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1 Faculdade de Economia e Finanças IBMEC Graduação em Ciências Econômicas Gabarito – Nona Lista de Exercícios – Macroeconomia Aberta – 1º semestre de 2021 Prof.: Tiago Sayão 1) Queda temporária dos gastos implica em um aumento da riqueza: Utilizando os modelos estudados em sala de aula, o consumo será uma proporção da riqueza: Como 0<k<1, então o consumo presente aumenta menos do que W1. A variação da poupança privada será dada por: Como a poupança pública não se alterou com a mudança, a poupança total da economia aumenta para qualquer taxa de juros real. Ocorre um deslocamento de S paralelo para a direita em (1-k) T1. Vamos analisar o efeito no caso de uma pequena economia aberta: Efeitos: r é constante e igual a r*. Logo, o investimento também se mantém constante no novo equilíbrio. Como a poupança doméstica aumenta em (1-k)∆T1 , então a conta corrente aumenta exatamente no mesmo montante do aumento da poupança, pois a taxa de juros não variou. Logo, partindo de uma situação equilibrada da conta corrente, o aumento da poupança de (1-k)∆T1 gera um superávit em conta corrente do mesmo montante (1-k)∆T1. “Crowding-in”: queda do gasto do governo aumenta a balança comercial e o consumo. Como CC=BC+rB* -1, o aumento de CC é traduzido em um aumento da balança comercial. A queda dos gastos do governo estimulam a balança comercial. Além disso, há também o efeito sobre o consumo, pois as famílias obtiveram um aumento de riqueza no período 1, e parte desse aumento foi alocado para o consumo no período 1. S,I S(r) r r=r* I(r) CC=0 CC=-(1-k)T1>0 S’(r) 2 2) Vamos analisar o efeito no caso de uma grande economia aberta: Efeitos: O deslocamento da poupança da economia aberta grande irá afetar a taxa de juros internacional de equilíbrio. A taxa de juros internacional cai, em equilíbrio, de r* para r’*. Como estamos partindo de um equilíbrio inicial em que a conta corrente da economia aberta grande e do resto do mundo é igual a zero, no novo equilíbrio, a conta corrente da economia aberta grande passa a ter um superávit e a economia do resto do mundo passa a ter déficit em conta corrente. Na nova taxa de juros de equilíbrio, o novo superávit em conta corrente da economia aberta grande deve ser exatamente igual ao novo déficit em conta corrente do resto do mundo (pois a poupança mundial deve se igualar ao investimento mundial). Além disso, o investimento e o consumo aumentam, tanto na economia aberta grande quanto no resto do mundo, pois a taxa de juros mu ndial caiu. Como o consumo aumentou na economia aberta grande, a conta corrente e a poupança doméstica aumentam, em equilíbrio, menos do que o deslocamento inicial da poupança (1-k) T1. Além disso, como o investimento é maior no novo equilíbrio, a conta corrente da economia aberta grande aumenta menos do que o montante do aumento da poupança doméstica em equilíbrio. “Crowding-in”: queda do gasto do governo aumenta o investimento, o consumo e a balança comercial, pois CC=BC+rB* -1. Logo, a queda dos gastos do governo estimulam o investimento, o consumo e a balança comercial da economia aberta grande. 