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Professor: Miguel Camargo da Silva DISCIPLINA: FRUTICULTURA Apostila de apoio Turma de Técnico Agropecuária integrado 2021 CULTURA DO COCO (Cocos nucifera L.) Introdução O coqueiro é a palmeira de maior importância sócia econômica das regiões intertropicais do globo terrestre, pela diversidade de produtos obtidos das diferentes partes da planta, podendo-se afirmar que dele tudo se aproveita, conforme expressa os cingaleses em dito popular "a árvore que nos abastece de tudo o que necessita a vida". Entretanto, os principais produtos extraídos da planta, de interesse comercial, são os oriundos dos frutos, tais como: copra, óleo, ácido láurico, leite de coco, farinha, água de coco, fibra, pó do mesocarpo e subprodutos da copra utilizados como ração animal. Atualmente 96% da produção mundial de coco são provenientes de propriedades com área inferior a 5,0 hectares envolvendo aproximadamente 50 milhões de pessoas. Somente na Ásia, 30 milhões de pessoas dependem diretamente da cultura para a sua sobrevivência. Segue abaixo a distribuição da produção no mundo com redução de produção do Brasil de 2016 para 2015 destaque em amarelo: http://www.eafa-to.gov.br/principal.htm Fonte: FAO, 2006 Figura 1. Participação percentual dos principais países produtores de coco. No Brasil, é cultivado em aproximadamente 227.963 mil hectares (área plantada), com produção em 2014, de 1.909.705 ton. Noventa e quatro por cento dessa produção é proveniente do nordeste, região onde se concentram as principais agroindústrias de coco do país, e mais da metade das 500 mil pessoas que dependem dessa cultura para sobreviverem. Estado Produção ton. Área colhida ha Produtividade 1º Bahia 568.611 75.210 7.501 2º Ceará 34.611 44.149 8.156 3º Sergipe 234.562 39..022 6.371 4º Pará 209.770 23.975 10.135 5º Rio Grande do Norte 54.638 19.196 3.325 Brasil 1.909.705 227.963 8.377 Fonte: IBGE/SIDRA 2015 Origem e disseminação Há evidências que apontam que a domesticação do coqueiro se deu nas regiões entre o oceano Pacífico e Índico no sudeste asiático. Há relato que esta é a sua mais provável região de origem, principalmente as ilhas entre os oceanos Índico e Pacífico. Dessa região foi levado para a Índia e daí para o leste africano. Após o descobrimento do Cabo da Boa Esperança, foi introduzido no Oeste Africano e desta região para as Américas e o resto da região tropical do globo. Introdução do coqueiro no Brasil Ocorreram várias introduções de diferentes variedades, porém algumas datas se destacam: ❖ 1553 - introdução do coqueiro gigante, pelos portugueses procedentes da ilha de Cabo Verde; ❖ 1925 - anão verde procedente de Java; ❖ 1938 e 1939 - anão amarelo e anão vermelho respectivamente ambos procedentes do norte da Malásia; ❖ 1978 - anão vermelho de Camarões, procedente da costa do Marfim, introduzido pelo CEPLAC; ❖ 1982 e 1983 - foram introduzidos vários híbridos, procedentes da Costa do Marfim; ❖ 1983 - a EMBRAPA introduziu da Costa do Marfim as seguintes populações de gigantes: gigante do Oeste Africano, gigante de Rennell, gigante da Polynésia, gigante de Nova Hébridas, gigante da Malásia, gigante de Rotuma e gigante de Tonga. Classificação botânica O coqueiro pertence à ordem Palmales, família Palmae e subfamília Cocoideae uma das mais importantes famílias da classe monocotiledôneae. Gênero Cocos e espécie Cocos nucifera L., é uma espécie diplóide com 32 cromossomas (2n = 32), sendo composta por algumas variedades entre as quais, as mais importantes são as: Typicas (gigante) e Nana (anã). É uma planta monóica, isto é com os órgãos sexuais em flores distintas, porém, na mesma inflorescência. Clima O fator mais importante é água que, na maioria dos casos, é assegurado unicamente pelas chuvas, exceto em situações particulares, onde o lençol freático encontra-se pouco profundo (1 a 3 m). A pluviosidade considerada ideal é de 1800 mm anuais, com precipitações mensais bem distribuídas e nunca inferiores a 150 mm. A temperatura mínima mensal deve ser igual ou superior a 18 ºC. Normalmente, as máximas ocorridas em maior parte do território brasileiro são toleradas pelo coqueiro temperaturas abaixo de 18 ºC em período prolongado pode prejudicar o bom desenvolvimento da inflorescência. A insolação deve ser em torno de 1800 horas anuais. No entanto, níveis mais baixos podem ser tolerados, já que a radiação solar emitida, mesmo em dias de sol parcialmente encoberta, é suficiente para que a fotossíntese seja processada. Nas zonas tradicionais de cultivo, a umidade atmosférica parece não influir sobre o desenvolvimento do coqueiro, embora umidade atmosférica excessivamente alta ou baixa é prejudicial ao coqueiro. Umidade relativa do ar inferior a 60% é prejudicial ao desenvolvimento dessa planta. Por outro lado condições de umidade muito elevadas reduzem a absorção de nutrientes, devido à redução da transpiração, e provoca queda prematura de frutos, além de favorecer a propagação de doenças fúngicas. Solo Preferencialmente, recomenda-se para o coqueiro solos de textura franco-arenosa, com boa disponibilidade de água e suficiente aeração, com profundidade mínima de um metro e ausência de camadas de impedimento. Devem ser evitados: solos rasos; os extremamente argilosos, sobretudo onde ocorrem longos períodos de seca, aqueles que apresentam pedregosidade, pois a mesma reduz a capacidade do solo de reter água e, finalmente, os sujeitos a encharcamento, que podem asfixiar as raízes. Em síntese solos que apresente fertilidade média à alto principalmente rico em Potássio, Fósforo, Cálcio, Magnésio, rico em matéria orgânica, que apresente ausência de alumínio tóxico etc. são solos desejáveis para um bom desempenho da cultura. Principais variedades e suas respectivas cultivares Coqueiro gigante variedade Typica - foi introduzido no Brasil pelos portugueses em 1553, proveniente de Cabo Verde. É uma planta predominantemente de fecundação cruzada (alógama), pois em geral não há simultaneidade na maturação dos órgãos masculinos e femininos da mesma inflorescência. Apresenta porte alto, podendo atingir 35 metros de altura. É tardio iniciando a produção de frutos entre 5 e 6 anos de idade com aplicação de tecnologias, e entre 7 a 9 anos, quando cultivado com baixo nível tecnológico. Em condições agroecológica ideais essa produção pode alcançar 60 a 80 