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Cirurgia de Pâncreas Seminário de Nutrição Clínica 1 ★ Raldney ★ Suellen ★ Viviane Recife, 11 de agosto de 2021 Pâncreas Órgão glandular localizado na parte superior do abdome, atrás do estômago, com função endócrina e exócrina ● Função endócrina (hormonal): produção de glucagon, insulina e somatostatina, lançadas diretamente na corrente sanguínea ● Função exócrina (digestiva): produção de enzimas lipase, amilase e do bicarbonato, lançados diretamente lúmen intestinal Fonte: Mahan e Ramond, 2018. Patologias com indicação cirúrgica ● Câncer de pâncreas ● Câncer do duodeno ● Colangiocarcinoma (câncer da porção terminal da via biliar) e câncer da ampola de Vater ● Pancreatite crônica (pseudocistos, fístulas pancreáticas, estenoses, comprometimento de órgãos adjacentes ou suspeita de neoplasia.) Fonte: Gestic et al., 2011 Triagem Nutricional Fonte: Lima e Sena (2020) É importante o uso das ferramentas de triagem e diagnóstico nutricional, para detecção precoce dos indivíduos desnutridos ou em risco nutricional, otimizando assim o planejamento para a oferta de calorias e nutrientes específicos a fim de melhorar o estado nutricional e prepará-los para a cirurgia. 1º passo: Avaliação nutricional com a NRS (2002) nas primeiras 24 horas após a internação ● Score < 3 pontos: ausência de risco nutricional, nova triagem em 7 dias ● Score > 3 pontos: presença de risco nutricional. Seguir passo 2 2º passo: Utilização da Análise subjetiva global (ASG) para avaliação nutricional detalhada Dietoterapia no Pré-Operatório ● O suporte nutricional deve ser usado no pré-operatório para pacientes desnutridos e deve ser aplicado por no mínimo 7 dias, e para pacientes moderada a gravemente desnutridos por 7 a 14 dias. ● O suporte nutricional não visa a recuperação total ao estado nutricional do paciente e sim o fortalecimento do sistema imunológico, recuperação funcional dos órgãos, melhora do estresse oxidativo e dos resultados pós-operatório ● O uso de fórmulas contendo imunonutrientes está indicado no período peroperatório, independente do risco nutricional ● O uso de simbióticos em cirurgias de ressecções pancreáticas está associado a redução de incidência de infecções Fonte: Mahan e Ramond (2018), Oliveira e Silva (2021). ● Atualmente a ASA (American society of anesthesiologists), libera o uso de líquido claros + carboidratos (12,5%) até 2h antes da operação, 150ml de líquidos claros para tomar com a medicação até 1h antes, e dieta leve (sólidos) até 6h antes. ● Conduta indicada apenas para pacientes “sadios”, que não possuem risco de broncoaspiração. Contraindica-se em casos de gastropatias, obstrução intestinal e mal esvaziamento gástrico. Jejum ou alimentação oral no Pré-Operatório Fonte: Mahan e Ramond, 2018. Cirurgia: Pancreatectomia Fonte: Lima e Sena (2020) É a retirada total ou parcial do pâncreas, com ou sem retirada do baço, duodeno e ducto biliar comum. Indicação: ● Pancreatite crônica, com dor refratária ao tratamento clínico ● Tumores periampulares ● Colangiocarcinomas ● Adenocarcinomas ancreáicos ● Tumores benignos Cirurgia: Pancreatectomia Dietoterapia Pré-operatório: ● Dieta pobre em carboidratos simples ● Normoproteica ● Normolipídica ● Hipolipídica em pacientes com pancreatite ou vias biliares obstruídas ● Se necessário, fracionar as refeições, com oferta de alimentos de 2 em 2 horas Fonte: Lima e Sena (2020) Cirurgia: Pancreatectomia Dietoterapia Pós-operatório: 1º Dia: ● Dieta líquida de prova 2º Dia ● Dieta hipolipídica ● A consistência deverá evoluir de acordo com a aceitação do paciente Fonte: Lima e Sena (2020) Cirurgia: Pancreatojejunostomia em Y de Roux É a realização de anastomose do pâncreas com o jejuno Indicação: ● Dilatação dolorosa dos ductos pancreáticos, relacionados com a dor crônica ● Falha no tratamento clínico da pancreatite crônica Procedimento de Pueston Fonte: Lima e Sena (2020) Cirurgia: Pancreatojejunostomia em Y de Roux Procedimento de Pueston Dietoterapia Pré-operatório: ● Hiperproteica ● Normoglicídica ● Hiperglicídica em casos de insulinoterapia Pós-operatório ● 1º Dia: dieta líquida de prova com evolução de acordo com a aceitação do paciente Fonte: Lima e Sena (2020) Cirurgia de Whipple ● Indicada para pacientes com câncer pancreático, duodenal e na ampola de Vater ● Possui elevada morbidade e mortalidade em torno de 30% ● Provoca grande prejuízo no estado nutricional do paciente Fonte: Silva et al. (2009) Fonte: Silva et al. (2009) Cirurgia de Whipple Fonte: Silva et al. (2009) Dietoterapia no Pós-Operatório: Perdas Ponderais Perda ponderal significativa → anorexia e má-absorção (ingestão alimentar inadequada por 10 dias no pós-operatório) SILVA et al., 2009 Resposta Catabólica → Alimentação inadequada (pouco relacionado ao próprio estresse cirúrgico) Escassez na literatura sobre a conduta dietoterápica em pacientes submetidos à pancreatectomia e duodenopancreatectomia Dietoterapia no Pós-Operatório Pancreatectomia e Gastroduodenopancreatectomia (Cirurgia de Whipple) ● TNE: pode ser iniciada em até 24h (nutricionalmente completa, oligomérica ou polimérica, isenta de sacarose) ● Pode se fazer uso de TCM. ● É possível e desejável evoluir para uma TNO precoce. A dieta via oral deve ser fracionada, hipolipídica, normoglícidica, hiperproteica, sem lactose e sem sacarose. Dependendo da necessidade, pode ser fazer uso de suplementos nutricionais. ● Fórmula imunomoduladora (com arginina, nucleotídeos e ômega 3), hiperprotéica ● Dieta oral líquida é possível na 1ª semana pós operatória, sendo adaptada ao tipo de cirurgia e a tolerância do paciente Fonte: Lopes (2020), Oliveira e Silva (2021) Dietoterapia no Pós-Operatório: Administração ● Sonda nasojejunal → método desejável (menor morbidade quando comparado às dietas por enterotomias); ● Gastrojejunostomias combinadas → têm a vantagem de descompressão gástrica e alimentação via jejuno. Elas poderiam ser usadas para pacientes com retardo do esvaziamento gástrico, no entanto, estão associadas a alto grau de complicações (hemorragia pela gastrostomia, infecções, vazamento peritoneal, irritação na pele, erosão da parede abdominal) ● A TNE no peri-operatório pode beneficiar esses pacientes com redução na morbidade, mortalidade e tempo de internação hospitalar. Fonte: Baradi et al. (2004), Silva et al. (2009) A TNP não é indicada para a maioria dos pacientes no pós-operatório, pelo aumento significativo do risco das complicações infecciosas Recomendações Específicas de Alimentos Grupo de Alimentos Alimentos recomendados nas primeiras semanas Lácteos Se houver tolerância: produtos sem lactose, iogurte... Proteínas Carnes cozidas/brandas; ovos; filé ou patê de peixe Grãos Biscoitos, pães, arroz, macarrão Verduras Verduras cozidas Frutas Frutas frescas brandas Sobremesas Sobremesas sem açúcar Bebidas Bebidas não gaseificadas, sem açúcar e suplementos orais Condimentos Caldo de carne, temperos e especiarias suaves Fonte: Castro e Chiva (s. a.) Referências BARADI H.; WASH M., HENDERSON M., VOGT D., POPOVICH M. Postoperative jejunal feeding and outcome of pancreaticoduodenectomy. Journal of Gastrointestinal Surgery. v. 8, n. 4, 2004. CASTRO, I.; CHIVA, M. Recomendaciones dietético-nutricionales tras cirugía por neoplasia de páncreas con complicaciones asociadas. Fresenius Kabi, s. a. Disponível em: <https://www.nutricionemocional.es/sites/default/files/01_paciente_onco-quirurgico.pdf> Acesso em: 10 Ago. 2021. GESTIC, M. A.; CALLEJAS-NETO, F.; CHAIM, E. A.; UTRINI, M. P.; CAZZO, E.; PAREJA, J. C. Tratamento cirúrgico da pancreatite crônica com a técnica de F rey: panorama atual. Arq. Bras. Cir. Dig. v. 24, n. 4, 2011. Dispinível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-67202011000400011> Acesso em: 10 Ago. 2021. GIANOTTI L., BRAGA M., GENTILINI O., ZERBI A., DICARLO V. Artificial nutrition after pancreaticoduodenectomy. Pâncreas. v. 21, n. 4, 2000. Disponível em: <https://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.1058.131&rep=rep1&type=pdf> Acesso em: 10 Ago. 2021. LIMA, D. S. C.; SENA, B. Protocolo - 8º norte: cirurgia geral. Recife: Hospital das Clínicas (UFPE), 2020. LOPES, Márcia Marília Gomes Dantas. Evolução dietoterápica no pós-operatório de cirurgias gastrointestinais. Simplíssimo, 2020. MAHAN, L. K.; RAYMOND, . L. Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. 14ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2018. https://www.nutricionemocional.es/sites/default/files/01_paciente_onco-quirurgico.pdf https://doi.org/10.1590/S0102-67202011000400011 https://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.1058.131&rep=rep1&type=pdf Referências OLIVEIRA, A. M.; SILVA, F. M (Orgs.). Dietoterapia nas doenças do adulto. 2ª ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2021. SILVA, S. A. L.; MONTEIRO, R. S. C.; TAVARES, E. B. L.; FORTES, R. C. Relato de caso: Terapia nutricional no pós-operatório de Whipple. Com. Ciências Saúde. v. 20, n. 19, 2009. Disponível em: <https://docplayer.com.br/7866023-Relato-de-caso-terapia-nutricional-no-pos-operatorio-de-whipple-case-report-nutritional-therapy-after-w hipple-procedure.html> Acesso em: 10 Ago. 2009. https://docplayer.com.br/7866023-Relato-de-caso-terapia-nutricional-no-pos-operatorio-de-whipple-case-report-nutritional-therapy-after-whipple-procedure.html https://docplayer.com.br/7866023-Relato-de-caso-terapia-nutricional-no-pos-operatorio-de-whipple-case-report-nutritional-therapy-after-whipple-procedure.html
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