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MÓDULO II – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL TEMA 01 – CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA DO CASAMENTO. Aula I: Evolução do Casamento no Direito Brasileiro I Casuística (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 01) Para Pontes de Miranda, quais as três feições assumidas pelo casamento? Explique. “Segundo o autor, o casamento assume três feições, quais sejam, a biológica, a psicológico-social e a jurídica. A biológica diz respeito a finalidade de perpetuação da espécie, já a psicológico-social, trata-se o status social e religioso perante a sociedade, por fim a feição jurídica, decorre da solenidade do casamento, pois este, sujeita-se as regras gerais de direito.” RESPOSTA ESPERADA A biológica, a psicológico-social e a jurídica: segundo o autor, “Fato natural, não se discute a sua natureza de contatuação sexual, a sua função de lei universal, cuja finalidade é a perpetuação da espécie: duo in carne uma. Fato religioso, social, solene, conserva a unção da sua gravidade, embora se tornasse secular. Fato jurídico, sujeita-se às regras gerais de direito e toma a feição de acordo através dos tempos.” Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 01) Pontes de Miranda define: “[...] o casamento é a proteção, pelo direito, das uniões efetuadas conforme certas normas e formalidades fixadas nos Códigos Civis.”. Qual característica do casamento pode-se extrair dessa afirmação? Fundamentação: a solenidade é entendida pela menção à obediência obrigatória das normas e formalidades fixadas nos Códigos Civis. Aula II: Evolução do Casamento no Direito Brasileiro II Casuística (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 02) Em relação ao casamento, em que inovou a Constituição Federal de 1988? Explique. “A Constituição de 1988, revolucionou o direito de família, admitindo outras formas de entidade familiar, retirando a exclusividade do casamento, reconhecendo expressamente a união estável, não havendo hierarquia entre esses institutos. A Carta Magna, inovou também ao estabelecer igualdade de direitos e deveres entres os cônjuges.” RESPOSTA ESPERADA Reduziu-se o prazo para a conversão da separação em divórcio para um ano – após a EC n.º 66/2010 retirou os referidos prazos, e admitiu o divórcio direto no caso de separação de fato por mais de dois anos. Além disso, igualou os deveres da sociedade conjugal entre o homem e a mulher, e reconheceu como entidade familiar a união estável entre homem e mulher e a comunidade formada por qualquer dos pais com seus descendentes. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 02) Das Constituições citadas abaixo, quantas voltaram a admitir a forma de celebração do casamento religiosa com efeitos civis? I – CF/1891 II – CF/1934 III – CF/1946 IV – CF/1967 V – CF/1988 Assinale a alternativa correta: Fundamentação: apenas a CF de 1891 não admitia casamento religioso com efeito civil. “Art. 72, §4º: “A República só reconhece o casamento civil, cuja celebração será gratuita.”. Aula III: Conceito de Casamento Casuística (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 03) Comente as mudanças trazidas pela Emenda Constitucional n.º 66 de 2010 e o motivo das discussões doutrinárias e jurisprudenciais que dela decorreram. “A Emenda Constitucional n.º 66 de 2010, conhecida como “Emenda do Divórcio”, modificou o §6º do art. 226 da CF/88 colocando fim à necessidade de separação de fato por qualquer prazo, todavia essa alteração não revogou expressamente o texto do Código Civil de 2002 ou do Código de Processo Civil de 1973, o que gerou discussão relativa à continuidade de existência da separação no Direito brasileiro. A maioria absoluta da doutrina e da jurisprudência defende que o instituto foi totalmente retirado do ordenamento jurídico brasileiro. Diante da ausência nos códigos anteriores, o Código de Processo Civil de 2015, dispõe em seu texto regulamentações do instituto da separação, recebendo críticas da doutrina por considerar este um instituto morto.” RESPOSTA ESPERADA Em 2010, a Emenda Constitucional n.º 66, a chamada Emenda do Divórcio, modificou o §6º do art. 226 da CF/88 colocando fim à necessidade de separação de fato por qualquer prazo. A alteração constitucional não revogou expressamente o texto do Código Civil de 2002 ou do Código de Processo Civil de 1973, o que gerou discussão relativa à continuidade de existência da separação no Direito brasileiro. A maioria absoluta da doutrina e da jurisprudência defende que o instituto foi totalmente retirado do ordenamento jurídico brasileiro. Dessa forma, o Código de Processo Civil de 2015 recebeu críticas por ter em seu conteúdo regulamentações do instituto da separação. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 03) Para Flávio Tartuce, “[...] o Novo Código de Processo Civil nasce com um instituto morto em vários de seus dispositivos.”. Referente à separação, assinale a alternativa correta: Fundamentação: em 2010, a Emenda Constitucional n.º 66, chamada Emenda do Divórcio, modificou o §6º do art. 226 da CF/88 colocando fim à necessidade de separação de fato por qualquer prazo. A alteração constitucional não revogou expressamente o texto do Código Civil de 2002 ou do Código de Processo Civil de 1973, o que gerou discussão relativa à continuidade de existência da separação no Direito brasileiro. A maioria absoluta da doutrina e da jurisprudência defende que o instituto foi totalmente retirado do ordenamento jurídico brasileiro. Aula IV: Natureza Jurídica do Casamento Casuística (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 04) Explique a teoria que determina a natureza jurídica do casamento como mista. “A teoria mista ou eclética reconhece no casamento traços contratuais e institucionais. Separam o casamento em ato e estado.” RESPOSTA ESPERADA Reconhece no casamento características contratuais e institucionais. A autonomia das partes se resume à liberdade de escolher o parceiro, o regime de bens e a permanência ou não da relação familiar. No entanto, seus efeitos pessoais como alteração do estado civil, surgimento dos vínculos de parentesco, alteração do nome, dever de fidelidade, coabitação, entre outros, retiram do casamento sua essência de contrato. Assim, sustenta-se que o casamento é um contrato na sua formação e uma instituição no seu curso, mostrando sua feição eclética. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 04) Sobre o casamento, assinale a alternativa incorreta: Fundamentação: o estudo da natureza jurídica do casamento é essencial à compreensão e aplicação prática do aplicador do direito. A doutrina majoritária determina que o casamento possui natureza jurídica eclética ou mista, uma vez que é contrato em sua formação e instituição em seu curso, seguindo o disposto na lei. Cabe ressaltar a nomenclatura sui generis aplicada ao caso por Flávio Tartuce. TEMA 02 – FINALIDADES E CARACTERÍSTICAS DO CASAMENTO. Aula I: Comunhão Plena de Vida Casuística (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 01) O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo julgou uma apelação versando sobre responsabilidade civil por dano moral. Leia um trecho desse julgamento abaixo: [...] o dano moral é, primordialmente ainda que não exclusivamente aquele que redunda em séria lesão a direito da personalidade. No caso, com as agressões se viola o direito à integridade física e, com as ofensas verbais, macula-se gravemente a honra da autora. Pior ainda se praticadas por aquele com quem convivia em união íntima. [...] Daí que o tratamento hostil implica séria lesão aos direitos em questão. Explique qual o fundamento que enseja o suporte para o pedido de dano moral e sua ligação com a finalidade do casamento. RESPOSTA ESPERADA A violação da integridade física ou psicológica do outro gera o direito de ação com pedido de reparação pelo dano moral resultante (artigos 5º, incisos V e X,da CF; artigos 186 e 927, do CC). O relator do julgado em questão explica: “Com efeito, ao se estabelecer uma comunhão plena de vida, era de se esperar um tratamento respeitoso, que se traduzisse em cuidado e carinho para com a companheira.1”. Conforme Pietro Perlingieri: O sangue e os afetos são razões autônomas de justificação para o momento constitutivo da família, mas o perfil consensual e a affectio constante e espontânea exercem cada vez mais o papel de denominador comum de qualquer núcleo familiar. O merecimento de tutela da família não diz respeito exclusivamente às relações de sangue, mas, sobretudo, àquelas afetivas que se traduzem em uma comunhão espiritual e de vida. Para tornar possível a participação também aos menores que não tenham tido ou tenham perdido a possibilidade de uma estável comunhão de afetos, o ordenamento prevê a constituição, com a mesma dignidade em relação à família iuris sanguinis, de uma formação social onde convivem pessoas ligadas por relações conjugais e/ou de filiação, origine-se esta última da geração no casamento, daquela natura, da legitimação, das adoções. Se o dado unificador é a comunhão espiritual e de vida, deve ser evidenciado como ela se manifesta em uma pluralidade de articulações, em relação aos ambientes e ao diverso grau sócio-cultural: da família nuclear sem filhos à grande família. Cada forma familiar tem uma própria relevância jurídica, dentro da comum função de serviço ao desenvolvimento da pessoa; não se pode portanto afirmar uma abstrata superioridade do modelo de família nuclear em relação às outras. 