Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 1 CAVIDADE ABDOMINAL Os limites são: rebordo costal – margem costal (superior anterior), 12ª costela (superior posterior), espinha ilíaca anterossuperior (inferior-anterior), tubérculo púbico (inferior) e ligamento inguinal, crista ilíaca (lateral) e vértebras lombares (posterior). O teto é o diafragma e o assoalho, diafragma pélvico. É dividida em 4 quadrantes: superior direito e esquerdo (até o umbigo), inferior direito e esquerdo (até a sínfise púbica). Pode ser dividida em 9 regiões: parte inferior limitada pela espinha ilíaca anterossuperior, média e superior pelo rebordo costal. A parte medial e lateral é divida pela metade das duas clavículas. Central: região umbilical (central), flanco direito e flanco esquerdo. Superior: região epigástrica (central), hipocôndrio direito e esquerdo. Inferior: região hipogástrica (central), fossa ilíaca direita e esquerda. ➢ ESTRATIGRAFIA > Fáscia superficial: nervos motores e sensitivos, artéria epigástrica superficial (ramo da artéria femoral), veia toracoepigástrica (desemboca na veia axilar). > Subcutâneo: duas camadas de gordura (areolar/pelotas – fáscia de Camper – e lamelar – fáscia de Scarpa). > Bainha anterior (aponeurose do m. oblíquo externo + interno) > M. Reto Abdominal > Bainha posterior (aponeurose do m. oblíquo interno + transverso) > Pré-peritônio (gordura) > Peritônio ➢ PAREDE POSTERIOR É composta por estruturas osteomuscular: vértebras lombares (L1-L5) e musculatura (quadrado lombar, psoas maior, psoas menor e ilíaco). • MÚSCULO PSOAS MENOR Acompanha o músculo psoas maior (cordão). Inserção proximal: coluna Inserção distal: trocânter Ação: flexão da coxa. Inervação: plexo lombar. • MÚSCULO PSOAS MAIOR Inserção proximal: coluna Inserção distal: trocanter. Ação: flexão da coxa, flexão da coluna lombar (30°-90°) e inclinação homolateral. Inervação: ramos do plexo lombar (L1-L3). • MÚSCULO ILÍACO Inserção proximal: Inserção distal: Ação: flexão do quadril; anteroversão da pelve e flexão da coluna lombar (30°-90°). Flexor da coxa sobre o tronco. Inervação: nervo femoral (L2-L3). • MÚSCULO QUADRADO LOMBAR Inserção proximal: 12ª costela e processo transverso de L1-L4. Inserção distal: crista ilíaca e ligamento ileolombar. Ação: inclinação homolateral do tronco e depressão da 12ª costela (inspiração). Inervação: 12º nervo intercostal e L1. LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 2 ➢ PAREDE ANTEROLATERAL É uma parede musculoaponeurótica. Constituída por músculos chatos que formam uma cinta muscular. Exercem um efeito estabilizador sobre a coluna vertebral. Drenagem para linfonodos inguinais e linfonodos axilares. • ANTERIORES ▪ RETO ABDOMINAL Tem intersecções tendíneas (interrupções) – aumenta a força de contratilidade. Linha alba: junção do reto E com o D. Inserção proximal: últimas costelas (6ª – 10ª) Inserção distal: tubérculo púbico. Ação: sustentação das vísceras, movimentação do tronco. Inervação: T6 – T11 ▪ PIRAMIDAL Inserção proximal: linha alba. Inserção distal: tubérculo púbico. Ação: tensiona a linha alba na elevação do tronco. Inervação: T12 – nervo subcostal, nervo ílio-hipogástrico - L1. • ANTEROLATERAIS ▪ OBLÍQUO EXTERNO Músculo largo e superficial. 1/3 lateral carnoso, 2/3 mediais aponeuróticos. Fibras direcionadas de lateral para medial, de cima para baixo. Participa da formação da bainha anterior do reto. Inserção proximal: 7ª – 12ª costela Inserção distal: lábio externo da crista ilíaca. Ação: sustentação das vísceras, compressão e movimentação do tronco. Inervação: T6 – T11 ▪ OBLÍQUO INTERNO Músculo largo, profundamente ao oblíquo externo. Fibras de lateral pra medial, de baixo para cima. Participa da formação da bainha anterior do reto. Sua borda livre inferior forma o tendão conjunto (com o músculo transverso), que vai se inserir na borda lateral do reto abdominal. Inserção proximal: 9ª – 12ª costela, 2/3 anteriores da crista ilíaca e 1/3 lateral do ligamento inguinal. Inserção distal: Ação: sustentação das vísceras, compressão e movimentação do tronco. Inervação: T10 – T12, nervo ilioinguinal - L1. ▪ TRANSVERSO Músculo largo, profundamente ao oblíquo interno. Fibras de lateral para medial, horizontais. Inserção proximal: 2/3 anteriores da crista ilíaca e 1/3 lateral do ligamento inguinal. Inserção distal: Ação: sustentação das vísceras, compressão e movimentação do tronco. Inervação: T6 – T11 > BAINHA DO RETO 2/3 superiores: lâmina anterior formada pela aponeurose do oblíquo externo e oblíquo interno; lâmina posterior formada pela aponeurose do oblíquo interno e transverso. 