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aglutinaçãoAglutinação Métodos híbridos: a amplificação do sinal também pode ser obtida com o emprego de partículas grandes que entram na reação antígeno/anticorpo e aumentam o tamanho dos imunocomplexos, como na aglutinação e nos métodos automatizados de precipitação. A aglutinação é um método híbrido porque o reagente não está marcado por nenhuma substância radioativa, enzimática, quimioluminescente ou fluorescente. O reagente está ligado por uma partícula grande que torna os imunocomplexos muito maiores, mesmo em baixas concentrações de antígenos ou anticorpos. Por sua vez, nos métodos automatizados de precipitação, diferentemente da aglutinação, não há a amplificação exata do sinal, mas uma leitura muito mais sensível, automatizada. A aglutinação caracteriza-se pela formação de agregados visíveis como resultado da interação de anticorpos específicos e partículas insolúveis que contêm determinantes antigênicos em sua superfície. As reações de aglutinação acontecem em dois estágios que ocorrem quase ao mesmo tempo. O que diferencia eles é que o primeiro é um estágio bem rápido, enquanto o segundo é mais longo. 1º Estágio: ligação das moléculas do anticorpo aos antígenos de superfície, de uma molécula natural ou aos antígenos que estão ligados a uma partícula, por meio de ligações não covalentes. Ou seja, a primeira coisa que acontece no primeiro estágio é a primeira ligação. 2º Estágio: resulta das colisões que ocorrem entre as partículas, ou seja, o imunocomplexo pequeno começa a se chocar com outros pares de antígenos ou anticorpos que se ligaram na amostra. Na sequência, Ac ligados a uma partícula ligam-se a determinantes antigênicos de outra. Uma IgG tem dois sítios de ligação. Se pensarmos, no primeiro estágio, uma IgG ligou-se a um antígeno e outra IgG ligou-se a outro antígeno, no primeiro estágio haverá o choque entre elas, resultando na formação de um imunocomplexo, já que o sítio livre de ligação do anticorpo vai se ligar ao mesmo antígeno em outro determinante antigênico do mesmo antígeno. Esses imunocomplexos vão ficando grandes e podem ser visíveis a olho nu ou no microscópio. Por isso, a aglutinação é uma técnica semi- quantitativa, porque tem-se o aspecto qualitativo de controle de perceber se é positivo ou negativo, mas não é possível determinar um valor, ou seja, dar uma leitura para ela. No entanto, através de diminuições seriadas é possível fornecer um título. A aglutinação é mais sensível que a precipitação (necessitam de uma quantidade de Ac 500 vezes maior), pois as partículas amplificam a reação. Além disso, é empregada para o diagnóstico laboratorial de doenças autoimunes, doenças causadas por vírus, bactérias, protozoários e fundos, na detecção de hormônios, na tipagem de grupos sanguíneos etc. A formação do agregado que vai permitir a leitura da reação é influenciada por variáveis. Se é um anticorpo da classe IgM, o anticorpo é pentamérico. Logo, enquanto o IgG se liga a dois antígenos, o IgM pode ligar-se a 5 antígenos, amplificando a reação e facilitando a formação de imunocomplexos grandes, que vão dar mais sensibilidade à reação. Por isso, o anticorpo influencia muito. Na aglutinação, o pH ideal para se processar é de 6 a 8. Ademais, quando há pouca molécula hidrofílica no material, a aglutinação fica prejudicada, razão pela qual o aumento desse tipo de molécula favorece a reação. Por sua vez, a presença de enzimas consegue afastar a ocorrência de reações inespecíficas, dando mais especificidade para a reação. Quando se faz uma leitura muito rápida na aglutinação, sem aguardar a formação dos imunocomplexos, é possível haver um resultado falso negativo. Também é importante uma temperatura para realizar essa leitura. Todos esses fatore interferem na formação dos agregados e devem ser considerados na hora da reação. Obs: A aglutinação pode ser feita em tubo ou placa: Tubo: quando resultado para o teste é positivo, forma- se um aglutinado como apresentado na imagem. Já no resultado negativo, não há nenhuma formação de aglutinado, fazendo com que a solução fique totalmente formada. Placa: geralmente nas placas de 96 poços. A formação do botão de hemácias na placa revela uma reação negativa, porque as hemácias continuaram na amostra sem se agregar, indo para o