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METODOLOGIA DO ESTUDO CIENTIFICO

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PROFESSORA 
SILVIA CRISTINA DA SILVA 
2019 
METODOLOGIA 
DO 
TRABALHO CIENTÍFICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Disciplina: Metodologia do Trabalho Cientifico 
 
Professor/autor: Silvia Cristina da Silva 
 
Data da atualização: 29/09/2019 
 
UNIDADE 
 
Revisão Ortográfica: Fabiana Miraz de Freitas Grecco – 
Outubro/2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
A metodologia é encontrada em toda a pesquisa científica, devendo ser 
detalhada o suficiente para que outro pesquisador possa replicar o estudo 
descrito. O método científico tenta minimizar a influência do viés ou preconceito 
no experimentador. Ao aplicar o método científico, o pesquisador poderá repetir 
o experimento para descobrir, por si mesmo, se as afirmações de outro 
pesquisador são verdadeiras ou não. Este é considerado um fator chave que 
separa a ciência do dogma. De modo geral, a pesquisa científica ajuda as 
pessoas a apresentar perguntas e métodos racionais, objetivos, testáveis e 
reprováveis o que facilita explicar o mundo e sua natureza em constante 
mudança. A pesquisa é muito importante, pois permite ampliar o conhecimento 
das pessoas de maneira concreta e precisa, abrindo possibilidades em todos 
os tipos, como social, cultural, empresarial, natural, etc. Esse processo 
possibilita a evolução do ser humano, pois faz desenvolver e progredir através 
do conhecimento adquirido. 
 
 Palavras-chave: artigos; ciência; conhecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DA UNIDADE 
 
 
 
 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DA UNIDADE ....................................................................................................... 5 
ÍNDICE ................................................................................................................................. 6 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ......................................................................................... 8 
CAPÍTULO 1 ........................................................................................................................10 
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO ..................................11 
1.1 Metodologia Cientifica e Ciência ................................................................................11 
1.2 Os métodos da Ciência: Conceito e Definições .........................................................14 
1.3 Processo Científico ....................................................................................................20 
1.4 Linguagem e Argumentação Científica ......................................................................21 
1.5 Ferramentas Teóricas ................................................................................................21 
1.6 Delineamento de um estudo cientifica: projeto de pesquisa ......................................23 
CAPÍTULO 1 – RECAPITULANDO (APENAS PARA ESTUDO) .........................................28 
METODOLOGIA CIENTIFICA – 9 EXEMPLOS FÁCEIS DE POR EM PRATICA ...............32 
CAPÍTULO 2 ........................................................................................................................33 
CAPÍTULO 2 – PESQUISA CIENTÍFICA.............................................................................34 
2.1 Processo de Elaboração da Pesquisa Científica ........................................................34 
2.2 Etapas da Pesquisa ...................................................................................................35 
2.3 Aplicação de Questionário..........................................................................................42 
2.4 Ética na Pesquisa .......................................................................................................44 
CAPÍTULO 2 – RECAPITULANDO (APENAS PARA ESTUDO) .........................................48 
ÍNDICE 
 
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 7 
FIQUE ATENTO À ÉTICA AO USAR A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL .................................52 
CAPÍTULO 3 ........................................................................................................................54 
CAPÍTULO 3 – ELABORAÇÃO ...........................................................................................55 
3.1 Estruturas do Artigo Científico ....................................................................................55 
3.2 Linguagem do Artigo ..................................................................................................58 
3.3 Fichamentos ...............................................................................................................61 
3.4 Resumo Científico ......................................................................................................63 
3.5 Resenha .....................................................................................................................65 
3.6 Relatórios de pesquisa ...............................................................................................66 
3.7 Ficha catalográfica .....................................................................................................67 
CAPÍTULO 3 – RECAPITULANDO (APENAS PARA ESTUDO) .........................................70 
ESTRUTURA DE ARTIGO CIENTÍFICO: ENTENDA COMO DEVE SER...........................73 
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................74 
FECHANDO A UNIDADE ....................................................................................................75 
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 8 
 