3) a) Falso. Se o país fosse um credor líquido internacional a afirmativa seria verdadeira. Porém, no caso de países devedores líqu idos, se o superávit da balança comercial e de serviços não fatores for menor do que o que o país tem que pagar de compromissos no período corrente em função de obrigações assumidas no passado (serviços de fatores), então haverá um déficit na conta corrente e o país estará diminuindo a quantidade de direitos externos líquidos. b) Falso. Em um modelo em que a data final de existência do mundo não é definida, caso a dívida do país não cresça a uma taxa superior a 1+r no longo prazo, pode-se mostrar que a restrição orçamentária intertemporal pode ser escrita como: Ou seja, o valor presente do consumo total do país ao longo do tempo deve se igualar a riqueza inicial mais o valor presente descontado do fluxo de produção futura menos o investimento futuro. A condição que garante que se possa escrever a restrição orçamentária da forma acima é que: Essa condição garante que as obrigações (ou os direitos) externos líquidos estarão limitados a um determinado montante em qualquer período do tempo. Ela garante que a dívida não crescerá a uma taxa maior ou igual a (1+r), o que quer dizer que o país não poderá ficar rolando juros e principal da sua dívida eternamente (esquema Ponzi). Logo, utilizando a equação acima, pode-se mostrar que: Aonde * 0D são as obrigações externas líquidas do país. Para chegar na equação acima usamos o fato que * 0B =- * 0D . Podemos definir a balança comercial (de bens e serviços) em cada período como: S,I S(r) r r* I(r) CC=0 S’(r) Economia aberta grande Resto do mundo r* r’* r’* CC*=0 CC>0 CC*<0 S*(r) I*(r) 3 Logo: Logo, o valor presente descontado dos superávits comerciais futuros deve se igualar ao valor inicial da dívida do país. Isso não quer dizer que a economia precisa gerar superávits em todos os períodos de tempo, mas que ao longo do tempo o valor presente desses superávits deve ser igual ao montante da dívida. Porém, a condição de impossibilidade de esquema do tipo Ponzi não implica que a economia precise em algum ponto do tempo pagar o principal da sua dívida. Vamos supor a seguinte trajetória para a balança comercial desse país: Note que no período 1 o estoque de dívida evoluirá da seguinte forma: Podemos mostrar que se a balança comercial seguir a trajetória acima, o estoque de dívida dessa economia se manterá constante em * 0D , ou seja: Logo, essa trajetória da balança comercial implica em uma taxa de crescimento igual à zero sempre para a dívida a partir do período t=1. Logicamente que essa trajetória é condizente com a impossibilidade do esquema do tipo Ponzi, que exige que a dívida cresça a uma taxa inferior à r. Uma outra forma de mostrar que essa trajetória é condizente com a restrição orçamentária é substituindo essa trajetória na própria restrição orçamentária: Logo, acabamos de mostrar que uma trajetória da balança comercial em que o país sempre paga o juros da sua dívida, mas em nenhum momento paga o principal, é condizente com a condição de impossibilidade de esquemas do tipo Ponzi. 