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Portifólio Membrana Plasmática Conceito: A membrana plasmática é uma organela que delimita as células - essa delimitação não impede a comunicação entre elas -, separando o meio intracelular do extracelular. Ela é constituída por proteínas, lipídios e carboidratos e é a principal responsável pelo controle da penetração e da saída de substâncias da célula. Estrutura: A membrana é formada por duas camadas fosfolipídicas fuidas, em que possui uma parte hidrofílica e outra hidrofóbica, sendo assim considerada uma molécula anfipática. A parte hidrofóbica fica voltada para o interior da membrana e a parte hidrofílica para as superfícies. Modelo do Mosaico Fluido: Os componentes estão perfeitamente encaixados e conectados. Além disso, eles estão ligados por meio de ligações químicas estáveis que vão se formar e desaparecer constantemente, promovendo assim a fuidez da membrana. Esse deslocamento ocorre no plano da membrana, de forma lateral. Quanto mais acelerado o deslocamento, maior a fuidez da membrana. E, com o aumento da chance de fuidez de membrana, as células de adesão conseguem com que as proteínas que estavam soltas em torno da célula migrem para um local a fim de que aumente a chance das proteínas se agregarem e formarem um tecido. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Composição: Lipídios: Podem ser encontrados como FOSFOLIPÍDEOS, GLICOLIPÍDEOS E COLESTEROL. São moléculas anfipáticas O aumento do colesterol diminui a fuidez da membrana, pois as moléculas vão ter dificuldade/resistência para se deslocar. A principal função do lipídeo é dar estrutura à célula. Atenção: Os lipídeos de membrana precisam estar organizados dessa forma, uma vez que o principal componente do meio extra e intracelular é a água. Assim, a estrutura consegue manter a comunicação entre os meios, sem que haja contato da parte hidrofóbica com a água. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Proteínas: Podem ser separadas em dois grupos, as que podem ser retiradas facilmente da membrana e as que são difíceis de serem retiradas. Extrínsecas ou Periféricas: a. São hidrofílicas; b. Possuem ligações de hidrogênio com os outros componentes. ATENÇÃO: Devido às ligações presentes, essas proteínas são facilmente retiradas da membrana. c. As proteínas desse grupo conhecidas possuem a função de associar a membrana ao citoesqueleto. Intrínsecas ou Integrais: a. São sempre anfipáticas. b. Possuem ligações de sulfeto com os outros componentes. ATENÇÃO: Por causa das ligações de sulfeto, as proteínas extrínsecas são dificilmente retiradas da membrana. c. Existem 3 grupos de proteínas integrais: i. Transmembrana unipassagem: A proteína atravessa a membrana uma única vez. ii. Transmembrana multipassagem: A proteína atravessa a membrana mais de uma vez. iii. Proteína hemimembrana: A proteína atravessa metade da membrana. É utilizada como um marcador de superfície, de atividade enzimática e de adesão. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Legenda: 1 - Proteína transmembrana unipassagem; 2-Proteína transmembrana multipassagem; 3- Proteína hemimembrana; 5- Proteína periférica ➔ Carboidratos: Os carboidratos presentes na superfície da membrana são conhecidos como GLICOCÁLIX OU GLICOCÁLICE. Esse termo denomina um conjunto de carboidratos. O glicocálix confere a característica de assimetria à membrana, pois ele se prende exclusivamente na face extracelular da membrana. O glicocálix possui a função de reconhecimento celular. NOTA: Câncer e glicocálix: Como o reconhecimento celular se dá a partir do glicocálix, que é específico por indivíduo e por tipo celular, as células cancerígenas não geram para o organismo um destrave imunológico, ou seja, o sistema imune não reconhece que a célula está doente. Assim, a célula cancerígena começa a proliferar e a formar tumores. Quando o sistema procura um doador para o paciente, procura-se o glicocálix mais parecido com ele, para que a chance de rejeição seja reduzida. ➔ Unidade de membrana: É a estrutura da membrana vista no microscópico eletrônico. Ela possui uma estrutura TRILAMINAR, na qual pode-se observar uma camada eletrondensa, uma camada eletronlúcida e uma camada eletrondensa. As camadas eletrondensas são hidrofílicas e as eletronlúcidas são hidrofóbicas. Legenda: A camada azul corresponde à parte eletrondensa. Já a camada amarela refere-se à camada eletronlúcida. O glicocálix está localizado na superfície e com coloração marrom. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Eletromicrografas: Legenda: O espaço marcado com a seta amarela, é reconhecido como o espaço intercelular (por ter 2 células diferentes) e meio extracelular. Já as marcações azuis são as membranas. Legenda: O espaço sinalizado com a estrela, é o citoplasma ou o ambiente intracelular, pois ele está sendo separado do meio através da membrana. As setas apontam para a estrutura conhecida como unidade de membrana, uma vez que é possível identificar uma composição trilaminar na eletromicrografia. Especializações da membrana: Esse processo ocorre quando a membrana sofre uma modificação e a partir dessa alteração, a célula consegue cumprir a função dela com uma eficácia maior. Microvilosidades: Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS CITOPLASMA 1 CITOPLASMA 2 Meio extracelular - Aumenta a superfície de contato da célula, por meio das dobras, melhorando a função dela. - Quando a célula é fixa, as microvilosidades aparecem na borda livre, na região apical. Portanto, as microvilosidades são bordas apicais da membrana em células fixas. - Se a célula for livre, ela terá microvilosidades em torno de toda superfície da célula, para aumentar a superfície de contato. Por exemplo, o ovócito o qual possui microvilosidades em torno para aumentar a superfície de contato e, dessa forma, fertilizar com maior eficácia. - As microvilosidades são duras, pois elas têm um componente do citoesqueleto que impedem que elas sejam fexíveis. Esse componente é o filamento fino, constituídos por filamentos de actina. Estereocílios: - Diferenciam-se das microvilosidades, uma vez que possuem os filamentos mais longos. - Aumentam a superfície de contato. - Encontram-se na região apical das células fixas. - São fexíveis, apesar de imóveis(eles se movimentam de acordo com o fuxo do meio no qual se encontram). A fexibilidade é atribuída, pois existe um citoesqueleto articulado, permitindo que o prolongamento dobre. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Pregas basais: - Aumentam a superfíce de contato; - São células fixas, que possuem a dobra na base da célula; - Possuem invaginações. Interdigitações: - São dobras laterais das membranas, coincidentes entre as células vizinhas. Elas se encaixam perfeitamente, como um quebra-cabeça. - Sua função é aderir uma célula a outra. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS - Acontecem apenas em células fixas. - A interdigitação vai aparecer associando às células ATENÇÃO: No tecido conjuntivo não tem interdigitações, uma vez que sua principal característica é manter o espaçamento entre as células. Já no músculo cardíaco é preciso ter interdigitações, para que ao ocorrer os batimentos cardíacos as células não se separem. Desmossomos: - Faz a união das células; - Aumenta a adesão celular; - Aparecem em pontos específicos da célula; - A parte eletrondensa fica virada para a face citoplasmática da membrana. NOTA: As células não se separam, porque têm um conjunto de proteínas associadas à face citoplasmática da membrana, onde se fixa o citoesqueleto e as proteínas integrais transmembrana, que fixam uma célula a outra. Isabela Cornélio deFreitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Filamentos intermediários do citoesqueleto Proteínas periféricas Moléculas de adesão Zônula de adesão: - Aumenta a adesão - Possuem filamentos de actina - A zônula de adesão é contínua e percorre toda a célula Hemidesmossomos: - Fixa a célula ao ambiente; - A estrutura é semelhante à metade de um desmossomo; - As proteínas de adesão são diferentes dos desmossomos. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Zônula de oclusão: - Surge por pontos de fixação através da associação de proteínas de duas células; - Tem o objetivo de vedar, tampar o espaço intracelular, impedindo a passagem de substâncias entre as células. Ocorre nas células do epitélio de revestimento externo do corpo - Não gera adesão celular. Junção do tipo GAP: - Gera comunicação. A substância de uma célula passa para o citoplasma de outra célula vizinha com a formação de poros. Esses poros coincidem entre si e ficam fechados ou abertos, de acordo com a necessidade da célula. - É a única especialização que permite a passagem de nutrientes, através dos poros. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Complexo juncional: Transporte de massa: - Fagocitose: É o processo pelo qual a célula, devido à formação de pseudópodes, engloba no seu citoplasma partículas sólidas. A fagocitose ocorre quando a partícula se fixa a receptores específicos da membrana celular, capazes de desencadear uma resposta da qual participa o citoesqueleto. Nos animais, esse processo é um mecanismo de defesa. - Pinocitose: É a captação ativa das macromoléculas em solução, feita por lamelópodes. A pinocitose possibilita à célula a tomada de fuidos contendo solutos de baixo peso molecular, macromoléculas e partículas coloidais. Na pinocitose tradicional, comumente observada em células em cultura e em células endoteliais dos capilares sanguíneos, pequenas expansões membranosas são vistas, ao microscópio de luz, capturando gotículas de fuido do meio em que vivem. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS - Micropinocitose: Ocorre quando gotículas de fuido com solutos em solução, são tomadas do meio em pequenas invaginações da membrana plasmática, observáveis apenas ao microscópio eletrônico. Existem dois tipos de micropinocitose, a não seletiva e a seletiva. Micropinocitose não seletiva: - Ela pega solutos dissolvidos no meio de forma indistinta e é encontrada em praticamente todos os tipos celulares. É muito evidente, por exemplo, em células endoteliais de capilares sanguíneos, onde vesículas micropinocíticas são responsáveis pelo transporte transcelular de substâncias entre a luz do capilar e o tecido que o rodeia. Uma outra forma de micropinocitose é a mediada por um tipo diferente de invaginação de membrana denominada de cavéola, observada em células epiteliais e endoteliais. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Micropinocitose seletiva: - A micropinocitose mediada por receptor é altamente seletiva, sendo responsável pela tomada de macromoléculas (ligantes) de importância fundamental para a célula. Neste caso, a substância a ser transportada é reconhecida especificamente por uma proteína integrante de membrana que atua como um receptor, numa ligação semelhante a da enzima-substrato. - Reconhecem-se, hoje, mais de 30 receptores e seus ligantes diferentes que incluem, por exemplo, as lipoproteínas de baixa densidade (LDL). O LDL constitui a fração de colesterol circulante importante mas que, quando em excesso, pode provocar a formação de placas ateroescleróticas. Existem algumas doenças genéticas no homem decorrentes de mutações que levam à deficiência ou ausência de receptores para LDL. Neste caso, o indivíduo sofre de uma ateroesclerose prematura (hipercolesterolemia familiar) e, em geral, morre prematuramente de enfarte cardíaco. Além do LDL, outros exemplos que envolvem este tipo de endocitose incluem a proteína transferrina (fonte de ferro para a célula) e alguns hormônios protéicos, como a insulina. - Na micropinocitose são formadas vesículas cobertas. Essas vesículas contêm um revestimento difuso na face citoplasmática de suas membranas, constituído por arranjo altamente ordenado de proteínas, das quais a clatrina é a mais importante. Estas proteínas são responsáveis não apenas pela formação das vesículas como também pelo reconhecimento dos receptores acoplados aos ligantes. - As vesículas cobertas são originadas a partir de invaginações de regiões especializadas da membrana plasmática, encontrada sob a forma de pequenas depressões igualmente revestidas em sua face citoplasmática. Estas depressões correspondem, portanto, aos sítios de interiorização micropinocítica dos receptores e respectivos ligantes. Legenda: Esquema de formação de uma vesícula revestida por clatrina. A clatrina se associa aos receptores de membrana formando depressões revestidas. Em seguida, ela se organiza em um arranjo semelhante a uma bola de futebol, formando uma vesícula revestida. Após a formação desta vesícula, o revestimento é removido. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Estudo Dirigido: QUESTÕES OBJETIVAS / DESCRITIVAS: 1. Monte um conceito elaborado de membrana plasmática. R: A membrana plasmática é uma organela, a qual possui a função de delimitar, sem que haja a perda de comunicação entre as células, o meio intracelular e o meio extracelular. Ela possui em sua composição proteínas, lipídeos e carboidratos e, também, é considerada fuida, uma vez que há deslocamento lateral dos componentes. 2. Esquematize, através de desenho, o modelo mosaico fuido indicando todos os seus componentes. R: 3. Diferencie os dois grupos de proteínas de membrana. R: As proteínas de membrana são divididas em dois grupos, as extrínsecas ou periféricas e as intrínsecas ou integrais. As proteínas periféricas são facilmente retiradas da membrana, em decorrência da presença de ligações de hidrogênio em sua composição. Já as proteínas integrais possuem ligações de sulfeto entre seus compostos e devido a isso são dificilmente retiradas da membrana. Elas são classificadas em proteínas integrais transmembrana de unipassagem – que atravessam toda a membrana uma vez -, de multipassagem – que atravessam a membrana mais de uma vez – e protéina hemimembrana – que atravessam metade da membrana. 4. Caracterize morfo-fisiologicamente o glicocálice. R: O glicocálice é o conjunto de carboidratos presente, exclusivamente, na face extracelular da membrana, em decorrência dessa característica a membrana é assimétrica. Além disso, ele possui como função o reconhecimento celular e pode se ligar aos lipídeos, formando os glicolipídeos, ou às proteínas, formando as glicoproteínas. 5. Caracterize fuidez de membrana. R: A fuidez da membrana é caracterizada pelo deslocamento lateral dos componentes. Isso ocorre, pois eles estão ligados por meio de ligações químicas estáveis que vão se formar e desaparecer constantemente. Assim, nota-se que quanto mais acelerado o deslocamento, maior será a fuidez da membrana. 6. Descreva pelo menos duas situações biológicas que envolvam a participação de especializações da membrana plasmática. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS R: - A absorção dos nutrientes no intestino delgado, sendo melhorada pela presença das microvilosidades. - A junção das células do músculo cardíaco, feita pela zônula de adesão, para que ao ter o batimento cardíaco elas não se separem. 7. Monte um quadro comparativo entre os tipos de transporte de massa através da membrana. Fagocitose Pinocitose Micropinocitose Partículas sólidas Partículas sólidas e líquidas Partículas fuidas Seletiva Não seletiva Seletiva e não seletiva Pseudópodes Lamelópodes Invaginações Formação de vesícula coberta ( seletiva) Formação de cavéola(não seletiva) QUESTÕES DE RACIOCÍNIO (PROVAS ANTERIORES): 1. Os osteócitos (células do tecido ósseo) estão mergulhados em uma matriz óssea rígida, onde não é possível que os nutrientes sofram difusão para atingi-las. Todavia, estas células possuem prolongamentos que, nas extremidades, associam-se e promovem a nutrição de células vizinhas. Isso acontece devido à presença de uma especialização de membrana. Qual o nome da especialização que existe entre essas células envolvidas com a situação descrita? Esquematize, através de desenho, duas células com a presença da referida especialização, fazendo as indicações necessárias. R: Junção do tipo GAP. 2. Construa um parágrafo relacionando a membrana vista ao microscópio eletrônico (unidade de membrana) com Modelo Mosaico Fluido. R: A unidade de membrana vista no microscópico eletrônico é trilaminar e é possível visualizar o glicocálix na superfície, uma camada eletrondensa e uma camada eletronlúcida. Já no modelo do mosaico fuido,é uma proposta em que os componentes estão perfeitamente encaixados e conectados, mas eles conseguem se deslocar, uma vez que as ligações entre eles são estáveis e podem se desfazer e permitir os movimentos no plano da membrana. 