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Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. APG 17 – “BAGAGEM EXTRA.” Abertura: 06/04/2021 Devolutiva: 09/04/2021. Objetivos: 1. DISCUTIR A SAZONALIDADE DA DENGUE -> épocas do ano e seus índices; fatores ambientais. 2. CARACTERÍSTICAS DO VÍRUS. ciclo de vida, fatores biológicos/químicos; transmissão. 3. COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA, SINAIS E SINTOMAS, FATORES DE RISCO DA DENGUE CLÁSSICA E HEMORRÁGICA. fisiopatologia (clássica e hemorrágica); sinais e sintomas (clássica e hemorrágica); fatores de risco (clássica e hemorrágica). 4. DELINEAR A RELAÇÃO DE AINES COM A DENGUE. Fatores de risco Embora haja relatos de transmissão em áreas rurais, a dengue é considerada uma doença, sobretudo, de foco antropúrgico, cuja ocorrência está associada ao modo de organização das populações humanas no ambiente urbano, onde estão reunidos os elementos fundamentais para a sua ocorrência (o homem, o vírus, o vetor e, principalmente, as condições políticas, econômicas e culturais favorecedoras da cadeia de transmissão) (Marzochi 1994). No Brasil, a forma caótica pela qual a urbanização das cidades vem se processando nos últimos 40 anos criou condições ideais para reintrodução do Aedes sp. e reemergência da dengue no Brasil na década de 80 (Gómez-Dantés & Willoquet 2009; Tauil 2001). Historicamente, as transformações no cenário urbano brasileiro tiveram início na segunda metade do século XX com os intensos fluxos migratórios para as cidades, processo decorrente das transformações tecnológicas no campo associadas à incapacidade política de implementação de projetos de reforma agrária (Sabroza et al. 1992). Esse novo fluxo migratório foi determinante para a configuração do ambiente urbano atual nas cidades da América Latina, onde fenômenos políticos, sociais e culturais se expressam em iniquidades socioespaciais condicionantes da saúde das populações (Mott et al. 1990; Davis 2006). A medida em que a expansão urbana se processa desvinculada de políticas sociais e de infraestrutura habitacional, cria-se um quadro sanitário complexo onde o acesso desigual aos serviços de abastecimento de água, coleta de lixo e habitações adequadas geram impactos negativos nos perfis de morbidade e mortalidade da população (Santos 1979). Essa nova configuração dos centros urbanos brasileiros condicionada pela especulação imobiliária e excessiva valorização do solo, impeliu os grupos menos favorecidos à viverem em espaços desprovidos de infraestrutura habitacional e saneamento básico. É nesse espaço limitante que esses grupos desenvolveram estratégias 18 de sobrevivência e práticas de enfrentamento de seus problemas cotidianos que, de certa forma, favorecem em maior ou menor escala a produção/reprodução de doenças infecciosas, em particular a dengue (Donalisio 1995; Tauil 2001). Neste contexto, ganham destaque os hábitos domésticos de armazenamento de água como forma de compensar a ausência ou intermitência desse serviço. Adicionalmente, os novos padrões de consumo impostos pela indústria moderna em que se privilegia embalagens plásticas descartáveis, cujo destino inadequado em quintais, terrenos baldios e vias públicas, favorece a proliferação de vetores e disseminação do vírus. Da mesma forma, o crescimento vertiginoso da indústria automotiva nas últimas décadas tem proporcionado o aumento de pneus usados descartados de forma inadequada no ambiente, configurando potenciais criadouros de Aedes aegypti (Donalisio 1995; Tauil 2001; Teixeira et al. 1999). É nesse ambiente transformado pelo homem em que são estabelecidas as condições urbanas de vulnerabilidade à infecção e adoecimento pela dengue, onde se processa a maioria das epidemias Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. das cidades brasileiras (Sabroza 2004). No entanto, em cidades como o Rio de Janeiro por exemplo, a heterogeneidade espacial permite que bairros vizinhos com diferentes níveis de urbanização e condições socioeconômicas compartilhem riscos semelhantes de infecção e adoecimento pelo dengue, ainda que as particularidades de cada um exijam abordagens e ações de controle vetorial específicas (Luz et al. 2003; Teixeira et al. 2009). Por outro lado, determinados parâmetros ambientai s do clima tropical brasileiro, como por exemplo alta precipitação, umidade relativa do ar, radiação solar e temperatura, afetam a demografia e comportamento da população de mosquitos, favorecendo a densidade vetorial e a circulação do vírus. Da mesma forma, o destino inadequado do lixo durante épocas chuvosas contribui para a formação de criadouros potenciais, favorecendo a densidade vetorial e, consequentemente, o risco de ocorrência de epidemias (SouzaSantos 1999; Guzman & Istúriz 2010; Kuno 1995; Singhi et al. 2007). No ambiente domiciliar e peridomiciliar, alguns estudos desenvolvidos na América Latina e Ásia vêm discutindo sua importância para a ocorrência de criadouros do vetor. Sob este aspecto, o padrão e a estrutura das habitações, assim como as 19 condições do quintal parecem influenciar não só na disponibilidade de criadouros, como também na sua produtividade (Thammapalo et al. 2008; Ko et al. 1992; Rodriguez et al. 1995). Em estudo realizado em Queensland, na Austrália, Tun-Lin et al. (1995) concluíram que casas cujos quintais são muito sombreados e descuidados (presença de lixo e entulho) têm maiores chances (2,6 e 2,5) de apresentar criadouros positivos para Aedes aegypti quando comparados a domicílios cujos quintais são ensolarados e com boa organização e limpeza. Da mesma forma, Thammapalo e colaboradores (2008) encontraram associação positiva entre incidência de dengue clássica (DC)/febre hemorrágica (FHD) e casas cuja acomodação de lixo é precária nos distritos urbanos do sul da Tailândia. O mesmo foi observado para estabelecimentos comerciais e casas feitas de tijolo, sendo que para estas últimas, a plausibilidade biológica da associação pode ser explicada pela temperatura amena e maior umidade no interior das residências, fatores que funcionam como atrativos para descanso e repasto do vetor. Vale ressaltar que a compreensão da dinâmica de produção da dengue sob uma perspectiva que inclua suas relações particulares com o contexto ambiental, social e econômico, permissivos a proliferação do vetor em áreas urbanas, constitui uma ferramenta de extrema importância para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de controle da doença (Teixeira & Medronho 2008; Lima et al. 2005). CARACTERÍSTICAS DO VÍRUS. ciclo de vida, fatores biológicos/químicos; transmissão. EXPLICANDO A IMAGEM: O ciclo de vida do vírus da dengue e as fontes de antígenos são mostrados. Os vírions da dengue se ligam aos