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www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 1 AULA 09 – ORÇAMENTO PÚBLICO 1 - Conceito A despesa pública também deve ser conceituada considerando dois enfoques: sentido lato e sentido restrito. As despesas públicas, em sentido stricto sensu, são as despesas orçamentárias, que somente poderão ser executadas se estiverem autorizadas na lei orçamentária anual ou nas leis de créditos adicionais, e caracterizam os gastos que o governo realiza para atender as necessidades da população. Já as despesas públicas, em sentido lato sensu, abrangem além das despesas orçamentárias, acima citadas, as despesas extra-orçamentárias, que são representadas pelas devoluções de recursos de terceiros, pelas operações de crédito por antecipação de receita e pelos pagamentos de restos a pagar, serviço da dívida e consignações diversas. Fortes1, bem como outros autores, a exemplo do que ocorre na receita, entende que o termo despesa extra-orçamentária é indevidamente utilizado, sendo mais apropriado falar em “dispêndios extra-orçamentários”. Assim, podemos conceituar a despesa pública, em sentido restrito, como o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa jurídica de Direito Público, autorizados no orçamento, para o funcionamento e manutenção dos serviços prestados à sociedade, por meio da realização de obras e prestação de serviços públicos. 2 – Funções econômicas do governo Muitos acreditam que as despesas e receitas governamentais têm a única finalidade de proporcionar o funcionamento das atividades desenvolvidas pelo Estado, como por exemplo: construção de escolas, manutenção das repartições públicas, saúde, etc. E desconhecem que o orçamento público também desempenha papel primordial como instrumento de intervenção econômica. 1 Fortes, João, Contabilidade Pública, 9.ed., Franco & Fortes, 2005, pág. 144. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 2 Segundo Musgrave2, as funções econômicas do Estado se classificam em: função distributiva, função estabilizadora e função alocativa. 2.1 - Função Distributiva A função distributiva tem como finalidade atenuar as injustiças e desigualdades sociais, através de uma distribuição mais igualitária da riqueza produzida em um país, já que o mercado por si só não consegue gerar a distribuição considerada justa pela maioria da sociedade. Para alcançar a igualdade considerada justa e desejada pela sociedade o governo utiliza-se de instrumentos como: transferências, impostos, subsídios, isenções, etc. A transferência de renda ocorre quando o governo tributa com alíquotas mais altas quem possue renda mais elevada, a exemplo das alíquotas progressivas do imposto de renda, e utiliza esses recursos financeiros para subsidiar os indivíduos das classes menos privilegiadas, oferecendo serviços público de saúde, educação, segurança, etc., de qualidade. Outra forma de aplicar a função distributiva é a cobrança de impostos com alíquotas mais gravosas para produtos considerados supérfluos, que somente são consumidos pelas classes mais favorecidas economicamente, e a sua utilização para subsidiar os produtos de primeira necessidade que são, desta forma, adquiridos por preços menores pelas classes mais necessitadas. 2.2 – Função Alocativa Existem certas atividades que pelo alto capital a ser aplicado, pelo longo tempo de retorno do capital, pelo baixo retorno ou mesmo por simples desinteresse da área privada, exigem a presença do Estado. Portanto, a função alocativa consiste na aplicação de recursos públicos, pelo Estado, nas atividades em que não houver interesse da área privada ou a presença do Estado se faz necessária, como, por exemplo: investimentos na infra-estrutura 2 Musgrave, Richard A. Teoria da Finanças Públicas, São Paulo, Atlas, 1994. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 3 econômica: transporte, energia, comunicação, armazenamento; provisão bens públicos: infra-estrutura urbana, saneamento básico, meio ambiente; e semipúblicos ou meritórios: educação e saúde. 