4) a) 4 Efeito sobre a taxa de juros internacional: o aumento da poupança Asiática causará um desequilíbrio na economia mundial: na taxa de juros internacional do equilíbrio inicial, o superávit em conta corrente desejado pelos Asiáticos será maior do que o déficit em conta corrente desejado pelo resto do mundo (economias grandes). Para o equilíbrio da economia mundial ser restabelecido a taxa de juros internaciona l deve cair para que ao mesmo tempo o déficit em conta corrente no resto do mundo seja estimulado e o superávit em conta corrente dos asiáticos seja parcialmente desestimulado. A nova taxa de juros internacional de equilíbrio terá quer ser aquela que iguala o superávit em conta corrente asiático com o déficit em conta corrente do resto do mundo (economias grandes). b) Efeitos sobre a taxa de juros internacional: o aumento do investimento das economias grandes causará um desequilíbrio na economia mundial: na taxa de juros internacional do equilíbrio inicial, o déficit em conta corrente desejado pelas economias grandes será maior do que o déficit em conta corrente desejado pelo resto do mundo (Asiáticos). Para o equilíbrio da economia mundial ser restabelecido a taxa de juros internacional deve subir para que ao mesmo tempo o superávit em conta corrente dos asiáticos seja estimulado e o déficit em conta corrente das economias grandes seja parcialmente desestimulado. A nova taxa de juros internacional de equilíbrio terá que ser aquela que iguala o déficitem conta corrente das economias grandes com o superávit em conta corrente asiático. Efeitos finais nos países asiáticos e do oriente médio: superávit em conta corrente, aumento da poupança e queda do investimento; Efeitos finais nas economias grandes: déficit em conta corrente, aumento da poupança e do investimento (aumento do investimento é maior do que o da poupança). c) Deve-se olhar para o comportamento da taxa de juros internacional, pois cada interpretação tem uma previsão diferente em relação a esse componente. Enquanto que a interpretação de Bernanke prevê uma queda da taxa de juros internacional, a interpretação alternat iva prevê um aumento da taxa de juros internacional. Logo, olhar para o comportamento da taxa de juros internacional nesse período seria um bom ponto de partida para verificar qual interpretação é a mais plausível. 5) a) (1 + 𝑟) × 𝐷0 ≤ ∑ �̅� × 𝐷0 (1 + 𝑟)𝑡−1 (1 + 𝑟) × 𝐷0 ≤ �̅� × 𝐷0 ∑ 1 (1 + 𝑟)𝑡−1 Lembre-se que 𝑆𝑛 = 1 1 − 1 1 + 𝑟 = 1 + 𝑟 𝑟 Então: (1 + 𝑟) × 𝐷0 ≤ �̅� × 𝐷0 × 1 + 𝑟 𝑟 𝐷0 ≤ �̅� × 𝐷0 × 1 𝑟 𝐷0 ≤ �̅� 𝑟 × 𝐷0 5 Como �̅� < 𝑟, �̅� 𝑟 < 0, então é Ponzi. b) 𝐵𝐶 = �̅� × 𝐷𝑡−1 > 0 e �̅� < 𝑟. Então: 𝐷1 − 𝐷0 = 𝑟 × 𝐷0 − �̅� × 𝐷0 𝐷1 = (1 + 𝑟 − �̅�) × 𝐷0 𝐷2 − 𝐷1 = 𝑟 × 𝐷1 − �̅� × 𝐷1 𝐷2 = (1 + 𝑟 − �̅�) 2 × 𝐷1 Para 𝑡 períodos, temos: 𝐷𝑡 = (1 + 𝑟 + �̅�) 𝑡 × 𝐷0 𝐷𝑡−1 = (1 + 𝑟 + �̅�) 𝑡−1 × 𝐷0 Usando a restrição: (1 + 𝑟) × 𝐷0 ∗ ≤ ∑ 𝐵𝐶𝑡 (1 + 𝑟)𝑡−1 (1 + 𝑟) × 𝐷0 ∗ ≤ ∑ �̅� × 𝐷𝑡−1 (1 + 𝑟)𝑡−1 (1 + 𝑟) × 𝐷0 ∗ ≤ �̅� × ∑ 𝐷𝑡−1 (1 + 𝑟)𝑡−1 (1 + 𝑟) × 𝐷0 ∗ ≤ �̅� × 𝐷0 ∑ (1 + 𝑟 − �̅�)𝑡−1 (1 + 𝑟)𝑡−1 Lembre-se que 𝑆𝑛 = 1 1 − (1 + 𝑟 − �̅�) 1 + 𝑟 = 1 + 𝑟 �̅� (1 + 𝑟) × 𝐷0 ≤ �̅� × 𝐷0 × 1 + 𝑟 �̅� 𝐷0 ≤ 𝐷0 Respeita a impossibilidade do esquema de Ponzi, logo não é Ponzi. 6) a) (1 + 𝑟) × 𝐷0 ∗ ≤ ∑ 𝐵𝐶𝑡 (1 + 𝑟)𝑡−1 1,03 × 1500 ≤ 50 ∑ 1 (1 + 𝑟)𝑡−1 1,03 × 1500 ≤ 50 × 1,03 𝑟 1500 ≤ 50 0,03 1500 ≤ 1666,66 … Respeita a impossibilidade do esquema de Ponzi. b) 1,04 × 1500 ≤ 50 × 1,04 0,04 1500 ≤ 1250 → é Ponzi. c) (1 + 𝑟) × 1500 ≤ 75 × (1 + 𝑟) 𝑟 𝑟 ≥ 75 1500 𝑟 ≥ 0,05
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