 O conhecimento científico obtido no processo metodológico tem como finalidade, 
na maioria das vezes, explicar e discutir um fenômeno baseado na verificação de uma ou 
mais hipóteses. Sendo assim, está diretamente vinculado a questões específicas que trata 
de explicá-las e relacioná-las com outros fatos. Dessa maneira, observa-se que, quando se 
analisa determinado fato, não se pode limitar apenas a tentar explicar os questionamentos 
que são suscitados acerca dos problemas, mas é importante também observar que existe 
a necessidade de se buscar elementos que possam realizar uma ligação estreita com 
outros fatos e, sendo assim, tentar explica-los. 
 O método científico pode ser definido como um conjunto de etapas e instrumentos 
pelo qual o pesquisador direciona seu projeto de trabalho com critérios de caráter científico 
para alcançar dados que suportam ou não sua teoria inicial. Desta forma, ele tem toda a 
liberdade para definir quais os melhores instrumentos vai utilizar para cada tipo de 
pesquisa a fim de obter resultados confiáveis e com possibilidades de serem generalizados 
para outros casos. 
 Esse fato
pode ser baseado em alguns fenômenos pré-universitários como, por 
exemplo, baixa qualidade na formação de alunos interessados, curiosos e exploradores 
que ingressam na comunidade acadêmica, assim como, no próprio grau de especificidade 
técnica para desenvolvimento dos projetos propostos. 
 A pesquisa bibliográfica é fonte inesgotável de informação, ocupando um lugar de 
destaque na vida do pesquisador, por constituir os primeiros passos para a busca de 
conhecimento. Ela auxilia na atividade intelectual e contribui para o conhecimento em 
todas as suas formas. 
 É um estudo sistematizado, desenvolvido a partir de tudo aquilo que foi escrito, 
gravado ou filmado sobre determinado tema, assunto ou área do conhecimento. O material 
bibliográfico é reunido em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, ou seja, material de 
acesso ao público em geral. A pesquisa bibliográfica tem a finalidade de colocar o 
pesquisador em contato direto com a informação sobre determinado objeto de estudo. 
 Qual seria sua principal característica? Para Knechtel (2014), seria a leitura, a 
pesquisa em fontes concretas que forneçam fundamentos analíticos para todo o tipo de 
pesquisa, criando um universo de debate entre o pesquisador e outros autores. Ou seja, a 
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 
 
 
 
 9 
pesquisa bibliográfica é a base para qualquer tipo de pesquisa, com ela, o pesquisador 
inicia seus primeiros conhecimentos sobre o tema e objeto de estudo. 
 Neste material veremos que a identificação bibliográfica é classificada em fontes 
primárias e secundárias, sendo que será nessas fontes que o pesquisador irá encontrar as 
informações necessárias para a sua pesquisa. Por fontes primárias, entende-se a 
bibliografia básica sobre o assunto, que traz embasamento teórico. Já as fontes 
secundárias se caracterizam por serem bibliografias complementares, que servem de 
apoio para o assunto pesquisado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11 
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO AO CONHECIMENTO CIENTÍFICO 
 
1.1 Metodologia Cientifica e Ciência 
 
O desenvolvimento do método científico envolve algumas das culturas mais 
esclarecidas da história, bem como alguns grandes cientistas, filósofos e teólogos. Além de 
analisar as mudanças na filosofia subjacente à descoberta científica, não podemos 
esquecer algumas das ferramentas que tornam a ciência possível, incluindo indexação de 
bibliotecas e revistas científicas revisadas por pares. Desde as observações dos antigos 
gregos e zoroastrianos até o telescópio espacial Hubble, a história do método científico 
está subjacente ao desenvolvimento de toda ciência e tecnologia, e devemos nossa 
tecnologia moderna a algumas mentes grandes e inovadoras. 
O método científico deve ser diferenciado dos objetivos e produtos da ciência, 
como conhecimento, previsões ou controle. Métodos são os meios pelos quais esses 
objetivos são alcançados. O método científico também deve ser diferenciado da meta-
metodologia, que inclui os valores e justificativas por trás de uma caracterização específica 
do método científico (isto é, uma metodologia) - valores como objetividade, 
reprodutibilidade, simplicidade ou sucessos do passado. 
Regras metodológicas são propostas para governar o método e é uma questão 
meta-metodológica se os métodos que obedecem a essas regras satisfazem determinados 
valores. Finalmente, o método é distinto, até certo ponto, das práticas detalhadas e 
contextuais através das quais os métodos são implementados. 
O último pode variar: técnicas laboratoriais específicas; formalismos matemáticos 
ou outras línguas especializadas usadas nas descrições e no raciocínio; meios 
tecnológicos ou outros meios materiais; maneiras de comunicar e compartilhar resultados, 
seja com outros cientistas ou com o público em geral; ou as convenções, hábitos, 
costumes impostos e controles institucionais sobre como e que ciência é realizada. 
Embora seja importante reconhecer essas distinções, seus limites são 
confusos. Portanto, os relatos de método não podem ser totalmente divorciados de suas 
motivações ou justificativas metodológicas e meta-metodológicas. 
Além disso, cada aspecto desempenha um papel crucial na identificação de 
métodos. Portanto, as disputas sobre o método ocorreram nos níveis de detalhe, regra e 
meta-regra. Mudanças nas crenças sobre a certeza ou falibilidade do conhecimento 
científico, por exemplo, (que é uma consideração meta-metodológica do que podemos 
 
