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Mensagens Curtas Para Meditação Diária 7

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Mensagens 
Curtas 7 
 
 
Para Meditação Diária 
 
 
 
 
 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
 
 
Set/2016 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A474 
 Alves, Silvio Dutra 
 Mensagens curtas 7./ Silvio Dutra Alves. – Rio de 
 Janeiro, 2016. 
 207.; 14,8x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Graça 3. Fé. 
 I. Título. 
 
 CDD 230 
3 
 
Sumário 
 
Como Estar Sempre Animados.................... 
 
10 
Manejando a Espada do Espírito.................. 
 
12 
Como Não Ser Enganado................................. 
 
14 
Os Que Causam Divisão no Corpo de 
Cristo.......................................................................... 
 
 
17 
Desde Já Aperfeiçoados.................................... 
 
19 
Abençoados para Sempre............................... 
 
21 
Cobre como as Águas do Dilúvio................ 
 
24 
Resgatados da Ira e da Maldição................ 
 
26 
O Único Salvador Eficaz.................................... 
 
27 
Aceitos por Causa da Justificação............... 
 
28 
Unidos para Sempre........................................... 
 
30 
Reconciliados pela Justificação................... 
 
32 
Segurança Eterna................................................ 
 
34 
O Atalaia................................................................... 
 
36 
Melhor do Que Comida e Bebida................ 41 
4 
 
 
Por que se Torna Difícil se é Tão Fácil?.... 
 
43 
 
Deus nos Guarda do Mal.................................. 
 
46 
Consagração........................................................... 
 
48 
Amar a Deus Acima de Tudo......................... 
 
50 
Não de Tristeza Mas de Alegria.................... 
 
52 
Orar sem Cessar................................................... 
 
54 
Fugindo do Evangelho do Terror................ 
 
55 
Ama Pecadores Mesmo! ................................. 
 
57 
Amor Restaurador.............................................. 
 
59 
A Graça não Condena........................................ 
 
60 
Dar a Outra Face................................................... 
 
63 
Restaurando Almas Quebradas................... 
 
65 
Efeito da Palavra no Coração......................... 
 
66 
Amor em Submissão......................................... 
 
67 
Estar em Cristo..................................................... 
 
68 
A Prova da Amizade............................................ 69 
5 
 
 
Um Plano Perfeito Para Produzir 
Perfeição.................................................................. 
 
 
70 
Remando contra a Maré.................................. 
 
71 
O Excessivo Cuidado da Vida......................... 
 
73 
A Recompensa do Contentamento............ 
 
75 
Já Não Morre Mais.............................................. 
 
77 
Aprendendo a Vencer no Tempo de 
Deus............................................................................ 
 
 
78 
Servindo em Pureza........................................... 
 
81 
A Forma de Culto que É Aceita..................... 
 
84 
A Inquestionável Bondade de Deus........... 
 
86 
Partindo do Ponto Correto............................. 
 
88 
Quem é o Homem Bom e Quem é o 
Mau? ......................................................................... 
 
 
90 
Contente em Qualquer Circunstância..... 
 
96 
Limpando e Alimentando a Fonte.............. 
 
98 
O Tesouro que Nunca se Esgota.................. 99 
 
6 
 
Pensamentos como Flores............................. 
 
103 
Perigo: Satisfeitos com Pouco ou Nada.... 
 
105 
Um Hábito Que Significa Vida Plena........ 
 
107 
O Motivo da Existência do Mal..................... 
 
109 
Sem Jesus Nada Podemos Ser ou Fazer.... 
 
111 
Qual é a Regra da Obediência do 
Cristão? .................................................................... 
 
 
112 
Lei da Vida Operada pelo Espírito Santo. 
 
114 
Salvos Pela Esperança do Que Seremos.. 
 
116 
O Pecado Por Fim Destruirá Quem Não 
For Justificado....................................................... 
 
 
118 
Corações Diferentes e Respostas 
Diferentes................................................................ 
 
 
120 
Muito Mais se Exige de Nós Nesta Época 
 
122 
O Poder Vem Pela Fé.......................................... 
 
124 
Sem o Espírito Santo Não Há Vida Cristã 
 
125 
Os Dons e o Fruto do Espírito........................ 
 
126 
Buscar o Bem Para Receber o Perdão....... 128 
7 
 
O Alicerce da Nossa Fé..................................... 
 
130 
Curvar a Cerviz para Ser Curado................. 
 
132 
Identificando o Carnal e o Espiritual........ 
 
133 
Retratos da Alma................................................. 
 
134 
Uma Sábia Constatação.................................... 
 
135 
O Pendor do Espírito Santo............................. 
 
136 
Colheita Segundo a Semeadura................... 
 
138 
Um Reino Espiritual Que Não É Deste 
Mundo....................................................................... 
 
 
139 
A Expiação Possibilita a Ação do Espírito 
 
141 
O Motivo Correto para a Santificação....... 
 
143 
Primeiro Libertação, Depois Purificação 
 
145 
A Necessidade de se Purificar 
Diariamente........................................................... 
 
 
147 
Aproximar-se para Ser Limpo....................... 
 
150 
Ser Espiritual para Amar e Viver................ 
 
152 
Sem Amor Não Há Valor................................. 
 
155 
8 
 
É Coisa Séria........................................................... 
 
157 
Ousadia e Confiança na Aproximação...... 
 
158 
Não se Atrai Abelhas com Fel....................... 
 
160 
Nada Lavaria Senão Somente o Sangue... 
 
162 
Sem Medo de Ser Santo................................... 
 
164 
Um Deus Sempre Criterioso.......................... 
 
166 
O Velho e o Novo Homem............................... 
 
168 
O Trabalho do Espírito Santo......................... 
 
170 
O Alvo é O Fruto Maduro................................. 
 
173 
Avanços Cada Vez Maiores e Infindos..... 
 
176 
Decadências não Significam o Fim............ 
 
178 
Criando Novos Canais Para o Fluir da 
Graça.......................................................................... 
 
 
180 
Uma Vitória Mais do que Certa.................... 
 
182 
Espírito Bem Alimentado................................ 
 
184 
O Amor é Gentil e Generoso......................... 
 
186 
Paciência, Esperança, Perseverança......... 188 
9 
 
Uma Afirmação Corajosa sem 
Hipocrisia................................................................ 
 
 
190 
Não se acha a Deus Casualmente................ 
 
192 
Meros Caçadores de Milagres...................... 
 
195 
Significados da Palavra Amor....................... 
 
197 
O Senhor Pelejará por nós se Tivermos 
Fé.................................................................................. 
 
 
200 
O Perigo de Uma Fé Apenas 
Contemplativa....................................................... 
 
 
203 
O Que Caiu Pode Ser Levantado.................. 
 
206 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Como Estar Sempre Animados 
 
Nossos desânimos não vêm da parte de Deus 
porque Ele entrou em aliança conosco assim 
como um pai que se compadece dos seus filhos 
(Sl 103.13) e deste modo nunca agiria no sentido 
de desanimá-los. Nem vêm de Cristo nossos 
desânimos porque Ele não apagará o pavio que 
fumega. Nem tampouco vêm do Espírito Santo 
porque ele nos ajuda nas nossas fraquezas e é o 
Consolador. 
Não são portanto nossos desânimos e fraquezas 
que podemquebrar nossa aliança com Deus, 
assim como está bem tipificado no caso da 
nação de Israel que se encontrava assolada e em 
opróbrio em Judá nos dias de Neemias. 
A aliança que temos com o Senhor é de caráter 
matrimonial e por isso Ele nos assiste com Sua 
misericórdia em nossas fraquezas e não nos 
desamparará por causa delas. 
Agora, consideremos o perigo que há naqueles 
que lançam, eles próprios, água para apagar o 
pavio fumegante de suas vidas que o próprio 
Cristo não apagaria. 
Não é sem razão que o apóstolo nos alerta 
quanto ao perigo de apagarmos o Espírito com 
os nossos pecados deliberados. 
A Igreja de Laodiceia está sempre pronta a ser 
vomitada da boca do Senhor porque é morna. 
Ela tipifica bem aqueles cristãos que vivem 
perigosamente provocando sempre a ira de 
Deus por um viver deliberado no pecado. 
11 
 
Se a graça é fortalecida no seu exercício, como 
poderão estar fortalecidos com graça aqueles 
que a rejeitam e confiam nos seus próprios 
méritos e obras? 
E como poderemos permanecer nesta graça se 
não nos santificarmos? 
Jesus nos convida a ter bom ânimo na aflição 
porque, como Ele próprio afirmou, jamais 
apagará o pavio fumegante, mas lembremos 
que vivendo deliberadamente no pecado será 
impossível ter este bom ânimo que Ele próprio 
nos concederia pela Sua graça. 
 Não confundamos fraqueza com prática 
deliberada do pecado, porque isto não é 
fraqueza mas rebelião e traição ao Filho de Deus 
que morreu justamente para não vivermos mais 
praticando o pecado e procurando estar 
deliberadamente debaixo do seu domínio. 
Há muitos inimigos a serem vencidos, a carne, o 
diabo e o mundo, e é importante estarmos 
conscientes de nossa condição de canas 
quebradas e pavios fumegantes para que nunca 
tenhamos a presunção de tentar vencer estes 
inimigos na energia da carne, senão por nos 
fortalecermos na graça que está em Cristo Jesus 
e na força do Seu poder. 
Mas não fazendo isto por imposição de um 
espírito arrogante, mas pela humilde súplica de 
um espírito quebrantado que reconhece que 
depende totalmente de Deus. 
 