frutos/planta/ano. Os frutos são grandes, de coloração verde ou marrom, com alto conteúdo de polpa e de casca, bem aceito pelas indústrias e pela dona de casa para consumo in natura. Para esses dois segmentos são comercializados na forma de fruto seco, podendo ser comercializado ainda imaturo, como coco verde para o consumo da água. A vida útil do coqueiro gigante gira em torno de 60 a 80 anos, com produção distribuída durante todo ano. Dentre as variedades, é a mais rústica e adaptada as nossas condições edafoclimáticas. As principais características do coqueiro gigante são: a fase vegetativa longa, porte alto, apresenta copa frondosa apresentando de 25 a 40 folhas com comprimento de 6 metros. Por ser de polinização cruzada, a variedade gigante apresenta uma ampla variação dentro dela, principalmente no que diz respeito: à altura de plantas, cor, forma, tamanho e composição de fruto, qualidade de copra e produção. Os ecótipos de coqueiro gigante do Brasil são fenotipicamente semelhantes, porém diferem em relação ao tamanho, peso e composição dos frutos. Alguns ecótipos de coqueiro gigantes mais plantados ou utilizados para hibridação são: ❖ Gigante do Brasil da Praia do Forte (BA) ❖ Gigante do Brasil de Pacatuba (SE) ❖ Gigante do Brasil de Merepe (PE) ❖ Gigante do Oeste Africano ❖ Gigante da Polynésia ❖ Gigante de Rennell etc. Atualmente estima-se uma área plantada no Brasil de, aproximadamente 240 mil hectares com coqueiro gigante. Coqueiro anão variedade Nana - a origem do coqueiro anão não foi determinado até hoje com qualquer grau de certeza. Algumas literaturas citam-se que é mutante do gigantee que, provavelmente, apareceu pela primeira vez em Java, ao passo que para outros ocorreu como uma segregação de um cruzamento entre coqueiros gigantes. As primeiras mudas de coqueiro anão foram introduzidas no Brasil em 1925, provenientes da Península da Malásia. Apresenta uma área cultivada no Brasil de aproximadamente 57 mil hectares; sendo 33 mil em formação, 21 mil em início de produção e 3mil em plena produção. A variedade tem potencial de 200 a 250 frutos/planta/ano, em condições edafoclimáticas ótimas e com uso de tecnologia adequada para a cultura. Atinge entre 8 a 12 metros de altura com a idade de 20 anos, com vida útil econômica entre 30 a 40 anos. É uma variedade útil apenas para água de coco, que é muito saborosa. Seu albúmem sólido é insignificante, e por isso é rejeitado pelas agroindústrias de alimentos. É composta das cultivares: amarela, verde, vermelho da Malásia e vermelho de Camarões. Estas cultivares normalmente são autógamas, à exceção da verde que, por apresentar em torno de 20% de cruzamento é considerado uma cultivar intermediária em relação à reprodução. Coqueiros Híbridos - o híbrido de coqueiro de maior interesse comercial tem sido aquele proveniente do cruzamento entre as variedades anã e gigante (híbridos intervarietais). Reúne as características desejáveis de dois parentais, como a precocidade e a produção de frutos do anão com a rusticidade, maior tamanho do fruto e melhor composição dos componentes do fruto do gigante. Os híbridos resultantes dos cruzamentos, além de serem considerados precoces e apresentarem produção de frutos semelhantes ao anão e superior ao gigante, produzem mais copra por planta, tanto sobre gigante quanto sobre o anão e, conseqüentemente são importantes, tanto para uso ao natural (uso culinário e para água de coco) quanto para uso agroindustrial (agroindústria de alimento e água de coco). Os híbridos apresentam porte intermediário entre o gigante e o anão, inicia a produção entre os 3 e 4 anos, a média de produção é de 120 a 150 frutos por planta ao ano, podendo no entanto atingir produções maiores em níveis tecnológicos mais elevados. A produtividade média de copra no coqueiro gigante é de 500 kg/ha, com emprego do híbrido é possível atingir produtividades de 5 a 6 ton./ha. Os coqueiros híbridos mais empregados no mundo, tanto na implantação de novas áreas, como na recuperação dos coqueirais antigos são resultantes dos cruzamentos intervarietais. A demanda por esses híbridos nas principais regiões produtoras do Brasil está gradativamente aumentando, com a constante oscilação do mercado, os híbridos podem atuar com dupla aptidão, dando uma maior segurança ao produtor, principalmente quando a água de coco atinge seu menor preço (estação fria nos grandes centros comerciais), nesse momento o produtor pode optar pela venda do coco seco. Alguns híbridos de interesse comerciais testados no Brasil são: anão amarelo de Gramame x Gigante do Brasil da Praia do Forte (AAG x GBrPF), anão verde de Jiqui x gigante do Brasil do Rio Grande do Norte (AVeJ x GBrRN), anão vermelho de Gramame x gigante do Brasil da Praia do Forte (AVG x GBrPF), anão vermelho de Gramame x Gigante do Oeste Africano (AVG x GOA), anão amarelo de Gramame x GOA (AAG x GOA) etc. Os híbridos citados anteriormente estão apresentando superioridade em relação aos híbridos introduzidos ou seja de ecótipos diferentes. Vantagens e desvantagens dos híbridos em relação ao gigante Vantagens Gigante híbrido Início de produção (anos) 6 4 (precocidade de 100%) Produção (fruto /ano) 80 150 (aumento de 87,5 %) Produtividade (frutos/ hectares/ano). 11.440 24.000 (aumento de 114,3%) Produção de albúmen sólido* 28 52,5 (aumento de 114,3 %) Porte na idade adulta (m): 35 20 (redução de 571 %) Destino da produção Culinária e agroindústria Culinária, agroindústria e água de coco Produtividade de albúmen sólido 4004 8400 (aumento de 109,8 %) * considerando que tanto o gigante como os híbridos produzem 0,35 kg de albúmen sólido/fruto. Desvantagens Gigante Híbrido Exigências edafoclimáticas Rústico Exigente Vantagens e desvantagens do híbrido em relação ao anão Vantagens Anão Híbrido Produção de albúmen sólido(kg/150 frutos) 30 52,5 (aumento de 75%) Produtividade de albúmen sólido (kg/ha) 6.150 8.400 (aumento de 36,7%) Destino da produção Água de coco Culinária, agroindústria e água de coco Exigências edafoclimáticas Muito exigente Muito exigente Desvantagens Anão Híbrido Início de produção (ano) Dois três Porte Baixo médio Principais característica que um coqueiro adulto deve apresentar para ser ótimo fornecedor de coco semente: ❖ Livres do ataque de pragas e doenças para ser ótimo fornecedor de semente; ❖ Cicatrizes foliares pouco espaçadas; ❖ Grande