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MÓDULO II - PÓS-GRADUAÇÃO EBRADI - DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES

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MÓDULO II – CASAMENTO E UNIÃO ESTÁVEL 
 
TEMA 01 – CONCEITO E NATUREZA JURÍDICA DO CASAMENTO. 
 
Aula I: Evolução do Casamento no Direito Brasileiro I 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 01) 
 
Para Pontes de Miranda, quais as três feições assumidas pelo casamento? Explique. 
 
“Segundo o autor, o casamento assume três feições, quais sejam, a biológica, a 
psicológico-social e a jurídica. A biológica diz respeito a finalidade de perpetuação da 
espécie, já a psicológico-social, trata-se o status social e religioso perante a sociedade, 
por fim a feição jurídica, decorre da solenidade do casamento, pois este, sujeita-se as 
regras gerais de direito.” 
 
RESPOSTA ESPERADA 
A biológica, a psicológico-social e a jurídica: segundo o autor, “Fato natural, 
não se discute a sua natureza de contatuação sexual, a sua função de lei 
universal, cuja finalidade é a perpetuação da espécie: duo in carne uma. Fato 
religioso, social, solene, conserva a unção da sua gravidade, embora se 
tornasse secular. Fato jurídico, sujeita-se às regras gerais de direito e toma 
a feição de acordo através dos tempos.” 
 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 01) 
 
Pontes de Miranda define: “[...] o casamento é a proteção, pelo direito, das uniões 
efetuadas conforme certas normas e formalidades fixadas nos Códigos Civis.”. Qual 
característica do casamento pode-se extrair dessa afirmação? 
 
Fundamentação: a solenidade é entendida pela menção à obediência obrigatória 
das normas e formalidades fixadas nos Códigos Civis. 
 
 
Aula II: Evolução do Casamento no Direito Brasileiro II 
 
 Casuística (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 02) 
 
Em relação ao casamento, em que inovou a Constituição Federal de 1988? Explique. 
 
“A Constituição de 1988, revolucionou o direito de família, admitindo outras formas de 
entidade familiar, retirando a exclusividade do casamento, reconhecendo 
expressamente a união estável, não havendo hierarquia entre esses institutos. A Carta 
Magna, inovou também ao estabelecer igualdade de direitos e deveres entres os 
cônjuges.” 
 
RESPOSTA ESPERADA 
Reduziu-se o prazo para a conversão da separação em divórcio para um ano 
– após a EC n.º 66/2010 retirou os referidos prazos, e admitiu o divórcio direto 
no caso de separação de fato por mais de dois anos. Além disso, igualou os 
deveres da sociedade conjugal entre o homem e a mulher, e reconheceu 
como entidade familiar a união estável entre homem e mulher e a 
comunidade formada por qualquer dos pais com seus descendentes. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 02) 
 
Das Constituições citadas abaixo, quantas voltaram a admitir a forma de celebração do 
casamento religiosa com efeitos civis? I – CF/1891 II – CF/1934 III – CF/1946 IV – 
CF/1967 V – CF/1988 Assinale a alternativa correta: 
 
Fundamentação: apenas a CF de 1891 não admitia casamento religioso com efeito 
civil. “Art. 72, §4º: “A República só reconhece o casamento civil, cuja celebração 
será gratuita.”. 
 
 
Aula III: Conceito de Casamento 
 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 03) 
 
Comente as mudanças trazidas pela Emenda Constitucional n.º 66 de 2010 e o motivo 
das discussões doutrinárias e jurisprudenciais que dela decorreram. 
 
“A Emenda Constitucional n.º 66 de 2010, conhecida como “Emenda do Divórcio”, 
modificou o §6º do art. 226 da CF/88 colocando fim à necessidade de separação de fato 
por qualquer prazo, todavia essa alteração não revogou expressamente o texto do 
Código Civil de 2002 ou do Código de Processo Civil de 1973, o que gerou discussão 
relativa à continuidade de existência da separação no Direito brasileiro. A maioria 
absoluta da doutrina e da jurisprudência defende que o instituto foi totalmente retirado 
do ordenamento jurídico brasileiro. Diante da ausência nos códigos anteriores, o Código 
de Processo Civil de 2015, dispõe em seu texto regulamentações do instituto da 
separação, recebendo críticas da doutrina por considerar este um instituto morto.” 
 
RESPOSTA ESPERADA 
Em 2010, a Emenda Constitucional n.º 66, a chamada Emenda do Divórcio, 
modificou o §6º do art. 226 da CF/88 colocando fim à necessidade de 
separação de fato por qualquer prazo. A alteração constitucional não revogou 
expressamente o texto do Código Civil de 2002 ou do Código de Processo 
Civil de 1973, o que gerou discussão relativa à continuidade de existência da 
separação no Direito brasileiro. A maioria absoluta da doutrina e da 
jurisprudência defende que o instituto foi totalmente retirado do ordenamento 
jurídico brasileiro. Dessa forma, o Código de Processo Civil de 2015 recebeu 
críticas por ter em seu conteúdo regulamentações do instituto da separação. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 03) 
 
Para Flávio Tartuce, “[...] o Novo Código de Processo Civil nasce com um instituto morto 
em vários de seus dispositivos.”. Referente à separação, assinale a alternativa correta: 
 
Fundamentação: em 2010, a Emenda Constitucional n.º 66, chamada Emenda do 
Divórcio, modificou o §6º do art. 226 da CF/88 colocando fim à necessidade de 
separação de fato por qualquer prazo. A alteração constitucional não revogou 
expressamente o texto do Código Civil de 2002 ou do Código de Processo Civil 
de 1973, o que gerou discussão relativa à continuidade de existência da separação 
no Direito brasileiro. A maioria absoluta da doutrina e da jurisprudência defende 
que o instituto foi totalmente retirado do ordenamento jurídico brasileiro. 
 
Aula IV: Natureza Jurídica do Casamento 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 04) 
 
Explique a teoria que determina a natureza jurídica do casamento como mista. 
 
“A teoria mista ou eclética reconhece no casamento traços contratuais e institucionais. 
Separam o casamento em ato e estado.” 
 
RESPOSTA ESPERADA 
Reconhece no casamento características contratuais e institucionais. A 
autonomia das partes se resume à liberdade de escolher o parceiro, o regime 
de bens e a permanência ou não da relação familiar. No entanto, seus efeitos 
pessoais como alteração do estado civil, surgimento dos vínculos de 
parentesco, alteração do nome, dever de fidelidade, coabitação, entre outros, 
retiram do casamento sua essência de contrato. Assim, sustenta-se que o 
casamento é um contrato na sua formação e uma instituição no seu curso, 
mostrando sua feição eclética. 
 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 01 | Aula 04) 
 
Sobre o casamento, assinale a alternativa incorreta: 
 
Fundamentação: o estudo da natureza jurídica do casamento é essencial à 
compreensão e aplicação prática do aplicador do direito. A doutrina majoritária 
determina que o casamento possui natureza jurídica eclética ou mista, uma vez 
que é contrato em sua formação e instituição em seu curso, seguindo o disposto 
na lei. Cabe ressaltar a nomenclatura sui generis aplicada ao caso por Flávio 
Tartuce. 
 
 
 
 
 
TEMA 02 – FINALIDADES E CARACTERÍSTICAS DO CASAMENTO. 
 
Aula I: Comunhão Plena de Vida 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 01) 
 
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo julgou uma apelação versando sobre 
responsabilidade civil por dano moral. Leia um trecho desse julgamento abaixo: 
 
[...] o dano moral é, primordialmente ainda que não exclusivamente aquele que redunda 
em séria lesão a direito da personalidade. No caso, com as agressões se viola o direito 
à integridade física e, com as ofensas verbais, macula-se gravemente a honra da autora. 
Pior ainda se praticadas por aquele com quem convivia em união íntima. [...] Daí que o 
tratamento hostil implica séria lesão aos direitos em questão. 
 
Explique qual o fundamento que enseja o suporte para o pedido de dano moral e sua 
ligação com a finalidade do casamento. 
 
RESPOSTA ESPERADA 
A violação da integridade física ou psicológica do outro gera o direito de ação 
com pedido de reparação pelo dano moral resultante (artigos 5º, incisos V e 
X,da CF; artigos 186 e 927, do CC). 
 
O relator do julgado em questão explica: “Com efeito, ao se estabelecer uma 
comunhão plena de vida, era de se esperar um tratamento respeitoso, que 
se traduzisse em cuidado e carinho para com a companheira.1”. 
 
Conforme Pietro Perlingieri: 
 
O sangue e os afetos são razões autônomas de justificação para o momento 
constitutivo da família, mas o perfil consensual e a affectio constante e 
espontânea exercem cada vez mais o papel de denominador comum de 
qualquer núcleo familiar. O merecimento de tutela da família não diz respeito 
exclusivamente às relações de sangue, mas, sobretudo, àquelas afetivas que 
se traduzem em uma comunhão espiritual e de vida. Para tornar possível a 
participação também aos menores que não tenham tido ou tenham perdido a 
possibilidade de uma estável comunhão de afetos, o ordenamento prevê a 
constituição, com a mesma dignidade em relação à família iuris sanguinis, de 
uma formação social onde convivem pessoas ligadas por relações conjugais 
e/ou de filiação, origine-se esta última da geração no casamento, daquela 
natura, da legitimação, das adoções. Se o dado unificador é a comunhão 
espiritual e de vida, deve ser evidenciado como ela se manifesta em uma 
pluralidade de articulações, em relação aos ambientes e ao diverso grau 
sócio-cultural: da família nuclear sem filhos à grande família. Cada forma 
familiar tem uma própria relevância jurídica, dentro da comum função de 
serviço ao desenvolvimento da pessoa; não se pode portanto afirmar uma 
abstrata superioridade do modelo de família nuclear em relação às outras. 2. 
 