 
12 
 
Manejando a Espada do Espírito 
 
Nunca será demais afirmar a importância de se 
confirmar toda a Palavra de Deus, pelo seu pleno 
conhecimento e prática, nada lhe 
acrescentando ou retirando, porque este é o 
melhor meio de não apenas de se prevenir dos 
enganos satânicos, como também é o melhor 
meio de se atacar o reino das trevas, e não é por 
acaso que na armadura espiritual de Efésios 6 a 
Palavra é designado como sendo a espada do 
Espírito Santo. 
Cristãos que se afastam da confirmação desta ou 
daquela doutrina das Escrituras, estarão 
expostos ao engano de Satanás, e serão 
conduzidos por ele a formas falsificadas de culto 
e de adoração a Deus. 
O Espírito Santo nunca manifestará a sua 
aprovação senão à exata Palavra revelada, e não 
será pela desonra dela que poderemos ter 
garantida uma obra verdadeira do Espírito Santo 
sendo realizada entre nós. 
Isto demonstra o quanto é importante que 
sejamos instruídos na Palavra e que 
especialmente os cristãos indolentes e os novos 
convertidos sejam incentivados a fazerem 
progresso no conhecimento e prática da 
Palavra, assim como são exortados 
constantemente pelo próprio Deus em toda a 
Bíblia. 
O erro não é somente prevenido com a verdade, 
como também é atacado e destruído por ela. 
13 
 
Esta é a razão porque Satanás procura por todos 
os meios afastar os cristãos do conhecimento e 
da prática da Palavra de Deus. 
Ela e somente ela é o meio da nossa santificação 
pelo Espírito, e sem a referida santificação não 
podemos prevalecer nas lutas que temos que 
empreender contra os poderes das trevas. 
Esta é a garantia de mantermos os espíritos 
imundos amarrados e a atmosfera espiritual 
liberada da ação deles pela poderosa presença 
do Senhor entre nós. 
Assim não é nenhuma garantia bíblica para 
qualquer cristão apoiar a sua segurança de que 
está de fato tendo experiências sobrenaturais 
com o Espírito Santo baseado apenas em seus 
sentimentos e emoções. Muito pelo contrário, 
ele estará aberto para se tornar um orgulhoso 
espiritual pelo sentimento de ocupar um lugar 
favorecido diante de Deus e destacado no Seu 
reino, baseado nas suas experiências 
sobrenaturais, que poderão até mesmo estar 
sendo produzidas pela sua própria imaginação 
ou por espíritos enganadores. 
O amor próprio é profundamente alimentado e 
fortalecido por isto, e a segurança deste cristão 
está apoiada na sua própria experiência, e não 
no próprio Deus e na Sua Palavra escrita. 
 
 
 
 
 
14 
 
Como Não Ser Enganado 
 
Quando o cristão aceita as falsificações de 
Satanás, em sua ignorância, ele pensa e crê que 
está obedecendo às condições divinas para subir 
a uma vida espiritual mais elevada; e 
considerando que na verdade ele está 
obedecendo condições satânicas na sua vida, 
em vez de subir, ele desce num abismo de 
engano e sofrimento. 
Satanás usa ciladas contra os cristãos porque ele 
sabe que nunca obterá o consentimento 
voluntário de um cristão para a entrada e 
controle de espíritos malignos. 
Então ele sabe que somente pode esperar ter 
este consentimento através de engano fingindo 
ser o próprio Deus ou um dos seus mensageiros. 
Ele sabe também que um cristão está 
determinado a obedecer a Deus a todo custo e 
deseja o conhecimento de Deus acima de 
qualquer outro na terra. 
Então não há nenhum outro modo de enganar 
senão o tentar obter a cooperação do cristão 
através de enganos. 
É sumamente essencial um grande preparo nas 
Escrituras, especialmente dos líderes da Igreja, 
de maneira que firmados na Palavra possam 
resistir às tentações e enganos de Satanás tal 
como Jesus o venceu no deserto usando 
simplesmente a Palavra de Deus. 
Nenhum cristão que esteja faltoso neste 
conhecimento da Palavra deveria se aventurar 
15 
 
numa experiência sobrenatural profunda com 
as realidades espirituais para não ficar à mercê 
do engano do diabo. 
Não admira portanto o quanto Jesus se esforçou 
para primeiro purificar os discípulos pela 
Palavra para que fossem somente depois, 
batizados com poder pelo Espírito Santo, de 
maneira a não ficarem expostos a uma 
falsificação do diabo. 
O cristão não deve imaginar como deve ser o 
mundo sobrenatural e nem tentar “sentir” o 
que seja este mundo espiritual em 
conformidade com aquilo que tenha montado 
em sua mente por sua imaginação ou por 
influência de outros, mas deve crer no que está 
contido na Palavra de Deus em relação a tais 
realidades espirituais, de maneira que saiba 
discernir entre aquilo que procede 
verdadeiramente de Deus e aquilo que é falso, 
produzido pelo diabo, pela mente, pela alma ou 
espírito humanos. 
As falsificações do diabo chegarão a um tal 
ponto que muitos afirmarão ser o próprio 
Cristo, e falsos profetas e mestres farão sinais e 
maravilhas por toda a parte em Seu nome. 
Daí ser ordenado na Bíblia aos cristãos que 
sejam cheios do Espírito Santo e que façam a 
obra de Deus debaixo do poder do Espírito. 
A ordenança bíblica é que nos sujeitemos a Deus 
e que resistamos pela fé ao diabo, e assim ele 
fugirá de nós. 
16 
 
Esta é a única forma de nos guardarmos das suas 
operações enganosas. 
E não seria lícito ou aprovado por Deus que 
temêssemos nos aproximar em espírito do 
Santo dos Santos para adorá-Lo, para não 
ficarmos expostos a qualquer aproximação do 
Inimigo. 
Ele sempre tentará fazer isto quando achar 
oportuno, tal como fez nos dias de Jó quando se 
aproximou do céu quando os filhos de Deus 
foram ter com Ele. 
O diabo anda em derredor buscando a quem 
possa tragar. 
Esta é a verdade bíblica do que temos que 
experimentar neste mundo. 
Não adianta portanto tentar fugir desta 
realidade, senão enfrentá-la revestidos com 
toda a armadura de Deus, e depois de tudo 
vencermos, permanecermos firmes e 
inabaláveis. 
 
 
 
 
17 
 
Os Que Causam Divisão no Corpo de CristoA unidade da Igreja pela qual nosso Senhor 
Jesus Cristo intercedeu com as palavras de João 
17, é de santificação na verdade, verdade esta 
que Ele definiu como sendo a Palavra de Deus. 
E na Palavra aprendemos que esta unidade é 
sobretudo de amor, de fé, do Espírito Santo, e de 
doutrina dos apóstolos (Ef 4.13-18). 
Então quando se fala em divisões no Corpo de 
Cristo (Igreja), que unidade está sendo dividida 
do ponto de vista de Deus? 
A de formação de novas denominações ou de 
congregações cristãs? 
É evidente que não, porque o Cristianismo conta 
com milhares de denominações e congregações 
espalhadas em todo o mundo, e o seu caráter é 
expansionista, em obediência à ordem do 
Senhor de os cristãos fazerem discípulos em 
todas as nações. 
A unidade de uma igreja mundial é possível, 
mas nas bases do modo como ela é definida pelo 
Senhor da Igreja, e não pela conveniência dos 
homens ou de instituições que atuem fora dos 
critérios bíblicos. 
Dizemos que é possível uma unidade mundial, 
mas somente entre aqueles que estão unidos a 
Cristo e guardam os seus mandamentos, porque 
todos que seguem a norma bíblica, formam um 
só espírito entre si, e com o Senhor Jesus Cristo, 
num só corpo do qual Ele é a Cabeça. 
18 
 
Agora, unidade pela via institucional, 
organizacional, ou mesmo local, nunca foi e 
jamais será possível, porque, como dissemos, há 
milhões de congregações locais espalhadas por 
todo o mundo, e como poderia ser obtida uma 
unidade baseada em convivência com todos e 
em todas as partes? Nem mesmo de forma 
virtual pela Internet isto seria possível. 
E isto não é possível até mesmo em cada 
denominação, uma vez que é formada por várias 
congregações. 
A unidade da Igreja é de caráter de união na 
diversidade, e como se vê na Palavra: em bases 
espirituais (porque o espírito não está sujeito a 
tempo e a espaço), de amor, que é o cimento que 
nos une como membros de Cristo num só corpo; 
e é também de fé e de doutrina (por obediência 
aos mandamentos de Cristo, conforme 
revelados na Bíblia). 
Os que são contra isto, estão divididos, e causam 
divisões no Corpo de Cristo, 
independentemente de estarem associados a 
uma congregação local ou por frequentarem 
regularmente as reuniões de culto público, seja 
em congregações institucionais, ou em lares, ou 
seja onde for, porque pecam contra a forma de 
unidade que foi estabelecida por Deus. 
 
 
 
 
 
19 
 
Desde Já Aperfeiçoados 
 
Jesus nosso grande Sumo Sacerdote está 
trabalhando agora para manter a paz e a 
aplicação da graça em nós. 
Observe que Rom 5.10 afirma que agora, muito 
mais, já tendo sido reconciliados, seremos 
salvos pela vida de Jesus. 
Fomos reconciliados pela morte so Senhor e 
estamos sendo salvos pela Sua vida. 
Se a morte do Salvador pôde nos redimir quanto 
mais a Sua vida não poderá nos guardar? 
Este é o grande trabalho sacerdotal de Jesus. Ele 
intercede continuamente em nosso benefício 
junto ao Pai. 
Paulo afirma em II Tim 1.12 que estava 
persuadido de que Deus é poderoso para 
guardar o seu depósito até o dia da sua chamada 
à glória celestial. 
Lemos em Heb 10.14: “com uma única oferta 
aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo 
santificados.”. 
Esta oferta referida é o sacrifício que fez de si 
mesmo, na cruz, por nós. 
E em Heb 10.10: “Nessa vontade é que temos sido 
santificados, mediante a oferta do corpo de 
Jesus Cristo, uma vez por todas.”. 
Por uma única oferta temos sido santificados 
para sempre. 
Ele nos aperfeiçoou para sempre. 
Nele estamos aperfeiçoados como se diz em Col 
2.10. 
20 
 
Isto é verdadeiro mesmo aqui na terra, onde 
estamos sujeitos ainda a muitas imperfeições, 
porque nossa justificação e regeneração foram 
atos perfeitos e completos de Deus. 
A nova natureza que recebemos na conversão 
está perfeita em todas as suas partes, é uma 
nova vida que deve ser desenvolvida. 
Não está perfeita no desenvolvimento, mas é 
perfeita na sua condição de incorruptibilidade e 
santidade. 
O perdão dos nossos pecados foi também 
perfeito e completo. 
Por isso se diz o que encontramos em Rom 8.31 a 
39. O texto é longo e por isso não o estamos 
citando aqui, mas é muito importante que você 
o leia e veja ali apontadas as consequências da 
justificação, de não podermos mais ser 
acusados, condenados e separados do nosso 
relacionamento com Deus através de Jesus 
Cristo. 
 