receptores da superfície celular (não foram completamente caracterizados) e os vírions são internalizados por endocitose. A acidificação da vesícula endocítica leva ao rearranjo da glicoproteína do envelope de superfície (E), fusão das membranas viral e vesicular e liberação de RNA viral no citoplasma. O RNA genômico viral é então traduzido para produzir proteínas virais em estruturas de membrana derivadas do retículo endoplasmático (ER), e as proteínas virais e o RNA viral recém-sintetizado se reúnem em vírions imaturos dentro do lúmen ER. A clivagem da proteína da membrana precursora viral (pré - M) pela enzima furina da célula hospedeira leva à formação de vírions maduros, que são secretados pela célula. Além disso, parteda proteína não estrutural sintetizada 1 (NS1) é expressa na membrana plasmática da célula ou segregada, e alguns vírions são secretados em uma forma imatura. Os vírions maduros e imaturos induzem respostas de anticorpos à proteína E, e esses anticorpos podem funcionar na neutralização ou no aumento da infecção dependente de anticorpos. Os vírions imaturos também induzem respostas de anticorpos à proteína pré- M. Os anticorpos específicos para NS1 podem interagir com NS1 ligado à membrana e causar lise dependente do complemento de células infectadas por vírus. Os vírions imaturos também induzem respostas de anticorpos à proteína pré-M. Os anticorpos específicos para NS1 podem interagir com NS1 ligado à membrana e causar lise dependente do complemento de Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. células infectadas por vírus. Os vírions imaturos também induzem respostas de anticorpos à proteína pré-M. Os anticorpos específicos para NS1 podem interagir com NS1 ligado à membrana e causar lise dependente do complemento de células infectadas por vírus. (Painel B) A estrutura do ectodomínio da glicoproteína E do vírus da dengue e as características dos anticorpos específicos da proteína E são mostradas. Os três domínios da proteína E são coloridos em vermelho (domínio I), amarelo (domínio II) e azul (domínio III). (Painel C) São apresentados os mecanismos de neutralização e intensificação por anticorpos específicos para o vírus da dengue. Em altos níveis de ocupação do epítopo, os anticorpos podem bloquear a ligação de vírions ao receptor celular ou podem bloquear a fusão em um estágio de pós-ligação. Em níveis mais baixos de ocupação do epítopo, os anticorpos podem aumentar a absorção de vírions nas células, interagindo com os receptores de imunoglobulina (Fc). Os vírus da dengue são membros da família Flaviviridae, gênero Flavivirus . Eles são pequenos vírus com envelope contendo um genoma de RNA de fita única de polaridade positiva [ 2 ]. Os vírus da dengue infectam uma ampla variedade de tipos de células humanas e não humanas in vitro. A replicação viral envolve as seguintes etapas: ●Anexo à superfície da célula ●Entrada no citoplasma ●Tradução de proteínas virais ●Replicação do genoma de RNA viral ●Formação de vírions (encapsidação) ●Liberte-se da célula A ligação dos vírions da dengue às células, que é mediada pela glicoproteína do envelope viral principal (E), é crítica para a infectividade. A determinação das estruturas tridimensionais da glicoproteína E da dengue e do vírion intacto tem facilitado o entendimento desse processo [ 3- 5 ]. Os vírus da dengue se ligam através da glicoproteína E aos receptores virais na superfície celular, que podem incluir sulfato de heparana ou lectinas como DC-SIGN e CLEC5A [ 6-8 ]; eles também podem se ligar aos receptores de imunoglobulina da superfície celular na presença de anticorpos para a glicoproteína E ou proteína precursora da membrana (pré-M), conforme descrito mais adiante [ 9 ]. Após a fusão das membranas virais e celulares em vesículas endocíticas acidificadas, o RNA viral entra no citoplasma. As proteínas virais são então traduzidas diretamente do RNA viral como uma única poliproteína, que é clivada para produzir as três proteínas estruturais e as sete não estruturais [ 2 ]. A clivagem de várias proteínas virais requer uma protease viral funcional codificada na proteína não estrutural NS3. A proteína não estrutural NS5 é a RNA polimerase dependente de RNA viral, que se reúne com várias outras proteínas virais e várias proteínas do hospedeiro para formar o complexo de replicação. Este complexo transcreve o RNA viral para produzir RNA viral de fita negativa, que serve como molde para a produção do RNA genômico viral. A montagem e brotação dos vírions descendentes ainda são mal compreendidos. A proteína estrutural pré-M é clivada por uma enzima celular, a furina, como uma das etapas finais na maturação dos vírions da progênie [ 2 ]. A clivagem da proteína pré-M aumenta a infectividade dos vírions 100 vezes. O vírus dengue é classificado como um arbovírus mantendo-se na natureza pela multiplicação em mosquitos hematófagos do gênero Aedes . Pertencem a família Flaviviridae, a mesma do vírus da febre amarela. Existem quatro sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV- 3 e DENV-4, e todos podem causar tanto a forma clássica da doença quanto formas mais graves Embora existam relatos da doença desde meados do século XIX e início do século XX no Brasil, a circulação dos vírus dengue só foi comprovada laboratorialmente em 1982, quando foram isolados os sorotipos DENV-1 e DENV-4, em Boa Vista (RR) ficando o país sem notificação de casos por quatro anos. Em 1986, foi isolado o DENV- 1 no Estado do Rio de Janeiro causando epidemia e dispersão desse sorotipo para diversas regiões do Brasil. Em seguida, com a introdução do DENV-2, também no Estado do Rio de Janeiro, confirmou-se o primeiro caso de dengue hemorrágico por esse sorotipo, com o aparecimento de formas graves também em outras regiões. Em janeiro de 2001, foi isolado o DENV-3 no município de Nova Iguaçu (RJ). Em 2010, o DENV-4 foi isolado a partir de casos detectados no estado de Roraima e no Amazonas. Em janeiro de 2011, foi isolado no Pará e, em março do mesmo ano, os primeiros casos de DENV-4 no Rio de Janeiro foram confirmados pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Transmissão e multiplicação O ciclo de transmissão da dengue se inicia quando o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença no Brasil, pica uma pessoa infectada. O vírus multiplica-se no intestino médio do vetor e infecta outros tecidos chegando finalmente às glândulas salivares. Uma vez infectado o mosquito é capaz de transmitir enquanto viver. Não existe transmissão da doença através do contato entre indivíduos doentes e pessoas saudáveis. Após a picada do mosquito, inicia-se o ciclo de replicação viral nas células estriadas, lisas, fibroblastos e linfonodos locais, a seguir ocorre a