número de folhas (30 a 35); ❖ Cachos com muitos frutos (acima de 14); ❖ Cachos devem ser bem apoiados na folha e com pecíolo largo e curto; ❖ Plantas com numerosas flores femininas por inflorescência; ❖ Frutos de tamanho médio a grande. Tratos culturais utilizados na cultura do coqueiro Preparo do coco semente: Idade - deve apresentar de 11 a 12 meses, eliminar o que apresenta sintomas de ataque de pragas e doenças, frutos deformados, e com pouca reserva de albúmen líquido. Entalhe - ficará a critério do produtor, uma vez que o gasto com mão de obra será maior, por outro lado facilitará o desenvolvimento do embrião na fase inicial. Forma de distribuição do coco semente no germinadouro - deverá ser distribuído em triângulo (quincôncio), quanto à posição do fruto, poderá ficar deitado ou de forma vertical, alguns resultados de pesquisa mostraram que deitado o albúmen líquido terá um maior contato com o embrião conseqüentemente melhor desenvolvimento na fase inicial. Um m2 de canteiro compota, aproximadamente 22 sementes da variedade gigante e 30 sementes da variedade anã, as sementes germinadas devem permanecer no germinadouro por um período de no máximo, quatro meses. As sementes germinadas com plântulas entre 15 e 20 cm, devem ser repicadas para o viveiro cortando-se as raízes a 2 cm da casca. No viveiro o material poderá ser plantado obedecendo-se ao sistema tradicional de raízes nuas ou utilizando a técnica de produção em sacos plásticos. Vantagens de produção de mudas em raízes nuas ❖ Mais prático o manejo; ❖ Menor custo de produção; ❖ Maior facilidade no transporte das mudas. Vantagens do uso do saco plástico ❖ Supressão do choque de plantio uma vez que conserva intactas as raízes; ❖ Melhor utilização da adubação mineral; ❖ Maior precocidade de produção; ❖ Transporte das mudas com maior antecedência para o local de plantio. Desvantagens ❖ O método apresenta custo de produção mais elevado; ❖ Custo de transporte maior. Espaçamento no viveiro - 60 x 60 x 60 cm, distribuído em triângulo (quincôncio), totalizando 31.944 mudas. Tempo de permanência no viveiro - máximo 6 meses. Vantagens das mudas com 10 meses (germinadouro + viveiro) ❖ Tolerância a déficit hídrico; ❖ Maior teor de reserva no endosperma; ❖ Melhor desenvolvimento principalmente na fase inicial no campo; ❖ Menor índice de morte de mudas no campo. Característica do saco plástico para produção de muda de coco ❖ Saco de polietileno preto com espessura de 0,2 mm (200 micra); ❖ Dimensões de 40 x 40 cm e 60 x 60 cm, para o coqueiro anão e gigante respectivamente; ❖ A metade inferior deve apresentar alguns furos de 4 a 5 mm de diâmetro, para permitir o escoamento da água excedente. Sistema alternativo de produção de mudas As mudas produzidas no germinadouro são levadas diretamente para o plantio definitivo, este método é muito utilizado pelos pequenos produtores e poderá obter uma boa muda com menor custo de produção, porém é recomendável menor número de sementes no germinadouro ou seja de 10 a 15 sementes por m2 dependendo da variedade. O tempo de permanência no germinadouro é de 7 meses, ao final do qual apresentam-se com 3 a 4 folhas vivas. Espaçamento e preparo de cova Os espaçamentosrecomendáveis são os seguintes: ❖ Coqueiro anão: 7,5 x 7,5 x 7,5 m (plantio em quincôncio 205 plantas/ha); ❖ Coqueiro híbrido: 8,5 x 8,5 x 8,5 m (160 plantas/ha); ❖ Coqueiro gigante: 9,0 x 9,0 x 9,0 m (142 plantas/ha). No plantio deve dar preferência a distribuição em triângulo (quincôncio), obedecendo ao sentido transversal da declividade do terreno, essa forma apresentará as seguintes vantagens: Maior quantidade de mudas por área; Melhor conservação do terreno evitando erosão. Desvantagem: Dificulta os tratos culturais. Covas Dimensões - 0,80 x 0,80 x 0,80 m, podendo variar para mais ou para menos em função: ❖ Característica física do solo; ❖ Disponibilidade de mão de obra; ❖ Quantidades de mudas a serem plantas. Finalidades da cova ❖ Melhorar a aeração do terreno; ❖ Facilitar o desenvolvimento da raiz, conseqüentemente acelerar o crescimento da muda; ❖ Melhorar homogeneização do adubo. Adubação da cova - como fonte de matéria orgânica podem ser utilizadas as seguintes opções: Torta de mamona 3 kg/cova ou Esterco de bovino ou suíno bem curtido 20 litros/cova (10 kg) ou Esterco de galinha de postura 3 kg/cova Cama de frango dependendo da concentração variando de 3 a 10 kg/cova Fonte de fósforo dar preferência ao superfosfato simples, por ser rico em enxofre nutriente essencial ao coco, utilizar 800 gramas /cova. No ato do preparo da cova utilizar no terço final restos orgânicos ou resíduos de fibra de coco com a finalidade de reter a umidade, em seguida misturar os adubos com a terra da superfície. O plantio deverá transcorrer no mínimo 30 dias após. No ato do plantio o coleto da planta deverá ficar bem compactado, em seguida molhar, fazer um sombreamento e cobertura morta na projeção da copa. Ideal fazer o plantio no início do período chuvoso, na região do bico do papagaio, situa-se aproximadamente na 2ª quinzena de outubro após a 2ª chuva. Após o plantio 30 dias depois, fazer a adubação complementar, sendo 300 gramas de uréia e 200 gramas de cloreto de cloreto de potássio dividido em três parcelas, sendo que na primeira, 100 gramas de uréia e 100 gramas de cloreto de potássio, 30 dias após fazer a 2ª parcela sendo apenas 100 gramas de uréia, na 3ª parcela 100 gramas de cloreto de potássio e 100 gramas de uréia. Os fertilizantes deverão ser espalhados em torno da planta, a uma distância de mais ou menos um palmo do coleto e em seguida ser incorporados ao solo. Eliminação de ervas daninhas Entre as alternativas disponíveis o produtor deve fazer opção por aquela mais adequada, as condições dependerão da: natureza do solo, topografia, espécie de ervas daninhas predominantes, disponibilidade de mão de obra etc. Utilização de grade de disco - quando utilizado dar preferência a gradagem superficial, para evitar danos a estrutura do solo. Utilização da roçagem mecânica - associado ao coroamento, favorece um bom desenvolvimento da planta evitando competição com as ervas daninhas, embora a roçagem não seja eficiente para gramíneas. Esta prática reduz danos ao solo e os riscos de erosão. Cultura intercalar - reduz incidência de ervas daninhas, aumenta o aproveitamento da área, reduz o custo de implantação do