1/3 inferior: lâmina anterior formada pela aponeurose do OE, OI e T; lâmina posterior formada pela fáscia transversal/endotorácica. Vascularizada pelos vasos epigástricos inferiores (ramos da artéria ilíaca externa) e vasos epigástricos superiores. LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 3 • FACE INTERNA ▪ Prega umbilical mediana: cobre o ligamento umbilical mediano; ▪ Pregas umbilicais medias: cobrem os ligamentos umbilicais mediais; ▪ Pregas umbilicais laterais: cobrem os ligamentos umbilicais laterais (veias epigástricas inferiores). ▪ Fossas supravesicais: acima da bexiga. ▪ Fossas inguinais mediais (Triângulo de Hesselbach): maior fragilidade da parede abdominal, onde se exteriorizam as hérnias inguinais. ▪ Fossas inguinais laterais ▪ Ligamento falciforme ▪ Ligamento redondo do fígado ➢ REGIÃO INGUINAL Limites: ligamento inguinal – aponeurose do músculo oblíquo externo (inferior e lateral); margem lateral do músculo reto (medial) e espinha ilíaca anterossuperior - EIAS (superior). • ESTRATIGRAFIA > Fáscia superficial > Subcutâneo (na fáscia de Camper existem os vasos epigástricos superficiais) > M. Oblíquo Externo > M. Oblíquo Interno > M. Transverso > Fáscia transveralis/endotorácica > Pré-peritônio > Peritônio • MÚSCULO OBLÍQUO EXTERNO: DEPENDÊNCIAS > Ângulo inguinal superficial: dá passagem ao funículo espermático (homem) e ligamento redondo do útero (mulher). > Ligamento inguinal > Ligamento iliopectíneo: prende a aponeurose ao ramo do púbis. Divide o espaço abaixo do ligamento em dois: compartimento vascular (anterior) e neuromuscular (lateral). > Ligamento lacunar: na sua borda livre é encontrados os vasos ilíacos cruzando para o membro inferior. Há um linfonodo, veia femoral e artéria femoral. > Ligamento pectíneo (Cooper) • MÚSCULO OBLÍQUO INTERNO > Inervação sensitiva: nervo ílio-hipogástrico (superior) e ílioinguinal (inferior). > Ângulo inguinal profundo: juntamente com as fibras do m. transverso. dá passagem ao funículo espermático (homem) e ligamento redondo do útero (mulher). Formação do Trígono de Hesselbach (tendão conjunto, ligamento inguinal, vasos epigástricos inferiores). LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 4 PERITÔNIO É uma membrana serosa (epitélio pavimentoso simples) que recobre a cavidade abdominopélvica e suas vísceras. Quando recobre a cavidade é parietal, quando recobre as vísceras é visceral. Evita atrito (fina lâmina de líquido – 50ml), cavidade peritoneal (espaço virtual – fechada no homem, já nas mulheres a trompa uterina não permite fechamento completo), combate infecções (leucócitos e anticorpos), depósito de gordura. Existem vísceras intraperitoneais, que são revestidos por peritônio visceral e parietal, com uma comunicação entre eles chamada de meso (contem estrutura nobre). Às vezes, existem dois órgãos revestidos pela mesma dobra de peritônio, e a comunicação entre eles é chamada de omento (epiploon). Existem vísceras extraperitoneais/retroperitoneais, que não são envolvidas por peritônio, mas possuem ligamentos parieto-viscerais para mantê-la ligada a parede abdominal. Há também ligamentos inter-viscerais. Há também recessos entre vísceras extraperitoneais ou entre a parede abdominal.Importante local de acúmulo de líquido. Pode ser chamado de escavação. ➢ OMENTOS • OMENTO MENOR/GASTROHEPÁTICO: entre fígado e estômago. • OMENTO MAIOR/AVENTAL EPIPLÓICO: entre estômago e intestino *Forame omental: ponto de comunicação entre a cavidade peritoneal e a bolsa omental (recesso da cavidade que fica atrás do estômago, entre o pâncreas). ➢ RECESSOS • ESCAVAÇÃO RETROVESICAL/DOUGLAS: entre o reto e a bexiga (vísceras retroperitoneais). • ESCAVAÇÃO RETROUTERINA/DOUGLAS: entre o útero e o reto. • ESCAVAÇÃO VESICOUTERINA: entre o útero e a bexiga. • SULCOS PARACÓLICOS: entre o intestino grosso e a parede abdominal (D e E). ➢ LIGAMENTOS • LIGAMENTOS CORONÁRIOS: prendem a parte superior do fígado no diafragma. • LIGAMENTO FALCIFORME: passa anteriormente ao fígado, é uma “abertura” do ligamento coronário. • LIGAMENTO REDONDO: remanescente da veia umbilical, que se estende da porção interna do umbigo até o fígado. • LIGAMENTO GASTROESPLÊNICO: entre o estômago e o baço. • LIGAMENTO ESPLENORENAL: entre o baço e o rim. ➢ ÓRGÃOS RETROPERITONEAIS • PRIMÁRIO: rins. • SECUNDÁRIO: pâncreas, duodeno. LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 5 ➢ DIVISÃO DA CAVIDADE PERITONEAL • ANDAR SUPRACÓLICO / SUPRAMESOCÓLICO: acima do mesocolo transverso. • ANDAR INFRACÓLICO / INFRAMESOCÓLICO: abaixo do mesocolo transverso. ANDAR SUPRA(MESO)CÓLICO Localizado abaixo do mesocolo transverso, na cavidade peritoneal. Superiormente limitado pelo diafragma, anteriormente pela parede anterolateral do abdome, posteriormente pelo peritônio parietal (pâncreas retroperitoneal) e inferiormente pelo mesocolo transverso. As estruturas ali presentes são: esôfago abdominal, estômago, 1ª porção do duodeno, fígado, baço e pâncreas (retroperitoneal – não pertence ao andar supracólico). ➢ ESÔFAGO ABDOMINAL Recoberto por serosa. Se inicia no hiato esofágico e termina no cardia. É vascularizada por ramos que se originam diretamente do tronco celíaco ou ramos da artéria gástrica esquerda (artérias esofágicas inferiores). É drenado pelas veias esofágicas inferiores, que vão para a veia gástrica esquerda, para a veia porta e para a veia cava inferior. *Quando existe alguma patologia que compromete