Buscar

Variedades de Bananas e a Susceptibilidade à Doenças

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PRINCIPAIS VARIEDADES DE BANANAS E SUAS DOENÇAS
1. INTRODUÇÃO
Dentre inúmeras frutas produzidas no Brasil, destaca-se a banana (Musa sp.), por ser a mais disseminada e consumida entre todas as classes sociais, devido ao seu preço relativamente baixo e pelo fato de ser produzida o ano todo (ARAÚJO FILHO, 1957). 
A cultura apresenta importância cultural, gerando renda e fixação de mão de obra. Bem como importância econômica, já que é a fruta de comercialização in natura mais consumida no mundo, especialmente por milhões de pequenos produtores, gerando renda de subsistência. Importância nutricional, pois apresenta alto valor nutritivo, contendo vitaminas A, B, C e E, rica em potássio, magnésio e aminoácidos essenciais. Importância medicinal indicada para enfermidades, nefrite, gota, obesidade, prisão de ventre crônica, entre outras (informação verbal). [footnoteRef:1] [1: Fala do profº Dr. Luis Aurélio Peres Martelleto na disciplina de Fruticultura, UFRRJ em 02 mar. 2021.
] 
As principais exigências da cultura são os tratos culturais e manejo, para manifestar o máximo potencial de produção, rentabilidade e produtividade da cultura. Devem ser realizados de maneira adequada e na época certa.
2. BREVE RESUMO SOBRE AS DOENÇAS E SINTOMAS
Sigatoka Negra
O fungo causador da Sigatoka-negra é a Mycosphaerella fijiensis Morelet. O desenvolvimento das lesões é influenciado por fatores ambientais como umidade, temperatura e vento. A infecção ocorre nas folhas mais novas da planta, entretanto, diferentemente da Sigatoka-amarela, os primeiros sintomas aparecem na face inferior da folha, como estrias de cor marrom evoluindo para estrias negras. A consequência é a necrose precoce da área foliar afetada. Os reflexos da doença, em função da rápida destruição da área foliar e da consequente redução da capacidade fotossintética da planta, são sentidos na redução da capacidade produtiva do bananal (CORDEIRO, 2004).
Sigatoka Amarela 
A sigatoka-amarela é também conhecida como cercosporiose da bananeira, é uma das doenças fúngicas causada pelo agente causal Mycospharella musicola, que é a forma perfeita ou sexuada do fungo Pseudocercospora musae de grande importância econômica da bananeira no Brasil, onde as chuvas são frequentes e a temperatura se mantém em torno de 25°C. Segundo GARCIA (2006), sintomas iniciais da doença aparecem como uma leve descoloração em forma de ponto entre as nervuras secundárias da segunda à quarta folha, a coloração pode aumentar formando uma estria de tonalidade amarela. Com o tempo, as pequenas estrias amarelas passam para marrom e, posteriormente, para manchas pretas, necróticas, circundadas por um anel amarelo, de forma alongada podendo causar morte das folhas (CORDEIRO 2004).
Mal-do-Panamá
Também conhecida como murcha de fusarium e fusariose, tem como agente causal, o Fusarium oxysporum f. sp. Cubense, Smith. Os sintomas podem der observados externa e internamente, nas folhas e cortes no pseudocaule e rizoma, respectivamente. Nas folhas, geralmente se observa um amarelecimento progressivo do limbo das mais velhas para as mais novas, começando dos bordos do limbo, em direção à nervura principal (GARCIA, 2006). Após o amarelecimento, ocorre murcha e quebra do pecíolo na junção com o pseudocaule, dando a planta um aspecto de guarda-chuva fechado.
Outro sintoma típico são rachaduras longitudinais no feixe das bainhas e do pseudocaule próximo ao solo. Realizando-se cortes transversais ou longitudinais do pseudocaule ou do rizoma, de plantas em estádios avançados da doença, internamente observam- se pontuações pardo-avermelhadas em presença do patógeno. São conhecidas três raças fisiológicas do patógeno, atuantes na bananeira: 1, 2 e a 4. A raça 3 é patogênica apenas em Heliconia sp (GARCIA 2006).