 
21 
 
Abençoados para Sempre 
 
A salvação não é somente para este tempo, mas 
sobretudo para a perfeição em glória na 
eternidade. 
Foi para isto que Deus nos salvou. 
Como deixaria pois de concluir a Sua obra 
iniciada na justificação e na regeneração? (Fp 
1.6). 
Como poderia o Criador de todas as cousas, para 
o qual tudo é possível, ser frustrado naquilo que 
planejou no Pacto, feito antes da fundação do 
mundo? 
Nem o pecado foi impedimento para a 
realização de Sua vontade de ter muitos filhos 
semelhantes a Cristo. 
Isto não depende de nós, de modo algum e 
também não é por meio de nós, mas exclusiva e 
totalmente por meio da Sua soberana vontade 
que tem sido cumprida através de Cristo. 
Este é o verdadeiro evangelho, porque está em 
conformidade com o ensino de Jesus e dos 
apóstolos. 
O modernismo evangélico adulterou a 
mensagem e ofendeu a soberania divina na 
salvação, e não são poucos por isso, que pregam 
que a salvação é conquistada pelas obras do 
homem, em cooperação com a vontade de Deus. 
Somos salvos para as boas obras, não pelas boas 
obras. 
22 
 
Não é a santificação que cobre a multidão dos 
meus pecados. Mas o ato de Deus em Jesus 
Cristo da redenção dos meus pecados na cruz. 
Não é o meu esforço que me torna justo aos 
olhos de Deus, mas a justiça de Cristo com a qual 
fui vestido na justificação. 
Deus se agrada do nosso esforço na prática da 
justiça, mas não é isto de modo nenhum o que 
nos justifica, e nem o que nos torna agradáveis e 
aceitáveis a Ele, isto decorre simplesmente dos 
méritos de Cristo. 
É simplesmente por causa de Jesus e da 
justificação que obtivemos por meio dEle, pela 
graça, mediante a fé, que somos agradáveis a 
Deus. 
É pela fé nEle, que podemos nos aproximar do 
Senhor e sermos santificados. 
É o sangue dEle que nos perdoa os pecados e 
purifica de toda injustiça. 
É por ser nosso Advogado e Sumo Sacerdote que 
temos paz com Deus, que podemos sentir a Sua 
Santa presença. 
Maldito sentimento portanto, é o de justiça 
própria que acaba nos afastando de Deus, tanto 
quanto o fariseu da parábola. 
Tenhamos a mesma atitude do publicano para o 
bem das nossas almas e progresso verdadeiro 
em santificação. 
A graça é concedida a quem se humilha, que 
reconhece que tudo está em Cristo, e que tudo 
procede dEle em relação à nossa salvação, 
23 
 
crescimento espiritual, paz no relacionamento 
com Deus, santificação etc. 
Lembremos que Deus não somente deixa de 
conceder graça ao soberbo, como também lhe 
resiste. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
Cobre como as Águas do Dilúvio 
 
Lemos em Judas 24: “Ora, aquele que é poderoso 
para vos guardar de tropeços e para vos 
apresentar com exultação, imaculados diante 
da sua glória,”. 
 Deus é poderoso para guardar o cristão de 
tropeços e conduzi-lo em segurança à Sua glória 
eterna. 
É isto que o texto de Judas afirma. 
O fato de a graça ter superabundado onde 
abundou o pecado é a verdade por meio da qual 
somos salvos. 
Porque mesmo depois de convertidos, ainda 
estamos sujeitos ao pecado, e se não houvesse 
uma graça superabundante para cobrir os 
nossos pecados, nenhum de nós poderia ser 
salvo. 
Isto é como as águas do dilúvio nos dias de Noé 
que cobriram todos os montes. 
A graça cobre nossas montanhas de pecados, 
que pode não ser aos nossos olhos, mas aos 
olhos de Deus são verdadeiras montanhas, 
porque Ele considera pecado o que fazemos e o 
que deixamos de fazer, seja grande ou pequeno, 
e mais do que isso leva em conta a intenção do 
nossocoração, nossos pensamentos, 
imaginação etc. 
O cristão, por mais consagrado que seja, aos 
olhos de Deus está cheio de pecados. 
Mas, de onde lhe vem a santidade em que vive, a 
paz que sente no seu coração, a alegria em sua 
25 
 
alma, senão da graça de Jesus, que o purifica de 
tudo o que desagrada a Deus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Resgatados da Ira e da Maldição 
 
Lemos em Ef 2.14: “Porque ele é a nossa paz”. 
Jesus mesmo é a nossa paz. 
Enquanto Ele viver, Ele manterá este 
relacionamento de paz. 
Deus ficou satisfeito com o sacrifício de Cristo 
pelos nossos pecados. 
Sua ira em relação aos justificados se foi, eles 
têm paz e nada pode mudar este 
relacionamento. 
Lemos em Hb 8.12: “Pois, para com as suas 
iniquidades usarei de misericórdia, e dos seus 
pecados jamais me lembrarei.”. 
E por quanto tempo isto durará? Para sempre. 
Por que? Porque Cristo satisfez a ira de Deus. 
 Dizer a qualquer cristão verdadeiro que ele 
pode perder sua salvação é dizer uma de duas 
coisas ou ambas: o trabalho de Cristo na cruz 
não foi suficiente ou o presente sumo 
sacerdócio de Cristo também não é suficiente. 
Todavia não há nada de maior suficiência em 
todo o universo, porque é por meio de Cristo que 
tudo o que existe permanece sustentado pela 
palavra do Seu poder, que jamais passará. 
A salvação não vem de nós, ela é um dom 
gratuito e imerecido que recebemos por causa 
de Cristo. É por meio dEle, e dEle somente que 
tivemos acesso a essa graça maravilhosa e 
profunda que nos salva (Rom 5.17). 
 
 
27 
 
O Único Salvador Eficaz 
 
Todos nascemos debaixo da condenação divina 
por causa do pecado original. 
Ninguém precisa fazer qualquer coisa boa ou 
má para ir para o inferno, porque já nasce 
condenado. 
Um só pecado sujeitou todo universo à maldição 
e à morte. 
Quem pois pode ser salvo pela sua própria 
capacidade e poder de permanecer firme diante 
de Deus, sem cometer um só pecado? 
Pois esta seria a condição exigida para alguém ir 
para o céu sem necessitar da salvação que é pela 
fé em Cristo Jesus. 
Devemos abominar todo tipo de pecado, 
devemos mortificar o pecado, mas não podemos 
ser ingênuos a ponto de pensarmos que há um 
grau de santidade que é o que nos dá a salvação, 
porque, como bem sabemos, não há quem não 
peque, e se dissermos que não temos pecado, 
como afirma o apóstolo João, mentimos e a 
verdade não está em nós. 
Necessitamos portanto, desesperadamente, de 
um Salvador eficaz, que nos livre da ira de Deus 
contra o pecado, e que nos leve a satisfazer 
inteiramente a exigência da Sua perfeita justiça. 
E temos este Salvador somente em nosso 
Senhor Jesus Cristo. 
 
 
 
28 
 
Aceitos por Causa da Justificação 
 
A Bíblia ensina claramente que a carne é 
inimizade contra Deus. 
Que aquele que ama o mundo é inimigo de Deus. 
Éramos seus inimigos porque não éramos justos 
aos seus olhos de perfeita justiça e santidade. 
E mesmo nos cristãos, que vivem na carne, há 
guerras, lutas, divisões, contendas, porque a 
falta de santificação impede um 
relacionamento pacífico, harmonioso, em 
unidade em amor. 
Mas, mesmo nestes, por causa de Jesus Cristo, a 
guerra relativa à sua inteira aceitação por Deus 
acabou, porque são completamente justos aos 
seus olhos pela salvação que obtiveram em 
Cristo e que lhes deu acesso à glória da perfeição 
que terão no céu. 
Podem portanto viver e agir como inimigos de 
Deus, amando o mundo e dispondo suas 
energias para a carne, e certamente serão por 
Ele disciplinados, mas são agora filhos amados, 
por causa da justificação gratuita que 
receberam pela misericórdia de Deus em Cristo 
Jesus. 
Foi por conhecer isto e por viver isto, que Paulo 
se dirigia aos cristãos carnais coríntios, 
chamando-os de filhos amados, mesmo quando 
muitos deles estavam sendo disciplinados com 
enfermidades e até a morte física, que procedia 
de Deus, em razão da sua carnalidade ostensiva, 
29 
 
e que renitentemente, muitos deles se 
recusavam a abandonar. 
O nosso coração está corrompido e é ele a fonte 
do pecado. Pecadinhos ou pecadões cheiram 
mal nas narinas perfeitamente santas de Deus. 
Todos somos condenáveis sob a Sua perfeita e 
inflexível justiça. Somos livrados desta condição 
somente por causa de Jesus Cristo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Unidos para Sempre 
 
Muitos têm noções vagas sobre o assunto da 
eleição, da justificação, da regeneração e da 
santificação, conforme são na verdade, e já 
revelados na Palavra, mas ao mesmo tempo têm 
também um parecer final sobre o modo de se 
obter ou de se manter a salvação. 
Todos de uma forma ou de outra, têm sua 
própria opinião sobre o assunto. 
Mas a nossa opinião não pode mudar em nada a 
verdade que foi estabelecida por Deus, relativa à 
nossa salvação, antes mesmo que houvesse 
mundo, no Pacto eterno havido na Trindade. 
O elo que nos liga a Cristo está citado em Rom 
5.1: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz 
com Deus por meio de nosso Senhor Jesus 
Cristo;” 
Podemos ler em outras palavras: “tendo sido 
declarados justificados por Deus, mediante a fé 
em Cristo, nos encontramos reconciliados com 
Deus, exclusivamente por causa da mesma fé 
em Jesus.” 
Assim, pela santificação mantemos nossa 
comunhão com Deus, mas não a nossa 
reconciliação, porque já estamos reconciliados 
com Ele por causa da justificação. 
31 
 
É importante que saibamos isto: somos aceitos, 
amados e tornados filhos de Deus pela 
justificação que recebemos em nossa 
conversão, quando nos arrependemos e cremos 
em Cristo. 
E isto de uma vez para todo o sempre. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
Reconciliados pela Justificação 
 
Em Romanos 5 Paulo apresenta grandes elos da 
corrente que ligam o cristão ao Salvador. 
Se estudamos e compreendemos realmente 
estes elos, percebemos que estamos ligados a 
Jesus para sempre. Isto é uma coisa maravilhosa 
para se saber. Deus não nos chamou para 
vivermos em eterna insegurança, pois se 
tememos perder a salvação na terra, pelo 
argumento do livre arbítrio, continuaríamos a 
temer então, para sempre também no céu. 
O amor lança fora o medo. Somos chamados à 
certeza, à convicção, de outro modo, a paz com 
Deus referida em Romanos 5.1, que obtivemos 
pela justificação não poderia ser perfeita. Por 
isso, a justificação é uma obra acabada e 
perfeita. A nossa santificação sempre será uma 
obra inacabada neste mundo. 
É por ela que estamos sendo tornados 
semelhantes a Cristo. É um contínuo caminhar. 
É um progresso em despojar-se do velho 
homem e revestir-se do novo. 
Não há portanto, um padrão definido de 
santificação estabelecido por Deus para que em 
sendo atingido, poderíamos dizer que estamos 
salvos. 
Por isso que se diz que a reconciliação com Deus 
foi obtida e será mantida pela nossa justificação, 
e não pela santificação (Romanos 5.1). 
33 
 