a função do fígado, o fluxo de sangue na veia gástrica esquerda pode se inverter e drenar para veias esofágicas médias e superiores, devido ao alto número de anastomoses. Anastomose porto-cava. ➢ ESTÔMAGO É limitado superiormente pelo esôfago e inferiormente pelo duodeno, apresentando dois orifícios (entrada e saída). Apresenta duas faces (anterior e posterior), e duas bordas (medial/pequena curvatura e lateral/grande curvatura). É dividido em 4 partes: cárdia (ao redor do óstio cárdico), fundo, corpo e região pilórica (dividida em antro pilórico e canal pilórico, próximo ao esfíncter pilórico). Entre o cárdia e o fundo, há uma incisura cárdica. Entre o corpo e a região pilórica há a incisura angular. • ESTRATIGRAFIA > Serosa > Camada muscular: circular interna cobre as faces anterior e posterior, camada longitudinal cobre a pequena e grande curvatura, e uma camada de fibras oblíquas bem interna, que cobre a incisura cárdica e fundo gástrico em direção as faces anterior e posterior (ajuda o alimento não voltar ao esôfago). > Submucosa > Mucosa • JUNÇÃO ESÔFAGO-GÁSTRICA Há uma válvula funcional para evitar o refluxo gastresofágico (conjunto de estruturas que trabalham em conjunto): hiato esofágico (constituído por musculatura), ligamento frenicoesofágico (se prendem no diafragma e no esôfago) e válvula de Von Gubaroff (camada muscular oblíqua que comprime o fundo em direção ao cardia). Linha Z/Transição escamo-colunar: ponto de transição do epitélio escamoso (esôfago) para o epitélio colunar (estomago), ao nível de T11. • ESFÍNCTER PILÓRICO É um espessamento da camada muscular interna (lâmina circular) e controla a saída de conteúdo gástrico para o duodeno. ➢ BOLSA OMENTAL É um compartimento da cavidade peritoneal e se comunica com o restante da cavidade pelo forame omental/hiato de Winslow (se localiza posteriormente ao ligamento hepatoduodenal/pedículo hepático). Limite anterior é o pedículo hepático, posterior a veia cava inferior, superior o fígado e inferior a 1ª porção do duodeno. LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 6 ➢ TRONCO CELÍACO • AORTA LOMBAR/ABDOMINAL A ramescência da aorta dá origem a 3 planos vasculares: linha mediana anterior, lateral e posterolaterais. Se estende desde o hiato aórtico (T12) até o nível de L4, onde se divide as artérias ilíacas comum direita e esquerda. > Linha mediana anterior: viscerais ímpares Tronco celíaco (vasculariza o andar supracólico), artéria mesentérica superior (andar infracólico) e artéria mesentérica inferior (colo descendente, sigmoide e reto). > Lateral: viscerais pares Artérias suprarrenais direita e esquerda, artérias renais direita e esquerda e artérias gonadais (testicular ou ovárica) direita e esquerda. > Posterolaterais: parietais pares Artérias subcostais, artérias frênicas inferiores, artérias lombares e artéria sacral (ímpar!). • RAMOS DO TRONCO CELÍACO Podem ser vistos apenas ao retirar o omento menor. > Artéria gástrica esquerda: se dirige superiormente à pequena curvatura, origina as artérias esofágicas inferiores e segue pela pequena curvatura, dando ramos que vascularizam a face anterior do estômago. > Artéria esplênica: artéria calibrosa e tortuosa e vasculariza o baço (à esquerda), passa junto a borda superior do pâncreas (praticamente retroperitoneal), dá origem a artéria gastro-omental esquerda. Além disso, dá origem as artérias gástricas curtas que vão vascularizar a parte superior do estômago (fundo). > Artéria hepática comum: vasculariza a região de transição do estômago e duodeno; origina a artéria gastroduodenal (que dá origem a artéria gastro-omental direita e que desce posteriormente ao duodeno) e origina a artéria hepática própria (vasculariza o fígado), que dará origem a artéria gástrica direita. *Arco vascular da pequena curvatura: artéria gástrica esquerda (ramo da aorta abdominal) e artéria gástrica direita (ramo da hepática própria, que é ramo da hepática comum). *Arco vascular da grande curvatura: artéria gastro-omental esquerda (ramo da artéria esplênica) e artéria gastro- omental direita (ramo da artéria gastroduodenal, que é ramo da artéria hepática comum). *Ulcerações do duodeno podem ulcerar a artéria gastroduodenal, causando importantes sangramentos. • DRENAGEM VENOSA Toda a drenagem venosa do 1/3 inferior do esôfago até 1/3 superior do reto é feita para sistema porta (direcionada para o fígado). As veias vão acompanhar as artérias e receberão o mesmo nome, mas drenarão para a veia porta e não para a veia porta. Veia gástrica esquerda e veia gástrica direita → Veia porta Veias gástricas curtas + Veia gastro-omental esquerda → Veia esplênica + Veia mesentérica inferior → Tronco + Veia mesentérica superior → Veia porta LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 7 • DRENAGEM LINFÁTICA Os vasos linfáticos acompanham as artérias ao longo da pequena e grande curvatura, e drenam a linfa das superfícies anterior e posterior, indo em direção as curvaturas onde estão os linfonodos gástricos e gastromentais. São