fundo da placa. Por outro lado, quando há a formação de um tapete no fundo da placa, o resultado é positivo. Com cartões em um fundo escuro, quando há uma solução totalmente homogênea, o resultado é negativo, enquanto a formação de grumos é um resultado positivo. Há mais duas variáveis para a aglutinação: Direta: O princípio da aglutinação é que o antígeno está aderido a uma partícula, porque ela é que vai amplificar o sinal e dar as qualidades dessa reação. Na aglutinação direta, as partículas já apresentam determinantes antigênicos naturais em sua superfície (hemácias, bactérias, protozoários etc.). A titulação do grupo sanguíneo ABO é feita porque as hemácias do grupo A, B ou AB tem os antígenos naturalmente na sua superfície, logo uma determinação de grupo sanguíneo é uma aglutinação direta. Quando se está pesquisando uma bactéria ou protozoário, por exemplo, o antígeno pesquisado não foi inserido por alguém, mas esse micro-organismo que já tem aquele antígeno naturalmente expresso em sua membrana. Fenômeno de prozonaFenômeno de prozona Indireta ou passiva: Partículas inertes (látex, poliestireno etc.), ou com células antigenicamente não relacionadas (hemácias, bactérias), às quais se adsorvem ou se fixam Ag solúveis. Na aglutinação indireta ou passiva, a partícula inerte ou a célula biológica teve um antígeno solúvel adsorvido (colado, pregado) na sua superfície. Quando se tem uma hemácia ou bactéria, nesse caso, não se está pesquisando um antígeno natural dela. É a possibilidade de resultados falso-negativos em caso de elevado título de anticorpos aglutinantes. Nesse caso, a amostra tem o anticorpo que se está pesquisando, mas a quantidade é tão grande que acaba dando um falso-negativo. Esse fenômeno deriva de uma reação desproporcional entre o antígeno e o anticorpo. Com isso, em um teste sem diluir, o resultado falso-negativo aparece. No primeiro desenho, há 3 antígenos e 5 anticorpos. Os anticorpos vão se ligar ao antígeno e bloquear toda a sua estrutura, impossibilitando a formação de um imunocomplexo. O máximo que ocorre de ligação é de dois anticorpos com um antígeno no meio. Isso não é capaz de formar um imunocomplexo grande o suficiente para ser visualizado a olho nu. Isso é chamado de pró-zona e tem a leitura do falso-negativo. Na segunda imagem, há o desenho de uma zona ideal, chamada de zona de equivalência. Os imunocomplexos são grandes suficientes porque a quantidade é proporcional à quantidade de antígenos. A leitura nesse tipo de zona é positiva. No último desenho, há a pós-zona que revela uma leitura de negativo verdadeiro. A quantidade de antígeno é maior do que de anticorpos. O título de anticorpo fica menor que o limite de reatividade. capaz de formar um imunocomplexo grande o suficiente para ser visualizado a olho nu. Isso é chamado de pró-zona e tem a leitura do falso-negativo No primeiro desenho, há 3 antígenos e 5 anticorpos. Os anticorpos vão se ligar ao antígeno e bloquear toda a sua estrutura, impossibilitando a formação de um imunocomplexo. O máximo que ocorre de ligação é de dois anticorpos com um antígeno no meio. Isso não é Na segunda imagem, há o desenho de uma zona ideal, chamada de zona de equivalência. Os imunocomplexos são grandes suficientes porque a quantidade é proporcional à quantidade de antígenos. A leitura nesse tipo de zona é positiva. No último desenho, há a pós-zona que revela uma leitura de negativo verdadeiro. A quantidade de antígeno é maior do que de anticorpos. O título de anticorpo fica menor queo limite de reatividade. Entretanto, se o in natura deu negativo, é preciso avaliar a opção diluída. Se a opção diluída deu negativo, a amostra é realmente negativa. Porém, se der positivo, significa que havia uma situação de pró-zona, em que havia tanto anticorpo que não era possível formar os imunocomplexos. Ao fazer a diluição foi possível fazer os anticorpos não ficarem livres, ou seja, em excesso. Zona de equivalência: Ag-Ac se ligam equimolarmente, formando uma rede estável. Excesso de antigeno: Os complexos podem ser dissolvidos quando há excesso de Ag, pois o Ac fica livre para se ligar a novos Ag adicionados, diminuindo a formação de complexos insolúveis. Excesso de Ac: Ocorre redução de imunocomplexos, pois todo o Ag está precipitado e fica Ac livre no sobrenadante. Pró-zona é