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A IMPORTÂNCIA DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES IDOSOS COM 
ALZHEIMER 
AMANDA DA SILVA SOUZA¹ 
MYLENA GABRIELLE SANTOS CARDOSO¹ 
JAMILLI BARBOSA FERREIRA¹ 
VICTÓRIA PEREIRA SANTANA¹ 
RAFAEL AGUIAR FARIA² 
¹ Discentes do curso de Fisioterapia, Centro Universitário São Francisco de Barreiras-UNIFASB. Email: 
milliferreirabarbosa@gmail.com 
² Docente especialista em Ortopedia e traumatologia e Mestre em Ciência e Tecnologia Aplicada em 
Saúde. Email: rafaelfaria.fisioterapeuta@hotmail.com 
 
INTRODUÇÃO 
 A doença de Alzheimer (DA) é uma doença neurodegenerativa que afeta as 
funções cognitivas, interferindo também na personalidade e comportamento do 
portador, ocasionando eventualmente a perda da memoria severa, seu principal sintoma. 
O Alzheimer é a causa mais comum de demência, um grupo de distúrbios cerebrais que 
causam a supressão de habilidades neurais e sociais que afeta principalmente a 
população idosa. Estimativas da OMS- Organização Mundial da Saúde (2010) revelam 
que 18 milhões de homens e mulheres sofrem de Alzheimer e a projeção é de que esse 
número possa quase dobrar até 2025, atingindo pelo menos 34 milhões de pessoas. (DE 
AQUINO, et. al 2015). 
 Os sintomas são divididos em três estágios: no primeiro, considerado leve, a 
pessoa idosa manifesta confusão e perda da memória, desorientação espacial, 
dificuldade progressiva no cotidiano, mudanças na personalidade e capacidade de 
julgamento. No segundo, considerado moderado, a doença evolui para incapacidade de 
realizar atividades diárias, ansiedade, delírios, alucinações, agitação noturna, alteração 
no sono e dificuldade de reconhecer as pessoas. Por fim, no terceiro estagio e mais 
grave é caracterizado pela redução de vocabulário, diminuição de apetite, descontrole 
esfincteriano e posição fetal (SALES, et. al 2011). 
 A DA não tem cura, mesmo diante de pesquisas direcionadas à área, outrossim, o 
tratamento farmacológico vigente é muitas vezes controverso e ocasiona efeitos 
colaterais. Somado a isso, as substancias psicoativas utilizadas no tratamento se limitam 
ao retardo na evolução natural da doença, fornecendo apenas uma melhora efêmera do 
estado funcional do paciente. Dessa forma, a Fisioterapia é de grande importância para 
prevenir e tratar agravos funcionais causados pela DA. O fisioterapeuta ajuda através de 
alongamento, mobilização, técnicas que estimulam a coordenação e equilíbrio, força e 
cognição em pacientes com DA (GLISOI, et. al 2018). 
 Dentre as varias técnicas disponíveis, a cinesioterapia é uma modalidade utilizada 
para manter ou melhorar a ADM e força muscular. Nas primeiras fases da doença um 
programa de alongamentos, exercícios com carga e aeróbicos ajudam a prevenir 
problemas osteoarticulares e cardiovasculares. Com isso, a prática de exercícios físicos 
se torna uma grande aliada no combate à DA, uma vez que auxilia na qualidade de vida 
e o avanço da doença ocorra de maneira menos acentuada. (MEDONÇA, 2011; 
GROPPO, et. al 2012). 
 Uma maior estimulação como treinamento cognitivo e atividades intelectuais, está 
diretamente ligada ao menor risco de déficit cognitivo e desenvolver DA. alguns 
exemplos de atividades que podem ser usados durante o tratamento de terapia são 
leitura de livros, escrita, fazer palavras cruzadas, jogos de tabuleiro ou cartas, participar 
nas discussões de assuntos específicos e ate mesmo tocar instrumentos musicais 
auxiliam na reserva cerebral. Sendo assim, a intervenção cognitiva com terapia e 
tratamentos fisioterapêuticos ajuda a retarda a doença de Alzheimer, porém ainda há 
necessidade de mais estudos aprofundados sobre os efeitos positivos da Fisioterapia 
(CARRETA, 2012). 
 Portanto, o objetivo deste trabalho é compreender o papel da Fisioterapia na doença 
de Alzheimer em idosos e descrever os efeitos positivos na melhora da qualidade de 
vida e entender a devida importância dessa profissão a qual pode retardar a doença no 
paciente idoso. 
 
