 1904, que instituiu a vacinação antivaríola obrigatória para todo o território nacional. Surge, então, um grande movimento popular de revolta que ficou conhecido na história como a Revolta da vacina.
Início da república 1889 até 1930
Neste período Oswaldo Cruz procurou organizar a diretoria geral de saúde pública, criando uma seção demográfica, um laboratório bacteriológico, um serviço de engenharia sanitária e de profilaxia da febre-amarela, a inspetoria de isolamento e desinfecção, e o instituto soroterápico federal, posteriormente transformado no Instituto Oswaldo Cruz.
Início da república 1889 até 1930
Na reforma promovida por Oswaldo Cruz foram incorporados como elementos das ações de saúde:
1. O registro demográfico, possibilitando conhecer a composição e os fatos vitais de importância da população;
2. A introdução do laboratório como auxiliar do diagnóstico etiológico;
3. A fabricação organizada de produtos profiláticos para uso em massa.
Início da república 1889 até 1930
Em 1920, Carlos Chagas, sucessor de Oswaldo Cruz, reestruturou o Departamento Nacional de Saúde, então ligado ao Ministério da Justiça e introduziu a propaganda e a educação sanitária na técnica rotineira de ação, inovando o modelo campanhista de Oswaldo Cruz que era puramente fiscal e policial.
Início da república 1889 até 1930
Criaram-se órgãos especializados na luta contra a tuberculose, a lepra e as doenças venéreas. A assistência hospitalar, infantil e a higiene industrial se destacaram como problemas individualizados. Expandiram-se as atividades de saneamento para outros estados, além do Rio de Janeiro e criou-se a Escola de Enfermagem Anna Nery.
Início da república 1889 até 1930
Gradativamente, com o controle das epidemias nas grandes cidades brasileiras o modelo campanhista deslocou a sua ação para o campo e para o combate das denominadas endemias rurais, dado ser a agricultura a atividade hegemônica da economia da época. Este modelo de atuação foi amplamente utilizado pela Sucam no combate a diversas endemias (Chagas, Esquistossomose, e outras), sendo esta posteriormente incorporada à Fundação Nacional de Saúde.
O nascimento da previdência 
social no brasil
No início do século a economia brasileira era basicamente agroexportadora, assentada na monocultura do café.
Os imigrantes, especialmente os italianos (anarquistas), traziam consigo a história do movimento operário na Europa e dos direitos trabalhistas que já tinham sido conquistados pelos trabalhadores europeus, e desta forma procuraram mobilizar e organizar a classe operária no Brasil na luta pela conquistas dos seus direitos.
O nascimento da previdência 
social no brasil
Em função das péssimas condições de trabalho existentes e da falta de garantias de direitos trabalhistas, o movimento operário organizou e realizouduas greves gerais no país, uma em 1917 e outra em 1919.
O nascimento da previdência 
social no brasil
Em 24 de janeiro de 1923, foi aprovado pelo Congresso Nacional a Lei Eloi Chaves, marco inicial da previdência social no Brasil. Através desta lei foram instituídas as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAP’s).
O nascimento da previdência 
social no brasil
A propósito desta lei devem ser feitas as seguintes considerações:
A lei deveria ser aplicada somente ao operariado urbano. Para que fosse aprovado no Congresso Nacional, dominado na sua maioria pela oligarquia rural foi imposta a condição de que este benefício não seria estendido aos trabalhadores rurais. Fato que na história da previdência social do Brasil perdurou até a década de 60, quando foi criado o FUNRURAL.
O nascimento da previdência 
social no brasil
Outra particularidade refere-se, ao fato de que as caixas deveriam ser organizadas por empresas e não por categorias profissionais.
A criação de uma CAP também não era automática, dependia 
do poder de mobilização e organização dos trabalhadores 
de determinada empresa para reivindicar a sua criação.
O nascimento da previdência 
social no brasil
A primeira CAP criada foi 
a dos ferroviários, o que 
pode ser explicado pela 
importância que este setor
desempenhava na 
economia do país naquela
 época e pela capacidade 
de mobilização que a 
categoria dos ferroviários 
possuía.
O nascimento da previdência 
social no brasil
A comissão que administrava a CAP era composta por três representantes da empresa, um dos quais assumindo a presidência do comissão, e de dois representantes dos empregados, eleitos diretamente a cada três anos.
O regime de representação direta das partes interessadas, com a participação de representantes de empregados e empregadores, permaneceu até a criação do INPS (1967), quando foram afastados 
do processo administrativo.(POSSAS, 1981).
O nascimento da previdência 
social no brasil
O Estado não participava propriamente do custeio das Caixas, que de acordo com o determinado pelo artigo 3º da lei Eloy Chaves, eram mantidas por: empregados das empresas (3% dos respectivos vencimentos); empresas ( 1% da renda bruta); e consumidores dos serviços das mesmas. (OLIVEIRA & TEIXEIRA, 1989).
No sistema das Caixas estabelecido pela lei Eloy Chaves, as próprias empresas deveriam recolher mensalmente o conjunto das contribuições das três fontes de receita, e depositar diretamente na conta bancária da sua CAP. (OLIVEIRA & TEIXEIRA, 1989).
O nascimento da previdência 
social no brasil
Além das aposentadorias e pensões, os fundos proviam os serviços funerários, médicos, conforme explicitado no artigo 
9° da Lei Eloy Chaves:
Socorro médico em caso de doença em sua pessoa ou pessoa de sua família, que morassem sob o mesmo teto e sob a mesma economia;
Medicamentos obtidos por preço especial determinado pelo Conselho de Administração;
Pagamentos das aposentadoria;
Pensão para os herdeiros em caso de morte
O nascimento da previdência 
social no brasil
Entre 1922 a 1930, sucederam-se crises econômicas e políticas em que se conjugaram fatores de ordem interna e externa, e que tiveram como efeito a diminuição do poder das oligarquias agrárias. Em particular, atuaram no Brasil as crises internacionais de 1922 a 1929, tornando mais agudas as contradições e instalações contra a política dos governadores.
Em 1939 regulamenta-se a justiça do trabalho e 
em 1943 é homologada a Consolidação das Leis 
Trabalhistas (CLT).
O nascimento da previdência 
social no brasil
São promulgadas as leis trabalhistas, que procuram estabelecer um contrato capital-trabalho, garantindo direitos sociais ao trabalhador.
Ao mesmo tempo, cria-se a estrutura sindical do estado. Estas ações transparecem como dádivas do governo e do estado, e não como conquista dos trabalhadores. O fundamento dessas ações era manter o movimento trabalhista contido dentro das forças do estado.
A previdência social no
estado novo
As antigas CAP’s são substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAP). Nestes institutos os trabalhadores eram organizados por categoria profissional (marítimos, comerciários, bancários) e não por empresa. Em 1933, foi criado o primeiro Instituto de Aposentadoria e Pensões: o dos Marítimos (IAPM). 
A previdência social no
estado novo
Seu decreto de constituição definia, no artigo 46, os benefícios assegurados aos associados:
Pagamentos das aposentadorias;
Pensão em caso de morte. Para os membros de suas famílias ou para os beneficiários, na forma do art. 55;
Assistência médica e hospitalar, com internação até trinta dias;
Socorros farmacêuticos, mediante indenização pelo preço do custo acrescido das despesas de administração.
