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redação - discurso de ódio

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ENEM: Intolerância e Discurso de Ódio nas Redes Sociais
 	Na obra “1984”, George Orwell narra um futuro distópico em que um Estado totalitário, na forma de “O Grande Irmão”, controla toda a sociedade. Todos os dias, o governo exibe um inimigo nacional e a população é compelida a expressar o ódio contra essa pessoa durante dois minutos. De forma análoga à ficção, no Brasil, as redes sociais assumem o papel do Grande Irmão, incentivando os indivíduos a externalizar o ódio. Assim, é inegável que a homogeneização da sociedade, extinguindo o indivíduo pensante, somada ao sentimento de impunidade propiciado pela legislação, promovem a intolerância.
 	Em primeiro plano, destaca-se que o advento da internet proporcionou novos meios de perpetuação de ideais intolerantes. Com a facilidade da comunicação em massa, junto à possibilidade de anonimato das redes sociais, muitos indivíduos sentem-se livres para expressarem pensamentos preconceituosos, considerando que estão protegidos pelo direito constitucional à liberdade de expressão. Isso deve-se ao fato de que a Constituição Federal não determina detalhadamente os limites da liberdade, principalmente na internet, possibilitando que indivíduos de má fé se beneficiem dessa brecha legislativa para propagar o ódio nas mídias sociais. Assim, faz-se mister a reestruturação da Constituição Cidadã no que tange aos limites da liberdade de expressão.
Outrossim, é necessário compreender que a uniformização da sociedade favorece a promoção do discurso de ódio. De acordo com o sociólogo Baudrillard, a sociedade atual conforma-se com as determinações exteriores impostas a ela, de modo que a individualidade é extinta frente à homogeneização das diferenças. Dessa forma, o indivíduo não se configura mais como pensante, mas sim como operante. Consequentemente, os indivíduos tornam-se incapazes de formarem julgamentos morais e acabam cedendo à dinâmica da maioria: a disseminação da intolerância. Segundo Hannah Arendt, a banalização do mal é resultado desse processo de massificação da sociedade, o qual formou indivíduos inaptos a pensar, não enxergando o mal que cometem. Assim, torna-se evidente que a falta de pensamento crítico individual é o principal fator para o crescimento dos discursos de ódio nas redes sociais, demonstrando que o corpo social perdeu a capacidade de compreender o mal que pratica.
Portanto, são essenciais medidas operantes para extinguir o discurso de ódio nas redes sociais. Logo, visando ao fim da disseminação de intolerâncias nas mídias sociais, cabe à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal – órgãos legislativos responsáveis pela elaboração das normas jurídicas - a reformulação do direito constitucional da liberdade de expressão, mitigando o uso de má fé da legislação. Assim, por meio de emendas constitucionais, a sociedade brasileira se afastará do futuro distópico da obra de George Orwell, combatendo o discurso de ódio.

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