2. Daí se retira que a affectio e, em consequência, a assistência mútua física, psicológica e espiritual são condições para se alcançar a comunhão plena de vida, de modo a atingir o escopo do atual modelo de família, a eudemonista. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 01) Fundamentação: Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, “Sem dúvida, hoje, o modelo de família que prevalece é o modelo eudemonista, ou seja, o modelo pelo qual, cada um busca na própria família, ou por meio dela, a sua própria realização, seu próprio bem-estar.”. IBDFAM – Instituto Brasileiro de Direito de Família. 2001. Família e casamento em evolução. 2001. Disponível em: . Acesso em: 21 de fevereiro de 2019. Aula II: Finalidades do Casamento Casuística (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 02) O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo julgou apelação sobre dissolução do vínculo conjugal. Leia um trecho desse julgamento: Ao que consta dos autos o casal depois da separação judicial continuou a residir na mesma casa até a data que se deu a conversão da separação judicial em divórcio, no entanto, não há provas de que houve recomposição da vida familiar. O apelado aceitou que a ora apelante permanecesse residindo na mesma casa que antes servia de residência ao casal por questão econômica e para não prejudicar os filhos. Houve um acordo entre as partes que a autora poderia ali permanecer até a data da venda do imóvel e partilhado o valor obtido com a venda. De acordo com o estudado, verifica-se no excerto acima a moradia conjunta, a criação e a educação dos filhos. O casal em questão cumpre os fins do casamento? Explique. RESPOSTA ESPERADA O casal não cumpre a finalidade do casamento, pois, conforme ministro relator do acórdão do STJ, Ainda que a coabitação seja dado relevante para se determinar a intenção de construir uma família, não se trata de requisito essencial, devendo a analise levar em consideração um conjunto de fatores como a affectio maritalis a participação de esforços, a posse do estado de casado, a fidelidade, a continuidade da união, dentre outros1. Atualmente, a finalidade do casamento é a comunhão plena de vida. Saliente-se que esta é imprescindível ao reconhecimento jurídico daquele, e tem origem na vontade de se constituir uma família, a eudemonista, na qual o afeto e o respeito, próprios e aos outros, são sua base, e o desenvolvimento e felicidade de seus membros, seu escopo. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 02) Segundo a legislação civilista brasileira, no que corresponde ao instituto do casamento podemos afirmar, EXCETO: Fundamentação: CF/88 – Art. 226. [...] § 1º O casamento é civil, e gratuita a sua celebração. Aula III: Características do Casamento I Casuística (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 03) O STF, em célebre acórdão de 5 de maio de 2011 na ADI 4277, reconheceu a possibilidade de união estável entre pessoas do mesmo sexo, dando ensejo à conversão destas uniões estáveis em casamento. Nesta direção, é o acórdão do STJ cujo trecho abaixo se reproduz: In casu, duas mulheres alegavam que mantinham relacionamento estável há três anos e requereram habilitação para o casamento junto a dois cartórios de registro civil, mas o pedido foi negado pelos respectivos titulares. Posteriormente ajuizaram pleito de habilitação para o casamento perante a vara de registros públicos e de ações especiais sob o argumento de que não haveria, no ordenamento jurídico pátrio, óbice para o casamento de pessoas do mesmo sexo. Foi- lhes negado o pedido nas instâncias ordinárias. No lugar do ministro relator, quais os fundamentos para deferir o pedido das autoras? RESPOSTA ESPERADA A diferença de gênero foi outrora uma característica do casamento, mais além, foi uma de suas condições de existência. Hoje não mais encontra suporte tanto na doutrina como na jurisprudência. Baseando-se nos direitos à igualdade – e com este, a permissão e o reconhecimento da diferença –, à felicidade e à dignidade da pessoa humana, referido acórdão utiliza-se do princípio do pluralismo familiar reconhecendo a equiparação entre a família formada pelo casamento e pela união estável, entendendo esta não apenas como entidade familiar, mas como “família” em seu poliformismo. Teste de aprendizagem (Módulo X | Tema 02 | Aula 03) De acordo com a Constituição Federal e o Código Civil, são características do casamento, entre outras: Fundamentação: são características do casamento, entre outras: * Liberdade de escolha do cônjuge, liberdade de contratar, art. 5º, II, CF. * União exclusiva, a fidelidade é um dos deveres mais importantes do casamento, e sua inexistência pode caracterizar a impossibilidade de comunhão de vida, art. 1573, I, CC. * Dissolúvel por meio do divórcio. * Importa na comunhão de vida, art. 1511, CC. Aula IV: Características do Casamento II Casuística (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 04) Alberto, morador de Suzano/SP, casou-se com Bianca em 23 de dezembro de 2010. Como trabalha viajando para o Rio de Janeiro todos os finais de semana desde 2000, comprou uma casa em Copacabana para facilitar suas despesas com hospedagem. Por não gostar de praia e da umidade local, Bianca nunca conheceu o imóvel, mas sabe que seu marido o usa aos finais de semana. Em 3 de outubro de 2014, Alberto iniciou uma união afetiva com Carla, que desconhece do seu estado de casado e com quem divide sua casa no Rio de Janeiro. Carla descobriu sobre o casamento do companheiro e terminou o relacionamento em 2 dezembro de 2018. Em 27 de fevereiro de 2019, Carla visita seu escritório para pedir esclarecimentos acerca da propositura de ação de reconhecimento de união estável e partilha dos bens amealhados durante a relação. Quais as orientações que você daria à sua cliente? RESPOSTA ESPERADA No parecer deve constar a possibilidade do reconhecimento criada a partir da decisão recente do STJ na qual se exige a boa-fé para o reconhecimento de união estável com homem casado não separado de fato. Deve, ainda, conter uma ressalva à cliente no sentido de que há sólida posição jurisprudencial defendendo que a convivência com a esposa impede o reconhecimento da união estável independentemente da comprovação da boa-fé. No caso, como advogado de Carla, faria uma argumentação e estabeleceria conjuntoprobatório para demonstrar sua intenção de constituir família, além de comprovar sua boa-fé ressaltando que ela desconhecia o casamento de seu companheiro. A ação a ser proposta deveria ser a de reconhecimento e dissolução de união estável com partilha de bens em face de Alberto, sendo competente para julgá-la o foro do último domicílio do casal, no Rio de Janeiro. Por fim, explicaria a Carla que os pedidos da ação seriam a declaração da união estável de 3 de outubro de 2014 a 2 de dezembro de 2018, a partilha dos bens amealhados a título oneroso durante a referida união e a condenação de Alberto no pagamento das despesas processuais5 e honorários advocatícios. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 04) Em relação às características do casamento, assinale a alternativa correta: Fundamentação: o casamento ainda tem caráter permanente, no sentido de que não termina até que seja dissolvido pela morte ou pelo divórcio. Tal característica vem da affectio maritalis que é a vontade de constituir família pelo casamento. Tema 03 – Capacidade matrimonial e o Estatuto da Pessoa com Deficiência. Aula I: Capacidade Matrimonial Casuística (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 01) Após o período de relacionamento amoroso de dois anos, Mário Alberto, jovem com 17 anos de idade, e Cristina, com apenas 15 anos, decidem casar. A mãe de Mário, que detém a sua guarda, autoriza o casamento, apesar da discordância de seu pai. Já os pais de Cristina consentem com o casamento. Com base na situação apresentada, explique sobre a possibilidade do casamento entre Mário Alberto e Cristina e se há alguma providência judicial ou extrajudicial a ser tomada pelos jovens a fim de que se casem. Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. RESPOSTA ESPERADA O examinado deve esclarecer que não é possível o casamento, uma vez que não obstante Cristina ter o consentimento de ambos os pais, ela não possui idade núbil (capacidade matrimonial). Apenas a título de argumentação, se Cristina tivesse idade núbil, seria importante o examinado observar que Mário Alberto necessitaria do consentimento de ambos os pais, uma vez que o consentimento para o casamento é atributo do poder familiar inerente a ambos, em igualdade de condições, e o fato de Mário estar sob a guarda da mãe não retiraria de seu pai sua autoridade parental, e não prevaleceria, portanto, a vontade materna, necessitando do suprimento judicial – baseado nos arts. 1.517, parágrafo único e 1.631, parágrafo único do CC – em caso de negativa injustificada de um dos genitores. O suprimento necessário ensejaria a ação de suprimento de consentimento, que deveria ser endereçada ao foro do domicílio do réu, no caso, o pai de Mário Alberto (art. 46 e ss. Do CPC), constando este como autor e assistido por sua mãe. Ressalta-se, ainda, que seria necessária a participação do Ministério Público a fim de proteger o melhor atendimento dos interesses do adolescente (art. 178, I, CPC). Os pedidos que deveriam ser feitos são o suprimento de consentimento para o casamento e a condenação do réu nas custas e honorários advocatícios. O examinado deveria ainda dar valor à causa conforme o art. 291 do CPC, que, por não haver benefício econômico, seria o mínimo. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 01) Ao alcançar a idade núbil, os noivos Fundamentação: CC/2002. Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. Aula II: Suprimentos de Idade e de Consentimento e as Incapacidades Casuística (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 02) Alceu e Berenice pretendem se casar. Alceu tem 17 anos e é emancipado. Berenice possui 16 anos e está sob poder familiar. Apresentaram requerimento de habilitação para o casamento que foi denegado pelo Cartório de Registro Civil pois os pais de Berenice não autorizaram o casamento. Em suas justificativas, explicaram que não queriam que sua filha casasse com Alceu, pois preferiam que ela se casasse com alguém de origem asiática. Você foi procurado por Berenice que pretende recorrer ao Poder Judiciário para se casar. Redija a peça jurídica adequada para atender às pretensões de sua cliente. RESPOSTA ESPERADA O aluno deverá redigir petição inicial de ação de suprimento de consentimento, endereçada de acordo com o art. 46 do CPC, o foro do domicílio dos réus, genitores de Berenice. O juiz deverá nomear curador especial conforme art. 72, I, do CPC, e, deverá haver participação de membro do Ministério Público como exige o art. 178, I, do CPC. A ação deve ainda ser fundamentada no artigo 1.519 do CC uma vez que a denegação do consentimento foi injusta uma vez que é amparada em preconceito racial, e, portanto, pode ser suprida pelo juiz para que a cliente possa se casar pelo regime de separação obrigatória de bens (art. 1.641, III, do CC). Nos pedidos deverá constar a procedência da ação com o consequente suprimento de consentimento em lugar dos genitores, a condenação dos réus no pagamento das custas e honorários advocatícios e a expedição de ofício ao cartório para que prossiga com a habilitação de Alceu para o casamento. Deverá ainda constar o valor da causa, conforme art. 391 do CPC, que, não havendo benefício econômico, deverá ser o mínimo. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 02) Márcio e Caroline, ambos com 16 (dezesseis) anos de idade, decidiram que se casariam, considerando a gravidez de Caroline. Noticiaram sua decisão aos pais de ambos, mas o pai de Caroline recusou-se a autorizar o matrimônio, apesar da aquiescência da mãe de Caroline e dos pais de Márcio. Assim, foi ajuizada ação para solução do impasse, e, após regular tramitação, sobreveio sentença autorizando o casamento. Em relação ao caso concreto apresentado, assinale a alternativa correta: Fundamentação: CC/02. Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento: III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial. Aula III: Convenção de Nova York e o Estatuto da Pessoa com Deficiência Casuística (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 03) Mariana tem 40 anos, sofre de esquizofrenia paranóide e resiste à ingestão regular de anticoncepcionais. Às vezes consegue fugir de sua mãe e sai para a rua. Retornou grávida por 3 vezes, mas não reconhece as crianças como seus filhos, que ficam à mercê dos parentes de Mariana. Sua mãe veio a falecer deixando-lhe o único imóvel da família. Mariana decide 9ende-lo. Essa venda é possível? Explique. RESPOSTA ESPERADA Trata-se de pessoa plenamente capaz de acordo com o art. 6º do Estatuto da Pessoa com Deficiência. Dessa forma, pode realizar a venda do imóvel. No entanto, eventuais prejudicados podem tentar anular o negócio baseando- se no princípio da boa-fé (arts. 113 e 422 do CC). No entanto, seus parentes (art. 747 do CPC) podem propor ação de curatela1 (art. 1.767 do CC combinado com os arts. 747 e seguintes do CPC) para que, verificada sua alienação mental, o juiz determine a necessidade de assistência do curador para que pratique determinados atos da vida civil, como a venda do imóvel recebido por herança. Assim, a ação deverá ser proposta no foro do domicílio de Mariana (art. 46 do CPC), os pedidos serão o seu provimento com a nomeação de um curador e a condenação da ré no pagamento das custas e honorários advocatícios. O valor da causa (art. 391 do CPC) deverá ser o mínimo por não haver benefício econômico. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 03) João, atualmente com 20 anos de idade, foi diagnosticado com esquizofrenia. Em razão desta grave doença mental, João tem delírios constantes e alucinações, e apresenta dificuldades de discernir o que é real e o que é imaginário, mesmo enquanto medicado. Emrazão deste quadro, em 2014, logo após completar 18 anos, sofreu processo de interdição, que culminou no reconhecimento de sua incapacidade para a prática de todos os atos da vida civil, sendo-lhe nomeado curador na pessoa de Janice, sua mãe. Entretanto, ele é apaixonado por Tereza e deseja com ela se casar. Afirmou que em sinal de seu amor, quer escolher o regime da comunhão total de bens. Levando em consideração o direito vigente, João: Fundamentação: CC/02. Art. 6º - A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, inclusive para: I – casar-se e constituir união estável. Aula IV: Estatuto da Pessoa com Deficiência Casuística (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 04) Abelardo e Isadora querem se casar. Abelardo tem 57 anos e Isadora acabou de completar 18 anos e possui trissomia do 21. Ao apresentar requerimento de habilitação para o casamento, o oficial do Cartório de Registro Civil disse para o casal que por ser a nubente pessoa com deficiência, precisaria de autorização de curador. Você foi procurado por Isadora que pretende recorrer ao Poder Judiciário para se casar. Qual deve ser o procedimento adotado para defender os interesses de Isadora? RESPOSTA ESPERADA Deve-se ingressar com pedido perante o juiz corregedor do cartório de registro civil das pessoas naturais competente para, alegando que a exigência apontada pelo registrador é ilegal pois fere norma constitucional de direitos humanos, a saber, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, art. 23, bem como o Estatuto da Pessoa com Deficiência, art. 6º, determinar o deferimento de sua habilitação nos moldes do art. 1.525 e seguintes do CC. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 04) A curatela de pessoa com deficiência é medida protetiva extraordinária Fundamentação: Lei 13.146. Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. Tema 04 – Impedimentos – classificação e oposição. Aula I: Impedimentos – Classificação e Oposição I Casuística (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 01) A classificação dos impedimentos no CC/16 é correspondente à do CC/02? RESPOSTA ESPERADA Não, no CC/16 os impedimentos eram divididos em dirimentes e impedientes. Os impedimentos dirimentes eram divididos em impedimentos absolutamente dirimentes (também chamados impedimentos públicos) que geravam a nulidade do ato – podendo ser opostos por qualquer pessoa ou Ministério Público por abarcar interesse público – e os impedimentos relativamente dirimentes (também chamados impedimentos privados) que geravam a anulabilidade do ato – podendo ser opostos por determinadas pessoas que a lei permitia. No caso dos impedimentos impedientes, o casamento permanecia válido, mas havia determinação de sanções para quem os infringissem. Já o CC/02 existem apenas os impedimentos definidos em rol taxativo do art. 1.521. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 01) Quanto aos impedimentos para o casamento, tendo em vista as disposições do CÓDIGO CIVIL DE 1916, assinale a alternativa correta: Fundamentação: os impedimentos no Código Civil de 1916 eram divididos em impedimentos impedientes e dirimentes. Os dirimentes poderiam ser públicos (absolutamente dirimentes) ou privados (relativamente dirimentes). Aula II: Impedimentos - Classificação e Oposição II Casuística (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 02) Joana, jornalista de uma conceituada revista de Moda, em função do trabalho faz constantes viagens para fora do país para acompanhar as tendências fashionistas. Em uma das viagens, seu tio John, decide acompanhá-la. Durante a semana que estiveram juntos em Paris, os dois criaram laços de intimidade e perceberam que estavam apaixonados. Após retornarem ao Brasil, decidiram assumir o relacionamento e anunciaram aos familiares a intenção do casamento. Após tal anúncio, foram informados por Matheus, advogado da família, que estariam impedidos de realizar o casamento tendo em vista o grau de parentesco. A informação de Matheus está correta? Justifique. RESPOSTA ESPERADA Não, a informação de Matheus está equivocada. O Código Civil de 2002, artigo 1.521, dispôs sobre os impedimentos para o casamento. No entanto, atenua o impedimento de casamento entre os tios e sobrinhos consagrado no artigo 1.521, inciso IV. De acordo com o Decreto n. 3.200/41, apresentado o exame pré-nupcial que afirme não existir inconveniente para o casamento, sob o ponto de vista da saúde dos cônjuges e da prole, permite-se o casamento. Sendo assim, desde que apresentem exame pré-nupcial compatível, o casal não resta óbice para a realização do casamento. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 02) Quanto à disciplina jurídica do direito matrimonial, é correto afirmar que: Fundamentação: CC/02. Art. 1.521. Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Aula III: Impedimentos - Classificação e Oposição III Casuística (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 03) Felipe, médico cardiologista, prestava serviços em dois hospitais. Em um de seus plantões conheceu Marianna, enfermeira, e após alguns encontros, iniciaram um relacionamento. Alguns meses depois decidiram oficializar a união e casaram-se no civil. Após 10 anos de convivência, devido as constantes discussões, evitando maiores transtornos psicológicos, resolveram separar. Contudo, não formalizaram o divórcio. Após 2 anos, Felipe conheceu Ana Luíza e iniciou um novo relacionamento. Depois de alguns meses, Felipe foi surpreendido com a notícia da gravidez de Ana Luíza. Felizes com a chegada do herdeiro pretendem oficializar a união com o casamento civil. Após comparecem ao Cartório de Registro Civil, foram informados que estariam impedidos de realizarem o casamento. Desesperados, o casal foi até o seu escritório e pediu uma orientação jurídica. Qual a orientação jurídica cabível ao presente caso? RESPOSTA ESPERADA Os impedimentos matrimoniais são situações específicas que atingem determinadas pessoas. Previstos no artigo 1.521 do Código Civil de 2002, que dispõe que não poderão casar: os ascendentes com os descendentes seja o parentesco natural ou civil; os afins em linha reta; o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; o adotado com o filho do adotante; as pessoas casadas; e o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. No presente caso, observa-se que o Felipe encontra-se impedido de casar, pois civilmente está casado com Marianna. Sendo assim, caso o casamento seja realizado, será considerado nulo de pleno direito, na forma do artigo 1.548, II do Código Civil, sendo certo que se trata de hipóteses de questões de ordem pública. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 03) Não podem casar, exceto: Fundamentação: CC, Art. 1.521, VI. Aula IV: Impedimentos - Classificação e Oposição IV Casuística (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 04) Paulo manteve relação de união estável durante treze anos com Bárbara. Da união nasceu Beatriz. Tayla é a filha mais velha de Bárbara, proveniente de outro relacionamento. Após a separação, Paulo iniciou um relacionamento amoroso com Tayla, o qual já dura dois anos e pretende casar. Nesse contexto, há impedimento para realização do casamento? Justifique. RESPOSTA ESPERADA Os impedimentos matrimoniais, previstos no artigo1.521 do Código Civil de 2002, que dispõe que não poderão casar: os ascendentes com os descendentes seja o parentesco natural ou civil; os afins em linha reta; o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; o adotado com o filho do adotante; as pessoas casadas; e o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Sendo assim, por haver uma relação de afinidade em linha reta, Paulo e Tayla não podem contrair matrimônio. Caso o casal insista com o casamento, os impedimentos poderão ser opostos, até o momento da?celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz (art. 1522). Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 04) Considerando os impedimentos ao matrimônio elencados no Código Civil Brasileiro, NÃO pode(m) casar: Fundamentação: CC/02. Art. 1.521. Não podem casar: I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Art. 1.523. Não devem casar: I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas. Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo. Tema 05 – Causas suspensivas – classificação e oposição Aula I: Causas Suspensivas – Classificação e Oposição I Casuística (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 01) Luis, aos vinte e cinco anos de idade, casou-se com Alexandra sob o regime de comunhão parcial de bens. Na constância do casamento adquiriram dois imóveis no litoral brasileiro. Após vários anos, em detrimento da ausência da affectio maritalis, consensualmente optaram pelo divórcio. Alexandra, objetivando realizar o desejo de ser mãe, decidiu dar uma chance para o amor e aceitou o pedido de namoro de seu amigo de infância, Eduardo. Não demorou muitos meses e foram ao Cartório do Registro Civil marcar o casamento. Foram surpreendidos com a notícia de que o casamento estaria impedido de ser realizado tendo em vista que ainda não tinha ocorrido a partilha dos bens do casamento anterior de Alexandra. A informação fornecida está correta? Justifique com o devido fundamento legal. RESPOSTA ESPERADA Se apontadas a tempo por quem de direito, as causas suspensivas poderão sobrestar a celebração do casamento, desde que os nubentes não queiram se submeter ao regime de separação obrigatória. Em querendo, haverá o casamento normalmente com a submissão ao citado regime de bens. O caso proposto acima encontra seu fundamento legal no art. 1523, III, do CC. Ainda, de acordo com o Código Civil de 2002, art. 1.524 do CC: "As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins". Caso ocorra o casamento, não há que se falar em nulidade ou anulabilidade. Sendo assim, a informação está equivocada, pois não há impedimento e sim causa de suspensão do casamento desde que oposta tempestivamente. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 01) Não incide causa suspensiva no casamento entre: O cônjuge sobrevivente e o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Fundamentação: é impedimento e não causa suspensiva ao casamento. CC/02. Art. 1.521. Não podem casar: VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. Aula II: Causas Suspensivas – Classificação e Oposição II Casuística (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 02) Sueli casou-se com Edson sob o regime da comunhão parcial de bens. Na constância do casamento adquiriram diversos bens imóveis. Após 25 anos de casados, seu esposo Edson veio a falecer em um trágico acidente. Passado o período do luto, ela reencontrou Anderson, seu primeiro namorado, no Facebook e retomaram o contato. Alguns meses depois, Sueli contou sobre o novo romance à Melissa e Saulo, seus filhos, frutos de seu relacionamento com Edson. Com a finalidade de ajudar a mãe no novo relacionamento, os filhos marcaram diversos almoços entre os dois. Após dois meses, encorajaram Sueli a oficializar a união com o casamento civil. Embora estivesse feliz e apaixonada, ela tinha dúvidas em relações aos bens deixados por Edson e procurou um advogado para esclarecimento. Nessa situação, qual o esclarecimento que seria dado pelo advogado de Sueli? Justifique. RESPOSTA ESPERADA Inicialmente, cumpre verificar se os bens já foram partilhados aos herdeiros. Caso isto tenha ocorrido, não há óbice algum para a realização do casamento. Se a partilha dos bens não se verificou, trata-se de uma causa suspensiva do casamento. Em relação às causas suspensivas de casamento, o artigo 1.523, I, do Código Civil dispõe que não devem casar a viúva que tiver filho do cônjuge falecido enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der a partilha ao herdeiro. Ainda que não tenha sido realizada a partilha, e não devam casar, caso ocorra o enlace, o regime de bens adotado deverá ser o regime obrigatório de separação de bens para que não venha ocorrer a confusão patrimonial. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 02) Em relação ao casamento com inobservância das causas suspensivas, não devem casar: Fundamentação: de acordo com o Código Civil, art. 1523, II, não devem casar a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal. Aula III: Causas Suspensivas – Classificação e Oposição III Casuística (Módulo 02| Tema 05 | Aula 03) Antonella, comissária de bordo, casou-se com Paolo, piloto civil, sob regime da comunhão parcial de bens. Na constância do casamento não adquiriram bens imóveis. Após 5 anos de casamento, Paolo faleceu em um trágico acidente de avião. Após 2 meses, Antonella encantou-se por Pablo, um jornalista que conheceu em uma de suas viagens, e resolveu deixar a aviação. Decidiu, então, aceitar o convite de lecionar em curso preparatório para comissários, pois estava convicta de que Pablo era o amor de sua vida. Estava planejando o casamento para quando completassem 6 meses de namoro. Mary, irmã de Antonella, ao saber da pretensão de sua irmã, aconselhou-a a procurar um advogado, pois ainda não completara um ano da morte de Paolo. Nessa situação, qual o esclarecimento que seria dado pelo advogado de Antonella? Justifique. RESPOSTA ESPERADA Em relação às causas suspensivas de casamento, o artigo 1.523, III, do Código Civil dispõe que não devem casar a viúva,ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal. Entretanto, há uma atenuante apresentada no parágrafo único. O casal poderá solicitar que não sejam aplicadas as causas suspensivas comprovando, com exames médicos, a inexistência de gravidez. Sendo assim, caso queiram realizar o matrimônio, deverão apresentar prova de que não está grávida perante o Cartório de Registro Civil das pessoas naturais. Se esta prova não for feita, os nubentes deverão suportar o regime de separação obrigatória de bens (art. 1.641,I, CC). Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 03) As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas APENAS pelos parentes Fundamentação: as causas suspensivas da celebração do casamento?podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos?nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em?segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins. Código Civil, 2002, artigo 1.524. Aula IV: Causas Suspensivas – Classificação e Oposição IV Casuística (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 04) Viviane, médica, casou-se com Anderson, engenheiro, sob regime de comunhão parcial de bens. Na constância do casamento não adquiriram bens imóveis. Após 9 anos de casamento, ausente a affectio maritalis, optaram pelo divórcio. Após 1 ano, Viviane apaixonou-se por seu primo Juan e, após 2 anos de relacionamento, decidiram oficializar a união com o casamento civil. Contudo, ao se dirigirem ao Cartório de Registro Civil, foram informados de que o casamento não poderia ocorrer pois ainda não havia transcorrido o lapso temporal de 5 anos desde divórcio de Viviane. Inconformados, resolveram procurar um advogado para maiores esclarecimentos. Nessa situação, quais as informações dadas pelo advogado do casal? Justifique. RESPOSTA ESPERADA Em relação às causas suspensivas de casamento, o artigo 1.523, do Código Civil dispõe. Não devem casar “I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.” Na presente situação, não se verifica nenhuma causa suspensiva. Sendo assim, o esclarecimento dado ao casal pelo Registro Civil, encontra-se equivocado. Só ocorreria causa suspensiva em relação ao divórcio de Viviane caso não tivesse sido homologado ou decidido sobre a partilha de bens. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 04) Em relação aos imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior, a lei conferirá aos filhos: Fundamentação: em relação aos imóveis do pai ou da mãe que passar?a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal?anterior, o Código Civil no artigo 1.489, assegura ao filho a hipoteca. Ademais, qualquer distinção entre os filhos reportaria uma inconstitucionalidade tendo que o tratamento igualitário entre os filhos é considerado direito fundamental. TEMA 06 – HABILITAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO Aula I: Da Habilitação I Casuística (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 01) João e Maria desejam se casar. João reside no estado da Bahia e Maria reside em São Paulo. Ocorre que, surgiu uma oportunidade muito importante de emprego para João justamente no dia do casamento. Você, como advogado das partes pode sugerir que estas façam uma procuração? Explique RESPOSTA ESPERADA O casamento poderá ser celebrado por procuração, desde que haja instrumento público com poderes especiais para tanto, e a eficácia do mandato não ultrapassará 90 dias da sua celebração (art. 1.542, § 3.º do Código Civil de 2002). Eventualmente, se o mandante quiser revogar o mandato, a revogação não necessita chegar ao conhecimento do mandatário (art. 1.542, § 1.º, do CC). Ressalte-se que somente é possível revogar o mandato para o casamento por meio de instrumento público (art. 1.542, § 4.º). Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 01) Sobre o Processo de Habilitação para o casamento, de acordo com o Código Civil Brasileiro: Parte superior do formulário R: O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu. Fundamentação: é o que está disposto no artigo 1.530 do CC Aula II: Da Habilitação II Casuística (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 02) Renata e Bruno vão se casar. Bruno é parte em um processo criminal sob pena de prisão em regime fechado. Ambos possuem urgência na realização do casamento tendo em vista a situação de Bruno. É possível a dispensa da publicação dos editais neste caso? RESPOSTA ESPERADA Sim, a dispensa de proclamas pode ser requerida em petição dirigida ao juiz quando houver urgência, já indicadas as devidas provas. Também é necessária a ciência do Ministério Público que poderá se manifestar em até 24 horas. É o que dispõe o Art. 69 da Lei 6.015/73. Neste caso em questão, o jurista Caio Mário é favorável quanto a dispensa de publicação por considerar uma situação de extrema urgência. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 02) No que se refere ao casamento religioso com efeitos civis, assinale a alternativa incorreta: R: O casamento religioso que atender às exigências legais para a validade do casamento civil produz efeitos a partir da data de sua inscrição no livro de Registro Civil das Pessoas Naturais. Fundamentação: Os efeitos do casamento religioso com efeitos civis somente são alcançados após o processo de habilitação, que pode ocorrer antes ou depois da celebração. Aula III: Da Celebração I Casuística (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 03) Joana e Carlos estão com o casamento marcado para daqui um mês. Joana não deseja se casar no cartório, pois prefere o salão de festas de seu condomínio. A futura mulher de Carlos afirma que deixará as portas abertas, respeitando, assim, a lei. Sua conduta é correta? O casamento poderá ocorrer desta maneira? RESPOSTA ESPERADA A conduta de Joana é correta. De acordo com o art. 1.534, § 1º, do CC, é possível o casamento em local privado desde que as portas fiquem abertas. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 03) Acerca do casamento, assinale a opção correta: R: Com a prova da posse do estado de casados tem-se o reconhecimento do casamento, por sentença proferida em processo judicial para suprir a falta do registro do ato, valendo como tal desde a data de sua celebração. Fundamentação: conforme artigo 1.543 do CC Aula IV: Da Celebração II Casuística (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 04) Tania e Vitor estão com o casamento marcado. Este é o segundo casamento de Tania, que possui filhos de seu primeiro enlace. Ela possui grande patrimônio. Ocorre que, enquanto estavam realizando uma viagem de carro, ambos sofrem um acidente. Tania está em iminente risco de vida e por isso, resolvem se casar naquele momento. As partes se casam e logo em seguida Tania vem a falecer. Os filhos da de cujus te procuram em seu escritório afirmando que o viúvo de Tania possuía apenas interesse no patrimônio da falecida. As alegações dos filhos da autora da herança possuem algum sentido? Há críticos ao casamento nuncupativo? RESPOSTA ESPERADA Se presentes as seis testemunhas não parentes das partes, estando Tania consciente, o casamento é válido e as alegações dos filhos não encontram guarida. As críticas quepodem ser feitas são: a maioria da doutrina acredita que deve ser respeitada toda a solenidade da celebração do casamento presente nos artigos do Código Civil. Ainda, a presente exceção pode ser forjada por interessados na herança do enfermo e assim despojar os sucessores do enfermo de seus legítimos direitos hereditários, conforme explicita Washington de Barros Monteiro. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 04) No que tange ao casamento nuncupativo, assinale a alternativa correta. Parte superior do formulário R: O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar. Fundamentação: conforme disposto no artigo 1.542, parágrafo 2º do CC TEMA 07 – EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA – UM OLHAR PONTEANO. A EXISTÊNCIA. Aula I: Perfeição do Negócio Jurídico – Três Planos: Existência, Validade e Eficácia I Casuística (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 01) Acerca dos defeitos do negócio jurídico, quais seus conceitos, naturezas, afinidades, diferenças, modos (vícios do consentimento e vícios sociais) e consequências jurídicas? RESPOSTA ESPERADA Em consonância com a doutrina brasileira, o negócio jurídico consiste em ato jurídico por meio do qual as partes manifestam a sua vontade na busca de um efeito jurídico, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia (Escada Ponteana), como forma de exercício da autonomia privada. Destarte, os vícios do negócio jurídico podem atingir a manifestação de vontade ou acarretar repercussão social. Com base nas referidas espécies de vícios ou defeitos, a doutrina subdivide em: vícios da vontade ou do consentimento (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão) e vícios sociais (fraude contra credores e simulação). O primeiro vício de consentimento ou vontade consiste no erro. Este vício pode ser conceituado como engano fático ou uma falsa percepção da realidade em relação a uma pessoa, a um objeto do negócio ou a um direito, que afeta a vontade de uma das partes do negócio jurídico (art. 139 do Código Civil). O artigo 138 do Código Civil (CC) estabelece que os negócios jurídicos celebrados com erro são anuláveis, desde que o referido erro seja substancial, perceptível por pessoa de diligência normal, nas circunstâncias da celebração do negócio. A análise do dispositivo em comento revela que não constitui mais requisito do erro a escusabilidade (erro escusável ou justificável), pois inexiste