Uma das coisas que Satanás costuma atacar no 
cristão é este ponto da segurança da sua 
salvação. 
Satanás adora lançar dúvidas sobre nossa 
redenção. É por isso que se diz em Efésios 6, que 
se coloque o capacete da salvação, e em I 
Tessalonicenses 5.8 refere-se à couraça da fé e 
como capacete a esperança da salvação, e no 
verso 9 afirma a razão disto: porque o cristão não 
foi destinado por Deus para a ira, mas para 
alcançar a salvação por meio de Jesus. 
Em outras palavras, o cristão não será 
condenado, mas salvo por Deus. 
Não está mais sujeito à ira de Deus, por causa de 
Jesus. 
A esperança da salvação não é incerta, mas 
segura. 
É algo em que o cristão deve confiar 
inteiramente, qual capacete que protege sua 
cabeça dos dardos inflamados de dúvidas que 
lhes são lançados por Satanás. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Segurança Eterna 
 
Satanás trabalha para que o cristão não saiba ou 
duvide que se encontra firme para sempre nas 
mãos de Deus, como se afirma em Romanos 5.2 
e em muitas outras passagensbíblicas. 
É impressionante como ele consegue cegar o 
cristão para as afirmações feitas pelo próprio 
Jesus, tais como esta que encontramos em Jo 
10.27-29: “As minhas ovelhas ouvem a minha 
voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes 
dou a vida eterna; jamais perecerão, 
eternamente, e ninguém as arrebatará da 
minha mão. Aquilo que meu Pai me deu é maior 
do que tudo; e da mão do Pai ninguém pode 
arrebatar.”. 
Ah, como isso fere ao diabo, saber que Ele não 
poderá ter no inferno a nenhum dos que Jesus 
genuinamente justificou e regenerou. 
Por isso ele trabalha para infundir a dúvida no 
cristão, de que pertence realmente a Deus para 
sempre, e que Deus o aceita completamente 
como filho, apesar de suas imperfeições e 
limitações. 
O diabo deseja que você creia que de alguma 
forma, você pode perder sua redenção e ele 
soprará sobre você para que se sinta inseguro e 
intimidado. 
Por isso você deve colocar o capacete da 
esperança da salvação. 
Esta esperança significa que você pode aguardá-
la como coisa segura e certa, porque Deus é fiel 
35 
 
para cumprir a promessa de salvá-lo 
eternamente e de que ninguém tirará você das 
mãos de Jesus e das mãos do Pai, como se lê em 
Jo 10.27-29. 
A própria igreja pode disciplinar um cristão 
excluindo-o da comunhão, e assim ficará sujeito 
aos ataques de Satanás que visarão à destruição 
da sua carne, mas este não poderá causar 
qualquer dano ao seu espírito, que será salvo no 
dia do Senhor, porque a Palavra afirma que um 
genuíno cristão (justificado e regenerado) não 
pode ser mais tocado pelo maligno. Isto é, o 
diabo não o terá consigo no inferno. 
 
 
 
 
 
36 
 
O Atalaia 
 
Se o atalaia de Deus não pregar o evangelho e 
não der o sonido certo da trombeta para alertar 
os pecadores do juízo que lhes aguarda e caso 
não se convertam dos seus pecados para Deus, 
ele será considerado responsável pelo sangue 
dos que perecerem pela falta do atalaia no 
cumprimento do seu ministério. 
Ainda que tais pessoas que se perdem não 
estivessem marcadas para a vida eterna, o 
atalaia será considerado culpado da perda delas 
caso pereçam sem terem ouvido a verdade que 
cabia a ele lhes anunciar. Certamente com isto, 
Deus quis deixar garantida a necessidade de 
esforço para a pregação do evangelho, porque é 
por meio disto que os eleitos são salvos. Se não 
houvesse este peso de responsabilidade de 
responder até mesmo pelas vidas daqueles que 
se perderiam ainda que debaixo da pregação, é 
possível que muitos cristãos se acomodassem 
na sua obrigação de pregar o evangelho a todos. 
Assim Deus lhes impôs este peso de 
responsabilidade, na consideração da culpa 
deles de se omitirem deste dever, de maneira, 
que tenham temor e se apliquem a cumprir a 
sua missão de atalaia no mundo. 
Em Atos 20.26,27 nós lemos: 
“26 Portanto, no dia de hoje, vos protesto que 
estou limpo do sangue de todos. 27 Porque 
nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de 
Deus.” 
37 
 
Crisóstomo disse que somente alguém como 
Paulo poderia fazer uma declaração como esta, 
e daí nós percebemos o peso da grande 
responsabilidade que está sobre os ombros dos 
servos de Deus em anunciar a verdade do 
evangelho a todos os homens. 
O sangue tipifica a vida nas Escrituras, e o fato 
de ser culpado do sangue seria então um modo 
de se referir à culpa pela perda da vida de 
alguém. A expressão em sentido evangélico 
aponta para o fato de se omitir no dever de dar 
testemunho do evangelho, condição esta que 
será considerada por Deus como sujeita ao Seu 
juízo quanto a ser atalaia infiel julgado como 
culpado por aqueles que se perdem sem que 
tivessem sido avisados por ele da necessidade 
de conversão para ser livrado da condenação 
eterna. 
Paulo disse que não veria mais os efésios porque 
havia cumprido totalmente o trabalho de pregar 
o evangelho a eles, indo de casa em casa 
anunciando a Cristo, e que agora, ele sabia, pelo 
Espírito que deveria cumprir o mesmo dever em 
outras localidades porque já havia cumprido a 
sua missão em Éfeso, e nada mais tinha que 
fazer junto a eles, pessoalmente. 
Nós devemos pensar frequentemente nisto, que 
aqueles que agora estão pregando para nós o 
reino de Deus serão removidos brevemente e 
nós não veremos nunca mais as faces deles. Os 
profetas vivem para sempre? Ainda que por 
breve tempo a luz deles esteja conosco; nós 
38 
 
devemos nos empenhar para melhorar aquilo 
que nós já possuímos e as graças e os dons 
espirituais que eles compartilharam conosco, 
de maneira que embora não os vejamos mais 
aqui na terra, nós podemos esperar contemplar 
as faces deles com conforto naquele grande dia 
em que todos estaremos reunidos com o Senhor 
na glória. 
Que todo cristão portanto, e especialmente os 
ministros do evangelho sigam o exemplo de 
Paulo quanto a não serem achados culpados 
diante de Deus pela ruína de qualquer alma 
preciosa, de maneira que sejam achados limpos 
do sangue de todos os homens, ou seja, da vida 
das almas. 
Este dever de dar testemunho da verdade foi 
imposto por Deus a todos os seus servos desde o 
princípio do mundo, conforme podemos ver nas 
palavras de Ezequiel 33.6: 
“Mas, se quando o atalaia vir que vem a espada, 
e não tocar a trombeta, e não for avisado o povo, 
e a espada vier, e levar uma vida dentre eles, este 
tal foi levado na sua iniquidade, porém o seu 
sangue requererei da mão do atalaia.” (Ez 33.6). 
O atalaia fiel poderá dizer aos que se perderam 
debaixo do seu testemunho: “você se recusou a 
se converter, mas eu dei o aviso, de maneira que 
o sangue de qualquer homem não pode ser 
posto na minha conta.”. 
Um ministro fiel do evangelho deve portanto se 
aplicar à pregação e ensino da genuína Palavra 
de Deus, de forma que esteja puro do sangue de 
39 
 
todos os homens, por ter dado testemunho da 
verdade. Ele sabe que lhe está imposto o dever 
de pregar o evangelho, e sabe que o sangue 
daqueles que perecem cai sobre as próprias 
cabeças deles porque apesar de terem sido 
advertidos eles não lhe deram ouvidos. 
Foi exatamente isto o que se deu com Paulo 
quando pregou aos judeus de Corinto que 
haviam rejeitado o evangelho. Ele lhes disse: 
“ Mas, resistindo e blasfemando eles, sacudiu as 
vestes, e disse-lhes: O vosso sangue seja sobre a 
vossa cabeça; eu estou limpo, e desde agora 
parto para os gentios.” (At 18.6). 
Paulo declarou a eles ter cumprido o seu dever 
para com eles e que os deixaria perecer na 
incredulidade deles. Paulo tinha sido 
impulsionado em seu espírito a pregar Cristo a 
eles (v.5), mas eles não somente O rejeitaram 
como também blasfemaram (v.6), motivo pelo 
qual Paulo lhes disse que se voltaria para os 
gentios. 
Paulo tinha feito a sua parte e estava limpo do 
sangue das almas deles, porque tinha, como um 
atalaia fiel, advertido a todos eles, e assim, livrou 
a sua própria alma de qualquer juízo de Deus. 
Os judeus não podem reclamar porque a oferta 
da graça do evangelho foi feita primeiramente a 
eles. E de igual modo não podem reclamar todos 
aqueles que tanto entre judeus e gentios, ainda 
hoje recusam aceitar a salvação que está sendo 
pregada pelos atalaias fiéis do Senhor. Não 
importa quantos sejam os recusadores, porque 
40 
 
estamos avisados que os últimos dias seriam 
como os dias de Noé, em que as pessoas se 
recusavam a dar ouvidos à verdade e se 
arrependerem de seus pecados, mas Noé 
cumpriu fielmente o seu ministério de 
pregoeiro da justiça, mesmo em face do 
endurecimento de toda aquela geração que 
pereceu no dilúvio. Cumpramos portanto 
fielmente o nosso dever de atalaias de Deus e 
estaremos com isto livrando a nós mesmos de 
sermos achados culpados diante de Deus pelos 
que se perderam sem que ouvissem dos nossos 
lábios o testemunho da verdade. 
 
