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O PLANO CHINA

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o plano
China
Somos um grupo de análise de cenários político econômicos.
Trabalhando com diversas ferramentas ágeis e muita inovação,
buscamos levar informação e o maior número de possibilidades
possíveis para que você possa tomar uma decisão mais
assertiva. O cálculo é simples. Quantos mais cenários você tiver
a sua disposição, melhor será sua capacidade de escolher um
caminho ou mesmo fazer um melhor planejamento. 
 
A Solomon's Brain é formada por pessoas ligadas à diversas
áreas de tecnologia, pensadores, ex-atores político
governamentais e meio acadêmico. Este tripé, aliado a
inovação das ferramentas e metodologias que utilizamos, faz
com que sejamos, para análises de cenários político
econômicos, uma das principais referências no país. 
 
A análise de cenários, ainda pouco conhecida no país para
tomada de decisões, é utilizada largamento nas grandes
nações, como ferramenta de planejamento e tomada de
decisão. O uso de probabilidades e algoritmos faz com que o
cliente e sua equipe se sintam mais seguros com as
perspectivas de futuro. Não somos concorrência. Somos
complementariedade. 
Solomon's Brain
Guto Ferreira
Estrategista-Chefe
INTRODUÇÃO
Estamos em um novo tempo. O mundo pós COVID 19
antecipa tendências e propõe desafios gigantescos a uma
economia que já se acostumava ao sistema multilateral.
Porém, foi surpreendida por uma crise sem precedentes,
colocando governos e uma geração inteira que chega neste
momento ao início de sua fase adulta em cheque. 
 
No centro do debate, um país. Um enorme país,
acostumado desde sempre ao comércio e às inovações,
criadores da bússola magnética, pólvora e sismógrafo por
exemplo. Com um sistema político econômico que intriga
os melhores analistas em todo o mundo: CHINA.
 
Árabes, judeus e chineses sempre foram considerados
exímios comerciantes. A China, muito antes da rota da seda
já, junto as culturas persa e mongol sempre teve no sei seio
o desejo de dominação. Será que hoje, em plemno século
XXI isso mudou? 
 
Ou estamos no momento propício, com a tempestade
perfeita, para que a China coloque em prática seus planos
mais secretos? 
Longe de termos uma análise conspiratória, é fato que o
modelo de dominação global chinês é diferente de seu
principal aliado comercial e adversário neste tabuleiro, os
Estados Unidos. 
 
Nesta análise, tentaremos levar a você um pouco mais
sobre um panorama que pode ser sombrio ou maravilhoso.
Depende de que lado você (enquanto economia) estará.
Boa leitura
"Quando a China despertar,
o mundo se comeverá"
 
Napoleão Bonaparte
O PODER DA ESTRATÉGIA
Geralmente se começa uma análise pelo contexto histórico.
Porém, ainda que mais a frente tratemos disso, decidimos
iniciar por algo que faz mais o estilo chinês atual: a
estratégia. 
 
O que as pessoas sabem da história chinesa é muito aquém
do que realmente é. Estamos acostumados a olhar o lado
estético, o lado das inovações recentes, do crescimento
econômico e da política pouco transparente (devido ao seu
regime político econômico híbrido). Temos a falsa
impressão de que estratégia é apenas algo dos feitos
gregos, ou das batalhas recentes nas grandes guerras. Mas o
passado chinês pode nos ensinar muito. 
 
Quando falamos de estratégia, todos estão acostumados
aos famos textos de Sun Tzu, em seu livro A Arte da Guerra,
comporto de 13 capítulos, e que hoje é considerado o maior
livro de estratégias militares em todo o mundo.
 
Porém a China, ao longo de sua história, travou milhares de
batalhas e guerras internas para o fortalecimento das
dinastias chinesas. Em muitos destes casos, generais que
levaram seus reis a vitória foram mortos em momento
futuro, uma prova da já conhecida desconfiança chinesa.
Interessante observar que outro traço da cultura chinesa se
faz muito presente no ambiente militar estratégico: a
filosofia. Mais a frente abordaremos isso. Aqui listamos
alguns dos principais generais do país vermelho.
 
 
1
Sun Wu (535 -? aC), com o nome do estilo de Changqing,
mais conhecido como Sun Tzu, foi um antigo famoso
general militar chinês, estrategista e filósofo. Ele também é
o criador das estratégias do Leste. Nasceu em Le'an (na
atual Província Shandong), no Estado de Qi. 
 
Sun era um general das tropas do Rei Helv do Estado de
Wu. Liderando o exército de Wu, composto de 60.000
soldados, Sun miraculosamente derrotou o Estado de Chu,
que possuía 200.000 soldados em cinco guerras e ocupou
Ying, a capital de Chu.
 
Seu mais famoso trabalho, "A Arte da Guerra," composta de
13 capítulos, foi incluído no primeiro livro da coleção "Sete
Clássicos Militares", tendo um impacto significativo da
história e cultura chinesa e da Ásia. Durante o século 19 e
20, seu "A Arte da Guerra" se tornou muito popular e
praticado no mundo ocidental. Foi traduzido para diversos
idiomas, incluindo inglês, francês, alemão e japonês, e
continua a influencia as culturas e políticas asiáticas e
ocidentais. 
 
 
SUN TZU
Nascido em Zuoshi (na atual Província de Shandong) do Estado
de Wei, Wu Qi (440-381 aC) foi um renomado líder militar chinês,
político e reformador no começo do Perído dos Estados
Combatentes (475-221 aC).
 
Habilidoso no comando do exército e estratégia miliar, Wu serviu
aos Estados de Lu e Wei em sucessão. No Estado de Wei, ele
comandou em muitas grandes batalhas e se tornou Xihe Shou
(Prefeiro do Condado de Xihe). Depois, após estar distante de seu
lorde, Wu Qi foi para o Estado de Chu e foi nomeado Primeiro
Ministro do Rei Dao de Chu. Suas reformas fizeram de Chu um
Estado forte naquele tempo. Estas reformas instituídas
enraiveceram a velha aristocracia de Chu, então ele foi
assassinado e seguido pela morte do Rei Dao de Chu.Wu era uma
pessoa de controvérsa. 
 