viremia, com a disseminação do vírus no organismo do indivíduo. Os primeiros sintomas como febre, dor de cabeça e mal-estar surgem após um período de incubação que pode variar de 2-10 dias. Uma vez infectada por um dos sorotipos do vírus, a pessoa adquire imunidade para aquele sorotipo especifico. https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/2 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/3-5 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/3-5 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/6-8 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/9 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/2 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/2 Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. ➔ CARACTERÍSTICAS ‘DETALHADAS’ Causada por vírus de genoma RNA de cadeia única de aproximadamente 11 kilobases (Kb) de comprimento, a dengue pode ocorrer em infecções sequenciais pelos sorotipos do vírus DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4, pertencentes à família Flaviviridae, gênero Flavivirus, que inclui 68 espécies e 8 grupos sorológicos distintos (Nogueira et al. 2000; Gubler 1998). Os quatro sorotipos identificados até o momento não induzem proteção imunológica cruzada e, teoricamente, uma pessoas pode ser infectada pelos quatros sorotipos. A infecção por um determinado sorotipo confereimunidade duradoura somente contra o sorotipo em questão, porém, para infecções heterólogas posteriores, a imunidade é transitória e parcial (Guzman & Istúriz 2010; Wichmann et al. 2004; Singhi et al. 2007). Embora antigenicamente distintos, há evidências de possíveis sub-complexos sorológicos dentro de cada grupo. O sequenciamento genético desses sorotipos vem permitindo uma visualização mais clara das relações genéticas entre eles, reunindo-os em grupos genômicos ou subgrupos (Araújo et al. 2007). Estruturalmente, o vírus dengue é esférico, tem 40-50 nanômetros de diâmetro e seu genoma se apresenta envolto por um nucleocapsídeo icosaédrico recoberto por um envelope lipídico derivado das membranas das células hospedeiras. O vírus é ainda composto por três proteínas estruturais (a proteína C localizada no capsídeo, a proteína M 27 associada à membrana e a proteína E do envelope viral), além de sete proteínas não estruturais (NS1, NS2a, NS2b, NS3, NS4a, NS4b, e NS5). Acredita-se que a proteína estrutural E seja a responsável pelas principais propriedades biológicas do vírus, incluindo hemaglutinação dos eritrócitos, neutralização de anticorpos e resposta imunoprotetora (Gluber & Kuno 1997; Singhi et al. 2007). De forma geral, os arbovírus são mantidos na natureza por ciclos silvestres com transmissão entre animais vertebrados e, entre os próprios artrópodes, por transmissão transovariana, mecanismo de transmissão intrapopulacional em que o vírus é transmitido verticalmente da fêmea infectada para toda sua prole, incluindo os machos (Rosen et al. 1983; Rosen 1987; Singhi et al. 2007). A importância da transmissão vertical da infecção como mecanismo de manutenção endêmica do vírus foi evidenciada em alguns estudos, como por exemplo o realizado por Kow et al. (2001) em Singapura, no qual foram encontradas proporções de machos de Aedes aegypti e Aedes albopictus naturalmente infectados (1,33% e 2,16% respectivamente). Cabe ressaltar que a contribuição dos mosquitos machos para a persistência do vírus na natureza não está completamente elucidada, uma vez que não se sabe se a transmissão sexual do vírus para as fêmeas é possível (Castro 2005). COMPREENDER A FISIOPATOLOGIA, SINAIS E SINTOMAS, FATORES DE RISCO DA DENGUE CLÁSSICA E HEMORRÁGICA. fisiopatologia (clássica e hemorrágica); sinais e sintomas (clássica e hemorrágica); fatores de risco (clássica e hemorrágica). EXPLICANDO A IMAGEM: Modelo proposto pelo qual o vírus da dengue (DV) produz uma síndrome de vazamento capilar. Acredita-se que os monócitos (Mo) sejam o principal alvo celular para DV. Anticorpos de reatividade cruzada de sorotipo (Ab), presentes no momento da segunda infecção DV, ligam-se a vírions sem neutralização e então aumentam a entrada do vírus em células monocíticas que expressam Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. receptores de imunoglobulina (FcγR), como mostrado no lado esquerdo da imagem. Os sorotipos de células T de memória com reatividade cruzada, também presentes no momento da infecção secundária de DV, reconhecem antígenos virais no contexto de moléculas do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) de classe I e II. Essas células T produzem citocinas, como interferon-gama (IFNγ) e fatores de necrose tumoral (TNF) alfa e beta, e lise monócitos infectados com DV. O TNF-alfa também é produzido em monócitos em resposta à infecção por DV e / ou interações com células T. Essas citocinas têm efeitos diretos nas células endoteliais (CE) para induzir vazamento de plasma. O interferon-gama ativa os monócitos para aumentar a expressão de moléculas de MHC e receptores de imunoglobulinas e a produção de TNF-alfa. A cascata do complemento, ativada por complexos vírus- anticorpo e por várias citocinas, libera as anafilatoxinas C3a e C5a do complemento, que aumentam ainda mais a permeabilidade capilar. A interleucina-2 pode contribuir facilitando a proliferação de células T. libera as anafilatoxinas C3a e C5a do complemento, que aumentam ainda mais a permeabilidade capilar. A interleucina-2 pode contribuir facilitando a proliferação de células T. libera as anafilatoxinas C3a e C5a do complemento, que aumentam ainda mais a permeabilidade capilar. A interleucina-2 pode contribuir facilitando a proliferação de células T. ARTIGO UPTODATE: Existem lacunas substanciais na compreensão abrangente da patogênese das infecções pelo vírus da dengue. Em grande parte, essa limitação está relacionada à falta de um modelo animal adequado da doença [ 1 ]. Os macacos Rhesus desenvolvem um padrão de viremia semelhante ao dos humanos após o desafio do vírus da dengue, mas não desenvolvem a doença clínica. Estudos epidemiológicos e experimentais cuidadosos em humanos forneceram informações valiosas sobre a infecção pelo vírus da dengue, mas dados detalhados sobre a distribuição do vírus in vivo estão disponíveis apenas para um pequeno número de pacientes com doença mais grave, manifestações incomuns ou estágios posteriores da infecção. Poucas informações patogenéticas estão disponíveis sobre infecções mais leves, que constituem a grande maioria dos casos. CURSO DE INFECÇÃO: O curso da infecção pelo vírus da dengue é caracterizado por eventos precoces, disseminação e a resposta imune e subsequente eliminação viral Eventos iniciais - o vírus da dengue é introduzido na pele quando um mosquito