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Mensagens Curtas Para Meditação Diária 6

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Mensagens 
Curtas 6 
 
 
Para Meditação Diária 
 
 
 
 
 
Silvio Dutra 
 
 
 
 
 
 
Set/2016 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A474 
 Alves, Silvio Dutra 
 Mensagens curtas 6./ Silvio Dutra Alves. – Rio de 
 Janeiro, 2016. 
 205.; 14,8x21cm 
 
 1. Teologia. 2. Graça 3. Fé. 
 I. Título. 
 
 CDD 230 
3 
 
Sumário 
Falando no Espírito a um Filho Amado.... 
 
10 
Morreu... Acabou? .............................................. 
 
12 
Verdades Ocultas na Parábola do Filho 
Pródigo...................................................................... 
 
 
14 
Consciência Aperfeiçoada pela 
Liberdade................................................................. 
 
 
17 
Nunca Haverá o Comprimido do Amor... 
 
19 
É Difícil Ser Misericordioso Segundo a 
Graça.......................................................................... 
 
 
20 
Vivendo sem Focar a Eternidade................ 
 
21 
A Busca de Consolação..................................... 
 
24 
Necessitamos Sempre Aumentar a Fé..... 
 
26 
Um Consolador Paciente, Incansável e 
Amoroso................................................................... 
 
 
28 
Um Pai Amoroso.................................................. 
 
30 
Porque o Corpo do Homem Morre............ 
 
32 
Bem-Aventurados os Que Morrem no 
Senhor....................................................................... 
 
36 
4 
 
O Perigo da Interpretação Fora de 
Contexto................................................................... 
 
 
38 
Não Há Bondade Como a de Deus.............. 
 
40 
Escrito na Mente e no Coração.................... 
 
45 
Santificação não é Justificação..................... 
 
49 
Prescrevendo Apenas o Remédio............... 
 
51 
Julga com Amor Segundo a Reta Justiça. 
 
54 
Deus Será Glorificado ao Julgar o Mal...... 
 
56 
Como Saber se Sou Abençoado por 
Deus? ......................................................................... 
 
 
57 
O Espírito de Mártir............................................ 
 
58 
Mais do que Lei de Diamante........................ 
 
60 
O Plano é Perfeito Embora Sejamos 
Imperfeitos............................................................. 
 
 
62 
Almas que Se Perdem e Almas que se 
Ganham.................................................................... 
 
 
65 
Células Espirituais que Vivem...................... 
 
67 
A Esperança que Nunca Morre.................... 
 
69 
5 
 
Viver Pela Fé.......................................................... 
 
72 
A Mensagem Central do Evangelho.......... 
 
74 
Espiritualizar......................................................... 
 
77 
O Homem é Inimigo de Deus....................... 
 
78 
Porque Caminha Mal o Nosso Mundo..... 
 
81 
O Segredo da Frutificação............................... 
 
84 
Não Havia o Mal no Princípio, na 
Criação...................................................................... 
 
 
86 
A União que Dá Vida Eterna........................... 
 
88 
Nossa Necessidade do Espírito Santo....... 
 
90 
Por que Mudar pela Fé? .................................. 
 
93 
Num Morremos e Noutro Vivemos.......... 
 
95 
A Única Palavra Viva.......................................... 
 
96 
O Orgulho Mata.................................................... 
 
97 
Não Comparecer com o Coração Vazio... 
 
98 
Sem Cristo Não Dá.............................................. 
 
100 
A Graça Supera a Aflição................................. 102 
6 
 
O Motivo Real da Nossa Alegria................... 
 
104 
A Relação da Fé com a Bíblia......................... 
 
106 
O Preparo para a Obra do Ministério........ 
 
109 
Sempre Há uma Saída....................................... 
 
115 
"Dai a cada um o que deveis: a quem 
tributo, tributo; a quem imposto, 
imposto...” ............................................................... 
 
 
 
116 
Paciência na Tribulação (Rom 12.12) ........ 
 
120 
Admoestação dos Insubmissos.................... 
 
122 
Retorno à Vitalidade Original....................... 
 
125 
O Evangelho Exige Moderação..................... 
 
129 
Porque Necessitamos Converter o 
Nosso Coração...................................................... 
 
 
131 
Tal Caminho, Tal Pessoa................................. 
 
133 
A Ênfase Deve Estar no Amor....................... 
 
135 
Concessão de Maior Capacitação mas 
não de Menor Amor........................................... 
 
 
138 
Não se Condenar no que Aprova................. 
 
140 
7 
 
O Ponto Mais Difícil da Vida Cristã............ 
 
142 
Lições em Ziclague............................................. 
 
146 
Não Recusar o Consolo Disponível............. 
 
149 
Vede como Andais.............................................. 
 
152 
Não Tenho Pressa................................................ 
 
153 
Paciência com os Que Não Têm 
Paciência.................................................................. 
 
 
154 
Mais do Que Vencedores................................ 
 
156 
Deve Bater Repetidamente como o 
Martelo..................................................................... 
 
 
157 
Quebrado para Ser Levantado...................... 
 
158 
Um Passo Muito Além...................................... 
 
160 
Quem Ama as Trevas Odeia a Luz............... 
 
161 
A Paz é Fruto do Andar em Justiça............. 
 
163 
Navegando com Segurança no Mar da 
Vida............................................................................. 
 
 
165 
Removendo o Mal da Fonte........................... 
 
168 
Afligidos na Luta Espiritual............................ 169 
8 
 
As Faculdades do Espírito............................... 
 
171 
Conhecimento Real do Deus Vivo.............. 
 
173 
Semeando com Lágrimas............................... 
 
174 
Dando a Vida Pelos Irmãos............................. 
 
175 
Sempre Chegará a Hora da Paz e da 
Alegria....................................................................... 
 
 
177 
Rochas Inabaláveis............................................. 
 
178 
Não se Cumpre em Nenhum Outro........... 
 
179 
A Grande Perda.................................................... 
 
182 
O Altar do Coração Quebrantado................ 
 
184 
Sodoma e Gomorra que Respondam........ 
 
186 
Perdão Infinito de uma Culpa Infinita...... 
 
188 
Quando Há a Necessidade de se 
Envergonhar? ....................................................... 
 
 
189 
Ser e Existir............................................................. 
 
191 
Paz e Alegria na Hora da Morte................... 
 
193 
A Oração e as Promessas................................. 
 
194 
9 
 
Somente o Bem é e Será para Sempre...... 
 
195 
Lutando por Algo Superior e Melhor....... 
 
197 
Abatidos mas não Destruídos........................ 
 
199 
Indestrutível.......................................................... 
 
200 
Uma Palavra de Conforto................................ 
 
201 
Os Puritanos e Nós.............................................. 
 
204 
Sossega Coração! ................................................ 
 
205 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
Falando no Espírito a um Filho Amado 
 
Deus é a fortaleza das nossas vidas. 
Devemos sempre crescer na graça e no 
conhecimento de Jesus para que nossas vidas 
estejam inteiramente absorvidas nele e 
somente nele. 
Deus nos criou para aumentar a Sua própria 
glória. Por isso devemos viver para Ele, porque 
somente pode tersatisfação em nós quando 
cumprimos este propósito para o qual fomos 
criados. Principalmente o de conhecer e viver o 
fruto do Espírito Santo, por meio da fé, e 
somente da fé, que deve ser exercitada 
continuamente pela oração e prática da Palavra. 
Pena que tão poucos entendem e vivem a 
linguagem e a realidade das coisas espirituais e 
celestiais. Por isso louvo ao Senhor por tua vida, 
que podes compreendê-las bem. E esta é toda a 
alegria dele e nossa, porque nos sentimos muito 
solitários pela falta de alguém com quem 
possamos ter plena comunhão no Espírito. 
Temos aprendido, pelo poder da graça, a nos 
gloriarmos nas injúrias, nas necessidades, nas 
perseguições, nas ofensas sofridas, nas 
ingratidões, enfim, em tudo o que antes nos 
oprimia, agora nos leva a exultar no poder do 
Senhor Jesus, que nos dá paz, alegria e 
longanimidade em meio a tudo isto. 
E o poder do Espírito Santo se aperfeiçoa na 
nossa fraqueza quando nos dispomos a perdoar 
a todos e a dilatar o nosso coração para viver na 
11 
 
mesma humildade que habitou e habita no 
Senhor Jesus. 
Ele é o Criador, o Todo Poderoso, o Senhor de 
tudo e de todos, e ainda assim não se 
envergonha de nos chamar de irmãos. E tudo 
tem suportado de nós e por amor de nós, para 
nos aperfeiçoar à sua própria imagem, para 
aquele grande dia que se aproxima no qual 
seremos juntamente arrebatados com palmas 
nas mãos, com vestes brancas, cantando o novo 
cântico de Moisés e do Cordeiro. 
A quem compararemos o Senhor? Para o qual 
vivemos ou morremos? Não importa o quanto 
sofremos aqui neste mundo. Tudo será contado 
para o nosso galardão, em ter suportado com 
paciência, no poder do Espírito Santo, toda sorte 
de tribulações, nas quais nos gloriamos, porque 
é por elas que temos sido transformados, e 
aprendido a paciência, a perseverança e a 
experiência, que não confunde, porque 
sabemos que toda a nossa esperança está no 
Senhor Jesus, no qual vivemos e viveremos para 
sempre pelo poder sustentador da Sua própria 
vida divina. 
Ele é a Videira Verdadeira, a Árvore da Vida, o 
Príncipe da paz, o Deus Forte, o Pai da 
Eternidade, o Senhor de todos os senhores da 
terra e do céu, o Rei dos reis cujo reino é para 
sempre e de justiça e amor perfeitos. 
Fica na paz do Senhor, meu filho amado! 
 
 
12 
 
Morreu... Acabou? 
 