Foi acusado de não retornar para casa por causa do luto de sua
mãe após ela ter morrido, e foi acusado de assassinar sua própria
esposa (que era a filha de um nobre do rival Estado de Qi) para
manter a confiança do governador do Estado de Lu. É incerto se
estas acusações eram verdadeiras ou foram criadas por seus
inimigos políticos para difamar ele. Seu trabalho militar, "Wuzi"
foi incluído na coleção "Sete Clássicos Militares." Ele e Sun Wu são
considerados os maiores estrategistas militares da história da
China.
WU QI
Sun Bin (? - 316 BC), um descendente de Sun Tzu, também
conhecido como Sun Boling, era um estrategista militar que
viveu no Estado de Qi durante o Período dos Estados
Combatentes na história chinesa. 
 
Sun foi tutelado em estratégia militar com outro estudante, Pang
Juan, pelo heremita Guiguzi quando mais novo. Eles se tornaram
bons amigos, mas Pang tinha uma inveja secreta de Sun, por ter
percebido que Sun Bin era mais talentoso e aprendia mais sobre
estratégia militar seu seu professor do que ele.Depois de Pang se
tornar um general militar do Estado de Wei, ele pretendia
convidar Sun para trabalhar com ele, e depois matá-lo. 
 
Bin conseguiu escapar de Wei e ascendeu em notoriedade no
Estado de Qi, servindo como estrategista militar e comandante.
Ele liderou as tropas de Qi a derrotar Wei nas batalhas de Guiling
e Maling.É de autoria de Sun o tratado militar "Arte da Guerra de
Sun Bin," que se perdeu por quase 2.000 anos, mas suas tiras de
bambu com mais de 11.000 palavras foram descobertas em
excavações arqueológicas em Linyi, Província de Shandong, em
1972.
SUN BIN
Xiang Yu (232–202 aC), nasceu em Xiaxiang (hoje na Província
Jiangsu) era um proeminente comandante militar e político
durante o período tardio da Dinastia Qin. 
 
Como o líder da famosa Rebelião Huiji contra o Império Qin, ele é
a epítome de bravura na história militar chinesa. Seguindo seu
tio Xiang Liang, Xiang Yu começou a Rebelião Kuaiji para lutar
contra Qin. Ele liderou as forças rebeldes de Chu para destruir as
forças principais dos exércitos de Qin na Batalha de Julu em 207
aC. Depois da queda da Dinastia Qin, Xiang Yu se proclamou o
"Rei do Chu Ocidental" e governou uma vasta área que cobria os
condados de Liang e Chu, junto com áreas ao sul do Rio Amarelo
e RioYangtze, que estavam localizados nas atuais Shanxi, Henan,
Hubei, Hunan e Jiangsu, com Pengcheng (hoje Xuzhou, Província
Jiangsu) como sua capital.
 
Xiang Yu depois se engajou nas guerras conhecidas como
período de contenção de Chu-Han, por poder com Liu Bang,
fundador da Dinastia Han. Ele foi derrotado por Liu e se suicidou
nas margens do Rio Wujiang (hoje na Província Anhui) em 202
aC.
XIANG YU
Nascido em Huanyin (hoje Huai'an, Província Jiangsu), Han Xin
(ce. 231-196 aC) era um excelente general militar, estrategista e
mestre da teoria militar. 
 
Ele serviu a Liu Bang (Imperador Gaozu dos Han) durante o
período de contenção Chu-Han e teve grande contribuição na
fundação da Dinastia Han. Han era conhecido como um dos "Três
Heróis da tardia Dinastia Han", junto com Zhang Liang e Xiao He.
 
Han é melhor lembrado como um brilhante comandante militar
por suas estratégias e táticas empregadas em batalhas, algumas
as quais se tornaram a origem de certos idiomas chineses. Em
reconhecimento às contribuições de Han, Liu conferiu a ele os
títulos de "Rei de Qi" e "Rei de Chu." 
 
No entanto, Liu reduziu gradualmente o poder militar de Han
com o tempo, por causa da inveja de suas extraordinárias
habilidades, rebaixando ele para "Marquês de Huaniyin".
Finalmente, Han foi acusado de participar em uma rebelião,
sendo morto em 196 aC.
HAN XIN
Guo Ziyi (697-781), nascido em Huazhou (hoje Shaanxi), foi um
famoso general militar durante a Dinastia Tang. Ele colocou
abaixo a Rebelião An Shi e se tornou o Principe Zhongwu de
Fenyang. Guo participou de expedições contra Hui Hu e Tub. Ele
era alto e muito corajoso. 
 
Por causa de suas grandes conquistas, tem como reputação ser
um dos maiores generais da história chinesa e foi considerado
como o melhor general da Ásia Oriental durante sua vida. Ele
continuou a comandar seus exércitos e lutar em batalhas até
seus 84 anos de idade. Por causa de seu talento militar, o Império
Tang manteve a paz por mais de duas décadas.
 
O Imperador Dezong de Tang ficou muito triste com o
falecimento de Guo em 9 de julho de 781, e fez um decreto para
lamentar seu general e estimar suas façanhas. Como uma figura
histórica de grande prestígio e reputação, Guo foi respeitado por
toda a nação.
GUO ZIYI
Yue Fei (1103-1142), também conhecido como Pengju, foi um
famoso general militar na história chinesas que lutou pela
Dinastia Song do Sul contra os exércitos de Nvzhen do Impérion
Kin. Nasceu em Xiangzhou (na atual província de Henan) durante
a Dinastia Song do Norte. 
 
Ele foi o primeiro dos "Quatro Generais de Zhongxing" - Yue Fei,
Han Shizhong, Zhang Jun e Liu Guangshi - na Dinastia Song do
Sul. Seu extraordinário talento militar valeu a ele o titulo de "mais
ilustre general militar" durante o perído Song, Liao, Kin e Xixia.
 
