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Tórax e dorso Anatomia TÓRAX Considerações gerais • Tórax = parte do tronco situada entre o pescoço e o abdômen • Peito: parte superior do tronco, mais larga na parte superior em razão dos cíngulos dos membros superiores (clavículas e escápulas), sendo a musculatura peitoral e escápulas • Cavidade torácica: a parede da cavidade torácica é relativamente fina e tem quase a mesma espessura de seu esqueleto; dividida em três espaços principais: a) Compartimento central (mediastino): aloja as vísceras torácicas, com exceção dos pulmões b) Cavidade pulmonar direita c) Cavidade pulmonar esquerda • Caixa torácica: costelas e cartilagens costais; sustentada pelo esterno e pelas vértebras torácicas; o assoalho (diafragma) apresenta uma invaginação inferior profunda (é empurrado para cima) causada pelas vísceras da cavidade abdominal, por isso, aproximadamente a metade inferior da parede torácica circunda e protege as vísceras abdominais • Principais órgãos dos sistemas respiratório e circulatório • A maior parte da cavidade torácica é ocupada pelos pulmões, sendo o restante ocupado pelo coração e pelas estruturas associadas à condução do ar e do sangue que entram e saem dos pulmões • As mamas estão localizadas sobre a parede torácica e costumam ser dissecadas junto com ela Parede torácica • Caixa torácica, os músculos que se estendem entre as costelas, a pele, a tela subcutânea, os músculos e a fáscia que revestem a face anterolateral (quando cobrem a face posterior, são pertencentes ao dorso) • Os Mm. toracoapendiculares anterolaterais que cobrem a caixa torácica e formam o leito da mama estão situados na parede torácica e podem ser considerados parte dela, mas em termos de função e inervação são claramente Mm. dos membros superiores • Funções: proteção dos órgãos contra forças externas; resistência às pressões internas negativas geradas pela retração elástica dos pulmões e pelos movimentos inspiratórios; fixação dos membros superiores e sustentação do seu peso; fixação (origem) de muitos Mm. que movimentam e mantêm a posição dos membros superiores em relação ao tronco; fixação para os Mm. do abdome, do pescoço, do dorso e da respiração • A pequena espessura da caixa torácica e a flexibilidade das costelas permitem a absorção de muitos choques e compressões externas sem fratura e a modificação do formato para permitir a respiração • O tórax é uma das regiões mais dinâmicas do corpo Esqueleto da parede torácica • Caixa torácica osteocartilagínea → protege as vísceras torácicas e alguns órgãos abdominais • 12 pares de costelas, 12 vértebras torácicas e os discos intervertebrais (IV) interpostos entre elas, além do esterno Costelas, cartilagens costais e espaços intercostais • Costelas: ossos planos e curvos que formam a maior parte da caixa torácica; muito leves, porém têm alta resistência; • Três tipos de costelas: 1- Costelas verdadeiras (vertebroesternais): I a VII; fixam-se diretamente ao esterno por meio de suas próprias cartilagens 2- Costelas falsas (vertebrocondriais): VIII, IX e, às vezes, X; suas cartilagens unem-se à cartilagem das costelas acima delas (a conexão com o esterno é indireta) 3- Costelas flutuantes (vertebrais, livres): XI, XII e, às vezes, X; suas cartilagens rudimentares não têm conexão, nem mesmo indireta, com o esterno (terminam na musculatura abdominal posterior) • Componentes das costelas típicas (III a IX): - Cabeça da costela: cuneiforme; duas faces articulares, separadas pela crista da cabeça, uma para articulação com a vértebra de mesmo número e outra para a vértebra superior a ela - Colo da costela: une a cabeça ao corpo no nível do tubérculo - Tubérculo da costela: entre a junção do colo e do corpo; uma face articular lisa articula-se com o processo transverso da vértebra correspondente e uma face não articular rugosa é o local de fixação do ligamento costotransversário - Corpo da costela (diáfise): fino, plano e curvo, principalmente no ângulo da costela, onde faz uma curva anterolateral, o qual marca o limite lateral de fixação dos Mm. profundos do dorso às costelas; a face interna côncava exibe um sulco da costela, paralelo à margem inferior, que oferece alguma proteção para o nervo e os vasos intercostais • As costelas atípicas possuem elementos que as distinguem e as tornam singulares - Costela I: mais larga, com corpo quase horizontal, mais curta e mais curva das 7 costelas verdadeiras; uma única face articular em sua cabeça para articulação apenas com a vértebra T1 e dos sulcos transversais na face superior, separados pelo tubérculo do músculo escaleno anterior, para os vasos subclávios - Costela II: corpo mais fino, menos curvo e mais alongado que a costela I; a cabeça tem duas faces para articulação com os corpos das vértebras T1 e T2; área rugosa na face superior, a tuberculosidade do músculo serrátil anterior - Costelas X a XIII: apenas uma face articular em suas cabeças e articulam-se apenas com uma vértebra - Costelas XI a XII: curtas e não têm colo nem tubérculo • Cartilagens costais: prolongam as costelas anteriormente; contribuem para a elasticidade da parede torácica (fixação flexível); aumentam em comprimento da costela I a VII, e depois diminuem gradualmente; 7 primeiras: fixação direta e independente ao esterno; as costelas VIII, IX e X articulam-se com as cartilagens costais imediatamente superiores a elas, formando uma margem costal cartilaginosa, articulada e contínua; as das XI e XII formam projeções sobre as extremidades anteriores dessas costelas e não alcançam nem se fixam a nenhum outro osso ou cartilagem; as das I a X fixam a extremidade anterior da costela ao esterno, limitando seu movimento geral enquanto a extremidade posterior gira ao redor do eixo transversal da costela • Espaços intercostais: separam as costelas e suas cartilagens costais; denominados de acordo com a costela que forma a margem superior do espaço; existem 11 EIC e 11 nervos intercostais; ocupados