previsão expressa nesse sentido. Corrobora este entendimento o Enunciado 12 da 1 Jornada de Direito Civil ("na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança"). Para esta corrente doutrinária (Gustavo Tepedino, Sílvio de Salvo Venosa, Flávio Tartuce, Marcia Celina Bodin de Moraes), o erro não precisa ser escusável, bastando a cognoscibilidade (conhecimento do vício do erro pelo destinatário da declaração de vontade), em prestígio ao princípio da boa-fé objetiva. Dessa forma,o instituto do erro se aproximaria do dolo. No entanto, é importante esclarecer que existe corrente doutrinária sustentando a necessidade do erro ser escusável ou justificável para se admitir a anulação do negócio jurídico (Maria Helena Diniz, Sílvio Rodrigues, Carlos Roberto Gonçalves, Álvaro Viliaça Azevedo, Francisco Amaral). Outrossim, a doutrina subdivide o erro em: erro substancial e erro acidental. No caso de erro substancial, corno foi explanado anteriormente, implica anulação do negócio jurídico, enquanto no erro acidental, consoante o artigo 142 do CC, não atinge o plano da validade do negócio jurídico. O segundo vício de consentimento consiste no dolo. De acordo com a doutrina, o dolo pode ser conceituado como artifício ardiloso utilizado para enganar alguém, em benefício próprio. Em caso de dolo, a consequência jurídica é a anulação do negócio jurídico. Ressalte-se que somente nas hipóteses de dolo essencial, substancial ou principal haverá anulação (art. 145 do CC), sendo certo que, nos casos de dolo acidental, importará em perdas e danos a favor do prejudicado (art. 146 do CC). Não se pode olvidar que o dolo pode ser praticado por um terceiro, como prescreve o artigo 148 do CC, acarretando a anulação ou perdas e danos a depender da ciência da parte do negócio jurídico. Além disso, o direito positivo diferencia as consequências jurídicas se o dolo for do representante legal ou convencional (art. 149 do CC). O terceiro vício de consentimento consiste na coação. A doutrina conceitua como pressão física ou moral exercida em face de uma das partes do negócio jurídico, com o objetivo de obrigar a assumir uma obrigação que não quer. O artigo 151 do CC dispõe que a anulação do negócio jurídico só ocorrerá se a coação moral ou psicológica (vis compulsiva) for relevante, causando fundado temor de dano iminente e considerável à parte do negócio, à sua família ou aos seus bens. Por outro lado, em caso de coação física (vis absoluta), existe divergência na doutrina, tendo em vista que a primeira corrente sustenta a nulidade absoluta do negócio jurídico (Maria Helena Diniz), enquanto a segunda corrente aduz a inexistência do negócio jurídico (Renan Lotufo). Importante mencionar que a coação moral deve ser analisada à luz do caso concreto, levando em consideração o sexo, a idade, a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias, como se depreende do parágrafo único do artigo 152 do CC. Ademais, a coação pode ser exercida por um terceiro, implicando anulação do negócio jurídico se o negociante beneficiado dela tiver ou devesse ter conhecimento. Diversamente, se o negociante beneficiado pela coação dela não tiver ou não devesse ter conhecimento, haverá manutenção do negócio jurídico e o coator responderá por perdas e danos. O quarto vício de consentimento consiste no estado de perigo. Consoante o artigo 156 do CC, o estado de perigo se constata quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Para a configuração do estado de perigo, o dispositivo em questão exige a presença de elemento objetivo (onerosidade excessiva da parte que manifesta a vontade) e elemento subjetivo (uma parte do negócio tem conhecimento da situação de risco da outra parte). É justamente este elemento subjetivo que diferencia do instituto da lesão. A consequência jurídica do estado de perigo consiste na anulação do negócio jurídico (art. 171, inciso li, do CC). Todavia, esta consequência poderá ser evitada mediante a aplicação analógica do artigo 157, parágrafo 2º, do CC. Nesse sentido é o Enunciado 148 da Jornada de Direito Civil ("Ao 'estado de perigo' aplica-se, por analogia, o disposto no 2° do art. 157"), em virtude do princípio da conservação contratual e do princípio da função social do contrato. Por fim, o quinto vício de consentimento consiste na lesão. De acordo com o artigo 157 do CC,"ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta". O instituto da lesão acarreta a anulação do negócio jurídico (art. 178, inciso 11, do CC), pois configura um vício de formação,o que distingue do desequilíbrio negocial por fato posterior. Entretanto, a anulação poderá ser afastada se ocorrer o reequilíbrio das prestações, nos termos do artigo 157, parágrafo 2°, do CC. Em relação ao assunto, existe o Enunciado 149 das Jornadas de Direito Civil ("Em atenção ao princípio da conservação dos contratos, a verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os contratantes a seguir as regras do art. 157 § 2°, do Código Civil. de 2002"). Frise-se, ainda, que a lesão não se confunde com o dolo, pois a caracterização da lesão exige apenas a premente necessidadeou inexperiência e a onerosidade excessiva. No dolo há o emprego de artifício ardiloso. O Enunciado 150 da Jornada de Direito Civil confirma este entendimento ("a lesão que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de aproveitamento"). Nos vícios sociais, o primeiro vício consiste na simulação. O novo Código Civil conferiu um novo tratamento a este instituto, haja vista que tem como consequência jurídica a nulidade (art. 167 do CC). Para parte da doutrina (Francisco Amaral, Paulo Lôbo), a simulação não constitui mais um vício social do negócio jurídico, pois atinge a causa negocial. A simulação pode ser definida como incompatibilidade entre a vontade e a declaração em razão das partes do negócio jurídico objetivarem iludir terceiros. Com a nova sistemática introduzida pelo CC, a doutrina sustenta que a simulação inocente também importa em nulidade absoluta, como se percebe do Enunciado 152 da Jornada de Direito Civil ("toda simulação, inclusive a inocente,é invalidante"), uma vez que se trata de matéria de ordem pública. Apesar de a simulação gerar a nulidade absoluta, o artigo 167 do CC autoriza a subsistência do negócio jurídico dissimulado, se for válido na substância e na forma. No mesmo sentido é o Enunciado 153 da Jornada de Direito Civil (na simulação relativa, o negócio simulado - aparente - é nulo, mas o dissimulado será válido se não ofender a lei nem causar prejuízos a terceiros"). Com efeito, a simulação pode ser classificada em: simulação absoluta e simulação relativa (subjetiva e objetiva). Para parte da doutrina, a simulação se assemelha com a reserva mental, pois a reserva mental conhecida pelo destinatário configura simulação (Álvaro Vitiaça Azevedo). O último vício social consiste na fraude contra credores. A doutrina define como atuação maliciosa do devedor,em estado de insolvência ou na sua iminência, mediante disposição gratuita ou onerosa do seu patrimônio, para inviabilizar a responsabilização de seus bens por obrigações assumidas em momento anterior à transmissão. Assim, para a caracterização da fraude contra credores, em regra, exige-se elemento objetivo (eventos damni/evento danoso) e elemento subjetivo (consilium fraudis/intenção de prejudicar os credores). No tocante à consequência jurídica, vigora divergência na doutrina e na jurisprudência. A primeira corrente aduz a anulabilidade do ato praticado em fraude contra credores, com fulcro nos artigos 158 e 159 do CC. Diversamente, a segunda corrente defende que a consequência da fraude contra credores consiste na ineficácia do negócio jurídico. Com o advento do novo Código de Processo Civil (art. 790, inciso VI), no âmbito do direito positivo, pode-se afirmar que foi adotada a primeira posição (anulação do negócio), exercida por meio de ação pauliana ou revocatória. Por fim, é mister esclarecer que a fraude contra credores não se confunde com a fraude à execução, pois a primeira consiste em instituto de direito material, enquanto a segunda, instituto de direito processual. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 01) Casamento na festa junina, em que o casal não tem nenhum vínculo, é casamento: R: inexistente. Fundamentação: o casamento é negócio jurídico complexo, solene, com forma definida em lei. Assim, o desrespeito à forma do negócio jurídico prejudica sua existência. Aula II: Perfeição do Negócio Jurídico – Três Planos: Existência, Validade e Eficácia II Casuística (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 02) Sintetise a escada ponteana explicando-a. No plano das nulidades, como resolver as obrigações contraídas por menores absolutamente incapazes e relativamente incapazes? RESPOSTA ESPERADA O jurista Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda criou a teoria da Escada Ponteana, analisando o negócio jurídico em três planos: plano da existência, plano da validade e plano da eficácia. Com base nessa construção, de acordo com a doutrina civilista, no que tange ao tema da nulidade dos atos jurídicos, a validade dos atos exige como requisitos: agente capaz; vontade livre, sem vícios; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita ou não defesa em lei. Na esfera do direito positivo, corrobora este entendimento a interpretação do disposto no artigo 104 do Código Civil (CC), pois a vontade livre encontra-se inserida na capacidade do agente ou na licitude do objeto do negócio. Por outro lado, no tocante ao plano da existência, em razão da ausência de previsão legal para regulamentar o assunto, existe divergência na doutrina acerca do tema. A primeira corrente sustenta que o negócio jurídico inexistente, por não gerar nenhum efeito jurídico, em decorrência da ausência de pressupostos jurídicos (partes, vontade, objeto e forma), prescinde de declaração de invalidade por via judicial (não se invalida o que não existe). Diversamente, a segunda corrente aduz que o Código Civil não tratou do plano da existência, motivo pelo qual essas hipóteses devem ser regidas pelas regras de nulidade, o que leva a concluir que o plano da existência estaria embutido no plano da validade. Nesse contexto, com base no direito positivo (artigos 166 a 184 do CC), a expressão invalidade constitui o gênero das espécies nulidade e anulabilidade. Destarte, o instituto da nulidade pode ser conceituado como a sanção imposta pelo ordenamento jurídico aos atos e negócios jurídicos realizados com inobservância dos requisitos legais, qualificados como essenciais, que impede a produção dos efeitos jurídicos. Para facilitar a compreensão da nulidade, a doutrina propõe classificação para o estudo das diversas facetas do instituto em questão. Com efeito, classifica em: nulidade absoluta e relativa; nulidade total e parcial; nulidade textual e virtual. A nulidade absoluta, além do interesse individual, tem por finalidade proteger um interesse social, uma vez que há ofensa a preceito de ordem pública. Dessa forma, o artigo 168 e o parágrafo único do CC prescrevem que a questão sobre nulidade absoluta pode ser alegada por qualquer interessado, devendo ser pronunciada de ofício pelo juiz. Diferentemente, a nulidade relativa, denominada de anulabilidade, viola interesse individual das partes interessadas, motivo pelo qual se admite o afastamento ou saneamento do vício de invalidade. A segunda classificação subdivide em nulidade total e parcial. A nulidade total consiste no vício que atinge todo o negócio jurídico. De outro lado, a nulidade parcial consiste no vício que afeta somente parte do negócio jurídico. Nesta hipótese, consoante o disposto no artigo 184 do CC (princípio utile per inutile non vitiatur), a nulidade parcial do negócio não prejudicará a parte válida, desde que seja possível cindir a parte válida da inválida, em prestígio ao princípio da conservação do ato ou negócio jurídico. Por fim, a última classificação prevista na doutrina subdivide em nulidade textual e virtual (ou implícita). A anulabilidade textual consiste naquelas hipóteses que têm previsão expressa na lei. Diversamente, a anulabilidade virtual (ou implícita) consiste naqueles casos que não possuem previsão expressa, mas a nulidade pode ser deduzida com base nas expressões utilizadas pelo legislador (exemplo: artigo 1.521 do CC). Quanto às diferenças entre nulidade absoluta e nulidade relativa (anulabilidade), conforme a doutrina, podem ser apontadas: a) A nulidade relativa é decretada no interesse privado da pessoa prejudicada, pois não se constata a presença do interesse público, somente a conveniência das partes. Na nulidade absoluta, há matéria de ordem pública, motive pelo qual é decretada no interesse da própria coletividade; b) A anulabilidade pode ser suprida pelo juiz se as partes requererem (art. 168, parágrafo único, do CC, a contrario sensu), ou sanada, expressa ou tacitamente, pela confirmação (art. 172 do CC). No caso da anulabilidade por ausência de autorização de terceiro, o ato poderá ser validado com a autorizaçãoposterior (art. 176 do CC). Por outro lado, a nulidade não pode ser sanada pela confirmação, nem suprida pelo juiz; c) A anulabilidade não pode ser pronunciada de ofício, dependendo de provocação dos interessados (art. 177 do CC), e somente produz efeitos após a sentença judicial (sentença desconstitutiva/efeito ex nunc). Ao contrário, a nulidade deve ser pronunciada de ofício pelo juiz (art. 168, parágrafo único, do CC), produzindo efeito ex tunc (sentença declaratória); d) A anulabilidade só pode ser alegada pelos interessados (o relativamente incapaz ou a pessoa que manifestou a vontade viciada) e os seus efeitos aproveitam exclusivamente aos que alegaram, salvo o caso de solidariedade ou indivisibilidade (art. 177 do CC). Diferentemente, a nulidade pode ser alegada por qualquer interessado ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir (art. 168, caput, do CC). Não se pode olvidar que o menor, entre 16 e 18 anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, espontaneamente declarou-se maior (art. 180 do CC/ninguém pode se beneficiar da própria torpeza); e) A anulabilidade é regida por prazo decadencial, por se tratar de um direito potestativo (lições do professor Agnelo Amorim Filho). Ao contrário, o ato nulo não se valida com o decurso do tempo, nem é suscetível de confirmação (art. 169 do CC); f) Nos casos de anulabilidade, o ato anulável produz efeitos até a decretação de sua invalidade (ex nunc/natureza desconstitutiva/direito postestativo/prazo decadencial). Nos casos de ato nulo, não há produção de nenhum efeito (quod nulium est nulium producit effectum/efeito ex tunc/natureza declaratória/sem prazo). Por todo o exposto, percebe-se nitidamente que quando a ofensa atinge o interesse particular das pessoas, sem envolver interesses sociais, os interessados podem promover a anulação do ato (o negócio jurídico permanence válido e produz efeitos enquanto não ocorrer a anulação por meio judicial). Nesse contexto, revela-se imprescindível esclarecer que o legislador protegeu o relativamente incapaz por intermédio do instituto da anulabilidade ou nulidade relativa, como se depreende do disposto no artigo 171, inciso 1, do CC. Todavia, nos casos de absolutamente incapaz, como envolve interesse coletivo, o legislador optou pelo instituto da nulidade absoluta, nos termos do disposto no artigo 166, inciso 1, do CC. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 02) O casamento realizado por pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbil mas expressando sua vontade diretamente e o casamento do incapaz de consentir ou manifestar de modo inequívoco o consentimento é, respectivamente, R: válido e anulável. Fundamentação: CC/02. Art. 1.550. É anulável o casamento: [...] IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro. Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: [...] III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) Aula III: Perfeição do Negócio Jurídico – Três Planos: Existência, Validade e Eficácia III Casuística (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 03) Toncilana descobriu que seu marido havia cometido um assassinato dois anos antes do casamento. A ciência desse fato tornou a convivência com o marido insuportável. Ela deseja romper todos os vínculos com o marido. Como você a orientaria? RESPOSTA ESPERADA O cometimento de crime anterior ao casamento configura erro essencial quanto a pessoa (art. 1557, II, CC), e tal é fundamento para anulação do casamento (art. 1550, III, CC). A condição é anterior ao casamento (crime cometido dois anos antes do casamento), o outro cônjuge desconhecia tal situação e a sua descoberta tornou a vida em comum insuportável. Assim, você enquanto advogado, pode orientar Toncilana a ajuizar a ação de anulação de casamento por erro essencial, desde que dentro do prazo de três anos (art. 1.560, III, CC) a contar da celebração. Como os efeitos da sentença são retroativos, todo e qualquer vínculo com o ex-marido criminoso será apagado, voltando inclusive, à condição de solteira. A referida ação de anulação de casamento deverá ser proposta no foro do ultimo domicílio do casal (art. 53, I, ”b” do CPC), contendo pedido de provimento da ação, a saber: a anulação do casamento, bem como o regresso do nome de solteira se for o caso, a partilha dos bens, a expedição de ofício para o Cartório de Registro de Pessoas Naturais e por fim, a condenação do réu no pagamento das custas e honorários advocatícios. O Ministério Público deverá participar do processo como fiscal da lei (art. 129 da CF e art. 178, I, CPC), apesar de haver grande parte da doutrina inclusive do MP que defende a sua não participação em virtude de não haver interesse de incapaz. O valor da causa (art. 391 do CPC), por não haver benefício monetário, deverá ser o mínimo. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 03) A respeito do casamento, assinale a alternativa correta: R: há impedimento para o casamento entre os afins em linha reta, permanecendo-se a afinidade ainda que ocorra a dissolução do casamento ou da união estável. Fundamentação: CC/02. Art. 1.521. Não podem casar: [...] II - os afins em linha reta; Aula IV: Perfeição do Negócio Jurídico – Três Planos: Existência, Validade e Eficácia IV Casuística (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 04) Suzana tem uma filha, chamada Lea, de seu primeiro casamento. Eduardo tem dois filhos, Paulo e Sávio, também de um casamento anterior. Suzana e Eduardo se casaram e, durante a convivência, que já conta com muitos anos, Lea se apaixona por Sávio e decidem se casar, sendo ambos maiores e capazes. Pergunta-se: tal casamento é válido, nulo, anulável ou inexistente? Por quê? RESPOSTA ESPERADA Ao casar com Eduardo, Suzana passa a ter parentesco por afinidade com Paulo e Sávio. Por sua vez, Eduardo passa a ter parentesco por afinidade com Lea. Entre os respectivos filhos, entretanto, não é configurado parentesco algum, não havendo impedimentos a que eles se casem, pois eles não são irmãos por afinidade. Assim o casamento entre Lea e Sávio é válido. A despeito do acima exposto, entendemos que é hora de se travar a discussão a respeito do alcance do parentesco em virtude do recente posicionamento doutrinário e jurisprudencial sobre a socioafetividade porque nas famílias mosaico ou recompostas os filhos de cada um dos cônjuges convivem estreitamente como irmãos durante muitos anos, razão pela qual é importante que se traga esta realidade à baila. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 04) Assinale a alternativa correta com base nos fundamentos normativos do Código Civil brasileiro sobre o Direito de Família. Fundamentação: CC/02. Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811, de 2019). TEMA 08 – EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA – UM OLHAR PONTEANO. A VALIDADE. Aula I: Nulidade do Casamento I Casuística (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 01) Antonio, casou-se com Maria em 24 dezembro de 1974. Após anos de casamento, em uma de suas viagens, encantou-se por Viviane e resolveu viver com sua nova paixão. Após várias conversas com sua esposa, alegando a ausência da affectio maritalis entre eles, optaram pelo divórcio. Contudo, ao se dirigirem ao Cartório de Registro Civil, foram informados que nãoseria possível a realização do divórcio pois o casamento teria sido realizado antes da promulgação da Lei 6.515/77 e que apenas poderiam realizar o divórcio os casados após o ano de 1977. Inconformados, resolveram procurar um advogado para maiores esclarecimentos. Nessa situação, qual o esclarecimento que seria dado pelo advogado do casal? Justifique. RESPOSTA ESPERADA Até o ano de 1977, quem casava, permanecia com um vínculo jurídico para o resto da vida. Caso a convivência fosse insuportável, poderia ser pedido o 'desquite', que interrompia com os deveres conjugais e terminava com a sociedade conjugal.? Contudo, após a EC n.º 9/77 e a promulgação da Lei 6.515/77, a Lei do Divórcio, concedeu a possibilidade de um novo casamento, mas somente por uma vez. O 'desquite' passou a ser chamado de 'separação' e permanecia, como um estágio intermediário até a obtenção do divórcio. Após a Constituição?de 1988 passou-se a permitir o divórcio ilimitadamente. No caso proposto, ainda que o casamento tenha sido realizado anteriormente ao ano 1977, é garantia constitucional o divórcio não podendo o Registro Civil deixar de realizar tal ato (art. 226, §6º da CF). Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 01) Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família. Em relação à eficácia do casamento, é correto afirmar: R: Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial. Fundamentação: de acordo com o Código Civil, conforme disposto no artigo 1.568, os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime patrimonial. Aula II: Nulidade do Casamento II Casuística (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 02) Joana casou-se com Pedro na Bahia. Tiveram uma filha que nasceu após a separação de fato do casal, não tendo sido registrada pelo pai. Em São Paulo, Joana apaixonou- se por Paulo e com ele se casou apesar de não ter se divorciado de Pedro. Joana separou-se de fato de Paulo e, agora, encontra-se apaixonada por Antonio e com ele quer se casar. É possível Joana convolar núpcias com Antonio diante das situações jurídicas em aberto com Pedro e Paulo? Responda fundamentadamente. RESPOSTA ESPERADA Joana cometeu bigamia ao se casar com Paulo. De acordo com o art. 1.521, VI, do CC, ela não poderia ter se casado. Responderá criminalmente pelo ato praticado. Sob o ponto de vista cível, se ela não desejava ou podia se divorciar de Pedro, deveria ter estabelecido com Paulo união estável, que seria válida em virtude do art. 1.723, §1º, parte final, do CC. O primeiro casamento é válido e deverá ser dissolvido pelo divórcio e o segundo deverá ser objeto de ação de nulidade absoluta. Neste caso, se a ação for proposta por Paulo, este poderá requerer o reconhecimento de sua putatividade. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 02) O casamento será nulo: Fundamentação: CC/02. Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: I - (revogado); II - por infringência de impedimento. Sendo assim, é possível que o casamento seja celebrado quando um dos nubentes estiver com moléstia grave, sendo umas das exceções quanto à formalidade para a validade do casamento (art. 1.539 do CC). Aula III: Aspectos Materiais e Processuais I Estação 03: Casuística (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 03) Antônio, com 25 anos de idade, casou-se com Carla, que possuía 17 anos e estava grávida. Carla obteve o consentimento de seus pais para o casamento. Após alguns meses, Antônio, cansado da vida de casado, decide pleitear anulação do casamento alegando que casou com Carla tão somente em razão da gravidez. Nessa situação, é possível a anulação do casamento de Antônio e Carla em razão de gravidez? Justifique. RESPOSTA ESPERADA O casamento de Antônio e Carla é considerado válido e Antônio deverá requerer o divórcio e não a anulação do casamento, porque as hipóteses são taxativas para os casos de invalidade, elencados no art.1.548 e no art. 1.550 do CC. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 03) Assinale a alternativa correta. R: os efeitos da sentença proferida na ação de nulidade retroagem a data do casamento. Fundamentação: em relação aos efeitos da sentença proferida na ação de nulidade retroagem à data do casamento, ou seja, imprescritível e com efeito?ex?tunc. Aula IV: Aspectos Materiais e Processuais II Estação 04: Casuística (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 04) João, médico oftalmologista, em um de seus atendimentos conheceu Maria Alice. Dias após o atendimento, em uma cafeteria no bairro do hospital, reencontrou Maria Alice e iniciaram uma amizade. Após dois anos, assumiram um relacionamento amoroso. Em uma festa junina realizada na residência do amigo do casal, João foi convidado para ser o noivo com Ellen, uma senhora amiga do dono da festa. Nessa situação, o casamento de João e Ellen poderá ser considerado putativo? Justifique. Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 04) RESPOSTA ESPERADA Não, no caso trata-se de casamento inexistente. Previsto no art. 1.561 do Código Civil, o casamento putativo ocorre nos casos em que é celebrado indevidamente de boa-fé, ou seja, se imaginava ser verdadeiro, por ter preenchido todos os requisitos de existência, validade e produzidos seus efeitos. Não há que se falar em putatividade porque numa festa junina, não há que se falar em consentimento válido e nem celebração por autoridade competente na forma da lei, requisitos para a existência do casamento. Ausentes os requisitos do primeiro plano da escada ponteana, não há que se falar em validade porque nem o primeiro plano foi atingido. Assinale a alternativa correta: R: Putativo é o matrimônio nulo ou anulável contraído de boa-fé por um ou por ambos os contraentes e que, em razão disso, produz efeitos até o dia da sentença anulatória. Fundamentação: o casamento putativo é aquele que, de acordo com o Código Civil 2002, artigo 1.561 “embora anulável ou nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória”. TEMA 09 – EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA – UM OLHAR PONTEANO. A VALIDADE E AS REPERCUSSÕES PROCESSUAIS. Aula I: Anulabilidade do Casamento I Casuística (Módulo 02 | Tema 09 | Aula 01) Maria Carla, com síndrome de Down, em viagem a Minas Gerais para casamento de sua prima Heloísa, conheceu Orlando, amigo de sua prima. Trocaram telefones e após meses de conversas, Orlando pediu para namorar com Maria Carla. O namoro foi muito criticado, pois alguns amigos não conseguiam entender como Maria Carla poderia se relacionar com Orlando. Contudo, Orlando não se deixou levar por tais comentários e como prova real de seu amor, planejou um noivado surpresa. Convictos do que queriam, o casal foi até o Registro Civil, com intuito de oficializar o casamento civil. Contudo, foram informados que Maria Carla, jamais poderia realizar tal ato. Nessa situação, está correta a informação? Justifique. RESPOSTA ESPERADA O art.?1.548?do?CC?consagra as hipóteses de nulidade absoluta do casamento. Ressalta-se que a primeira delas foi REVOGADA pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei?13.146/2015). Anteriormente, o?art. 1.548?considerava?nulo o casamento contraído: I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; Desta forma, objetivando à plena inclusão das pessoas com deficiência, esse dispositivo foi revogado expressamente pelo art.?114?da Lei?13.146/2015. Desse modo, de acordo com o novo art.?1.550,?§ 2o?do?CC/2002?(com?Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015), a pessoa
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