Se assim fora, no caso de seres morais, que têm 
plena consciência do valor do que é certo e do 
que é errado, e principalmente da sua 
existência, não haveria qualquer razão para 
temer um possível juízo futuro da parte de Deus. 
Qual vantagem teria o que faz o bem sobre 
aquele que vive para praticar o mal? 
Afinal, as vicissitudes da vida não atingem tanto 
a um quanto o outro? 
Todavia, a nossa própria constituição moral e o 
tribunal instalado por Deus na nossa 
consciência, são os indicadores de um acerto de 
contas final, no qual haverá um julgamento de 
caráter eterno para recompensar os que 
praticam o bem com galardões e a vida eterna, e 
os que praticam o mal com castigos e uma 
condenação também eternos. 
Concluímos então que não haveria qualquer 
sentido em sermos o que somos (seres morais) 
caso houvesse uma aniquilação total da nossa 
existência depois da morte física. 
O espírito prossegue eternamente e 
comparecerá perante Deus para que suas obras 
sejam julgadas pela justiça perfeita divina. 
Se não houvesse um juízo final de um Juiz 
perfeito, poderíamos dizer que isto configuraria 
a maior injustiça do universo, porque mesmo 
em nós, que somos imperfeitos, há uma clamor 
para que haja justiça tanto para recompensar o 
bem, quanto para punir o mal. 
13 
 
Por isso o próprio Deus puniu o pecado com um 
castigo de valor eterno e infinito, para que 
pudéssemos ser perdoados e satisfazer à 
demanda da justiça divina, quando Ele levou o 
seu próprio filho amado, Jesus Cristo, à cruz, 
para morrer no nosso lugar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
Verdades Ocultas na Parábola do Filho Pródigo 
 
A Parábola do Filho Pródigo é realmente uma 
bela e profunda parábola, mas Jesus não a 
apresentou para ser uma espécie de resumo do 
que seja a vida cristã, mas para ilustrar uma 
parte do que significa esta vida. 
Por exemplo: ela não faz qualquer alusão à 
expiação do pecado pelo sangue de Cristo, mas 
sabemos que foi esta expiação que possibilitou 
que o pai, que representa Deus na parábola, 
corresse para o filho e pudesse perdoá-lo e 
recebê-lo para estar reconciliado com ele, 
apesar de toda a sua dívida de faltas e pecados 
cometidos contra o seu pai. 
Fazer portanto, desta parábola um resumo de 
todo o cristianismo é incorrer em grande erro, 
porque o amor de Deus pelos pecadores 
perdidos não se fundamenta em mero 
sentimento ou emoção. 
Seu amor se funda na eleição incondicional na 
qual não conta qualquer mérito da nossa parte. 
O pai não recebeu o filho pelo fato de 
reconhecer que havia algo de valor no rapaz, ou 
então porque houvesse da sua parte bons atos 
praticados no passado que deveriam ser 
recompensados com o seu acolhimento. 
Ele fora filho no coração do pai antes mesmo de 
ter sido criado, mas importava que esta filiação 
se confirmasse pelo arrependimento e busca do 
pai para compartilhar da sua intimidade. 
15 
 
Isto a parábola revela, ainda que não de modo 
direto. 
Esta verdade está ali nela contida, sublinhada 
com a declaração do pai de que o pródigo se 
achava morto e perdido, antes de retornar ao lar. 
E o que permitiu o seu acolhimento foi o 
arrependimento e fé na bondade e misericórdia 
do seu pai. 
Outro ponto essencial do cristianismo que não é 
citado nesta parábola é a ação do Espírito Santo 
na nossa conversão e transformação, e o esforço 
empreendido por Deus na sua busca incansável 
dos perdidos. 
Por isso, temos nas duas outras parábolas que 
nosso Senhor apresentou na mesma ocasião 
(Ovelha Perdida e Dracma Perdida), o esforço 
anteriormente citado. 
Sem o todo da revelação que temos em outras 
partes das Escrituras, e caso nosso Senhor 
tivesse contado a Parábola do Filho Pródigo para 
ser um resumo do cristianismo, o que não é o 
caso, nós poderíamos afirmar que se alguém 
está afastado de Deus, por sua própria iniciativa, 
como foi o caso do pródigo, então estaríamos 
autorizados a não fazer qualquer esforço com 
nossas orações intercessórias, e outros meios, 
para trazer o perdido de volta à vida. 
Todavia, sabemos claramente que não temos 
nenhuma autorização das Escrituras para 
adotarmos este tipo de comportamento. 
Por isso o propósito da parábola é exatamente o 
de demonstrar que há grande alegria no céu 
16 
 
pela conversão dos pecadores, e que Deus está 
plenamente disposto a receber todos os 
perdidos que vierem a Ele em busca de 
reconciliação. 
A parábola tem este grande objetivo de 
incentivar os pecadores a buscarem refúgio em 
Deus, com plena confiança de que não serão 
rejeitados. 
Nosso Senhor havia afirmado em outra ocasião 
que não rejeitaria a qualquer pessoa que viesse 
a Ele em busca de salvação, e que jamais a 
lançaria fora. 
Nada e ninguém poderá impedir que o pai 
receba o filho no lar celestial, nem mesmo os 
que tentarem impedi-lo sob a alegação de 
estarem servindo a Deus fielmente, como se 
destaca na parábola no procedimento do irmão 
mais velho do pródigo. 
Um pecador pode ser muito vil para toda e 
qualquer outra coisa, mas ele não pode ser 
muito vil para a salvação. 
Estas verdades podem ser vistas de modo muito 
claro na Parábola do Filho Pródigo. 
 
 
17 
 
Consciência Aperfeiçoada pela Liberdade 
 
Sem o devido conhecimento da justificação e da 
consequente liberdade cristã que dela decorre, 
não é possível ter uma boa consciência que não 
somente não nos acuse mais, e que também não 
hesite quanto às coisas que devem ser feitas sem 
hesitação e com constância, pela plena certeza 
de que somos aprovados por Deus, na liberdade 
que temos em Cristo Jesus. 
É portanto crucialconhecer o que significa esta 
liberdade para que possamos adquirir a citada 
consciência por meio da educação recebida da 
graça. 
Antes de tudo é necessário saber que há uma 
grande diferença entre justiça legal e justiça 
evangélica. 
A justificação que recebemos em Cristo não é de 
caráter segundo a lei, mas segundo o perdão e 
misericórdia do evangelho. 
Os cristãos devem observar a lei, mas não é dela 
que obtêm a sua liberdade, mas por 
simplesmente olharem para Cristo. 
Porque o assunto em questão, quanto à 
liberdade que alcançamos pela fé, não é como 
podemos ser justos, mas como, embora 
indignos e injustos, podemos ser considerados 
justos. 
Para o cristão a lei serve apenas para lembrá-lo 
do seu dever de ser santo e puro diante de Deus 
e dos homens. 
18 
 
Mas isso não lhe virá pelo mero esforço em 
cumprir os mandamentos, mas em andar com 
constância no Espírito Santo, em submissão ao 
poder da graça operante em seu coração. 
A lei exige total perfeição e condena qualquer 
imperfeição, mas a graça nos liberta porque se 
baseia na promessa de Deus, na dispensação do 
evangelho, de nos perdoar e ser misericordioso 
para com todos os nossos pecados e iniquidades. 
Não por nos dar licença para vivermos em 
pecado, mas por compreender que não há quem 
não peque, enquanto estiver neste mundo, 
porque o pecado está ligado à nossa velha 
natureza, e dali pode ser removido somente pelo 
poder de Cristo. 
Por isso se afirma em Romanos 7, que em Cristo, 
morremos para a lei, porque não estamos mais 
debaixo das exigência da lei, para agradarmos a 
Deus, mas da graça. 
Na lei, consideraríamos tudo o que somos e 
fazemos, como sendo uma transgressão, mas 
em Cristo, somos libertados das severas 
exigências da lei, e podemos alegremente 
responder ao chamado de Deus. 
 
 
19 
 
Nunca Haverá o Comprimido do Amor 
 
“É só tomar um comprimido destes a cada 12 
horas, e você amará a Deus e ao próximo!” 
Nunca se ouviu isto e certamente nunca será 
ouvido. 
E por que podemos fazer esta afirmação? 
Porque todo o arsenal medicamentoso, e entre 
este, as drogas prescritas para a normalização 
das funções do cérebro, podem atuar somente 
no que é somático, e jamais sobre o espírito. 
E o amor é uma propriedade do espírito 
humano, senão a mais importante delas. 
Sequer podemos explicar o amor como um 
simples ato da vontade. 
Se assim fosse, jovens não recusariam se casar 
com pretendentes que sejam do agrado dos seus 
pais, por falta de amor. 
Não se pode forçar o amor, nem mesmo com os 
melhores argumentos. 
O amor é voluntário. 
E nunca saberemos explicar porque alguns 
amam a Deus e outros não. 
Porque alguns chegam a amar a Sua vontade, e 
outros a rejeitam por toda a vida. 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
É Difícil Ser Misericordioso Segundo a Graça 
 
Quando se é misericordioso com as faltas 
alheias, e quando não se tem um espírito crítico 
para se comparar com outros, achando-se 
superior a eles, quando se vive de forma 
mundana e carnal, é muito fácil. 
O grande desafio é ser assim quando se está 
santificado pela graça de Cristo. 
Aqui, a tentação para se tornar fariseu e 
hipócrita é infinitamente maior, por conta da 
tendência que há para se descambar para a 
defesa da justiça divina considerando-a como 
mera honestidade moral ou adequado 
relacionamento interpessoal. 
Todavia, a par de não ser desconsiderada a 
importância da honestidade moral, a justiça do 
evangelho, que nos é oferecida juntamente com 
a pessoa de Cristo, é a real expressão do perdão, 
graça e misericórdia de Deus, que estão sendo 
oferecidos aos pecadores. 
Importa então, aprender, enquanto cristão a 
não tentar se tornar a régua de medida do 
comportamento alheio. 
Isto não promove a glória de Cristo, e nem a do 
evangelho, e não é nada agradável ter um “juiz” 
sempre pronto a nos condenar por tudo que em 
nós lhe incomode, mesmo que não estejamos 
errados aos olhos do Senhor. 
 