Daí se retira que a affectio e, em consequência, a assistência mútua física, 
psicológica e espiritual são condições para se alcançar a comunhão plena de 
vida, de modo a atingir o escopo do atual modelo de família, a eudemonista. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 01) 
 
Fundamentação: Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka, “Sem dúvida, hoje, o 
modelo de família que prevalece é o modelo eudemonista, ou seja, o modelo pelo 
qual, cada um busca na própria família, ou por meio dela, a sua própria realização, 
seu próprio bem-estar.”. IBDFAM – Instituto Brasileiro de Direito de Família. 2001. 
Família e casamento em evolução. 2001. Disponível em: . Acesso em: 21 de 
fevereiro de 2019. 
 
Aula II: Finalidades do Casamento 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 02) 
 
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo julgou apelação sobre dissolução do 
vínculo conjugal. Leia um trecho desse julgamento: Ao que consta dos autos o casal 
depois da separação judicial continuou a residir na mesma casa até a data que se deu 
a conversão da separação judicial em divórcio, no entanto, não há provas de que houve 
recomposição da vida familiar. O apelado aceitou que a ora apelante permanecesse 
residindo na mesma casa que antes servia de residência ao casal por questão 
econômica e para não prejudicar os filhos. Houve um acordo entre as partes que a 
autora poderia ali permanecer até a data da venda do imóvel e partilhado o valor obtido 
com a venda. De acordo com o estudado, verifica-se no excerto acima a moradia 
conjunta, a criação e a educação dos filhos. O casal em questão cumpre os fins do 
casamento? Explique. 
 
RESPOSTA ESPERADA 
O casal não cumpre a finalidade do casamento, pois, conforme ministro 
relator do acórdão do STJ, Ainda que a coabitação seja dado relevante para 
se determinar a intenção de construir uma família, não se trata de requisito 
essencial, devendo a analise levar em consideração um conjunto de fatores 
como a affectio maritalis a participação de esforços, a posse do estado de 
casado, a fidelidade, a continuidade da união, dentre outros1. Atualmente, a 
finalidade do casamento é a comunhão plena de vida. Saliente-se que esta é 
imprescindível ao reconhecimento jurídico daquele, e tem origem na vontade 
de se constituir uma família, a eudemonista, na qual o afeto e o respeito, 
próprios e aos outros, são sua base, e o desenvolvimento e felicidade de 
seus membros, seu escopo. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 02) 
 
Segundo a legislação civilista brasileira, no que corresponde ao instituto do casamento 
podemos afirmar, EXCETO: 
 
Fundamentação: CF/88 – Art. 226. [...] § 1º O casamento é civil, e gratuita a sua 
celebração. 
Aula III: Características do Casamento I 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 03) 
 
O STF, em célebre acórdão de 5 de maio de 2011 na ADI 4277, reconheceu a 
possibilidade de união estável entre pessoas do mesmo sexo, dando ensejo à 
conversão destas uniões estáveis em casamento. Nesta direção, é o acórdão do STJ 
cujo trecho abaixo se reproduz: In casu, duas mulheres alegavam que mantinham 
relacionamento estável há três anos e requereram habilitação para o casamento junto 
a dois cartórios de registro civil, mas o pedido foi negado pelos respectivos titulares. 
Posteriormente ajuizaram pleito de habilitação para o casamento perante a vara de 
registros públicos e de ações especiais sob o argumento de que não haveria, no 
ordenamento jurídico pátrio, óbice para o casamento de pessoas do mesmo sexo. Foi-
lhes negado o pedido nas instâncias ordinárias. No lugar do ministro relator, quais os 
fundamentos para deferir o pedido das autoras? 
 
RESPOSTA ESPERADA 
A diferença de gênero foi outrora uma característica do casamento, mais 
além, foi uma de suas condições de existência. Hoje não mais encontra 
suporte tanto na doutrina como na jurisprudência. Baseando-se nos direitos 
à igualdade – e com este, a permissão e o reconhecimento da diferença –, à 
felicidade e à dignidade da pessoa humana, referido acórdão utiliza-se do 
princípio do pluralismo familiar reconhecendo a equiparação entre a família 
formada pelo casamento e pela união estável, entendendo esta não apenas 
como entidade familiar, mas como “família” em seu poliformismo. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo X | Tema 02 | Aula 03) 
 
De acordo com a Constituição Federal e o Código Civil, são características do 
casamento, entre outras: 
 
Fundamentação: são características do casamento, entre outras: * Liberdade de 
escolha do cônjuge, liberdade de contratar, art. 5º, II, CF. * União exclusiva, a 
fidelidade é um dos deveres mais importantes do casamento, e sua inexistência 
pode caracterizar a impossibilidade de comunhão de vida, art. 1573, I, CC. * 
Dissolúvel por meio do divórcio. * Importa na comunhão de vida, art. 1511, CC. 
 
 
Aula IV: Características do Casamento II 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 04) 
 
Alberto, morador de Suzano/SP, casou-se com Bianca em 23 de dezembro de 2010. 
Como trabalha viajando para o Rio de Janeiro todos os finais de semana desde 2000, 
comprou uma casa em Copacabana para facilitar suas despesas com hospedagem. Por 
não gostar de praia e da umidade local, Bianca nunca conheceu o imóvel, mas sabe 
que seu marido o usa aos finais de semana. Em 3 de outubro de 2014, Alberto iniciou 
uma união afetiva com Carla, que desconhece do seu estado de casado e com quem 
divide sua casa no Rio de Janeiro. Carla descobriu sobre o casamento do companheiro 
e terminou o relacionamento em 2 dezembro de 2018. Em 27 de fevereiro de 2019, 
Carla visita seu escritório para pedir esclarecimentos acerca da propositura de ação de 
reconhecimento de união estável e partilha dos bens amealhados durante a relação. 
Quais as orientações que você daria à sua cliente? 
 
RESPOSTA ESPERADA 
No parecer deve constar a possibilidade do reconhecimento criada a partir 
da decisão recente do STJ na qual se exige a boa-fé para o reconhecimento 
de união estável com homem casado não separado de fato. Deve, ainda, 
conter uma ressalva à cliente no sentido de que há sólida posição 
jurisprudencial defendendo que a convivência com a esposa impede o 
reconhecimento da união estável independentemente da comprovação da 
boa-fé. No caso, como advogado de Carla, faria uma argumentação e 
estabeleceria conjuntoprobatório para demonstrar sua intenção de constituir 
família, além de comprovar sua boa-fé ressaltando que ela desconhecia o 
casamento de seu companheiro. A ação a ser proposta deveria ser a de 
reconhecimento e dissolução de união estável com partilha de bens em face 
de Alberto, sendo competente para julgá-la o foro do último domicílio do 
casal, no Rio de Janeiro. Por fim, explicaria a Carla que os pedidos da ação 
seriam a declaração da união estável de 3 de outubro de 2014 a 2 de 
dezembro de 2018, a partilha dos bens amealhados a título oneroso durante 
a referida união e a condenação de Alberto no pagamento das despesas 
processuais5 e honorários advocatícios. 
 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 02 | Aula 04) 
 
Em relação às características do casamento, assinale a alternativa correta: 
 
Fundamentação: o casamento ainda tem caráter permanente, no sentido de que 
não termina até que seja dissolvido pela morte ou pelo divórcio. Tal característica 
vem da affectio maritalis que é a vontade de constituir família pelo casamento. 
 
Tema 03 – Capacidade matrimonial e o Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
 
Aula I: Capacidade Matrimonial 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 01) 
Após o período de relacionamento amoroso de dois anos, Mário Alberto, jovem com 17 
anos de idade, e Cristina, com apenas 15 anos, decidem casar. A mãe de Mário, que 
detém a sua guarda, autoriza o casamento, apesar da discordância de seu pai. Já os 
pais de Cristina consentem com o casamento. Com base na situação apresentada, 
explique sobre a possibilidade do casamento entre Mário Alberto e Cristina e se há 
alguma providência judicial ou extrajudicial a ser tomada pelos jovens a fim de que se 
casem. Responda justificadamente, empregando os argumentos jurídicos apropriados 
e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
RESPOSTA ESPERADA 
O examinado deve esclarecer que não é possível o casamento, uma vez que 
não obstante Cristina ter o consentimento de ambos os pais, ela não possui 
idade núbil (capacidade matrimonial). 
 
Apenas a título de argumentação, se Cristina tivesse idade núbil, seria 
importante o examinado observar que Mário Alberto necessitaria do 
consentimento de ambos os pais, uma vez que o consentimento para o 
casamento é atributo do poder familiar inerente a ambos, em igualdade de 
condições, e o fato de Mário estar sob a guarda da mãe não retiraria de seu 
pai sua autoridade parental, e não prevaleceria, portanto, a vontade materna, 
necessitando do suprimento judicial – baseado nos arts. 1.517, parágrafo 
único e 1.631, parágrafo único do CC – em caso de negativa injustificada de 
um dos genitores. 
 
O suprimento necessário ensejaria a ação de suprimento de consentimento, 
que deveria ser endereçada ao foro do domicílio do réu, no caso, o pai de 
Mário Alberto (art. 46 e ss. Do CPC), constando este como autor e assistido 
por sua mãe. 
 
Ressalta-se, ainda, que seria necessária a participação do Ministério Público 
a fim de proteger o melhor atendimento dos interesses do adolescente (art. 
178, I, CPC). 
 