Aos 30 anos, Yue Fei supostamente escreveu seu mais famoso
poema "Man Jiang Hong", que foi um grande enconrajador para
seus exércitos e ainda inspira as pessoas até hoje. O exército que
liderou era chamado de "Exército Yue" e existiu um ditado
popular entre as pessoas: "É fácil sacudir uma montanha, mas
não é fácil sacudir o Exército Yue". Este era o mais alto elogio
para o exército liderado por Yue.
 
Em 27 de janeiro de 1142, Yue foi envenenado e morreu na prisão
em Hangzhou pelo Chanceler Qin Hui depois de ser acusado
falsamente. No entanto, 21 anos depois, o Imperador Xiaozong de
Song ascendou ao trono e ordenou a reabilitação da reputação
do General Yue. O Imperador decretou que a tumba de Yue fosse
construída perto do Lago Oriental em Hangzhou.
YUE FEI
2
Não estamos acostumados a estudar muito a China no
nosso sistema de ensino. Nos países do Ocidente, por força
da colonização e da própria dificuldade em termos
números mais exatos e conhecimento sobre o 'dragão
oriental", aprendemos as grandes conquistas dos países do
chamado continente velho e a antiguidade de Egito e
Grécia. Geralmente é uma surpresa grande quando
entendemos que desde o nascimento de Cristo, a China
teve a maior geração de riqueza do mundo até o século XIX,
fato este que só foi alterado em 1839 por conta da guerra do
ópio.
 
 
Foi esta guerra que fez a China ceder algumas regiões
portuárias, entre elas Hong Kong, para a Inglaterra. A China
ainda se envolveu em batalhas que terminaram em derrota
contra o Japão. O período de 1835 a 1950 ficou conhecido
como os anos de humilhação chinesa, levando a população
a miséria extrema. Até a década de 90, a China era uma das
populações mais pobres do mundo inteiro, comparada ao
patamar dos países mais pobres africanos que ainda hoje
persistem na miséria. 
 
Interessante observar que a revolução industrial chegou
muito tardiamente à China, o que fez com que este cenário
de miséria por falta de produtividade na produção de
alimentos para uma população cada vez maior, crescesse
muito.
 
As mudanças neste cenário começam em 1978, com a
ascensão política de Deng Xiaoping, substituindo Mao
Zedong. Deng começa a colocar em prática o maior plano
de abertura comercial da história chinesa. O primeiro passo
foi abrir a economia socialista para investimentos em
plantas fabris e terceirização de fabricações diversas, uma
vez que a China tinha uma mão de obra muito mais barata
em relação ao resto do mundo. 
 
A China passou a ser responsável por 10% de toda a
produção global, aumentando gradativamente seu PIB e
melhorando a renda da população.
 
Da década de 80 ao começo de 2010 a China ficou
conhecida pela mão de obra barata (na versão chinesa) e
quase escrava (na versão ocidental). Porém, a velocidade de
mudanças no sistema produtivo e na exportação de
produtos de alto valor agregado passou a chamar a atenção
do presidente Xi Jinping, que entendeu que o país
precisava investir em tecnologia para se tornar uma nação
competitiva para o futuro. 
 
Lembramos que os chineses sempre foram um povo
visionário e ligado ao comércio. Com uma abertura mais
sólida da economia, este era o caminho quase natural para
o país. Ainda que a idéia de país produtor de produtos
falsificados ou de de baixa qualidade permaneça naquele
momento, começa um ambicioso plano para uma
mudança real de imagem. Começaram a combater a
pirataria –  centros comerciais foram fechados pela polícia –
e a corrupção, com milhares de pessoas que não eram
presas, mas sim desapareciam. 
 
O próximo passo era escolher áreas que pudessem dar a
China uma nova liderança mundial econômica, ou mesmo
de controle social. Decidiram apoiar alguns setores que
iriam viabilizar essa mudança no país, entre eles a
Inteligência Artificial. Até 2030 a China espera ser a líder
neste setor. O que poderia vir antes, talvez venha mais
tardiamente, após o fenômeno COVID 19. 
 
 
 
3
DE FÁBRICA A CENTRO DE
INOVAÇÃO
Neste momento surgem os campeões nacionais da China.
E,presas que já vinham tendo certo reconhecimento
internacional e que agora seriam alçadas ao olimpo do
apoio governamental: Baidu, Tencent e Alibaba. Essas
empresas têm todo o apoio necessário do governo e o
compromisso de manter a sua tecnologia aberta a outras
empresas chinesas, assim criando um ecossistema
diferenciado e valioso no país. Interessante observar um
ponto fora da curva no tema tecnologia na China.
 
Enquanto no ocidente a discussão sobre Leis Gerais de
Proteção de Dados avançam, com multas bilionárias para
empresas que têm utilizado inteligência artificial com os
dados de seus usuários, as empresas na China possuem
praticamente todos os dados de seus usuários e nenhuma
regra para seguir.
 
Existem mais de 400 milhões de câmeras espalhadas pelo
país e, com tecnologia de reconhecimento facial, é possível
identificar cada pessoa na rua. Como todas as empresas
compartilham seus dados com o Governo, o estado
consegue controlar a vida da população, garantindo que
sigam as regras do país. Há o benefício da segurança
pública, com milhares de criminosos sendo pegos por essas
câmeras e, claro, uma  ordem maior, com o trânsito
também controlado por meio delas. Se você, como
pedestre, atravessar o sinal fechado narua, uma foto sua é
retirada e, em breve, você receberá uma multa na sua casa.
Porém, com isso, perde-se o conceito que conhecemos
como privacidade. Os chineses vivem num grande big
brother. Isso facilita também o controle do Partido do
Estado que, com todas as informações em mãos,  consegue
conter qualquer iniciativa contra o seu poder.
 
Outro ponto interessante na questão tecnológica foi o salto
do uso de dinheiro para as transações direto pelo celular.
Seja em uma feira ou em um shopping, as transações são
quase em sua totalidade digitais. Reforçando ainda mais os
pontos que citamos acima de controle do estado e
eficiência econômica.
 