METODOLOGIA 
 O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura efetivada no período de março 
de 2021. Foi feita uma pesquisa pregando as palavras-chaves: Doença de Alzheimer 
(DA), Fisioterapia, prevenção, importância, demência, idosos. Essas podiam estar 
associadas ou não, e quando necessárias complementadas por termos específicos. Os 
estudos foram pesquisados em buscas de dados como: Lilacs, Pubmed, SciELO e 
Google acadêmico. 
 Para critérios de inclusão foram: artigos publicados entre 2011 a 2021, idiomas em 
português, espanhol e/ou inglês. Desse modo, para os critérios de exclusão foram 
artigos que não abordassem sobre Fisioterapia em idosos com DA ou a importância do 
tratamento fisioterapêutico em idosos com Alzheimer. 
 Após muitas pesquisas feitas nos bancos de dados nas plataformas, os artigos foram 
selecionados para presente estudo e os demais estudos foram considerados irrelevantes 
para o trabalho. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 A fisioterapia tem um papel importante para a DA em idosos que é retardar o 
processo com preservação de funções motoras mais próximas do normal, evitar 
encurtamento e deformidades, incentivar a independência do paciente idoso, além de 
oferecer juntamente com toda equipe da área da saúde, orientações e esclarecimentos à 
família. Dessa maneira, o exercício físico aperfeiçoa a função cognitiva dos indivíduos 
com DA, proporcionando-os uma melhor evolução no quadro clinico da demência 
(ZAION, 2012; KAMADA et. al 2019). 
 Uma intervenção feita por Pereira-Payo et al. (2020) consistiu em um programa de 
seis semanas de atividade física para 13 pacientes diagnosticados com DA, cuja idade 
média era de 78,5 anos. Foram cumpridas duas sessões semanais de exercícios, com 
modalidade aeróbica e trabalho de equilíbrio, força e coordenação. Constataram-se 
alterações significativas no que tange à composição corporal e à capacidade funcional 
dos idosos, o que foi verificado em testes básicos, como sentar e levantar de uma 
cadeira e a velocidade da caminhada. 
 Foi realizado um estudo para verificar a influencia de um programa de exercícios 
de Fisioterapia com intuito de preserva a memoria e capacidade funcional do paciente 
com DA. No protocolo de treinamento continha atividades para ADM, alongamento, 
fortalecimento muscular, exercícios aeróbicos, treino de equilíbrio e exercícios para 
memoria. Depois da realização dos exercícios, evidenciou uma melhora em todos os 
fatores aplicados e um aumento na função cognitiva nos idosos (ZAIONS, 2012). 
 Dias et al. (2020) desenvolveu um estudo longitudinal composto por 11 pacientes 
idosos com DA, com idade média de 88 anos, por meio da aplicação de um protocolo de 
exercícios fisioterapêuticos. Quanto ao resultado, todas as variáveis analisadas 
evidenciaram modificações significativas. Logo, depreende-se que há correlação 
relevante entre atividade física e alcance funcional, mobilidade e equilíbrio de idosos 
com DA não sedentários. 
 De maneira análoga, Siqueira et al. (2019) desenvolveu uma revisão sistemática 
acerca dos efeitos de intervenções com dupla tarefa sobre sintomas de DA, com duração 
de 12 meses e frequência semanal de duas a três sessões de 60 minutos cada. Foram 
identificadas melhoras nas funções cognitivas e executivas nos pacientes idosos, tendo o 
exercício encargo fundamental na preservação e no controle da perda cognitiva e 
motora. 
 Já no estudo de Moreno e Chagas (2020) e Tavares et. al (2014) analisaram os 
impactos dos exercícios físicos na qualidade de vida e na progressão sintomática da 
doença. Quanto aos indivíduos com DA, a atividade física parece se relacionar à 
melhora na qualidade de vida dos idosos enfermos, especialmente no que tange à 
percepção física, bem-estar psicológico e convívio social, além de melhorar para a 
remissão dos sintomas contínuos da doença. 
 Após a aplicação deexercícios fisioterapêuticos pode-se evidenciar a importância 
da intervenção da Fisioterapia na DA, pois houve melhora na amplitude de movimento 
e equilíbrio, manutenção de força muscular, melhora na memória, do humor e 
autoestima do paciente idoso (ZAIONS, 2012). 
 Dessa forma, os exercícios fisioterapêuticos para treinar o lado cognitivo e 
intelectual é uma ferramenta importante para melhorar a qualidade de vida em paciente 
idosos com Alzheimer. Apesar de que ainda existe a necessidade de mais estudos, 
principalmente no uso de técnicas de neuroimagem para uma investigação mais precisa 
e detalhada sobre seus efeitos (CARRETA, 2012). 
 
CONCLUSÃO 
 Portanto, vale relembrar que a doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa 
progressiva e irreversível afetando as funções cognitivas e consequentemente a perda da 
memória. 
 Vale evidenciar que os estudos destacaram a importância dos exercícios 
fisioterapêuticos em pacientes idosos com Alzheimer, com ênfase na cinesioterapia, 
exercícios aeróbicos, alongamentos, fortalecimentos musculares, entretanto, são 
observadas algumas restrições nos exercícios apresentados na discussão do estudo. 
Além disso, atividades de terapia como leitura, jogos que estimulam a coordenação 
motora, tem apresentado resultados positivos em relação aos pacientes com DA. 
 Ademais, os estudos apresentam resultados positivos da Fisioterapia como uma 
ferramenta importante aos portadores de DA, já que o objetivo do programa de 
exercícios é melhorar a qualidade de vida, minimizado as incapacidades físicas e 
mentais. 
 Desse modo, é necessário ter mais estudos e pesquisas aprofundadas a respeito dos 
benefícios da Fisioterapia em idosos com Alzheimer que visem ampliar a temática 
podendo assim ajudar este tipo de paciente. Com isso, a tendência nas próximas décadas 
é aumentar cada vez mais o numero de pessoas com Alzheimer, ressaltando a 
importância da Fisioterapia no tratamento de idosos DA, assim favorecendo o bem estar 
dos indivíduos. 
 