 Inicialmente a raça 1 destruiu a banana gros michel, maçã, prata e pisang awak (as triploides). Depois surgiu a raça 2 que começou a acometer as bananas figo, bluggoe e cuadrado. A banana Cavendish (AAA) é susceptível a Raça 4, se o plantio de banana estiver em subtrópicos associadas ao stress como frio e inundações há a o favorecimento da SR4, já a TR4 é susceptível a ambos os trópicos e sub trópicos.
Moko
Causado pela bactéria Pseudomonas solanacearum (Smith) Smith (raça 2). É uma doença vascular sistêmica podendo, assim, atingir todos os órgãos da planta, desde o estádio de brotação jovem até plantas em produção. Nas plantas jovens e em rápido processo de crescimento, uma das três folhas mais novas adquire coloração verde-pálida ou amarela e quebra próximo à junção do limbo com o pecíolo (BORGES et al, 2004). Em plantas adultas, pode-se observar amarelecimento, murcha e quebra do pecíolo das folhas a alguma distância do pseudocaule, diferentemente do Mal-do-Panamá, em que as folhas quebram junto ao pseudocaule.
Nematoides
Os nematoides são parasitas que afetam diversos aspectos relativos à produção da bananeira, causando atraso na emissão do pendão floral, má formação dos cachos, menor número de frutos, menor peso médio dos cachos e, consequentemente, menor rendimento por área.
 Segundo CORDEIRO et al (2017), há quatro tipos de nematoides que podem afetar a bananeira:
· Nematoide cavernícola (Radopholus similis), que tem como sintomas causado as plantas: Amarelecimento; aborto dos cachos, sistema radicular reduzido, necroses castanho-avermelhadas ao longo do rizoma, tombamento das plantas devido a destruição do sistema radicular. 
· Nematoide das lesões (Pratylenchus coffeae), que causa sintomas parecidos ao nematoide cavernícola, porém as lesões se desenvolvem mais lentamente.
· Nematoide espiralado (Helicotylenchus multicinctus), que causam os sintomas de pequenas lesões acastanhadas, infecções mais severas podem coalescer e necrosar a superfície da raiz.
· Nematoide das galhas (Meloidogyne spp.) que causa nodulações de tamanhos variados nas raízes
Broca-do-Rizoma
Broca-do-rizoma (Cosmopolites sordidus) ou conhecido como Moleque-da-bananeira que é considerada praga chave da bananicultura no Brasil, atua abrindo galerias feitas pelas larvas nos rizomas, enfraquece as plantas que são mais sujeitas ao tombamento, e como consequência a planta tem suas folhas amarelecidas com posterior secamento, e também a morte da gema apical e morte de plantas jovens (CORDEIRO et al, 2017).
3. PRINCIPAIS VARIEDADES
As variedades de banana mais difundidas no Brasil são: Prata, Pacovan, Prata Anã, Maçã, Mysore, Terra e D’Angola, do grupo AAB, utilizadas unicamente para o mercado interno. Já as bananas Nanica, Nanicão e Grande Naine, do grupo AAA, são mais voltadas para a exportação. Em menor escala são produzidas as bananas Ouro (AA), a Figo Cinza e a Figo vermelho (ABB), a Caru Verde e a Caru Roxa (AAA).
Relacionado a produtividade, as variedades Prata, Prata Anã e Pacovan correspondem a cerca de 60% da área cultivada no Brasil. As bananas Cavendish (Nanica) correspondem a 2,39% do consumo de banana do Brasil, e a Prata ocupa cerca de 2,8% do consumo.