 
 12 
esperar que os métodos produzissem), significaram diferentes ênfases no raciocínio 
dedutivo e indutivo ou na importância relativa atribuída ao raciocínio sobre observação (isto 
é, diferenças sobre métodos particulares). Crenças sobre o papel da ciência na sociedade 
afetarão o lugar que se atribui aos valores no método científico. 
“Etimologicamente, a palavra metodologia vem do grego metá, que significa ‘na 
direção de’, hodós, que significa ‘caminho’, e logos, que significa ‘estudo’” (Rodrigues, 
2006, p.19), logo inferimos que é o estudo crítico dos métodos utilizados. São as opções 
disponíveis para o estudo daquilo que o pesquisador acredita poder saber mais. 
 Podemos considerar a metodologia científica como uma ferramenta maior que 
agrega vários meios que auxiliam na realização da pesquisa científica. Que ajuda nas 
questões éticas e legais, que ajuda a delimitar os temas e não deixa fugir do proposto, ou 
melhor, ajuda a deixar obvio as decisões, os meios e a questão a ser trabalhada para que 
não haja uma extensão desapropriada do assunto proposto, tampouco um desfalque. 
Destarte Rodrigues, define de modo resumido o que podemos identificar como 
metodologia científica: 
 
Assim pode-se dizer que a metodologia científica consiste no estudo, na geração e 
na verificação dos métodos, das técnicas e dos processos utilizados na 
investigação e resolução de problemas, com vistas ao desenvolvimento do 
conhecimento cientifico. O conhecimento cientifico se constrói por meio da 
investigação científica, da pesquisa utilizando-se a metodologia (2006, p.19). 
 
Barros & Lehfeld (1986) afirmam que a metodologia não procura soluções, mas 
escolhe as maneiras de encontrá-las, integrando os conhecimentos a respeito dos 
métodos em vigor nas diferentes disciplinas científicas ou filosóficas. E com relação à 
importância da disciplina metodologia científica essa é baseada na apresentação e exame 
de diretrizes aptas a instrumentar o universitário no que tange a estudar e aprender. 
Para nós, mais vale o conhecimento e manejo dessa instrumentação para o 
trabalho científico do que o conhecimento de uma série de problemas ou o aumento de 
informações acumuladas sistematicamente. Essa disciplina está, pois, voltada a 
assessorar e colaborar com o crescimento intelectual do aluno para a formação de um 
compromisso científico frente à realidade empírica. 
A complexidade do método fez dele uma disciplina denominada metodologia. 
Metodologia cientifica é o estudo dos métodos de conhecer. Trata-se de métodos de 
buscar o conhecimento, é uma forma de pensar para se chegar à natureza de um 
determinado problema, seja para explicá-lo ou estudá-lo. O método científico é entendido 
 