 
 
21 
 
Vivendo sem Focar a Eternidade 
 
É alarmante o fato de haver não poucas pessoas 
que nunca se indagaram, senão teológica, ao 
menos ontologicamente, de onde vieram ou 
para onde irão depois da morte física. 
O resultado da falta da referida indagação 
conduz geralmente a um modo de viver 
negligente e descompromissado com todas as 
assertivas bíblicas relativas ao propósito da 
nossa existência, e do modo de se acessar a vida 
do céu. 
É no evangelho que temos não apenas todas as 
respostas satisfatórias, como também o convite 
que nos conduzirá à transformação de nossas 
vidas, tornando-as úteis para os objetivos do 
nosso Criador. 
 Por que e para o que existimos? 
Para onde podemos ir depois que sairmos do 
mundo pela morte? 
Alguns afirmam: “para que se preocupar com 
isto, se nada existe depois da morte?”. 
Contudo Deus afirma que não apenas existe, 
como também que não haveria qualquer 
sentido vivermos por apenas um tempo, tendo 
consciência de que existimos, e depois esta 
consciência ficar perdida para sempre, e é por 
isso que nos faz o convite do evangelho para a 
solução de todos os aspectos envolvidos na 
questão vida e morte. 
22 
 
Mas, há diferentes maneiras de responder ao 
convite do Evangelho quando você tem intenção 
de recusá-lo. 
Elas são todas, na melhor das hipóteses, ruins. 
Nós vemos isto na parábola das Bodas em Lucas 
14.16-24: 
 
Luc 14:16 Ele, porém, respondeu: Certo homem 
deu uma grande ceia e convidou muitos. 
Luc 14:17 À hora da ceia, enviou o seu servo para 
avisar aos convidados: Vinde, porque tudo já 
está preparado. 
Luc 14:18 Não obstante, todos, à uma, 
começaram a escusar-se. Disse o primeiro: 
Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te 
que me tenhas por escusado. 
Luc 14:19 Outro disse: Comprei cinco juntas de 
bois e vou experimentá-las; rogo-te que me 
tenhas por escusado. 
Luc 14:20 E outro disse: Casei-me e, por isso, não 
posso ir. 
Luc 14:21 Voltando o servo, tudo contou ao seu 
senhor. Então, irado, o dono da casa disse ao seu 
servo: Sai depressa para as ruas e becos da 
cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, 
os cegos e os coxos. 
Luc 14:22 Depois, lhe disse o servo: Senhor, feito 
está como mandaste, e ainda há lugar. 
Luc 14:23 Respondeu-lhe o senhor: Sai pelos 
caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, 
para que fique cheia a minha casa. 
23 
 
Luc 14:24 Porque vos declaro que nenhum 
daqueles homens que foram convidados 
provará a minha ceia. 
 
Deus chama todas as pessoas a se unirem 
espiritual a Jesus Cristo, mas muitos estão 
ocupados demais com seus próprios interesses 
para se preocuparem com isto, sem saberem 
que a rejeição do convite significa morte 
espiritual e eterna, porque é um convite para a 
vida eterna. 
 
 
 
 
 
24 
 
A Busca de Consolação 
 
Todas as pessoas buscam naturalmente por 
consolação. 
Consequentemente, a melhor e mais útil parte 
da psicologia consiste na prescrição de meios 
para confortar e apoiar as suas mentes contra 
coisas nocivas e dolorosas para a sua natureza, 
com as tristezas que resultam disso. 
Assim, não há qualquer coisa mais útil neste 
mundo que descobrir qualquer consideração 
racional que possa acalmar as tristezas ou aliviar 
as mentes dos que estão desconsolados, porque 
as coisas que são realmente dolorosas para a 
maioria do gênero humano excedem toda real 
satisfação que este mundo possa proporcionar. 
Mas quais são as fontes da consolação racional? 
Qual é o tipo de refrigério que ela pode gerar 
para os aflitos? 
E como tudo isso pode ser comparado a este 
privilégio dos cristãos na provisão que é trazida 
sobrenaturalmente a eles pelo Espírito? 
Este é um alívio que nunca penetrou no coração 
do homem quanto a pensar nisto ou concebê-lo. 
Nem pode ser entendido por alguém a não ser 
somente por aqueles por quem é desfrutado, 
porque o mundo, como testificou nosso 
Salvador, não conhece o Espírito e nem mesmopode recebê-lo; e então, para os que são do 
mundo, este trabalho do Espírito é considerado 
como uma fantasia ou um sonho dos cristãos. 
25 
 
Mas aqueles que são participantes deste 
privilégio sabem em alguma medida o que eles 
desfrutam, embora eles não possam 
compreender isto em toda a sua extensão, nem 
avaliá-lo da maneira devida, porque como pode 
o coração do homem, ou nossa pobre e fraca 
compreensão conceber completamente este 
mistério glorioso do envio do Espírito Santo 
para ser um Consolador? 
Então o que é falado deste trabalho do Espírito 
somente aqueles que o recebem por fé, podem 
ter experiência disto em seus efeitos, e ainda, 
se permanecerem na fé, porque sem o exercício 
da fé não é possível se experimentar e receber a 
consolação. 
A consolação não é o primeiro trabalho do 
Espírito Santo nas almas dos homens. 
A regeneração e a santificação sempre 
precedem a consolação. 
Se os homens não são santificados primeiro 
pelo Espírito, eles nunca poderão ser 
confortados por Ele, porque esta consolação se 
refere principalmente aos ataques que são 
recebidos dos espíritos das trevas, pelo 
empenho na obra do evangelho. 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Necessitamos Sempre Aumentar a Fé 
 
Deus dispôs a criação de tal forma para que 
exibisse o Seu poder infinito. 
Ele tem prazer em manifestar a Sua graça, amor, 
misericórdia, condescendência num mundo 
que ficou sujeito à miséria do pecado, mas 
também é Seu prazer exibir o Seu grande poder 
contra todo o mal, e especialmente contra os 
poderes que se levantam contra Ele e contra o 
Seu povo. 
E este poder se manifestará aonde quer que se 
encontrem aqueles que esperam e confiam na 
força do Seu braço, enfim aqueles que como 
Davi, não ficam assombrados com os gigantes 
que atravessam o caminho deles, porque a sua 
fé não está depositada no seu próprio poder e 
capacidade, mas somente em Deus. 
Mas, quando nós olhamos para o estado e 
condição da igreja no mundo, nós vemos quão 
fraca é a fé da maioria dos cristãos, com seus 
grandes temores e desânimos, por causa das 
grandes tentações, oposições e perseguições 
que lhes sobrevêm. 
Quão vigorosamente e nitidamente estas coisas 
impressionam os seus espíritos, dando 
vantagens a seus adversárias espirituais - então 
será sempre manifesta a necessidade de 
aumentar a fé nAquele em quem podemos todas 
as coisas por causa do Seu poder infinito. 
Assim, se a nossa paz interior ou exterior 
parecer enfraquecer quanto à necessidade 
27 
 
desta consideração de que o Espírito Santo é um 
Consolador Onipotente, nós devemos pelo 
exercício da fé nesta verdade, fazer provisão 
para o futuro, considerando que nós não 
sabemos o que pode nos acontecer no mundo. 
E se nós viveremos para ver a igreja em 
tempestades, como certamente ela terá que 
enfrentar, então o nosso principal amparo e 
suporte deve ser o Consolador todo-poderoso. 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
Um Consolador Paciente, Incansável e Amoroso 
 
Nós lemos no texto de Is 57.19 o seguinte: 
 
"Eu crio os frutos dos lábios: paz, paz, para o que 
está longe; e para o que está perto, diz o Senhor, 
e eu o sararei.". 
 
Este é o método do Espírito Santo ao administrar 
consolação. 
E sem este método nenhuma alma seria 
refrigerada espiritualmente debaixo dos seus 
abatimentos, porque nós somos dados a 
transgressões, ainda que sob o trabalho do 
Espírito Santo por nós. 
Mas Ele é um Consolador incansável, paciente, 
amoroso e perseverará até que sejamos sarados. 
Somente amor e compaixão infinitos, 
trabalhando em paciência e longanimidade, 
podem continuar isto até a perfeição. 
Sejamos gratos ao Espírito Santo de todo o nosso 
coração por um tal trabalho de amor por 
pecadores imperfeitos como nós. 
Mas se nós não somente somos transgressores 
em ocasiões e tentações particulares, enquanto 
ficamos com nossa visão presente nublada 
quanto ao trabalho do Espírito Santo, mas 
também somos habitualmente descuidados e 
negligentes sobre isto, e nunca trabalhamos 
para ser achados numa condição adequada e 
satisfatória perante Deus, mas permanecemos 
indefinidamente em nosso mau procedimento 
29 
 
até o ponto disto se tornar um vício e ficando 
endurecidos em incredulidade, com um 
coração ingrato e impuro, é certo que Deus não 
pode se agradar de uma tal condição. 
Por isso somos exortados a sermos cuidadosos 
em não entristecer o Espírito (Ef 4.30). 
Mas nisto também se comprova o amor do 
Espírito por nós, porque somente aqueles que 
nos amam ficam entristecidos com as nossas 
faltas. 
Aqueles que não nos amam ficam 
simplesmente irados ou contrariados. 
Um professor severo pode ser mais provocado 
com a falta do seu aluno do que o pai dele, mas 
o pai fica entristecido com isto enquanto o 
professor não. 
Então, considerando que o Espírito Santo fica 
entristecido conosco porque nos ama como um 
pai a seu filho, nós devemos nos acautelar em 
não entristecê-lo, aprendendo com que amor e 
compaixão ele executa o Seu trabalho em nós e 
para nós. 
Esta é a razão da promessa de Deus de consolar 
apenas aqueles que choram, porque são estes 
que se entristecem com o fato de saberem que o 
Espírito fica triste com os seus pecados e 
transgressões. 
E esta nossa tristeza pelo pecado, assim como a 
do Espírito, comprova em certa medida que de 
fato também nós amamos a Deus. 
E é nesta condição que a cura é prometida por 
Deus a nós. 
30 
 
Um Pai Amoroso 
 
"15 Porque assim diz o Alto e o Sublime, que 
habita na eternidade, e cujo nome é Santo: Num 
alto e santo lugar habito; como também com o 
contrito e abatido de espírito, para vivificar o 
espírito dos abatidos, e para vivificar o coração 
dos contritos. 
16 Porque não contenderei para sempre, nem 
continuamente me indignarei; porque o 
espírito perante a minha face se desfaleceria, e 
as almas que eu fiz. 
17 Pela iniquidade da sua avareza me indignei, e 
o feri; escondi-me, e indignei-me; contudo, 
rebelde, seguiu o caminho do seu coração. 
18 Eu vejo os seus caminhos, e o sararei, e o 
guiarei, e lhe tornarei a dar consolação, a saber, 
aos que dentre eles choram.". 
 