3. Disserte um parágrafo justificando a necessidade de lipídios anfipáticos dispostos em bicamada na constituição da membrana plasmática. R: Os lipídeos de membrana precisam estar organizados dessa forma, uma vez que o principal componente do meio extra e intracelular é a água. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Assim, a estrutura consegue manter a comunicação entre os meios, sem que haja contato da parte hidrofóbica com a água. Núcleo Interfásico Funções - Transmitir e armazenar informações genéticas; - Síntese proteica; - Divisão celular G1 é que comanda o tempo e o tamanho do ciclo celular G1 e G2 têm o foco na produção de proteínas Em S o núcleo produz DNA Componentes: Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Obs.: - O tamanho, o formato e a densidade do núcleo podem variar de acordo com a célula. - E são encontradas 46 fitas de DNA dentro de cada núcleo 1. Envoltório nuclear: - É formado pela membrana nuclear externa, espaço perinuclear e complexo do poro; - Em vários pontos a membrana externa funde com a interna, formando um buraco com um conjunto de proteínas extremamente seletivas. Essa formação é denominada de complexo do poro; - Tem a função de proteger, conter e limitar o DNA. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Os sinais que permitem a passagem de substâncias no complexo do poro têm que ser intrínsecos, visto que esse sinal faz parte da composição da célula. Isso ocorre, devido à divisão celular, pois, ao dividir, o envoltório nuclear vai desaparecer e o que está dentro do núcleo e no citoplasma da célula irá sumir. Assim, quando acabar a divisão e o envoltório nuclear se refazer, não vai ser necessário criar novamente a substância. - Participa do controle osmótico, uma vez que o complexo do poro faz a comunicação (muito seletiva) entre os meios. Além disso, também há participação no processo de síntese proteica, desde que existam ribossomos associados ao envoltório nuclear; Obs.: I. Os ribossomos podem se prender à face citoplasmática da membrana nuclear externa. II. O envoltório nuclear executa duas funções contrárias. A membrana separa os meios e o complexo do poro permite a comunicação entre eles. - O RNA é produzido dentro do núcleo e se liga à proteína exportina, que se junta a uma outra substância para ser conduzido do núcleo ao citoplasma da célula; A DNA polimerase é auxiliada pela proteína importina a entrar dentro do núcleo; - O envoltório nuclear precisa de uma membrana dupla para garantir o isolamento do material genético; - O envoltório some durante a divisão celular, portanto, a célula é estudada durante a intérfase. - A lâmina nuclear NÃO faz parte do envoltório nuclear. - A quantidade de complexos do poro varia com o tipo de célula e com o seu estagio funcional. Exemplos: ▪ células embrionárias → alta atividade de síntese protéica → maior quantidade de complexos do poro. ▪ espermatozóide maduro → célula com baixa atividade metabólica → menor quantidade de complexos do poro. 2. Lâmina Nuclear: - É formada por proteínas; - Está localizada na face nuclear da membrana nuclear interna; - Tem função de sustentar o envoltório nuclear; - As proteínas que formam a lâmina estão polimerizadas (associadas), assim sustentando o envoltório nuclear. Logo,sem lâmina nuclear, as proteínas vão ficar despolimerizadas. - Essa polimerização e despolimerização das proteínas está relacionada com a concentração de fosfato (é alterada de acordo com o momento do ciclo celular) no núcleo, uma vez que o sítio de ligação das proteínas é o mesmo do que o do fosfato. Assim, se tiver aumento da concentração de fosfato, é preciso que as proteínas se separem para que o fosfato consiga se ligar. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS 3. Cromatina: - É o DNA associado a proteínas. Essas proteínas podem ser divididas em histonas ou histônicas e não-histônicas ou não-histonas. Proteínas histonas: • Associadas ao DNA; • Tem a função de compactar o material genético; Exemplos: H1, H2A, H2B, H3, H4 Proteínas não-histonas: • Associadas ao DNA; • Executam qualquer outra função, EXCETO a compactação do DNA; Exemplos: DNA Polimerase, RNA Polimerase - As proteínas histônicas são multiplicadas por 2 e, assim, formam um conjunto de 8 proteínas. Esse conjunto é denominado de OCTÂMEROS DE HISTONAS. - O octâmero de histonas encontra com a fita de DNA e ela se enrola duas vezes em torno desse conjunto de proteínas, compactando o material genético. - A proteína H1 fica presa ao DNA, exatamente, no ponto mediano entre dois octâmeros de histonas. Isso ocorre, pois as histonas H1 possuem uma afinidade muito grande entre elas, logo a tendência é que essas histonas se aproximem ainda mais e compactem o DNA. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS - A cromatina mais compactada é conhecida como HETEROCROMATINA e a menos compactada é denominada EUCROMATINA; • Heterocromatina: é a cromatina com aspecto escuro, é espiralizada e inativa geneticamente. Há dois tipos: a) Constitutiva: Em todas as células, aquele pedaço do material genético vai ter baixo potencial de transcrição. b) Facultativa: Em algumas células aparece como heterocromatina e em outras como eucromatina. Isso vai depender do momento e de qual é o tipo da célula. • Eucromatina: é a cromatina com aspecto claro ao microscópio, menos condensada e é geneticamente ativa - produz muito RNAm. - A cromatina se fixa ao envoltório nuclear, espalhando o material genético pelo núcleo. Essa associação só ocorre através da lâmina nuclear e é importante para a transmissão da informação do material genético. - Biologicamente, a célula é mais ativa quando está menos compactada (eucromatina), pois maior é a sua capacidade de fazer transcrição. Assim, o núcleo dessa célula é considerado frouxo ou vesiculoso e possui uma coloração mais clara. Já a heterocromatina, possui o núcleo denso e coloração mais escura, uma vez que o seu material genético é compactado e mais difícil é de acontecer a transcrição. - Se o núcleo tiver predominância de eucromatina é considerado frouxo e se o núcleo tiver 50% eucromatina e 50% heterocromatina, ele é considerado FROUXO. 4. Nucléolo: - O nucléolo é uma região do núcleo onde encontraremos as partes de diversas fitas de DNA que estão envolvidas com a síntese de RNA ribossômico. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS - O nucléolo produz, compacta o RNA ribossômico e elabora a montagem das subunidades (RNA ribossômico + proteínas) do ribossomo; - O nucléolo adiciona as proteínas ao RNA ribossômico compactando o RNA e levando ao surgimentodas subunidades; - As subunidades vão se prender à exportina, que vai conduzi-las ao citoplasma da célula; - O nucléolo se subdivide em duas regiões: • Porção fibrilar: Região mais central e local onde acontece a produção da fita de RNA ribossômico, em que está localizado o DNA. • Porção granular: Área que recebe, compacta e adiciona as proteínas, para que as subunidades possam ser montadas. Mitocôndrias • Características: - É responsável pela TRANSFORMAÇÃO da energia utilizável pela célula, na forma de ATP; ➔ Ao pensar na produção de ATP, é possível pensar célula inteira pois pode-se falar de atividade celular e assim enxergar como a célula está naquele momento. ➔ O lipídio e o carboidrato, são as moléculas que contêm a energia, armazenada dentro da célula, a qual a mitocôndria consegue processar e transformar em ATP; - Fundamental no processo de respiração celular; - O número de mitocôndrias é diretamente proporcional à atividade da célula. Isso está correto, uma vez que o ATP é uma molécula energética utilizável, a mitocôndria vai produzir o ATP apenas quando a célula demandar. Desse jeito, quanto maior a produção da