 
 
 
 
41 
 
Melhor do Que Comida e Bebida 
 
O trabalho que Jesus fazia para o Pai era a Sua 
comida e bebida. 
Não há nenhum prato mais saborosode comida 
deste mundo que possa sequer ser comparado à 
delícia que é a salvação de almas e poder dar 
testemunho da Palavra no poder do Espírito. 
Na verdade, enquanto estamos debaixo desta 
influência e poder não temos qualquer 
interesse no mais fino dos manjares ou 
qualquer outro bem deste mundo, porque nada 
se iguala à manifestação do poder do Espírito em 
nossas próprias vidas, e na daqueles que podem 
participar disto em comunhão conosco. 
E foi por este motivo que Jesus incentivou os 
discípulos a terem o mesmo prazer e diligência 
no trabalho dEle, que era também o trabalho 
deles. Eles, tal como nós estamos incumbidos de 
pregar o evangelho e tornar o Messias 
conhecido nos corações, pela conversão dos 
pecadores. 
E assim como o lavrador espera pela colheita, de 
igual modo os que são cooperadores de Deus na 
Sua lavoura, também devem semear e ceifar. 
E neste trabalho de evangelização um é o que 
semeia e outro é o que colhe. 
Muitos semeiam com orações e pregações, e 
outros colhem com o ensino da Palavra e 
organização dos discípulos na igreja visível de 
maneira que eles possam cumprir os seus 
deveres de adoração e prática da Palavra. 
42 
 
A mulher samaritana havia feito o trabalho de 
evangelização que os próprios discípulos não 
haviam feito em Samaria, e agora, cabia a eles, 
firmar aqueles discípulos na verdade e orientá-
los sobre o modo como deveriam viver para o 
inteiro agrado de Deus. 
Assim, eles estariam ceifando as almas que a 
mulher samaritana havia plantado com o seu 
testemunho e evangelização. 
E para esta colheita de almas não há 
necessidade de se esperar meses como ocorre 
com a colheita de cereais. 
O campo estará sempre pronto para ser ceifado 
porque Deus não somente nos prometeu uma 
colheita todos os anos, mas todos os meses, 
semanas e dias. 
Sempre é tempo de se colher na Sua lavoura 
espiritual de Deus. 
 
 
 
43 
 
Por que se Torna Difícil se é Tão Fácil? 
 
“Romanos 3:10 como está escrito: Não há justo, 
nem um sequer,” 
 
“Eclesiastes 7:16 Não sejas demasiadamente 
justo, nem exageradamente sábio; por que te 
destruirias a ti mesmo?” 
 
Concentremos nossa maior atenção nestas duas 
citações bíblicas acima destacadas. 
 
As duas se complementam quanto à 
advertência de Deus para nós, para que 
possamos ser justificados e salvos. 
 
A primeira afirma expressa e categoricamente 
qual é a condição natural de qualquer pessoa 
perante a exigência da santa e perfeita justiça de 
Deus: “não há justo, nem um sequer”. 
 
A segunda, é expressada em forma de 
ordenança para que evitemos o único e grande 
mal que pode nos impedir de sermos 
justificados e salvos por Deus, a saber, nos 
considerarmos justos e sábios, em demasia, 
perante ele, ou seja, julgarmos que lhe somos 
aceitáveis em razão da nossa própria justiça e 
sabedoria. 
 
Assim, apesar de a salvação, a justificação, 
serem oferecidas gratuitamente, e mediante o 
44 
 
arrependimento e a fé, não sendo impostas por 
Deus quaisquer outras exigências ou possíveis 
dificuldades, a sua obtenção se torna muito 
difícil, não da parte de Deus, mas das próprias 
pessoas, que se recusam a crer que não possam 
ser salvas por sua justiça própria. 
 
Por natureza, não amamos a Deus e nem os seus 
mandamentos. E não há em nenhuma pessoa, a 
capacidade de passar todo o curso de sua vida 
neste mundo, sem cometer um único pecado 
que seja, porque por um único pecado a justiça 
de Deus demanda a nossa condenação eterna. 
 
Não podemos esquecer que a maldição da terra 
foi decorrente de uma só transgressão do 
primeiro casal criado. 
 
Mas não serão argumentos verdadeiros da 
Bíblia, que poderão, de per si, remover o 
endurecimento do pecado que nos cega, e que 
nos impede que, por nós mesmo sejamos 
convencidos da nossa real condição diante da 
justiça de Deus. 
 
Por isso necessitamos do trabalho de 
convencimento do Espírito Santo, sem o qual 
não podemos aceitar e confessar que somos 
pecadores que necessitam da justiça de Cristo, 
para que, pela fé nele, possamos ser salvos. 
 
45 
 
Estou escrevendo tudo isto, não em forma de 
dissertação teológica, mas por estar 
contemplando este comportamento em pessoas 
amadas, que se encontram em idade muito 
avançada, e que não confessaram a Cristo como 
Senhor e Salvador de suas vidas, justamente por 
terem vivido de forma honesta, caridosa, 
amigável, e que por isso, consideram que não 
necessitam de qualquer outra justiça, além da 
própria, para irem para o céu, depois da morte. 
Importa viver de modo justo e santo, mas 
sempre reconhecendo que não há em nós 
mesmos, qualquer justiça que possa nos 
recomendar à salvação eterna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
Deus nos Guarda do Mal 
 
Para o propósito de se prevenir do grande mal 
do mistério da iniquidade, que pelos séculos 
vem assolando a Igreja e que tem se 
intensificado nos nossos dias, o apóstolo nos 
mostra o antídoto no terceiro capítulo de 2 
Tessalonicenses. 
Primeiro de tudo orando para que a Palavra do 
Senhor, isto é a palavra da verdade do 
evangelho, seja propagada e glorificada, tal 
como Paulo havia pedido aos tessalonicenses 
para que orassem por ele para tal propósito (v. 1). 
O erro e a mentira são vencidos com a verdade. 
Também orando para que sejamos livres da 
ação dos homens que são perversos e maus, 
sabendo que a fé não é de todos, isto é, há 
pessoas que sempre estarão neste mundo a 
serviço do mistério da iniquidade, e devemos 
não somente nos acautelar deles, como também 
pedir a Deus que nos livre da ação deles, que 
possa neutralizar o nosso testemunho, ou nos 
conduzir ao engano (v. 2). 
Nós devemos orar para que as oposições à 
pregação do evangelho sejam removidas, e ele 
tenha livre curso aos ouvidos e às consciências 
e aos corações das pessoas. 
Deus é poderoso para nos confirmar na fé e nos 
guardar do maligno, assim como estava 
confirmando e guardando os tessalonicenses (v. 
3). 
47 
 
 É sabendo isto e confiando nisto que devemos 
nos entregar à prática da oração incessante em 
favor dos santos. 
Além da oração, nos preveniremos do mal que 
se multiplica ao nosso redor no mundo à medida 
que o tempo avança, obedecendo as ordenanças 
que encontramos na Palavra de Deus, 
especialmente aquelas que nos foram passadas 
pelos apóstolos de Cristo (v. 4). 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
Consagração 
 
Não fomos salvos por Cristo para vivermos para 
nós mesmos, senão para Ele, para fazer a Sua 
vontade, mas não poderemos fazer isto caso não 
nos neguemos a nós mesmos pela permissão 
voluntária do trabalho da cruz sobre as nossas 
vontades, sentimentos, emoções e tudo o mais 
que se refira às faculdades da alma. 
Se não houver consagração da vida ao Senhor, 
pouco ou nada adiantará conhecer estas 
verdades, porque elas são descobertas e vividas 
somente quando decidimos viver inteiramente 
para o agrado do Senhor, fazendo a Sua vontade. 
O Senhor jamais revelará a beleza da Sua 
santidade, e as coisas maravilhosas que existem 
no Seu tesouro espiritual escondido, àqueles 
que vivam contrariamente às Suas ordenanças. 
Alguém que nunca almejou ser santificado, 
purificado, impulsionado pelo Espírito ao 
serviço do Senhor, jamais sentirá sequer o 
cheiro destas coisas celestiais, espirituais e 
divinas. 
O mistério do Senhor é revelado àqueles que 
andam segundo o Espírito, e não segundo a 
carne. 
Os que andam no Espírito farão proezas em 
Deus, verão as coisas invisíveis do Seu reino, e 
alcançarão bênçãos espirituais nas regiões 
celestes em Cristo, e serão capacitados a fazer a 
Sua obra da maneira correta, ainda que debaixo 
das maiores fraquezas e aflições. 
49 
 
Onde os valentes deste mundo teriam desistido 
e parado, o cristão fiel prosseguirá com firmeza 
e poder até mesmo em face da morte, porque 
não é na sua própria força e capacidade que fará 
o que lhe for determinado por Deus, mas na 
forçaque o Espírito supre aos que colocaram 
suas vidas no altar do Senhor. 
Então, crescer e amadurecer, espiritualmente, é 
um imperativo necessário para todos os cristãos 
que pretendam serem achados vivendo de 
modo agradável a Deus. 
 
 
 
 
 
50 
 
Amar a Deus Acima de Tudo 
 
Jó foi dado a nós como exemplo de 
perseverança, de paciência nas tribulações, 
para que não desmaiemos e desistamos de 
seguir ao Senhor e de fazer a Sua vontade, ainda 
que venhamos a perder tudo o que prezamos 
como sendo coisas de valor necessárias a nós, 
como nossos filhos, bens, saúde, amizades, e 
tudo o mais que se possa referir. 
Se Deus permitir que sejamos despojados destas 
coisas nós devemos tal como Jó, perseverar em 
amar ao Senhor e a depender e a confiar nEle, 
ainda que se levante para nos demandar a nossa 
própria vida. 
Então a vida cristã é uma chamada não para 
vivermos segundo a sabedoria deste mundo, 
mas uma renúncia de nós mesmos, de nossas 
vontades, para que Cristo faça a Sua vontade 
através de nossas vidas. 
Daí a necessidade da auto negação que Ele nos 
impõe, para que possamos segui-lO e ser usados 
por Ele. 
 A única e verdadeira vida que há de 
permanecer para toda a eternidade, em alegria 
indizível, é conquistada pela perda da vida 
segundo a carne, segundo a mente do homem 
natural, segundo nossas próprias deliberações. 
Jesus disse que aquele que não renunciar a tudo 
quanto tem não pode ser Seu discípulo, porque 
enquanto estiver apegado a qualquer pessoa ou 
bem deste mundo, não poderá estar disponível 
51 
 
para segui-lO e fazer a Sua vontade, porque estas 
coisas haverão de prendê-lo e impedirão que 
obedeça àquilo que lhe está sendo pedido pelo 
Senhor. 
Em seus sofrimentos, como justo sofredor, Jó 
aprendeu ainda mais a viver pela fé. 
Ele percebeu que todas as coisas do mundo são 
passageiras, e que somente em Deus existe a 
verdadeira eternidade. 
Os seus olhos espirituais foram abertos para 
poderem enxergar esta grande verdade, e a 
viver, desde então somente para o inteiro 
agrado do Senhor. 
Ele conheceu de modo prático, em sua aflição, o 
que é a longanimidade, a paciência, o amor, a 
bondade, a fidelidade, o domínio próprio, 
conforme se encontram na natureza de Deus, 
em sua própria experiência pessoal, em tudo o 
que aprendeu e incorporou ao seu próprio 
caráter, em tudo o que sofreu. 
 