Os pedidos que deveriam ser feitos são o suprimento de consentimento para 
o casamento e a condenação do réu nas custas e honorários advocatícios. O 
examinado deveria ainda dar valor à causa conforme o art. 291 do CPC, que, 
por não haver benefício econômico, seria o mínimo. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 01) 
Ao alcançar a idade núbil, os noivos 
Fundamentação: CC/2002. Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos 
podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus 
representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil. 
 
Aula II: Suprimentos de Idade e de Consentimento e as Incapacidades 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 02) 
Alceu e Berenice pretendem se casar. Alceu tem 17 anos e é emancipado. Berenice 
possui 16 anos e está sob poder familiar. Apresentaram requerimento de habilitação 
para o casamento que foi denegado pelo Cartório de Registro Civil pois os pais de 
Berenice não autorizaram o casamento. Em suas justificativas, explicaram que não 
queriam que sua filha casasse com Alceu, pois preferiam que ela se casasse com 
alguém de origem asiática. Você foi procurado por Berenice que pretende recorrer ao 
Poder Judiciário para se casar. Redija a peça jurídica adequada para atender às 
pretensões de sua cliente. 
RESPOSTA ESPERADA 
O aluno deverá redigir petição inicial de ação de suprimento de 
consentimento, endereçada de acordo com o art. 46 do CPC, o foro do 
domicílio dos réus, genitores de Berenice. O juiz deverá nomear curador 
especial conforme art. 72, I, do CPC, e, deverá haver participação de membro 
do Ministério Público como exige o art. 178, I, do CPC. A ação deve ainda 
ser fundamentada no artigo 1.519 do CC uma vez que a denegação do 
consentimento foi injusta uma vez que é amparada em preconceito racial, e, 
portanto, pode ser suprida pelo juiz para que a cliente possa se casar pelo 
regime de separação obrigatória de bens (art. 1.641, III, do CC). Nos pedidos 
deverá constar a procedência da ação com o consequente suprimento de 
consentimento em lugar dos genitores, a condenação dos réus no pagamento 
das custas e honorários advocatícios e a expedição de ofício ao cartório para 
que prossiga com a habilitação de Alceu para o casamento. Deverá ainda 
constar o valor da causa, conforme art. 391 do CPC, que, não havendo 
benefício econômico, deverá ser o mínimo. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 02) 
Márcio e Caroline, ambos com 16 (dezesseis) anos de idade, decidiram que se 
casariam, considerando a gravidez de Caroline. Noticiaram sua decisão aos pais de 
ambos, mas o pai de Caroline recusou-se a autorizar o matrimônio, apesar da 
aquiescência da mãe de Caroline e dos pais de Márcio. Assim, foi ajuizada ação para 
solução do impasse, e, após regular tramitação, sobreveio sentença autorizando o 
casamento. Em relação ao caso concreto apresentado, assinale a alternativa correta: 
Fundamentação: CC/02. Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens 
no casamento: III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento 
judicial. 
 
Aula III: Convenção de Nova York e o Estatuto da Pessoa com Deficiência 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 03) 
Mariana tem 40 anos, sofre de esquizofrenia paranóide e resiste à ingestão regular de 
anticoncepcionais. Às vezes consegue fugir de sua mãe e sai para a rua. Retornou 
grávida por 3 vezes, mas não reconhece as crianças como seus filhos, que ficam à 
mercê dos parentes de Mariana. Sua mãe veio a falecer deixando-lhe o único imóvel da 
família. Mariana decide 9ende-lo. Essa venda é possível? Explique. 
RESPOSTA ESPERADA 
Trata-se de pessoa plenamente capaz de acordo com o art. 6º do Estatuto 
da Pessoa com Deficiência. Dessa forma, pode realizar a venda do imóvel. 
No entanto, eventuais prejudicados podem tentar anular o negócio baseando-
se no princípio da boa-fé (arts. 113 e 422 do CC). No entanto, seus parentes 
(art. 747 do CPC) podem propor ação de curatela1 (art. 1.767 do CC 
combinado com os arts. 747 e seguintes do CPC) para que, verificada sua 
alienação mental, o juiz determine a necessidade de assistência do curador 
para que pratique determinados atos da vida civil, como a venda do imóvel 
recebido por herança. Assim, a ação deverá ser proposta no foro do domicílio 
de Mariana (art. 46 do CPC), os pedidos serão o seu provimento com a 
nomeação de um curador e a condenação da ré no pagamento das custas e 
honorários advocatícios. O valor da causa (art. 391 do CPC) deverá ser o 
mínimo por não haver benefício econômico. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 03) 
João, atualmente com 20 anos de idade, foi diagnosticado com esquizofrenia. Em razão 
desta grave doença mental, João tem delírios constantes e alucinações, e apresenta 
dificuldades de discernir o que é real e o que é imaginário, mesmo enquanto medicado. 
Emrazão deste quadro, em 2014, logo após completar 18 anos, sofreu processo de 
interdição, que culminou no reconhecimento de sua incapacidade para a prática de 
todos os atos da vida civil, sendo-lhe nomeado curador na pessoa de Janice, sua mãe. 
Entretanto, ele é apaixonado por Tereza e deseja com ela se casar. Afirmou que em 
sinal de seu amor, quer escolher o regime da comunhão total de bens. Levando em 
consideração o direito vigente, João: 
 
Fundamentação: CC/02. Art. 6º - A deficiência não afeta a plena capacidade civil 
da pessoa, inclusive para: I – casar-se e constituir união estável. 
 
Aula IV: Estatuto da Pessoa com Deficiência 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 04) 
Abelardo e Isadora querem se casar. Abelardo tem 57 anos e Isadora acabou de 
completar 18 anos e possui trissomia do 21. Ao apresentar requerimento de habilitação 
para o casamento, o oficial do Cartório de Registro Civil disse para o casal que por ser 
a nubente pessoa com deficiência, precisaria de autorização de curador. Você foi 
procurado por Isadora que pretende recorrer ao Poder Judiciário para se casar. Qual 
deve ser o procedimento adotado para defender os interesses de Isadora? 
RESPOSTA ESPERADA 
Deve-se ingressar com pedido perante o juiz corregedor do cartório de 
registro civil das pessoas naturais competente para, alegando que a 
exigência apontada pelo registrador é ilegal pois fere norma constitucional de 
direitos humanos, a saber, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com 
Deficiência, art. 23, bem como o Estatuto da Pessoa com Deficiência, art. 6º, 
determinar o deferimento de sua habilitação nos moldes do art. 1.525 e 
seguintes do CC. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 03 | Aula 04) 
A curatela de pessoa com deficiência é medida protetiva extraordinária 
Fundamentação: Lei 13.146. Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos 
relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. 
 
Tema 04 – Impedimentos – classificação e oposição. 
 
Aula I: Impedimentos – Classificação e Oposição I 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 01) 
A classificação dos impedimentos no CC/16 é correspondente à do CC/02? 
RESPOSTA ESPERADA 
Não, no CC/16 os impedimentos eram divididos em dirimentes e impedientes. 
Os impedimentos dirimentes eram divididos em impedimentos absolutamente 
dirimentes (também chamados impedimentos públicos) que geravam a 
nulidade do ato – podendo ser opostos por qualquer pessoa ou Ministério 
Público por abarcar interesse público – e os impedimentos relativamente 
dirimentes (também chamados impedimentos privados) que geravam a 
anulabilidade do ato – podendo ser opostos por determinadas pessoas que 
a lei permitia. No caso dos impedimentos impedientes, o casamento 
permanecia válido, mas havia determinação de sanções para quem os 
infringissem. Já o CC/02 existem apenas os impedimentos definidos em rol 
taxativo do art. 1.521. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 01) 
 
Quanto aos impedimentos para o casamento, tendo em vista as disposições do 
CÓDIGO CIVIL DE 1916, assinale a alternativa correta: 
 
Fundamentação: os impedimentos no Código Civil de 1916 eram divididos em 
impedimentos impedientes e dirimentes. Os dirimentes poderiam ser públicos 
(absolutamente dirimentes) ou privados (relativamente dirimentes). 
 
Aula II: Impedimentos - Classificação e Oposição II 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 02) 
Joana, jornalista de uma conceituada revista de Moda, em função do trabalho faz 
constantes viagens para fora do país para acompanhar as tendências fashionistas. Em 
uma das viagens, seu tio John, decide acompanhá-la. Durante a semana que estiveram 
juntos em Paris, os dois criaram laços de intimidade e perceberam que estavam 
apaixonados. Após retornarem ao Brasil, decidiram assumir o relacionamento e 
anunciaram aos familiares a intenção do casamento. Após tal anúncio, foram informados 
por Matheus, advogado da família, que estariam impedidos de realizar o casamento 
tendo em vista o grau de parentesco. A informação de Matheus está correta? Justifique. 
RESPOSTA ESPERADA 
Não, a informação de Matheus está equivocada. O Código Civil de 2002, 
artigo 1.521, dispôs sobre os impedimentos para o casamento. No entanto, 
atenua o impedimento de casamento entre os tios e sobrinhos consagrado 
no artigo 1.521, inciso IV. De acordo com o Decreto n. 3.200/41, apresentado 
o exame pré-nupcial que afirme não existir inconveniente para o casamento, 
sob o ponto de vista da saúde dos cônjuges e da prole, permite-se o 
casamento. Sendo assim, desde que apresentem exame pré-nupcial 
compatível, o casal não resta óbice para a realização do casamento. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 02) 
Quanto à disciplina jurídica do direito matrimonial, é correto afirmar que: 
Fundamentação: CC/02. Art. 1.521. Não podem casar: I - os ascendentes com os 
descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o 
adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o 
terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas 
casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa 
de homicídio contra o seu consorte. 
 