coco. Algumas culturas recomendáveis são: banana (porte baixo), mamão, mandioca, feijão, milho, abacaxi etc. Devendo deixar um raio livre para o coco de no mínimo 2,0 metros. Essas culturas poderão ser exploradas com sucesso nos primeiros 3 anos de implantação. Quando o plantio é feito em retângulo ou paralelo, o aproveitamento do consórcio é melhor. Cobertura do solo com leguminosa - embora as leguminosas no período seco possam competir em água com o coco, no período das águas protege o solo da infestação de ervas daninhas, controle de erosão, favorece a população microbiana, em longo prazo melhora a estrutura do solo e transforma-se em fonte de nitrogênio para a cultura. Algumas leguminosas recomendáveis são: crotalária, feijão de porco, mucuna anã etc. Capina química Em plantio solteiro poderá lançar mão de herbicidas, produto à base de glifosate estão sendo utilizadas com sucesso, principalmente em locais que tem deficiência em mão de obra ou ausência máquinas agrícolas. A aplicação do herbicida pode ser associada a roçadas, principalmente no período chuvoso, onde há maior incidência de ervas daninhas. Irrigação Principais sintomas no coqueiro quando há deficiência ❖ Queda exagerada de frutos imaturos; ❖ Produção de frutos diminui; ❖ Redução do volume e peso dos frutos; ❖ Morte acelerada das folhas mais velhas; ❖ As folhas mais velhas ainda verdes inclinam-se, quebram-se e tendem a aproximar-se do estipe, assemelhando a um guarda chuva fechado, ❖ Mesmo durante o dia as lâminas do folíolo tendem a fechar-se; ❖ A turgescência dos folíolos diminui muito, provocando enrugamento das lâminas; ❖ Nas plantas jovens ocorrem, atraso no crescimento vegetativo e tombamento das plantas; ❖ Nos casos extremos de déficit hídrico prolongado, as plantas adultas ou jovens definham e morrem; ❖ Há um afinamento no estipe na região mediana da copa, onde poderá ser observado após a queda das folhas. Em coqueiros safreiros, o consumo de água para atender a transpiração das folhas é estimado em 7,5 microgramas/cm2/s. Em termos médios, essa taxa equivale a 90 litros planta/dia. Sob condições ótimas de solo, planta e clima, esses valores podem duplicar. Para a obtenção de um bom desenvolvimento e de uma boa produção de frutos, não é necessário irrigar toda a superfície ou área cultivada. No domínio de uma única planta, pode-se molhar apenas uma fração da área. Por exemplo, no caso de bacias de irrigação (coroamento), a água poderá ficar circunscrita a um raio de 0,75m até o primeiro ano depois do transplante; a 1,0 m até o segundo ano; a 1,5 m até o terceiro ano, e, finalmente, a um raio de 2,0 m a partir do quarto ano. Nessas condições, a dotação média de água a aplicar semanalmente nessas bacias poderá ser respectivamente: 18, 33, 74, e 132 litros. Já no caso da microaspersão, é desejável o uso de dois microaspersores por planta. Mesmo com um raio de alcance dos jatos a uma distância de apenas 1,4 metro, a área é suficiente para permitir um bom suplemento de água à cultura. É mais útil à planta aplicar 10 litros planta/dia num período de 7 dias do que 70 litros/planta de uma só vez a cada 7 dias. Adubação e calagem A calagem deve ser efetuada quando o teor de Ca+++ Mg++ for menor que 2 meq/100g de solo ou ocorrer a presença de alumínio na forma de Al+++ quando estiver superior a 0,5 meq/100g de solo ou saturação de alumínio maior que 20%, recomenda-se aplicar calcário na área toda, para favorecer o crescimento radicular, dando preferência ao calcário dolomítico que é rico em cálcio e magnésio. A adubação deve ser realizada anualmente para repor os nutrientes removidos pela colheita. Entretanto, a quantidade removida não deve ser utilizada como único critério de recomendação, devido a lixiviação e reações que ocorrem quando os fertilizantes são aplicados no solo, diminuindo, portanto a disponibilidade do mesmo. As recomendações devem se basear na análise do solo e principalmente pela análise foliar. A folha a ser amostrada deve estar situada no meio da copa e geralmente coleta-se nas folhas de número quatro, nove e catorze, de acordo com a idade da planta. Método prático para identificar folha 14 na planta adulta (acima de 5 anos) Localizar a folha em cuja axila (espaço entre a bainha e o estipe) ocorre a inflorescência aberta mais recentemente; esta é a folha nº 10, do lado oposto fica a folha 9, abaixo da qual está a folha 14. Ao se tratar de coqueiro na fase inicial da reprodução a folha 9 é a que está localizada na região mediana da copa e que não está nem muito velha nem muito nova, portanto é a folha em plena atividade vegetativa e que melhor representará a planta nessa fase. Finalidade de localizar a folha 14 Na fase adulta é a folha que dará o diagnóstico nutricional dessa planta, ou seja, a folha recomendável para fazer análise foliar o que complementará a análise do solo,conseqüentemente uma melhor precisão ao calcular a necessidade de adubo. Considerando que a maioria dos solos cultivados com o coqueiro é de baixa fertilidade e considerando-se também que, em recente estudo, foi observado que as deficiências de nitrogênio e potássio são comuns no Brasil, são sugeridas doses de fertilizantes conforme mostrado na tabela em diferentes fases: Idade em anos Adubo g/pé Uréia Superfosfato simples Cloreto de potássio 0 (Plantio) 300 800 200 1 1000 400 600 2 1400 1200 800 3 1600 1200 1000 4 1800 2000 1400 5 2200 2000 1600 6 2600 2400 1800 7 (em diante) 3000 3200 2000 Adubação orgânica deverá ser feita anualmente complementando a adubação química, utilizar 30 litros por/planta de esterco de bovino ou suíno bem curtido anualmente de preferência no início do período chuvoso até o 5º ano, melhora a capacidade produtiva do coqueiro. A partir do 6º ano a quantidade dependerá do desempenho da planta. Principais pragas do coqueiro e seus controles Barata do coqueiro (Coraliomela brunnea Thumb, ordem coleóptera, família chrysomelidae) - a larva que se assemelha a uma lesma abriga-se na folha central da planta jovem, alimentando-se do folíolo tenro ainda fechado. A folha ao se abrir, mostra sinais da presença da praga limbos perfurados em simetria. O adulto é um inseto vermelho da ordem coleóptera com aproximadamente 25 mm de comprimento. No caso de ataques severos, o tratamento com produtos químicos deve ser orientado, dirigindo o jato da solução para a folha mais jovem, onde