 
É difícil, mesmo para os maiores estudiosos do mundo em
sistema político, explicarem a China. Nos últimos 50 anos a
China saiu de um modelo político econômico
completamente fechado para um modelo que permanece
políticamente fechado, porém economicamente muito
mais aberto para a economia mundial. Neste cenário, o
papel do Governo na China é fundamental para a evolução
do país. Nos últimos 30 anos, presenciamos a maior
ascensão social da humanidade. 
 
Foram mais de 700 milhões de pessoas saindo da zona da
miséria, definida pela ONU como renda de 1,90 dólares por
dia. Difícil explicar um resultado destes apenas usando as
escolas de Hayek ou Keynes. Vejamos o caso de siderurgia
por exemplo. O governo chinês criou um parque industrial
para as maiores siderúrgicas do país operarem arcando
com todo o custo de energia elétrica, um dos maiores
custos do setor. Esse incentivo possibilita um preço
imbatível na competição global.
 
A maior empresa do país, Alibaba, começou com um apoio
crucial do Governo. Jack Ma, o homem mais rico – e muitos
dizem que mais admirado até do que o atual presidente –
trabalhou no ministério de comércio exterior da China
antes de fundar a empresa. Um ser genial, sem dúvidas, ao
ver a internet nos EUA, começou em 1995 a desenvolver
sites para que companhias locais conseguissem vender
produtos online para o exterior. Fator decisivo para mudar a
história da sua vida, da empresa e do país. 
 
 
4
MAS E O GOVERNO?
Quando o Yahoo, maior empresa de tecnologia na época,
no começo dos anos 2000 quis entrar na China, o governo
exigiu que, para terem operação no país, precisavam
escolher uma empresa chinesa e investir 1 bilhão de dólares
para um valuation de US$ 5 bilhões. Alibaba foi a escolhida
e, hoje, é a maior empresa do país, valendo mais de US$
400 bilhões na bolsa de Nova York e entregando produtos
chineses e de outros países asiáticos em todo o mundo.
 
É um mercado que as pessoas têm como prioridade
máxima o trabalho, com o famoso regime 9-9-6 (trabalho
de 9 da manhã às 9 da noite, 6 dias por semana, de segunda
a sábado). A grande maioria da população ativa chinesa
atual precisa trabalhar insanamente, pois sustentam a sua
família e de seus pais. Com a política do filho único que
durou por cerca de trinta anos no país, o padrão da
sociedade é os jovens se casarem e levarem os pais, tanto
do homem quanto da mulher, para morarem todos juntos.
Isso quando conseguem se casar, uma vez que existem
quarenta milhões mais homens do que mulheres – legado
também do período de filho único, quando os casais
privilegiavam o nascimento dos meninos que tinham mais
força para o trabalho rural, provavelmente sacrificando as
meninas. 
 
Assim, atualmente o casal precisa sustentar seus filhos, a si
mesmos e aos avós da casa. A responsabilidade de criação
das crianças da casa é dos avós, enquanto os pais passam
mais de 70 horas por semana no trabalho. Outro tema que
é prioridade para o Governo atualmente é o Blockchain. 
 
Percebe-se que mesmo as práticas globais sendo mais
seguidas atualmente, o papel do governo permanece sendo
fundamental para o modelo chinês, ainda que escolham
quem serão os campeões da nação ou qual o formato de
negócio para um estrangeiro acessar o mercado chinês.
 
 
Ainda que tenhamos esta intervenção do governo chinês
no modo de produção e negócios, é interessante observar
que não há toda esta força para coibir a pirataria. Mesmo
com os avanços neste tema, sobretudo por pressão de
outras potências mundiais e de organismos como OMC
(Organização Mundial do Comércio), o governo chinês sabe
que a redor do mundo, as colônias chinesas ainda se
beneficiam muito deste tipo de ilegalidade. 
 
Claramente o período em que Deng Xioping abriu o país
para fábricas estrangeiras produzirem seus produtos no
país, a um custo menor e tendo margens maiores na outra
ponta, foi fundamental para o povo chinês aprender o
modelo de produção de americanos e europeus. Neste
período, não raro, produtos chineses eram lançados mundo
a fora exatamente iguais aos originais de outras marcas. Por
que? Porque existir uma prática de espelhamento de
moldes e peças. Em pouco tempo, os chineses passaram a
fazer com a sua marca (considerada pirataria muitas vezes)
o que produziam para as marcas de EUA e Europa
sobretudo. 
 
Não há dúvidas que a “muralha virtual” foi crucial para o
desenvolvimento dos gigantes chineses de tecnologia. Eles
foram aperfeiçoando seu modelo de cópia, em qualquer
área em que a tecnologia possa alcançar e hoje eles
exportam de automóveis a aviões. De máscaras de cirurgia
a equipamentos de camping. Tudo está na mira da antiga
fábrica de cópias chinesa. Agora, com muito mais
tecnologia. E lógico, apoio do governo. Sempre ele.
 
 
Ainda que tenhamos esta intervenção do governo chinês
no modo de produção e negócios, é interessante observar
que não há toda esta força para coibir a pirataria. Mesmo
com os avanços neste tema, sobretudo por pressão de
outras potências mundiais e de organismos como OMC
(Organização Mundial do Comércio), o governo chinês sabe
que a redor do mundo, as colônias chinesas ainda se
beneficiam muito deste tipo de ilegalidade. 
 
Claramente o período em que Deng Xioping abriu o país
para fábricas estrangeiras produzirem seus produtos no
país, a um custo menor e tendo margens maiores na outra
ponta, foi fundamental para o povo chinês aprender o
modelo de produção de americanos e europeus. Neste
período, não raro, produtos chineses eram lançados mundo
a fora exatamente iguais aos originais de outras marcas. Por
que? Porque existir uma prática de espelhamento de
moldes e peças. Em pouco tempo, os chineses passaram a
fazer com a sua marca (considerada pirataria muitas vezes)
o que produziam para as marcas de EUA e Europa
sobretudo. 
 