Aula III: Impedimentos - Classificação e Oposição III 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 03) 
Felipe, médico cardiologista, prestava serviços em dois hospitais. Em um de seus 
plantões conheceu Marianna, enfermeira, e após alguns encontros, iniciaram um 
relacionamento. Alguns meses depois decidiram oficializar a união e casaram-se no 
civil. Após 10 anos de convivência, devido as constantes discussões, evitando maiores 
transtornos psicológicos, resolveram separar. Contudo, não formalizaram o divórcio. 
Após 2 anos, Felipe conheceu Ana Luíza e iniciou um novo relacionamento. Depois de 
alguns meses, Felipe foi surpreendido com a notícia da gravidez de Ana Luíza. Felizes 
com a chegada do herdeiro pretendem oficializar a união com o casamento civil. Após 
comparecem ao Cartório de Registro Civil, foram informados que estariam impedidos 
de realizarem o casamento. Desesperados, o casal foi até o seu escritório e pediu uma 
orientação jurídica. Qual a orientação jurídica cabível ao presente caso? 
RESPOSTA ESPERADA 
Os impedimentos matrimoniais são situações específicas que atingem 
determinadas pessoas. Previstos no artigo 1.521 do Código Civil de 2002, 
que dispõe que não poderão casar: os ascendentes com os descendentes 
seja o parentesco natural ou civil; os afins em linha reta; o adotante com 
quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante; os 
irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau 
inclusive; o adotado com o filho do adotante; as pessoas casadas; e o 
cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de 
homicídio contra o seu consorte. No presente caso, observa-se que o Felipe 
encontra-se impedido de casar, pois civilmente está casado com Marianna. 
Sendo assim, caso o casamento seja realizado, será considerado nulo de 
pleno direito, na forma do artigo 1.548, II do Código Civil, sendo certo que se 
trata de hipóteses de questões de ordem pública. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 03) 
Não podem casar, exceto: 
Fundamentação: CC, Art. 1.521, VI. 
 
Aula IV: Impedimentos - Classificação e Oposição IV 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 04) 
Paulo manteve relação de união estável durante treze anos com Bárbara. Da união 
nasceu Beatriz. Tayla é a filha mais velha de Bárbara, proveniente de outro 
relacionamento. Após a separação, Paulo iniciou um relacionamento amoroso com 
Tayla, o qual já dura dois anos e pretende casar. Nesse contexto, há impedimento para 
realização do casamento? Justifique. 
RESPOSTA ESPERADA 
Os impedimentos matrimoniais, previstos no artigo1.521 do Código Civil de 
2002, que dispõe que não poderão casar: os ascendentes com os 
descendentes seja o parentesco natural ou civil; os afins em linha reta; o 
adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante; os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o 
terceiro grau inclusive; o adotado com o filho do adotante; as pessoas 
casadas; e o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou 
tentativa de homicídio contra o seu consorte. Sendo assim, por haver uma 
relação de afinidade em linha reta, Paulo e Tayla não podem contrair 
matrimônio. Caso o casal insista com o casamento, os impedimentos poderão 
ser opostos, até o momento da?celebração do casamento, por qualquer 
pessoa capaz (art. 1522). 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 04 | Aula 04) 
Considerando os impedimentos ao matrimônio elencados no Código Civil Brasileiro, 
NÃO pode(m) casar: 
Fundamentação: CC/02. Art. 1.521. Não podem casar: I - os ascendentes com os 
descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II - os afins em linha reta; III - o 
adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante; IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o 
terceiro grau inclusive; V - o adotado com o filho do adotante; VI - as pessoas 
casadas; VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa 
de homicídio contra o seu consorte. Art. 1.523. Não devem casar: I - o viúvo ou a 
viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens 
do casal e der partilha aos herdeiros; II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se 
desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da 
viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não 
houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou 
o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, 
com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e 
não estiverem saldadas as respectivas contas. Parágrafo único. É permitido aos 
nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas 
previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, 
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou 
curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou 
inexistência de gravidez, na fluência do prazo. 
 
Tema 05 – Causas suspensivas – classificação e oposição 
 
Aula I: Causas Suspensivas – Classificação e Oposição I 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 01) 
Luis, aos vinte e cinco anos de idade, casou-se com Alexandra sob o regime de 
comunhão parcial de bens. Na constância do casamento adquiriram dois imóveis no 
litoral brasileiro. Após vários anos, em detrimento da ausência da affectio maritalis, 
consensualmente optaram pelo divórcio. Alexandra, objetivando realizar o desejo de ser 
mãe, decidiu dar uma chance para o amor e aceitou o pedido de namoro de seu amigo 
de infância, Eduardo. Não demorou muitos meses e foram ao Cartório do Registro Civil 
marcar o casamento. Foram surpreendidos com a notícia de que o casamento estaria 
impedido de ser realizado tendo em vista que ainda não tinha ocorrido a partilha dos 
bens do casamento anterior de Alexandra. A informação fornecida está correta? 
Justifique com o devido fundamento legal. 
RESPOSTA ESPERADA 
Se apontadas a tempo por quem de direito, as causas suspensivas poderão 
sobrestar a celebração do casamento, desde que os nubentes não queiram 
se submeter ao regime de separação obrigatória. Em querendo, haverá o 
casamento normalmente com a submissão ao citado regime de bens. O caso 
proposto acima encontra seu fundamento legal no art. 1523, III, do CC. Ainda, 
de acordo com o Código Civil de 2002, art. 1.524 do CC: "As causas 
suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes 
em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos 
colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins". Caso 
ocorra o casamento, não há que se falar em nulidade ou anulabilidade. Sendo 
assim, a informação está equivocada, pois não há impedimento e sim causa 
de suspensão do casamento desde que oposta tempestivamente. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 01) 
Não incide causa suspensiva no casamento entre: 
O cônjuge sobrevivente e o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu 
consorte. 
Fundamentação: é impedimento e não causa suspensiva ao casamento. CC/02. 
Art. 1.521. Não podem casar: VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por 
homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte. 
 
Aula II: Causas Suspensivas – Classificação e Oposição II 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 02) 
Sueli casou-se com Edson sob o regime da comunhão parcial de bens. Na constância 
do casamento adquiriram diversos bens imóveis. Após 25 anos de casados, seu esposo 
Edson veio a falecer em um trágico acidente. Passado o período do luto, ela reencontrou 
Anderson, seu primeiro namorado, no Facebook e retomaram o contato. Alguns meses 
depois, Sueli contou sobre o novo romance à Melissa e Saulo, seus filhos, frutos de seu 
relacionamento com Edson. Com a finalidade de ajudar a mãe no novo relacionamento, 
os filhos marcaram diversos almoços entre os dois. Após dois meses, encorajaram Sueli 
a oficializar a união com o casamento civil. Embora estivesse feliz e apaixonada, ela 
tinha dúvidas em relações aos bens deixados por Edson e procurou um advogado para 
esclarecimento. Nessa situação, qual o esclarecimento que seria dado pelo advogado 
de Sueli? Justifique. 
RESPOSTA ESPERADA 
Inicialmente, cumpre verificar se os bens já foram partilhados aos herdeiros. 
Caso isto tenha ocorrido, não há óbice algum para a realização do 
casamento. Se a partilha dos bens não se verificou, trata-se de uma causa 
suspensiva do casamento. Em relação às causas suspensivas de casamento, 
o artigo 1.523, I, do Código Civil dispõe que não devem casar a viúva que 
tiver filho do cônjuge falecido enquanto não fizer inventário dos bens do casal 
e der a partilha ao herdeiro. Ainda que não tenha sido realizada a partilha, e 
não devam casar, caso ocorra o enlace, o regime de bens adotado deverá 
ser o regime obrigatório de separação de bens para que não venha ocorrer a 
confusão patrimonial. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 02) 
Em relação ao casamento com inobservância das causas suspensivas, não devem 
casar: 
Fundamentação: de acordo com o Código Civil, art. 1523, II, não devem casar a 
viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até 
dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal. 
 
Aula III: Causas Suspensivas – Classificação e Oposição III 
 
Casuística (Módulo 02| Tema 05 | Aula 03) 
Antonella, comissária de bordo, casou-se com Paolo, piloto civil, sob regime da 
comunhão parcial de bens. Na constância do casamento não adquiriram bens imóveis. 
Após 5 anos de casamento, Paolo faleceu em um trágico acidente de avião. Após 2 
meses, Antonella encantou-se por Pablo, um jornalista que conheceu em uma de suas 
viagens, e resolveu deixar a aviação. Decidiu, então, aceitar o convite de lecionar em 
curso preparatório para comissários, pois estava convicta de que Pablo era o amor de 
sua vida. Estava planejando o casamento para quando completassem 6 meses de 
namoro. Mary, irmã de Antonella, ao saber da pretensão de sua irmã, aconselhou-a a 
procurar um advogado, pois ainda não completara um ano da morte de Paolo. Nessa 
situação, qual o esclarecimento que seria dado pelo advogado de Antonella? Justifique. 
 
RESPOSTA ESPERADA 
Em relação às causas suspensivas de casamento, o artigo 1.523, III, do 
Código Civil dispõe que não devem casar a viúva,ou a mulher cujo 
casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois 
do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal. Entretanto, 
há uma atenuante apresentada no parágrafo único. O casal poderá solicitar 
que não sejam aplicadas as causas suspensivas comprovando, com exames 
médicos, a inexistência de gravidez. Sendo assim, caso queiram realizar o 
matrimônio, deverão apresentar prova de que não está grávida perante o 
Cartório de Registro Civil das pessoas naturais. Se esta prova não for feita, 
os nubentes deverão suportar o regime de separação obrigatória de bens 
(art. 1.641,I, CC). 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 03) 
 
As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas APENAS 
pelos parentes 
Fundamentação: as causas suspensivas da celebração do casamento?podem ser 
arguidas pelos parentes em linha reta de um dos?nubentes, sejam consanguíneos 
ou afins, e pelos colaterais em?segundo grau, sejam também consanguíneos ou 
afins. Código Civil, 2002, artigo 1.524. 
 