O propósito de Deus é o de reavivar o espírito do 
humilde, e o coração do arrependido (verso 15), 
e Ele apresenta a razão disto, a saber que se Ele 
não agisse com amor infinito e 
condescendência em relação a eles, mas lidasse 
com eles lhes dando a justa retribuição às suas 
transgressões, eles seriam totalmente 
consumidos (verso 16). 
Porém, na realização deste trabalho de cura, Ele 
tem que usar alguns remédios amargos para a 
recuperação espiritual deles. 
Por causa da iniquidade da cobiça deles (verso 
17) que era a sua principal doença, eles foram 
31 
 
feridos pelo Senhor e Ele escondeu a Sua face 
deles, porque isto seria necessário para que 
fossem curados. 
Mas como eles se comportaram debaixo deste 
procedimento de Deus em relação a eles? 
Rebelaram-se e continuaram seguindo a 
perversidade do seu coração. 
Então como faz este Consolador Santo para lidar 
agora com eles? 
Ele os deixa entregues à sua enfermidade? 
Ele os abandona? 
Não, porque um pai amoroso não lidará assim 
com os seus filhos. 
E a promessa feita por Deus é que Ele agiria 
conosco tal como um pai consolando seus filhos. 
Ele realizará o Seu trabalho com tal amor 
infinito, ternura e compaixão, que isso superará 
todas as transgressões, e não cessará até que Ele 
tenha efetivamente administrado a necessária 
consolação a eles (verso 18). 
Ele agirá nos termos da aliança que fez com eles 
por meio de Jesus Cristo de ser o Deus e Pai deles 
para sempre. 
Então os corrigirá em amor para participarem 
da Sua santidade. 
Ele os aperfeiçoará no Seu amor. E tudo fará 
para conduzi-los a isto. 
 
 
 
 
 
32 
 
Porque o Corpo do Homem Morre 
 
“Portanto, assimcomo por um só homem 
entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a 
morte, assim também a morte passou a todos os 
homens, porque todos pecaram.” (Rom 5.12) 
 
Se Deus é espírito, por que criou um corpo para 
o homem, o qual é também espírito? 
 
Por que Deus criou a morte para o corpo do 
homem por causa do pecado? 
 
Se Deus disse que o homem morreria caso 
comesse do fruto da árvore do conhecimento do 
bem e do mal, isto significa que o corpo do 
homem não morreria caso ele não tivesse 
pecado. 
 
Então nós temos nisto um ponto de partida para 
responder a ambas as perguntas que 
formulamos anteriormente. 
 
Lembremos que não foi Deus quem desejou que 
houvesse morte, não apenas de homens, como 
também de anjos. 
 
Dizemos também morte de anjos, porque foi 
esta a condição a que ficaram sujeitos Satanás e 
os anjos que caíram juntamente com ele, mas 
como eles não têm corpos, não ficou 
patentemente claro para os anjos eleitos a 
33 
 
condição de mortos tanto de Satanás quanto dos 
demônios que com ele também caíram. 
 
Então com a criação do homem, e dando ao 
homem um corpo natural, Deus pôde mostrar 
claramente qual é a condição a que ficaram 
sujeitos os anjos caídos, desde a queda deles, por 
meio da morte do corpo dos homens. 
 
De modo que não somente os ímpios, como 
também os justos, têm a destruição deste corpo 
que foi corrompido por causa do pecado. 
 
Afinal, a corrupção não pode herdar a corrupção 
do céu, de maneira que mesmo aqueles que 
foram arrebatados (Enoque e Elias), e os que 
forem arrebatados por ocasião da volta de Jesus, 
tiveram e terão os corpos transformados em 
corpos de glória, porque este corpo que temos 
está sujeito à sentença de morte que foi dada por 
Deus sobre ele, por causa do pecado, para 
mostrar que o pecado realmente mata. 
 
E certamente, um dos motivos de Deus ter dado 
ao homem um corpo que morre por causa do 
pecado, teve entre outros muitos propósitos, o 
de mostrar de modo visível qual é o estado de 
separação que há entre Ele e aqueles que Lhe 
desobedecem, porque na morte, o espírito do 
homem fica separado do seu corpo, e este vem a 
se dissolver, e a deixar de executar as suas 
34 
 
funções vitais em consonância com a sua alma e 
espírito. 
 
O corpo do homem é a habitação do seu espírito. 
 
E o homem foi criado para ser habitação de 
Deus. 
 
Então o espírito do homem está para Deus, 
assim como o corpo do homem está para o seu 
próprio espírito. 
 
E a lição aqui é a de que quando o espírito que 
habita no corpo do homem se separa deste, o 
corpo do homem morre. 
 
De igual modo, quando Deus se separa do 
homem, o homem morre. 
 
Então Satanás e os anjos morreram quando 
foram expulsos da presença de Deus. E Deus não 
é mais o Deus deles, porque não é Deus de 
mortos, mas de vivos. 
 
E o mesmo se aplica aos homens caídos no 
pecado, quando não são redimidos por Cristo. 
Eles permanecem mortos porque estão 
separados de Deus. E este é o modo que Deus 
estabeleceu para comprovar tanto a anjos, 
quando a homens, que a consequência do 
pecado é a morte, porque é o pecado que é a 
35 
 
causa desta separação de Deus, que produz a 
morte. 
 
Assim, o grande causador e criador da morte 
não foi Deus, mas o pecado. 
 
Deus somente tratou de revelar de um modo 
visível, com a morte do corpo físico, aquilo que 
ocorre na esfera espiritual, porque tanto 
homens quanto anjos desobedientes a Deus, 
continuam existindo, mas não têm mais a vida 
de Deus em si mesmos. E quem não tem esta 
vida que procede dAquele que é a fonte da 
verdadeira vida eterna, está morto. 
 
Uma outra grande lição da morte física do corpo 
é a de que aquilo que era para durar para 
sempre, acabou durando uns pouco cem anos, 
quando chega a isto, porque como se pode 
comparar menos de cem anos com aquilo que é 
eterno? 
 
Então o tempo de vida do corpo foi também 
abreviado para este propósito de demonstrar 
que o pecado matou o homem, porque ele não 
somente envelhece, enfraquece, enferma, 
perde progressivamente o vigor à medida que 
avançam os seus poucos anos de vida neste 
mundo, para que possa aspirar por aquela vida 
duradoura e melhor que Deus projetou para ele, 
que é uma vida sem pecado por toda a 
eternidade. 
36 
 
Bem-Aventurados os Que Morrem no Senhor 
 
"Bem-aventurados os mortos que morrem no 
Senhor. Sim, diz o Espírito para que descansem 
das suas fadigas, pois as suas obras os 
acompanham "(Apocalipse 14:13). 
 
Temos aqui o testemunho de Deus Pai e o do 
Espírito Santo, ambos atestando que é uma coisa 
boa morrer no Senhor. 
Aqui estão duas testemunhas declarando que a 
morte perdeu seu aguilhão, e que a sepultura foi 
vencida. 
O mundo diz: "Bem-aventurados são os vivos", 
mas Deus diz:" Bem-aventurados os mortos. 
O mundo julga as coisas pelos seus sentidos, 
pela sua aparência exterior, mas Deus julga 
segundo o verdadeiro valor e pelo prisma da 
eternidade. 
Por isso bem-aventurados são os mortos, mas 
não todos os mortos, mas apenas "aqueles que 
morrem no Senhor." 
Estreito é o caminho que conduz à vida eterna, e 
são poucos os que andam por ele. 
Assim disse Jesus Cristo. 
Nem todos os que parecem ramos são ramos da 
videira verdadeira. 
A seiva da vida que é experimentada enquanto 
estamos neste mundo é a mesma seiva 
espiritual que nos manterá vivos em espírito na 
presença de Deus, depois que deixarmos este 
corpo de carne e osso. 
37 
 
Aqueles que morrem em Cristo são bem-
aventurados porque serão consolados, 
recompensados, e descansarão de todas as suas 
obras neste mundo. 
O que faz com que tudo aqui se torne trabalhoso 
e difícil é o pecado, a oposição de Satanás e do 
mundo e o peso da nossa velha natureza. 
A vida do cristão fiel é uma vida de muita luta e 
trabalho. 
Mas quando morre no Senhor, descansa dos 
seus labores. 
A oposição de Satanás e a luta com o pecado, 
cessa, e um viver plenamente abençoado e 
venturoso começa. 
Partir e estar com Cristo é estar para sempre 
livre de toda forma de luta e tribulação. 
 
 
 
 
 
38 
 
O Perigo da Interpretação Fora de Contexto 
 
“1Co 2:4 A minha palavra e a minha pregação 
não consistiram em linguagem persuasiva de 
sabedoria, mas em demonstração do Espírito e 
de poder, 
1Co 2:5 para que a vossa fé não se apoiasse em 
sabedoria humana, e sim no poder de Deus.” 
 
Lembro-me ainda hoje das palavras de um dos 
meus professores de teologia, Pr Israel Moreira, 
na década de 80, que sempre dizia que 
interpretação fora de contexto é para servir de 
pretexto. 
Ele o dizia com muita propriedade porque é 
justamente o que sucede, seja por ignorância, 
seja para fins escusos. 
Por exemplo: não raro as palavras do apóstolo 
Paulo em nosso texto, são usadas por muitos 
para justificarem a não necessidade de se 
aplicar ao estudo da Palavra de Deus, porque, 
segundo eles, somente é necessário agir como o 
apóstolo, que sempre fazia demonstrações do 
poder do Espírito Santo em todas as suas 
pregações. 
Num outro texto, intitulado “Prescrevendo 
Apenas o Remédio”, expusemos a interpretação 
desta afirmação de Paulo no seu respectivo 
contexto imediato (I Coríntios 2.1-8). 
Agora, gostaríamos apenas de enforcar que não 
podemos esquecer que na mesma epístola que 
dirigiu aos Coríntios, o apóstolo estava 
39 
 
justamente combatendo o mau uso dos dons 
sobrenaturais do Espírito Santo, e enfatizou a 
necessidade absoluta de ordem e decência em 
tudo o que se fizesse na Igreja de Cristo, e 
apontou o caminho sobremodo excelente do 
amor, como sendo a prioridade número para a 
fé e prática de todos os cristãos. 
Ele combateu os desvios de comportamento e 
afirmou a necessidade de santificação pela 
Palavra de Deus, em todos os deveres que são 
nela ordenados. 
O poder do Espírito Santo acompanha sempre a 
prática da Palavra do Senhor. 
Jesus disse aos saduceus que eles erravam por 
não conhecerem a ambos.Não somos portanto desobrigados por Deus de 
um viver segundo a Sua Palavra, a pretexto de 
bastar-nos ter o poder do Espírito Santo. 
Ninguém é menos cristão por não profetizar, 
por não falar em outras línguas, por não ter dons 
de curar, ou qualquer outro dom espiritual, que 
a par de muito importantes são adventícios, não 
estão ligados à nossa nova natureza, e haverão 
de desaparecer, enquanto o amor permanecerá 
para sempre. 
 