Não há dúvidas que o "espelhamento virtual” foi crucial
para o desenvolvimento dos gigantes chineses de
tecnologia. Eles foram aperfeiçoando seu modelo de cópia 
 em qualquer área em que a tecnologia pudesse alcançar e
hoje eles exportam de automóveis a aviões. De máscaras de
cirurgia a equipamentos de camping. Tudo está na mira da
antiga fábrica de cópias chinesa. Agora, com muito mais
tecnologia. E lógico, com apoio do governo. Sempre ele.
 
O avanço do COVID 19 e as dúvidas que envolvem a China
nisso podem fazer com que o governo tenha que ajustar
seu discurso e práticas a uma pressão sem precedentes do
mundo externo. Neste jogo de xadrez, a China estará pronta
para uma resposta? Será pega de surpresa? ou todos já
foram mapeados pela estratégia do dragão asiático?
 
 
Se estivéssemos na década de 2000 a resposta seria não.
Produtos chineses não eram bem vistos em nenhum lugar
do mundo fora da China. A qualidade era questionada, não
existia um modelo de atendimento adequado aos mercados
mais exigentes. 
 
Vemos o caso do mercado automotivo. No Brasil, em 2012, a
chinesa Lifan Motors monta sua fábrica e começa suas
operações vendendo o modelo Lifan 320. Um carro barato
que prometia qualidade e tecnologia. Mas havia um porém.
Claramente uma tentativa de cópia do carro mini cooper,
marca controlada pela BMW, o Lifan 320 enfrentou muita
desconfiança no mercado brasileiro pelo simples fato de
ser....chinês. Ainda que a marca ao longo dos anos fosse
evoluindo, o consumidor brasileiro e sua conhecida
exigência, fez com que, mesmo com o apoio do governo
chinês, a empresa fracassasseno Brasil, quase encerrando
suas atividades no final de 2019. 
 
Em contrapartida, outra gigante chinesa entrou na América
do Sul com força e cresce a cada dia. A BYD é hoje uma das
maiores empresas produtoras de veículos elétricos do
mundo. No Brasil, não entrou pela mesma porta de veículos
como a Lifan. Optou pelo segmento de transporte coletivo. E
tem avançado solidamente. Mas a onde a china tem mesmo
se destacado são nos setores onde você não vê. Minério e
energia elétrica ou renováveis têm sido um grande mercado
para os chineses, com forte destaque para a empresa State
Grid, a maior do mundo no seu segmento.
 
 
 
5
AS EMPRESAS CHINESAS
VÃO DOMINAR O MUNDO?
Fundada em 2002 e com faturamento de US$ 363 bilhões de
dólares, a maior empresa de energia da China já está no
Brasil, onde comprou a CPFL. Como dissemos, algumas áreas
de domínio chinês você sequer sabe que está acontecendo.
 
Outra área que podemos citar como particularmente
importante para a China em seu processo de domínio global
é a de transações de serviços e venda de itens. Baidu e
Alibaba competem diretamente com a Amazon por
exemplo, tendo relativo sucesso em vendas na America do
Sul. 
 
Estes fatores se tornam importantes quando analisamos
que, diferentemente dos EUA, a China não busca um
domínio global pelas vias políticas e militares. Seu plano
maior é por domínio econômico e criação de dependência
daqueles que com ela negociam. E em matéria de
negociação e estratégia, como já dissemos, eles têm um
arsenal gigantesco, usando a paciência milenar de sua
cultura com a agressividade de um jogo que aprenderam
muito bem a jogar: o do capitalismo.
 
No final, neste item, por ora podemos afirmar que as
empresas chinesas estão longe, em quantidade, e se
comparadas aos EUA, de dominar o mundo. Mas os chineses
encontraram uma forma mais eficiente de fazer isso sem
colocar a cara. Compram seus concorrentes com o apelo de
seu mercado interno e deixam para 5 ou 10 empresas o
papel de mostrar globalmente o poder das marcas chinesas,
caso da Tencent, AliBaba, We Chat, Baidu, BYD entre outros 
 
6
ENTÃO OS CHINESES
VENCERÃO PELA ESCALA?
É comum as pessoas acharem que pelo fato da China ter
mais de 1 bilhão e 300 milhões de habitantes este seja o
principal fator da superioridade do país a médio prazo em
relação ao resto do mundo. Não é 100% verdade. Existe um
ponto fundamental que ainda carece de uma forte análise
mundial sobre os chineses: a educação - que abordaremos
ao final deste item.
 
Ter toda esta população faz com que obviamente a China
seja um mercado consumidor desejado por qualquer país
exportador ou empresário do mundo. Da mesma forma, o
governo precisa ser engenhoso para manter um crescimento
da economia e ainda sim não perder o foco no processo de
expansão fora do território chinês. 
 
É verdade que só é possível criar esses impérios (empresas
chinesas citadas) atendendo apenas ao mercado doméstico
dado o tamanho da população do país. Muitas vezes,
achamos que tudo na China se justifica pelos 1,3 bilhões de
habitantes. Quando analisamos os números mais de perto,
vemos que talvez não seja bem assim.A população da China
é por volta de 7x maior que a do Brasil. Atualmente, forma-
se por volta de 4,7 milhões de profissionais de tecnologia (na
verdade, os chamados STEM: Ciência, Tecnologia,
Engenharia e Matemática). É o maior de todo o mundo,
conforme gráfico no final deste texto.
 
Se o Brasil fosse seguir a proporção dos tamanhos da
população, deveríamos ter quase 700 mil alunos formando
nesses cursos todo ano. Na prática, segundo a BRASSCOM e
a Softex, o Brasil pode chegar em 2020 com um déficit de
750 mil profissionais qualificados para atuar na área de
tecnologia. E segundo dados do próprio setor, não temos
nem 50 mil formados nesta área.
 
Para todo número que vemos da China, é necessário aplicar
a regra de três para ter a real noção de seu tamanho. Como
exemplo, o número de unicórnios – empresas privadas
com valuation acima de um bilhão de dólares. A China tem
pouco mais de 200 unicórnios. Logo, o Brasil deveria ter por
volta de 30, porém, ainda não chegamos a 10.
 