infectado, mais comumente Aedes aegypti , se alimenta de sangue de um hospedeiro suscetível. A disseminação do vírus logo após a injeção subcutânea foi estudada em macacos rhesus [ 10 ]. Durante as primeiras 24 horas, o vírus só pôde ser isolado no local da injeção. O principal tipo de célula infectada não foi definido; Tanto as células de Langerhans quanto os fibroblastos dérmicos foram propostos como células-alvo da infecção pelo vírus da dengue na pele. Um estudo usando células dendríticas da pele humana demonstrou a expressão de antígenos do vírus da dengue após a exposição in vitro, sugerindo que essas células são permissivas à infecção viral da dengue [ 11] Em macacos rhesus, o vírus foi detectado em nódulos linfáticos regionais 24 horas após a infecção [ 10 ]. Em um estudo usando um modelo de camundongo deficiente em receptores de interferon tipo I e tipo II (IFN), macrófagos e células dendríticas demonstraram ser alvos celulares precoces para infecção [ 12 ]. Disseminação - A viremia começa em macacos rhesus entre dois e seis dias após a injeção subcutânea e dura de três a seis dias. Em humanos infectados com o vírus "natural" da dengue, a viremia começa aproximadamente um dia depois do que nos macacos, mas a duração da viremia é semelhante [ 13 ]. A viremia é detectável em humanos 6 a 18 horas antes do início dos sintomas e termina próximo ao período de resolução da febre [ 14 ]. Em macacos rhesus durante o período de viremia, o vírus foi freqüentemente detectado em nódulos linfáticos distantes do https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/1 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/10 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/11 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/10 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/12 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/13 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/14 Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof.Tutor Henrique Lanza Salmos 23. local da inoculação e menos comumente no baço, timo, pulmão e medula óssea [ 10 ]. O vírus também foi isolado de leucócitos do sangue periférico no final do período virêmico e às vezes até um dia depois. A distribuição do vírus em humanos foi estudada em amostras de sangue, biópsia e autópsia de pacientes com infecção natural pelo vírus da dengue. A infecção de células mononucleares do sangue periférico persiste além do período de viremia detectável [ 15-17 ]. Dados conflitantes foram publicados a respeito do principal tipo de célula infectada no sangue periférico. Um estudo mais antigo relatou isolamento mais frequente de vírus infecciosos da população de células aderentes do que a população não aderente, sugerindo que os monócitos são a célula-alvo primária para a infecção [ 15 ]. Uma conclusão semelhante foi alcançada em um estudo usando citometria de fluxo, que relatou a detecção do antígeno viral da dengue em uma porcentagem muito alta de monócitos circulantes [ 17] No entanto, um estudo anterior usando citometria de fluxo relatou que a maioria dos vírus associados a células estava contida na fração CD20 + (linfócito B) [ 16 ]. Outro estudo usando a reação em cadeia da polimerase encontrou os níveis mais altos de RNA viral da dengue em células B, mas não pôde excluir a ligação passiva como explicação [ 18 ]. A produção do vírus da dengue em tecidos obtidos na autópsia geralmente tem sido baixa. No entanto, em um estudo usando as técnicas mais sensíveis para isolamento de vírus, o vírus foi isolado com mais frequência (4 de 16 casos) do tecido hepático [ 19 ]. A coloração com antígeno sugeriu que os tipos de células infectadas predominantes são macrófagos na pele [ 20 ] e células de Kupffer no fígado [ 21,22 ]; antígenos virais da dengue também foram detectados em hepatócitos em alguns casos [ 23 ]. Resposta imune e eliminação viral - As respostas imunes inatas e adaptativas induzidas pela infecção pelo vírus da dengue provavelmente desempenham um papel na eliminação da infecção [ 24 ]. A infecção de células humanas in vitro induz respostas antivirais, incluindo a produção de interferons [ 25 ]. Consistente com essas observações, níveis séricos elevados de IFN-alfa foram demonstrados em crianças com dengue [ 26 ]. O papel dessas respostas de citocinas é incerto. O interferon inibe a infecção pelo vírus da dengue in vitro. Além disso, as células infectadas pelo vírus da dengue são suscetíveis à lise por células natural killer in vitro [ 27 ]. No entanto, as proteínas virais da dengue são capazes de inibir tanto a produção de interferons quanto sua função antiviral em células infectadas [ 28,29 ]. Em vários estudos, a expressão de genes associados à sinalização do interferon tipo I foi significativamente menor em pacientes com síndrome do choque da dengue (DSS) do que em pacientes sem DSS [ 30,31 ]. Não se sabe se as respostas atenuadas do interferon são o resultado ou a causa da doença grave da dengue. A resposta do anticorpo à infecção pelo vírus da dengue é dirigida principalmente aos determinantes específicos do sorotipo, mas há um nível substancial de anticorpos reativos ao sorotipo (Figura 2) E, membrana precursora (pré-M) e NS1 são as principais proteínas virais que são direcionadas. In vitro, os anticorpos específicos da proteína E podem mediar a neutralização da infecção, direcionar a lise mediada pelo complemento ou citotoxicidade celular dependente de anticorpos de células infectadas pelo vírus da dengue e bloquear a ligação do vírus aos receptores celulares [ 2 ]. Anticorpos específicos pré-M apenas se ligam a vírions que não amadureceram totalmente e que possuem proteína pré-M não clivada remanescente. NS1 não é encontrado no vírion; Os anticorpos específicos para NS1 são, portanto, incapazes de neutralizar a infecção do vírus, mas podem direcionar a lise mediada pelo complemento de células infectadas [ 32 ]. A base da neutralização do vírus por anticorpos não é bem compreendida. A neutralização requer claramente um nível limite de anticorpos; quando a concentração de anticorpos está abaixo desse limite, a absorção do vírus ligado ao anticorpo pelas células que expressam receptores de imunoglobulina (Ig) é paradoxalmente aumentada, um processo denominado aumento dependente de anticorpos (ADE) da infecção [ 33,34] Como os monócitos, os supostos alvos celulares da infecção pelo vírus da dengue in vivo, expressam receptores de imunoglobulina e manifestam ADE in vitro, acredita-se que esse fenômeno seja altamente relevante nas infecções naturais do vírus da dengue (ver abaixo). Em macacos rhesus, a transferência passiva de baixos níveis de soros humanos imunes à dengue ou um anticorpo monoclonal específico do vírus da dengue