A previdência social no
estado novo
Os IAP’s foram criados de acordo com a capacidade de organização, mobilização e importância da categoria profissional em questão. Em 1933 foi criado o primeiro instituto, o de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos (IAPM), em 1934 o dos Comerciários (IAPC) e dos Bancários (IAPB), em 1936 o dos Industriários (IAPI),e em 1938 o dos Estivadores e Transportadores de Cargas (IAPETEL).
Em 1949 foi criado o Serviço de
Assistência Médica Domiciliar e 
de Urgência (SAMDU) mantido 
por todos os institutos e as 
caixas ainda remanescentes.
A lei orgânica da previdência social e o processo de unificação dos IAPS
O processo de unificação dos IAPs já vinha sendo gestado desde 1941 e sofreu em todo este período grandes resistências, pelas radicais transformações que implicava. Após longa tramitação, a Lei Orgânica de Previdência Social só foi finalmente sancionada em 1960, acompanhada de intenso debate político a nível legislativo em que os representantes das classes trabalhadoras se recusavam à unificação, uma vez que isto representava o abandono de muitos direitos conquistados, além de se constituírem os IAPs naquela época em importantes feudos políticos e eleitorais.
A lei orgânica da previdência social e o processo de unificação dos IAPS
Finalmente em 1960 foi promulgada a lei 3.807, denominada Lei Orgânica da Previdência Social, que veio estabelecer a unificação do regime geral da previdência social, destinado a abranger todos os trabalhadores sujeitos ao regime da CLT, excluídos os trabalhadores rurais, os empregados domésticos e naturalmente os servidores públicos e de autarquias e que tivessem regimes próprios de previdência.
A lei orgânica da previdência social e o processo de unificação dos IAPS
Os trabalhadores rurais só viriam a ser incorporados ao sistema 3 anos mais tarde, quando foi promulgada a lei 4.214 de 2/3/63 que instituiu o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL).
A lei previa uma contribuição tríplice com a participação do empregado, empregador e a União. O governo federal nunca cumpriu a sua parte, o que evidentemente comprometeu seriamente a estabilidade do sistema (POSSAS 1981).
O movimento de 1964 e
suas consequências
O movimento de 64 contava com suportes políticos extremamente fortes. A maioria da burguesia defendia a internacionalização da economia e das finanças brasileiras, ampliando o processo que era ainda obstaculizado, segundo os capitalistas, pela proposta populista de fortalecimento das empresas estatais e de economia mista do governo João Goulart.
Criaram-se atos institucionais, principalmente o de nº 5 de 1968, que limitavam as liberdades individuais e constitucionais.
O regime militar que se instala a partir de 1964, de caráter ditatorial e repressivo, procura utilizar-se das forças policiais e do exército e dos atos de exceção para impor ordem.
Ações do regime militar
na previdência social
A repressão militar seria incapaz de sozinha justificar por um longo tempo um governo ditatorial.
O processo de unificação previsto em 1960 se efetiva em 2 de janeiro de 1967, com a implantaçãodo Instituto Nacional de Previdência social (INPS), reunindo os seis Institutos de Aposentadorias e Pensões, o Serviço de Assistência Médica e Domiciliar de Urgência (SAMDU) e a Superintendência dos Serviços de Reabilitação da Previdência Social.
Ações do regime militar
na previdência social
O Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), produto da fusão dos IAP’s, sofre a forte influência dos técnicos oriundos do maior deles, o IAPI. Estes técnicos, que passam a história conhecidos como “os cardeais do IAPI”, de tendências absolutamente privatizantes criam as condições institucionais necessárias ao desenvolvimento do “complexo médicoindustrial”, característica marcante deste período (NICZ, 1982).
Ações do regime militar
na previdência social
Ao unificar o sistema previdenciário, o governo militar se viu na obrigação de incorporar os benefícios já instituídos fora das aposentadorias e pensões. Um destes era a da assistência médica, que já era oferecido pelos vários IAPs, sendo que alguns destes já possuíam serviços e hospitais próprios.
Desta forma, foram estabelecidos convênios e contratos com a maioria dos médicos e hospitais existentes no país, pagando-se pelos serviços produzidos (pro-labore), o que propiciou a estes grupos se capitalizarem, provocando um efeito cascata com o aumento no consumo de medicamentos e de equipamentos médico-hospitalares, formando um complexo sistema médico-industrial.
Ações do regime militar
na previdência social
Este sistema foi se tornando cada vez mais complexo tanto do ponto de vista administrativo quanto financeiro dentro da estrutura do INPS, que acabou levando a criação de uma estrutura própria administrativa, o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) em 1978.
Em 1974 o sistema previdenciário saiu da área do Ministério do Trabalho, para se consolidar como um ministério próprio, o Ministério da Previdência e Assistência Social. Juntamente com este Ministério foi criado o Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Social (FAS). A criação deste fundo proporcionou a remodelação e ampliação dos hospitais da rede privada, através de empréstimos com juros subsidiados.
Ações do regime militar
na previdência social
A existência de recursos para investimento e a criação de um mercado cativo de atenção médica para os prestadores privados levou a um crescimento próximo de 500% no número de leitos
hospitalares privados no período 69/84, de tal forma que subiram de 74.543 em 1969 para 348.255 em19 84.
Ações de saúde pública
no regime militar
O Decreto Lei 200 (1967), estabeleceu as competências do Ministério da Saúde:
Formulação e coordenação da política nacional de saúde;
Responsabilidade pelas atividades médicas ambulatoriais e ações preventivas em geral;
Controle de drogas e medicamentos e alimentos; pesquisa médico-sanitário;
Ações de saúde pública
no regime militar
Em 1970 criou-se a SUCAM (Superintendência de Campanhas da Saúde Pública) com a atribuição de executar as atividades de erradicação e controle de endemias, sucedendo o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DENERU) e a campanha de erradicação da malária.
Em 1975 foi instituído no papel o Sistema Nacional de Saúde, que estabelecia de forma sistemática o campo de ação na área de saúde, dos setores públicos e privados, para o desenvolvimento das atividades de promoção, proteção e recuperação da saúde.
Ações de saúde pública
no regime militar
O documento reconhece e oficializa a dicotomia da questão da saúde, afirmando que a medicina curativa seria de competência do Ministério da Previdência, e a medicina preventiva de responsabilidade do Ministério da Saúde.
Tendo como referência as recomendações internacionais e a necessidade de expandir cobertura, em 1976 inicia-se o Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento (PIASS).
Ações de saúde pública
no regime militar
Concebido na secretaria de planejamento da presidência da república, o PIASS se configura como o primeiro programa de medicina simplificada do nível Federal e vai permitir a entrada de técnicos provenientes do “movimento sanitário” no interior do aparelho de estado. O programa é estendido a todo o território nacional, o que resultou numa grande expansão da rede ambulatorial pública.
A crise econômica e
social de 1975
A população com baixos salários, contidos pela política econômica e pela repressão, passou a conviver com o desemprego e as suas graves conseqüências sociais, como aumento da marginalidade, das favelas, da mortalidade infantil. O modelo de saúde previdenciário começa a mostrar as suas mazelas:.