REFERÊNCIAS 
CARRETTA, Marisa Basegio. PERSPECTIVAS ATUAIS NA PREVENÇÃO DA 
DOENÇA DE ALZHEIMER. Estudo Interdiciplinar do Envelhecimento, Porto Alegre, 
v. 17, n. 1, p.37-57, ago. 2012. Disponível em: http://bases.bireme.br/cgi-
bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=
p&nextAction=lnk&exprSearch=670834&indexSearch=ID Acesso em: 27 de mar. 
2021, às 10:00 hs. 
 
DE AQUINO, Ranniere Gurgel Furtado et al. Abordagem Fisioterapêutica no Paciente 
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2021, às 10:00. 
 
DIAS, C.Q.et al. Protocolo de exercícios terapêuticos em grupo para pessoas com 
doença de Alzheimer. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v. 10, n.3, p.520-528, ago.2020. 
Disponível em: https://www.brazilianjournals.com/index.php/BJHR/article/view/25975 
acesso em: 30 de mar.2021 às 16:00 hs. 
 
GLISOI, S. F.; SILVA, T. M.; SANTOS-GALDURÓZ, R. F. Efeito do exercício físico 
nas funções cognitivas e motoras de idosos com doença de Alzheimer: uma revisão. 
Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, v. 16, n. 3, p. 184-189, abr./jun. 
2018. Disponível em: http://fi-admin.bvsalud.org/document/view/vb4a7 Acesso em: 30 
de mar.2021, às 16:00 hs. 
 
Groppo HS, Nascimento CMC, Stella F, Gobbi S, Oliani MM. Efeito de um programa 
de atividade física sobre os sintomas depressivos e a qualidade de vida de idosos com 
demência de Alzheimer. RBEFE, 2012; 26(4):543-51. Disponível em: 
https://www.scielo.br/pdf/rbefe/v26n4/v26n4a02.pdf acesso em: 30 de mar. 2021, às 
16:00hs 
 
KAMADA, M. et al. Correlação entre exercício físico e qualidade de vida em pacientes 
com doença de Alzheimer. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, v. 16, n. 
2, p. 119-122, abr./jun. 2018. Disponível em: 
https://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/09/913374/162119-122.pdf Acesso em: 30 de 
mar.2021, às 16:00hs. 
 
MEDONÇA, Gerlania Ma Silva de. MAL DE ALZHEIMER E ATUAÇÃO 
FISIOTERAPÊUTICO 2011. 11 f. Monografia. (Especialização)- Curso de Fisioterapia, 
Universidade Tiradentes, Tiradentes, 2011. Disponível em: 
http://revista.unilus.edu.br/index.php/ruep/article/view/686 Acesso em: 18 de mar. 2021, 
às 09:00 hs. 
 
MORENO, L. D.; CHAGAS, P. R. Exercício físico: um aliado para a qualidade de vida 
ao idoso com Alzheimer. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 9, p. 66139-66145, 
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https://www.brazilianjournals.com/index.php/BRJD/article/view/16283 Acesso em: 30 
de mar. 2021, às 16:00 hs. 
 
PEREIRA-PAYO, D. et al. Seis semanas de ejercicio físico mejoran la capacidad 
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http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2529-850X2020000200003 
Acesso em: 30 de mar.2021, às 16:00 hs. 
 
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https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452016000100138 
Acesso em: 28 de mar, 2021, às 08:00 hs. 
 
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https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/saudpesq/article/view/6860 Acesso em: 
30 de mar.2021, às 16:00 hs. 
 
TAVARES, B. B. et al. Impact of physical exercise on quality of life of older adults with 
depression or Alzheimer’s disease: a systematic review. Trends Psychiatry Psychother, 
v. 36, n. 3, p. 134-139, 2014. Disponível em: 
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/27003844/ Acesso em: 30 de mar. 2021, às 16:00 hs. 
 
ZAIONS, Janaína Dalla Costa. A INFLUENCIA DA FISIOTERAPIA NA 
PRESERVAÇÃO DA MEMORIA E CAPACIDADE MOTORA FUNCIONAL DO 
IDOSO PORTADOR DE DOENÇA DE ALZHEIMER RELATO DE CASO. 
Perspectiva, Minas Gerais, v.36, n.133, p.151-162, mar.2012. Disponível em: 
https://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/133_260.pdf Acesso em: 27 de mar, 
2021, às 10:00 hs.

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