 
40 
 
Não Há Bondade Como a de Deus 
 
Em Rom 1.18 a 21 lemos: 
A ira de Deus se revela do céu contra toda 
impiedade e perversão dos homens que detêm a 
verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus 
se pode conhecer é manifesto entre eles, porque 
Deus lhes manifestou. Porque os atributos 
invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, 
como também a sua própria divindade, 
claramente se reconhecem, desde o princípio 
do mundo, sendo percebidos por meio das 
coisas que foram criadas. Tais homens são, por 
isso, indesculpáveis; porquanto, tendo 
conhecimento de Deus, não o glorificaram 
como Deus, nem lhe deram graças; antes, se 
tornaram nulos em seus próprios raciocínios, 
obscurecendo-se-lhes o coração insensato. 
Nesta porção das Escrituras, o Espírito Santo, 
falou pela boca do apóstolo Paulo, nos versículos 
20 e 21 qual é o motivo de Deus se irar contra os 
homens ímpios, a saber: eles não glorificam a 
Deus e nem são gratos a Ele, por tudo que 
percebem dos Seus atributos invisíveis e do Seu 
eterno poder, desde o princípio do mundo, 
atributos e poder estes que podem ser 
observados através das coisas que Deus criou. 
Veja que o texto fala de atributos e de poder. 
E nisto destacamos especialmente o amor, a 
misericórdia, a paciência, a longanimidade, a 
graça, a onipotência, e todos os demais atributos 
correlatos a estes, que fazem com que Deus seja 
41 
 
bom até mesmo para com pecadores como são 
todos os homens. 
Afinal, não há um único justo sequer no mundo, 
desde que o primeiro homem pecou e virou as 
costas para o Senhor. 
Deus seria totalmente justo caso julgasse e 
mantivesse a todos os homens do mundo, e de 
todas as épocas, debaixo das sucessivas 
manifestações do Seu desagrado e ira contra tal 
ingratidão e falta de glorificação do Senhor por 
causa da falta de um procedimento santo em 
suas vidas. 
Todavia, não somente é longânime Ele próprio 
com todos os homens, como também ordena 
aos que se tornaram Seus filhos por meio da fé 
em Jesus Cristo, que O imitem especialmente 
nos seus atributos de amor e de misericórdia, 
amando o próximo como a si mesmos. Como? 
Deus ordena que aqueles que Lhe são gratos e 
que o glorificam, amem os Seus inimigos? Sim. 
Ele ordena que se dê alimento e bebida para 
matar a fome e a sede de quem persegue os que 
andam retamente? Sim. Porventura não o 
registrou em Sua Palavra? 
Agora, veja que o argumento bíblico diz que isto 
tem o propósito de tornar tais pessoas ingratas e 
irreverentes, indesculpáveis no dia do grande 
Juízo de Deus. 
E não serão indesculpáveis por causa de uma 
única manifestação de bondade para com elas 
em face de todo o mal que praticam. 
42 
 
Serão indesculpáveis, porque, na verdade, Deus 
lhes tem dado um longo tempo para se 
arrependerem e se converterem em face de 
toda a bondade e longanimidade, que não 
apenas Ele, como todos os Seus filhos amados, 
têm demonstrado por elas por toda e uma longa 
vida na terra. E são mais indesculpáveis ainda, 
porque o que se lhes pede para que tal quadro 
seja alterado, é que simplesmente reconheçam 
a sua iniquidade e que confiem em Jesus Cristo 
para ser o Senhor e Salvador de suas vidas. 
Tudo o que fizeram de mau, e por um longo 
tempo, lhes seria perdoado instantaneamente, 
no momento mesmo em que se convertessem a 
Deus. Todavia, como não se arrependem, não se 
convertem, não são gratos a Deus e nem o 
glorificam, então, apesar dEle não desistir de 
continuar sendo bom para com eles, não poderá 
ter qualquer amor de intimidade e comunhão 
com os tais, e nada poderá fazer, por causa da 
sua incredulidade, senão deixá-los entregues a 
si mesmos, e isto fará com que aumentem ainda 
mais a sua cota de pecados contra os céus e 
contra Deus. 
Olhem para o ministério de Jesus aqui na terra, 
conforme o relato dos evangelhos. Por acaso não 
mostrou tal amor, bondade, misericórdia e 
poder de curar, até mesmo a ingratos e maus? 
Ele revelou em pessoa, que o caráter do 
evangelho é realmente o de misericórdia, 
perdão, amor e bondade, para com todos os 
pecadores. E isto está sendo manifestado no 
43 
 
mundo, desde então, até agora, e até o último 
instante da vida de cada pessoa que tem passado 
por aqui. Ora, em face de tudo isto, o que 
devemos pensar, quanto ao juízo eterno de fogo 
a que ficarão sujeitos todos os que permanecem 
ingratos e maus, perante o Senhor, e perante o 
seu próximo? 
Haverá porventura qualquer injustiça ou 
maldade da parte de Deus nisto? 
Todos os males que tais pessoas praticam e têm 
praticado, é a melhor resposta para esta 
pergunta. 
Portanto, os que são do Senhor, devem 
continuar na prática do bem, inclusive para com 
os seus muitos ofensores, porque, afinal, há um 
Deus poderoso e amoroso que cuida deles e 
haverá de cuidar por toda a eternidade, ainda 
que os ímpios não se arrependam e se 
convertam de todos os males que praticam 
contra eles. Lembremos sempre, nas 
perseguições que sofremos, das seguintes 
palavras proferidas pelo apóstolo Pedro, em I Pe 
3.13-17: 
Ora, quem é que vos há de maltratar, se fordes 
zelosos do que é bom? Mas, ainda que venhais a 
sofrer por causa da justiça, bem-aventurados 
sois. Não vos amedronteis, portanto, com as 
suas ameaças, nem fiqueis alarmados; antes, 
santificai a Cristo, como Senhor, em vosso 
coração, estando sempre preparados para 
responder a todo aquele que vos pedir razão da 
esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, 
44 
 
com mansidão e temor, com boa consciência, de 
modo que, naquilo em que falam contra vós 
outros, fiquem envergonhados os que difamam 
o vosso bom procedimento em Cristo, porque, 
se for da vontade de Deus, é melhor que sofrais 
por praticardes o que é bom do que praticando o 
mal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
Escrito na Mente e no Coração 
 
Quando lemos o Sermão do Monte, em Mateus 
5 a 7, costumamos pensar que estamos diante de 
um novo código de leis, que nos foram dadas por 
Jesus Cristo para cumprirmos em complemento 
aos mandamentos da Lei de Moisés. 
Todavia, a intenção de nosso Senhor Jesus 
Cristo não foi esta, mas a de revelar quais são as 
características pessoais e circunstâncias que 
acompanharão aqueles que foram tornados 
cidadãos do reino dos céus, por meio da fé nEle, 
e por terem nascido de novo do Espírito Santo. 
Ali está descrito sobretudo, quais são as 
atitudes, pensamentos, ações e o programa de 
vida de um cristão amadurecido. 
Dizemos amadurecido, porque ninguém amará 
seus inimigos, perdoará seus ofensores, orará 
pelo bem dos que lhe perseguem, e bendirá os 
que lhe amaldiçoam, ou ainda, não reclamará o 
que se considera seus direitos legítimos quando 
sofrer injustiças, caso não tenha feito progresso 
no crescimento na fé, na graça e no 
conhecimento pessoal de Jesus Cristo, sendo e 
agindo como o Seu Mestre. 
A glória de Deus é ser amoroso, misericordioso, 
longânimo, bondoso, perdoador, para com 
todos, inclusive para com os piores pecadores. 
E assim como Ele é, importa que sejam aqueles 
que se tornaram seus filhos amados, por meio 
da fé em Cristo. 
46 
 
Então o Senhor delineou no Sermão do Monte, 
quais são as características essenciais que 
estarão presentes naqueles que se converterem 
a Ele, como resultado do fruto do Espírito Santo, 
que operou neles a regeneração (novo 
nascimento espiritual) e a santificação 
(mortificação das obras da carne e revestimento 
das suas virtudes divinas). Cristãos 
amadurecidos não são dominados por 
amarguras, iras, contendas,gritarias, 
glutonarias, e todas as demais obras da carne 
que são nomeadas na Bíblia. 
Cristãos amadurecidos são longânimos, como 
Deus é completamente longânimo. São 
amorosos, como Deus é amoroso. São 
misericordiosos, como Deus é misericordioso. 
Não são legalistas, moralistas, acusadores, mas 
promotores do amor, da paz, do perdão, da 
oferta da justiça de Cristo para a justificação dos 
que se encontram presos às amarras do pecado. 
São tardios para se irar e para falar, e prontos 
para ouvir, porque sabem que a ira do homem 
não promove a justiça de Deus, mesmo quando 
esta ira é motivada pela defesa dos princípios de 
Deus contra o pecado. 
A propósito, era justamente isto o que Tiago 
queria ensinar quando escreveu a epístola que 
leva o Seu nome. Ele indicou a necessidade de se 
aprender a ser paciente e longânime, debaixo 
das mais variadas provações, porque estas 
visam ao aperfeiçoamento espiritual do cristão, 
para que seja conformado ao caráter amoroso, 
47 
 
longânime, bondoso e paciente do próprio Deus. 
Não estava portanto escrevendo uma cartilha de 
bons modos, ou de procedimentos sociológicos 
e psicológicos para sermos bem sucedidos em 
possíveis demandas e disputas com o nosso 
próximo, por nos mantermos serenos e calados. 
O que ele tinha em foco, tal como o Seu Senhor 
no Sermão do Monte, era muito mais profundo 
e significativo do que isto. A semelhança com 
Jesus Cristo em tudo. Este é o alvo principal. A 
vida de Cristo manifestada no comportamento 
do cristão. Este é o ponto central. E isto não é 
obtido por mero conhecimento intelectual da 
vontade revelada de Deus nas Escrituras. Tem a 
ver com experiências reais transformadoras da 
graça de Jesus, do poder do Espírito Santo, 
dando-nos um novo coração e um crescimento 
progressivo na obtenção das virtudes espirituais 
do próprio Deus. 
Foi para esta exata imagem e semelhança com o 
caráter santo de Deus que o homem foi criado 
por Ele. De modo que saberemos que temos sido 
aperfeiçoados em tal caráter, quando virmos as 
realidades afirmadas no Novo Testamento, 
sendo implantadas no nosso viver diário, 
especialmente pela forma como agimos nas 
situações que nos são adversas. Então temos 
estas leis, se é assim que devemos considerá-las 
(porque são inscritas por Deus na nossa mente e 
coração, ou seja, farão parte da nova natureza 
recebida pela fé), como as leis principais que 
devemos observar e praticar: a do amor a Deus, 
48 
 