por músculos e membranas intercostais e dois conjuntos (principal e colateral) de vasos sanguíneos e nervos intercostais, identificados pelo mesmo número atribuído ao espaço; espaço subcostal: espaço abaixo da costela XII, sendo o ramo anterior do nervo espinal T12 chamado de nervo subcostal; mais largos anterolateralmente, e alargam-se ainda mais durante a inspiração; podem ser ainda mais alargados por extensão e/ou flexão lateral da coluna vertebral torácica para o lado oposto Vértebras torácicas • A maioria é típica por ser independente, ter corpos, arcos vertebrais e sete processos para conexões musculares e articulares • Aspectos característicos: a) Fóveas costais bilaterais (hemifóveas) nos corpos vertebrais: pares (inferior e superior); articulação com aa cabeças das costelas b) Fóveas costais dos processos transversos: articulação com os tubérculos das costelas, exceto nas 2 ou 3 vértebras torácicas inferiores c) Processos espinhosos longos: possuem inclinação inferior • Fóveas costais superiores e inferiores: pequenas hemifóveas; superfícies pares bilaterais e planas nas margens posterolaterais superiore e inferior dos corpos de vértebras torácicas típicas (T2 a T9); dispostas em pares nas vértebras adjacentes, ladeando um disco IV interposto; duas hemifóveas emparelhadas e a margem posterolateral do disco IV existente entre elas formam uma única cavidade para receber a cabeça da costela de mesmo no à vértebra inferior • As vértebras torácicas atípicas têm fóveas costais inteiras no lugar de hemifóveas: - T1: não há hemifóveas na vértebra C VIII acima e a costela I articula-se apenas com a T1, que tem uma (hemi)fóvea costal inferior típica - T10: apenas um par bilateral de fóveas costais (inteiras), localizadas em parte no corpo e em parte no pedículo - T11 e T12: apenas um par de fóveas costais (inteiras), localizadasem seus pedículos • Processos espinhosos: se projetam dos arcos das vértebras torácicas típicas; longos e inclinados inferiormente, superpondo-se às vértebras situada abaixo; cobrem os intervalos entre as lâminas das vértebras adjacentes, impedindo a penetração de objetos cortantes no canal vertebral e a lesão da medula espinal • Processos articulares superiores: suas faces convexas estão voltadas principalmente em sentido posterior e ligeiramente lateral • Processos articulares inferiores: suas faces côncavas estão voltadas principalmente em sentido anterior e ligeiramente medial • Os planos articulares bilaterais entre as respectivas faces articulares das vértebras torácicas adjacentes formam um arco, cujo centro está em um eixo de rotação no corpo vertebral, tornando possível a ocorrência de pequenos movimentos rotatórios entre vértebras adjacentes, limitados pela caixa torácica fixada às vértebras Esterno • Osso plano e alongado que forma a região intermediária da parte anterior da caixa torácica • Sobrepõe-se diretamente às vísceras do mediastino em geral e as protege • Três partes: manúbrio, corpo e processo xifoide, as quais, em adolescentes e adultos jovens, são unidas por articulações cartilagíneas (sincondroses) que se ossificam em torno da meia idade • Manúbrio: parte mais larga; centro côncavo facilmente palpável chamado de incisura jugula (incisura supraesternal) que é aprofundada pelas extremidades esternais (mediais) das clavículas, as quais são muito maiores do que as incisuras claviculares relativamente pequenas no manúbrio que as recebem, formando as articulações esternoclaviculares (EC); a sincrondrose da primeira costela é uma cartilagem costal que, inferolateralmente à incisura clavicular, liga a costela I à margem lateral do manúbrio; a sínfise manubriesternal liga o manúbrio e o corpo do esterno, formando um ângulo do esterno (de Louis) saliente • Corpo do esterno: está no nível das vértebras T5 a T9; sua largura varia devido aos entalhes em suas margens laterais pelas incisuras costais; em pessoas jovens, pode-se ver 4 segmentos primordiais do esterno que articulam-se entre si por articulações cartilagíneas primárias (sincondroses esternais), que começam a se fundir a partir da extremidade inferior entre a puberdade e os 25 anos; a face anterior é marcada em adultos por 3 cristas transversais variáveis que representam as linhas de fusão (sinostose) dos 4 segmentos originalmente separados • Processo xifoide: sua extremidade inferior situa-se no nível da vértebra T10; forma variável; cartilagíneo em pessoas jovens, porém mais ou menos ossificado em adultos acima de 40 anos; pode fundir-se ao corpo do esterno em idosos; ponto de referência, pois: - A sínfise xifoesternal (junção com o corpo do esterno) indica o limite inferior da parte central da cavidade torácica projetado sobre a parede anterior do corpo e, além de ser o local do ângulo infraesternal (ângulo subcostal) da abertura inferior do tórax - Referência mediana para o limite superior do fígado, centro tendíneo do diafragma e margem inferior do coração Aberturas do tórax Abertura superior • Comunicação com o pescoço e os membros superiores • Limites: - Posterior: vértebra T1 - Lateral: 1o par de costelas e suas cartilagens costais - Anterior: margem superior do manúbrio • Estruturas: traqueia, esôfago, nervos e vasos que suprem e drenam a cabeça, o pescoço e os membros superiores • Diâmetros no adulto: 6,5 cm (anteroposterior) x 11 cm (transversal); com inclinação anteroinferior Abertura inferior • Forma o anel de origem do diafragma, que fecha toda a abertura • Limites: - Posterior: vértebra torácica XII - Posterolateral: 11o e 12o pares de costelas - Anterolaterais: cartilagens costais unidas por costelas VII a X, firmando as margens costais - Anterior: articulação xifoesternal • Maior, tem contorno irregular e é oblíqua porque a parede torácica posterior é mais longa do que a anterior • As estruturas que passam do tórax para o abdome ou vice-versa atravessam aberturas no diafragma ou passam posteriormente a ele • Sua dimensão não pode ser medida com certeza