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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CAMPUS PETROLINA CURSO DE LICENCIATURA PEDAGOGIA ADRIANA SHIRLEY SILVA BRUNA BARBOSA DE ALMEIDA CARLA LIRA FEITOSA GISLAINE BEZERRA COSTA MARIA NUNES FERREIRA RESENHA CRÍTICA Á LUZ DO TEXTO “AVALIAÇÃO EDUCACIONAL EM TRÊS ATOS SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE 2020 ADRIANA SHIRLEY SILVA BRUNA BARBOSA DE ALMEIDA CARLA LIRA FEITOSA GISLAINE BEZERRA COSTA MARIA NUNES FERREIRA RESENHA CRÍTICA Á LUZ DO TEXTO “AVALIAÇÃO EDUCACIONAL EM TRÊS ATOS Resenha crítica apresentada a Universidade Estadual de Pernambuco – UPE como requisito avaliativo da disciplina Avaliação Educacional do curso de Pedagogia. SANTA CRUZ DO CAPIBARIBE 2020 RESENHA CRÍTICA Á LUZ DO TEXTO “AVALIAÇÃO EDUCACIONAL EM TRÊS ATOS DESPRESBITERIS, LÉA. Avaliação Educacional em três atos. 3.ed. São Paulo: Editora SENAC, 2004. 104 p. A obra foi escrita pela autora Léa Desprebiteris graduada em Pedagogia e mestre em Tecnologia Educacional pela Universidade de São Paulo e pelo Instituto de Pesquisa Espacial. A autora discute avaliação considerando esse processo enquanto ação complexa de ser realizada e como sendo elemento ligado a todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem. Nesse sentido, a Léa Desprebiteris trabalha suas reflexões promovendo um diálogo entre a concepção técnico-científica e a filosófico-políticas. Logo, a autora organiza a obra em forma de peça teatral na qual os envolvidos apresentam três atos e a partir desses ela constitui suas análises referentes a avaliação. As considerações realizadas pela autora são fundamentadas nas vivencias partilhadas em formações de professores e nos programas educacionais, o objetivo da obra é instigar a diversidade de pensamentos voltadas a avaliação nos que estão ligados direto ou indiretamente na construção do Ensino e Aprendizagem. No primeiro ato, a autora faz referência a uma audiência na qual a testemunha é questionada contra a acusada que é a avaliação. Nesse momento, a pessoa que testemunha fala de seus anseios frente aos processos avaliativos enfrentados na vida escolar e profissional. Ainda, menciona o caráter punitivo das aplicações e os impactos disso ao longo da vida. Por segundo, é convidada a segunda testemunha que discute a avaliação numa perspectiva diagnóstica cuja examina os pré requisitos capazes de garantir a aprendizagem, formativa essa que oferece informações capazes de contribuir com o desempenho e somativa que indica o valor da autuação final do estudante. Assim sendo, o primeiro ato do livro representa o ajuizamento direcionado a avaliação e a autora faz uso do movimento de acusação e defesa para pensar no modo da estimativa como instrumento de poder e ameaça. Nessa direção, Léa busca uma forma dinâmica para pensar a avaliação considerando as irregularidades inerentes a utilização das mesmas. Ainda nesse ato, a autora menciona sua biografia e ressalta que os instrumentos avaliativos por vezes tem sido aproveitados contra os alunos e como tarefa final do processo. Entretanto, as discussões do primeiro ato grifam as mudanças de pensamentos a serem construídas sobre as práticas avaliativas. No segundo ato faz relação aos saberes básicos a serem aplicados aos estudantes, de modo a esclarecer os instrumentos e táticas que possibilitam a aproximação do aluno com a disciplina a ser estudada. Ainda nesse ato, são discutidas os aspectos básicos que envolvem o pensamento filosófico da aprendizagem. De tal modo, na criação desse momento a autora reflete sobre a avaliação como maneira de valorizar as diversas formas de aprender. Portanto, reflete sobre o caráter mediador da avaliação e menciona a relevância dos indicadores e dos critérios utilizados nas práticas a fim de oferecer apreciações mais coerentes. O terceiro ato significa a intenção em materializar a educação dos estudantes a partir de pensamentos mais expressivos. Assim, é preciso desenvolver modos de avaliar sistematizados estabelecendo