Algo diferente está acontecendo ali. Não é apenas a escala,
mas sim a velocidade que impressiona. Nos EUA, se demora
em média sete anos para uma empresa virar unicórnio,
enquanto na China está em apenas quatro anos. Até 2008, a
única linha de trem bala na China era um pequeno pedaço
que ligava Beijing a um dos locais das olimpíadas daquele
ano. Hoje, ela tem mais que o dobro quilômetros de trilho do
que todo o resto do mundo junto.
 
É verdade que a velocidade de crescimento do PIB da China
vem diminuindo. Os 6,1% de 2019 foram menores do que os
dois dígitos da década passada. Ainda assim, é um ritmo
muito acelerado para uma economia que já representa 15%
da economia global. Para se ter uma noção, estima-se que a
China vai representar 35% de todo crescimento global dos
últimos três anos. Toda essa velocidade e escala comprovam
como a China é o melhor país do mundo para fazer a
jornada de um a cem, ou seja, pegar algo que já existe e
crescer exponencialmente. Porém, algo que podemos
destacar também é que não são muitos os casos de sucesso
de inovação do zero, ou seja, do zero mesmo a um não seria
a expertise deles (e aqui temos os EUA bombando).
 
É preciso lembrar que tem apenas sete anos que o novo
presidente assumiu e priorizou a diretriz de tecnologia. Em
número de patentes, a China já é o país campeão mundial
com 928 mil, enquanto EUA têm 578 mil. Com todo o
investimento em inteligência artificial das empresas
chinesas, apoio do governo e excesso de recursos humanos e
de capital, a China deve virar o berço da inovação
tecnológica do mundo. 
 
Um indício disso é o polêmico caso da Huawei que,
supostamente, desenvolveu a melhor tecnologia de internet
5G, que vai nos possibilitar inúmeras outras coisas dado a
sua velocidade e qualidade extremamente superiores. Este é
um caso emblemático e que vai suscitar discussões
acaloradas no Brasil, sobretudo de segurança de dados e
envolvendo o maior concorrente chinês, os EUA. Tema este
que passará mais perto de discussão de domínio geopolítico
do que propriamente tecnologia. 
 
É claro que analisando o crescimento chinês ao longo das
décadas é possível observar uma demanda reprimida por
muito tempo no país e, com o aumento recente da renda
média da população, as oportunidades são
potencializadas. Em alguns setores, a China está pulando
etapas e passou na frente de todo o mundo, como no
mercado financeiro (conforme citamos mais acima). A
adoção absurda de pagamentos via QR Code pelo celular – já
com penetração em 97% dos jovens e 47% dos idosos do
país – é fruto desse salto do retrocesso para o futuro. Há
poucos anos, o serviço bancário na China era quase
inexistente, o que impossibilitava a expansão dos cartões de
crédito. 
 
Assim, quando a opção de pagamento via celular apareceu,
se espalhou muito rápido, enquanto nos países do ocidente,
o mercado encontra a barreira das grandes bandeiras de
cartão mantendo o seu mercado. Com ainda 40% da
população em área rural e renda per capita 6x menor do que
os EUA, o mercado interno chinês ainda tem muito para
crescer. Importante citar que, como os próprios especialistas
dizem, os números na China não são precisos. A falta de
transparência das autoridades e volume de pessoas fazem
com que nos deparemos com alguns números diferentes. No
entanto, aqui, mais importante do que os dados em si é
analisar o conceito por trás deles, sobretudo o decisório do
país em seguir esta linha de digitalização completa, o que
certamente leva em consideração ter um controle ainda
maior sobre os cidadãos e seus movimentos.
 
Por fim, ainda neste tema vale a pena citar um dos pontos
mais relevantes em toda a estratégia chinesa: a EDUCAÇÃO.
Depois do êxito dos Tigres Asiáticos, nas décadas de 70 a 90,
a China passou a entender que só poderia colocar seu plano
de dominação global (e ele existe) se conhecesse seus
adversários. Percebendo que países menores estavam na sua
frente(caso dos que compunham os tigres asiáticos), mais o
Japão, que na década de 90 dominava a robótica, a China
passou a enviar jovens para estudar no exterior, mesmo
período em que outro gigante populacional começou a fazer
o mesmo, a Índia.
 
Uma geração inteira pode compreender os pensamentos e
mentalidades comerciais e de desenvolvimento
tecnológicos do ocidente. Quando retornaram ao seu país, a
China não tinha outro caminho a não ser avançar em seu
modelo de desenvolvimento político econômico híbrido.
Esta mudança foi tão profunda que foi a base do que hoje é
o sistema educacional chinês, sobretudo nas universidades e
agora um movimento ao contrário ocorre. Estudantes de
todo o mundo buscam estudar na China para compreender
a possível nova líder da economia mundial, muitas vezes
com todos os custos sendo pagos pelo governo vermelho.
 
Você pode se perguntar se a China não estará sendo traída
por si mesma nesta estratégia de abrir o país, cada vez mais,
a estudantes estrangeiros. A resposta é não. Esta abertura
faz do país não só mais amigável aos olhos estrangeiros mas
dão oportunidade da China coconstruir novas soluções para
seus problemas locais também. Além de plantar a semente
de comercio global em estudantes de todos os países do
mundo, que futuramente determinarão as negociações da
economia mundial. Algo muito semelhante ao que os EUA
fizeram na decada de 90. Uma prova de que a China já se
assume como a próxima líder econômica global.
 
 
 
7
A CHINA DOMINARÁ O
MUNDO?
Com exceção do século XX, comercialmente eles sempre
estiveram ali, no topo da cadeia alimentar. As previsões são
de que até 2030 a China passe o PIB dos EUA, se tornando a
maior economia do mundo. Mesmo com uma década para
evitar isso, e usando sanções comerciais para isso, será
realmente muito difícil segurar os chineses.
 