Aula IV: Causas Suspensivas – Classificação e Oposição IV 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 04) 
Viviane, médica, casou-se com Anderson, engenheiro, sob regime de comunhão parcial 
de bens. Na constância do casamento não adquiriram bens imóveis. Após 9 anos de 
casamento, ausente a affectio maritalis, optaram pelo divórcio. Após 1 ano, Viviane 
apaixonou-se por seu primo Juan e, após 2 anos de relacionamento, decidiram 
oficializar a união com o casamento civil. Contudo, ao se dirigirem ao Cartório de 
Registro Civil, foram informados de que o casamento não poderia ocorrer pois ainda 
não havia transcorrido o lapso temporal de 5 anos desde divórcio de Viviane. 
Inconformados, resolveram procurar um advogado para maiores esclarecimentos. 
Nessa situação, quais as informações dadas pelo advogado do casal? Justifique. 
RESPOSTA ESPERADA 
Em relação às causas suspensivas de casamento, o artigo 1.523, do Código 
Civil dispõe. Não devem casar “I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge 
falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos 
herdeiros;II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou 
ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da 
dissolução da sociedade conjugal; III - o divorciado, enquanto não houver 
sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal; IV - o tutor ou o 
curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou 
sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a 
tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.” Na 
presente situação, não se verifica nenhuma causa suspensiva. Sendo assim, 
o esclarecimento dado ao casal pelo Registro Civil, encontra-se equivocado. 
Só ocorreria causa suspensiva em relação ao divórcio de Viviane caso não 
tivesse sido homologado ou decidido sobre a partilha de bens. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 05 | Aula 04) 
Em relação aos imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer 
o inventário do casal anterior, a lei conferirá aos filhos: 
Fundamentação: em relação aos imóveis do pai ou da mãe que passar?a outras 
núpcias, antes de fazer o inventário do casal?anterior, o Código Civil no artigo 
1.489, assegura ao filho a hipoteca. Ademais, qualquer distinção entre os filhos 
reportaria uma inconstitucionalidade tendo que o tratamento igualitário entre os 
filhos é considerado direito fundamental. 
 
TEMA 06 – HABILITAÇÃO E CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO 
 
Aula I: Da Habilitação I 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 01) 
João e Maria desejam se casar. João reside no estado da Bahia e Maria reside em São 
Paulo. Ocorre que, surgiu uma oportunidade muito importante de emprego para João 
justamente no dia do casamento. Você, como advogado das partes pode sugerir que 
estas façam uma procuração? Explique 
RESPOSTA ESPERADA 
O casamento poderá ser celebrado por procuração, desde que haja 
instrumento público com poderes especiais para tanto, e a eficácia do 
mandato não ultrapassará 90 dias da sua celebração (art. 1.542, § 3.º do 
Código Civil de 2002). Eventualmente, se o mandante quiser revogar o 
mandato, a revogação não necessita chegar ao conhecimento do mandatário 
(art. 1.542, § 1.º, do CC). Ressalte-se que somente é possível revogar o 
mandato para o casamento por meio de instrumento público (art. 1.542, § 
4.º). 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 01) 
Sobre o Processo de Habilitação para o casamento, de acordo com o Código Civil 
Brasileiro: Parte superior do formulário 
R: O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, 
indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu. 
Fundamentação: é o que está disposto no artigo 1.530 do CC 
 
Aula II: Da Habilitação II 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 02) 
Renata e Bruno vão se casar. Bruno é parte em um processo criminal sob pena de 
prisão em regime fechado. Ambos possuem urgência na realização do casamento tendo 
em vista a situação de Bruno. É possível a dispensa da publicação dos editais neste 
caso? 
RESPOSTA ESPERADA 
Sim, a dispensa de proclamas pode ser requerida em petição dirigida ao juiz 
quando houver urgência, já indicadas as devidas provas. Também é 
necessária a ciência do Ministério Público que poderá se manifestar em até 
24 horas. É o que dispõe o Art. 69 da Lei 6.015/73. Neste caso em questão, 
o jurista Caio Mário é favorável quanto a dispensa de publicação por 
considerar uma situação de extrema urgência. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 02) 
No que se refere ao casamento religioso com efeitos civis, assinale a 
alternativa incorreta: 
R: O casamento religioso que atender às exigências legais para a validade do casamento 
civil produz efeitos a partir da data de sua inscrição no livro de Registro Civil das Pessoas 
Naturais. 
Fundamentação: Os efeitos do casamento religioso com efeitos civis somente são 
alcançados após o processo de habilitação, que pode ocorrer antes ou depois da 
celebração. 
 
Aula III: Da Celebração I 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 03) 
Joana e Carlos estão com o casamento marcado para daqui um mês. Joana não deseja 
se casar no cartório, pois prefere o salão de festas de seu condomínio. A futura mulher 
de Carlos afirma que deixará as portas abertas, respeitando, assim, a lei. Sua conduta 
é correta? O casamento poderá ocorrer desta maneira? 
RESPOSTA ESPERADA 
A conduta de Joana é correta. De acordo com o art. 1.534, § 1º, do CC, é 
possível o casamento em local privado desde que as portas fiquem abertas. 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 03) 
 
Acerca do casamento, assinale a opção correta: 
 
R: Com a prova da posse do estado de casados tem-se o reconhecimento do casamento, 
por sentença proferida em processo judicial para suprir a falta do registro do ato, valendo 
como tal desde a data de sua celebração. 
 
Fundamentação: conforme artigo 1.543 do CC 
 
 
Aula IV: Da Celebração II 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 04) 
Tania e Vitor estão com o casamento marcado. Este é o segundo casamento de Tania, 
que possui filhos de seu primeiro enlace. Ela possui grande patrimônio. Ocorre que, 
enquanto estavam realizando uma viagem de carro, ambos sofrem um acidente. Tania 
está em iminente risco de vida e por isso, resolvem se casar naquele momento. As 
partes se casam e logo em seguida Tania vem a falecer. Os filhos da de cujus te 
procuram em seu escritório afirmando que o viúvo de Tania possuía apenas interesse 
no patrimônio da falecida. As alegações dos filhos da autora da herança possuem algum 
sentido? Há críticos ao casamento nuncupativo? 
RESPOSTA ESPERADA 
Se presentes as seis testemunhas não parentes das partes, estando Tania 
consciente, o casamento é válido e as alegações dos filhos não encontram 
guarida. As críticas quepodem ser feitas são: a maioria da doutrina acredita 
que deve ser respeitada toda a solenidade da celebração do casamento 
presente nos artigos do Código Civil. Ainda, a presente exceção pode ser 
forjada por interessados na herança do enfermo e assim despojar os 
sucessores do enfermo de seus legítimos direitos hereditários, conforme 
explicita Washington de Barros Monteiro. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 06 | Aula 04) 
No que tange ao casamento nuncupativo, assinale a alternativa correta. Parte superior 
do formulário 
R: O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar. 
Fundamentação: conforme disposto no artigo 1.542, parágrafo 2º do CC 
 
TEMA 07 – EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA – UM OLHAR PONTEANO. A 
EXISTÊNCIA. 
 