2.2 – Função Estabilizadora Das três funções do Estado, esta é a mais recente e tem como objetivos principais: manutenção de um equilibrado nível de emprego, estabilidade dos níveis de preços, equilíbrio na balança de pagamentos e razoável taxas de crescimento econômico. O governo, por meio da função estabilizadora, atua sobre a economia aumentando ou diminuindo a demanda agregada. Se o objetivo for estimular a demanda os gastos públicos, com consumo e investimentos, podem ser aumentados ou os impostos reduzidos. No entanto se a intenção é conter a demanda, o governo diminuirá seus gastos ou aumentará os impostos, o que provocará a redução da renda e conseqüentemente dos níveis de consumo. Nesse sentido fica clara a importância do orçamento como instrumento de política fiscal estabilizadora, já que as alterações nas despesas do governo, bem como as alterações de alíquotas do impostos causam expressivos reflexos na demanda agregada. Além da utilização das políticas fiscais, a função estabilizadora também utiliza políticas monetárias para promover a estabilidade da economia, dentre as quais se destacam: controle da quantidade de moeda no mercado, das taxas de juros e lançamentos de títulos públicos. 3 – Classificações da Despesa A despesa da Administração pública, em sentido lato, possui diversas classificações, sendo as mais consagradas pela doutrina: � Quanto à natureza; � Quanto à afetação patrimonial; www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 4 � Quanto à competência; � Quanto à regularidade. Como classificações legais podemos citar: � Quanto à categoria econômica; � Institucional; � Funcional. � Estrutura Programática � Outras classificações 3.1 – Classificações Doutrinárias 3.1.1 – A despesa, quanto à natureza, se classifica em: orçamentária e extra- orçamentária. Orçamentárias: são as despesas fixadas na lei orçamentária anual ou na lei de créditos adicionais abertos durante o exercício. Devem obedecer as fases da despesa: fixação, empenho, liquidação e pagamento. Em Atendimento ao artigo 35 da Lei 4320/64, a despesa orçamentária deverá ser reconhecida no exercício financeiro em que for realizada, independentemente do momento em que ocorrer seu pagamento, ou seja, a despesa deve ser reconhecida pelo regime de competência e não de caixa. TOME NOTA! A despesa, quanto à natureza, se classifica em: orçamentária e extra-orçamentária. IMPORTANTE! Na contabilidade pública adota-se o regime contábil misto: regime de caixa para a receita e de competência para despesa. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 5 O regime de competência está previsto no artigo 35 da Lei 4320/64, como segue: “Pertencem ao exercício financeiro: I -... II – as despesas nele legalmente empenhadas.”. De acordo com o artigo citado, devem ser apropriadas como despesa do exercício financeiro o valor empenhado no exercício, este procedimento no final do exercício, tem como finalidade contemplar os restos a pagar não processado. O regime de competência da despesa, assim como acontece na receita, possui exceção, sendo a mais conhecida e cobrada em concursos a inscrição de resto a pagar não processado. Extra-Orçamentárias: representam a saída de recursos financeiros transitórios, anteriormente registrados como receita extra-orçamentária, são as despesas que não constam na lei orçamentária anual ou em créditos adicionais como, por exemplo: restituição de cauções, pagamento de restos a pagar, resgate de ARO, etc. As despesas extra-orçamentárias não necessitam de autorização orçamentárias para se efetivarem, pois não são propriedades dos órgãos públicos.Características dos dispêndios orçamentários: � Registrados como despesa orçamentária corrente ou de capital; � Não são oriundos de ingressos extra-orçamentários; � São financiados pelas receitas extra-orçamentárias; � Passam pelos estágios da fixação, empenho, liquidação e pagamento; � Seguem a classificação econômica; � Necessitam de autorização em lei orçamentária. Características dos dispêndios orçamentários: � Diminuem o passivo financeiro (depósitos de terceiros, cauções em dinheiro, etc.); � São oriundos de ingressos extra-orçamentários; www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 6 � Não são financiados pela receita orçamentária; � Não passam por estágios; � Seguem a classificação contábil; � Não necessitam de autorização em lei orçamentária. 