Articulações da parede torácica • Todo distúrbio que diminui a mobilidade das articulações torácicas interfere na respiração • Articulações intervertebrais: entre os corpos das vértebras adjacentes; unidas por ligamentos longitudinais e discos intervertebrais Articulações costovertebrais • Articulações das cabeças das costelas: a cabeça da costela articula-se com a fóvea costal superior da vértebra correspondente (de mesmo número), a fóvea costal inferior da vértebra superior a ela e o disco IV adjacente que une as duas vértebras; a crista da cabeça da costela fixa- se ao disco IV por um ligamento intra- articular da cabeça da costela na articulação, dividindo o espaço intra-articular em dias cavidades sinoviais; a membrana fibrosa da cápsula articular é mais forte na parte anterior, onde forma um ligamento radiado da cabeça da costela que se abre em leque da margem anterior da cabeça da costela até as laterais dos corpos de duas vértebras e o disco IV entre ela; a união entre as cabeças das costelas e os corpos vertebrais permite apenas leves movimentos de deslizamentos nas (hemi)fóveas das articulações das cabeças das costelas • Articulações costotransversárias: os ligamentos laterais às partes posteriores (arcos vertebrais) das vértebras reforçam e limitam os movimentos dessas articulações, que têm apenas cápsulas articulares finas; os ligamentos costotransversário (colo da costela → processo transverso) e costrotransversário lateral (tubérculo da costela → extremidade do processo transverso) fortalecem as faces anterior e posterior da articulação, respectivamente; o ligamento costotransversário superior une a crista do colo da costela ao processo transverso superior a ela, sendo a abertura entre ele e a vértebra a passagem do N. espinal e do ramo posterior da A. intercostal, podendo esse ligamento ser dividido em uma parte costotransversária anterior forte e uma parte costotransversária posterior fraca; movimento em alavanca de bomba e movimento em alça de balde Articulações esternocostais • O 1º par de cartilagens costais articula-se com o manúbrio do esterno por meio de uma camada fina e densa de fibrocartilagem muito aderente, interposta entre a cartilagem e o manúbrio, a sincondrose da primeira costela • O 2o–7o pares de cartilagens costais articulam-se com o esterno nas articulações sinoviais, com faces articulares fibrocartilagíneas nas faces condral e esternal, que permitem o movimento durante a respiração, sendo que suas fracas cápsulas articulares apresentam espessamento nas partes anterior e posterior para formar ligamentos esternocostais radiados, que continuam como faixas membranáceas largas e finas desde as cartilagens costais até as faces anterior e posterior do esterno, formando um revestimento semelhante a feltro para esse osso Movimentos da parede torácica • Inspiração: aumento do volume intratorácico e dos diâmetros do tórax; diminuição da pressão intratorácica e aumento da pressão intra- abdominal; aumento da dimensão vertical (altura) da parte central da cavidade torácica devido à compressão das vísceras abdominais por causa da contração do diafragma • Expiração: diminuição do volume intratorácico e dos diâmetros do tórax; aumento da pressão intratorácica e diminuição da pressão intra- abdominal; a dimensão vertical retorna à posição neutra enquanto a retração elástica dos pulmões produz pressão subatmosférica nas cavidades pleurais, entre os pulmões e a parede torácica, por isso e pela ausência de resistência às vísceras previamente comprimidas, as cúpulas do diafragma ascendem, diminuindo a dimensão vertical; movimento passivo • A contração dos Mm. intercostais aumenta muitoa dimensão AP do tórax e aumenta um pouco a dimensão transversal do tórax • Movimento em alavanca de bomba: movimento das costelas, principalmente II a VI, nas articulações costovertebrais ao redor de um eixo que atravessa os colos das costelas, causando elevação nas suas extremidades anteriores e movimento AP do esterno, sobretudo de sua extremidade inferior com pequeno movimento da sínfise manubriesternal em jovens, nos quais ainda não houve sinostose da articulação. • Movimento em alça de balde: a contração dos Mm. intercostais aumenta um pouco a dimensão transversal do tórax, elevando a parte média (partes mais laterais) das costelas (principalmente as inferiores) • A associação de todos esses movimentos causa deslocamento anterior, superior e lateral da caixa torácica Músculos da parede torácica • Músculos toracoapendiculares: estendem- se da caixa torácica (esqueleto axial) até os ossos do membro superior (esqueleto apendicular); atuam principalmente nos membros superiores, mas, alguns deles, inclusive os Mm. peitoral maior e peitoral menor e a parte inferior do M. serrátil anterior, também atuam como músculos acessórios da respiração; os Mm. escalenos do pescoço, que descem das vértebras do pescoço até as costelas I e II, atuam principalmente na coluna vertebral, podendo também atuar como Mm. respiratórios acessórios • Verdadeiros músculos da parede torácica: serrátil posterior, levantadores das costelas, subcostais e transverso do tórax • M. serrátil posterior: “músculo da inspiração”; atualmente, acredita-se que sua função principal seja proprioceptiva; dor crônica nas síndromes de dor miofascial (principalmente o superior) - M. serrátil posterior superior: acreditava- se que elevava as 4 costelas superiores, aumentando o diâmetro AP do tórax e elevando o esterno - M. serrátil posterior inferior: acreditava- se que deprimia as costelas inferiores, impedindo que fossem puxadas superiormente pelo diafragma • Mm. levantadores das costelas: 12 em forma de leque; podem ter um papel no movimento vertebral e/ou na propriocepção • Mm. intercostais: ocupam os espaços intercostais; respiração forçada; durante a respiração, dão sustentação ao EIC, resistindo ao movimento paradoxal, sobretudo durante a inspiração; se dividem em externos e internos - Mm. intercostais externos: 