Aula I: Perfeição do Negócio Jurídico – Três Planos: Existência, Validade e 
Eficácia I 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 01) 
Acerca dos defeitos do negócio jurídico, quais seus conceitos, naturezas, afinidades, 
diferenças, modos (vícios do consentimento e vícios sociais) e consequências jurídicas? 
RESPOSTA ESPERADA 
Em consonância com a doutrina brasileira, o negócio jurídico consiste em ato 
jurídico por meio do qual as partes manifestam a sua vontade na busca de 
um efeito jurídico, respeitados os pressupostos de existência, validade e 
eficácia (Escada Ponteana), como forma de exercício da autonomia privada. 
Destarte, os vícios do negócio jurídico podem atingir a manifestação de 
vontade ou acarretar repercussão social. Com base nas referidas espécies 
de vícios ou defeitos, a doutrina subdivide em: vícios da vontade ou do 
consentimento (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão) e vícios sociais 
(fraude contra credores e simulação). O primeiro vício de consentimento ou 
vontade consiste no erro. Este vício pode ser conceituado como engano 
fático ou uma falsa percepção da realidade em relação a uma pessoa, a um 
objeto do negócio ou a um direito, que afeta a vontade de uma das partes do 
negócio jurídico (art. 139 do Código Civil). O artigo 138 do Código Civil (CC) 
estabelece que os negócios jurídicos celebrados com erro são anuláveis, 
desde que o referido erro seja substancial, perceptível por pessoa de 
diligência normal, nas circunstâncias da celebração do negócio. A análise do 
dispositivo em comento revela que não constitui mais requisito do erro a 
escusabilidade (erro escusável ou justificável), pois inexiste previsão 
expressa nesse sentido. Corrobora este entendimento o Enunciado 12 da 1 
Jornada de Direito Civil ("na sistemática do art. 138, é irrelevante ser ou não 
escusável o erro, porque o dispositivo adota o princípio da confiança"). Para 
esta corrente doutrinária (Gustavo Tepedino, Sílvio de Salvo Venosa, Flávio 
Tartuce, Marcia Celina Bodin de Moraes), o erro não precisa ser escusável, 
bastando a cognoscibilidade (conhecimento do vício do erro pelo destinatário 
da declaração de vontade), em prestígio ao princípio da boa-fé objetiva. 
Dessa forma,o instituto do erro se aproximaria do dolo. No entanto, é 
importante esclarecer que existe corrente doutrinária sustentando a 
necessidade do erro ser escusável ou justificável para se admitir a anulação 
do negócio jurídico (Maria Helena Diniz, Sílvio Rodrigues, Carlos Roberto 
Gonçalves, Álvaro Viliaça Azevedo, Francisco Amaral). Outrossim, a doutrina 
subdivide o erro em: erro substancial e erro acidental. No caso de erro 
substancial, corno foi explanado anteriormente, implica anulação do negócio 
jurídico, enquanto no erro acidental, consoante o artigo 142 do CC, não 
atinge o plano da validade do negócio jurídico. O segundo vício de 
consentimento consiste no dolo. De acordo com a doutrina, o dolo pode ser 
conceituado como artifício ardiloso utilizado para enganar alguém, em 
benefício próprio. Em caso de dolo, a consequência jurídica é a anulação do 
negócio jurídico. Ressalte-se que somente nas hipóteses de dolo essencial, 
substancial ou principal haverá anulação (art. 145 do CC), sendo certo que, 
nos casos de dolo acidental, importará em perdas e danos a favor do 
prejudicado (art. 146 do CC). Não se pode olvidar que o dolo pode ser 
praticado por um terceiro, como prescreve o artigo 148 do CC, acarretando 
a anulação ou perdas e danos a depender da ciência da parte do negócio 
jurídico. Além disso, o direito positivo diferencia as consequências jurídicas 
se o dolo for do representante legal ou convencional (art. 149 do CC). O 
terceiro vício de consentimento consiste na coação. A doutrina conceitua 
como pressão física ou moral exercida em face de uma das partes do negócio 
jurídico, com o objetivo de obrigar a assumir uma obrigação que não quer. O 
artigo 151 do CC dispõe que a anulação do negócio jurídico só ocorrerá se a 
coação moral ou psicológica (vis compulsiva) for relevante, causando 
fundado temor de dano iminente e considerável à parte do negócio, à sua 
família ou aos seus bens. Por outro lado, em caso de coação física (vis 
absoluta), existe divergência na doutrina, tendo em vista que a primeira 
corrente sustenta a nulidade absoluta do negócio jurídico (Maria Helena 
Diniz), enquanto a segunda corrente aduz a inexistência do negócio jurídico 
(Renan Lotufo). Importante mencionar que a coação moral deve ser 
analisada à luz do caso concreto, levando em consideração o sexo, a idade, 
a condição, a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais 
circunstâncias, como se depreende do parágrafo único do artigo 152 do CC. 
Ademais, a coação pode ser exercida por um terceiro, implicando anulação 
do negócio jurídico se o negociante beneficiado dela tiver ou devesse ter 
conhecimento. Diversamente, se o negociante beneficiado pela coação dela 
não tiver ou não devesse ter conhecimento, haverá manutenção do negócio 
jurídico e o coator responderá por perdas e danos. O quarto vício de 
consentimento consiste no estado de perigo. Consoante o artigo 156 do CC, 
o estado de perigo se constata quando alguém, premido da necessidade de 
salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra 
parte, assume obrigação excessivamente onerosa. Para a configuração do 
estado de perigo, o dispositivo em questão exige a presença de elemento 
objetivo (onerosidade excessiva da parte que manifesta a vontade) e 
elemento subjetivo (uma parte do negócio tem conhecimento da situação de 
risco da outra parte). É justamente este elemento subjetivo que diferencia do 
instituto da lesão. A consequência jurídica do estado de perigo consiste na 
anulação do negócio jurídico (art. 171, inciso li, do CC). Todavia, esta 
consequência poderá ser evitada mediante a aplicação analógica do artigo 
157, parágrafo 2º, do CC. Nesse sentido é o Enunciado 148 da Jornada de 
Direito Civil ("Ao 'estado de perigo' aplica-se, por analogia, o disposto no 2° 
do art. 157"), em virtude do princípio da conservação contratual e do princípio 
da função social do contrato. Por fim, o quinto vício de consentimento 
consiste na lesão. De acordo com o artigo 157 do CC,"ocorre a lesão quando 
uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a 
prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta". O 
instituto da lesão acarreta a anulação do negócio jurídico (art. 178, inciso 11, 
do CC), pois configura um vício de formação,o que distingue do desequilíbrio 
negocial por fato posterior. Entretanto, a anulação poderá ser afastada se 
ocorrer o reequilíbrio das prestações, nos termos do artigo 157, parágrafo 2°, 
do CC. Em relação ao assunto, existe o Enunciado 149 das Jornadas de 
Direito Civil ("Em atenção ao princípio da conservação dos contratos, a 
verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial 
do negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar 
os contratantes a seguir as regras do art. 157 § 2°, do Código Civil. de 2002"). 
Frise-se, ainda, que a lesão não se confunde com o dolo, pois a 
caracterização da lesão exige apenas a premente necessidadeou 
inexperiência e a onerosidade excessiva. No dolo há o emprego de artifício 
ardiloso. O Enunciado 150 da Jornada de Direito Civil confirma este 
entendimento ("a lesão que trata o art. 157 do Código Civil não exige dolo de 
aproveitamento"). Nos vícios sociais, o primeiro vício consiste na simulação. 
O novo Código Civil conferiu um novo tratamento a este instituto, haja vista 
que tem como consequência jurídica a nulidade (art. 167 do CC). Para parte 
da doutrina (Francisco Amaral, Paulo Lôbo), a simulação não constitui mais 
um vício social do negócio jurídico, pois atinge a causa negocial. A simulação 
pode ser definida como incompatibilidade entre a vontade e a declaração em 
razão das partes do negócio jurídico objetivarem iludir terceiros. Com a nova 
sistemática introduzida pelo CC, a doutrina sustenta que a simulação 
inocente também importa em nulidade absoluta, como se percebe do 
Enunciado 152 da Jornada de Direito Civil ("toda simulação, inclusive a 
inocente,é invalidante"), uma vez que se trata de matéria de ordem pública. 
Apesar de a simulação gerar a nulidade absoluta, o artigo 167 do CC autoriza 
a subsistência do negócio jurídico dissimulado, se for válido na substância e 
na forma. No mesmo sentido é o Enunciado 153 da Jornada de Direito Civil 
(na simulação relativa, o negócio simulado - aparente - é nulo, mas o 
dissimulado será válido se não ofender a lei nem causar prejuízos a 
terceiros"). Com efeito, a simulação pode ser classificada em: simulação 
absoluta e simulação relativa (subjetiva e objetiva). Para parte da doutrina, a 
simulação se assemelha com a reserva mental, pois a reserva mental 
conhecida pelo destinatário configura simulação (Álvaro Vitiaça Azevedo). O 
último vício social consiste na fraude contra credores. A doutrina define como 
atuação maliciosa do devedor,em estado de insolvência ou na sua iminência, 
mediante disposição gratuita ou onerosa do seu patrimônio, para inviabilizar 
a responsabilização de seus bens por obrigações assumidas em momento 
anterior à transmissão. Assim, para a caracterização da fraude contra 
credores, em regra, exige-se elemento objetivo (eventos damni/evento 
danoso) e elemento subjetivo (consilium fraudis/intenção de prejudicar os 
credores). No tocante à consequência jurídica, vigora divergência na doutrina 
e na jurisprudência. A primeira corrente aduz a anulabilidade do ato praticado 
em fraude contra credores, com fulcro nos artigos 158 e 159 do CC. 
Diversamente, a segunda corrente defende que a consequência da fraude 
contra credores consiste na ineficácia do negócio jurídico. Com o advento do 
novo Código de Processo Civil (art. 790, inciso VI), no âmbito do direito 
positivo, pode-se afirmar que foi adotada a primeira posição (anulação do 
negócio), exercida por meio de ação pauliana ou revocatória. Por fim, é mister 
esclarecer que a fraude contra credores não se confunde com a fraude à 
execução, pois a primeira consiste em instituto de direito material, enquanto 
a segunda, instituto de direito processual. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 01) 
Casamento na festa junina, em que o casal não tem nenhum vínculo, é casamento: 
R: inexistente. 
Fundamentação: o casamento é negócio jurídico complexo, solene, com forma 
definida em lei. Assim, o desrespeito à forma do negócio jurídico prejudica sua 
existência. 
 