A crise econômica e
social de 1975
Por ter priorizado a medicina curativa, o modelo proposto foi incapaz de solucionar os principais problemas de saúde coletiva, como as endemias, as epidemias, e os indicadores de saúde (mortalidade infantil, por exemplo);
Aumentos constantes dos custos da medicina curativa, centrada na atenção médica-hospitalar de complexidade crescente;
Diminuição do crescimento econômico com a respectiva repercussão na arrecadação do sistema previdenciário reduzindo as suas receitas;
1
2
3
A crise econômica e
social de 1975
Incapacidade do sistema em atender a uma população cada vez maior de marginalizados, que sem carteira assinada e contribuição previdenciária, se viam excluídos do sistema;
Desvios das verbas do sistema previdenciário para cobrir despesas de outros setores e para realização de obras por parte do governo federal;
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5
A crise econômica e
social de 1975
O repasse de recursos do tesouro nacional para o sistema previdenciário pela união, não vinham sendo repassados, visto ser esse tripartite (empregador, empregado, e união).
Devido à escassez de recursos para a sua manutenção, ao aumento dos custos operacionais, e ao descrédito social em resolver a agenda da saúde nacional, o modelo proposto entrou em crise.
A crise econômica e
social de 1975
Na tentativa de conter custos e combater fraudes o governo criou em 1981 o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP) ligado ao INAMPS.
O CONASP passa a absorver em postos de importância alguns técnicos ligados ao movimento sanitário, o que dá início a ruptura, por dentro, da dominância dos anéis burocráticos previdenciários.
O CONASP encontrou oposição da Federação Brasileira de Hospitais e de medicina de grupo, que viam nesta tentativa a perda da sua hegemonia dentro do sistema e a perda do seu status.
A crise econômica e
social de 1975
Em 1983 foi criado a AIS (Ações Integradas de Saúde), um projeto interministerial (Previdência-Saúde-Educação), visando um novo modelo assistencial que incorporava o setor público, procurando integrar ações curativas-preventivas e educativas ao mesmo tempo. Assim, a Previdência passa a comprar e pagar serviços prestados por estados, municípios, hospitais filantrópicos, públicos e universitários.
Este período coincidiu com o movimento de transição democrática, com eleição direta para governadores e vitória esmagadora de oposição em quase todos os estados nas primeiras eleições democráticas deste período (1982).
Reforma sanitária
brasileira
VIII Conferência Nacional de Saúde
O movimento das DIRETAS JÁ (1985) e a eleição de Tancredo Neves marcaram o fim do regime militar, gerando diversos movimentos sociais inclusive na área de saúde, que culminaram com a criação das associações dos secretários de saúde estaduais (CONASS) ou municipais (CONASEMS), e com a grande mobilização nacional por ocasião da realização da VIII Conferência Nacional de Saúde (Congresso Nacional, 1986), a qual lançou as bases da reforma sanitária e do SUDS (Sistema Único Descentralizado de Saúde), ou seja, a base de criação do Sistema Único de Saúde(SUS) que foi instituído pela Constituição Federal de 1988 .
Reforma sanitária
brasileira
VIII Conferência Nacional de Saúde
O Relatório da VIIIConferencia Nacional de Saúde já trouxe em seu texto a saúde como um direito de todo cidadãos a ser garantido pelo Estado. Estes fatos ocorreram concomitantemente com a eleição da Assembleia Nacional Constituinte em 1986 e a promulgação da nova Constituição em 1988.
Leis orgânicas da saúde: 8.080/90
e 9.142/90 - artigos 196 a 198
Em 1990 o Governo edita as Leis 8.080 e 8.142, conhecidas como Leis Orgânicas da Saúde, regulamentando o SUS, criado pela Constituição de 1988. A constituinte de 1988 no capítulo VIII da Ordem social e na secção II referente à Saúde define no artigo 196 que:
“A saúde é direito de todos e dever do estado, garantindo
mediante políticas sociais e econômicas que visem a redução
do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação”.
Leis orgânicas da saúde: 8.080/90
e 9.142/90 - artigos 196 a 198
VIII Conferência Nacional de Saúde
As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada, e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
Descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
Participação da comunidade
Leis orgânicas da saúde: 8.080/90
e 9.142/90 - artigos 196 a 198
O SUS é definido pelo artigo 198 do seguinte modo:
Parágrafo único – “o sistema único de saúde será financiado, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes”.
O texto constitucional demonstra claramente que a concepção do SUS estava baseado na formulação de um modelo de saúde voltado para as necessidades da população, procurando resgatar o compromisso do estado para com o bem-estar social, especialmente no que refere a saúde coletiva, consolidando-o como um dos direitos da CIDADANIA.
Leis orgânicas da saúde: 8.080/90
e 9.142/90 - artigos 196 a 198
O SUS é definido pelo artigo 198 do seguinte modo:
Esta visão refletia o momento político porque passava a sociedade brasileira, recém saída de uma ditadura militar onde a cidadania nunca foi um princípio de governo. Embalada pelo movimento das diretas já, a sociedade procurava garantir na nova constituição os direitos e os valores da democracia e da cidadania.
Apesar do SUS ter sido definido pela Constituição de 1988, ele somente foi regulamentado em 19 de setembro de 1990 através da Lei 8.080. Esta lei define o modelo operacional do SUS, propondo a sua forma de organização e de funcionamento Algumas destas concepções serão expostas a seguir.
Leis orgânicas da saúde: 8.080/90
e 9.142/90 - artigos 196 a 198
Primeiramente a saúde passa a ser definida de uma forma mais abrangente:
“A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais: os níveis de saúde da população expressam a organização social e econômica do país”.
Leis orgânicas da saúde: 8.080/90
e 9.142/90 - artigos 196 a 198
O SUS é concebido como o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público. A iniciativa privada poderá participar do SUS em caráter complementar.
Princípios doutrinários do SUS:
Universalidade - o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, renda, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais;
Integralidade 
- significa considerar a pessoa como um todo, devendo as ações de saúde procurar atender à todas as suas necessidades.
Equidade: 
- é um princípio de justiça social que garante a igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie. A rede de serviços deve estar atenta às necessidades reais da população a ser atendida;
Princípios doutrinários do SUS:
Destes derivaram alguns princípios organizativos:
Hierarquização - Entendida como um conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; referência e contra-referência;
Participação Popular - ou seja, a democratização dos processos decisórios consolidado na participação dos usuários dos serviços de saúde nos chamados Conselhos Municipais de Saúde;
Princípios doutrinários do SUS:
Destes derivaram alguns princípios organizativos:
Descentralização Política Administrativa - consolidada com a municipalização das ações de saúde, tornando o município gestor administrativo e financeiro do SUS;
Princípios doutrinários do SUS:
Os objetivos e as atribuições do SUS foram assim definidos:
Identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde;
Formular as políticas de saúde;
Fornecer assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas.
Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica;
Executar ações visando a saúde do trabalhador;
Participar na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico;
Promoção em Saúde:
Promoção da saúde consiste em políticas, planos e programas de saúde pública com ações voltadas em evitar que as pessoas se exponham a fatores condicionantes e determinantes de doenças, a exemplo dos programas de educação em saúde que se propõem a ensinar a população a cuidar de sua saúde.