as larvas se encontram, no sentido de preservar os inimigos naturais presente. Tratamentos à base de endossulfan a 0,05%, trichlorfon a 0,15%, metil parationa 0,06%, ou carbaril a 0,12% têm-se mostrado eficiente no controle dessa praga reduzindo mais de 90% de sua população com apenas uma pulverização. Quando a infestação não é intensa, o controle deve visar à eliminação de larvas e adultos através da catação manual. Cochonilha transparente do coqueiro (Aspidiotus destructor Sign, ordem Homóptera: família Diaspididae) - Sugam a seiva da planta. Os primeiros sintomas de dano da cochonilha iniciam a partir das folhas mais baixa. Á medida que a praga se multiplica, os folíolos vão sendo colonizados, tornam-se mosqueado com uma descoloração circular amarela em torno do ponto de fixação da fêmea, em seguida fica totalmente amarelados e por fim secam. As joaninhas são excelentes controladoras naturais das cochonilhas no campo. No caso de ataque severo de cochonilha no viveiro sugere-se que sejam adotadas as seguintes medidas de proteção: a) poda e queima das folhas atacadas; b) Pulverização com produtos sistêmicos, principalmente naqueles viveiros onde não se realiza a fiscalização das plantas, como uma prática de rotina. Broca do olho do coqueiro (Rhynchophorus palmarum L., ordem Coleóptera, família Curculionídae) - o adulto é um besouro preto que mede, aproximadamente, 3,5 a 5 cm de comprimento. A larva é ápode apresenta o corpo mais volumoso no meio, afilado nas extremidades e a cabeça esclerificada, de cor castanha escura. Após penetrar na parte apical da planta a fêmea faz a postura nos tecidos tenros; as larvas, ao eclodirem, começam a alimentar-se e a destruir os tecidos meristemáticos, fazendo galeria em todas as direções. A planta atacada apresenta inicialmente a folha nova mal formada e esfacelada, em função da penetração do adulto na planta. Posteriormente, com os danos internos provocados pelas larvas (inúmeras galerias, destruição dos tecidos internos e fermentação do palmito), as mais novas murcham e se curvam, indicando a morte da planta. Além de destruir os tecidos da planta quando larva, o adulto é o principal transmissor do nematóide Bursaphelencus cocophilus (Cobb) Baujard, agente causal da doença conhecida por anel vermelho, doença letal para o coqueiro e outras palmeiras. Controle - instalação no coqueiral de iscas atrativas com armadilha as mesmas poderão serem feitas de pedaço de canas, são colocadas em baldes com tampas, e funil no centro, com orifício suficiente apenas para entrada do inseto, poderão ser feitas 3 orifícios, os pedaços de cana deverão ser substituídos a cada 15 dias e os insetos capturados deverão ser destruídos, A utilização de feromônios artificiais de agregação ou sexuais, localizados nos baldes melhora a eficiência da captura. O controle mais eficaz em síntese é a utilização do manejo integrado começando pela não eliminação de folhas verdes da planta, utilização de iscas, eliminar plantas velhas e excessivamente atacadas, utilização de fungos entomógenos tipo Beauveria bassiana, utilização de mudas selecionadas e um manejo rigoroso para manter as plantas sadias, consequentemente uma menor incidência da praga. Eupalamides daedalus (Cramer 1775) - sinônimo de Castnia daedalus, ordem Lepdoptera, família Casteniidae, conhecido como broca do dendezeiro. Descrição, biologia e comportamento - o adulto é uma mariposa grande, com asa de coloração marrom-escura e reflexo violeta, tendo as fêmeas uma envergadura de cerca de 170 mm a 205 mm e os machos cerca de 170 a 185 mm. Possui também duas fileiras de pontuações amarelo-esbranquiçadas acompanhando o contorno das asas posteriores, e na parte média das asas anteriores, uma faixa amarela transversal e pontuação da mesma cor nas extremidades dessas asas. Longevidade da fêmea 15 a 18 dias e o macho de 12 a 13 dias. Período de oviposição da fêmea de 12 a 17 dias. Capacidade de reprodução de 200 a 500 ovos. Período de incubação do ovo varia de 10 a 15 dias. Larva - possui coloração branco-leitosa, cabeça fortemente esclerificada, de cor castanha brilhante, com mandíbula negra muito forte. Tamanho - ao emergir do ovo, mede aproximadamente 7 mm de comprimento e pode alcançar de 110 a 130 mm no último estágio de desenvolvimento. Ciclo de vida da lagarta - de 144 a 403 dias totalizando 14 ínstares. Fase de pré-pupa e pupa - após o 14º ínstar inicia a fase de pré-pupa, apresenta hábito minador, onde constrói galerias no pedúnculo do cacho ou na estipe junto à coroa, num período de 19 dias em média. Posteriormente transforma-se em pupa, se caracteriza por apresentar cor castanho-escuro brilhante e mede de 64 a 95 mm de comprimento, o período de pupa dura 30 dias. No final do ciclo, transfere para região superior do estipe onde empupa ficando com a metade caudal no interior do estipe, até emergência do adulto. O casulo formado pela pupa é de cor marrom-escura e é confeccionado com a fibra das palmeiras, fortemente compactadas. Natureza do dano - forma galerias na estipe junto à coroa, na base das folhas e nos pedúnculos dos cachos, podem atingir a região do meristema das palmeiras, causando a morte da planta, ao destruir os tecidos da planta, pode atrair o inseto Rhynchophorus palmarum, transmissor do nematóide que ocasiona a doença anel vermelho do coqueiro. Medidas de controle - cultural com limpeza das copas para melhor arejamento, uma ou duas vezes por ano, eliminando os restos florais, posteriormente tratamento químico quando são localizadas infestações. Alguns produtos recomendáveis: ● Triclorfon de 0,3% a 0,5%; ● Carbofuran - na concentração de 0,375% do princípio ativo; ● Metomil - 0,18% p.a. . Os produtos e as concentrações dependerão da fase da larva. Plantas hospedeiras - dendezeiro, bananeira, açaizeiro e bacabeira etc. Mancha anelar do fruto do coqueiro - O agente causal é o ácaro Amrineus cocofolius (Acari: Eriophyidae) apresenta a região anterior do corpo mais larga e a posterior afilada, coloração variando do amarelo-claro ao amarelo-ocre, porém, não possui excrescências esbranquiçadas recobrindo seu corpo. É um fenômeno que foi registrado no mês de maio a junho de 1999, porém já se observa em vários estados em lavouras que pratica o sistema de irrigação intensivo. Apesar de não existirem ainda evidências de mudança na qualidade da água e tamanho dos frutos, os