divididos em 6 grupos: suprapilóricos (1), subpilóricos (2), gastromentais (3), gástricos (6), anel cárdico (4) e esplênicos (5). Todos drenam para linfonodos no tronco celíaco. Zona 1 (pequena curvatura + parte anterior do fundo + região cárdica) → Linfodonos gástricos e anel cárdico Zona 2 (parte lateral do fundo + parte superior da grande curvatura) → Linfonodos esplênicos e pancreático-esplênicos Zona 3 (parte inferior da grande curvatura) → Linfonodos gastromentais direitos Zona 4 (região pilórica) → Linfonodos pilóricos e pancreaticoduodenais • INERVAÇÃO Parassimpática: nervo vago – motilidadegástrica e secreção de HCl e Pepsina. Nervo vago → Tronco vagal anterior → Ramo principal anterior (de Latarjet) Nervo vago → Tronco vagal posterior → Ramo principal posterior Simpática: cadeia laterovertebral do simpático (T5) – nervos esplâncnicos maior e menor, plexo celíaco e plexos ao redor dos vasos gástricos e gastromentais. Diminuição dos peristaltismos e fechamento dos esfíncteres. ➢ BAÇO Órgão maciço abdominal mais vulnerável, pois é uma massa vascular mole. Localiza-se na parte posterior, abaixo da cúpula diafragmática, difícil de ser apalpável. Pertence ao sistema linfático, sendo o maior órgão linfático (proliferação de linfócitos), remoção de hemácias antigas e plaquetas fragmentadas, reservatório de sangue. Não é um órgão vital. Acompanha o trajeto da 10ª costela (11ª costela está o ápice do rim, que é posterior ao baço). Está localizado entre a 9ª e a 10ª costela. Se liga ao rim através do ligamento esplenorenal, e ao estômago através do ligamento gastroesplênico (são omentos – possui estruturas nobres). Na face diafragmática (superior), não tem nenhuma ligação com o diafragma. Já na face visceral (inferior), localiza-se o hilo, onde estão as estruturas que compõem o pedículo renal (artéria esplênica e veia esplênica). A margem superior se chama superfície gástrica, a margem inferior de superfície renal e a parte anterior de superfície cólica. • VASCULARIZAÇÃO Se dá a partir da artéria esplênica (ramo do tronco celíaco – passa superior ao pâncreas), que origina as artérias retas/curtas gástricos. • DRENAGEM VENOSA Se dá por veias que possuem o mesmo nome e trajeto das artérias. Veia esplênica (mais inferior à artéria, passando na borda posterior e inferior ao pâncreas), se une com a veia mesentérica inferior, formando um tronco que se unirá com a veia mesentérica superior e que dão origem ao sistema porta. • DRENAGEM LINFÁTICA Drenam principalmente para linfonodos pancreáticos e esplênicos e posteriormente para linfonodos celíacos. ➢ FÍGADO É uma víscera maciça, que possui uma cápsula (cápsula de Glisson), um pedículo (pedículo hepático) e um hilo (porta hepática ou porta do fígado). Forma de pirâmide triangular, com o ápice voltado para cima (quase em contato com o diafragma – face diafragmática) e com uma base visceral (face visceral). Possui duas margens: anterior-superior e posterior-inferior. Origem mesogástrio ventral. A parte superior se comunica com o diafragma, já a parte inferior tem comunicação com a metade superior do rim direito, com a glândula suprarrenal direita, com o ângulo hepático do colo, faz o limite entre a 1ª e 2ª porção do duodeno, com a veia cava inferior, com o esôfago abdominal e o estômago. Posteriormente, se relaciona com a veia cava inferior (porção retro-hepática), com o polo superior do rim direito e com a glândula suprarrenal direita. LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 8 Se estende, no plano sagital: do hipocôndrio direito à região epigástrica; no plano frontal: do rebordo costal direito à parede posterior abaixo do diafragma; no plano transversal: 4º espaço intercostal anterior até o 8º-9º espaço intercostal posterior. Produção e excreção de bile (emulsificador de gordura, composto por sais do Ácido Taurocólico e Desoxocólico), metabolismo dos carboidratos, das proteínas e lipídeos. • PERITÔNIO (LIGAMENTOS) > Redondo: artéria umbilical obliterada. > Falciforme: prende o fígado na parede anterior e o divide em 2 lobos. > Coronários: prende o fígado no diafragma (são superiores) > Triangulares: união do folheto anterior do ligamento coronário com o folheto posterior (D e E). Formam bicos. • OMENTO GASTRO-HEPÁTICO (MENOR) Na face visceral (inferior), existe o omento menor que une o fígado ao estômago. Possui vasos no seu interior. Na sua borda livre, os elementos do pedículo hepático. • PEDÍCULO HEPÁTICO Ramo da artéria hepática própria (carrega 25% do fluxo sanguíneo hepático e 50% de O2), ramo da veia porta (formada pela união da veia mesentérica inferior com a veia lienal, que vem do baço – carrega 75% do fluxo sanguíneo hepático e 50% de O2) e canal biliar. • VEIA CAVA INFERIOR E VEIAS HEPÁTICAS É o principal meio de sustentação do fígado. As veias hepáticas (ramos da veia cava inferior) estão difundidas por todo o parênquima hepático. • DIVISÃO ANATÔMICA DO FÍGADO Na face visceral, é notório alguns acidentes: fissura do ligamento redondo (anterior), fissura do ligamento venoso (existia na vida embrionária – posterior), sulco da veia cava inferior (posterior no lobo direito), fossa da vesícula biliar (anterior no lobo direito) e hilo hepático. A união de todas essas estruturas forma um H, deixando em evidencia o lobo quadrado do fígado (anterior) e o lobo caudado (posterior). Além do lobo direto e lobo esquerdo (menor). • DIVISÃO FUNCIONAL DO FÍGADO É feita a partir da bifurcação da veia porta, que se divide ao nível do sulco da veia cava inferior – fossa da vesícula biliar, formando dois lobos: direito e esquerdo (que inclui o lobo quadrado e o caudado, da divisão anatômica). • SEGMENTAÇÃO HEPÁTICA Lobo direito: posterior e anterior → anterossuperior; anteroinferior; posterosuperior e posteroinferior. Lobo esquerdo: medial e lateral → medial-superior; medial-inferior; lateral-superior e lateral-inferior. Lobo caudado. ➢ VIAS BILIARES EXTRA-HEPÁTICAS • PRINCIPAL > Ducto hepático direito > Ducto hepático esquerdo > Ducto hepático comum: união do ducto hepático direito e esquerdo > Ducto colédoco: após o ducto cístico se juntar ao ducto hepático comum, ele se torna ducto colédoco. Passa por trás do duodeno e por dentro do pâncreas, desembocando na parte descendente do duodeno. É divido em 4 partes: supraduodenal, retroduodenal, retropancreática/intrapancreática e intramural. LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 9 *Esfíncter hepato-pancreático (de Oddi): penetração do ducto colédoco com o ducto pancreático principal na parede do duodeno, formando a carúncula/papila maior. • ACESSÓRIA > Vesícula biliar: dividia em fundo, corpo e colo. Tem comunicação com o ducto colédoco pelo ducto cístico. É vascularizada pela artéria cística (ramo da artéria hepática direita → hepática própria → hepática comum) > Ducto cístico: canal entre a vesícula e o ducto colédoco. Mucosa com relevo, que constitui a prega espiral da vesícula (válvula de Heister). ➢ ESPAÇOS SUBFRÊNICOS • SUPRA-HEPÁTICO Acima do fígado, sendo que o direito se divide. Direito: supra-hepático anterior e posterior. Esquerdo: supra-hepático. • SUBEPÁTICO Abaixo do fígado, sendo que o esquerdo se divide. Direito: subepático Esquerdo: subepático anterior e posterior (bolsa ometal). ➢ DUODENO É “cortado” pelo mesocolo transverso (2ª porção) e pelo mesentério (3ª porção). • PORÇÕES DO DUODENO > 1ª porção – superior: nível de L1. É chamada de ampola/bulbo duodenal: liso e intraperitoneal (restante é retroperitoneal – secundário). Relaciona-se com o fígado e a vesícula biliar (porção anterior). Relaciona-se com o ducto colédoco, a veia porta e o pâncreas (porção posterior). > 2ª porção – descendente: níveis de L1-L3. Está à direita da veia cava inferior, contorna a cabeça do pâncreas e é onde desemboca as papilas maiores e menores. Possui pregas circulares (de Kerckring) – mucosa pregueada. Área de transição da vascularização (anastomoses). Relaciona-se com o fígado, a vesícula biliar, o colo transverso e o intestino delgado (porção anterior). Relaciona-se com os vasos renais e o rim direito (porção posterior). > 3ª porção – horizontal: nível de L3. Passa pela pinça aortomesentérica. Relaciona-se com os vasos mesentéricos superior e raiz do mesentério (porção anterior). Relaciona-se com o psoas maior direito, veia cava inferior, aorta e psoas maior esquerdo (porção posterior). > 4ª porção – ascendente: entre L2-L3. Faz a junção/flexura duodenojejunal (sustentada pelo ligamento de Treitz ou músculosuspensor do duodeno). Relaciona-se com o início da raiz do mesentério e alças jejunais (porção anterior). Relaciona-se com o psoas maior esquerdo e aorta (porção posterior). • PAPILAS Controlam a passagem de bile e suco pancreático através do esfíncter do ducto pancreático, do esfíncter do ducto colédoco e do esfíncter da ampola hepatopancreática. > Maior: ducto pancreático principal + ducto colédoco. Forma a ampola hepatopancreática. > Menor: ducto pancreático acessório/de Santorini. • PINÇA AORTOMESENTÉRICA A terceira porção do duodeno é abraçada pela artéria mesentérica superior, que é ramo da artéria aorta (passa posteriormente ao duodeno), formando uma “pinça”. Essa pinça “abraça” estruturas importantes, como: 3ª porção do duodeno, processo uncinado do pâncreas e veia renas esquerda. • MÚSCULO SUSPENSOR DO DUODENO O pilar direito (que forma o hiato esofágico) forma um ligamento que segura o duodeno para que exista uma curvatura que distingue a 4ª porção do duodeno e o início do jejuno. LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 10 ➢ PÂNCREAS É um órgão retroperitoneal secundário. Sua margem anterior está na raiz do mesocolo transverso. Anteriormente se relaciona com o estômago. • DIVISÃO DO PÂNCREAS > Cabeça: está envolta pelo duodeno. Possui o processo uncinado (projeção inferior da cabeça) na pinça aortomesentérica. Posteriormente, relaciona-se com a veia cava inferior, aorta, vasos renais direitos e gonadais direito e rim direito. > Colo: formação da veia porta (posteriormente), veia