Princípios doutrinários do SUS:
Os objetivos e as atribuições do SUS foram assim definidos:
Participar da formulação da política de recursos humanos para a saúde;
Realizar atividades de vigilância nutricional e de orientação alimentar;
Participar das ações direcionadas ao meio ambiente;
Formular políticas referentes a medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, e outros insumos de interesse para a saúde e a participação na sua produção;
Controle e fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde;
Princípios doutrinários do SUS:
Os objetivos e as atribuições do SUS foram assim definidos:
Fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano;
Participação no controle e fiscalização de produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
Incremento do desenvolvimento científico e tecnológico na área da saúde;
Formulação e execução da política de sangue e de seus derivados.
Princípios doutrinários do SUS:
Pela abrangência dos objetivos propostos e pela existência de desequilíbrios socioeconômicos regionais, a implantação do SUS não tem sido uniforme em todos os estados e municípios brasileiros, pois para que isto ocorra é necessário uma grande disponibilidade de recursos financeiros, de pessoal qualificado e de um efetiva política a nível federal, estadual e municipal para viabilizar o sistema. A Lei 8.080 estabeleceu que os recursos destinados ao SUS fossem provenientes do Orçamento da Seguridade Social.
Controle social
LEI 8.142/1990: Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.
Definição: o SUS contará, em cada esfera do governo, sem prejuízo ao poder legislativo, com duas instâncias colegiadas – Conferências de Saúde e Conselhos de Saúde.
Conferência nacional,
estadual e municipal de saúde
Reúnem-se a cada quatro anos, com representação de vários segmentos sociais, para avaliação da a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação das políticas de saúde nos níveis correspondentes, convocadopelo poder executivo ou pelo conselho de saúde.
Conselhos de Saúde
De caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representante do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atuando na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instancia correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, tendo as decisões homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. Tanto o CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde – quanto o CONASEMS – Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – possuem representação no CNS. GARANTE A PARTICIPAÇÃO POPULAR NO SUS!!
Complementaridade do
setor privado
A Constituição definiu que quando, por insuficiência do setor público, for necessário a contratação de serviços privados, isto deve observar sob algumas condições: 
A Celebração do contrato conforme as normas de direito Público; A Instituição Privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS; A Integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica do SUS em termos de posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços.
Complementaridade do
setor privado
A Constituição definiu que quando, por insuficiência do setor público, for necessário a contratação de serviços privados, isto deve observar sob algumas condições: 
Dentro os serviços privados, devem ter preferência os serviços não lucrativos (Hospitais Filantrópicos e Santas Casas), conforme determina a Constituição; 
Assim cada gestor deverá planejar primeiro o setor público e na sequência complementar a rede assistencial com o setor privado não lucrativo, com os mesmos conceitos de regionalização, hierarquização e universalização.
NOB é a abreviatura de Norma Operacional Básica, que trata da edição de normas operacionais para o funcionamento e operacionalização do SUS de competência do Ministério da Saúde, tendo sido editadas até hoje: a NOB-SUS 01/91, NOB-SUS 01/93, NOB-SUS 01/96
Apesar das dificuldades enfrentadas pode-se afirmar que ao nível da atenção primária o SUS apresentou progressos significativos no setor público, mas enfrenta problemas graves com o setor privado, que detém a maioria dos serviços de complexidade e referência a nível secundário 
e terciário.
Normas operacionais básicas
Estes setores não se interessam em integrar o modelo atualmente vigente em virtude da baixa remuneração paga pelos procedimentos médicos executados, o que vem inviabilizando a proposta de hierarquização dos serviços.
Normas operacionais básicas
A NOB 01/91 sob o argumento da inviabilidade conjuntural de regulamentar o artigo 35 da Lei 8.080 - que definia o repasse direto e automático de recursos do fundo nacional aos fundos estaduais e municipais de saúde, sendo 50% por critérios populacionais e os outros 50% segundo o perfil epidemiológico e demográfico, a capacidade instalada e a complexidade da rede de serviços de saúde, a contrapartida financeira, etc - redefiniu toda a lógica de financiamento e, consequentemente, de organização do SUS, instituindo um sistema de pagamento por produção de serviços que permanece, em grande parte, vigorando até hoje.
Normas operacionais básicas
Estados e municípios passaram a receber por produção de serviços de saúde, nas mesmas tabelas nacionais existentes para o pagamento dos prestadores privados, impondo um modelo de atenção à saúde voltado para a produção de serviços, e avaliado pela quantidade de procedimentos executados, independentemente da qualidade e dos resultados alcançados.
Normas operacionais básicas
Normas operacionais básicas
Em 1993, outra NOB buscava um caminho de transição entre o anacrônico sistema implantado pela NOB 01/91 e o que era preconizado na Constituição Federal e nas Leis que a regulamentaram o SUS. A NOB 01/93 criou critérios e categorias diferenciadas de gestão para a habilitação dos municípios, e segundo o tipo de gestão implantado (incipiente, parcial, semiplena) haveria critérios também diferenciados de formas de repasse dos recursos financeiros.
Em função da criação do SUS e do comando centralizado do sistema pertencer ao Ministério da Saúde, o INAMPS torna-se obsoleto e é extinto em 1993.
Normas operacionais básicas
Na busca de uma alternativa econômica como fonte de recurso exclusiva para financiar a saúde, o então Ministro da Saúde - Adib Jatene - propõe a criação da CPMF (contribuição provisória sobre movimentação financeira). O ministro realizou um intenso lobby junto aos congressistas para a sua aprovação pelo congresso nacional, o que aconteceu em 1996, passando a vigorar à partir de 1997
É importante mencionar que o imposto teria uma duração definida de vigência que seria por um período de um ano, e que os recursos arrecadados somente poderiam ser aplicados na área de saúde.
Porém o imposto foi extinto apenas em dezembro de 2007
Normas operacionais básicas
O governo edita a NOB-SUS 01/96, o que representa um avanço importante no modelo de gestão do SUS, principalmente no que se refere a consolidação da Municipalização.
Esta NOB revoga os modelos anteriores de gestão propostos nas NOB anteriores (gestão incipiente, parcial e semiplena), e propõe aos municípios se enquadrarem em dois novos modelos: Gestão Plena de Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal. Estes modelos propõem a transferência para os municípios de determinadas responsabilidades de gestão
Normas operacionais básicas
A NOB/ 96 reformular e aperfeiçoar a gestão do SUS, na medida em que redefine:
Os papéis de cada esfera de governo e, em especial, referente à direção única;
Os instrumentos gerenciais para que municípios e estados superem o papel exclusivo de prestadores de serviços e assumam seus respectivos papéis de gestores do SUS;.
Normas operacionais básicas
A prática do acompanhamento, controle e avaliação no SUS, superando os mecanismos tradicionais, centrados no faturamento de serviços produzidos, e valorizando os resultados advindos de programações com critérios epidemiológicos e desempenho com qualidade.
Os vínculos dos serviços com os seus usuários, privilegiando os núcleos familiares e comunitários, criando, assim, condições para uma efetiva participação e controle social.