 
 
52 
 
Não de Tristeza Mas de Alegria 
 
Alguém disse apropriadamente que somente 
falar da virtude não é ser virtuoso. 
Se o Logos fosse apenas palavra, seria possível 
pensar que não houvesse uma correspondência 
entre o que se afirma e a realidade. 
Por isso, ao ter falado que o Verbo se fez carne, o 
apóstolo se apressou em apresentar uma 
definição mais clara daquilo que havia afirmado 
dizendo que Deus é luz e que não há nEle 
qualquer treva (I João 1.5). 
O verdadeiro conhecimento de Deus é feito na 
luz. 
Não numa luz exterior, mas na luz que é o 
próprio Deus. 
O apóstolo quis mostrar o caráter deste 
conhecimento de Deus, que é obrigatoriamente 
em comunhão com Ele, porque é nEle que 
temos a luz necessária para conhecê-lo 
pessoalmente. 
Fora dEle há trevas espirituais. 
Não há qualquer possibilidade de um 
verdadeiro conhecimento de Deus sem a 
iluminação do Espírito Santo, portanto é preciso 
que permaneçamos nEle, para que Ele também 
permaneça em nós. 
É na união do Espírito Santo com o nosso 
espírito que podemos ter o conhecimento por 
Sua revelação ao nosso espírito, das coisas 
espirituais que estão na pessoa de Deus, e que se 
discernem somente espiritualmente. 
53 
 
Uma das principais coisas que os apóstolos 
viram em relação à manifestação da vida eterna, 
por meio de Cristo, é que a comunhão com Ele e 
com Deus Pai gera a mais pura alegria espiritual 
(Jo 1.4). 
Todos os que andarem na luz e que tiverem 
comunhão com Deus haverão de experimentar 
esta alegria. 
A dispensação do evangelho não é uma 
dispensação de terror e de tristeza, mas de paz e 
de alegria. 
O terror que havia no Monte Sinai não existe 
para aqueles que se aproximam do monte Sião, 
porque aqui não se recebe a Lei escrita em 
tábuas de pedra, mas escrita no novo coração, 
recebido na regeneração pelo Espírito Santo. 
 
 
 
54 
 
Orar sem Cessar 
 
A ordenança bíblica de orar sem cessar, refere-
se a algo como reter o espírito de oração e 
contentamento no Senhor, conforme ele nos 
ensinou a fazer, e como o confirma o apóstolo 
Paulo em I Tes 5.17. 
Tenho feito assim ao longo dos anos, e não 
consigo ficar sem ter o meu pensamento 
sempre elevado a Deus, colocando diante dele, a 
revista de tudo aquilo que penso e faço, e até 
mesmo o que deixo de fazer. 
É como escovar os dentes. 
Adquirimos o hábito, e não conseguimos mais 
viver sem aquilo com que nos habituamos. 
Mas todo hábito precisa ser exercitado até que 
seja consolidado. 
Era isto que nosso Senhor queria nos ensinar 
com o "sem cessar". Ou seja: sem interromper o 
hábito que estávamos adquirindo, porque uma 
vez que ele for formado, dificilmente o 
deixaremos. 
Se deixarmos de alimentar a fogueira espiritual 
com a lenha da oração, o fogo se apagará. 
Então sem cessar é também não parar. Não 
interromper esta atitude de sempre orarmos, ao 
longo de todo o curso de nossa vida neste 
mundo. 
Sem isto, será impossível estarmos 
empenhados em alguma obra de Deus 
(ministério, serviço, dons). 
 
55 
 
Fugindo do Evangelho do Terror 
 
Se meus filhos se aproximassem de mim, 
sempre tremendo de medo, por causa de 
possíveis castigos que poderiam receber de 
minha parte, por me desobedecerem em algo... 
Se sempre se apresentassem cabisbaixos, 
tristes, preocupados, e temendo se 
aproximarem de mim por causa do grande 
medo que a minha pessoa lhes infundisse... 
qualquer pessoa com um mínimo de bom senso 
poderia concluir que algo de muito estranho 
estava ocorrendo neste tipo de relacionamento 
paternal e filial. 
Todavia é o que sucede a muitos cristãos em 
relação ao seu Pai comum que é o Senhor, 
porque vivem debaixo de um evangelho que 
consiste basicamente em ameaças, atos 
legalistas, e toda sorte do que poderíamos 
classificar de teologias nervosas e 
desesperadas, de pregadores que sentem por si 
mesmos, que servem a um Deus implacável e 
cruel, pronto a retribuir prontamente a 
qualquer pecado que for cometido, ainda que 
involuntariamente. 
Justificam ao Senhor condenando a si mesmos e 
a todos os demais pecadores. 
Afligem suas almas com o chicote da flagelação, 
pensando que com isto poderão agradar a Deus. 
O temor e tremor com o qual devemos andar 
diante do Senhor, é de respeito reverente à Sua 
elevada, honrada e exaltada Pessoa Divina. 
56 
 
É um temor de admiração, de adoração, de amor 
que nos constrange a buscar viver de modo 
santo na Sua presença. 
Sabedores que, ainda que por mais que 
tentemos viver de modo aprovado em tudo 
(ações, pensamentos, palavras), sempre haverá 
alguma fumaça no nosso fogo santo, todavia, 
pela sinceridade de nosso arrependimento e 
confissão, o Deus de amor que servimos, 
preservará, pela Sua exclusiva graça, a nossa 
comunhão de amor, alegria e paz com Ele, em 
todas as circunstâncias. 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
Ama Pecadores Mesmo! 
 
O Espírito Santo se compraz em habitar em 
almas ofensivas como as nossas, e disso 
deveríamos aprender a ter a mesma disposição 
que a dele. 
A graça não reside em almas perfeitas neste 
mundo. Lembremos sempre disto. 
Como nenhum cristão se encontra em estado de 
perfeição absoluta deste outro lado do céu, 
então nós temos que nos exercitar sempre em 
espírito de misericórdia, de perdão e mansidão. 
Por isso, nunca devemos nos julgar, de acordo 
com os nossos sentimentos presentes, porque 
nas tentações nós veremos muita fumaça 
desprendendo de pensamentos incorretos. 
Nós devemos nos precaver do falso raciocínio, 
porque nosso fogo não é como o dosdemais, ou 
então por parecer que não há qualquer fogo em 
nós. 
As portas de Jerusalém estavam queimadas, 
mas Deus providenciou para que fossem 
restauradas através de Neemias, de forma que 
erraram todos aqueles que pensavam que 
Jerusalém permaneceria sem portas para 
sempre. 
 Devemos lembrar que estamos na Aliança da 
Graça, em que nem toda medida é como fogo 
pleno, pois há muita faísca, que deve ser 
também vista como chama. 
58 
 
Todos os cristãos têm a mesma fé preciosa (II Pe 
1.1) por meio da qual obtiveram a perfeita justiça 
de Cristo. 
O evangelho é uma moderação misericordiosa, 
em que a obediência de Cristo é estimada como 
sendo a nossa (Rom 5.19). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
Amor Restaurador 
 
Cristo desceu do céu e se esvaziou de Sua 
majestade, para se oferecer a nós, como oferta 
suave de amor. E não desceremos de nossas 
elevadas vaidades para fazermos o bem a 
qualquer alma necessitada de salvação? 
Devemos portanto, nos guardar daquele espírito 
que em vez de exibir paciência, longanimidade, 
mansidão e misericórdia aos homens, 
demonstra fúria, exaltação e ira obstinada, 
ainda que em nome de fazer prevalecer a 
verdade. 
Devemos lembrar que não podemos fazer 
prevalecer a verdade agindo contra a verdade. 
E devemos nos lembrar sempre que o fruto da 
justiça é semeado em meio à paz, sobretudo, a 
paz interior dos nossos corações, enquanto 
ministramos. 
 No exercício da disciplina na Igreja devemos 
nos acautelar para não tentar matar uma mosca 
na testa de alguém com um martelo. O poder 
que é dado à Igreja é para edificação e não para 
destruição. 
 O amor cobre uma multidão de transgressões. 
Não foi exatamente isto que Deus fez conosco ao 
perdoar todos os nossos pecados, quando nos 
salvou em Cristo? 
 
 
 
 
60 
 
A Graça não Condena 
 
Deus não está condenando a qualquer pessoa na 
presente dispensação da graça, conforme 
afirmação de Jesus de que não veio condenar, 
mas salvar. 
A natureza de Deus é longânima, perdoadora, 
misericordiosa, amorosa, e por isso uma das 
características do amor destacada em I Cor 13.5 
é que ele não é facilmente provocado, ou seja, 
ele não se exaspera. 
Deus se ira contra o pecado, mas não tem 
qualquer prazer na morte dos ímpios, ou seja, de 
todos aqueles que não Lhe amam e aos Seus 
mandamentos. 
A ira pode ser definida como uma oposição 
séria e violenta de espírito contra qualquer mal, 
real ou suposto, ou devido a qualquer falta ou 
ofensa, porque isto está contra a natureza do 
amor. 
Nós somos chamados por Cristo a desejar o bem 
e a orar para o bem de todos, até mesmo de 
nossos inimigos, e até daqueles que zombam de 
nós e nos perseguem (Mat 5:44); e a regra dada 
pelo apóstolo é: “Abençoai aos que vos 
perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.” (Rom 
12.14), quer dizer, nós devemos desejar o bem e 
orar para o bem de todos, e em nenhum caso 
desejar o mal. 
Porque como imitadores de Deus, na busca da 
sua imagem e semelhança, é justamente o que 
61 
 
devemos fazer, porque isto é parte da essência 
divina. 
Dizemos que é um dever porque o evangelho 
veio trazer a restauração em nós, da imagem e 
semelhança, não com Adão, antes da queda no 
pecado, mas a do próprio Cristo, conforme se 
afirma amplamente na Bíblia. 
E o que temos em Cristo, quanto ao trato com as 
imperfeições que há na humanidade? Graça, 
amor, bondade, misericórdia, perdão, 
reconciliação, e justiça (a sua justiça que nos 
justifica). 
Os próprios juízos divinos na presente 
dispensação, têm em vista contribuir para a 
continuidade da referida restauração, e são 
corretivos e decorrentes da rejeição obstinada 
da graça que nos está sendo oferecida. 
As obras más ou boas de todas as pessoas serão 
somente passadas em revista no grande dia do 
Juízo Final. 
Por isso toda vingança é proibida por Deus, já 
que Ele afirma que toda a vingança lhe pertence. 
A regra é: “Não te vingarás nem guardarás ira 
contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu 
próximo como a ti mesmo: Eu sou o Senhor.” 
(Lev 19.18); e o apóstolo diz: “Não vos vingueis a 
vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; 
porque está escrito: A mim me pertence a 
vingança; eu retribuirei, diz o Senhor.” (Rom 
12.19), de forma que toda a ira que contém um 
desejo de vingança, é contrária ao cristianismo 
e proibida por Deus. 
62 
 
Disto Cristo falou em Mat 5.22: “Eu, porém vos 
digo que todo aquele que (sem motivo) se irar 
contra seu irmão estará sujeito a julgamento;”. 
Se uma pessoa se permitir ficar muito tempo 
irada com uma outra, logo esta ira se 
transformará em ódio. 
E assim nós achamos que na verdade acontece 
com aqueles que retêm um rancor nos seus 
corações contra outros, durante semana depois 
de semana, e mês depois de mês, e ano depois de 
ano. 
Eles virão no fim, a odiar verdadeiramente as 
pessoas contra as quais se deixaram irar assim 
deste modo. 
E este é um pecado mais terrível à vista de Deus. 
Então, não é de se admirar que esta seja a 
principal estratégia do diabo para nos afastar de 
Deus, e para nos manter sob julgamentos em 
nossas almas, e ainda a ficarmos à mercê de 
sermos oprimidos por ele. 
Assim, toda vigilância e sabedoria é ainda pouco 
para ter um coração manso, sofredor, paciente, 
perdoador. 
E mais do que isto, necessitamos do derramar 
abundante do amor de Deus nos nossos 
corações que é operado sobrenaturalmente 
pelo Espírito Santo. 
 