à Sua Palavra e ao próximo; a da paciência na 
tribulação; a da longanimidade na provocação; a 
da fé e do ânimo constante nas aflições; a da 
mansidão, da paz de mente e coração nas 
perturbações. 
Na verdade, nada disto se obtém por uma 
simples vontade de cumprir a lei ou o 
mandamento, mas por uma andar constante no 
Espírito Santo, debaixo de um temor e amor real 
a Cristo. 
Gál 5:16-25: 
Digo, porém: andai no Espírito e jamais 
satisfareis à concupiscência da carne. Porque a 
carne milita contra o Espírito, e o Espírito, 
contra a carne, porque são opostos entre si; para 
que não façais o que, porventura, seja do vosso 
querer. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não 
estais sob a lei. Ora, as obras da carne são 
conhecidas e são: prostituição, impureza, 
lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, 
porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, 
facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas 
semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos 
declaro, como já, outrora, vos preveni, que não 
herdarão o reino de Deus os que tais coisas 
praticam. Mas o fruto do Espírito é: amor, 
alegria, paz, longanimidade, benignidade, 
bondade, fidelidade, mansidão, domínio 
próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que 
são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as 
suas paixões e concupiscências. Se vivemos no 
Espírito, andemos também no Espírito. 
49 
 
Santificação não é Justificação 
 
A santidade é imanente em Deus porque Ele é 
santo em si mesmo. Isto é, Ele é santo em Sua 
própria natureza. A santidade é o estado mesmo 
da Sua natureza. 
Nós dizemos que esta santidade é evangélica 
porque ela é o resultado da nossa fé no 
evangelho, e é infundida em nós no trabalho do 
Espírito Santo tanto na regeneração quanto no 
processo progressivo da santificação. 
Na epístola aos Romanos Paulo discorre no 
sexto capítulo sobre o dever da santificação, que 
é um trabalho diferente da justificação e que 
deve se seguir a ela, e então aqui ele destaca a 
necessidade das obras juntamente com a fé e o 
trabalho da graça, para a santificação: 
“12 Não reine, portanto, o pecado em vosso 
corpo mortal, para obedecerdes às suas 
concupiscências; 
13 nem tampouco apresenteis os vossos 
membros ao pecado como instrumentos de 
iniquidade; mas apresentai-vos a Deus, como 
redivivos dentre os mortos, e os vossos 
membros a Deus, como instrumentos de justiça. 
14 Pois o pecado não terá domínio sobre vós, 
porquanto não estais debaixo da lei, mas 
debaixo da graça. 
15 Pois quê? Havemos de pecar porque não 
estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? 
De modo nenhum. 
50 
 
16 Não sabeis que daquele a quem vos 
apresentais como servos para lhe obedecer, sois 
servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do 
pecado para a morte, ou da obediência para a 
justiça? 
17 Mas graças a Deus que, embora tendo sido 
servos do pecado, obedecestes de coração à 
forma de doutrina a que fostes entregues; 
18 e libertos do pecado, fostes feitos servos da 
justiça. 
19 Falo como homem, por causa da fraqueza da 
vossa carne. Pois assim como apresentastes os 
vossos membros como servos da impureza e da 
iniquidade para iniquidade, assim apresentai 
agora os vossos membros como servos da 
justiça para santificação..” (Rom 6.12-19). 
Em toda esta passagem ele está falando de 
santificação e não de justificação, e demonstra 
claramente que além da justiça de Cristo que 
nos foi imputada, atribuída para justificação, 
nós precisamos desta justiça que é infundida, 
implantada pelo trabalho progressivo do 
Espírito Santo, no qual há também o concurso 
das nossas obras de justiça, sem as quais não 
haverá nenhum trabalho da graça em 
santificação, porque esta graça será derramada 
por Deus conforme a nossa disposição em 
obedecer a Sua vontade, e que o apóstolo define 
pela expressão de apresentar nossos membros a 
Deus para serem usados por Ele para o fim da 
nossa santificação. 
 
51 
 
Prescrevendo Apenas o Remédio 
 
É de se supor que o médico tenha estudado 
profundamente os tratados de medicina, e que 
se mantenha atualizado em suas leituras, para 
que possa exercer adequadamente a sua 
profissão. 
Todavia, não se espera o mesmo dos seus 
pacientes. 
Isto se aplica ao estudo de todas as demais áreas 
do saber humano, especialmente no que tange à 
formação profissional. 
Não se deve esperar menos daqueles que são 
chamados por Deus para o exercício do 
ministério da Sua Palavra. 
Como seriam bons ministros sem conhecê-la da 
forma pela qual convém ser conhecida? 
Por isso deles se espera que sejam aplicados no 
estudo da Bíblia e de tudo o mais que se refira ao 
exercício do seu ministério. 
Contudo, como no respeita aos ofícios 
seculares, não seria de se esperar o mesmo dos 
cristãos que foram chamados para estarem sob 
o ministério destes que foram constituídos 
bispos de suas almas (Atos 20.28). 
Por isso nos diz o apóstolo Paulo que não usava 
de sublimidade das palavras e nem da sabedoria 
humana que ele bem conhecia, na ministração 
do evangelho. 
Afinal o médico apenas diagnostica o mal e 
prescreve o remédio, mas não exige do doente o 
52 
 
conhecimento de todos os fundamentos da ação 
que ele bem conhece. 
Mas, quando reunido com outros médicos, 
sente-se à vontade para trocar informações 
sobre aquelas coisas que aprendeu por longo 
tempo e com muita dedicação. 
E isto também fazia o apóstolo, quando se 
encontrava entre outros mestres do evangelho 
como ele. 
Peçamos entãosabedoria a Deus para 
ministrarmos o evangelho, sem nos valermos 
de especulações filosóficas, argumentos 
persuasivos humanos, ou qualquer outro 
expediente no qual o foco fosse a mera 
exposição do nosso conhecimento, e não o 
esforço para conduzirmos pessoas a terem um 
encontro pessoal com Cristo. 
 
“1Co 2:1 Eu, irmãos, quando fui ter convosco, 
anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz 
com ostentação de linguagem ou de sabedoria. 
1Co 2:2 Porque decidi nada saber entre vós, 
senão a Jesus Cristo e este crucificado. 
1Co 2:3 E foi em fraqueza, temor e grande tremor 
que eu estive entre vós. 
1Co 2:4 A minha palavra e a minha pregação não 
consistiram em linguagem persuasiva de 
sabedoria, mas em demonstração do Espírito e 
de poder, 
1Co 2:5 para que a vossa fé não se apoiasse em 
sabedoria humana, e sim no poder de Deus. 
53 
 
1Co 2:6 Entretanto, expomos sabedoria entre os 
experimentados; não, porém, a sabedoria deste 
século, nem a dos poderosos desta época, que se 
reduzem a nada; 
1Co 2:7 mas falamos a sabedoria de Deus em 
mistério, outrora oculta, a qual Deus 
preordenou desde a eternidade para a nossa 
glória; 
1Co 2:8 sabedoria essa que nenhum dos 
poderosos deste século conheceu; porque, se a 
tivessem conhecido, jamais teriam crucificado 
o Senhor da glória;” (I Coríntios 2.1-8) 
 
 
 
 
 
54 
 
Julga com Amor Segundo a Reta Justiça 
 
Quando recebemos palavras de crítica ácida 
contra as coisas que escrevemos, temos a 
oportunidade de reavaliar a forma como temos 
apresentado a verdade, para que não deixemos 
lacunas que possam ser mal interpretadas, e 
induzirmos, involuntariamente, alguma (s) 
pessoas (as) a um julgamento errado. 
Por isso temos sempre falado da morte de Jesus 
Cristo para a cobertura do pecado, e 
transformação de vidas, o que está disponível a 
todos pela graça e misericórdia de Deus. 
Mas, quando apresentamos um texto, como o 
que destacamos abaixo, intitulado “Deus Será 
Glorificado ao Julgar o Mal”, sobre o juízo de 
Deus sobre a maldade, daqueles que não se 
arrependerem de viver na sua prática, e quando 
lido, isoladamente, sem que se tenha alguma 
noção do conjunto de escritos que temos 
postado, é possível que ocorra o que citamos no 
primeiro parágrafo. 
Longe de nós servir de pedra de tropeço para 
quem quer que seja, porque almas são muito 
preciosas para Deus, a ponto de ter morrido na 
cruz na pessoa de Seu filho amado, para nos 
resgatar da condenação eterna. 
Isto vemos em textos como o de João, no qual 
Jesus diz as seguintes palavras: 
 
“João 5:24 Em verdade, em verdade vos digo: 
quem ouve a minha palavra e crê naquele que 
55 
 
me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, 
mas passou da morte para a vida. 
João 5:25 Em verdade, em verdade vos digo que 
vem a hora e já chegou, em que os mortos 
ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a 
ouvirem viverão. 
João 5:26 Porque assim como o Pai tem vida em 
si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida 
em si mesmo. 
João 5:27 E lhe deu autoridade para julgar, 
porque é o Filho do Homem. 
João 5:28 Não vos maravilheis disto, porque vem 
a hora em que todos os que se acham nos 
túmulos ouvirão a sua voz e sairão: 
João 5:29 os que tiverem feito o bem, para a 
ressurreição da vida; e os que tiverem praticado 
o mal, para a ressurreição do juízo.” 
 
Ao lermos estas palavras nos disporíamos a 
chamar a Bíblia de “livrinho maldito”, conforme 
alguns costumam fazer? 
Que os que a amam são pessoas de mente 
estreita e escravizadas que necessitam de 
libertação? 
 
56 
 
Deus Será Glorificado ao Julgar o Mal 
 
Quando o rei Ciro conquistou Babilônia, foi 
aplaudido pelo próprio povo babilônico, porque 
já não suportavam mais a tirania do rei deles. 
Quanto maior louvor nosso Senhor Jesus Cristo 
receberá da parte daqueles que amam a justiça, 
quando o virem retornando a este mundo com 
poder e grande glória para subjugar a todos os 
tiranos. 
Quão grande conforto será isto para nós, quanto 
a todas as injustiças e tribulações que aqui 
sofremos. 
Deus permite que o mal impere por algum 
tempo na Terra, porque isto trará grande honra 
e glória ao Seu nome quando daqui desarraigar 
os ímpios, para estabelecer para sempre o Seu 
reino de justiça e paz. 
São vários os registros bíblicos que afirmam esta 
verdade, especialmente nos Salmos e Profetas. 
 
 
 
57 
 
Como Saber se Sou Abençoado por Deus? 
 