Normas operacionais básicas
É fundamental destacar que uma das alterações mais importante introduzidas pela NOB 96 refere-se a forma de repasse dos recursos financeiros do governo federal para os municípios, que passa a ser feito com base num valor fixo per-capita (PAB) e não mais vinculado a produção de serviços, o que possibilita aos municípios desenvolverem novos modelos de atenção à saúde da população.
Normas operacionais básicas
O PAB (Piso Assistencial Básico) consiste em um montante de recursos financeiros destinado ao custeio de procedimentos e ações de assistência básica, de responsabilidade tipicamente municipal. Esse Piso é definido pela multiplicação de um valor per capita nacional (atualmente) pela população de cada município (fornecida pelo IBGE) e transferido regular e automaticamente ao fundo de saúde ou conta especial dos municípios.
Normas operacionais básicas
Além disto, o município poderá receber incentivos para o desenvolvimento de determinadas ações de saúde agregando valor ao PAB. As ações de saúde que fornecem incentivos são: Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS); Programa de Saúde da Família (PSF); Assistência Farmacêutica básica; Programa de combate as Carências Nutricionais; ações básicas de vigilância sanitária; ações básicas de vigilância epidemiológica e ambiental. 
A NOB passa a vigorar efetivamente somente à partir de janeiro de 1998.
Normas operacionais básicas
Em novembro de 1998, o governo regulamentou a lei 9656/98 sobre os planos e seguros de saúde, que fora aprovada pelo congressonacional em junho daquele ano. Se por um lado houve uma limitação nos abusos cometidos pelas empresas, por outro a regulamentação oficializa o universalismo excludente, na medida em que cria quatro modelos diferenciados de cobertura de serviços, a saber:
Plano ambulatorial - compreende a cobertura de consultas em número ilimitado, exames complementares e outros procedimentos, em nível ambulatorial, incluindo atendimentos e procedimentos caracterizados como urgência e emergência até as primeiras 12 horas;
Normas operacionais básicas
Plano Hospitalar sem obstetrícia - compreende atendimento em unidade hospitalar com número ilimitado de diárias, inclusive UTI, transfusões, quimioterapia e radioterapia entre outros, necessários durante o período de internação. Inclui também os atendimentos caracterizados como de urgência e emergência que evoluírem para internação ou que sejam necessários à preservação da vida, órgãos ou funções;
Normas operacionais básicas
Plano Hospitalar com obstetrícia - acresce ao Plano Hospitalar sem obstetrícia, a cobertura de consultas, exames e procedimentos relativos ao pré-natal, à assistência ao parto e ao recém-nascido durante os primeiros 30 dias de vida; 
Plano odontológico - cobertura de procedimentos odontológicos realizados em consultórios; 
Plano referência - representa a somatória dos quatro tipos de plano anteriores;
1500 - 1808
Curandeiros
1808
Chegada da familia real (“limpeza” do Rio de Janeiro)
1904 
Revolta da Vacina
Modelo campanhista
1917 - 1919
Greves Gerais
1923
Lei Eloy Chaves
Criava-se as CAPs
1933
Criaçao dos IAPs 
Unificação das CAPS
1953
Criação do Ministério da Saúde
1960
Criação do INPS
Unificação dos IAPs
1978
Alma Ata - Conferência Internacional Sobre Cuidados Primarios de Saúde
Movimento Sanitarista Brasileiro
1983
AIS – Ações Integradas de Saúde 
1984
Diretas Já!
1986
VII Confêrecia Nacional de Saúde
1987
SUDS – Programa de Desenvolvimento de Sistemas Unificados e Descentralizados de Saúde 
1988
Constituição Federal (5 de outubro) que definia o SUS
Arts. 196 a 200
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
participação da comunidade
Art. 200. Ao Sistema Único de Saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;
ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico;
incrementar em sua área de atuação o desenvolvimento científico e tecnológico;
fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para o consumo humano;
participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.
1990
 Leis Orgânicas da Saúde
Lei 8080/90
Lei 8142/90
Lei 8080/90
Dispõe sobre as condições para:
Promoção;
Proteção;
Recuperação em saúde
Organização e o funcionamento dos serviços correspondentes
Lei 8142/90
Dispõe sobre a participação popular na gestão do SUS
E sobre as transferencias intergovernamentais de recursos financeiros na saude
Principios Doutrinarios do SUS
Universalidade - o acesso às ações e serviços deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, renda, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais;
Integralidade - significa considerar a pessoa como um todo, devendo as ações de saúde procurar atender à todas as suas necessidades. 
Equidade: - é um princípio de justiça social que garante a igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie. A rede de serviços deve estar atenta às necessidades reais da população a ser atendida;
Destes derivaram alguns princípios organizativos:
Participação Popular - ou seja, a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isso são criados os Conselhos e as Conferencias de Saúde, que visam traçar estratégias, controlar e avaliar a execução das politicas de saúde ;
Descentralização- redistribuir o poder e a responsabilidade entre:
Uniao;
Estado;
Municpio
Comando Unico – cada esfera e autonoma e soberana, porem, todas respeitam os principios gerais e a participacao popuar;
Regionalizacao – articulacao entre os servicos a existentes, visando um comando unificado dos mesmos
Hierarquizacao – divisao de nives de atencao que garantem formas de acesso aos servicos que facam parte da compexidade requerida peo caso, nos limites dos recursos disponives numa dada regiao (referencia e contra referencia)
1996
NOB 96:
repasse dos recursos financeiros do governo federal para os municípios, que passa a ser feito com base num valor fixo per-capita (PAB - (Piso Assistencial Básico) . Além disto, o município poderá receber incentivos para o desenvolvimento de determinadas ações de saúde 
ATIVIDADE
REGRAS:
A sala sera dividida em 4 grupos;
Os grupos deverão se reunir para responderem as questões;
O primeiro grupo a terminar e tiver TODAS as respostas corretas, ganhará 02 pontos extras (no trabalho);
Caso haja alguma resposta incorreta, a oportunidade passa para o próximo grupo que terminou;
Qual a importância das greves gerais de 1917 e 1919 para a política de saúde no Brasil?
Qual evento definiu os preceitos básicos para a criação do SUS?
Quais os 3 principios doutrinarios do SUS? Defina-os.
Quais os dois pilares que garantem a participação social no SUS?
Quais as 03 esferas de poder que participam da gestao de saúde de forma autônoma e respeitando as diretrizes gerais do SUS?
Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006 - Política nacional de atenção básica.
Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica para o Programa Saúde da Família (PSF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
O Ministro de Estado da Saúde, no uso de suas atribuições, e considerando a necessidade de revisar e adequar as normas nacionais ao atual momento do desenvolvimento da atenção básica no Brasil;
Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006 - Política nacional de atenção básica.
Considerando a expansão do Programa Saúde da Família (PSF) que se consolidou como a estratégia prioritária para reorganização da atenção básica no Brasil;
Considerando a transformação do PSF em uma estratégia de abrangência nacional que demonstra necessidade de adequação de suas normas, em virtude da experiência acumulada nos diversos estados e municípios brasileiros;
Portaria nº 648/GM de 28 de março de 2006 - Política nacional de atenção básica.