preços são reduzidos no mercado consumidor atingindo valores insuficientes para cobrir os custos de produção. Sintomas nos frutos - iniciam atravésdo aparecimento de pequenos pontos escuros que podem ser observados já em frutos do tamanho de um punho fechado. Ao evoluírem as manchas formam pequenas rachaduras ou estrias de cor marrom, provocando necrose da epiderme, ocorrendo também entre a parte atacada e a sadia uma pequena depressão. Forma uma cinta escura na região equatorial do fruto, em casos graves atinge todo o fruto. Em um mesmo cacho podem ser encontrados frutos com diversos níveis de infestação inclusive frutos sadios. Por ser um fenômeno recente formou-se à partir da constatação um grupo de especialistas encabeçado pela EMBRAPA das áreas de entomologia, fitopatologia, fisiologia vegetal, física do solo e irrigação, para elaborar um plano de trabalho com objetivo de identificar as causas relacionadas à existência da mancha anelar do fruto do coqueiro. Após ser cogitado em seminário que há fortes indícios de ser um ácaro, posteriormente foi confirmado à partir de resultados de trabalhos científicos . Ácaro - Aceria (Eriophyes) guerreronis Keifer é da subclasse Acari, Família Eriophyidae - conhecido como ácaro da necrose do coqueiro, normalmente danifica os frutos, ficando protegido sob as brácteas. Além deste ataque o ácaro é encontrado em plantas jovens, até os dois anos de idade no viveiro e no campo, provocando uma necrose marrom-escura nas folhas centrais, e ao atingir a gema apical causa a morte da planta. Detectado o problema em plantas jovens, as mesmas deverão ser arrancadas e queimadas. O ataque nos frutos caracteriza-se por desenvolver sob as brácteas dos cocos novos, sugando-lhe a seiva da epiderme e causando clorose (manchas claras), no fruto observam-se danos de ácaro, tantos em frutos novos que caem prematuramente, como em frutos que completam sua maturação mesmo tendo grande parte de sua superfície necrosada. Em caso de forte ataque, os frutos chegam a se deformar, perdem peso e as vezes caem sem completar o amadurecimento. Controle - para caso de ácaro no viveiro e em plantas jovens, recomenda-se pulverizar, preventivamente, as folhas centrais com acaricida específico. A pulverização pode ser feita no viveiro logo que sejam detectados os primeiros casos, com vamidotion (6 ml do princípio ativo para 10 litros de água) ou monocrotofós (6 ml p.a.para 10 litros de água) ou aplicar aldicarbe granulado (4 gramas do produto concentrado/planta) diretamente no solo, em intervalos de 20 dias até que sejam eliminados os focos da praga. Lagarta das folhas - Brassolis sophorae L., ordem lepidóptera, família Nymphalidae é a mais importante lagarta desfolhadeira do coqueiro adulto. Danifica a folhagem, provoca queda prematura dos frutos e, quando o ataque é muito intenso atrasa a produção seguinte em até 18 meses. As lagartas são de hábitos noturno e gregário. Constroem ninhos unindo folíolos, onde permanece abrigado durante o dia. O controle pode ser feito pela coleta dos ninhos e destruição das lagartas através da pulverização com fungos entomógenos Beauveria brongniartii, e/ou Bacilus thuringiensis. O controle químico deve ser empregado com bastante cautela e somente em caso de alta infestação. Existe recomendação de uso do produto organofosforado triclorfon, na concentração de 0,4% e do carbamato carbaril na concentração de 0,35%, na proporção de 4 a 5 litros da solução por planta, dirigindo-se o jato da solução às folhas mais próximas dos ninhos. Pulgão preto do coqueiro – Cerataphis lataniae Boisduval ordem Homóptera, família Aphididae é um afídeo de forma circular, com diâmetro variando entre 1,5 a 2 mm, cor preta, esférico e circundado por uma franja de cera branca. Suga a planta e excreta substância doce que atraem formigas, moscas e vespas. Em seus excrementos também desenvolvem fungos conhecidos por fumagina. Danos - provocam atraso no desenvolvimento, conseqüentemente retarda o início da produção. Em coqueiro safreiros, provoca o abortamento de flores femininas, queda de frutos pequenos e/ou em desenvolvimento. Em coqueiros anões o ataque é mais severo. Controle - no período chuvoso o ataque é menor, no período chuvoso quando o ataque for maior recomenda-se utilizar produtos sistêmicos associados a óleo mineral só nas plantas infestadas. Cochonilha transparente do coqueiro - Aspidiotus destructor Sign, ordem Homóptera, família Diaspididae, a praga aloja-se na face inferior dos folíolos iniciando o ataque pelas folhas mais baixas. À medida que a praga se multiplica, os folíolos vão se tornando amarelos pela ação sugadora do inseto, secando progressivamente. As joaninhas são excelentes controladoras naturais das cochonilhas no campo, além de outros agentes já detectados. No ataque severo se não for constatado a presença de inimigos naturais, principalmente das joaninhas deve-se fazer a introdução dos agentes controladores. Medidas no manejo para controlar população de cochonilhas: ● Podas e queima das folhas atacadas; ● Remanejamentos de inimigos naturais entre parcelas; ● Uso de produto químico somente quando 50% das plantas estiverem com duas a três folhas atacadas pela cochonilha. Poderá ser utilizadas nesses casos a pulverização com uma solução de dimetoato (4 gramas do princípio ativo para 10 litros de água), em duas aplicações com intervalos de 15 dias, se necessário. Broca do estipe do coqueiro - Rhinostomus barbirostris F., ordem Coleóptera, família Curculionidae, o adulto é um besouro preto com tamanho que varia de 1,5 a 5 cm de comprimento o macho se diferencia da fêmea por possuir o rostro recoberto por finos pêlos avermelhados. A fêmea realiza a postura em qualquer parte do estipe, sendo escolhidos geralmente as cicatrizes foliares e aquelas deixadas no estipe pela broca do pedúnculo floral. A infestação da planta pela broca do estipe é denunciada quando se nota a expulsão de pequeno filete de serragem, através do orifício de entrada da larva e aparecimento de manchas longitudinais enegrecidas no estipe provocadas por escorrimento de seiva e/ou aparecimento da resina no local afetado. Um coqueiro fortemente atacado pela broca do estipe fica sujeito à quebra pela ação do vento. Em locais onde ocorre esta praga é muito importante à inspeção constante do coqueiral. Através desta estratégia é possível detectar