critérios de avaliação coerentes como a participação dos estudantes nas atividades individuais, o interesse direcionado a proposta apresentada, assimilação dos conteúdos, empenho durante as produções e organização com as atividades. Com isso, a avaliação deve representar o desenvolvimento real do aluno, então a estimativa nessa perspectiva não está limitada ao medir, mas significa representar. A partir das colocações de Léa é possível entender que o que tem sido evidenciado no processo de ensino aprendizagem é um movimento contrário, esse consolidado como sendo a burocratização da avaliação. Logo, o objetivo da autora é discutir questões significativas inerentes ao ensino como a atribuição das notas, a representação dessas notas de acordo com o aprendizado real do estudante, a abordagem avaliativa a ser selecionada, a compreensão sobre quando inicia a avaliação e os métodos a serem usados. De tal modo, as discussões propostas pela autora nos permite refletir sobre a necessidade de criar pensamentos outros sobre a prática pedagógica e verificá-la de forma contínua possibilitando o aluno construir seu desenvolvimento de forma significativa. Assim sendo, a avaliação da aprendizagem é um instrumento pedagógico preciso para auxiliar o professor na condução das situações sociais concretas. Portanto, avaliar solicita do mediador o domínio de saberes correspondentes e a utilização de caminhos e finalidades claras entre os envolvidos no processo de ensino. Logo, é preciso criar uma nova cultura avaliativa e nesse movimento constituir vínculos entre os sujeitos da escola de modo a socializar conhecimentos independentes. Então, a avaliação caracteriza-se enquanto compromisso coletivo e um instrumento capaz de garantir a melhoria na qualidade da educação ofertada pela escola. Sendo assim, a escola precisa garantir qualidade nos métodos avaliativos e precisa apreciar as aprendizagens que os alunos apresentam. Portanto, cabe ao Estado e a sociedade como um todo o cumprimento das obrigações com a Educação para que essa se evidencie com qualidade, ainda é papel da legislação proteger os direitos inerentes aos processos avaliativos organizando-os, estabelecendo metas e esclarecendo as funções dos sujeitos envolvidos na materialização dessa. Léa Depresbiteris em um de seus escritos faz menção ao histórico da avaliação que se funda na ideia de medir e no estabelecimento de resultados quantitativos. Sobre isso, a autora diz que: Não é de estranhar que a primeira pergunta sobre avaliação da aprendizagem seja relativa à atribuição de notas. Ainda hoje avaliar é confundido com medir, talvez pela própria origem histórica da avaliação. O uso da avaliação como medida vem de longa data. Através de EBEL, tem-se o relato de KUO sobre a presença de exames, já em 2205 a.C. Nessa época, o Grande "Shun", imperador chinês, examinava seus oficiais a cada três anos, com o fim de promovê-los ou demiti-los. O regime competitivo nos exames da China antiga tinha, então, como propósito principal, prover o Estado com homens capacitados (DEPRESBITERIS, 1989). Nessa direção, a obra de Léa Depresbiteres “A avaliação em três atos” tem como propósito fazer uso de vivencias cotidianas para promover excelentes reflexões sobre o impacto da avaliação na vida das pessoas e no processo de ensino aprendizagem. A obra nos permite compreender a escola enquanto lugar de contato com os conteúdos sistematizados, mas sobretudo enquanto espaço de construção de identidades que não devem ser podadas e sim ser acrescidas de acordo com suas possibilidades. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DESPRESBITERIS, LÉA. Avaliação Educacional em três atos. 3.ed. São Paulo: Editora SENAC, 2004. 104 p. ____________. O desafio da avaliação da aprendizagem; dos fundamentos a uma proposta inovadora. São Paulo, EPU, 1989. _______________. Avaliação da Aprendizagem do Ponto de Vista Técnico-Científico e Filosófico-Político, s.d. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_08_p161-172_c.pdf. Acesso em 07 abril 2020.