 
 13 
como o conjunto de processos orientados por uma habilidade crítica e criadora voltada 
para a descoberta da verdade e para a construção da ciência hoje, a pesquisa constitui 
seu principal instrumento ou meio de acesso (Cervo & Bervian, 2002). 
 Se contemplarmos o conceito de ciência, ou simplesmente nos perguntarmos o 
que é ciência, teremos que recorrer a uma disciplina externa: a filosofia da ciência.
 Nessa perspectiva a filosofia se divide em três vastos grupos: a metodologia
da 
pura filosofia ou epistemologia, o estudo do conhecimento científico ou a filosofia da 
ciência e o estudo de possíveis coisas ou metafísica, ou meta-ciência. Usando uma 
terminologia menos precisa, a filosofia analisa o mundo do que é possível e a ciência é 
limitada ao mundo comprovado. Se a filosofia da ciência não tem provas, restringe 
conceitos; enquanto a filosofia geral precisa de provas para limitar um conceito. 
 A filosofia da ciência entendida como um nível de raciocínio que nos leva ao 
conceito de ciência e não como uma disciplina acadêmica que usa muitas palavras latinas 
ou gregas e cita inúmeros autores. A filosofia da ciência é como a autolimitação que o 
pequeno filósofo estabelece para descobrir as maravilhas do novo mundo que têm 
profundo senso comum. 
 As definições dos termos ciência e metodologia são em si mesmas um objeto de 
estudo. Esse estudo, levado a efeito pela filosofia da ciência, deve nortear o pensamento 
humano sobre suas próprias descobertas e representações. Tendo em vista a pergunta 
pela definição da ciência, vejamos: a ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades 
racionais, dirigidas ao sistemático conhecimento com objetivo limitado, capaz de ser 
submetido à verificação onde [...] A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, 
certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem 
referência a objetos de uma mesma natureza. (LAKATOS & MARCONI, 1991, p.80). 
 Para Bunge (1980) a ciência é como um sistema de ideias estabelecidas 
(conhecimento científico) é como uma atividade produtora de novas ideias (investigação 
científica). Gil (1999) mais próximo ao sentido cartesiano, diz que, etimologicamente, 
ciência significa conhecimento, sendo o seu objetivo fundamental à veracidade dos fatos, 
com o objetivo de formular, mediante linguagem rigorosa e apropriada às leis que regem 
os fenômenos. 
Segundo Andery “a ciência caracteriza-se por ser a tentativa do homem entender e 
explicar racionalmente a natureza, buscando formular leis que, em última instância, 
permitam a atuação humana” (1996, p. 13). Ao longo dos anos, o homem sempre buscou 
entender-se e ao universo ao seu redor, formulando leis e procurando entender os 
 
 
 14 
mecanismos pelos quais o mundo “funciona”, através de ferramentas criadas para esse 
fim, como a ciência. 
Já na “sociedade ocidental, no entanto, a ciência é a forma hegemônica de 
construção da realidade, considerada por muitos críticos como um novo mito, por sua 
pretensão de único promotor e critério de verdade” (Minayo, 2007, p. 9). E já que, assim 
como Minayo, não interessa para os fins deste trabalho, compactuar dessa visão 
compartilharemos da visão de Meadows e Ziman que respalda a concepção de que 
conceituar ciência é além de polêmico e pretensioso, quase desnecessário já que “um 
cientista pode alcançar sucesso sem ter noção exata do que é ciência” (Targino, 2000). 
 
1.2 Os métodos da Ciência: Conceito e Definições 
 
Os conceitos de método, que ora apresentamos, foram fundamentados em focos 
que remetem aos caminhos da metodologia, pois a história do método científico se 
confunde com a história da própria ciência. Salienta-se a importância da escolha de um 
método de pesquisa, por certificar que não há ciência sem método, embora nem todos os 
estudos se constituam em ciência. Veja alguns conceitos e definições: 
 
 A metodologia científica nos ensina um caminho para chegarmos a um fim 
científico. A palavra "científica" vem de ciência. 
 
 A metodologia corresponde a um conjunto de procedimentos a serem utilizados na 
obtenção do conhecimento. É a aplicação do método através de técnicas que 
garantem a legitimidade do saber obtido. 
 
 Considera-se a Ciência como conjunto de leis que buscam explicar alguns 
fenômenos até que existem outras leis para nos dar uma explicação mais completa 
sobre o assunto. 
 
 Papel da ciência: Trazer luz onde reinam as trevas. O rigor científico nega, na sua 
essência, as crendices, a magia, as superstições antigas e atuais. 
 
 
 
 15 
 Segundo o dicionário Aurélio: Ciência é o conjunto organizado de conhecimentos 
relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a 
observação, a experiência dos fatos e um método próprio. 
 