3.1.2 – A despesa, quanto à afetação patrimonial, classifica-se em: efetivas ou não efetivas (por mutações patrimoniais). Despesas Efetivas: são as despesas que alteram o Patrimônio do Público, já que contribuem para o seu decréscimo, provocando um fato contábil modificativo diminutivo, sem a respectiva produção de mutação patrimonial. As despesas correntes, regra geral, são despesas efetivas (pessoal, encargo sociais, juros, aluguéis, etc.), no entanto as despesas de capital destinadas a auxílios e contribuições de capital, bem como investimentos em bens de uso comum do povo, também são despesas efetivas. Despesas não efetivas: também conhecida como despesa por mutação patrimonial, são as despesas que não provocam alteração no Patrimônio Público, já que possuem como fundamento um fato contábil permutativo, constituindo-se em alterações compensatórias por meio de mutações nos elementos patrimoniais. Em regra, as despesas de capital são despesas não efetivas (investimentos, inversões financeiras, amortização da dívida, outras despesas de capital (excetuadas as citadas como efetivas)), porém dentro das despesas correntes encontramos a aquisição de material permanente que também é uma despesa não efetiva. 3.1.3 – A despesa, quanto à competência, classifica-se em: Federal, Estadual e Municipal. TOME NOTA! A despesa, quanto à afetação patrimonial, classifica-se em: efetivas ou não efetivas (por mutações patrimoniais). TOME NOTA! A despesa, quanto à competência, classifica-se em: Federal, Estadual e Municipal. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 7 Federal: despesas de competência da União, visando realizar gastos para atender serviços e encargos demandados por dispositivo constitucional, pro leis ou contratos. Estadual: despesas de competência dos Estados, visando realizar gastos para atender serviços e encargos demandados por dispositivo legal. Município: despesas de competência dos Municípios, visando realizar gastos para atender serviços e encargos demandados por dispositivo legal. 3.1.4 – A despesa, A despesa, quanto à regularidade, classifica-se em: ordinárias e extraordinárias. Ordinárias: sãs as despesas destinadas a manutenção contínua dos serviços públicos e, por isso, se repetem em todos os exercícios, exemplo: serviço de terceiro, material de consumo, encargos, etc. Extraordinárias: são as despesa de caráter esporádico ou excepcional, provocadas por circunstâncias especiais e inconstantes e, por isso, não aparecem todos os anos nas dotações orçamentárias, exemplo: guerra, comoção interna, enchentes, etc. 3.2 – Classificações legais da despesa 3.2.1 – A despesa, quanto à categoria econômica, se classifica em: despesa corrente e despesa de capital. TOME NOTA! A despesa, quanto à regularidade, classifica-se em: ordinárias e extraordinárias. TOME NOTA! A despesa, quanto à categoria econômica, se classifica em: despesa corrente e despesa de capital. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 8 Despesa Corrente: são as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.São despesas destinadas a manutenção e ao funcionamento dos serviços públicos, esses recursos geram diminuição no patrimônio. Despesa de Capital: são as despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital, ao contrário das despesas correntes geram acréscimo patrimonial resultante de mutação compensatória do bem. 3.2.1.1 - classificação da despesa de acordo com a lei 4320/64 IMPORTANTE! O artigo 12 da lei 4320/64 classifica a despesa nas seguintes categorias econômicas: DESPESAS CORRENTES Despesas de Custeio. Transferências Correntes. DESPESAS DE CAPITAL Investimentos. Inversões Financeiras. Transferências de Capital. As despesas correntes se dividem em subcategorias econômicas: despesas de custeio e transferências correntes ATENÇÃO! Dar uma boa lida nos artigos 12 a 21 da Lei 4320/64, ênfase no artigo 12 e 13 da lei 4320/64 que é de extrema importância para concursos públicos e deve ser memorizado pelo candidato. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 9 Despesas de custeio: são as dotações destinadas a manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive para atender obras de conservação e adaptação de bens imóveis, pagamento de serviços de terceiros, pagamento de pessoal e encargos, material de consumo, etc. Transferências correntes: são as dotações para despesas, as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, tais como transferências de assistência e previdência social, pagamento de salário família, juros da dívida, incluindo as contribuições e subvenções destinadas a atender a manutenção de outras entidades de direito público ou privado. As despesas de capital se dividem em: investimento, inversões financeiras e transferência de capital. Investimentos: são as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis, considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamento e material permanente e a constituição ou o aumento de capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro. No conceito econômico, as despesas de capital classificadas como investimento geram serviços que contribuem para o acréscimo ou incremento do Produto Interno Bruto – PIB. Inversões Financeiras: são as dotações destinadas à aquisição de imóveis ou de bens de capital já em utilização, à obtenção de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento de capital; e, ainda, a constituição ou aumento de capital de entidades ou empresas que visem objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguro. No conceito econômico, as inversões financeiras não geram serviço que contribuem para o acréscimo ou implemento do Produto Interno Bruto – PIB. Transferência de Capital: são as dotações destinadas a investimento ou inversões financeiras que outras pessoas de Direito Público ou Privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivam diretamente da lei de orçamento ou de lei especial anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 10 Em conformidade com a lei, entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para a consecução dos seus fins, nesse sentido o artigo 13 apresenta a discriminação da despesa por elementos: DESPESAS CORRENTES Despesas de Custeio. Pessoal Civil. Pessoal Militar Material de Consumo Serviços de Terceiros TransferênciasCorrentes. Subvenções Sociais Subvenções Econômicas Inativos Pensionistas Salário-Família e Abono Familiar Juros da Divida Pública Contribuições de Previdência Social Diversas Transferências Correntes ATENÇÃO! Segundo o art. 15, da Lei 4320/64, na Lei de orçamento a discriminação da despesa far-se-á “no mínimo” por elemento. ATENÇÃO: As bancas costumam cobrar o conhecimento sobre a classificação dos elementos dentro dos grupos de despesas, sendo que os elementos mais cobrados em provas são os destacados em vermelho. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 11 DESPESAS DE CAPITAL Investimentos. Obras Públicas Serviços em Regime de Programação Especial Equipamentos e Instalações Material Permanente Participação em Constituição ou aumento de capital de Empresas ou Entidades Industriais ou Agrícolas. Inversões Financeiras. Aquisição de Imóveis Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Empresas ou Entidades Comerciais ou Financeiras Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Empresa em Funcionamento Constituição dos Fundos Rotativos Concessão de Empréstimos Diversas Inversões Financeiras Transferências de Capital. Amortização da Dívida Auxílios para Obras Públicas Auxílios para Equipamentos e Instalações Auxílios para Inversões Financeiras Outras Contribuições www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 12 3.2.1.2 - Classificação da despesa conforme portaria 163/20013 A classificação da despesa, elaborada pela Secretaria do Tesouro Nacional em conjunto com o Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão, através da portaria 163/2001, ficou assim definida: 3 – Despesas Correntes (categoria econômica) 1 - Pessoal e Encargos Sociais (grupo) 2 – Juros e Encargos da Dívida (grupo) 3 – Outras Despesas Correntes (grupo) 4 – Despesas de Capital (categoria econômica) 4 – Investimentos (grupo) 5 – Inversões Financeiras (grupo) 6 – Amortização da Dívida (grupo) Desta forma, a natureza da despesa, segundo a Portaria Interministerial STN/SOF 163/2001, compõe-se de: � Categoria econômica (dígito 3 para Despesas correntes e 4 para Despesa de capital); � Grupo de natureza da despesa (dígitos de 1 a 6); � Elemento de despesa (dígitos variam de 01 a 99). 3 Portaria Interministerial Nº 163, de 04 de Maio de 2001, atualizada até Portaria Interministerial Nº 688, de 14 de Outubro de 2005. ATENÇÃO, já foi tema de prova! Na LOA, a discriminação da despesa, quanto à natureza, far-se-á, no mínimo, por categoria econômica, grupo de despesa e modalidade de aplicação. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 13 Em conformidade com a portaria 163/01 a estrutura da natureza de despesa a ser observada na execução orçamentária de todas as esferas de governo será através das letras: “c.g.mm.ee.dd”. “c” – categoria econômica “g” – grupo de natureza da despesa “mm” – modalidade de aplicação “ee” – elemento de despesa “dd” – desdobramento , facultativo, do elemento de despesa. Ex., a natureza de despesa: 3.3.90.30.04. Combustíveis Material de Consumo Aplicação direta Outras Despesas Correntes Despesa Corrente 1º dígito: 3 – categoria econômica. Despesa Corrente É IMPORTANTE! Saber o que cada dígito da codificação da despesa significa: 1º dígito = identifica a categoria econômica. 2º dígito = identifica o grupo de natureza de despesa. 3º e 4º dígitos = identifica a modalidade de aplicação. 5º e 6º dígitos = identifica o elemento de despesa (objeto do gasto) 7º e 8º dígitos = Identificam o desdobramento do elemento (FACULTATIVO). www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 14 2º dígito: 3 – grupo de despesa. Outras Despesas Correntes 3º e 4º dígitos: 90 – Modalidade de aplicação. Aplicações Diretas 5º e 6º dígitos: 30 – Elemento de despesa. Material de Consumo 7º e 8º dígitos: 04 - Desdobramento Combustíveis Segue a estrutura, conceitos e especificação da despesa segundo a portaria 163/2001. Essa estrutura está adequada ao SIAF e SIAFEM, devendo ser utilizada por estados e municípios, com os ajustes necessários as suas peculiaridades. A - CATEGORIA ECONÔMICA 3 - DESPESAS CORRENTES 4 - DESPESAS DE CAPITAL B - GRUPOS DE NATUREZA DE DESPESA O grupo de despesas é a agregação de elementos de despesa que apresentam as mesmas características quanto ao objeto do gasto. 1 - Pessoal e Encargos Sociais ATENÇÃO! A portaria 163/01 traz um rol exemplificativo, das naturezas de despesas, podendo ser ampliada para atender as necessidades de execução de cada ente. ATENÇÃO! É facultado o desdobramento suplementar dos elementos de despesa para atendimento das necessidades de escrituração contábil e controle da execução orçamentária. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 15 Despesas de natureza remuneratória decorrente do efetivo exercício de cargo, emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos proventos de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários, contribuição a entidades fechadas de previdência, outros benefícios assistenciais classificáveis neste grupo de despesa, bem como soldo, gratificações, adicionais e outros direitos remuneratórios, pertinentes a este grupo de despesa, previstos na estrutura remuneratória dos militares, e ainda, despesas com o ressarcimento de pessoal requisitado, despesas com a contratação temporária para atender a necessidade de excepcional interesse público e despesas com contratos de terceirização de mão-de-obra que se refiram à substituição de servidores e empregados públicos, em atendimento ao disposto no art. 18, § 1o , da Lei Complementar no 101, de 2000; (ALTERADO CONFORME ART. 1º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519, DE 27/11/2001) 2 - Juros e Encargos da Dívida Despesas com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida pública mobiliária. 3 - Outras Despesas Correntes Despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de diárias, contribuições, subvenções, auxílio alimentação, auxílio-transporte, além de outras despesas da categoria econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos demais grupos de natureza de despesa; (ALTERADO CONFORME ART. 1º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519, DE 27/11/2001) 4 - Investimentos Despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, e com a aquisição de instalações, equipamentos e material permanente. 5 - Inversões Financeiras Despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização; aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 16 espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas. 6 - Amortização da Dívida Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária. C - MODALIDADES DE APLICAÇÃO A modalidade de aplicação, segundo a portaria, é uma informação gerencial, a qual tem a finalidade de indicar se os recursos são aplicados diretamente por órgão ou entidade no âmbito da mesma esfera de Governo ou outro ente da Federação e suas respectivas entidades, e objetiva, precipuamente, possibilitar a eliminação de dupla contagem dos recursos transferidos ou descentralizados. 10 -Transferências Intragovernamentais Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades pertencentes à administração pública, dentro da mesma esfera de governo. (INCLUÍDO CONFORME ART. 2º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N.