A questão neste caso é o que vem no pós domínio
econômico. Diversos documentários sobre as principais
lideranças chinesas deixam claro que há, de fato, uma
mágoa do país em relação ao ocidente e a alguns vizinhos
asiáticos, casos da Coreia do Sul e sobretudo Japão, ainda
que hoje todos tenham relações comerciais. Mas e se este
domínio econômico evoluir para um político e até mesmo
militar?
 
Um dos pontos a ser estudade é o fato de que o domínio
econômico de certa forma também impõe um domínio
cultural, ou abre portas para este, mudando hábitos e
deixando marcas. Basta ver as imigrações no Brasil para
entender que nosso povo carrega diversos traços de cultura
européia, como a portuguesa, alemã e italiana por exemplo.
Ainda temos imigrações centenárias que nos ensinaram
muito também, como a japonesa. Em quase todos os
grandes países do mundo você já encontra uma
"chinatown", símbolo de uma povoação chinesa naquele
local. Todos com pórticos de entrada e a manutenção de
hábitos tipicamente chineses.
 
 
Para se entender o impacto deste tipo de negociação, só que
em território chinês, basta olhar para Hollywood. Até os
filmes americanos começarão a sofrer essa influência.
Atualmente, alguns filmes geram mais receita na China do
que no resto do mundo. O Governo chinês permite apenas
36 filmes entrarem em seu país por ano, os quais devem
passar por sua análise crítica. 
 
Vemos também o crescimento de investimentos de
empresas chinesas ao redor do mundo. A compra da
Skyscanner pela Ctrip (maior empresa de turismo do
mundo) por mais de um bilhão de dólares surpreendeu o
mundo. Marcas estrangeiras consagradas também passaram
para as mãos dos chineses, como a sueca Volvo e a italiana
fabricante de pneus Pirelli. O Brasil não está fora. A Tencent
investiu no Nubank, de olho nos milhões de usuários do
banco digital. Um assunto que está em alta é a rota da seda,
projeto do governo chinês que vai financiar infraestrutura
para conectar o mundo, investindo em portos e ferrovias de
diversas nações, conseguindo vantagens em troca, mas que
pode ser fortemente afetado pela crise do COVID 19. Por fim,
se a Huawei conseguir ganhar a guerra da internet 5G,
imagina o mundo inteiro usando uma internet que o
Governo chinês tem acesso e utiliza os dados
indiscriminadamente?
 
Um ponto que pode atrapalhar este plano é justamente
cada vez mais o país asiático se parecer com os do ocidente.
Veja, o partido que controla a China está no poder desde
1949. Em uma nação onde ainda hoje, a prioridade da
maioria da população é sobreviver a fome, discussões como
segurança da informação e privacidade são secundárias. Mas
com o crescente poder de compra e renda do chinês, alguns
debates podem se fazer necessário. Estaria o Partido
disposto a flexibilizar ainda mais sua política para superar o
Ocidente? Em Macau por exemplo, temos uma quase Las
Vegas construída. Seria o desejo chinês de ser maior que as
economias ocidentais um Cavalo e Tróia?
 
 
 
 
8
O FUTURO CHINÊS PÓS
COVID 19
O cenário de domínio econômico chinês perante o mundo
estava mais favorável que nunca. Mas aí, mais um vírus
nascido em território chinês coloca toda a estratégia à prova,
sobretudo porque o país mais atingido é justamente seu
maior adversário, porém parceiro comercial: os EUA.
 
O mundo se pergunta hoje o quanto se pode confiar na
China. Por mais que o discurso do presidente do país seja de
tentativa de dizer ao planeta que a China é uma aliada no
enfrentamento do vírus, teorias da conspiração (ou não)
tomam conta, cada vez mais, dos noticiários. Em parte isso
se deve a falta de informações verificáveis dos casos na
China, que após três meses do início da crise, reviu em abril o
dado de mortes para 40% acima do divulgado oficialmente.
Difícil acreditar que um país tão tecnológico e no caminho
de se tornar a maior potência econômica do mundo
cometesse um erro de medição tão gigantesco como este.
Aliado a desconfiança global (tudo o que os EUA queriam
para questionar, com razão diga-se), somam-se as críticas ao
hábitos sanitários e alimentares chineses. A primeira versão
expôs categoricamente o peculiar, porém centenário, talvez
milenar hábitos dos chineses em consumir animais exóticos
em mercados a céu aberto, sem nenhuma norma de higiene
que os regre. 
 
Outro ponto, mais recentemente discutido pela
comunidade internacional é o fato de que a China poderia
ter criado o vírus em laboratório. Aí a tese se desmembra em
duas teorias. A primeira, de que um laboratório em Wuhan,
que tem por especialidade estudar o tipo CORONA, teria
perdido o controle e ele teria sido acidentalmente exposto a
alguém. 
 
 
O segundo cenário é mais complexo. A China teria testado o
COVID 19 como arma biológica, com a finalidade de preparar
seu domínio global em diversas frentes possíveis. O
presidente Barak Obama (em discurso) e Bill Gates (em
palestra) já tinham cenários que previam que os próximos
eventos de desastre globais poderiam acontecer mais por
meio de questão biológica do que por uma guerra
tradicional. 
 
Evidentemente que os EUA usarão a questão para negociar,
sem perder o foco em uma profunda investigação em todas
estas hipóteses e em órgãos onde a China mantém
crescente influência, como a OMS. Mas a desconfiança foi
plantada e está sendo bem regada. Não será fácil para a
China se explicar, uma vez que os dados que apresenta não
são confiáveis. Certamente uma mudança de hábitos
sanitários e alimentares será exigida pela comunidade
internacional, sob pena de dificultar ou proibir a entrada de
chineses em seus países. Porém, caso uma das hipóteses
dolosas seja comprovada, estaremos diante de um cenário
muito pior que a Guerra Fria. Com EUA e China liderando
eixos econômicos com fins opostos. No tabuleiro da
geopolítica, o Brasil precisará fazer duras escolhas. Será
difícil manter a postura de país que trabalha bem com todas
as nações. E isso ocorre em um momento institucional
complicado no Brasil, onde o presidente Bolsonaro tem
mostrado frequente desequilíbrio emocional e uma não
capacidade e credibilidade em comandar a nação. Podemos
afirmar que todas as questões que envlvem investimentos
chineses no Brasil deveriamser observadas do prisma de
segurança nacional a partir de agora e não apenas
econômico. Dito isso, seguem nossas apostas, baseadas no
estudo de diversos cenários analisados pela equipe
Solomon's Brain. 
 