Podemos dizer que métodos e técnicas são coisas diferentes. Alguns autores 
defendem que a técnica é responsável por informar a maneira de fazer uma atividade. 
Dessa forma, podemos dizer que a técnica é responsável por informar como 
fazer, enquanto que o método estabelece o que fazer. A forma de aplicação do método é a 
técnica. 
Os métodos que fornecem as bases lógicas ao conhecimento científico 
são: método indutivo, método dedutivo, método hipotético-dedutivo, método 
dialético, método fenomenológico. Vejamos detalhadamente: 
 
Método Indutivo 
 
 Indução significa oferecer uma verdade geral mostrando que, se é verdade para 
um determinado caso. É verdade para todos esses casos. A abordagem indutiva é de 
natureza psicológica. O método indutivo desenvolve a curiosidade no indivíduo que é a 
necessidade do dia. 
 O exercício metódico do conhecer afirma uma posição indutiva do sujeito em 
relação ao objeto, na qual a investigação científica é uma questão de generalização 
provável, a partir dos resultados obtidos por meio das observações e das experiências. 
Francis Bacon foi o “sistematizador do Método Indutivo, pois a técnica de raciocínio da 
indução já existia desde Sócrates e Platão”, conforme (Lakatos; Marconi, 2000, p. 71). 
 Conforme Ferreira (1998), o método indutivo define suas regras e etapas a partir 
de dois pressupostos que se sustentam na ideia da existência de um determinismo nas leis 
observadas na natureza, são eles: 
 
 Determinadas causas produzem sempre os mesmos efeitos, sob as mesmas 
circunstâncias e determinações; 
 
 A verdade observada em situações investigadas torna-se verdade para toda 
situação universal correspondente. 
 
 
 
 16 
Raciocínio 
 
A abordagem indutiva, também conhecida no raciocínio indutivo, começa com as 
observações e as teorias são propostas no final do processo de pesquisa como resultado 
das observações (Goddard, 2004). A pesquisa indutiva "envolve a busca de padrões a 
partir da observação e o desenvolvimento de explicações - teorias - para esses padrões 
através de séries de hipóteses" (Bernard, 2011). Nenhuma teoria ou hipótese se aplicaria 
em estudos indutivos no início da pesquisa e o pesquisador é livre em termos de alteração 
da direção do estudo após o início do processo de pesquisa. 
 É importante enfatizar que a abordagem indutiva não implica desconsiderar as 
teorias ao formular questões e objetivos de pesquisa. Essa abordagem visa gerar 
significados a partir do conjunto de dados coletados, a fim de identificar padrões e 
relacionamentos para construir uma teoria; no entanto, a abordagem indutiva não impede o 
pesquisador de usar a teoria existente para formular a questão de pesquisa a ser 
explorada (Saunders, 2012). 
 O raciocínio indutivo é baseado no aprendizado da experiência. Padrões, 
semelhanças e regularidades na experiência (premissas) são observados para se chegar a 
conclusões (ou gerar teoria). O raciocínio indutivo começa com observações detalhadas do 
mundo, que avançam em direção a generalizações e ideias mais abstratas (Neuman, 
2003). Ao seguir uma abordagem indutiva, começando com um tópico, um pesquisador 
tende a desenvolver generalizações empíricas e a identificar relações preliminares à 
medida que progride em sua pesquisa. Nenhuma hipótese pode ser encontrada nos 
estágios iniciais da pesquisa e o pesquisador não tem certeza sobre o tipo e a natureza 
dos resultados da pesquisa até que o estudo seja concluído. 
 
Método Dedutivo 
 
O método dedutivo, por sua vez, realiza-se por meio do desenvolvimento de um 
raciocínio
lógico, que tem por ponto de partida uma ideia geral, uma verdade estabelecida, 
da qual decorrerão preposições particulares. O raciocínio, neste caso, parte de uma ideia 
geral para conclusões particulares. Enquanto que o processo analógico representa um 
raciocínio baseado em razões de relevante similitude. 
 