de chimpanzé humanizado resultou em um aumento de 2 a 100 vezes nos títulos de viremia da dengue-2 ou dengue-4 em comparação com os animais de controle [ 35,36 ]. Um aumento nos títulos virais no sangue e tecidos e aumento da doença também foram observados após a transferência passiva de baixos níveis de anticorpos específicos para o vírus da dengue em camundongos sem receptores de interferon [ 37] A entrada do vírus da dengue via ADE também foi encontrada para suprimir as respostas imunes inatas em monócitos infectados in vitro [ 9 ]. Um estudo caracterizou 301 anticorpos monoclonais específicos para o vírus da dengue humana [ 38 ]. Os anticorpos pré-M- específicos representaram uma fração maior dos anticorpos monoclonais detectados do que os anticorpos direcionados a E ou NS1. Anticorpos pré-M-específicos mostraram baixa neutralização da infecção in vitro, mas podem mediar ADE. A resposta dos linfócitos T à infecção pelo vírus da dengue também inclui respostas específicas para sorotipos e reativas cruzadas entre sorotipos [ 39 ]. Células T CD4 + e CD8 + específicas do vírus da dengue podem lisar células infectadas pelo vírus da dengue in vitro e produzir citocinas como IFN- gama, fator de necrose tumoral (TNF) -alfa e linfotoxina. In vitro, o IFN-gama pode inibir a infecção de monócitos pelo vírus da dengue. No entanto, o IFN-gama também aumenta a expressão https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/10 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/15-17 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/15 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/17 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/16 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/18 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/19 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/20 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/21,22 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/23 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/24 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/25 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/26 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/27 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/28,29 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/30,31 https://www.uptodate.com/contents/image?imageKey=ID%2F122397&topicKey=ID%2F3029&search=dengue&rank=2%7E103&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/2 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/32 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/33,34 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/35,36https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/37 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/9 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/38 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/39 Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. de receptores Ig, que podem aumentar o aumento da infecção dependente de anticorpos FISIOPATOLOGIA: Vetor A dengue é transmitida por mosquitos fêmea do gênero Aedes (Stegomya), sendo a espécie Aedes aegypti a de maior importância epidemiológica no Brasil (SVS-MS 2010). A espécie é de origem africana e foi introduzida no país no início do século XIX durante o período colonial, provavelmente por ocasião do tráfico de escravos (Santos & Augusto 2005). Ao encontrar condições muito favoráveis à sua sobrevivência e reprodução, estabeleceu estreita relação de dependência com os humanos e com o ambiente urbanizado, expandindo progressivamente sua ocupação e colonização pelo território brasileiro (Chieffi 1985; Castro 2005). Por outro lado, o Aedes albopictus é uma espécie de origem asiática considerada de importância epidemiológica secundária e está associada à transmissão no meio rural 20 ou semiurbano naquele continente (Braga & Valle 2007). Embora a habilidade para transmitir os sorotipos dengue sob condições laboratoriais já tenha sido demonstrado em cepas brasileiras de Ae. albopictus (Mitchell & Miller 1990), no Brasil sua participação na transmissão de sorotipos do vírus da dengue não foi comprovada. Contudo, uma vez que sua distribuição geográfica no país se sobrepõe às áreas onde há registros de ocorrência de epidemias de dengue, a atuação da vigilância virológica/entomológica se faz imprescindível, de forma que seja possível a detecção imediata de infecções naturais que indiquem a atividade vetorial nessa espécie (Castro 2005). Por ser vetor da febre amarela urbana, o Aedes aegypti foi intensamente combatido e chegou a ser considerado erradicado do território nacional entre as décadas de 1950 e 1960, após a realização da campanha de erradicação da forma urbana da febre amarela, coordenada pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS), da qual faziam parte o Brasil e mais 17 países (Pontes et al. 2000; Tauil 2002; Gómez- Dantés & Willoquet 2009). Na época, foram implementados eficientes programas de controle vetorial em todos os países participantes. No Brasil, a estratégia centralizada e verticalizada de combate vetorial da campanha contou com a hierarquia e a rígida disciplina militar, que de certo modo contribuíram para seu relativo sucesso no decorrer da década de 1950. No entanto, devido a falhas na vigilância epidemiológica e intensas transformações sociais decorrentes da urbanização acelerada, a reinfestação da espécie no país foi constatada em 1976 (Souza- Santos 1999; Tauil 2002; Braga & Valle 2007). A reintrodução do Aedes aegypti inicialmente por Belém (PA) e sua posterior dispersão por diversas localidades até os grandes centros urbanos do sudeste, foi então acompanhada da reemergência e ascensão da dengue no início da década de 80 em várias cidades brasileiras, intensificando o processo de circulação dos sorotipos dengue, com ocorrência de epidemias explosivas associadas a dispersão do vetor. Até o presente momento a espécie já foi reportado em mais de 70% dos municípios brasileiros (Chieffi 1985; Braga & Valle 2007). O Aedes aegypti reúne diversas características que contribuem para o sucesso da transmissão e que o tornam um meio extremamente eficaz de disseminação para vírus. A espécie desenvolveu ao longo de sua trajetória evolutiva um exímio comportamento 21 antropofílico, sendo reconhecida dentre os culicídeos como a mais associada ao homem, compartilhando o mesmo ambiente e os mesmos horários de atividade (hábito hematofágico diurno). A disponibilidade de hospedeiros e de locais que funcionem como criadouros para postura de ovos são os principais condicionantes da dispersão vetorial (Tauil 2002; Natal 2002; Castro 2005). A espécie utiliza preferencialmente depósitos artificiais de água limpa para a