a postura e destruí-las, raspando-se com um facão. Caso esta medida não seja tomada, as larvas penetrarão nos estipes, dificultando o controle. As plantas muito afetadas por larvas deverão ser eliminadas. Broca da ráquis foliar ou broca do pecíolo - Amerhinus ynca Sahlberg, ordem Coleóptera, família curculionidae, a larva desenvolvida mede de 25 a 27 mm de comprimento. Quando adulto mede 20 mm. Apresenta variação de cor do amarelo ao esbranquiçado, possuindo pequenas escamas que encobrem partes do corpo. Nos locais onde não há escamas aparecem manchas irregulares de cor preta. A postura é realizada pela fêmea na ráquis da folha, onde a larva penetra e se alimenta formando galerias longitudinais. A presença da praga é detectada, pelo aparecimento de uma resina na ráquis das folhas velhas e, posteriormente, pelo amarelecimento das mesmas iniciando nas extremidades. Detectado sua presença recomenda-se cortar as folhas brocadas e queimá-las, para que a praga seja destruída e não venha a constituir fonte de propagação dentro do coqueiral. Broca do pedúnculo floral - Homalinotus coriaceus Gyllenhal, ordem Coleóptera, família Curculionidae, a fêmea, de cor preta, deposita seus ovos na base da inflorescência, onde a larva penetra, formando galerias. Como conseqüência disto, os vasos libero-lenhosos destruídos, intercepta a passagem de seiva, o que provoca queda parcial ou total dos frutos. A larva caminha sempre na direção da base do cacho, de onde retira o material fibroso usado na formação do casulo. Nessa operação, deixa uma espécie de cicatriz no tronco, o que caracteriza a presença do inseto na planta. Controle - o adulto tem hábito noturno. É necessária a limpeza da copa por ocasião da colheita, arrancando-se os pedúnculos dos cachos que já foram colhidos, as espatas florais, as bainhas foliares eos cachos secos devem ser queimados. Com esta prática, é possível destruir larvas, pupas e adultos desta praga. A utilização de produtos químicos à base de malation com 5 gramas do princípio ativo para 10 litros de água ou metil paration com 12 gramas do princípio ativo para 10 litros de água, em aplicações dirigidas à região dos cachos e inserção foliar da planta reduz a população adulta, com eficiência acima de 80%, sendo que para as larvas a eficiência chega a 60% baseada em trabalhos experimentais. Principais doenças do coqueiro e seus controles Queima das folhas - agente causal fungo Botryosphaeria cocogema. Os principais sintomas são: ● Necrose inicia em geral nas bordas dos folíolos no ápice das folhas, prolongando-se em direção da ráquis foliar, provocando lesões em forma de V; ● O ataque geralmente começa nas folhas mais velhas; ● Provoca seca prematura das folhas mais velhas, deixando-as com uma cor marrom avermelhado; ● Normalmente os estromas da lixa grande estão associados às lesões da queima das folhas; ● A morte prematura das folhas causa a queda dos cachos antes dos frutos completarem a maturação, como conseqüência queda da produtividade; ● A incidência da doença é mais evidente na época do ano em que as precipitações e umidade relativa do ar são baixas e as temperaturas elevadas. O controle químico é feito com 6 a 8 pulverizações (através de pulverizadores motorizados) com Benomyl (0,1%) + Carbendazin (0,1%) i.a. em intervalos de 14 dias, gastando-se dois a três litros da solução por planta em coqueiros jovens ou já em produção e com até 6 metros de altura. Antes da pulverização deverá cortar e incinerar as folhas mais atacadas. Como medida cultural, os cachos podem ser apoiados em suporte de madeira ou corda. O tamanho da lesão está correlacionado positivamente com o estresse hídrico. Anel vermelho - agente causal nematóide Bursaphelenchus cocophilus. Principais sintomas são: ● Amarelecimento dourado das folhas, seguido por um escurecimento, com exceção de um tufo central de folhas verdes que finalmente dobram e secam. ● Aparecimento de um anel vermelho no estipe da planta, de aproximadamente 2 a 4 cm de largura e 3 a 5 cm da periferia. ● Na área do anel encontra-se grande quantidade de nematóide; ● Não se observa queda de fruto e de inflorescência. Transmissão - através do inseto Rhynchophorus palmarum ou através da raiz danificada em locais contaminados. Controle ● Evitar corte excessivo das folhas funcionais; ● Ferramentas utilizadas no corte de plantas atacadas devem ser limpas antes de serem utilizadas em plantas sadias; ● Plantas doentes devem ser erradicadas e queimadas; ● Controlar o inseto vetor com iscas atrativas tipo pedaço de cana-de-açúcar em baldes com tampa e funil devendo ser trocado a cada 10 a 15 dias. Mancha foliar ou helmintosporiose - agente causal fungo Dreschslera incurvata. Sintomas são: ● Lesões nas folhas de forma elíptica e alongada, de cor marrom com halo amarelo-ouro; ● A doença se desenvolve inicialmente, nas folhas inferiores, progredindo para a parte superior da planta; ● Em casos severos, as lesões coalescem e as margens dos folíolos ficam necróticos. Controle preventivo.- fiscalização efetiva do plantio, adubação balanceada, sem excesso de nitrogênio, eliminação de ervas daninhas para aumentar a aeração. Controle químico - quanto o ataque for intenso utilização de Maneb 2% i.a., ou Dithane M45 ou Captan (Score, Folicur) ou Tebuconazole. Lixa pequena - agente causal fungo Phyllachora torrendiella (Batista), também conhecida como verrugose do coqueiro, encontra-se disseminado em toda região produtora de coco do Brasil. Ela é severa em regiões de alta pluviosidade. Principais sintomas são: ● Apresenta pequenos pontos negros, ásperos, que são os estromas, encontrados isolados, em linha ou na forma de um losango, nos folíolos, ráquis e frutos das plantas; ● O fungo provoca a necrose das folhas inferiores, que secam prematuramente; ● Quando o ataque é severo, os cachos ficam totalmente sem suporte, prejudicando a produção. A característica que o diferencia da lixa grande é que os estromas são menores e não são destacados facilmente do tecido lesionado. Controle O controle químico dessa doença não apresentou resultados definitivos. Fungos hiperparasitos são citados em literatura como agentes de controle biológico da lixa tais como: Septofusidium elegantulum, Acremonium alternatum, Acremonium strictum Lixa grande - agente causal fungo Sphaerodothis acrocomiae. A importância da lixa grande está relacionada