11 pares; ocupam os EIC desde os tubérculos das costelas posteriormente até as junções costocondrais anteriormente; na parte anterior, as fibras musculares são substituídas pelas membranas intercostais externas; seguem inferoanteriormente da costela acima até a costela abaixo; cada músculo tem fixação superior à margem inferior da costela acima e inferior à margem superior da costela abaixo; têm continuidade inferior com os Mm. oblíquos externos na parede anterolateral do abdome; mais ativos durante a inspiração - Mm. intercostais internos: 11 pares; seguem profundamente e perpendicularmente aos intercostais externos; as fibras seguem em direção inferoposterior desde os assoalhos dos sulcos costais até as margens superiores das costelas inferiores a eles; fixam-se aos corpos das costelas e a suas cartilagens costais; na parte posterior entre as costelas, são substituídos pelas membranas intercostais internas; os inferiores são contínuos com os Mm. oblíquos internos na parede anterolateral do abdome; mais ativos durante a expiração - Mm intercostais íntimos: partes mais profundas dos intercostais internos, sendo separados deles por nervos e vasos intercostais; passam entre as faces internas de costelas adjacentes e ocupam as partes mais laterais dos espaços intercostais • Mm. subcostais: tamanho e formato variáveis; geralmente bem desenvolvidos apenas na parede inferior do tórax; estendem-se da face interna do ângulo de uma costela até a face interna da 2a ou 3a costela inferior a ela; cruzando um ou dois espaços intercostais, seguem na mesma direção que os intercostais internos e se unem a eles • Mm. transversos do tórax: 4 ou 5 alças que se irradiam em sentido superolateral a partir da face posterior da parte inferior do esterno; a parte inferior é contínua com os mm. transversos do abdome na parede anterolateral do corpo; função expiratória fraca; fornecem informações proprioceptivas • Diafragma: parede comum que separa o tórax e o abdome; sua função mais importante é servir com principal músculo da inspiração • O principal papel dos músculos intercostais na respiração é dar sustentação ao espaço intercostal, resistindo ao movimento paradoxal, sobretudo durante a inspiração, quando as pressões torácicas internas são mínimas Fáscia da parede torácica • Cada parte da fáscia localizada profundamente recebe o nome do músculo que reveste ou da(s) estrutura(s) à(s) qual(is) está fixada • Uma grande parte da fáscia muscular sobreposta à parede anterior do tórax é chamada de fáscia peitoral por sua associação com os músculos peitorais maiores • A caixa torácica é revestida internamente pela fáscia endotorácica Nervos da parede torácica • Os 12 pares de nervos espinais torácicos suprem a parede torácica • Os ramos anteriores dos nervos T1-T11 formam os nervos intercostais que seguem ao longo dos espaços intercostais • O ramo anterior do nervo T12, que segue inferiormente à costela XII, é o nervo subcostal • Os ramos posteriores dos nervos espinais torácicos seguem em sentido posterior, imediatamente laterais aos processos articulares das vértebras, para suprir as articulações, os Mm. profundos e a pele do dorso na região torácica Nervos intercostais atípicos • O ramo anterior do 1º nervo torácico (T1) divide-se em uma grande parte superior e uma pequena parte inferior • A parte superior une-se ao plexo branquial, o qual inerva o membro superior, e a parte inferior torna-se o 1º nervo intercostal • Outras características atípicas de nervos intercostais específicos incluem: - O 1º e o 2º seguem na face interna das costelas I e II - O 1º não ter ramo cutâneo e muitas vezes não tem ramo cutâneo lateral, o qual, quando presente, inerva a pele da axila e pode comunicar-se com o nervo intercostobranquial ou com o nervo cutâneo medial do braço - o 2º (e algumas vezes o 3º) dá origem ao nervo intercostobranquial (ramo cutâneo lateral), o qual geralmente supre o assoalho (pele e tela subcutânea) da axila e depois se comunica com o nervo cutâneo medial do braço para suprir as faces medial e posterior do braço; o ramo cutâneo lateral do 3º nervo intercostal costuma dar origem a um segundo nervo intercostobranquial - Os 7º ao 11º dão origem aos ramos cutâneos laterais e, posteriormente, continuam para suprir a pele e os Mm. abdominais, sendo os nervos toracoabdominais da parede anterior do abdome Vasculatura da parede torácica Artérias da parede torácica • A irrigação provém da: parte torácica da aorta, artéria subclávia e artéria axilar • Artérias intercostais: atravessam a parede torácica entre as costelas; com exceção do 10º e do 11º EIC, cada um deles é irrigado por 3 artérias: uma grande intercostal posterior (e seu ramo colateral) e um pequeno par de intercostais anteriores • Artérias intercostais posteriores: - 1º ao 2º EIC: originam-se de artérias intercostais suprema (superior), ramo do tronco costocervical da artéria subclávia - 3º ao 11º EIC e Aa. subcostais do espaço subcostal: originam-se posteriormente da parte torácica da aorta (trajeto mais longo do lado esquerdo que do direito) - Emitem um ramo posterior que acompanha o ramo posterior do N. espinal para suprir a medula espinal, a coluna vertebral, os Mm. do dorso e a pele - Dão origem a um pequeno ramo colateral que cruza o EIC e segue ao longo da margem superior da costela - Acompanham os Nn. intercostais através dos EIC - Têm ramos terminais e colaterais que se anastomosam anteriormente com as Aa. intercostais anteriores • Artérias torácicasinternas: - Originam-se da base do pescoço, na face inferior das primeiras partes das Aa. subclávias - Descem até o tórax posteriormente à clavícula e à 1ª cartilagem costal - São cruzadas perto de suas origens pelo N. frênico ipsilateral - Entre as faixas do Mm. transverso do tórax, a artéria toca a pleura parietal posteriormente - Terminam no 6º EIC dividindo-se nas Aa. epigástrica superior e musculofrênica - São origem às Aa. intercostais anteriores, que suprem os 6 EIC superiores • Artérias intercostais anteriores: - Irrigam as partes superiores dos 9 EIC superiores - Seguem lateralmente no EIC - Nos 7º-9º EIC, derivam das Aa. musculofrênicas, também ramos das Aa. torácicas internas - Irrigam os Mm. intercostais e enviam ramos para suprir os Mm. peitorais, as mamas e a pele Veias da parede torácica • Veias intercostais: acompanham as artérias e os nervos intercostais; posição superior nos sulcos das costelas • Há 11 Vv. intercostais posteriores e 1 veia subcostal de cada lado • As Vv. Intercostais posteriores anastomosam-se com as Vv. Intercostais anteriores • À medida que se aproximam da coluna vertebral, as Vv. intercostais posteriores recebem um afluente posterior, que acompanha o ramo posterior do N. espinal daquele nível, e uma veia intervertebral que drena os plexos venosos vertebrais associados à coluna vertebral • Da 4ª a 11ª V. intercostal posterior termina no sistema venosos ázigo/hemiázigo, que conduz o sangue venoso até a V. cava superior (VCS) • As Vv. intercostais posteriores do 1º EIC costumam entrar diretamente nas Vv. braquiocefálicas direita e esquerda • As Vv. intercostais posteriores do 2º e do 3º (e às vezes 4º) EIC unem-se para formar um tronco, a veia intercostal superior • A veia intercostal superior direita é tipicamente a última tributária da veia ázigo, antes de sua entrada na VCS • A veia intercostal superior esquerda geralmente drena para a veia braquiocefálica esquerda, geralmente recebendo as veias bronquiais esquerdas e a V. pericardicofrênica, além disso, a comunicação com a veia hemiázigo acessória é comum • As veias torácicas internas são as veias acompanhantes das Aa. torácicas internas DORSO Considerações gerais • Dorso: face posterior do tronco, inferior ao pescoço e superior à nádegas; inclui pele e tecido subcutâneo, músculos, coluna vertebral, costelas (na região torácica), medula espinal e meninges, vários nervos e vasos segmentares • Coluna vertebral: formada pelo conjunto das vértebras e dos discos intervertebrais; esqueleto do pescoço e do dorso; principal parte do esqueleto axial; estende-se do crânio até o ápice do cóccix; protege a medula espinal e os nervos espinais, sustenta o peso do corpo superior no nível da pelve, garante um eixo parcialmente rígido e flexível para o corpo e uma base alargada sobre a qual a cabeça está posicionada e gira, tem um papel importante na postura e na locomoção Vértebras • São 33: 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccígeas • As 5 vértebras sacrais estão fundidas nos adultos formando o sacro e, após os 30 anos, as 4 vértebras coccígeas se fundem para formares o cóccix • Ângulo lombossacral: já junção da coluna vertebral com o sacro • As vértebras são os ossos que formam a coluna vertebral, as quais são separadas por discos intervertebrais elásticos e se articulam nas articulações dos processos articulares (zigapofisárias), que facilitam e controlam a flexibilidade da coluna vertebral Estrutura e função das vértebras • Vértebra típica: um corpo vertebral, um arco vertebral e 7 processos • Corpo vertebral: parte anterior do osso, de maiores proporções, aproximadamente cilíndrica, que confere resistência à coluna vertebral e sustenta o peso do corpo; formado por osso trabecular (esponsojoso) vascularizado, revestido por uma fina camada externa de osso compacto • Osso trabecular: rede que consiste principalmente em trabéculas verticais altas entrecruzadas com trabéculas horizontais curtas • Os espaços entre as trabéculas são ocupados por medula óssea vermelha • Um ou mais forames grandes na face posterior do corpo vertebral abrigam as veias basivertebrais que drenam a medula óssea • Discos de cartilagem hialina (“placas terminais” vertebrais), que são remanescentes do modelo cartilaginoso a partir do qual se desenvolve o osso • Na periferia do osso está fundido um anel ou margem epifisial de osso liso, derivada de uma epífise anular • As epífises superior e inferior geralmente se unem à região central, o centro primário de ossificação da massa central do corpo vertebral no início da vida adulta • Arco vertebral: situado posteriormente ao corpo; dois pedículos e lâminas (esquerdos e direitos) • Os pedículos são processos cilíndricos sólidos e curtos que se projetam posteriormente do corpo vertebral para encontrar duas placas de osso largas e planas, denominadas lâminas, que se unem na linha mediana posterior • Arco vertebral + face posterior do corpo = forame vertebral → sucessão de forames: canal vertebral → contém a medula espinal e as raízes dos nervos espinais • Incisuras vertebrais: entalhes vistos lateralmente nas vértebras acima e abaixo de cada pedículo entre os processos articulares superiores e inferiores posteriormente e as projeções do corpo anteriormente • As incisuras vertebrais superiores e inferiores das vértebras adjacentes e os discos que as unem formam os forames intervertebrais, através dos quais os Nn. espinais emergem da coluna vertebram e onde os gânglios sensitivos espinais (raiz posterior) estão localizados • OS 7 processos que se originam do arco vertebral de uma vértebra comum: - Um processo espinhoso mediano - Dois processos transversos - Quatro processos articulares – 2 superiores e 2 inferiores – casa um deles apresentando uma face articular Características regionais das vértebras Vértebras cervicais • Formam o esqueleto do pescoço • A espessura relativa dos discos intervertebrais, a orientação quase horizontal das faces articulares e a pequena massa corporal adjacente dão à região cervical a maior amplitude e variedade de movimento de todas as regiões vertebrais • O atributo mais característico é o forame transversário oval no processo transverso, atravessados pelas artérias e veias vertebrais, exceto em C VII, que possui forames menores que dão passagem apenas para pequenas veias acessórias • Os processos transversos das vértebras cervicais terminam lateralmente em um tubérculo anterior e um posterior, os quais são