postura de ovos; estes, por sua vez, conseguem permanecer viáveis no ambiente por até 450 dias na ausência de água sem dessecar. O comportamento hematofágico intermitente, demonstrado sob condições laboratoriais, Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. permite que a fêmea de Aedes aegypti faça múltiplos repastos durante um único ciclo gonotrófico, potencializando a transmissão viral. Adicionalmente, a espécie é uma das mais bem adaptadas ao meio urbano e, de maneira geral, tem boa resiliência e se adapta bem à situações ambientais desfavoráveis. Há relatos de sua presença em altitudes elevadas e reprodução em água poluída (SouzaSantos 1999; Castro 2005; Mackenzie et al. 2004; Tauil 2002). Ao picar uma pessoa infectada durante a fase de viremia (duração de até 5 dias após o início dos sintomas) o mosquito fêmea ingere o sangue contendo o vírus, dando início ao processo de replicação viral no organismo do vetor (esquema 1) Após um período de incubação extrínseco de aproximadamente 8-14 dias, a fêmea do Aedes aegypti se torna apta a infectar outros hospedeiros suscetíveis até o fim de sua 22 vida (Castro 2005; Guzman & Istúriz 2010). Após a picada do mosquito e infecção do novo hospedeiro suscetível, tem início o período de replicação do vírus no organismo humano (incubação intrínseco), cuja duração pode variar em média de 4 a 7 dias. Após esse período, o hospedeiro infectado pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos (WHO 1997) (esquema 1). Após a inoculação no hospedeiro, o processo de replicação viral se dá preferencialmente nas células do sistema mononuclear fagocitário, incluindo células estriadas, lisas, fibroblastos e linfonodos locais, culminando na viremia, quando então ocorre a disseminação do vírus por todo o organismo do indivíduo (Singhi et al. 2007; Morens et al. 1991). Suscetibilidade do vírus A suscetibilidade ao vírus da dengue é universal. A imunidade é permanente para um mesmo sorotipo (homóloga). Entretanto, a imunidade cruzada (heteróloga) existe temporariamente. A fisiopatogenia da resposta imunológica à infecção aguda por dengue pode ser primária e secundária. A resposta primária se dá em pessoas não expostas anteriormente ao flavivírus e o título de anticorpos se eleva lentamente. A resposta secundária se dá em pessoas com infecção aguda por dengue, mas que tiverem infecção prévia por flavivírus e o título de anticorpos se eleva rapidamente em níveis bastante altos. A suscetibilidade em relação à Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) não está totalmente esclarecida. Três teorias mais conhecidas tentam explicar sua ocorrência: • teoria de Rosen – relaciona o aparecimento de FHD à virulência da cepa infectante, de modo que as formas mais graves sejam resultantes de cepas extremamente virulentas; • teoria de Halstead – relaciona a FHD com infecções sequenciais por diferentes sorotipos do vírus da dengue. Nessa teoria, a resposta imunológica, na segunda infecção, é exacerbada, o que resulta numa forma mais grave da doença; • teoria integral de multicausalidade – tem sido proposta por autores cubanos, segundo a qual se aliam vários fatores de risco às teorias de infecções sequenciais e de virulência da cepa. Ainteração dos fatores de risco, a seguir listados, promoveria condições para a ocorrência da FHD: › fatores individuais – menores de 15 anos e lactentes, adultos do sexo feminino, raça branca, bom estado nutricional, presença de enfermidades crônicas (alergia, diabetes, hipertensão, asma brônquica, anemia falciforme), preexistência de anticorpos, intensidade da resposta imune anterior; › fatores virais – sorotipos circulantes e virulência das cepas; › fatores epidemiológicos – existência de população suscetível, circulação simultânea de dois ou mais sorotipos, presença de vetor eficiente, alta densidade vetorial, intervalo de tempo calculado de 3 meses e 5 anos entre duas infecções por sorotipos diferentes, sequência das infecções (DEN-2 secundário aos outros sorotipos), ampla circulação do vírus. Aspectos clínicos ARTIGO UPTODATE: Síndrome de vazamento capilar - vazamento de plasma, devido a um aumento na permeabilidade capilar, é uma Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. característica fundamental da febre hemorrágica da dengue (FHD), mas está ausente na febre da dengue (DF). A permeabilidade capilar aumentada parece ser devido à disfunção da célula endotelial e não à lesão, pois a microscopia eletrônica demonstrou um alargamento das junções endoteliais apertadas [ 83 ]. O vírus da dengue infecta células endoteliais humanas in vitro e causa ativação celular [ 84] Além disso, foi relatado que a proteína NS1 solúvel, que pode ser detectada no soro durante a infecção aguda, se liga às células endoteliais, para ativar as células por meio da sinalização do receptor 4 do tipo toll, para induzir a permeabilidade endotelial e interromper o glicocálice e para servir como um alvo para a ligação do anticorpo e ativação do complemento [ 85-87 ]. No entanto, os efeitos sobre a função das células endoteliais durante a infecção são considerados mais prováveis de serem indiretamente causados pela infecção pelo vírus da dengue pelas seguintes razões: ●Os estudos histológicos mostram poucos danos estruturais aos capilares [ 88 ]. ●A infecção das células endoteliais pelo vírus da dengue não é aparente nos tecidos obtidos na autópsia [ 22 ]. ●O aumento da permeabilidade capilar é transitório, com resolução rápida e sem patologia residual. A maioria das investigações tem se concentrado na hipótese de que os fatores circulantes induzem o aumento transitório da permeabilidade capilar. É provável que vários mediadores estejam envolvidos in vivo, e as interações entre esses diferentes fatores foram demonstradas em animais experimentais. O óxido nítrico foi associado ao aumento da permeabilidade vascular e dengue grave em dois estudos prospectivos na Ásia [ 89,90 ]. No entanto, os mediadores mais importantes ainda são pensados para incluir fator de necrose tumoral (TNF) -alfa, interferon (IFN) -gama, interleucina (IL) -2, IL-8, fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e complemento (Figura 3) [ 91 ]. As fontes dessas citocinas foram propostas para incluir monócitos infectados por vírus, células dendríticas e mastócitos, plaquetas ativadas e linfócitos T CD4 e CD8 específicos para o vírus da dengue. Níveis séricos elevados de TNF-alfa, IL-8, IFN-gama, IL-2 e VEGF livre foram observados em pacientes com ICD [ 91 ]. Outros estudos encontraram níveis séricos reduzidos das proteínas do complemento C3 e C5 em pacientes com ICD, com um aumento correspondente nas concentrações séricas das anafilatoxinas C3a e C5a [ 92,93 ]. É difícil detectar níveis elevados