º 519, DE 27/11/2001) 20 - Transferências à União Despesas realizadas pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal, mediante transferência de recursos financeiros à União, inclusive para suas entidades da administração indireta. 30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal, inclusive para suas entidades da administração indireta. 40 - Transferências a Municípios Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da União ou dos Estados aos Municípios, inclusive para suas entidades da administração indireta. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 17 50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades sem fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública. 60 - Transferências a Instituições Privadas com Fins Lucrativos Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades com fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração pública. 70 - Transferências a Instituições Multigovernamentais Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas e mantidas por dois ou mais entes da Federação ou por dois ou mais países, inclusive o Brasil. (ALTERADO CONFORME INCISO II, ART. 4º DA PORTARIA INTERMINISTERIAL N. º 325, DE 27/08/2001) 71 - Transferências a Consórcios Públicos Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a entidades criadas sob a forma de consórcios públicos nos termos da Lei no 11.107, de 6 de abril de 2005, objetivando a execução dos programas e ações dos respectivos entes consorciados. 80 - Transferências ao Exterior Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a órgãos e entidades governamentais pertencentes a outros países, a organismos internacionais e a fundos instituídos por diversos países, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no Brasil. 90 - Aplicações Diretas Aplicação direta, pela unidade orçamentária, dos créditos a ela alocados ou oriundos de descentralização de outras entidades integrantes ou não dos Orçamentos Fiscal ou da Seguridade Social, no âmbito da mesma esfera de governo. 91 - Aplicação Direta Decorrente de Operação entre Órgãos, Fundos e Entidades. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 18 Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social. Despesas de órgãos, fundos, autarquias, fundações, empresas estatais dependentes e outras entidades integrantes dos orçamentos fiscal e da seguridade social decorrentes da aquisição de materiais, bens e serviços, pagamento de impostos, taxas e contribuições, além de outras operações, quando o recebedor dos recursos também for órgão, fundo, autarquia, fundação, empresa estatal dependente ou outra entidade constante desses orçamentos, no âmbito da mesma esfera de Governo. 99 - A Definir Modalidade de utilização exclusiva do Poder Legislativo, vedada a execução orçamentária enquanto não houver sua definição, podendo ser utilizada para classificação orçamentária da Reserva de Contingência, nos termos do parágrafo único do art. 8o desta Portaria; (alterado conforme art. 1º da portaria interministerial n.º 519, de 27/11/2001) D - ELEMENTOS DE DESPESA O elemento de despesa tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo, etc. A portaria 163/01 traz um rol de 96 elementos como por exemplo: 01 – Aposentadorias e Reformas; 14 – Diárias – Civil; 30 – Material de Consumo; 61 – Aquisição de Imóveis; 91 – Sentenças Judiciais. 3.2.2 - Classificação Institucional A classificação institucional representa a estrutura organizacional e administrativa governamental e está estruturada em dois níveis hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária. Esta classificação tem como finalidade identificar www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 19 qual o órgão ou unidade orçamentária em que está consignada parte da despesa aprovada na LOA. Essa classificação é representada por um código de cinco dígitos: XX.XXX, onde os dois primeiros dígitos identificam o órgão ou entidade e os três últimos dígitos a unidade orçamentária. Exemplo: 01.000 – Câmara dos Deputados 01.101 - Câmara dos Deputados 02.000 – Senado Federal 02.104 – Secretaria Especial de Editoração e Publicação 12.000 – Justiça Federal 12.101 – Justiça Federal de 1º Grau. Existem casos em que a classificação institucional não corresponde a um órgão ou uma unidade orçamentária real, exemplo: 90.000 – Reserva de Contingência; 73.000 – Transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios; 74.000 – Operações Oficiais de Crédito. 