molécula energética utilizável, maior a atividade celular. - Para a célula é mais vantajoso quebrar o ATP, tirar o 3o fosfato e utilizar a energia fornecida e assim sucessivamente, formando um ciclo de retroalimentação dentro da célula. - O ATP sai da célula e é processado no citoplasma, lá ele é quebrado por reações enzimáticas e assim é liberado energia para a célula trabalhar. O ADP + P voltam para dentro da célula para que o ATP possa ser formado novamente. Esse ciclo ocorre continuamente. - A mitocôndria consegue sintetizar proteínas, pois possui ribossomos. E essas proteínas vão ser usadas pela própria mitocôndria; - A mitocôndria não tem lugar fixo, ela está presente onde a célula precisa de mais energia; Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS - Quando há diminuição da atividade celular, as mitocôndrias se fundem. Já quando a célula possui uma alta demanda energética, as mitocôndrias se dividem. • Componentes: 1. Membrana mitocondrial externa: - Muito permeável, pois tem uma grande concentração de porina;, que permite o transporte de substâncias; - Baixa seletividade; 2. Membrana mitocondrial interna: - Possui invaginações mitocondriais, conhecidas como cristas mitocondriais; - Quanto mais cristas mitocondriais, mais membrana interna a mitocôndria tem; - Baixa permeabilidade, uma vez que existe um lipídio de alta fixação, chamado cardiolipina,que atrapalha a passagem de qualquer substância. - Alta seletividade; - Possui um complexo de proteína, chamado ATP sintetase,que sintetiza o ATP; ➔ Se aumentar o número de cristas mitocondriais, a membrana mitocondrial interna também aumentará o seu tamanho e, consequentemente, a quantidade de ATP sintetase também irá aumentar, o que contribui para uma maior produção de ATP. Por isso, que o número de mitocôndrias e o número de cristas mitocondriais é diretamente proporcional à atividade da célula. ➔ Para a atividade celular ocorrer e a mitocôndria dar conta da demanda necessária, é preciso aumentar a produção de ATP. 3. Espaço intermembranoso: - Pode ser chamado de câmara mitocondrial externa - Presente entre as membranas Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS 4. Matriz mitocondrial: - É a solução que preenche a câmara mitocondrial interna (espaço delimitado pela membrana mitocondrial interna); - Possui todo maquinário para realizar a síntese proteica; - Presença de DNA circular, ribossomos e RNAs; - Local onde ocorre a formação do Acetil-CoA (produto intermediário); O acetil-CoA é produzido a partir da coenzima A e do acetato, originados do piruvato ou da β-oxidação dos ácidos graxos. O piruvato, derivado da glicólise, e os ácidos graxos atravessam as membranas mitocondriais e, na matriz da organela, geram acetato, que se ligam à coenzima-A para formar o Acetil- CoA. A transformação de piruvato em Acetil-CoA deve-se a um sistema multienzimático da matriz mitocondrial, o complexo desidrogenase do piruvato, constituído de cópias múltiplas de três enzimas, cinco coenzimas e duas proteínas reguladoras. Esse complexo converte o piruvato em Acetil-CoA, liberando CO2, que é eliminado da mitocôndria. A acetil-coA entra no ciclo do Ácido Cítrico. - Ciclo do Ácido Cítrico ou Ciclo de Krebs: ➔ É uma sequência cíclica de reações enzimáticas, na qual ocorre, por causa da presença das enzimas chamadas desidrogenases, a produção gradual de elétrons e prótons. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS ➔ Os elétrons são captados por moléculas complexas como o NAD,o FAD – produzidos pelas desidrogenases - e os citocromos, que funcionam como transportadores de elétrons, em um processo de oxirredução. Já o hidrogênio resultante das reações, é liberado na matriz mitocondrial sob a forma de prótons H+. ➔ O ciclo do ácido cítrico se origina com a condensação da Acetil-CoA, proveniente do piruvato ou de ácidos graxos com o ácido oxalacético, produzindo ácido cítrico. Este sofre uma série de modificações e produz ácido oxalacético, que recomeça o ciclo. ➔ A função principal do Ciclo do Ácido Cítrico é produzir elétrons com alta energia e prótons, gerando CO2. Além disso, ele fornece metabólitos para a síntese de aminoácidos e hidratos de carbono. 