4. RELAÇÃO VARIEDADES X DOENÇAS
A Banana Prata, Pakovan, Prata Anã, pertencem ao mesmo grupo genômico (AAB), são triplóides, e são susceptíveis a Sigatoka Amarela e Sigatoka Negra, Moko, ao Mal do Panamá elas são muito susceptíveis, porém são resistentes a nematoides e muito resistentes a Broca do Rizoma (BORGES et al., 2006); A banana Maçã comporta-se um pouco diferente, ela é muito resistente a Sigatoka amarela e Broca do Rizoma, resistente a nematoides e susceptível a Sigatoka Negra, Mal-do-Panamá e Moko; A banana Ouro (AA), é muito resistente a Sigatoka Negra, resistente ao Mal-do- Panamá, e susceptível a Sigatoka Amarela e Moko, relacionado aos Nematoides e Broca do rizoma não há dados avaliados; 
Segundo BORGES et al. (2006), a Banana Nanica, Nanicão e Grande Naine têm o mesmo grupo genômico AAA, e são variedades resistentes ao Mal-do-Panamá, porém são susceptíveis às outras doenças; A Banana Terra e D’Angola são resistentes a Sigatoka Amarela e Mal-do-Panamá, e são susceptíveis á Sigatoka Negra, Moko, nematoides e broca.; A bananaMysore (AAB) é resistente a nematoides e brocas, Sigatoka Negra e Amarela, e também ao Mal-do-Panamá, porém é susceptível ao Moko, e apesar de tão resistente à essas doenças, não consegue ganhar espaço no mercado pois o sabor não agrada aos consumidores.
As cultivares tetraplóides (AAAB) originaram-se dos cruzamentos de grupos genômicos triplóides e diplóides, cruzados com o intuito de serem mais resistentes às doenças, ou pelo motivo de que agradavam mais o mercado (SCARPARE FILHO et al., 2016).
As cultivares apesar de serem muitas vezes híbridos do mesmo grupo, apresentam características distintas. A cultivar Maravilha (FHIA-01) e Preciosa (PV42-85) são do tipo prata e possuem resistência a Sigatoka Negra e Mal-do-Panamá, porém são susceptíveis a Moko, o que irá diferenciar as duas é a susceptibilidade a Sigatoka amarela, na qual a Maravilha é moderadamente susceptível e a Preciosa é resistente, em relação a nematoides e brocas não há registros para as duas cultivares; Prata Graúda (SH3640) é muito susceptível a Sigatoka amarela e susceptível a Sigatoka negra, em contrapartida a FHIA-18, também do tipo prata, é muito resistente a Sigatoka amarela e resistente a Sigatoka Negra, ambas são susceptíveis ao Moko, ao Mal-do-panamá a Prata Graúda é resistente enquanto a FHIA-18 é susceptível; As cultivares Tropical, Japira, Vitória (todas do tipo maçã) e Pacovan Ken (tipo prata) são resistentes a Sigatoka Amarela e ao Mal-do-Panamá, porém a Tropical é muito susceptível a Sigatoka negra, enquanto a Pacovan Ken, Japira e Vitória são resistentes. Contudo as quatro cultivares mencionadas são susceptíveis ao Moko. A Pacovan Ken é muito susceptível a nematoides e brocas, porém as outras cultivares não têm registros relacionados a essas pragas; As bananas Caprichosa (PC42-01) e Garantida (SY42-08), ambas do tipo prata e porte alto, tem o comportamento idêntico relacionado às doenças e pragas, ambas possuem resistência ás Sigatokas e Mal-do-Panamá, e são susceptíveis ao Moko e muito susceptíveis a nematoides e brocas; A cultivar BRS Princesa, obtida pela EMBRAPA, é mais indicada para ser vendida como maçã pois é a mais resistente e também usada na produção de orgânicos. Apresenta resistência á Sigatoka Amarela, porém é muito susceptível a Sigatoka Negra e tolerante ao mal do panamá (SCARPARE FILHO et al., 2016); A FHIA 21 (híbrido AAAB) do tipo terra, é resistente a Sigatoka Negra e ao Mal-do-Panamá.
5. TRATOS CULTURAIS
A realização dos tratos culturais na bananeira são as principais exigências da cultura (ALVES et al., 2004) tem como objetivo produzir frutos de melhor qualidade, através de técnicas recomendadas que podem variar de acordo com o estágio de desenvolvimento da planta.