Aula II: Perfeição do Negócio Jurídico – Três Planos: Existência, Validade e 
Eficácia II 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 02) 
Sintetise a escada ponteana explicando-a. No plano das nulidades, como resolver as 
obrigações contraídas por menores absolutamente incapazes e relativamente 
incapazes? 
RESPOSTA ESPERADA 
O jurista Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda criou a teoria da Escada 
Ponteana, analisando o negócio jurídico em três planos: plano da existência, 
plano da validade e plano da eficácia. Com base nessa construção, de acordo 
com a doutrina civilista, no que tange ao tema da nulidade dos atos jurídicos, 
a validade dos atos exige como requisitos: agente capaz; vontade livre, sem 
vícios; objeto lícito, possível, determinado ou determinável; forma prescrita 
ou não defesa em lei. Na esfera do direito positivo, corrobora este 
entendimento a interpretação do disposto no artigo 104 do Código Civil (CC), 
pois a vontade livre encontra-se inserida na capacidade do agente ou na 
licitude do objeto do negócio. Por outro lado, no tocante ao plano da 
existência, em razão da ausência de previsão legal para regulamentar o 
assunto, existe divergência na doutrina acerca do tema. A primeira corrente 
sustenta que o negócio jurídico inexistente, por não gerar nenhum efeito 
jurídico, em decorrência da ausência de pressupostos jurídicos (partes, 
vontade, objeto e forma), prescinde de declaração de invalidade por via 
judicial (não se invalida o que não existe). Diversamente, a segunda corrente 
aduz que o Código Civil não tratou do plano da existência, motivo pelo qual 
essas hipóteses devem ser regidas pelas regras de nulidade, o que leva a 
concluir que o plano da existência estaria embutido no plano da validade. 
Nesse contexto, com base no direito positivo (artigos 166 a 184 do CC), a 
expressão invalidade constitui o gênero das espécies nulidade e 
anulabilidade. Destarte, o instituto da nulidade pode ser conceituado como a 
sanção imposta pelo ordenamento jurídico aos atos e negócios jurídicos 
realizados com inobservância dos requisitos legais, qualificados como 
essenciais, que impede a produção dos efeitos jurídicos. Para facilitar a 
compreensão da nulidade, a doutrina propõe classificação para o estudo das 
diversas facetas do instituto em questão. Com efeito, classifica em: nulidade 
absoluta e relativa; nulidade total e parcial; nulidade textual e virtual. A 
nulidade absoluta, além do interesse individual, tem por finalidade proteger 
um interesse social, uma vez que há ofensa a preceito de ordem pública. 
Dessa forma, o artigo 168 e o parágrafo único do CC prescrevem que a 
questão sobre nulidade absoluta pode ser alegada por qualquer interessado, 
devendo ser pronunciada de ofício pelo juiz. Diferentemente, a nulidade 
relativa, denominada de anulabilidade, viola interesse individual das partes 
interessadas, motivo pelo qual se admite o afastamento ou saneamento do 
vício de invalidade. A segunda classificação subdivide em nulidade total e 
parcial. A nulidade total consiste no vício que atinge todo o negócio jurídico. 
De outro lado, a nulidade parcial consiste no vício que afeta somente parte 
do negócio jurídico. Nesta hipótese, consoante o disposto no artigo 184 do 
CC (princípio utile per inutile non vitiatur), a nulidade parcial do negócio não 
prejudicará a parte válida, desde que seja possível cindir a parte válida da 
inválida, em prestígio ao princípio da conservação do ato ou negócio jurídico. 
Por fim, a última classificação prevista na doutrina subdivide em nulidade 
textual e virtual (ou implícita). A anulabilidade textual consiste naquelas 
hipóteses que têm previsão expressa na lei. Diversamente, a anulabilidade 
virtual (ou implícita) consiste naqueles casos que não possuem previsão 
expressa, mas a nulidade pode ser deduzida com base nas expressões 
utilizadas pelo legislador (exemplo: artigo 1.521 do CC). Quanto às 
diferenças entre nulidade absoluta e nulidade relativa (anulabilidade), 
conforme a doutrina, podem ser apontadas: a) A nulidade relativa é decretada 
no interesse privado da pessoa prejudicada, pois não se constata a presença 
do interesse público, somente a conveniência das partes. Na nulidade 
absoluta, há matéria de ordem pública, motive pelo qual é decretada no 
interesse da própria coletividade; b) A anulabilidade pode ser suprida pelo 
juiz se as partes requererem (art. 168, parágrafo único, do CC, a contrario 
sensu), ou sanada, expressa ou tacitamente, pela confirmação (art. 172 do 
CC). No caso da anulabilidade por ausência de autorização de terceiro, o ato 
poderá ser validado com a autorizaçãoposterior (art. 176 do CC). Por outro 
lado, a nulidade não pode ser sanada pela confirmação, nem suprida pelo 
juiz; c) A anulabilidade não pode ser pronunciada de ofício, dependendo de 
provocação dos interessados (art. 177 do CC), e somente produz efeitos após 
a sentença judicial (sentença desconstitutiva/efeito ex nunc). Ao contrário, a 
nulidade deve ser pronunciada de ofício pelo juiz (art. 168, parágrafo único, 
do CC), produzindo efeito ex tunc (sentença declaratória); d) A anulabilidade 
só pode ser alegada pelos interessados (o relativamente incapaz ou a pessoa 
que manifestou a vontade viciada) e os seus efeitos aproveitam 
exclusivamente aos que alegaram, salvo o caso de solidariedade ou 
indivisibilidade (art. 177 do CC). Diferentemente, a nulidade pode ser alegada 
por qualquer interessado ou pelo Ministério Público, quando lhe couber 
intervir (art. 168, caput, do CC). Não se pode olvidar que o menor, entre 16 
e 18 anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade 
se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de 
obrigar-se, espontaneamente declarou-se maior (art. 180 do CC/ninguém 
pode se beneficiar da própria torpeza); e) A anulabilidade é regida por prazo 
decadencial, por se tratar de um direito potestativo (lições do professor 
Agnelo Amorim Filho). Ao contrário, o ato nulo não se valida com o decurso 
do tempo, nem é suscetível de confirmação (art. 169 do CC); f) Nos casos de 
anulabilidade, o ato anulável produz efeitos até a decretação de sua 
invalidade (ex nunc/natureza desconstitutiva/direito postestativo/prazo 
decadencial). Nos casos de ato nulo, não há produção de nenhum efeito 
(quod nulium est nulium producit effectum/efeito ex tunc/natureza 
declaratória/sem prazo). Por todo o exposto, percebe-se nitidamente que 
quando a ofensa atinge o interesse particular das pessoas, sem envolver 
interesses sociais, os interessados podem promover a anulação do ato (o 
negócio jurídico permanence válido e produz efeitos enquanto não ocorrer a 
anulação por meio judicial). Nesse contexto, revela-se imprescindível 
esclarecer que o legislador protegeu o relativamente incapaz por intermédio 
do instituto da anulabilidade ou nulidade relativa, como se depreende do 
disposto no artigo 171, inciso 1, do CC. Todavia, nos casos de absolutamente 
incapaz, como envolve interesse coletivo, o legislador optou pelo instituto da 
nulidade absoluta, nos termos do disposto no artigo 166, inciso 1, do CC. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 02) 
O casamento realizado por pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbil 
mas expressando sua vontade diretamente e o casamento do incapaz de consentir ou 
manifestar de modo inequívoco o consentimento é, respectivamente, 
R: válido e anulável. 
Fundamentação: CC/02. Art. 1.550. É anulável o casamento: [...] IV - do incapaz de 
consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento; Art. 1.556. O 
casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos 
nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro. Art. 1.557. 
Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: [...] III - a 
ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não 
caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por 
herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência; 
(Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
 
Aula III: Perfeição do Negócio Jurídico – Três Planos: Existência, Validade e 
Eficácia III 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 03) 
Toncilana descobriu que seu marido havia cometido um assassinato dois anos antes do 
casamento. A ciência desse fato tornou a convivência com o marido insuportável. Ela 
deseja romper todos os vínculos com o marido. Como você a orientaria? 
RESPOSTA ESPERADA 
O cometimento de crime anterior ao casamento configura erro essencial 
quanto a pessoa (art. 1557, II, CC), e tal é fundamento para anulação do 
casamento (art. 1550, III, CC). A condição é anterior ao casamento (crime 
cometido dois anos antes do casamento), o outro cônjuge desconhecia tal 
situação e a sua descoberta tornou a vida em comum insuportável. Assim, 
você enquanto advogado, pode orientar Toncilana a ajuizar a ação de 
anulação de casamento por erro essencial, desde que dentro do prazo de 
três anos (art. 1.560, III, CC) a contar da celebração. Como os efeitos da 
sentença são retroativos, todo e qualquer vínculo com o ex-marido criminoso 
será apagado, voltando inclusive, à condição de solteira. A referida ação de 
anulação de casamento deverá ser proposta no foro do ultimo domicílio do 
casal (art. 53, I, ”b” do CPC), contendo pedido de provimento da ação, a 
saber: a anulação do casamento, bem como o regresso do nome de solteira 
se for o caso, a partilha dos bens, a expedição de ofício para o Cartório de 
Registro de Pessoas Naturais e por fim, a condenação do réu no pagamento 
das custas e honorários advocatícios. O Ministério Público deverá participar 
do processo como fiscal da lei (art. 129 da CF e art. 178, I, CPC), apesar de 
haver grande parte da doutrina inclusive do MP que defende a sua não 
participação em virtude de não haver interesse de incapaz. O valor da causa 
(art. 391 do CPC), por não haver benefício monetário, deverá ser o mínimo. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 03) 
A respeito do casamento, assinale a alternativa correta: 
R: há impedimento para o casamento entre os afins em linha reta, permanecendo-se a 
afinidade ainda que ocorra a dissolução do casamento ou da união estável. 
Fundamentação: CC/02. Art. 1.521. Não podem casar: [...] II - os afins em linha 
reta; 
 
Aula IV: Perfeição do Negócio Jurídico – Três Planos: Existência, Validade e 
Eficácia IV 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 04) 
Suzana tem uma filha, chamada Lea, de seu primeiro casamento. Eduardo tem dois 
filhos, Paulo e Sávio, também de um casamento anterior. Suzana e Eduardo se casaram 
e, durante a convivência, que já conta com muitos anos, Lea se apaixona por Sávio e 
decidem se casar, sendo ambos maiores e capazes. Pergunta-se: tal casamento é 
válido, nulo, anulável ou inexistente? Por quê? 
RESPOSTA ESPERADA 
Ao casar com Eduardo, Suzana passa a ter parentesco por afinidade com 
Paulo e Sávio. Por sua vez, Eduardo passa a ter parentesco por afinidade 
com Lea. Entre os respectivos filhos, entretanto, não é configurado 
parentesco algum, não havendo impedimentos a que eles se casem, pois 
eles não são irmãos por afinidade. Assim o casamento entre Lea e Sávio é 
válido. A despeito do acima exposto, entendemos que é hora de se travar a 
discussão a respeito do alcance do parentesco em virtude do recente 
posicionamento doutrinário e jurisprudencial sobre a socioafetividade porque 
nas famílias mosaico ou recompostas os filhos de cada um dos cônjuges 
convivem estreitamente como irmãos durante muitos anos, razão pela qual é 
importante que se traga esta realidade à baila. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 07 | Aula 04) 
 
Assinale a alternativa correta com base nos fundamentos normativos do Código Civil 
brasileiro sobre o Direito de Família. 
 