5.Grânulos eletrondensos: - São acúmulos iônicos; - Estão presentes na matriz mitocondrial; - Podem ser vistos nos microscópicos eletrônicos: estruturas esféricas escuras; - Não se sabe ainda como são formados e quais são suas funções; - Auxiliam na identificação da matriz da mitocôndria; • Etapas de produção de ATP: 1. Formação do Acetil-CoA: - Ocorre na matriz mitocondrial; - É uma série de reações químicas que ocorrem com o piruvato ou o ácido graxo que culminam com a produção do Acetil-CoA. - O composto intermediário, com energia, que surge das reações químicas é o Acetil-CoA; 2. Ciclo do Ácido Cítrico - Ocorre na matriz mitocondrial - Formação do Ácido cítrico; - O ácido cítrico não é o composto intermediário. Os elétrons que são liberados durante a produção desse ácido que vão ser o produto energético; 3. Cadeia transportadora de elétrons: - Ocorre na membrana mitocondrial interna; - Os elétrons transitam pelas proteínas e durante esse processo acontece uma série de reações químicas. Dessas reações químicas, surgem prótons H+ que são despejados no espaço intermembranoso. Assim, a tendência é que haja trânsito do lugar que está mais concentrado para o menos concentrado. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS - Os prótons querem entrar na membrana, mas não consegue com facilidade, devido à alta seletividade da membrana. Mas, existe um conjunto de proteínas, ATP sintetase,que residem na membrana mitocondrial interna, que permite a entrada de H+. 4. Teoria quimiostática: -Ocorre na membrana mitocondrial interna - O H+ entra na membrana através da ATP sintetase e da proteína termogenina; A termogenina é uma proteína presente na membrana mitocondrial interna e ela está presente apenas nas células do tecido adiposo multilocular. Ela tira a energia do H+ e transforma em calor. Assim, a energia armazenada nas células do tecido adiposo multilocular é utilizada para a manutenção da temperatura corporal. Exemplo: Os animais hibernantes quando estão hibernando, as mitocôndrias desse tecido adiposo são ativadas, para manter a sua temperatura corporal. - Produto final: ATP; • Teoria da endossimbiose: - Acredita-se que as mitocôndrias vieram de bactérias, que foram internalizadas por células eucariotas. As células forneciam alimento para as bactérias e recebiam de volta substâncias boas e assim foram tendo uma relação simbiótica; - Assim, com essa associação positiva, a célula fagocitou a bactéria e a bactéria continuou trabalhandodentro da célula, passando a existir uma endossimbiose; - O que dá suporte para acreditar nessa teoria é as semelhanças entre as membranas, os DNAs e os ribossomos; Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Organelas que participam da síntese de proteínas • Conceito de Proteína: é um conjunto de aminoácidos associados que formam uma macromolécula. • Tipos de proteínas: ◦ Proteínas livres ou citosólicas: ficam dispersas no citosol Exemplos: Peroxissomos, Nucleoplasma, Matriz mitocondrial ◦ Proteínas não-livres ou não citosólicas: ficam soltas em outras locais. • Organelas envolvidas com a tradução: Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Proteínas Proteínas livreslivres Proteínas Proteínas não livresnão livres 1. Ribossomos: ▪ Envolvido com a produção de proteínas livres (citosólicas); ▪ Os ribossomos podem se prender ao envoltório nuclear e produzir exclusivamente proteínas não citosólicas; ▪ Os ribossomos, ao se aderirem no retículo endoplasmático e torná- lo rugoso, vão produzir proteínas não citosólicas; ▪ É formado por duas subunidades: ▪ Na mitocôndria, estão presentes os ribossomos 70s. Já nas células eucariotas, os ribossomos 80s. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS Bibliografa: - Slides e Aula: Profa Fernanda Guimarães; - JUNQUEIRA L.C.U. ;CARNEIRO J. Biologia Celular e Molecular. Isabela Cornélio de Freitas Rodrigues Medicina – PUC MINAS
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