Através do desbaste podemos manter a densidade do plantio para que a área da cultura não atinja número excessivo de rebentos e brotações laterais. A técnica de desfolha compreende na retirada de folhas secas, com baixa eficiência fotossintética e também folhas verdes que apresentam limbo oi pecíolo quebrado que possam interferir no rendimento da planta (SCARPARE FILHO et al., 2016). É feita para deixar o bananal mais arejado, facilitando o controle de pragas e doenças que podem se disseminar em locais úmidos e com pouca luz.
Ademais técnicas culturais realizadas no cacho são de suma importância, já que a retirada do coração pode reduzir a ocorrência de tripes, que se alojam nas folhas das brácteas. A retirada das pencas visa promover a homogeneização dos frutos, e pode ser feita quando é observado que a ultima pensa não irá se desenvolver suficiente, visto isso, retirar a ultima penca fará com que a bananeira transloque a sua energia para outros frutos. O ensaque do cacho da banana tem como objetivo proteger a planta de baixas temperaturas, presença de insetos, injúrias físicas, ocasionando um fruto de melhor qualidade, porém essa técnica é mais utilizada para frutas que terão como destino o mercado externo (SCARPARE FILHO et al., 2016).
O tutoramento da bananeira sustenta a planta e evita o seu tombamento, em lugares onde a ocorrência do vento são fortes ou os cachos são muito pesados muito essa técnica é empregada segundo SCARPARE FILHO et al. (2016). muitas vezes utilizada na banana terra por ser uma planta de porte alto.
Além destes tratos culturais temos como importantes também o manejo de plantas infestantes, a colheita e corte do pseudocaule. A colheita dependerá do número de dias até o mercado consumidor, estação do ano, normas de mercado, tipo de embalagem. O corte do pseudocaule após a colheita do cacho deve ser feito próximo ao solo para evitar que este sirva como porta de entrada para doenças e pragas. Após o corte, o pseudocaule deve ser picado e distribuído ao longo da área de plantio para reincorporação da matéria orgânica no solo (SOUZA et al., 2009).
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, E. J. et al. Tratos culturais e colheita. O cultivo da bananeira. Cruz das Almas, Editora Embrapa Mandioca e Fruticultura, p. 107-131, 2004.
ARAÚJO FILHO, J. R. de. A cultura da banana no Brasil In. Boletim Paulista de Geografia. São Paulo, n. 27, p. 27-54, 1957.
BORGES, A. L.; OLIVEIRA, A. M. G.; RITZINGER, C. H. S. P.; ALMEIDA, C. O. de; COELHO, E. F.; SEREJO, J. A. dos S.; SOUZA, L. da S.; LIMA, M. B.; FANCELLI, M.; MATSUURA, M. I. da S. F.; MEISSNER FILHO, P. E.; SILVA, S. de O. e; MEDINA, V. M.; CORDEIRO, Z. J. M. A cultura da banana. 3. ed. rev. e ampl. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica, 2006. 110 p. (Coleção plantar, 56). Projeto Minibibliotecas.
BORGES, Ana Lúcia. O cultivo da bananeira. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e Fruticultura, 2004.
CAMARGO, LEA; REZENDE, JAM. Manual de Fitopatologia, volume 2: Doenças das plantas cultivadas. 3a edição. Editora Agronômica Ceres, São Paulo, 1997.
CORDEIRO, Zilton José Maciel; MATOS, AP de; MEISSNER FILHO, Paulo Ernesto. Doenças e métodos de controle. O cultivo da bananeira, v. 1, p. 146-182, 2004.
CORDEIRO, ZJM et al. Manual de identificação de doenças, nematoides e pragas na cultura da bananeira. Embrapa Mandioca e Fruticultura-Fôlder/Folheto/Cartilha (INFOTECA-E), 2017.
SCARPARE FILHO, João Alexio et al. Cultivo e produção de banana. Piracicaba: Esalq, 2016.
SOUZA, M.I.F. et al. Informação tecnológica sobre cana-de-açúcar na internet. Embrapa Informática Agropecuária-Artigo em periódico indexado (ALICE), 2009.

Continue navegando