 
 
 
 
63 
 
Dar a Outra Face 
 
Em I Cor 13.4 se afirma que o amor é longânimo. 
Com isto se afirma que o amor nos dispõe a 
suportar com paciência os danos e ofensas 
recebidos de outros. 
O amor cristão nos convoca a suportar danos 
humildemente. 
Então, os danos deveriam ser suportados sem 
fazermos qualquer coisa para nos vingarmos. 
Então, aquele que exercita longanimidade para 
com o seu próximo, suportará os danos 
recebidos dele sem se vingar ou retaliar, seja 
por meio de ações prejudiciais ou palavras 
amargas. 
Nós não deveríamos deixar de amar nosso 
próximo porque ele nos prejudicou. 
Quando permitimos que os danos que nós 
sofremos perturbem a nossa tranquilidade de 
mente, e nos coloquem num estado de excitação 
e tumulto, então nós deixamos de aguentá-los 
no verdadeiro espírito de longanimidade. 
Se permitimos que o dano nos descomponha e 
inquiete, e que nos afaste de nosso descanso 
interior, nós não podemos desfrutar, nem estar 
num estado de nos desencarregarmos 
corretamente de nossos vários deveres, e 
especialmente no que se refere aos nossos 
deveres para com Deus, sobretudo a oração e a 
meditação. 
64 
 
E tal estado de mente é o contrário do espírito de 
longanimidade que suporta humildemente os 
danos que são citados no texto. 
A longanimidade é uma parte essencial da 
natureza de Deus, e por isso somos chamados a 
ser também longânimos, ou seja, tardios em se 
irar, que é o significado desta palavra. 
Deste modo, nós devemos não somente 
suportar um dano pequeno humildemente, mas 
também um tratamento bastante prejudicial de 
outros. 
 
 
 
 
 
65 
 
Restaurando Almas Quebradas 
 
Quando se diz que estamos vivendo na 
dispensação da graça, ou da paciência de Deus, 
isto não significa somente que Deus esteja 
sendo longânimo para com os pecadores, não 
trazendo os seus pecados imediatamente sob 
juízo, como também, e sobretudo, que Ele está 
fazendo um trabalho paciente de restauração de 
pecadores, para transformá-los em pessoas 
santas, amorosas e justas. 
Isto não é um trabalho que somente Deus 
executa, mas todos os que têm tido um encontro 
pessoal com Cristo, devem aprender a realizá-lo 
com a mesma paciência, misericórdia e atitude 
perdoadora do Senhor. 
Trata-se de pegar os ossos quebrados das almas 
dos que se arrependem, e juntá-los 
pacientemente num trabalho longo e 
minucioso, que exige de nós toda paciência em 
amor e tolerância, e disposição para suportar 
tristezas, agressões, ingratidões,por parte 
destes que estão sendo ajudados, até vermos 
Cristo sendo formado neles, por uma mudança 
significativa do seu comportamento anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
66 
 
Efeito da Palavra no Coração 
 
A Palavra de Cristo é uma palavra distintiva que 
separa o precioso do vil, e foi por esta Palavra 
que Judas ficou separado dos demais apóstolos, 
porque não se firmou nela. 
É por esta Palavra que os cristãos são 
santificados (João 17.17). Esta Palavra é quem 
purifica os nossos corações (At 15.9). 
É pela Palavra que o Espírito refina os cristãos de 
toda escória do mundo e da carne, e remove 
deles todo fermento dos escribas e fariseus. 
Quando a Palavra de Cristo habita ricamente no 
coração do cristão ele fica santificado por esta 
Palavra. 
Seus pensamentos são direcionados para Deus, 
seus objetivos de vida são centrados em Cristo, 
a carnalidade e todo comportamento mundano 
são despojados, e o lugar deles é ocupado pelo 
revestimento das virtudes de Cristo, em 
pensamentos espirituais, celestiais e divinos. 
O Espírito Santo se move num coração que está 
assim tomado pelo amor de Deus, e por 
sentimentos puros e elevados. 
O contrário disto produz uma porta aberta para 
as operações do Inimigo, porque ele acha um 
repouso seguro num coração impuro que seja 
dominado pelo ódio, pela inveja, ciúme, 
sensualidade e toda forma de obra da carne. 
Nós comprovamos que somos limpos pela 
Palavra, quando nós produzirmos fruto de 
santidade. 
67 
 
Amor em Submissão 
 
Jesus declarou várias vezes que todo o Seu 
prazer era fazer a vontade do Pai. 
Há na própria Trindade um belo exemplo da 
submissão que é exigida dos cristãos. 
 O princípio do verdadeiro amor é submissão. 
Onde há o desejo de prevalecer sobre o outro já 
não pode mais existir o amor. 
A natureza do amor mesma chama por esta 
submissão implícita, este desejo de ouvir, 
atender e servir ao outro. 
E nisto Jesus nos deixou um exemplo perfeito do 
caráter desta obediência em amor. 
Estamos muito acostumados a ver submissão 
pelo modelo autoritário que há no mundo, mas 
a submissão em amor nada tem a ver com isto, e 
a este respeito Jesus havia alertado os discípulos 
que aquele que quisesse ser o maior entre eles, 
deveria ser o servo de todos. 
A grandeza do reino dos céus está em se fazer 
pequeno diante de seus próprios olhos, perante 
aqueles que devemos nos colocar numa posição 
de serviço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
68 
 
Estar em Cristo 
 
Devemos permanecer (estar) em Cristo, em 
comunhão espiritual, para que Ele permaneça 
(esteja) em nós. 
Veja que esta palavra foi dirigida aos que já eram 
cristãos. 
Exige-se constância nesta permanência no 
Senhor para a frutificação. 
Aqueles que são de Cristo têm que permanecer 
nEle. Ele nos convoca a estarmos nEle por fé, e 
Ele estará em nós pelo Espírito. 
Ele promete que da parte dEle nunca falhará 
nesta união, pois tem dito que permanecerá em 
nós caso permaneçamos nEle. 
Esta permanência será real na medida que tiver 
a evidência de estarmos cumprindo os 
mandamentos de Cristo, permanecendo na Sua 
Palavra que será luz para os nossos pés em nossa 
caminhada neste mundo. 
O ramo não pode ter vida separado da videira; de 
igual modo a vida espiritual que está em Cristo 
só pode ser experimentada se estivermos 
unidos a Ele permanentemente. 
A necessidade de estar em Cristo tem a ver com 
a nossa fertilidade (v. 4, 5). Ele diz que sem Ele 
nada podemos fazer, mas se estivermos nEle e 
suas Palavras em nós, daremos muito fruto. 
Aquele que é constante no exercício da fé e 
amor a Cristo, aquele que vive nas Suas 
promessas e é dirigido pelo Seu Espírito, dará 
muito fruto, e será muito útil à glória de Deus. 
69 
 
A Prova da Amizade 
 
O Senhor não nos trata como escravos, mas 
como amigos. Ele nos revelou toda a verdade 
que está no seio do Pai. Ele não age de maneira 
reservada com nenhum daqueles que guardam 
os Seus mandamentos. Ao contrário, faz com 
que privem da Sua intimidade, pelo fato de 
guardarem os Seus mandamentos. 
É pela nossa obediência ao Senhor que 
provamos a nossa amizade a Ele. Na verdade é 
impossível estar em relação de amizade com Ele 
sem esta obediência que Lhe é devida em tudo. 
Assim como foi Ele que tomou a iniciativa de se 
revelar a nós, ao nos ter escolhido para privar da 
Sua amizade, de igual maneira continuamos 
dependendo sempre que Ele tome a iniciativa de 
manifestar a nós as provas patentes da Sua 
amizade, quando derrama o Seu amor nos 
nossos corações por meio do Espírito Santo. 
 
 
 
70 
 
Um Plano Perfeito Para Produzir Perfeição 
 
Para sempre saberemos porque devemos ser 
humildes, gratos, bondosos, amorosos, 
longânimos e misericordiosos. 
Porque aprendemos a duras penas aqui na terra, 
pelo plano perfeito de Deus, o quanto ele é isto 
tudo em sua própria natureza, pelo quanto 
podemos aprender em todos os sofrimentos que 
aqui passamos. 
Os anjos no céu também aprendem acerca desta 
verdade. 
Diferentemente de nós, eles nunca souberam o 
que é o sofrimento por causa do pecado. 
Mas nós o temos conhecido, temos pago o preço 
do sofrimento juntamente com Cristo, para que 
jamais esqueçamos, e todas as criaturas do céu, 
por toda a eternidade, que nada somos sem a sua 
graça divina. 
Deus jamais terá que convencer a qualquer 
daqueles que alcançarem a glória eterna, o que 
eles devem ser, porque a lição já tem sido dada 
na prática. 
Não faria qualquer sentido, se tudo sempre 
fosse um céu perfeito de glória, Deus nos dizer, 
em estado de perfeição absoluta, que 
deveríamos ser humildes, longânimos e 
misericordiosos. 
Certamente lhe perguntaríamos sem nada 
entender: “o que é isto Senhor?” 
Mas, pelo plano perfeito de Deus, nós agora o 
sabemos. 
71 
 
Remando contra a Maré 
 
A palavra, "aprendi", é uma palavra que significa 
dificuldade; mostra que a satisfação, o 
contentamento do apóstolo Paulo não foi criado 
por aquilo que é natural, ou seja, não se 
encontrava em sua própria natureza. 
 
Paulo não chegou a isto naturalmente, mas o 
havia aprendido do alto. 
 
Isto lhe custou muitas orações e lágrimas. 
 
Isto lhe foi ensinado pelo Espírito Santo. 
 