mesentérica superior e veia esplênica. Posteriormente, relaciona-se com a veia mesentérica superior e porta. > Corpo: Posteriormente, relaciona-se com o diafragma, a glândula suprarrenal esquerda, rim esquerdo, vasos renas e vasos esplênicos. > Cauda: Posteriormente, relaciona-se com a veia esplênica e o ligamento esplenorenal. • VASCULARIZAÇÃO DO DUODENO E PÂNCREAS > Via Artéria Lienal/Esplênica Ao longo de seu trajeto para o baço, dá diversos ramos pancreáticos. A artéria pancreática magna é a principal. > Via Artéria Gastroduodenal Se ramifica através da artéria hepática comum (ramo do tronco celíaco) e dá ramos para o duodeno, estômago (artéria gástrica direita) e se bifurca em artéria pancreato-duodenal superior anterior e posterior. > Via Artéria Mesentérica Superior É um dos planos da artéria aorta. Dá origem ao ramo pancreato-duodenal inferior, que se bifurca em ramo anterior e posterior e forma um arco com a artéria pancreato-duodenal superior, ao redor da cabeça do pâncreas e duodeno. • DRENAGEM VENOSA DO DUODENO E PÂNCREAS É feita principalmente pela veia mesentérica superior, que desemboca na veia porta. • LINFONODOS Linfonodos pancreáticos superiores (superior ao corpo do pâncreas, ao redor da artéria lienal), linfonodos lienal (no contato do pâncreas com o baço), linfonodos mesentéricos superiores (na parte inferior do pâncreas, junto a veia mesentérica superior), linfonodos pancreáticos duodenais (na cabeça do pâncreas) e linfonodos pilóricos (cabeça do pâncreas, na primeira porção do duodeno). Todos eles drenam para os linfonodos celíacos (parte inferior do fígado). • INERVAÇÃO DO DUODENO E PÂNCREAS São inervados pelo plexo celíaco (simpático) que acompanham os vasos celíacos e pancreáticos e pelo plexo mesentérico superior. A parte parassimpática é inervada pelo nervo vago. ANDAR INFRA(MESO)CÓLICO Limites: parede ântero-lateral do abdome (anterior); mesocolo transverso (superior); parede posterior do abdome (posterior), e abertura superior da pelve (inferior). ➢ INTESTINO DELGADO: JEJUNO E ÍLEO Jejuno e íleo são intraperitoneais. Tem como limites: flexura duodenojejunal e a válvula ileocecal. Possuem de 6-7 metros. Maior parte do jejuno se localiza no quadrante superior esquerdo, enquanto o íleo no quadrante inferior direito. Não há distinção anatômica muito clara. • RAIZ DO MESENTÉRIO O mesentério é uma prega de peritônio em forma de leque, que fixa o jejuno e o íleo na parede abdominal posterior. Tem cerca de 15cm, com direção oblíqua da esquerda para a direita, se estendendo desde a flexura duodenojejunal (a esquerda de L2) até a junção íleocólica (articulação sacro-ilíaca direita). LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 11 • DISTINÇÃO ENTRE JEJUNO E ÍLEO JEJUNO ÍLEO COR Vermelho-vivo Rosa claro CALIBRE 2-4cm 2-3cm PAREDE Espessa/Pesada Fina/Leve VASCULARIZAÇÃO Maior Menor GORDURA NO MESENTÉRIO Menor Maior PREGAS CIRCULARES Grandes, altas e próximas Espaças e ausentes na porção terminal FOLÍCULOS LINFÁTICOS Solitário Agregados – Placa de Peyer ALÇAS ARTERIAIS Longas e em menor número Curtas e em maior número • CONTEÚDO DO MESENTÉRIO A alça intestinal é envolvida pelo mesentério. A borda mesentérica é relacionada a raiz do mesentério, enquanto a borda antimesentérica é a oposta. Seu conteúdo é constituído por vasos arteriais e venosos. > Artéria Mesentérica Superior Se origina na porção abdominal da aorta, na vértebra L1, aproximadamente 1cm inferiormente ao tronco celíaco. Envia entre 15-18 ramos jejuno-ileais para vascularização do jejuno e íleo. > Veia Mesentérica Superior Transita dentro do mesentério, associada a artéria mesentérica superior, com trajeto anterior e à direita. Drena o jejuno e o íleo, e termina posteriormente ao colo do pâncreas, onde se junta a veia esplênica e formam a veia porta. • DRENAGEM LINFÁTICA São especializados para a absorção da gordura, sendo chamados de vasos linfáticos lactíferos/quilíferos. Drenam o conteúdo leitoso/gorduroso dos plexos linfáticos, nas paredes do jejuno e do íleo, para 3 grupos de linfonodos no mesentério. 1º) Justaintestinais: localizados próximos à parede intestinal; 2º) Mesentéricos: entre os arcos arteriais; 3º) Centrais superiores: ao longo da artéria mesentérica superior. Todos esses drenam para linfonodos mesentéricos superiores. No íleo terminal, localizam-se linfonodos íleocólicos. • INERVAÇÃO Se faz através do gânglio celíaco e dos plexos ao redor da artéria mesentérica superior. O nervo vago situa-se no tronco posterior e faz a inervação parassimpática. Já os nervos esplâncnicos (do tronco simpático torácico e abdominal) fazem a inervação simpática. ➢ INTESTINO GROSSO: CÓLONS Tem aproximadamente 1,5-1,8m e é constituído pelo ceco, apêndice vermiforme, colo ascendente, colo transverso, colo descendente, sigmoide, reto e canal anal. Existem duas flexuras: flexura hepática (direita – nível 9ª-10ª costelas; superposta pela porção inferior do fígado) e flexura esplênica (esquerda – mais alta e mais aguda que a flexão hepática). O