de citocinas na circulação, devido à meia-vida curta dessas moléculas. A análise de marcadores mais estáveis de ativação imune forneceu suporte adicional, embora indireto, para o modelo de imunopatogênese de vazamento de plasma. Vários estudos mostraram que crianças com DHF têm níveis circulantes elevados das formas solúveis de CD8, CD4, receptores de IL-2 e receptores de TNF [ 91] Verificou-se que o aumento das concentrações plasmáticas do receptor II solúvel do TNF se correlacionava com o desenvolvimento subsequente e com a magnitude do vazamento de plasma para o espaço pleural. A intensidade da resposta imune pode, em última análise, ser determinada pelo nível de replicação viral, entretanto, como um estudo descobriu que o título de viremia plasmática foi o fator independente mais forte que se correlacionou com o vazamento de plasma [ 26 ]. A dengue - DF (também conhecida como "febre quebra- ossos") é uma doença febril aguda definida pela presença de febre e dois ou mais dos seguintes, mas não satisfaz a definição de caso de febre hemorrágica da dengue [ 4 ] (ver 'Dengue febre hemorrágica ' abaixo): ●Dor de cabeça ●Dor retro-orbital ou ocular ●Mialgia e / ou dor óssea ●Artralgia ●Irritação na pele ●Manifestações hemorrágicas (por exemplo, teste do torniquete positivo, petéquias, púrpura / equimose, epistaxe, sangramento gengival, sangue em vômito, urina ou fezes ou sangramento vaginal) ●Leucopenia Febre hemorrágica da dengue - A característica principal da FHD é o vazamento de plasma devido ao aumento da permeabilidade vascular, conforme evidenciado pela hemoconcentração (aumento ≥20 por cento no hematócrito acima da linha de base), derrame pleural ou ascite [ 4 ]. A DHF também é caracterizada por febre, trombocitopenia e manifestações hemorrágicas (todas as quais também podem ocorrer no contexto de DF) [ 4 ]. (Consulte 'Dengue' acima.) No cenário de FHD, a presença de dor abdominal intensa, vômito persistente e inquietação ou letargia acentuada, especialmente coincidindo com defervescência, deve alertar o clínico para uma possível SCD iminente [ 18 ]. (Consulte 'Síndrome do choque da dengue' abaixo.) Os critérios para ICD compreendem uma definição restrita que não abrange todos os pacientes com infecções clinicamente graves ou complicadas por dengue [ 5,19 ]. (Consulte 'Esquemas de classificação' acima.) De acordo com as diretrizes, um diagnóstico de dengue hemorrágica exige que todos os itens a seguir estejam presentes: ●Febre ou história de febre aguda com duração de 2 a 7 dias, ocasionalmente bifásica ●Tendências hemorrágicas evidenciadas por pelo menos um dos seguintes: •Teste do torniquete positivo - O teste do torniquete é realizado inflando um manguito de pressão arterial no braço até um ponto intermediário entre as pressões sistólica e diastólica por 5 minutos. Um teste é considerado positivo quando são observadas 10 ou mais petéquias por 2,5 cm (1 polegada) quadrada. O teste pode ser negativo ou ligeiramente positivo durante a fase de choque profundo. Geralmente torna-se https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/83 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/84 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/85-87 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/88 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/22 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/89,90 https://www.uptodate.com/contents/image?imageKey=ID%2F75407&topicKey=ID%2F3029&search=dengue&rank=2%7E103&source=see_link https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/91 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/91 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/92,93 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/91 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-pathogenesis/abstract/26 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-clinical-manifestations-and-diagnosis/abstract/4https://www.uptodate.com/index.html#H129991018 https://www.uptodate.com/index.html#H129991018 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-clinical-manifestations-and-diagnosis/abstract/4 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-clinical-manifestations-and-diagnosis/abstract/4 https://www.uptodate.com/index.html#H1647699899 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-clinical-manifestations-and-diagnosis/abstract/18 https://www.uptodate.com/index.html#H2113002363 https://www.uptodate.com/contents/dengue-virus-infection-clinical-manifestations-and-diagnosis/abstract/5,19 https://www.uptodate.com/index.html#H3997742967 Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. positivo, às vezes fortemente positivo, se o teste for realizado após a recuperação do choque. •Petéquias, equimoses ou púrpura. •Sangramento da mucosa, trato gastrointestinal, locais de injeção ou outros locais. •Hematêmese ou melena. ●Trombocitopenia (100.000 células por mm 3 ou menos) - Este número representa uma contagem direta usando um microscópio de contraste de fase (o normal é 200.000 a 500.000 por mm 3 ). Na prática, para pacientes ambulatoriais, uma contagem aproximada de um esfregaço de sangue periférico é aceitável. Em indivíduos saudáveis, 4 a 10 plaquetas por campo de imersão em óleo (100x; a média das leituras de 10 campos de imersão em óleo é recomendada) indica uma contagem de plaquetas adequada. Uma média de 3 plaquetas por campo de imersão em óleo é considerada baixa (ou seja, 100.000 por mm 3 ). ●Evidência de vazamento de plasma devido ao aumento da permeabilidade vascular manifestada por pelo menos um dos seguintes: •Aumento do hematócrito igual ou superior a 20% acima da média para idade, sexo e população. •Uma queda no hematócrito após o tratamento de reposição de volume igual ou superior a 20 por cento da linha de base. •Sinais de vazamento de plasma, como derrame pleural, ascite e hipoproteinemia. Após a infecção pela picada do mosquito e um período de incubação intrínseco que pode durar em média de 4 a 7 dias, o hospedeiro infectado pode apresentar sinais e sintomas inespecíficos. O espectro clínico da dengue é amplo e imprevisível, podendo variar de uma infecção assintomática, ou ainda se apresentar como uma doença febril aguda clássica de evolução benigna ou evoluir para suas formas graves e fatais de febre hemorrágica com choque. A maioria dos pacientes se recupera espontaneamente, ou após terapia de reposição de eletrólitos e fluidos. Porém, em casos mais graves, quando a perda de plasma é crítica, o quadro de choque se instala decorrente do aumento da permeabilidade vascular, seguida de hemoconcentração e falência circulatória (WHO 1997). Caracterizam a doença: o aparecimento súbito de febre alta, dor de cabeça, dor 28 