igual a anticorpo livre. Para fazer a eliminação do problema é preciso fazer diluições seriadas do soro. –Exemplo: fazer um teste da amostra in natura e outro com ela diluída em 1 para 10. Se o resultado in natura foi positivo, então trata-se de uma amostra realmente positiva Aglutinação diretaAglutinação direta É o tipo de aglutinação em que a partícula utilizada tem o antígeno ligado à sua superfície de forma natural, ou seja, partículas antigênicas insolúveis em sua forma íntegra ou fragmentada. Esse método é utilizado para hemácias, bactérias, fungos e protozoários podem ser aglutinados diretamente por Ac. Nesse sentido, a aglutinação direta fará, basicamente, a pesquisa de Ac (IgG ou IgM – é mais eficiente, porque é pentamérica) específicos com diluições seriadas do Ac, frente a uma quantidade constante de Ag. O resultado, normalmente, será expresso em título do Ac. No entanto, não se trata de regra, pois o ABO, por exemplo, não tem título. O título é inverso da máxima diluição em que ocorre a aglutinação Exemplo: amostra foi testada in natura com resultado positivo. Para saber o grau de positividade é preciso pegar o soro e fazer diluições seriadas: ½, ¼, 1/8, 1/16 (o denominador da fração está sempre sendo multiplicado por 2). Ao verificar que aglutinou em ½, ¼ e 1/8, mas no 1/16 não aglutinou, nesse caso, o título da reação será o inverso da última diluição que foi positiva, ou seja, o título é 1/8, já que a diluição foi em 8 vezes Hemácias como Ag: tipagem de grupos sanguíneos do sistema ABO e Rh e a reação de Paul-Bunnel-Davidson (diagnóstico da mononucleose). Na doença mononucleose, o indivíduo possui anticorpos da classe IgM que podem ser identificados ao aglutinar as hemácias através do método de aglutinação direta. Ag íntegros ou fragmentados de microrganismos: teste de Wright (brucelose), o teste de Weil- Felix (riquetsiose) e aglutinação para leptospirose, toxoplasmose e tripanossomíase. No laboratório, para saber qual o grupo sanguíneo, é preciso testar as hemácias com o soro anti-A e anti-B. O resultado se dará conforme a tabela a seguir: É o principal exemplo da aglutinação direta. Os indivíduos que são membros do grupo A terão na sua hemácia os antígenos classificados no grupo A. Eles produzem naturalmente anticorpos contrários ao grupo B. No grupo B, os indivíduos terão o anticorpo A e o antígeno B. No grupo AB, há os antígenos A e B sem a presença de anticorpos. Por último, o grupo O é a ausência de antígenos na superfície da B, logo se produz os anticorpos contra A e B. Grupo ABOGrupo ABO O mesmo tipo de teste serve para saber o RH. Se o paciente tem o antígeno R e não tem o anticorpo, significa que o RH é positivo. Mas, se não há o antígeno nem o anticorpo, significa que o RH é negativo. Para o grupo RH, não há produção natural espontânea de anticorpo. Essa é uma especificidade do RH: o anticorpo só será produzido quando o organismo entra em contato com uma hemácia que possua o antígeno RH, ou seja, se for sensibilizado. Obs.: O antígeno D é o principal do grupo RH e corresponde a 80% dos antígenos que formam esse sistema. Por isso, é possível falar em grupo RH ou anti- D como sinônimo. Inibição de hemaglutinaçãoInibição de hemaglutinação diretadireta Realizada para pesquisa de Ac contra determinados Ag virais capazes de, espontaneamente, aglutinar hemácias. Esse teste é bem específico. Alguns vírus, quando entram em contato com as hemácias humanas, espontaneamente as aglutinam. Se o paciente tem o vírus, ele produz anticorpos contra eles, por isso, para saber se ele tem os anticorpos, é preciso pegar o soro do paciente e incubar com o vírus por, aproximadamente, 1 hora. Ocorrendo o que a imagem especifica: A formação de um tapete no fundo da placa de 96 poços é um resultado negativo para a presença de anticorpos. Ausência de hemaglutinação: resultado POSITIVO para a presença do vírus. Ou seja, os anticorpos impediram os vírus de fazerem a hemagutinação. Quando os Ac (IgG ou IgM) estão presentes, revestem as partículas virais, impedindo a hemaglutinação espontânea. Se o paciente não tem o anticorpo pesquisado, o vírus aglutina todas as hemácias, formando o tapete no fundo do poço, dando um resultado negativo. Obs.: Exemplo de vírus hemaglutinantes: rubéola, sarampo, influenza. A formação de botão indica o resultado