fixação a um grupo de músculos cervicais laterais • Os ramos anteriores dos Nn. espinais cervicais seguem inicialmente sobre os processos transversos nos sulcos do nervo espinal entre os tubérculos • Os tubérculos anteriores da C6 são chamados de tubérculos caróticos porque as Aa. carótidas comuns podem ser comprimidas nesse local, no sulco entre o tubérculo e o corpo, para controlar o sangramento desses vasos • Vértebras típicas: C III a C VII; grandes forames vertebrais para acomodar a intumescência cervical da medula espinal em consequência do papel dessa região na inervação dos MMSS • A margem superolateral elevada é o unco do corpo da vértebra • Os processos espinhosos das vértebras C II e C VI são curtos e podem ser bífidos (homens brancos) • C VII é caracterizada por um processo espinhoso longo, por isso é chamada de vértebra proeminente • Vértebras atípicas: - C I ou atlas: não tem corpo nem processo espinhoso; tem um par de massas laterais que ocupam o lugar de um corpo, de onde se originam os processos transversos; as faces articulares superiores das massas laterais articulam-se com os côndilos occipitais nas laterais do forame magno; os arcos anterior e posterior, cada um possuindo um tubérculo no centro de sua face externa, estendem-se entre as massas laterais, formando um anel completo;o arco posterior (lâmina) tem um largo sulco da artéria vertebral em sua face superior - C II ou áxis: tem duas grandes faces planas de sustentação, as faces articulares superiores, sobre as quais gira o atlas; possui um dente rombo, que se projeta do seu corpo para cima, situando-se anteriormente à medula espinal e servindo como eixo em torno do qual ocorre a rotação da cabeça; o dente é mantido em posição contra a face posterior do arco anterior do atlas pelo ligamento transverso do atlas, o qual se estende de uma massa lateral do atlas até outra, passando entre o dente e a medula espinal, formando a parede posterior do “bocal” que recebe o dente, impedindo que ocorram deslocamentos que possam comprometer a parte do forame da C I que dá passagem à medula espinal; possui um grande processo espinhoso bífido que pode ser palpado no sulco nucal Vértebras torácicas • Localizadas na parte superior do dorso • Local de fixação das costelas • Caracterizadas pelas fóveas costais para articulação com as costelas • T V a T VIII são típicas: processos articulares que se estendem verticalmente com duas faces articulares que definem um arco cujo centro é o disco intervertebral, permitindo a rotação e alguma flexão dessa região; a fixação da caixa torácica está associada à orientação vertical das faces articulares e aos processos espinhosos superpostos limita a flexão e a extensão, bem como a flexão e a extensão, bem como a flexão lateral • Vértebras atípicas: - T I a T IV → algumas características em comum com as cervicais - T I: processo espinhoso longo, quase horizontal; fóvea costal completa na margem superior de seu corpo para a 1ª costela e uma hemifóvea em sua margem inferior que contribui para formar a face articular para a costela II; - T XI a T XII → algumas características em comum com as lombares - T XII: possui processos mamilares (pequenos tubérculos); em sua metade superior, tem caráter torácico, apresentando fóveas costais e com processos articulares que permitem movimento basicamente giratório, enquanto na metade inferior tem caráter lombar, sem fóveas costais e com processos articulares que permitem apenas flexão e extensão; sujeita a estresses de transição, fazendo a ser fraturada com mais frequência Anatomia de superfície das vértebras cervicais e torácicas • A extremidade do processo espinhoso da C VII é a mais evidente na superfície, por isso ela recebe o nome de vértebra proeminente • O processo espinhoso da C II pode ser palpado profundamente na linha mediana posterior, inferiormente à protuberância occipital externa, uma projeção mediana situada na junção da cabeça com o pescoço • Os processos espinhosos bífidos curtos das vértebras C III a C V podem ser palpados no sulco nucal entre os músculos do pescoço, mas não é fácil palpá-los porque a lordose cervical os coloca profundamente à superfície da qual são separados pelo ligamento nucal • O processo espinhoso bífido da C VI é palpado com facilidade superiormente à extremidade visível do processo de C VII (vértebra proeminente) quando o pescoço é fletido • Durante a flexão do pescoço e do dorso, os processos espinhosos das vértebras torácicas superiores são visíveis e, se o indivíduo forma magro, surge uma crista contínua unindo suas extremidades, denominada de ligamento supraespinal • As extremidades dos processos espinhosos torácicos não indicam o nível dos corpos vertebras correspondentes porque se sobrepõem (situam-se no mesmo nível) à vertebra inferior • Quando o dorso não está fletido ou quando as escápulas não estão protraídas, as extremidades dos processos espinhosos torácicos situam-se profundamente a um sulco longitudinal mediano • Os processos transversos da C I podem ser percebidos lateralmente por palpação profunda entre os processos mastoides (proeminências dos ossos temporais posteriores às orelhas) e os ângulos das mandíbulas • O tubérculo carótico, o tubérculo anterior do processo transverso da C VI, pode ser suficientemente grande para ser palpável, sendo a artéria carótida situada anteriormente a ele Vértebras lombares • Têm corpos grandes, sendo responsáveis pela maior parte da espessura da região inferior do tronco no plano mediano • Seus processos articulares estendem-se verticalmente, com as faces articulares orientadas sagitalmente no início, mas passando a uma orientação mais coronal à medida que a coluna desce • Nas articulações superiores com orientação mais sagital, as faces voltadas lateralmente dos processos articulares inferiores da vértebra acima são “seguras” pelas faces voltadas medialmente dos processos superiores da vértebra abaixo, de modo que facilita a flexão e a extensão, permite