Muitos declaram serem íntimos e amados de 
Deus, pela apresentação como evidência dessa 
intimidade e amor, a sua riqueza, fama, saúde 
perfeita, e toda sorte de bens terrenos que 
possuem, e que afirmam terem recebido de 
Deus, em razão do referido amor. 
Todavia, não têm nenhuma outra evidência 
para apresentarem. 
Outros há, em não tão grande número como os 
do primeiro grupo, que apresentam como 
evidência de serem amados, a paciência e paz 
sobrenatural que recebem para enfrentarem as 
suas muitas tribulações, perdas e aflições. 
E se regozijam pelo fato de terem a graça de 
Deus acompanhando todo o curso de suas vidas, 
dando-lhes a capacidade de estarem contentes 
em toda e qualquer situação, com gratidão ao 
Senhor em seus corações. 
Esta satisfação não depende das coisas que 
possuam ou não possuam, porque estão sempre 
alegres no Senhor, em razão do poder que o 
Espírito Santo lhes supre. 
Identificados os dois grupos, qual deles você 
acha que possui a melhor e maior evidência do 
amor de Deus? 
 
 
 
 
 
58 
 
O Espírito de Mártir 
 
Se alguém não for dotado deste espírito não 
poderá ser bombeiro, guarda-costas, ou exercer 
qualquer outra profissão que demande o risco 
de perder a nossa própria vida, para que outros 
possam ser salvos. 
Deste mesmo espírito está dotado todo cristão 
autêntico, e é o Espírito Santo que o impulsiona 
a isto, e assim se dispõe a dar a própria vida, se 
necessário for, para que outros possam ser 
salvos por Cristo. 
Quando os mártires morriam nos primeiros dias 
do evangelho, pregados em cruzes, ou sendo 
entregues aos leões, isto sucedia porque não 
recuavam no testemunho que davam de Cristo, 
porque sem o referido testemunho não é 
possível haver salvação. 
Ofereciam suas vidas como holocausto por 
amor a Deus e ao próximo. 
Eram ofertas de amor inclusive pelos seus 
próprios algozes, porque também eram 
necessitados de salvação. 
A propósito o significado da palavra mártir no 
original grego, significa dar testemunho 
mesmo em presença da morte. 
Jesus derramou o seu sangue na cruz por amor 
de nós, e de igual modo, o sangue dos mártires 
dá testemunho deste mesmo amor de Cristo 
que neles habita. 
Não dão, portanto, testemunho do evangelho, 
para fazer prevalecer uma determinada 
59 
 
religião, mas o fazem por amor às almas 
perdidas, necessitadas de salvação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
Mais do que Lei de Diamante 
 
Foi de tão grande significado e alegria a lei que 
decretou a libertação dos escravos, que ela foi 
chamada de Lei Áurea, ou seja, lei de ouro. 
Agora, como deveria ser classificada a lei de 
Deus que decretou a nossa libertação do 
cativeiro ao pecado e aos espíritos das trevas? 
Lei de diamante? 
Não. Seria muito pouco. 
Afinal, trata-se de um decreto que pôde ser 
promulgado somente em razão de Jesus Cristo 
ter pago o preço exigido pela justiça divina, 
morrendo por nós na cruz, carregando sobre Si 
os nossos pecados e culpa. 
E quanto vale a vida de Jesus? 
A vida de um Deus eterno, amoroso e infinito? 
O nosso cativeiro ao pecado acabou naquela 
morte de cruz. 
Por isso a mensagem desta lei de libertação é 
chamada de evangelho, que vem do original 
grego do Novo Testamento, “euanguelion”, que 
literalmente traduzido significa anúncio de 
coisas boas. 
E quão boas são estas coisas que nos estão sendo 
anunciadas, e também oferecidas, 
relativamente à pessoa de nosso Senhor Jesus 
Cristo, e Sua obra em favor da humanidade, e 
que carregamem si a força do mandamento que 
produz em nós a libertação que nos transporta 
das trevas para a luz. 
61 
 
Na verdade não são apenas coisas muito boas, 
são maravilhosas, miraculosas, 
misericordiosas, gloriosas. 
Têm a ver com a coisa impossível a qualquer 
pessoa, e que está sendo oferecida e realizada 
em Jesus Cristo. 
Mudança de natureza? Não conheço nenhuma, 
senão da metamorfose da lagarta em borboleta. 
Morre a lagarta e nasce a borboleta. 
Mas isto sucede no plano natural. Lagartas não 
necessitam de salvação. 
Este não é o caso de todas as pessoas, que se 
encontram debaixo de uma terrível 
condenação. 
A condenação eterna por Deus, em razão do 
pecado que reina absoluto na nossa natureza. 
Se não for destronado pelo poder de Jesus 
Cristo, este rei perverso... Pecado, permanecerá 
no seu trono. 
O trono do nosso coração perdido e 
desesperado. 
Então, quando soou a notícia, que tinha vindo ao 
mundo, o Rei dos reis, e o Senhor dos senhores, 
o pecado tremeu e gemeu, sabia que os seus dias 
de governo já estavam contados. 
Ah amado Jesus! Muito obrigado! Por ter 
morrido na cruz, para matar em Si mesmo a 
nossa natureza terrena pecaminosa, e nos 
tornar participantes da Sua natureza divina, 
para podermos ser reconciliados com Deus. 
 
 
62 
 
O Plano é Perfeito Embora Sejamos Imperfeitos 
 
Muitos pensam que Deus errou ao ter criado o 
homem, porque a perfeição moral original que 
existiu no primeiro casal foi perdida, e a maior 
parte da humanidade tem sempre sido 
desobediente a Deus e aos Seus mandamentos. 
Como um Deus perfeito e Todo-Poderoso criaria 
seres que poderiam vir a se tornar imperfeitos? 
Primeiro os anjos que caíram juntamente com 
Satanás, transformando-se em demônios, e 
depois o homem na terra, que passou a ser 
pecador. 
Todavia, a queda no pecado, que conduz a um 
viver contrário ao de Deus, e à não subordinação 
à Sua vontade, comprova, por si só, que o 
Criador deu à criatura moral a liberdade de 
escolher o seu destino, de imitá-lO ou não, de 
amá-lO ou não, de servi-lO ou o contrário, 
enfim, de caminhar rumo à perfeição, ou à 
destruição. 
No que tange à humanidade, que foi totalmente 
encerrada no pecado, isto ensejou que Deus 
pudesse manifestar a grandeza do Seu amor, 
misericórdia e perdão, que tem estendido a 
todos, sem qualquer exceção, que se 
arrependem desta condição de escravidão ao 
pecado, para serem libertados e reconciliados 
com Ele por meio da fé em Jesus. 
 
O amor e a misericórdia de Deus não são meros 
sentimentos de empatia e compaixão por seres 
63 
 
que se tornaram de nenhum valor para ele, e 
que viviam somente para os seus próprios 
prazeres egoístas, indiferentes à Sua Pessoa e 
vontade, e agindo como seus inimigos. 
A extensão disto não pode ser avaliada por 
nenhum de nós, senão somente pelo próprio 
Senhor, cujo julgamento e conhecimento do 
estado do nosso coração são perfeitos. 
Contudo, podemos deduzir por nossos 
sentimentos, imaginações, ações e 
pensamentos o quanto estamos longe da 
santidade, bondade, amor, misericórdia, justiça 
e todos os demais atributos infinitos e perfeitos 
de Deus, o quão distante estamos de ser aquilo 
que Ele é em Sua própria natureza. 
Desde que o pecado entrou no mundo todos os 
homens ficaram desprovidos da graça de Deus. 
Esta é a razão de estarem caídos diante dEle. 
Somente pela graça de Jesus é que poderão ser 
levantados e permanecerem firmes em Sua 
presença pela mesma graça que os levantou. 
Mas tendo encerrado a todos debaixo da 
desobediência, Deus revelou qual era o Seu 
propósito de usar de misericórdia com todos, e 
demonstrou fartamente tanto a anjos quanto a 
homens o quanto é um Deus misericordioso. 
Ele demonstrou com isto que não é bom 
somente para com aqueles que são perfeitos 
como Ele, mas para com todos os que desejam 
obedecer-Lhe, fazer Sua vontade e viver para 
Ele, ou seja, viverem segundo o propósito para o 
qual foram criados. 
64 
 
Vemos portanto que não houve qualquer falha 
em Deus ou no Seu plano eterno de criar o 
homem para ser conforme à Sua própria 
imagem e semelhança. 
Os que não buscam isto não frustram o plano da 
criação, porque Deus sabia desde o princípio 
que entre seres criados para serem livres, não 
seriam poucos os que escolheriam viver em 
escravidão à própria vontade e à dos inimigos da 
santidade de Deus. 
Por outro lado, sabia também que seriam 
muitos, conforme se declara na Bíblia, que 
seriam pela verdade eterna que foi manifestada 
na pessoa de Jesus. 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
Almas que Se Perdem e Almas que se Ganham 
 
“Pois que aproveitará o homem se ganhar o 
mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará 
o homem em troca da sua alma?” (Mat 16:26) 
 
Nosso Senhor Jesus Cristo proferiu estas 
palavras para afirmar o perigo que há na atitude 
de se negligenciar a necessidade de salvar a 
nossa alma, e se interessar apenas pelas coisas 
que são deste mundo. 
Em todo o seu ensino, bem como em toda a 
Bíblia, somos alertados quanto a termos uma 
alma que pode ser perdida ou salva. 
 Então é muito importante que saibamos o real 
significado bíblico do que seja esta salvação. 
 É comum se pensar em salvação como sendo 
apenas o perdão dos pecados e o livramento da 
condenação do juízo futuro e do inferno. 
Todavia, a salvação é muito mais do que isto, 
porque ela é o cumprimento do propósito de 
Deus, que Ele determinou antes mesmo da 
fundação do mundo, de formar para Si um povo 
santo, exclusivamente Seu, zeloso de boas obras 
de justiça; povo este que Ele chamaria do meio 
de pecadores, e que deveria portanto, ser 
justificado, regenerado, renovado e santificado. 
A salvação não é apenas um ato que nos livra do 
juízo condenatório de Deus, mas um conjunto 
completo, tanto de declarações legais quanto de 
operações sobrenaturais para conduzir 
pecadores ao arrependimento e ao completo 
66 
 
cumprimento de tudo o que Ele planejou para o 
povo que deu a Jesus Cristo, para que fosse 
livrado, lavado, purificado, santificado e 
aperfeiçoado por Ele. 
A salvação é uma caminhada. 
É algo que deve crescer diariamente. 
Como a realização plena do plano divino. 
Como um programa que está sendo 
desenvolvido na nossa vida pelo Espírito Santo 
até que cheguemos a ser maduros em nossa vida 
espiritual, de modo que sejamos úteis para os 
propósitos divinos. 
Lembre-se que salvação não é apenas uma 
promessa de Deus para você de que irá para o 
céu um dia, depois da morte, mas que é também 
o viver a vida de Cristo aqui na terra, porque o 
reino de Deus já está entre nós e em nós. 
E que esta salvação é inteiramente por graça e 
mediante a fé em Jesus. 
 