Considerando os princípios e as diretrizes propostos nos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, entre as esferas de governo na consolidação do SUS, que inclui a desfragmentação do financiamento da Atenção Básica;
Resolve:
Art. 1º Aprovara Política Nacional de Atenção Básica, 
com vistas à revisão da regulamentação de implantação 
e operacionalização vigentes, nos termos constantes do anexo a esta Portaria.
Parágrafo único. A Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde (SAS/MS) publicará manuais e guias com detalhamento operacional e orientações específicas desta política.
Resolve:
Art. 1º Aprovar a Política Nacional de Atenção Básica, 
com vistas à revisão da regulamentação de implantação 
e operacionalização vigentes, nos termos constantes do anexo a esta Portaria.
Parágrafo único. A Secretaria de Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde (SAS/MS) publicará manuais e guias com detalhamento operacional e orientações específicas desta política.
Resolve:
Art. 2º Definir que os recursos orçamentários de que trata a presente Portaria corram por conta do orçamento do Ministério da Saúde, devendo onerar os seguintes Programas de Trabalho:
I - 10.301.1214.0589 - Incentivo Financeiro a Municípios Habilitados à Parte Variável do Piso de Atenção Básica;
II - 10.301.1214.8577 - Atendimento Assistencial Básico nos Municípios Brasileiros; e
III - 10.301.1214.8581 - Estruturação da Rede de Serviços de Atenção Básica de Saúde.
Art. 3º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
Pacto pela saúde
O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais pactuado entre as três esferas de gestão (União, estados e municípios) do Sistema Único de Saúde, com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão. Sua implementação se dá por meio da adesão de municípios, estados e União ao Termo de Compromisso de Gestão (TCG), que, renovado anualmente, substitui os anteriores processos de habilitação e estabelece metas e compromissos para cada ente da federação.
Pacto pela saúde
As transferências dos recursos também foram modificadas, passando a ser divididas em seis grandes blocos de financiamento (Atenção, Básica, Média e Alta Complexidade da Assistência, Vigilância em Saúde, Assistência Farmacêutica, Gestão do SUS e Investimentos em Saúde)
Pacto pela saúde
O Pacto pela Vida reforça no SUS o movimento da gestão pública por resultados, estabelece um conjunto de compromissos sanitários considerados prioritários, pactuado de forma tripartite, a ser implementado pelos entes federados. Esses compromissos deverão ser efetivados pela rede do SUS, de forma a garantir o alcance das metas pactuadas.
Prioridades estaduais, regionais ou municipais podem ser agregadas às prioridades nacionais, a partir de pactuações locais. Os estados e municípios devem pactuar as ações que considerem necessárias ao alcance das metas e objetivos gerais propostos.
Pacto pela saúde
O Pacto pela Vida contém os seguintes objetivos e metas prioritárias (Portaria GM/MS nº 325, de 21 de fevereiro de 2008):
Atenção à saúde do idoso;
Controle do câncer de colo de útero e de mama;
Redução da mortalidade infantil e materna;
Fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária, influenza, hepatite,
AIDS;
Pacto pela saúde
O Pacto pela Vida contém os seguintes objetivos e metas prioritárias (Portaria GM/MS nº 325, de 21 de fevereiro de 2008):
Promoção da saúde;
Fortalecimento da atenção básica;
Saúde do trabalhador;
Saúde mental;
Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência;
Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência;
Saúde do homem.
Atenção básica e a saúde
da família
A expansão e a qualificação da atenção básica, organizadas pela estratégia Saúde da Família, compõem parte do conjunto de prioridades políticas apresentadas pelo Ministério da Saúde e aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde. Esta concepção supera a antiga proposição de caráter exclusivamente centrado na doença, desenvolvendo-se por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e participativas, sob a forma de trabalho em equipes, dirigidas às populações de territórios delimitados, pelos quais assumem responsabilidade.
Atenção básica e a saúde
da família
Os princípios fundamentais da atenção básica no Brasil são: integralidade, qualidade, eqüidade e participação social. Mediante a adstrição de clientela, as equipes Saúde da Família estabelecem vínculo com a população, possibilitando o compromisso e a co-responsabilidade destes profissionais com os usuários e a comunidade. Seu desafio é o de ampliar suas fronteiras de atuação visando uma maior resolubilidade da atenção, onde a Saúde da Família é compreendida como a estratégia principal para mudança deste modelo, que deverá sempre se integrar a todo o contexto de reorganização do sistema de saúde.
Atenção básica e a saúde
da família
A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. A responsabilidade pelo acompanhamento das famílias coloca para as equipes saúde da família a necessidade de ultrapassar os limites classicamente definidos para a atenção básica no Brasil, especialmente no contexto do SUS.
Atenção básica e a saúde
da família
A Saúde da Família é entendida como uma estratégia de reorientação do modelo assistencial, operacionalizada mediante a implantação de equipes multiprofissionais em unidades básicas de saúde. Estas equipes são responsáveis pelo acompanhamento de um número definido de famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada. As equipes atuam com ações de promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais freqüentes, e na manutenção da saúde desta comunidade. A responsabilidade pelo acompanhamento das famílias coloca para as equipes saúde da família a necessidade de ultrapassar os limites classicamente definidos para a atenção básica no Brasil, especialmente no contexto do SUS.
Atenção básica e a saúde
da família
A estratégia de Saúde da Família é um projeto dinamizador do SUS, condicionada pela evolução histórica e organização do sistema de saúde no Brasil. A velocidade de expansão da Saúde da Família comprova a adesão de gestores estaduais e municipais aos seus princípios. Iniciado em 1994, apresentou um crescimento expressivo nos últimos anos.
A consolidação dessa estratégia precisa, entretanto, ser sustentada por um processo que permita a real substituição da rede básica de serviços tradicionais no âmbito dos municípios e pela capacidade de produção de resultados positivos nos indicadores de saúde e de qualidade de vida da população assistida.
Atenção básica e a saúde
da família
As equipes são compostas, no mínimo, por um médico de família, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e 6 agentes comunitários de saúde. Quando ampliada, conta ainda com: um dentista, um auxiliar de consultório dentário e um técnico em higiene dental. Cada equipe se responsabiliza pelo acompanhamento de, no máximo, 4 mil habitantes, sendo a média recomendada de 3 mil habitantes de uma determinada área, e estas passam a ter co-responsabilidade no cuidado à saúde. 
Atenção básica e a saúde
da família
A atuação das equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde, nas residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se: como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde; por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; por prestar assistência integral, permanente e de qualidade; por realizar atividadesde educação e promoção da saúde.
Programa dos agentes comunitário 
de saúde
A atuação das equipes ocorre principalmente nas unidades básicas de saúde, nas residências e na mobilização da comunidade, caracterizando-se: como porta de entrada de um sistema hierarquizado e regionalizado de saúde; por ter território definido, com uma população delimitada, sob a sua responsabilidade; por intervir sobre os fatores de risco aos quais a comunidade está exposta; por prestar assistência integral, permanente e de qualidade; por realizar atividades de educação e promoção da saúde.