a flexão lateral, mas impede a rotação • Os processos transversos projetam-se um pouco posterossuperiormente e lateralmente, tendo cada um, na face posterior da base, um pequeno processo acessório, que permite a fixação dos Mm. intertransversários • Na face posterior dos processos articulares superiores há processos mamilares que permitem a fixação dos Mm. multífidos e intertransversários do dorso • L V: caracterizada por seu corpo e processos transversos fortes; maior das vértebras móveis; sustenta o peso de toda a parte superior; seu corpo é bem mais alto anteriormente, por isso, é o principal responsável pelo ângulo lombossacral entre o eixo longitudinal da região lombar da coluna vertebral e o do sacro Sacro • Formado por 5 vértebras fundidas nos adultos • Forma o teto e a parede posterossuperior da metade posterior da cavidade pélvica • Garante resistência e estabilidade à pele e transmite o peso do corpo ao cíngulo do membro inferior, anel ósseo formado pelos ossos do quadril e do sacro, aos quais estão fixados os MMII • Canal sacral: continuação do canal vertebral; contém o feixe de raízes dos Nn. espinais originadas abaixo da L1, conhecido como cauda equina, que desce após o término da medula espinal; normalmente há 4 pares de forames sacrais para saída dos ramos posteriores e anteriores dos Nn. espinais (ant. > post.) • Base do sacro: face superior da S I; seus processos articulares superiores articulam-se com os processos articulares inferiores da L V; a margem projetada anteriormente ao seu corpo é o promontório da base do sacro; sua extremidade inferior afilada é o ápice do sacro • É inclinado, de forma que se articula com a L V no ângulo lombossacral • Face pélvica do sacro: lisa e côncava; 4 linhas transversas indicam onde houve fusão das vértebras sacrais • Face dorsal do sacro: rugosa, convexa e caracterizada por 5 cristas longitudinalmente proeminentes; a crista sacral mediana representa os processos espinhosos rudimentares fundidos das 3 ou 4 vértebras sacrais superiores; as cristas sacrais mediais representam os processos articulares fundidos; as cristas sacrais laterais são as extremidades dos processos transversos das vértebras sacrais fundidas • Hiato sacral: resulta da ausência de lâminas e do processo espinhoso S V e, às vezes, do S IV; leva ao canal sacral • Cornos sacrais: representam os processos articulares inferiores da SV; projetam-se inferiormente de cada lado do hiato sacral • Face articular = face lateral do sacro Cóccix • Formado pela fusão das 4 vértebras coccígeas rudimentares (pode ter 1 a mais ou a menos) • Co I: pode permanecer separada do grupo fundido; a maior e mais larga das vértebras coccígeas; seus processos transversos curtos estão unidos ao sacro e seus processos articulares rudimentares formam os cornos coccígeos, que se articulam com os cornos sacrais; com o avanço da idade, frequentemente se funde ao sacro • A face pélvica do cóccix é côncava e relativamente lisa, e a face dorsal tem processos articulares rudimentares • O cóccix permite a fixação de partes dos Mm. glúteo máximo e coccígeo e do corpo anococcígeo, a faixa fibrosamediana dos Mm. pubococcígeos Anatomia da superfície das vértebras lombares, sacro e cóccix • Os processos espinhosos das vértebras lombares são grandes e fáceis de observar quando o tronco é fletido, podendo serem palpados no sulco mediano posterior • O processo espinhoso da L II permite fazer uma estimativa da posição da extremidade inferior da medula espinal • O processo espinhoso da S II está situado no meio de uma linha traçada entre as espinhas ilíacas posterossuperiores indicadas pelas depressões cutâneas, formadas pela fixação da pele e da fáscia muscular a essas espinhas • A crista sacral mediana pode ser palpada inferiormente ao processo espinhoso da L V • A região sacral é formada pelas linhas que unem as duas espinhas ilíacas posterossuperiores e a parte superior da fenda interglútea entre as nádegas • O hiato sacral pode ser palpado na extremidade inferior do sacro, superiormente a fenda interglútea Ossificação das vértebras Variações das vértebras Coluna vertebral • Estrutura agregada, composta por 33 vértebras e os componentes que as unem para formar uma unidade funcional e estrutural, o “eixo” do esqueleto axial Articulações da coluna vertebral Articulações dos corpos vertebrais • São sínfises destinadas a sustentação de peso e resistência • As faces articulares das vértebras adjacentes são unidas por discos intervertebrais e ligamentos • Os DIV oferecem fixações fortes entre os corpos vertebrais, unindo-os em uma coluna vertebral semirrígida contínua e formando a metade inferior da margem anterior do forame intervertebral, além disso, esses discos absorvem o choque • Cada DIV é formado por um anel fibroso, uma parte fibrosa externa, composta de lamelas concêntricas de fibrocartilagem, e uma massa central gelatinosa, o núcleo pulposo • Os anéis fibrosos se inserem nas margens epifisiais lisas e arredondadas nas faces articulares dos corpos vertebrais formadas pelas epífises anulares fundidas • Os núcleos pulposos tornam-se mais largos quando são comprimidos e mais finos quando são tensionados ou distendidos • O núcleo pulposo é avascular, sendo nutrido por difusão de vasos sanguíneos situados na periferia do anel fibrosos e do corpo vertebral • As “articulações” uncovertebrais (fendas de Luschka) costumam se desenvolver entre os uncos dos corpos das C III ou C IV-C VI ou C VII e as faces inferolaterais biseladas dos corpos vertebrais superiores a elas após os 10 anos • Ligamento longitudinal anterior: faixa fibrosa forte e larga que cobre e une as faces anterolaterais dos corpos vertebrais e DIV; impede a hiperextensão da coluna vertebral, mantendo a estabilidade das articulações entre os corpos vertebrais; é o único ligamento que limita a extensão • Ligamento longitudinal posterior: faixa muito mais estreita, um pouco mais fraca, do que o ligamento longitudinal anterior; fixado