3.2.3 - Classificação funcional A classificação funcional está definida na portaria 42/1999-MPOG e foi implantada a partir do ano de 2000 na União, Estados e Distrito Federal e no ano de IMPORTANTE! A classificação institucional, segundo o Manual Técnico de Orçamento – MTO – 2005, responde a indagação: “quem” é o responsável pela programação? IMPORTANTE! A classificação funcional, segundo o Manual Técnico de Orçamento – MTO – 2005, responde a indagação: “em que” área de ação governamental a despesa será realizada. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 20 2002 nos municípios. Por ser de aplicabilidade obrigatória no âmbito de todos os entes da federação a classificação funcional permitirá a consolidação nacional dos gastos do setor público. A classificação funcional atual está estruturada em dois níveis de agregação: FUNÇÕES e SUBFUNÇÕES, as quais estão vinculadas em PROGRAMAS, que possuem em sua estrutura PROJETOS, ATIVIDADES e OPERAÇÕES ESPECIAIS, reagrupados de acordo com o critério de afinidade ou tipicidade. A classificação funcional é de uso obrigatório para os municípios e estados, para possibilitar e facilitar a consolidação das contas nacionais. A codificação da classificação funcional é composta de cinco dígitos, sendo distribuídos da seguinte forma: XX = Função e XXX = Subfunção. O que é função e subfunção? As funções que são representadas por um código de dois dígitos (XX), e se identificam com a área de atuação de cada um dos órgãos ou entidades do governo, representam o maior nível de agregação das diversas áreas da despesa que competem ao setor público. Exemplo: 01 – Legislativa 04 - Administração 10 – Saúde 12 – Educação ATENÇÃO! A classificação funcional é composta de um rol de funções e subfunções prefixadas, que serve como agregador dos gastos públicos por área de ação governamental, nas três esferas. FIQUE LIGADO! No balanço financeiro a despesa deverá ser classificada por função, que é seu maior nível de agregação. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 21 Atualmente as funções constituem um universo de 28 itens, dentre todas as funções existentes uma é bastante exigida em concursos públicos: “Encargos Especiais”. A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação as quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações, e outras afins, representando, portanto, agregação neutra. (art. 1º, § 2º, Portaria MPOG nº 42/99). As subfunções, cuja codificação é composta de três dígitos (XXX), sãoa grande novidade desta nova classificação (funcional), representam um desdobramento das funções e tem a finalidade de agregar determinado subconjunto de despesas do setor público e identificar a natureza básica das ações que se aglutinam em torno das funções. Exemplo: 031 – Ação legislativa; 301 – Atenção básica; 361 – Ensino Fundamental Características das subfunções: identifica a natureza básica das ações do governo, a partir das funções e poderão ser combinadas com funções diferentes daquelas relacionadas, exemplificando: Função com subfunção típica: Função: 12 – Educação Subfunção: 361 – Ensino Fundamental 362 – Ensino Médio Função com subfunção atípica: Função: 12 – Educação Subfunção: 128 – Formação de Recursos Humanos FIQUE LIGADO! “Encargos Especiais” é uma função muito cobrada em concursos públicos. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 22 3.2.4 - Classificação Por Programas A classificação por programas, também conhecida como estrutura programática, passou a ser utilizada nas peças orçamentárias a partir do ano de 2000, em substituição à classificação funcional-programática, até então existente. A antiga classificação funcional-programática tinha a seguinte estrutura: Funções, Programas, Subprogramas e Projetos ou atividades. Esta classificação teve sua última utilização na elaboração do orçamento do ano de 1999. A classificação programática está assim estruturada em programas, ações e subtítulos. Classificação Funcional-Programática Classificação Funcional e programática FUNÇÃO FUNÇÃO PROGRAMA SUBFUNÇÃO PROJETO/ATIVIDADE PROGRAMAS SUBPROJETO/SUBATIVIDADE PROJETOS/ATIVIDADES/OP.ESPECIAIS 3.2.4.1 – Programas O programa, que possui a codificação de quatro dígitos: XXXX, é o instrumento de organização da atuação governamental que articula um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores instituídos no plano, visando à solução de um problema ou o atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade (Manual Técnico de Orçamento – MTO). Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a realização dos objetivos estratégicos definidos para o período do Plano Plurianual – PPA, que é de quatro anos. A organização das ações do Governo sob a forma de www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 23 programas visa proporcionar maior racionalidade e eficiência na administração pública e ampliar a visibilidade dos resultados e benefícios gerados para a sociedade, bem como elevar a transparência na aplicação dos recursos públicos. Os programas, atualmente, são classificados em dois tipos4: a) Programa finalísticos: dos quais resultam em bens e serviços ofertados diretamente à sociedade cujos resultados sejam passíveis de mensuração; b) Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais: são programas voltados aos serviços típicos de Estado, ao planejamento, à formulação de políticas setoriais, à coordenação, à avaliação ou ao controle dos programas finalísticos, resultando em bens ou serviços ofertados ao próprio Estado, podendo ser composto inclusive por despesas de natureza tipicamente administrativas. 3.2.4.2 – Ações As ações, que tem a codificação representada por quatro dígitos: XXXX, representam o desdobramento dos programas. As ações são operações das quais resultam produtos (bens ou serviços), que contribuem par atender ao objetivo de um programa. Incluem-se também no conceito de ação as transferências obrigatórias ou voluntárias a outros entes da federação e a pessoas físicas e jurídicas, na forma de subsídios, subvenções, auxílios, contribuições, doações, etc, e os financiamentos. 4 No PPA 2004-2007 eram identificados quatro tipos de programas: Programas Finalísticos, Programas de Serviços ao Estado, Programas de Gestão de Políticas Públicas e Programas de Apoio Administrativos. O Manual de Elaboração do PPA 2008-2011 alterou esta classificação indicando apenas dois tipos: Programas Finalísticos e Programas de Apoio às Políticas Públicas e Áreas Especiais. IMPORTANTE! O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento. www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 24 As ações, conforme suas características, podem ser classificadas como: a) Projetos: Instrumento de programação para atingir o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações limitadas no tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação governamental. b) Atividades: Instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção das ações de governo. c) Operações especiais: São ações que não contribuem para a manutenção das ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços, representam basicamente o detalhamento da função “Encargos Especiais”, por exemplo: amortização e encargos, aquisição de títulos, pagamento de sentenças judiciais, transferências a fundo de participação, concessão de empréstimos, ressarcimentos, indenizações, etc. PROJETOS ATIVIDADES Conjunto de operações limitadas no tempo; Conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente; Concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação governamental; Necessário à manutenção das ações de governo; ATENÇÃO! Quando o primeiro dígito do conjunto que identifica os projetos e atividades for par (2, 4, 6) revela que se trata de atividade; se for impar (1, 3, 5) indica que se refere a um projeto, e se for 0 refere-se a operações especiais www.euvoupassar.com.br www.epicocursos.com Prof. Fernando Gama 25 3.2.4.3 – Subtítulos As ações de governo (atividades, projetos e operações especiais) são desdobradas em subtítulos, utilizados especialmente, para especificar a sua localização física, não podendo haver, por conseguinte, alteração da finalidade, do produto e das metas estabelecidas. O subtítulo é composto de quatro dígitos: XXXX e representa o menor nível de categorias de programação. Atual codificação funcional e programática das ações Classificação Funcional Classificação Programática Função Subfunção Programa P/A/O Subtítulo XX XXX XXXX XXXX XXXX
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