Programa dos agentes comunitário 
de saúde
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde é uma importante estratégia do Ministério da Saúde que busca promover a reorientação do modelo assistencial no âmbito do município, a quem compete à prestação da atenção básica à saúde. Por isso, tanto a Lei nº 10.507/2002, no seu art.
4º, como a Portaria n° 1.886/1997 (do Ministro de Estado da Saúde), no subitem 7.6 do seu Anexo I, prevêem que o agente comunitário de saúde prestará os seus serviços ao gestor local do SUS (a Secretaria Municipal de Saúde).
Programa dos agentes comunitário 
de saúde
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde é hoje considerado parte da Saúde da Família. Nos municípios onde há somente o PACS, este pode ser considerado um programa de transição para a Saúde da Família. No PACS, as ações dos agentes comunitários de saúde são acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade básica de saúde.
Programa dos agentes comunitário 
de saúde
Os agentes comunitários de saúde podem ser encontrados em duas situações distintas em relação à rede do SUS: a) ligados a uma unidade básica de saúde ainda não organizada na lógica da Saúde da Família; e b)ligados a uma unidade básica de Saúde da Família como membro da equipe multiprofissional. Atualmente, encontram-se em atividade no país 204 mil ACS, estando presentes tanto em comunidades rurais e periferias urbanas quanto em municípios altamente urbanizados e industrializados.
Programa dos agentes comunitário 
de saúde
Por meios de ações individuais ou coletivas, o agente comunitário de saúde realiza atividade de prevenção de doenças e promoção da saúde sob supervisão do gestor local do SUS (a Secretaria Municipal de Saúde). Quanto às atribuições básicas desse profissional, elas estão previstas no subitem 8.14 do Anexo I da Portaria nº 1.886/1997, do Ministro de Estado da Saúde.
Responsabilidades das esferas
gestoras em atenção básica federal
Elaborar as diretrizes da política nacional de atenção básica;
Co-financiar o sistema de atenção básica;
Ordenar a formação de recursos humanos;
Propor mecanismos para a programação, controle, regulação e avaliação da atenção básica;
Manter as bases de dados nacionais.
Esfera gestora em atenção
básica estadual
Acompanhar a implantação e execução das ações de atenção básica em seu território;
Regular as relações intermunicipal
Coordenar a execução das políticas de qualificação de recursos humanos em seu território;
Co-financiar as ações de atenção básica;
Auxiliar na execução das estratégias de avaliação da atenção básica em seu território.
Esfera gestora em atenção
básica municipal
Definir e implantar o modelo de atenção básica em seu território;
Contratualizar o trabalho em atenção básica;
Manter a rede de unidades básicas de saúde em funcionamento (gestão e gerência);
Co-financiar as ações de atenção básica;
Alimentar os sistemas de informação;
Avaliar o desempenho das equipes de atenção básica sob sua supervisão.
Núcleos de apoio à saúde da
família – NASF
PORTARIA Nº 154, DE 24 DE JANEIRO DE 2008.
Cria os Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF.
Orientações para a implantação dos núcleos.
Destacam-se os principais pontos da Portaria com o objetivo de orientar os gestores municipais na implantação e no funcionamento dos NASF.
Núcleos de apoio à saúde da
família – NASF
1. SÃO CRIADOS DOIS TIPOS DE NASF:
Deverá realizar as atividades vinculadas, no mínimo a 3 (três) Equipes de Saúde da Família.
Somente os municípios que tenham densidade populacional abaixo de 10 habitantes por quilômetro quadrado, de acordo com dados da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, ano base 2007, poderão implantar o NASF 2. A SES está providenciando os dados da densidade populacional dos municípios e os disponibilizará no portal da SES na internet.
Núcleos de apoio à saúde da
família – NASF
2. JORNADA DE TRABALHO:
Os NASF devem funcionar em horário de trabalho coincidente com o das equipes de Saúde da Família.
A carga horária dos profissionais do NASF deve ser de 40 horas semanais, observando o seguinte - para os profissionais médicos, em substituição a um profissional de 40 (quarenta) horas semanais, podem ser registrados 2 (dois) profissionais que cumpram um mínimo de 20 (vinte) horas semanais cada um.
Núcleos de apoio à saúde da
família – NASF
3. FORMAÇÃO DOS NÚCLEOS: 
Os profissionais do NASF devem ser cadastrados em uma única unidade de saúde, localizada preferencialmente dentro do território de atuação das equipes de Saúde da Família às quais está vinculado.
As ações de responsabilidade de todos os profissionais que compõem os NASF, a serem desenvolvidas em conjunto com as equipes de SF, estão descritas no Anexo I desta Portaria.
Número máximo de NASF 1: número de ESF do município /8.
Número máximo de NASF 2: 1 (um)
Núcleos de apoio à saúde da
família – NASF
4. PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DOS NASF
Artigo 9:
A implantação dos NASF está vinculado à Estratégia Saúde da Família; 
Ter aprovação da Comissão Intergestores Bipartite de cada Estado;
Os recursos orçamentários de que trata esta Portaria façam parte da fração variável do Piso de Atenção Básica (PAB variável) e componham o Bloco Financeiro de Atenção Básica.
Núcleos de apoio à saúde da
família – NASF
4. PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DOS NASF
Incidem nos fluxos e requisitos mínimos para manutenção da transferência e solicitação de crédito retroativo os requisitos definidos pela Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006.
O Ministério da Saúde suspenderá os repasses, dos incentivos referentes aos NASF aos Municípios e/ou ao Distrito Federal nas mesmas situações previstas para as equipes de Saúde da Família e de Saúde Bucal, conforme o estabelecido na Portaria nº 648/GM, de 28 de março de 2006, Capítulo III, item 5, "da suspensão do repasse de recursos do PAB".
Epidemiologia em saúde
Conceito:
“Estudo da distribuição e determinantes dos estados ou eventos relacionados à saúde em populações específicas, bem como a sua utilização no controle dos problemas em saúde”. “Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle, ou erradicação de doenças. Fornece ainda indicadores que sirvam de suporte no planejamento, administração e avaliação das ações em saúde” “Estudo dos fatores que determinam a freqüência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas”.
Indicadores de saúde
Indicadores são medidas usadas para auxiliar a descrição de uma situação existente, avaliar mudanças ou tendências durante um período do tempo.
Podem ser classificados conforme o objeto de interesse:
Demográficos
Morbidade
Mortalidade
Serviços
Saúde Ambiental
Vigilância epidemiológica
“O conjunto de atividades que permite reunir a informação indispensável para conhecer, a qualquer momento, o comportamento ou história natural das doenças, bem como detectar ou prever alterações de seus fatores condicionantes, com o fim de recomendar oportunamente, sobre bases firmes, as medidas indicadas e eficientes que levem à prevenção e ao controle de determinadas doenças”.
Conceituação SUS – Lei 8080
“Um conjuntode ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”.
Propósitos e funções
Coleta de dados;
Processamento de dados coletados;
Análise e interpretação dos dados processados;
Recomendação das medidas de controle apropriadas;
Promoção das ações de controle indicadas;
Avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas;
Divulgação de informações pertinentes.