positivo para a presença do anticorpo pesquisado contra um determinado vírus Na aglutinação indireta ou passiva, a molécula usada como base para a aglutinação é sintética ou biológica com a adsorção de um antígeno que não é natural dela. As partículas inertes (látex, poliestireno etc.) ou células (hemácias, microrganismos) são sensibilizadas com Ag solúveis. As hemácias são um dos melhores suportes de antígenos, tendo um grande número de antígenos que podem ser ligados a sua superfície de forma bastante sensível. Por isso, muitas vezes, é melhor usá-la do que uma partícula inerte. Adsorção passiva: antígenos polissacarídios. No processo, a partícula de látex é deixada em contato com o antígeno e, espontaneamente, acontece a ligação. Adsorção via agentes químicos: antígenos proteicos. No processo, a adsorção é forçada com a ajuda de agentes químicos. Conjugação do Ag por ligações covalentes: o antígeno é ligado por ligações covalentes. Devido à presença de uma grande diversidade de Ag que podem se ligar às células ou partículas, no método de aglutinação indireta, a aplicação dos testes de aglutinação passiva é muito variada: Toxoplasmose, Chagas, Fator Reumatoide, ASLO, PCR, Sífilis Aglutinação indireta ouAglutinação indireta ou passivapassiva A imagem com número 5 é um resultado negativo para o fator reumatoide, enquanto a de número 6 demonstra um resultado positivo A pesquisa de Ac (IgG ou IgM) específicos é feita com diluições seriadas do Ac, frente a uma quantidade constante de Ag. O resultado, normalmente, é expresso em título do Ac, ou seja, inverso da máxima diluição em que ocorre a aglutinação. Se o último resultado positivo foi a diluição em 16 vezes, o título será de 1/16, por exemplo. Fator Reumatoide é um anticorpo que ataca os anticorpos naturais. Ele é da classe IgM, logo é pentamérico e liga-se a porção Fc das moléculas dos anticorpos IgG naturais. Ele aparece, principalmente, em doenças autoimunes, reumáticas, processos infecciosos, degenerativos, entre outros. Quando a IgM é adsorvida na superfície do látex com o soro do paciente para reagir (com IgG), a IgM vai ligar-se à porção Fc da IgG e formar a aglutinação, dando um resultado positivo para o teste. Exemplo: em uma molécula de látex foi agregado um antígeno. A pesquisa é para saber se no soro do paciente há o antígeno de superfície da hepatite B. Primeiro, incuba-se o soro do paciente com o antígeno anti-HBS. Se, no soro do paciente, há o antígeno B, vai haver a ligação. Quando isso for incubado com o látex contendo o antígeno na sua superfície, nada vai acontecer, porque os anticorpos já estãoocupados pelos antígenos do soro do paciente. O grau de inibição relaciona-se com a quantidade do Ag presente na amostra e com a afinidade pelos sítios de combinação do Ac. A ausência de hemaglutinação: resultado POSITIVO para a presença dos antígenos. Obs.: Exemplo da inibição da hemaglutinação indireta: HbsAg. Inibição de hemaglutinaçãoInibição de hemaglutinação indireta ou passivaindireta ou passiva A única diferença entre a inibição da hemaglutinação direta com a indireta é a partícula. Na forma indireta, é realizada para pesquisa de Ag que competem com o Ag adsorvido no suporte pela ligação aos Ac adicionados. MicrofloculaçãoMicrofloculação Esse é um método para testar a presença dos anticorpos para Sífilis. É um teste de aglutinação de cristais de colesterol, descoberto pelo VDRL (venereal disease research laboratory). Consiste no emprego de cristais de colesterol sensibilizados com lecitina e cardiolipina (molécula de natureza lipídica e muito semelhante ao material genético da bactéria causadora da sífilis) para a pesquisa de Ac na sífilis. Positivo: formação de flóculos. Se o paciente está contaminado com Sífilis, há a produção dos anticorpos que serão enganados quando entram em contado com a cardiolipina, achando que elas são uma porção lipídica do treponema pallidum. A formação dos imunocomplexos vão formar uma molécula insolúvel que irá flocular. A formação dos flóculos indica um teste positivo para VDRL Negativo: aspecto homogêneo e sem agregados. Há a presença de uma “areia” bem fina, porque a cardiolipina, devido ao cristal de colesterol, acaba sendo visível a olho nu, mas é muito menor que no resultado positivo
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