Porque coisas celestiais, espirituais e divinas 
são difíceis de se obter. 
 
Estamos inclinados naturalmente para o mal, e 
é uma coisa fácil ser mau. 
 
O inferno pode ser atingido sem dificuldades, 
mas céu somente por esforço. 
 
As coisas celestiais e espirituais estão contra a 
natureza. 
 
A autonegação é contra a natureza, porque ela 
exige que nos entreguemos à vontade de Deus; 
enquanto nos esforçamos para nos despojar do 
pecado. 
 
72 
 
Então, isto deve ser aprendido, e sem disciplina 
e o autoexame no Espírito, não pode ser 
aprendido, ou seja, nunca será visto em nós 
como um comportamento permanente. 
 
Somente o Espírito Santo pode acender nossa 
lâmpada enquanto neste mundo. 
 
Paulo chama a isto de as coisas profundas, 
insondáveis e inescrutáveis de Deus (Rom 11.33), 
porque as coisas espirituais estão acima da 
natureza. 
 
Roguemos então ao Espírito de Deus para nos 
ensinar; nós devemos ser "divinamente 
ensinados". 
 
"Todos os teus filhos serão ensinados do 
Senhor". (Is 54.13). 
 
 
73 
 
O Excessivo Cuidado da Vida 
 
"Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo 
que haveis de comer ou pelo que haveis de 
beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que 
haveis de vestir. Não é a vida mais do que o 
mantimento, e o corpo mais do que o 
vestuário?” (Mt. 6. 25). 
 
 Neste sentido, quanto às palavras do Senhor, 
deveria ser o cuidado de um cristão não ter 
nenhum cuidado. 
 
A palavra cuidadoso no grego primitivo, 
significa “cortar o coração em pedaços". 
 
Devemos portanto ter o cuidado de não estar 
sobrecarregados com o tipo de cuidados que 
dividem a nossa alma. 
 
Tenhamos cuidado com isto. 
 
Somos exortados a entregar os nossos cuidados 
ao Senhor:"Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, 
e ele tudo fará." (Sl 37.5). 
 
A palavra hebraica para entregar é lançar. 
 
74 
 
Deste modo, o nosso trabalho consiste em jogar 
o nosso cuidado fora (I Pe 5.7), porque o trabalho 
de cuidar não é nosso, mas de Deus. 
 
“lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, 
porque ele tem cuidado de vós.”(I Pe 5.7). 
 
É por causa da nossa falta de domínio próprio 
que tiramos o trabalho de Deus das Suas mãos. 
 
E fazer isto é desonrar a Deus, isto é, tentar 
tomar a providência que cabe a Ele e não a nós, 
como se Ele estivesse sentado no céu e não 
prestasse atenção às coisas aqui embaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
A Recompensa do Contentamento 
 
Se há um céu na terra, você é este céu. 
 
Lembre sempre que quando a graça estiver lhe 
coroando não é tanto para você ficar contente, 
mas para confirmar a sua aprovação nas 
tentações, nas agonias, nas cruzes que tem que 
carregar. 
 
E é esta aprovação divina a causa do seu 
contentamento. 
 
Deus irá recompensar o cristão contente, que 
como Paulo, aprendeu a viver contente em toda 
e qualquer circunstância, nunca deixando de 
fazer a vontade do Seu Senhor, e dando-Lhe a 
prova de um testemunho vivo de estar satisfeito 
com a porção (alegrias ou tristezas) que tem 
recebido de Deus neste mundo. 
 
Um cristão contente é um cristão fiel, e ao 
cristão fiel Deus tem feito a promessa de 
conduzi-lo a um grau cada vez maior de 
santidade, e de honra, e de bênçãos, enquanto 
prossegue para o alvo da perfeição cristã no seu 
combate contra os poderes das trevas, contra a 
carne e contra o mundo. 
 
O prazer que um cristão sente no Senhor, em 
ser-Lhe fiel a toda a Sua vontade, jamais deixará 
de ser recompensado por Ele, e o Senhor fará 
76 
 
isto, principalmente, colocando contentamento 
no seu coração em todas as circunstâncias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
Já Não Morre Mais 
 
O hábito de santidade é preservado em nós pelas 
ações poderosas e constantes do Espírito Santo. 
E a razão e a fonte deste trabalho do Espírito 
estão em Cristo, a nossa cabeça, da qual emana 
toda virtude e poder a nós pelo Espírito. 
E se isto não fosse de fato sempre continuado, 
tudo o que está em nós, de si mesmo, morreria e 
murcharia. 
 
“15 Antes, seguindo a verdade em amor, 
cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, 
Cristo, 
16 Do qual todo o corpo, bem ajustado, e ligado 
pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa 
operação de cada parte, faz o aumento do corpo, 
para sua edificação em amor.” (Ef 4.15,16). 
 
“Porque já estais mortos, e a vossa vida está 
escondida com Cristo em Deus.” (Col 3.3). 
 
 
 
 
78 
 
Aprendendo a Vencer no Tempo de Deus 
 
“Vou resolver logo este problema. Sou prático e 
imediato. Nada deixo para fazer amanhã.” 
Esta é uma norma sábia e necessária para 
resolver emergências naturais, e outros 
assuntos de caráter natural, mas pode ser que 
até mesmo nestas situações sejamos chamados, 
como em todas as situações espirituais, a 
esperar o tempo determinado por Deus, para 
agirmos, se for o caso. 
Dizemos se for o caso, porque Ele poderá 
resolver o problema mesmo sem a nossa 
intermediação. 
A Bíblia está repleta de exemplos quanto ao fato 
de que, sobretudo nas batalhas espirituais 
contra os principados e potestades do mal, 
sempre teremos que aguardar o tempo e os 
métodos de guerrear de Deus, para cada 
situação específica, para que sejamos bem 
sucedidos. 
Esta lição foi passada ao povo de Israel desde que 
tiveram que empreender a primeira grande 
batalha para conquistarem a terra de Canaã. 
Foi nosso Senhor que traçou a estratégia 
daquela guerra e a revelou a Josué, quando veio 
à sua presença, quando lhe ordenou para tirar as 
sandálias de seus pés. 
Os israelitas teriam que rodear as grandes e 
fortificadas muralhas de Jericó por sete dias 
seguidos, carregando a arca da aliança diante 
deles. 
79 
 
Por que o Senhor não derrubou as muralhas no 
primeiro dia, como bem poderia fazê-lo? 
Sete simboliza perfeição. Dias, tempo. Então 
aquilo deveria ser feito no tempo perfeito de 
Deus. 
Um dos grandes motivos de não ter feito 
imediatamente, tinha em vista ensinar aos 
israelitas que nas batalhas espirituais, somente 
devemos agir no tempo indicado pelo Senhor, e 
não quando o desejarmos. 
Outro exemplo sacado das Escrituras, 
encontramos numa das batalhas empreendida 
por Davi contra os filisteus. Foi-lhe ordenado 
que aguardasse por um grande barulho que o 
Senhor produziria acima do grande arvoredo 
que separava os israelitas e os filisteus, o qual 
seria semelhante ao tropel de um grande 
exército, que produziria grande pavor nos 
filisteus. Davi aguardou, e foi bem sucedido. 
Agora temos um exemplo de insucesso que 
custou o reinado a Saul, e a morte de muitos 
israelitas, porque ficou ansioso e atemorizado 
pela demora de Samuel. 
Deus lhe disse que aguardasse por sete dias a 
chegada do profeta e sacerdote para apresentar 
o holocausto que lhe daria sucesso na batalha. 
Ele esperou os sete dias, mas não até o final do 
sétimo dia. Fez o que lhe era vedado pela Lei, no 
lugar de Samuel. E, mal terminara de cometer 
seu desatino, Samuel chegou, antes de findar o 
prazo estabelecido. 
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Então, oremos, vigiemos, sejamos pacientes em 
nossa espera pelo sinal que o Senhor nos dará 
para agirmos, porque é poderoso para nos 
auxiliar nas nossas batalhas espirituais para 
termos paz e alegria em nossos corações, em 
toda e qualquer circunstância. 
E também para que sejamos ajudados a não 
sucumbirmos ao o mal que o Inimigo de nossas 
almas tiver forjado contra nós. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Servindo em Pureza 
 
“10 Disse também o Senhor a Moisés: Vai ao 
povo, e santifica-os hoje e amanhã, e lavem eles 
as suas roupas, 
11 E estejam prontos para o terceiro dia; 
porquanto no terceiro dia o Senhor descerá 
diante dos olhos de todo o povo sobre o monte 
Sinai.” (Ex 19.10,11). 
 
Vemos que foi exigido nesta e em muitas outras 
passagens do Antigo Testamento que o povo de 
Israel se santificasse antes que se lançasse à 
execução de qualquer tarefa determinada por 
Deus, ou para a recepção de qualquer bênção 
prometida por Ele. 
A razão de ser exigida esta santidade anterior ao 
ato de obediência ao mandamento, é porque 
todo ato de verdadeira santidade tem que ter 
algo sobrenatural nisto, de um princípio 
renovador interno da graça. 
Nós fomos criados para viver para Deus. 
E este propósito da criação divina cumpre-se 
naqueles que o amam e que lhe obedecem. 
Todavia, não pode haver verdadeira obediência, 
no que se refere à vontade de Deus, sem que 
estejamos sendo santificados. 
Aquele que diz que obedece a Deus deve estar 
em comunhão com Ele, deve andar com Ele, 
assim como se diz na Bíblia desde o princípio, 
nos exemplos de Enoque, Noé e Abraão. 
Eles tinham prazer em Deus e na Sua vontade. 
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Eram Seus amigos verdadeiros porque amavam 
fazer a Sua vontade e cumprir os Seus 
mandamentos. 
É a isto que Jesus se refere quando diz que somos 
Seus amigos se fizermos o que Ele nos manda 
fazer. 
 E é de fato assim, porque no que se refere a 
obedecer a Deus, nós provamos que somos de 
fato Seus amigos pelo modo com que amamos e 
fazemos a Sua vontade. 
Nós não obedecemos os Seus mandamentos de 
modo interesseiro, com vistas a sermos 
considerados Seus amigos, mas o fazemos 
espontaneamente, de livre escolha e vontade 
porque Ele é todo o nosso prazer e razão de ser 
da nossa vida. 
E quem implantou este sentimento, esta 
disposição interior no nosso coração, esta 
amizade sincera por Deus, foi o Espírito Santo, 
porque todos nós, antes da nossa conversão, 
éramos inimigos de Deus, por causa do pecado 
que dominava de modo absoluto a nossa 
natureza terrena. 
E o Espírito Santo operou este trabalho em nós 
em cumprimento ao desígnio do próprio Deus 
que havia determinado trocar

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