Áreas de atuação:
Coordenação e Execução da Política Estadual de Imunização
Vigilância das Doenças Imunopreveníveis
Vigilância dos Agravos Transmissíveis
Vigilância dos Agravos Não Transmissíveis
Análise da Situação de Saúde
Coordenação e Execução da PPI-VS
Tipos de dados
Dados Demográficos e Ambientais
Permitem quantificar a população: número de
habitantes e características de sua distribuição,
condições de saneamento, climáticas, ecológicas,
habitacionais e culturais.
Tipos de dados
Dados de Morbidade
Podem ser obtidos através de notificação de casos e
surtos, de produção de serviços ambulatoriais e
hospitalares, de investigação epidemiológica, de busca
ativa de casos, de estudos amostrais e de inquéritos,
entre outras formas.
Notificação de surtos e
epidemias
Dados de Mortalide
São obtidos através das declarações de óbitos que são processadas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade. Mesmo considerando o sub-registro, que é significativo em algumas regiões do país, e a necessidade de um correto preenchimento das declarações, trata-se de um dado que assume importância capital como indicador de saúde. Esse sistema está sendo descentralizado, objetivando o uso imediato dos dados pelo nível local de saúde.
Notificação de surtos e
epidemias
A detecção precoce de surtos e epidemias ocorre quando o sistema de vigilância epidemiológica local está bem estruturado com acompanhamento constante da situação geral de saúde e da ocorrência de casos de cada doença e agravo sujeito à notificação.
Notificação de surtos e
epidemias
Essa prática possibilita a constatação de qualquer indício de elevação do número de casos de uma patologia, ou a introdução de outras doenças não incidentes no local, e, conseqüente-mente, o diagnóstico de uma situação epidêmica inicial para a adoção imediata das medidas de controle.
Em geral, devem-se notificar esses fatos aos níveis superiores do sistema para que sejam alertadas as áreas vizinhas e/ou para solicitar colaboração, quando necessário.
Aspectos importantes para
notificação
Notificar a simples suspeita da doença. Não se deve aguardar a confirmação do caso para se efetuar a notificação, pois isto pode significar perda da oportunidade de adoção das medidas de prevenção e controle indicadas;
A notificação tem que ser sigilosa, só podendo ser divulgada fora do âmbito médico sanitário em caso de risco para a comunidade, respeitando-se o direito de anonimato dos cidadãos;
Aspectos importantes para
notificação
O envio dos instrumentos de coleta de notificação deve ser feito mesmo na ausência de casos, configurando-se o que se denomina notificação negativa, que funciona como um indicador de eficiência do sistema de in-formações.
Alguns sistemas nacionais de
informação
Sistema de Informação de Mortalidade - SIM
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC
Sistema de Informação Nacional de Agravos de Notificação - SINAN
Sistema de Informações Hospitalares - SIH
Sistema de Informações Ambulatoriais – SAI
Sistema de Informações da Atenção Básica – SIAB
Vigilância sanitária
É Conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e de prestação de serviços de interesse da saúde (Lei 8080/90 Art.6º §1º). As origens da vigilância sanitária remontam a preocupação das organizações sociais com o nocivo, noção social e historicamente definida como fundamento para imposição de medidas de controle.
Funções de vigilância
sanitária:
Normatização e controle de bens, da produção, armazenamento, guarda, circulação, transporte, comercialização e consumo de substancias e produtos de interesse da saúde, suas matérias-primas, coadjuvantes de tecnologias, processos e equipamentos.
Normatização e controle de tecnologias médicas, procedimentos e equipamentos e aspectos da pesquisa em saúde. 
Funções de vigilância
sanitária:
Normatização e controle de serviços direta ou indiretamente relacionados com a saúde, prestados pelo estado e modalidades do setor privado.
Normatização e controle específico de portos, aeroportos e fronteiras, contemplando veículos, cargas e pessoas.
Normatização e controle de aspectos do ambiente, processos de trabalho, e saúde do trabalhador.
Funções de vigilância
sanitária:
Normatização e controle de bens, da produção, armazenamento, guarda, circulação, transporte, comercialização e consumo de substancias e produtos de interesse da saúde, suas matérias-primas, coadjuvantes de tecnologias, processos e equipamentos.
Normatização e controle de tecnologias médicas, procedimentos e equipamentos e aspectos da pesquisa em saúde.
Funções de vigilância
sanitária:
Normatização e controle de serviços direta ou indiretamente relacionados com a saúde, prestados pelo estado e modalidades do setor privado.
Normatização e controle específico de portos, aeroportos e fronteiras, contemplando veículos, cargas e pessoas.
Normatização e controle de aspectos do ambiente, e processos de trabalho, e saúde do trabalhador.
Vigilância Ambiental
É a Estratégia de ação ambiental, basicamente preventiva e participativa em nível local, que reconhece o direito humano de viver em um ambiente saudável e adequado, e a ser informado sobre os riscos do ambiente em relação à saúde, bemestar e sobrevivência, ao mesmo tempo em que define suas responsabilidades e deveres em relação à proteção, conservação e recuperação do ambiente e da saúde (OPAS, 1999).
Composta por um Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento e a detecção de qualquer alteração no meio ambiente com a finalidade de desenvolver medidas de prevenção e controle dos fatores de risco.
Vigilância Ambiental
Responsabilidades:
Planejar, coordenar e avaliar;
Acompanhar, fiscalizar e inspecionar;
Levantar dados;
Encaminhar amostra aos laboratórios;
Promover intercâmbios de experiências;
Desenvolver estudos, ações educativas, orientações e socializar conhecimentos.
Ações
Controle de riscos:
Água contaminada;
Ar;
Solo;
Desastres naturais;
Acidentes com produtos tóxicos
Principais indicadores de
saúde pública:
Para o planejamento de ações de prevenção e controle de doenças e agravos, é importante conhecer o perfil dos problemas de saúde da população assistida e das doenças apresentadas- quais mais acometem a população, quais mais matam, e quantas pessoas morrem. Para o conhecimento de aspectos de saúde não diretamente observáveis foram criados os indicadores de saúde, que representam e tentam medir os aspectos normalmente não percebidos.
Dentre os mais importantes estão:
Morbidade: refere-se ao comportamento das doenças numa população exposta ao adoecimento. Seus índices permitem conhecem que doenças existem habitualmente na área, no período e na população estudada (prevalência ) e quais novos casos das doenças na mesma área, período e população (incidência).
Dentre os mais importantes estão:
Mortalidade: é a relação entre os números de óbitos e o numero de pessoas expostas ao risco de morrer. Dados que podem ser agrupados por características como sexo, idade, estado civil, lugar, condição, entre outras. Os óbitos ocorridos podem estar classificados segundo a associação de duas ou mais dessas características.Dentre os mais importantes estão:
Letalidade: Permite conhecer a gravidade de uma doença, considerando seu maior ou menor poder de causar a morte. A determinação da letalidade permite avaliar a eficiência de estratégias e terapias implementadas.
Dessa forma as ações de vigilância epidemiológica e os resultados obtidos com sua implementação e divulgados através de sua base de dados consistem um elemento precursor da elaboração de programas de saúde coletiva, ao permitirem a identificação de fatores de risco para determinados processos de morbidade que atingem grupos populacionais para receberem atenção especifica dos serviços de saúde.

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