retro-orbital, artralgia, mialgia, náuseas, vômito, anorexia e desconforto abdominal; a febre pode ser bifásica com duração de 2 a 7 dias e eritemas maculopapular podem ser detectados. Apesar de incomuns nas formas brandas, as manifestações hemorrágicas podem ocorrer em alguns indivíduos (Gubler 1998). Os sintomas iniciais são comuns a todos os pacientes, porém, as manifestações clínicas nas formas graves evoluem rapidamente: hepatomegalia, insuficiência circulatória incluindo hipotensão e choque, edemas cavitários (pleurais, abdominais e cardíacos) e fenômenos hemorrágicos internos (Gubler 1998). O extravasamento de plasma da luz do vaso para o interstício tissular, resultando em hemoconcentração e consequentemente valores crescentes do hematócrito, constitui a principal alteração fisiopatológica que diferencia a gravidade da enfermidade de suas formas brandas clássicas (Okay 1991). Os dados laboratoriais associados à dengue incluem neutropenia com linfocitose subsequente, marcada pela presença de linfócitos atípicos. A trombocitopenia também é comum, 34% de pacientes com dengue possuem contagem de plaquetas inferior a 100.000/mm3 (Gubler 1998; WHO 1997). Em geral, são descritas três fases na progressão da doença: fase febril, fase crítica ou defervescência e a fase de recuperação. Febre, mialgia, cefaleia, artralgia, exantema, caracterizam a fase febril inicial, comum a todas as formas clínicas. Após a fase febril (virêmica), o paciente pode se recuperar ou avançar para a fase crítica da febre hemorrágica da dengue (FHD). Esta por sua vez, inicia-se em média na defervescência (final da fase febril), entre o terceiro e sétimo dia, e é marcada pela queda súbita da febre associada a manifestações clínico- laboratoriais de disfunção endotelial, quando podem surgir sinais de extravasamento plasmático e de distúrbios circulatórios de graus variados (hipotensão e choque de início hipovolêmico, derrames serosos). A queda abrupta na contagem de plaquetas e a leucopenia progressiva precedem o extravasamento plasmático. A hemoconcentração evidenciada pela elevação progressiva do hematócrito reflete a perda de volume para o terceiro-espaço. Na fase de recuperação ou convalescença, a reabsorção do fluido extravascular e estabilização das plaquetas indicam a recuperação progressiva da disfunção endotelial. Em geral, essa fase se prolonga por várias semanas, acompanhada de grande debilidade física e certo grau de apatia (Singhi et 29 al. 2007; Verdeal et al. 2011; WHO 1997). Por ser uma doença de notificação compulsória, todos os casos suspeitos da doença atendidos em qualquer nível do sistema de saúde (primário, secundário e terciário) em unidades de saúde públicas ou privadas devem ser notificados pelo Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Sistema de Vigilância Epidemiológica. Para os casos de febre hemorrágica, a notificação deve ser imediata (WHO 1997). Através de uma ficha de investigação padronizada, são coletadas informações sobre o caso (nome completo, endereço, idade, sexo), exames realizados, data de aparecimento dos sintomas, necessidade de hospitalização, se apresentou sintomas de gravidade, classificação final (Febre Hemorrágica da Dengue, Síndrome do Choque da Dengue, Dengue com Complicações, Dengue Clássica, ou ainda descartado) e evolução do caso (óbito ou cura) (SVS-MS 2010). Febre hemorrágica da dengue As manifestações clínicas iniciais da dengue hemorrágica são as mesmas descritas nas formas clássicas de dengue. Entre o terceiro e o sétimo dia do início da doença, quando da defervescência da febre, surgem sinais e sintomas como vômitos importantes, dor abdominal intensa, hepatomegalia dolorosa, desconforto respiratório, letargia, derrames cavitários (pleural, pericárdico, ascite), que alarmam a possibilidade de evolução do paciente para formas hemorrágicas da doença. Em geral estes sinais de alarme precedem as manifestações hemorrágica espontâneas ou provocada (prova do laço positiva), e os sinais de insuficiência circulatória que podem existir na FHD. O paciente pode evoluir para instabilidade hemodinâmica, com hipotensão arterial, taquisfigmia e choque. Dengue com complicações É todo caso grave que não se enquadra nos critérios da OMS de FHD e quando a classificação de dengue clássica é insatisfatória. Nessa situação, a presença de um dos achados a seguir caracteriza o quadro: alterações graves do sistema nervoso; disfunção cardiorrespiratória; insuficiência hepática; plaquetopenia igual ou inferior a 50.000/mm3 ; hemorragia digestiva; derrames cavitários; leucometria global igual ou inferior a 1.000/mm3 ; óbito. Manifestaçõesclínicas do sistema nervoso, presentes tanto em adultos como em crianças, incluem: delírio, sonolência, coma, depressão, irritabilidade, psicose, demência, amnésia, sinais meníngeos, paresias, paralisias, polineuropatias, síndrome de Reye, síndrome de Guillain-Barré e encefalite. Podem surgir no decorrer do período febril ou mais tardiamente, na convalescença. ULTIMO OBJETIVO Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) representam um grupo de fármacos cuja finalidade é combater a dor, inflamação e febre, estão entre os medicamentos mais prescritos no mundo. Essa classe heterogênea de fármacos inclui a aspirina e vários outros agentes inibidores da ciclo-oxigenasse (COX), seletivos ou não. Os AINEs não seletivos são os mais antigos, e designados como tradicionais ou convencionais. Os AINEs seletivos para a COX-2 são designados COXIBEs, que além de apresentarem grande especificidade, atuam com maior precisão nos alvos infectados, eliminando quadros sintomáticos e combatendo os antígenos, e são menos tóxicos que os tradicionais. Por possuírem a capacidade comum a três tipos de sintomas clínicos, são bastante indicados e utilizados no tratamento de doenças tropicais, que são doenças infecciosas presentes unicamente nas regiões tropicais e subtropicais, que apresentam altos índices epidemiológicos de infectados e óbitos em todas estas regiões, especialmente nas mais pobres. No Brasil, muitos casos são registrados anualmente, principalmente as virais, como a dengue, que já fez milhões de vítimas, no ano de 2015 outras doenças virais afetaram o país causando uma enorme epidemia, doenças que até então eram desconhecidas nesta região, e pouco estudadas, que é o caso da zika, e da febre chikungunya, o país também registra surtos do vírus Influenza (gripe) constantemente. Por não possuírem fármacos específicos para estas enfermidades, o tratamento é sintomático, ou seja, são utilizados medicamentos para alívio dos sintomas e consequentemente elevar a imunidade que fica comprometida na presença destas infecções patológicas.
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