principalmente por servir de porta de entrada para o fungo Brotryosphaeria cocogena (queima das folhas). Principais sintomas são: ● Formação de estromas marrons, rugosos, circulares, isolados, em linhas coalescentes, que surgem principalmente na parte superior dos folíolos e também na ráquis foliar que podem atingir 2 mm de diâmetro; ● Os estromas são frutificações típicas de fungos Ascomicetos semelhante a verrugas; ● Os estromas desse fungo se soltam facilmente, o que não ocorre com os estromas da lixa pequena. Controle Não há informação de controle químico dessa moléstia. Os fungos hiperparasitas utilizados no controle da lixa pequena são também parasitas da lixa grande. Podridão do olho - agente causal fungo Phytophthora sp (Butler). Podem provocar damping-off. É uma doença cosmopolita e ocorre, quase sempre, em casos esporádicos. No entanto, em épocas muito chuvosas, em solos com má drenagem, esse fungo pode provocar perdas de até 40% no coqueiral. Sintomas: ● Murcha da flecha que se torna marrom; ● Gradualmente as folhas novas murcham e o topo da planta fica curvo, neste estágio as folhas podem ser destacadas facilmente, ocorrendo uma deterioração do meristema central; ● Os frutos permanecem nas plantas com o aspecto normal, mas caem quando tocados. O diagnóstico correto é feito através do isolamento do fungo Phytophthora, em meio de cultura. Controle preventivo ● Boa drenagem; ● Espaçamento que permita boa aeração; ● Controle de ervas daninhas; ● Evitar cultivo de coqueiro onde há plantio de cacau. Controle químico Aplicação fungicida específico Ridomil, em uma área de 25 metros de raio em torno da planta doente, erradicação total das plantas infectadas, evitando-se corte nas plantas sadias. Murcha de Phytomonas - agente causal é um protozoário flagelado do floema tripanossoma, conhecido por Phytomonas sp. Da família Trypanosomatidae, também conhecido como "hartrot". No Brasil, os focos principais foram constatados no Sul do Bahia e no Pará, com casos esporádicos em Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Sergipe. Principais sintomas: ● Inicialmente murcha das folhas que adquirem uma tonalidade amarelo-bronzeado, em seguida estas folhas tornam-se marrom e dobram-se; ● Inflorescência torna-se necrosada e seca, ocorrendo queda prematura dos frutos; ● No estágio final da doença, há uma podridão fétida do broto apical, destruindo o palmito; ● As raízes das plantas contaminadas apresentam pontas azuis, e as raízes terciárias e quaternárias apodrecem rapidamente. Não há registro de recuperação de plantas doentes. Controle ● Eliminação de coqueiro doente; ● As coroas devem ser mantidas limpas principalmente em locais úmidos; ● Evitar espécies hospedeiras próximas ao plantio tais como: piaçaveira, dendezeiro e a palmeira real; ● Controle de percevejos vetores com inseticida Monocrotophós, quando há contaminação na área. Queda dos frutos - agentes causais fungos Botryodiplodia theobromae Pat, Colletotrichum gloeosporiodes, Cylindrocladium sp., Ceratocystis paradoxa Moreau. A doença apresenta por queda dos frutos em coqueiro pode ser provocada por fatores fisiológicos, nutricionais e por fatores patológicos. Os sintomas manifestam-se, principalmente em frutos em estágio final de maturação, apresentando lesões necróticas com margens onduladas, de 1 a 2 cm de diâmetro, que coalescem e cobrem largas porções. Nestes frutos, uma vez atacados, ocorre a abertura da casca e a invasão de outros organismos causadores de podridão.A presença do ácaro Aceria guerreronis, muitas vezes ocorre nas mesmas lesões fúngicas. Controle preventivo ● Fazer tratos culturais adequados; ● Pulverização de produtos fungicidas só deverá ser feita após identificação do agente causal. Determinação do ponto de colheita do coco verde O coco verde apresenta ponto de colheita ideal quando a água já desenvolveu todas as características sensoriais que a torne apta ao consumo. Os frutos de 6 a 7 meses apresentam maior quantidade de água na cavidade central e melhor qualidade, encontrando-se dissolvida a maioria dos sais minerais, das proteínas e dos açúcares. Geralmente os SST (sólidos solúveis totais) estão em torno de 5,5 à 9,0o Brix, e a espessura do albúmen sólido em torno de 2 à 3 mm e o fruto apresenta de 20 à 25% em relação ao seu peso de albúmen líquido (água de coco). Cuidados no ato da colheita para garantir a qualidade dos frutos: - Os cachos devem ser cortados com cuidados para evitar danos mecânicos no solo; - Os cachos devem ser mantidos sobre sombra dos coqueiros até o momento de serem transportado; - Antes do transporte deve ser feito uma toalete no cacho retirando frutos pequenos, com manchas de ácaros acima de 25% da área total e restos florais; - Recomenda-se que os frutos cheguem ao distribuidor no prazo máximo de 3 dias após a colheita. Quanto a colheita do coco seco, para os híbridos inicia-se de 10 à 12 meses à partir da fecundação. Sendo os coqueiros gigante à partir de 12 meses. BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS FERREIRA, J. M. S.; WARWICK, D. R. N.; SIQUEIRA, L. A. (eds.) cultura do coqueiro no Brasil 2ª ed. Aracaju: EMBRAPA-SPI, 1998. 309p. WARWICK, D. R. N. Principais doenças do coqueiro (Cocos nucifera) no Brasil. EMBRAPA/CPATC (Documentos nº 22) Aracaju, 2001, 22 p. FILHO, L.de M. R. A cultura do coco verde, Perspectiva-Tecnologias-Viabilidade. PESAGRO-RIO (Documentos, 47). Niterói, 1999, 48 p. FERREIRA, J. M. S. Proteção fitossanitária do coqueiral. Controle de pragas no campo. EMBRAPA/CNPCo (Circular técnica, 7). Aracaju, 1987, 23 p. ARAGÃO, Wilson Meneses; ISBERNER, I.V.; CRUZ, E. M. de O. Água de coco. EMBRAPA/CPAC (Aracaju-SE). Documentos 24, 2001. 32 p. ARAGÃO, Wilson Meneses. Coco pós-colheita-Frutas do Brasil. EMBRAPA/CPAC (Aracaju-SE). Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2002. 76 p. FERREIRA, Joana Maria Santos. Coco Fitossanidade-Frutas do Brasil. EMBRAPA/CPAC (Aracaju-SE). Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2002. 136 p. FONTES, Humberto Rollenberg; RIBEIRO, Francisco Elias; FERNANDES, Marcelo Ferreira. Coco, Produção-Frutas do Brasil. EMBRAPA/CPAC (Aracaju-SE). Brasília: EMBRAPA Informação Tecnológica, 2003. 106 p. CINTRA, F. L. D. Mancha anelar do fruto do coqueiro: uma ameaça à comercialização do coco in natura para água. 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