principalmente aos DIV; resiste pouco à hiperflexão da coluna vertebral; ajuda a evitar ou redirecionar a herniação posterior do núcleo pulposo; bem suprido por terminações nervosas nociceptivas (de dor) Articulações dos arcos vertebrais • São as articulações dos processos articulares ou zigapofisárias (articulações facetarias) • Cada articulação é circundada por uma cápsula articular fina, a qual é fixada às margens das faces articulares dos processos articulares de vértebras adjacentes • Ligamentos acessórios unem as lâminas, processos transversos e processos espinhosos e ajudam a estabilizar as articulações • As articulações dos processos articulares permitem movimentos de deslizamento entre os processos articulares e são inervadas por ramos articulares que se originam dos ramos mediais dos ramos posteriores dos nervos espinais • Cada ramo articular inerva duas articulações adjacentes, ou seja, cada articulação é suprida por dois nervos Ligamentos acessórios das articulações intervertebrais • Ligamentos amarelos: ligam as lâminas dos arcos vertebrais adjacentes; estendem-se quase verticalmente; formam seções alternadas da parede posterior do canal vertebral; tornam-se mais espessos na região torácica e têm espessura máxima na região lombar; resistem à separação da lâmina vertebral por limitação da flexão abrupta da coluna vertebral, evitando a lesão dos DIV; ajudam a preservar as curvaturas normais da coluna vertebral e auxiliam na extensão da coluna após a flexão • Os processos espinhosos adjacentes são unidos por ligamentos interespinais fracos e por ligamentos supraespinais fortes e fibrosos: - Ligamentos interespinais: unem processos espinhosos adjacentes, fixando-se da raiz até o ápice de cada processo - Ligamentos supraespinais: unem as extremidades dos processos espinhosos desde C VII até o sacro e fundem-se na parte superior com o ligamento nucal, o qual é forte e largo, sendo constituído de tecido fibroelástico espesso • O ligamento nucal é o local de fixação dos Mm. que se fixam nos processos espinhosos das vértebras em outros níveis • Os ligamentos intertransversários, que unem processos transversos adjacentes, consistem em fibras dispersas na região cervical e cordões fibrosos na região torácica Articulações craniovertebrais • Se dividem em: - Articulações atlantoccipitais: formadas entre o atlas e o occipital do crânio; permitem acenar com a cabeça e a inclinação lateral; principal movimento: flexão; são articulações sinoviais do tipo elipsóideo e têm cápsulas articulares finas e frouxas - Articulações atlantoaxiais: entre o atlas e o áxis; existem duas articulações atlantoaxiais laterais (direita e esquerda) e uma mediana; • As articulações incluem os côndilos occipitais, o atlas e o áxis • O crânio e C I também estão unidos por membranas atlantoccipitais anterior e posterior, que se estendem dos arcos anterior e posterior de C I até as margens anterior e posterior do forame magno, as quais ajudam a evitar o movimento excessivo das articulações atlantoccipitais • Os fascículos longitudinais superiores e inferiores com orientação vertical, porém muito mais fracos, seguem do ligamento transverso do atlas até occipital superiormente e até o corpo da C II inferiormente • O ligamento cruciforme do atlas é formado pelo ligamento transverso do atlas junto com os fascículos longitudinais • Os ligamentos alares estendem-se das laterais do dente do áxis até as margens laterais do forame magno, fixando o crânio à C I e servindo como ligamentos de contenção, evitando a rotação excessiva nas articulações • A membrana tectórica é a forte continuação superior do ligamento longitudinal posterior que se alarga e segue posteriormente sobre a articulação atlantoaxial mediana e seus ligamentos Vasculatura da coluna vertebral • As vértebras são irrigadas por ramos periosteais e equatoriais das principais artérias cervicais e segmentares e por seus ramos espinais • Artérias que dão origem a esses ramos: - Aa. vertebrais e cervicais ascendentes no pescoço - Aa. segmentares do tronco: Aa. intercostais posteriores na região torácica, Aa. subcostais e lombares no abdome e Aa. iliolombar e sacrais lateral e mediana na pelve • Ramos pariosteais e equatoriais: originados quando as artérias cruzam as faces externas (anterolaterais) das vértebras • Ramos anteriores e posteriores do canal vertebral: seguem até o corpo vertebral e arco vertebral, respectivamente; dão origem aos ramos ascendentes e descendentes que se anastomosam com os ramos do canal vertebral de níveis adjacentes; os ramos anteriores enviam artérias nutrícias anteriormente para os corpos vertebrais que suprem a maior parte da medula óssea vermelha do corpo vertebral central • Os ramos maiores dos ramos espinais continuam como Aa. medulares radiculares ou segmentares terminais distribuídas para as raízes posteriores e anteriores dos nervos espinais e seus revestimentos e para a medula espinal,respectivamente • Veias espinais: formam os plexos venosos vertebrais internos (peridurais) e os externos dentro e fora do canal vertebral, respectivamente; esses plexos se comunicam através dos forames intervertebrais • Veias basivertebrais: emergem dos forames nas faces dos corpos vertebrais e drenam para os plexos vertebrais externos anteriores e os internos anteriores • Veias intervertebrais: recebem veias da medula espinal e dos plexos venosos vertebrais enquanto acompanham os Nn. espinais através dos forames intervertebrais para drenar as veias vertebrais do pescoço e veias segmentares (intercostais, lombares e sacrais) do tronco Inervação da coluna vertebral • Inervada por ramos recorrentes meníngeos dos nervos espinais, oriundos do nervo espinal misto • As fibras nervosas para o periósteo, ligamentos e anéis fibrosos (além de suprirem receptores de propriocepção) proveem receptores de dor • As fibras simpáticas para os vasos sanguíneos estimulam a vasoconstrição
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