 
 
67 
 
Células Espirituais que Vivem 
 
As células que compõem um organismo 
complexo são individuais, mas não teriam vida 
caso fossem isoladas umas das outras. 
 O mesmo sucede com as pessoas que fazem 
parte do Corpo de Cristo. 
Foram criadas por Deus como indivíduos, mas 
não para a independência ou individualidade. 
São células vivas de um corpo vivo que demanda 
que estejam ligadas em unidade umas às outras. 
Jesus é a cabeça que comanda este corpo, e 
quem o gera e mantém em vida. 
Como acerca disso se referiu o apóstolo Paulo 
em I Cor 1.30: 
 
“Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos 
tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e 
santificação, e redenção.” 
 
Além de sabedoria, santificação e redenção, é 
afirmado também no texto que nosso Senhor se 
tornou justiça, da parte de Deus, para nós. 
Esta justiça que o próprio Senhor Jesus se 
tornaria para os cristãos foi prometida por Deus 
e profetizada no Velho Testamento, 
especialmente pelo profeta Isaías. 
E o propósito de tal justiça tem a ver 
principalmente com a nossa salvação. 
Deus Pai tem oferecido livre e gratuitamente a 
justiça de Seu Filho, para a salvação de todo 
aquele que nEle crê. 
68 
 
Não há nenhum outro modoou possibilidade de 
salvação a não ser por este modo que foi 
determinado por Deus Pai. 
É pela aceitação desta justiça que há em nosso 
Senhor Jesus Cristo, que uma pessoa é salva. 
Qualquer outro meio no qual se confie para a 
salvação, manterá a pessoa tão perdida quanto 
se encontrava antes, porque Deus somente 
perdoará e receberá como seus filhos àqueles 
que receberam a Cristo para ser a justiça deles. 
Por isso o fim da própria lei é Cristo, para justiça 
de todo aquele que crê. 
Deus somente fica satisfeito quando aceitamos 
esta justiça que Ele está nos oferecendo. 
E nós, quando cremos, ficamos também 
plenamente satisfeitos, e não gostaríamos de 
ser salvos por nenhum outro modo, senão, que 
reconhecemos que não há qualquer justiça 
própria em nós que nos recomende a Deus, pois 
estamos cheios de pecados e que, portanto, 
Cristo nos satisfaz plenamente, e Lhe amamos 
muito, e Lhe somos muito gratos por nos ter 
justificado somente pela Sua graça e mediante a 
fé. 
É somente pelo novo nascimento sobrenatural 
por meio do Espírito Santo, que somos gerados 
células espirituais para viverem no corpo de 
Cristo. 
 
 
 
 
69 
 
A Esperança que Nunca Morre 
 
Há um dito popular que afirma que há solução 
para tudo, menos para a morte. 
 
Entretanto, a maior solução que existe é 
justamente a para a morte, porque foi preparada 
por Deus desde antes da fundação do mundo. 
 
Antes que houvesse o sol, a lua, as estrelas, o 
homem, esta solução havia sido adrede 
preparada. 
 
A única solução eficaz para a morte é 
simplesmente ouvir a voz de Cristo, como Ele 
mesmo o tem afirmado: 
 
“João 5:25 Em verdade, em verdade vos digo que 
vem a hora e já chegou, em que os mortos 
ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a 
ouvirem viverão. 
João 5:26 Porque assim como o Pai tem vida em 
si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida 
em si mesmo. 
João 5:27 E lhe deu autoridade para julgar, 
porque é o Filho do Homem. 
João 5:28 Não vos maravilheis disto, porque vem 
a hora em que todos os que se acham nos 
túmulos ouvirão a sua voz e sairão: 
João 5:29 os que tiverem feito o bem, para a 
ressurreição da vida; e os que tiverem praticado 
o mal, para a ressurreição do juízo.” 
70 
 
 É portanto algo muito esperançoso que mortos 
ouçam a voz do Senhor e se tornem vivos. 
 
Isto é feito pela pregação do evangelho. 
 
Esteja morto em delitos e pecados, nas trevas da 
incredulidade, ou então morto espiritualmente, 
por ter se afastado de Deus depois de ter 
recebido a vida de Cristo, não importa, é o 
mesmo poder do Espírito Santo que vivificará 
tanto a um quanto ao outro, pela simples fé no 
senhorio de Cristo. 
 
Foi muita misericórdia da parte de Deus, ter 
dado ao homem a possibilidade de ouvir a voz de 
Cristo para a salvação, apesar de toda a 
humanidade que está sem Cristo, se encontrar 
naturalmente morta em espírito, corrompida 
na alma e com um corpo físico que caminha 
para a morte e que está sujeito a tantas fraquezas 
e enfermidades. 
 
Como podem os mortos ouvirem a mensagem 
do evangelho pregada no poder do Espírito, e 
responderem ao convite da salvação, ninguém 
sabe, mas sabemos que isto é certamente 
concedido pelo poder do Deus Altíssimo. 
 
 “Ef 2:1 Ele vos deu vida, estando vós mortos nos 
vossos delitos e pecados, 
 
71 
 
Ef 2:2 nos quais andastes outrora, segundo o 
curso deste mundo, segundo o príncipe da 
potestade do ar, do espírito que agora atua nos 
filhos da desobediência; 
Ef 2:3 entre os quais também todos nós andamos 
outrora, segundo as inclinações da nossa carne, 
fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; 
e éramos, por natureza, filhos da ira, como 
também os demais. 
Ef 2:4 Mas Deus, sendo rico em misericórdia, 
por causa do grande amor com que nos amou, 
Ef 2:5 e estando nós mortos em nossos delitos, 
nos deu vida juntamente com Cristo, —pela 
graça sois salvos,” (Efésios 2.1-5) 
 
 
 
 
 
72 
 
Viver Pela Fé 
 
“Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o 
justo viverá pela sua fé.” (Hab 2:4) 
 
Esta foi a revelação que Deus fez ao profeta 
Habacuque em sua perplexidade em razão de 
que muitos morreriam em Israel sob o poder 
dos babilônios, e o restante do povo de Deus 
seria levado em cativeiro. 
Onde, quando e como se cumpririam as boas 
promessas de paz e de vida da parte de Deus para 
Israel? 
Habacuque não podia entendê-lo, até que lhe 
veio a resposta da parte do Senhor. 
 Vida e paz é algo que está associado à justiça 
divina, que é obtida por fé. 
Aquele que a possui viverá para sempre, ainda 
que morra fisicamente. 
É para este propósito que o pecador é justificado 
pela fé em Cristo. 
Daí o apóstolo ter afirmado em Romanos 6: 
“Oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre 
os mortos, e os vossos membros, a Deus, como 
instrumentos de justiça.” 
 
“E, uma vez libertados do pecado, fostes feitos 
servos da justiça.” 
 
Como Deus poderia se comprazer, se agradar de 
quem anda de modo contrário à verdade 
revelada nas Escrituras? 
73 
 
Como poderia aprovar tal comportamento que é 
contrário à Sua vontade? 
Por exemplo: o que Deus espera de uma mãe em 
relação a seus filhos, senão que seja exemplo 
para eles e lhes ensine a caminhar na justiça do 
evangelho. 
Isto demandará sobretudo que os corrija, 
discipline e repreenda, segundo a doutrina da 
Palavra de Deus, com amor e longanimidade. 
Em suma, ela deve se esforçar através da oração 
e do ensino, até ver Cristo formado neles. 
Este é o principal aspecto da prática justiça que 
Deus espera ver numa mãe que é cristã. 
O mesmo se aplica aos deveres dos esposos, dos 
filhos, dos líderes, dos servos. 
O cristão não recua na fé para a perdição da 
alma. 
Mas se diz que, Deus não se compraz nele, caso 
venha a recuar, ou seja, a não perseverar na 
prática da Palavra, pois foi justificado para ser 
justo, para viver pela fé na verdade e na justiça. 
Daí nosso Senhor afirmar no Sermão do Monte 
que são bem-aventurados os que têm fome e 
sede de justiça. 
Estes são saciados por Deus em sua fome e sede 
para poderem viver segundo o padrão da justiça 
divina, revelada no Evangelho. 
 
 
 
 
 
74 
 
A Mensagem Central do Evangelho 
 
O apóstolo Paulo afirma em Romanos 1.16,17 que 
é o evangelho o poder de Deus para a salvação de 
todo o que crê. 
 
E por que somente o evangelho tem este poder 
de conduzir os que creem à salvação? 
O apóstolo diz que isto decorre do fato de a 
justiça de Deus ser revelada no evangelho de fé 
em fé. 
Devemos confiar então, que o evangelho 
verdadeiro é poderoso para salvar a nós 
pecadores, porque ao pregá-lo, Deus abrirá os 
olhos da fé dos que serão salvos para aceitarem 
e receberem a justiça que Ele está oferecendo 
gratuitamente. 
Justiça esta que os salvará. 
O próprio Senhor Jesus Cristo é a justiça que 
devemos receber para sermos justificados e 
salvos. 
Por isso se diz nos profetas que é Ele que a nossa 
justiça. 
Sendo chamado por Senhor Justiça Nossa no 
livro do profeta Jeremias. 
É somente por se estar em Cristo pela fé, que 
alguém poderá ser salvo. 
Porque este é o único modo de sermos 
participantes da Sua justiça que nos justifica. 
A justiça prometida por Deus para a nossa 
justificação, e que passou a se manifestar na 
dispensação da graça, à qual Paulo chama de 
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tempo presente, com a vinda de nosso Senhor 
Jesus Cristo a este mundo para morrer na cruz, 
foi profetizada nas Escrituras do Velho 
Testamento, porque Paulo diz que ela foi 
testemunhada pela Lei e pelos profetas, modo 
comum de se designar as Escrituras no passado. 
Esta justiça de Deus prometida seria 
manifestada sem lei, conforme dizer do 
apóstolo, isto é, ela não consistiria num novo 
conjunto de leis para serem observadas pelo 
povo da nova aliança, conforme havia se dado 
com Israel desde os dias de Moisés, mas num 
ato de justiça que seria cumprido por Cristo 
morrendo no lugar do pecador, carregando

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