 
O segundo cenário é mais complexo. A China teria testado o
COVID 19 como arma biológica, com a finalidade de preparar
seu domínio global em diversas frentes possíveis. O
presidente Barak Obama (em discurso) e Bill Gates (em
palestra) já tinham cenários que previam que os próximos
eventos de desastre globais poderiam acontecer mais por
meio de questão biológica do que por uma guerra
tradicional. 
 
Evidente que os EUA usarão a questão para negociar, sem
perder o foco em uma profunda investigação em todas estas
hipóteses e em órgãos onde a China mantém crescente
influência, como a OMS. Mas a desconfiança foi plantada e
está sendo bem regada. Não será fácil para a China se
explicar, uma vez que os dados que apresenta não são
confiáveis. Certamente uma mudança de hábitos sanitários
e alimentares será exigida pela comunidade internacional,
sob pena de dificultar ou proibir a entrada de chineses em
seus países. Porém, caso uma das hipóteses dolosas seja
comprovada, estaremos diante de um cenário muito pior
que a Guerra Fria. Com EUA e China liderando eixos
econômicos com fins opostos. 
 
No tabuleiro da geopolítica, o Brasil precisará fazer duras
escolhas. Será difícil manter a postura de país que trabalha
bem com todas as nações. E isso ocorre em um momento
institucional complicado no Brasil, onde o presidente
Bolsonaro tem mostrado frequente desequilíbrio emocional
e uma não capacidade e credibilidade em comandar a
nação. Podemos afirmar que todas as questões que envlvem
investimentos chineses no Brasil deveriam ser observadas do
prisma de segurança nacional a partir de agora e não apenas
econômico. 
 
Dito isso, seguem nossas apostas, baseadas no estudo de
diversos cenários analisados pela equipe Solomon's Brain. 
 
 
APOSTAS 
Nos próximos 03 anos o
protecionismo aumentará
sensivelmente, puxado pelos
EUA prejudicando relações
bilaterais e acordos de blocos
P R O T E C I O N I S M O
01 Numero de ataques virtuais
crescerá exponencialmente
C I B E R A T A Q U E S
04
Em todo o mundo, cidadãos
chineses serão discriminados,
sobretudo em aeroportos
D I S C R I M I N A Ç Ã O
02 Interesse chinês em ter uma
cripto moeda global em
susbtituição ao dólar, assim
como dólar substituiu o ouro
no Plano Marshall como
padrão de liquidez mundial
C R I P T O M O E D A S
05
O mundo passará a ter dois
eixos claros em economia e
alinhamento político. São eles:
 
Eixo 1: EUA, UE, UK, Coréia do
Sul, Japão, Índia, Arábia
Saudita e Israel
(recomendação para que o
Brasil escolha claramente
estar aqui)
 
Eixo 2: China, Russia, Coreia
do Norte, Venezuela e países
africanos
E I X O S E C O N Ô M I C O S
03 O Brasil será fortemente
pressionado por ceder aos
interesses chineses no 5G em
troca de manter a venda de
commodities em alta (nossa
recomendação é a de
enfrentar a pressão com
fortalecimento da industria
nacional e fazer uma transição
gradual, porém rápida, para a
produção de bens duráveis e
de alto valor agregado,
diminuindo assim a
dependência chinesa
P R E S S Ã O N O B R A S I L
06
APOSTAS 
Correntes de comércio e
serviço mudarão
drasticamente. Países que não
criarem novas economias
estarão fadados ao fracasso
N O V A E C O N O M I A
07 números chineses serão
desconstruídos pela
comunidade internacional.
imposssível estarem no
patamar atual
N Ú M E R O S O F I C I A I S
10
Bolhas serão estouradas já
durante a crise, uma vez que
muitos setores atuavam
"alvancados"
M E R C A D O
F I N A N C E I R O08 Os EUA acreditam em uma
"culpa"maior do governo
chinês na crise e certamente
vao endurecer muito o jogo
para a China e para quem tiver
comércio com o país asiático
R E S P O S T A C O M E R C I A L
11
Deve caminhar para a geladeira,
sobretudo em países como a
França, onde os pequenos
agricultores deverão ter subsídio
do governo para sobreviver.
A C O R D O U E / M E R C O S U L
09
Trump obrigará empresas
americanas a saíres de
território chinês e a
produzirem nos EUA, ainda que
tenha que ceder em pesados
subsídios. China pode retaliar.
Acreditamos em uma forte
desvalorização do dólar 
R E T O R N O D E
I N D Ú S T R I A S12
RECOMENDAÇÕES 
Imperativo mapear todos os
negócios chineses em solo
brasileiro, que possam ser
considerados de interesse
nacional, como minério e
energia
S E G U R A N Ç A N A C I O N A L
01 Pelos próximos ano e meio
(no mínimo), a política
econômica deve ser mais
Keynes do que Hayek 
E C O N O M I A
04
Aumentar sensivelmente os
investimentos na área
comandada pelo Exércio
Brasileiro 
C I B E R S E G U R A N Ç A
02 Imperioso migrar de apenas
commodities para agro com
agregação de valor
A G R O N E G Ó C I O
05
Os países que vão se
recuperar da COVID 19 serão
aqueles que apostarem
fortemente em uma retomada
pela indústria, fortalecendo o
desenvolvimento das cadeias
produtivas e incentivando a
criação de novas.
I N D U S T R I A
03 Sem dúvida existe um plano
de domínio cultural por meio
da economia em andamento.
O Brasil deve estar aliado com
países que tenham os mesmos
propósitos. Comercializar
com quem quer que seja faz
parte do jogo. Ser fazenda de
um país não.
P L A N O M A I O R
06

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