CIENCIA POLITICA - MODULO 1

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A CIÊNCIA POLÍTICA
Para Paulo Bonavides (2015), de todas as ciências, a ciência política é aquela em que as
incertezas mais afligem os estudiosos. As instituições políticas, embora ainda conservem o
mesmo nome, já passaram por inúmeras alterações ao longo do tempo, além de variar de um
país a outro, inclusive sob a prática do mesmo regime. Assim, segundo o autor, aquele que se
propõe a estudar a sociedade deve ter cautela em suas observações, advertido que está das
possíveis dificuldades desse tipo de análise.
A Ciência Política, em sentido mais amplo,
“tem por objeto o estudo dos
acontecimentos, das instituições e
das ideias políticas, tanto em sentido
teórico (doutrina) como em sentido
prático (arte), referido ao passado, ao
presente e às possibilidades futuras.
Tanto os fatos, como as instituições e
as ideias, matéria desse
conhecimento, podem ser tomados
como foram ou deveriam ter sido
(consideração ao passado), como são
ou devem ser (compreensão do
presente) e como serão ou deverão
ser” (Bonavides, 2015, pp. 18-19)
Ou seja, para o cientista político, não importa o tempo histórico e há que se analisar as mais
diversas ideias e instituições políticas de forma a captar sua complexidade.
 
A POLÍTICA COMO GÊNESE
Se a Ciência Política abarca hoje objeto de estudo amplo, vale lembrar que, em sua origem, o
termo política tinha a cidade como seu campo de estudo. Conforme nos recorda Bobbio
(1986, p. 954), política deriva da palavra grega pólis (politikós), “que significa tudo o que se
refere à cidade e, consequentemente, o que é urbano, civil, público, e até mesmo sociável e
social”.
Durante a época moderna, o termo política se afasta do seu significado original, e passa a ser
entendido como “ciência do Estado”, “doutrina do Estado”, “ciência política”, “filosofia política”,
etc. Dessa forma, passa a indicar a atividade ou conjunto de atividades que se referem ao
Estado.
O conceito de política, interpretada como forma de atividade humana, está vinculado ao de
poder. O poder político, segundo Bobbio (1986, p. 955), integra a categoria do poder do
homem sobre outro homem. Essa relação de domínio pode se expressar na relação entre
governantes e governados, ente soberanos e súditos, entre Estado e cidadãos.
 
PODER E LEGITIMIDADE
A tipologia moderna das formas de poder divide o conceito de poder em três classes
principais: o poder econômico, o poder ideológico e o poder político (Bobbio, 1986). O poder
econômico se manifesta na relação assimétrica entre os que detêm os meios de produção e
aqueles que não os têm. Nessa relação, é possível induzir o polo mais fraco da relação a ter
um certo comportamento, sobretudo na realização de um certo tipo de trabalho em troca de
um salário. O poder ideológico se verifica em certas circunstâncias em que uma pessoa
munida de autoridade difunde ideias que exercem influência sobre determinado grupo de
indivíduos. Por último, o poder político se alicerça na posse dos instrumentos por meio dos
quais se exerce a força física: é o poder coator.
Embora o poder político detenha a possibilidade de uso da força, os estudiosos da Ciência
Política apontam que este não é suficiente para garantir a manutenção do Estado. É preciso
observar os níveis do processo de legitimação pelo qual passa o Estado. Bobbio explica que
“podemos definir Legitimidade como sendo um
atributo do Estado, que consiste na presença, em
uma parcela significativa da população, de um grau
de consenso capaz de assegurar a obediência sem a
necessidade de recorrer ao uso da força, a não ser
em casos esporádicos. É por esta razão que todo
poder buscar alcançar consenso, de maneira que
seja reconhecido como legítimo, transformando a
obediência em adesão” (1986, p. 675).
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. Brasília: Editora UnB, 1986.
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. São Paulo: Malheiros, 2015. 22ª edição.
Exercício 1:
O termo “Política” diz respeito ao funcionamento do Estado e ao exercício do
poder. Quanto à sua origem, está correto afirmar que:
A)
foi criado por Maquiavel.
B)
tem sua origem na Revolução Francesa.
C)
deriva da palavra grega pólis.
D)
surgiu com a formação dos partidos políticos.
E)
resultou das disputas dinásticas na Antiguidade.
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Exercício 2:
A Ciência Política tem por objeto: 
A)
o estudo dos acontecimentos, das instituições e das ideias políticas.
B)
apenas o estudo de acontecimentos políticos passados.
C)
o estudo de acontecimentos e instituições, não incluindo o estudo das ideias.
D)
apenas a prática da política, excluindo o seu sentido teórico.
E)
ideias dissociadas da prática política.
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Exercício 3:
Sobre o conceito de política, é correto afirmar que:
A)
durante a época moderna, o termo política se aproxima cada vez mais do seu
conceito original vinculado à polis. 
B)
não deve ser entendido como doutrina do Estado.
C)
se refere somente às atividades inerentes às cidades.
D)
o poder político não integra a categoria do poder do homem sobre outro homem.
E)
o conceito de política pode ser interpretado como forma de atividade humana e,
nesse caso, está vinculado ao de poder.
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Exercício 4:
O conceito de poder é central para a Ciência Política. Sobre a tipologia moderna
das formas de poder é incorreto afirmar: 
A)
as três classes principais são o poder econômico, o poder ideológico e o poder
político. 
B)
o uso da força é suficiente para garantir a manutenção do Estado, dispensando-se
o processo de legitimação pelo qual passa o Estado.
C)
o poder ideológico se verifica em certas circunstâncias em que uma pessoa
munida de autoridade difunde ideias que exercem influência sobre determinado
grupo de indivíduos.
D)
o poder político se alicerça na posse dos instrumentos por meio dos quais se
exerce a força física: é o poder coator.
E)
o poder econômico se manifesta na relação assimétrica entre os que detêm os
meios de produção e aqueles que não os têm.
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