colo ascendente e o colo descendente são retroperitoneais secundários. • RECESSOS PERITONEAIS > Espaço infracólico direito: metade medial direita até o cólon ascendente. Vai até o ceco. > Espaço infracólico esquerdo: metade medial esquerda até o cólon descendente. Vai até o reto ânus. > Goteira paracólica direita: parte lateral direita ao cólon ascendente. > Goteira paracólica esquerda: parte lateral esquerda ao cólon descendente. LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 12 • HISTIOTOPIA > Mucosa > Submucosa > Muscular circular > Muscular longitudinal: tênias – começam na base do apêndice vermiforme e se dividem em 3 faixas. Seguem ao longo de todo o intestino grosso. Fusão no reto-sigmoide. Contração das tênias encurtam a parede do intestino grosso, formando uma saculação/haustrações. > Serosa • CECO 1ª parte do intestino grosso. É uma bolsa intestinal, de aproximadamente 7,5cm, situando-se na fossa ilíaca direita. Podem ter pregas cecais, que prendem o ceco na parede lateral do abdome, e é quase totalmente recoberto por peritônio. Tem posicionamento variável/móvel. > Óstio ileal / Válvula íleo-cecal: constituído por lábios íleocólicos superiormente e ileocecal inferiormente. Formam frênulos. > Apêndice vermiforme: é um divertículo intestinal cego, tem origem inferiorao óstio ileal, na confluência das tênias e tem posicionamento variável/móvel (64% posição retrocecal). Pode causar apendicite (processo inflamatório), e se houver ruptura, causa peritonite cecal. Apalpação no ponto de McBurney (cicatriz umbilical → EIAS; dividir em 3 partes, junção da parte medial com lateral). • COLO > Colo ascendente > Colo transverso > Colo descendente > Sigmoide • RAIZ DO MESOCOLO TRANSVERSO Situa-se ao longo da margem inferior do pâncreas e continua como peritônio parietal posteriormente. É uma estrutura móvel e se estende ao nível do umbigo (L3). • DRENAGEM LINFÁTICA Linfonodos epicólicos (margem inferior do colo transverso) → Linfonodos paracólicos (margem medial do colo ascendente e descendente) → Linfonodos cólicos (ao longo das artérias) → Linfonodos mesentéricos superior ou inferiores (ao longo da AMS e AMI) → Cisterna do quilo • INERVAÇÃO > Plexo mesentérico superior: nervo esplâncnicos (tronco simpático tóraco-abdominais) > Plexo mesentérico inferior: nervo esplâncnicos (tronco simpático tóraco-abdominais) > Plexo hipogástrico: parassimpático ➢ VASOS MESENTÉRICOS • ARTÉRIA MESENTÉRICA SUPERIOR: vascularização da metade direita. É ramo da artéria aorta. Dá origem: > Artéria cólica média (colo transverso até a flexura esplênica); > Artéria cólica direita (colo ascendente); > Artéria íleocólica (ramo terminal – íleo, ceco e porção inicial do colo ascendente). Dá origem a artéria apendicular, que vasculariza o apêndice. • ARTÉRIA MESENTÉRICA INFERIOR: vascularização da metade esquerda. É ramo da artéria aorta. Dá origem: > Artéria cólica esquerda (colo descendente); > 3-4 artérias sigmoideas (porção terminal do colo descendente e sigmoide); > Artéria retal superior (ramo terminal – porção proximal do reto). LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 13 Existe uma ampla rede de anastomoses entre essas artérias. A artéria cólica média se anastomosa com a artéria cólica esquerda, ao nível do arco justacólico/artéria marginal/arco de Riolan. ➢ SISTEMA PORTA É a drenagem venosa do terço inferior do esôfago até o terço superior do reto. É formado a partir da anastomose entre a Veia Mesentérica Inferior + Veia Esplênica com a Veia Mesentérica Superior, que ocorre posteriormente ao pâncreas. Tem trajeto de cerca de 8cm e se relaciona com o ligamento hepatoduodenal. O sangue proveniente da veia esplênica e da veia mesentérica inferior tendem a se dirigir ao lado esquerdo do fígado, enquanto o sangue da veia mesentérica superior ao lado direito. • ANASTOMOSES PORTO-CAVA/PORTO-SISTÊMICAS: > Esofagiana: veias gástricas → veia cava superior > Para-umbilical: veia subcutâneas > Retal: artéria mesentérica superior → veia cava inferior > Retroperitoneal (áreas nuas e de vísceras retroperitoneais secundárias): veias retroperitoneais → veia cava e ázigos RETROPERITÔNIO Tem relação direta com a parede posterior do abdome e o diafragma. Estruturas importantes se encontram no retroperitônio: rim, loja renal e pedículo renal; glândula suprarrenal; cadeia laterovertebral; ureter e veia cava inferior. ➢ RINS Possuem formato oval e tem relação com o metabolismo hídrico e participação na eliminação de resíduos de metabolismo proteico. Estão localizados no retroperitônio, sobre a parede abdominal posterior. Costumam ocupar o espaço entre a T12 e L3. Possuem mobilidade durante o movimento de inspiração e expiração. O rim direito é mais baixo que o rim esquerdo (relação com o fígado). É uma víscera maciça, revestida por uma cápsula fibrosa (de Gerota). Tem duas partes: cortical e medular, que são unidas por colunas renais. Na medula, a drenagem é feita a partir das pirâmides renais para as papilas renais, dentro dos cálices: cálices menores, que se reúnem para formar os cálices maiores, que vão se dirigir para a pelve renal, e posteriormente, aos ureteres. Possui duas faces: anterior (possui o polo superior e inferior, a borda lateral e medial e o pedículo renal) e posterior (possui o polo superior e inferior, a borda medial e lateral e o pedículo). O hilo renal é a cavidade que abriga as estruturas do pedículo renal. O hilo renal esquerdo é próximo ao plano transpilórico, aproximadamente a 5cm lateral a linha média. O rim é envolto pela fáscia renal, que matem conexões com a parede abdominal posterior através de feixes colágenos. Existe também uma gordura dentro da fáscia, gordura perirrenal, e uma gordura fora da fáscia, gordura pararrenal, no espaço posterior. > Relações posteriores Medialmente com o músculo psoas maior, lateralmente com músculo quadrado lombar e músculo transverso do abdome. Repousam sobre o nervo subcostal (polo superior) e nervo hipogástrico ílioinguinal (polo inferior). > Relações anteriores Rim direito: fígado, duodeno e colo ascendente (anteriores); Rim esquerdo: baço, colo descendente, estômago, pâncreas, jejuno-hepático e intestino delgado (anteriores); • PEDÍCULO RENAL Sintopia anteroposterior: veia, artéria e pelve renal. Sentido craniocaudal: artéria, veia e pelve. Quando a circulação porta é comprometida, o fluxo é invertido devido ao aumento da pressão do sistema porta. Ao invés de se dirigir ao fígado, vai, através das anastomoses, para a circulação sistêmica. Há um engorgitamento dessas veias, causando sintomas como varizes esofágicas, cabeça de medusa (engorgitamento das veias para-umbilicais). LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 14 • VASCULARIZAÇÃO A veia cava inferior é localizada à direita da artéria aorta, sendo assim, a artéria renal direita é mais longa que a artéria renal esquerda. Com as veias é ao contrário: a veia renal esquerda (passa por cima da aorta abdominal) é mais longa que a veia renal direita. A artéria renal, ao se aproximar do hilo renal, origina ramos (artérias segmentares): ◦ Artéria segmentar superior; ◦ Artéria segmentar anterior superior; ◦ Artéria segmentar anterior inferior; ◦ Artéria segmentar posterior; ◦ Artéria segmentar inferior. • DRENAGEM LINFÁTICA A linfa tende a drenar para os linfonodos lombares, localizados em torno da veia cava e da aorta abdominal. • INERVAÇÃO Feita pelo plexo renal, que possui tanto fibras simpáticas quanto parassimpáticas. ➢ GLÂNDULAS SUPRARRENAIS Possuem cor amarelada e estão localizadas entre o diafragma e o polo superior do rim. São circundadas pelo tecido adiposo contido na fáscia renal. São fixadas no diafragma e são separadas dos rins por septos da fáscia renal. A suprarrenal direita tem formato piramidal e a suprarrenal esquerda tem formato de semilua. São separadas por 5cm. Possui uma parte cortical, que secreta corticoide e androgênio, e uma parte medular (tecido nervoso), que produz adrenalina e noradrenalina. Sintopia direita-esquerda: veia cava inferior, pilar direito do diafragma, tronco celíaco, artéria mesentérica superior e pilar esquerdo do diafragma. • VASCULARIZAÇÃO Ocorre através de hilo, localizado no meio dessas glândulas, onde as veias suprarrenais e os vasos linfáticos drenam. As artérias suprarrenais entram por pontos distintos em torno da glândula. • INERVAÇÃO Feita pelo plexo celíaco, na região do gânglio celíaco (chegada dos nervos esplâncnicos abdominais e pélvicos – fibras simpáticas pré-ganglionares). ➢ URETER Possuem direção craniocaudal. É divida em porções: abdominal, ilíaca, pélvica e intramural. Existem 3 estreitamentos: junção pielo-uretral, vasos ilíacos e intramural. > Relações de sintopia (anterior) Ureter direito: 2ª porção do duodeno, vasos gonadais, vasos cólicos D, artéria íleocólica e raiz do mesentério. Ureter esquerdo: vasos gonadais, ramos da artéria mesentérica inferior, artérias sigmoideas, raiz do mesocolo e sigmoide. • VASCULARIZAÇÃO Ramos das artérias renais, gonadais, ilíacas, vesicais e uterinas. • CRUZAMENTOS Na porção abdominal, o ureter cruza posteriormente os vasos gonadais. Na porção ilíaca, cruza anteriormenteaos vasos ilíacos. Na porção pélvica, cruza anteriormente o canal deferente (homens) ou a artéria uterina (mulheres). LETÍCIA VIEIRA SENGER – AD2025 15 ➢ BEXIGA É uma viscera oca, constituída por várias camadas musculares. É um reservatório de urina. Localiza-se acima da sínfise púbica, pré-peritoneal. É fixada pelo colo da bexiga aos ligamentos laterais e vesicais. Musculatura composta pelo músculo detrusor da bexiga, uma camada externa longitudinal, camada média circular e camada interna longitudinal e reticular. É dividida em porções: ápice (posterior à sínfise pubiana), corpo, fundo (oposta ao ápice), colo e óstio uretral interno. Trígono vesical: composta pelos óstios ureterais e o óstio ureteral interno. ➢ PLEXO LOMBAR ➢ CADEIA LATERAL DO SIMPÁTICO ➢ MÚSCULOS DA PAREDE POSTERIOR DO ABDOME • PSOAS MAIOR • PSOAS MENOR • QUADRADO LOMBAR • ILÍACO
Compartilhar