Fundamentação: CC/02. Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o 
casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 
deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811, de 2019). 
TEMA 08 – EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA – UM OLHAR 
PONTEANO. A VALIDADE. 
 
Aula I: Nulidade do Casamento I 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 01) 
Antonio, casou-se com Maria em 24 dezembro de 1974. Após anos de casamento, em 
uma de suas viagens, encantou-se por Viviane e resolveu viver com sua nova paixão. 
Após várias conversas com sua esposa, alegando a ausência da affectio maritalis entre 
eles, optaram pelo divórcio. Contudo, ao se dirigirem ao Cartório de Registro Civil, foram 
informados que nãoseria possível a realização do divórcio pois o casamento teria sido 
realizado antes da promulgação da Lei 6.515/77 e que apenas poderiam realizar o 
divórcio os casados após o ano de 1977. Inconformados, resolveram procurar um 
advogado para maiores esclarecimentos. Nessa situação, qual o esclarecimento que 
seria dado pelo advogado do casal? Justifique. 
 
RESPOSTA ESPERADA 
Até o ano de 1977, quem casava, permanecia com um vínculo jurídico para 
o resto da vida. Caso a convivência fosse insuportável, poderia ser pedido o 
'desquite', que interrompia com os deveres conjugais e terminava com a 
sociedade conjugal.? Contudo, após a EC n.º 9/77 e a promulgação da Lei 
6.515/77, a Lei do Divórcio, concedeu a possibilidade de um novo casamento, 
mas somente por uma vez. O 'desquite' passou a ser chamado de 'separação' 
e permanecia, como um estágio intermediário até a obtenção do divórcio. 
Após a Constituição?de 1988 passou-se a permitir o divórcio ilimitadamente. 
No caso proposto, ainda que o casamento tenha sido realizado anteriormente 
ao ano 1977, é garantia constitucional o divórcio não podendo o Registro Civil 
deixar de realizar tal ato (art. 226, §6º da CF). 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 01) 
Pelo casamento, homem e mulher assumem mutuamente a condição de consortes, 
companheiros e responsáveis pelos encargos da família. Em relação à eficácia do 
casamento, é correto afirmar: 
R: Os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos rendimentos 
do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, qualquer que seja o regime 
patrimonial. 
Fundamentação: de acordo com o Código Civil, conforme disposto no artigo 
1.568, os cônjuges são obrigados a concorrer, na proporção de seus bens e dos 
rendimentos do trabalho, para o sustento da família e a educação dos filhos, 
qualquer que seja o regime patrimonial. 
 
Aula II: Nulidade do Casamento II 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 02) 
Joana casou-se com Pedro na Bahia. Tiveram uma filha que nasceu após a separação 
de fato do casal, não tendo sido registrada pelo pai. Em São Paulo, Joana apaixonou-
se por Paulo e com ele se casou apesar de não ter se divorciado de Pedro. Joana 
separou-se de fato de Paulo e, agora, encontra-se apaixonada por Antonio e com ele 
quer se casar. É possível Joana convolar núpcias com Antonio diante das situações 
jurídicas em aberto com Pedro e Paulo? Responda fundamentadamente. 
RESPOSTA ESPERADA 
Joana cometeu bigamia ao se casar com Paulo. De acordo com o art. 1.521, 
VI, do CC, ela não poderia ter se casado. Responderá criminalmente pelo ato 
praticado. Sob o ponto de vista cível, se ela não desejava ou podia se 
divorciar de Pedro, deveria ter estabelecido com Paulo união estável, que 
seria válida em virtude do art. 1.723, §1º, parte final, do CC. O primeiro 
casamento é válido e deverá ser dissolvido pelo divórcio e o segundo deverá 
ser objeto de ação de nulidade absoluta. Neste caso, se a ação for proposta 
por Paulo, este poderá requerer o reconhecimento de sua putatividade. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 02) 
O casamento será nulo: 
Fundamentação: CC/02. Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: I - (revogado); 
II - por infringência de impedimento. Sendo assim, é possível que o casamento 
seja celebrado quando um dos nubentes estiver com moléstia grave, sendo umas 
das exceções quanto à formalidade para a validade do casamento (art. 1.539 do 
CC). 
 
Aula III: Aspectos Materiais e Processuais I 
 
Estação 03: Casuística (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 03) 
Antônio, com 25 anos de idade, casou-se com Carla, que possuía 17 anos e estava 
grávida. Carla obteve o consentimento de seus pais para o casamento. Após alguns 
meses, Antônio, cansado da vida de casado, decide pleitear anulação do casamento 
alegando que casou com Carla tão somente em razão da gravidez. Nessa situação, é 
possível a anulação do casamento de Antônio e Carla em razão de gravidez? Justifique. 
 
RESPOSTA ESPERADA 
O casamento de Antônio e Carla é considerado válido e Antônio deverá 
requerer o divórcio e não a anulação do casamento, porque as hipóteses são 
taxativas para os casos de invalidade, elencados no art.1.548 e no art. 1.550 
do CC. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 03) 
 
Assinale a alternativa correta. 
R: os efeitos da sentença proferida na ação de nulidade retroagem a data do casamento. 
Fundamentação: em relação aos efeitos da sentença proferida na ação de 
nulidade retroagem à data do casamento, ou seja, imprescritível e com 
efeito?ex?tunc. 
 
Aula IV: Aspectos Materiais e Processuais II 
 
Estação 04: Casuística (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 04) 
João, médico oftalmologista, em um de seus atendimentos conheceu Maria Alice. Dias 
após o atendimento, em uma cafeteria no bairro do hospital, reencontrou Maria Alice e 
iniciaram uma amizade. Após dois anos, assumiram um relacionamento amoroso. Em 
uma festa junina realizada na residência do amigo do casal, João foi convidado para ser 
o noivo com Ellen, uma senhora amiga do dono da festa. Nessa situação, o casamento 
de João e Ellen poderá ser considerado putativo? Justifique. 
 
Teste de aprendizagem (Módulo 02 | Tema 08 | Aula 04) 
RESPOSTA ESPERADA 
Não, no caso trata-se de casamento inexistente. Previsto no art. 1.561 do 
Código Civil, o casamento putativo ocorre nos casos em que é celebrado 
indevidamente de boa-fé, ou seja, se imaginava ser verdadeiro, por ter 
preenchido todos os requisitos de existência, validade e produzidos seus 
efeitos. Não há que se falar em putatividade porque numa festa junina, não 
há que se falar em consentimento válido e nem celebração por autoridade 
competente na forma da lei, requisitos para a existência do casamento. 
Ausentes os requisitos do primeiro plano da escada ponteana, não há que se 
falar em validade porque nem o primeiro plano foi atingido. 
 
Assinale a alternativa correta: 
R: Putativo é o matrimônio nulo ou anulável contraído de boa-fé por um ou por ambos os 
contraentes e que, em razão disso, produz efeitos até o dia da sentença anulatória. 
Fundamentação: o casamento putativo é aquele que, de acordo com o Código 
Civil 2002, artigo 1.561 “embora anulável ou nulo, se contraído de boa-fé por 
ambos os cônjuges, o casamento, em relação a estes como aos filhos, produz 
todos os efeitos até o dia da sentença anulatória”. 
 
TEMA 09 – EXISTÊNCIA, VALIDADE E EFICÁCIA – UM OLHAR PONTEANO. A 
VALIDADE E AS REPERCUSSÕES PROCESSUAIS. 
 
Aula I: Anulabilidade do Casamento I 
 
Casuística (Módulo 02 | Tema 09 | Aula 01) 
Maria Carla, com síndrome de Down, em viagem a Minas Gerais para casamento de 
sua prima Heloísa, conheceu Orlando, amigo de sua prima. Trocaram telefones e após 
meses de conversas, Orlando pediu para namorar com Maria Carla. O namoro foi muito 
criticado, pois alguns amigos não conseguiam entender como Maria Carla poderia se 
relacionar com Orlando. Contudo, Orlando não se deixou levar por tais comentários e 
como prova real de seu amor, planejou um noivado surpresa. Convictos do que queriam, 
o casal foi até o Registro Civil, com intuito de oficializar o casamento civil. Contudo, 
foram informados que Maria Carla, jamais poderia realizar tal ato. Nessa situação, está 
correta a informação? Justifique. 
 
RESPOSTA ESPERADA 
O art.?1.548?do?CC?consagra as hipóteses de nulidade absoluta do 
casamento. Ressalta-se que a primeira delas foi REVOGADA pelo Estatuto 
da Pessoa com Deficiência (Lei?13.146/2015). Anteriormente, o?art. 
1.548?considerava?nulo o casamento contraído: I - pelo enfermo mental sem 
o necessário discernimento para os atos da vida civil; Desta forma, 
objetivando à plena inclusão das pessoas com deficiência, esse dispositivo 
foi revogado expressamente pelo art.?114?da Lei?13.146/2015. Desse 
modo, de acordo com o novo art.?1.550,?§ 2o?do?CC/2002?(com?Redação 
dada pela Lei nº 13.146, de 2015), a pessoa

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