 
 
 
 17 
Raciocínio 
 
O raciocínio dedutivo geralmente segue etapas. Primeiro, há uma premissa, depois 
uma segunda premissa e, finalmente, uma inferência. Uma forma comum de raciocínio 
dedutivo é o silogismo, no qual duas afirmações - uma premissa principal e uma premissa 
menor - chegam a uma conclusão lógica. Por exemplo, a premissa "Todo A é B" pode ser 
seguida por outra premissa, "Este C é A." Essas declarações levariam à conclusão "Este C 
é B." Os silogismos são considerados uma boa maneira de testar o raciocínio dedutivo 
para garantir que o argumento seja válido. 
O raciocínio dedutivo, a dedução lógica ou a lógica “de cima para baixo” é o 
processo de raciocínio de uma ou mais declarações para chegar a uma conclusão 
logicamente certa. O método dedutivo de ensino é totalmente diferente do método indutivo. 
Uma dedução-método é uma abordagem mais centrada no professor. Isso significa que o 
professor dá um novo conceito, explica e depois os alunos praticam o uso do método 
conceito. 
 
Indutiva x dedutiva 
 
O ponto mais importante a ter em mente ao considerar se deve usar uma 
abordagem indutiva ou dedutiva é primeiro, o objetivo de sua pesquisa; e segundo, os 
métodos mais adequados para testar uma hipótese, explorar uma área nova ou emergente 
dentro da disciplina ou para responder a perguntas específicas de pesquisa. 
Por fim, entende-se que o método indutivo (geralmente chamado de método 
científico) é o método dedutivo "virado de cabeça para baixo". O método dedutivo começa 
com algumas afirmações verdadeiras (axiomas) com o objetivo de provar muitas 
afirmações verdadeiras (teoremas) que logicamente seguem-se a ele. O método indutivo 
começa com muitas observações da natureza, com o objetivo de encontrar algumas 
afirmações poderosas sobre como a natureza funciona (leis e teorias). 
No método dedutivo, a lógica é a autoridade. Se uma afirmação segue logicamente 
a partir dos axiomas do sistema, deve ser verdadeira. No método científico, a observação 
da natureza é a autoridade. Se uma ideia entra em conflito com o que acontece na 
natureza, ela deve ser alterada ou abandonada. 
 
 
 
 
 18 
 
Método Hipotético-dedutivo 
 
O modelo ou método hipotético-dedutivo é uma descrição proposta 
do científico. Segundo ele, a investigação científica prossegue formulando uma hipótese de 
uma forma que pode ser falsificável, usando um teste em dados observáveis, onde o 
resultado ainda não é conhecido. Um resultado de teste que pode ter e é contrário às 
previsões da hipótese é considerada uma falsificação da hipótese. Um resultado de teste 
que poderia ter, mas não corre contrário à hipótese, corrobora a teoria. Propõe-se, então, 
comparar o valor explicativo das hipóteses concorrentes, testando quão rigorosamente 
elas são corroboradas por suas previsões. 
 O método hipotético-dedutivo, ou o teste de hipóteses, não levanta problemas em 
princípio, uma vez que sua validade depende dos resultados do teste empírico apropriado. 
O mesmo tende a ser usado para melhorar ou esclarecer teorias anteriores de acordo com 
novos conhecimentos, onde a complexidade do modelo não permite formulações 
lógicas. Portanto, possui caráter e necessidades predominantemente intuitivos, não 
apenas para rejeitar uma teoria, mas também para impor sua validade, o contraste de suas 
conclusões. 
 
Método Dialético 
 
O método dialético é diferente do método científico. Este último, o teimoso legado 
da maneira antiquada de formular o pensamento, derivado de conceitos religiosos 
baseados na revelação dogmática, apresenta os conceitos das coisas como imutáveis, 
absolutas, eternas, fundamentadas em alguns primeiros princípios, alheios um ao outro e 
com um tipo de vida independente. 
Para o método dialético, não apenas tudo está em movimento, mas todas as 
coisas se influenciam reciprocamente, e isso também vale para seus conceitos, ou os 
reflexos dessas coisas em nossas mentes, que estão “conectadas e unidas” (entre si). A 
metafísica procede por meio de antinomia, isto é, por termos absolutos que se 
opõem. Esses termos opostos nunca podem se misturar ou tocar. 
A lógica e a dialética nos ajudam a seguir um caminho que não é falso se, após 
começarmos a formular certos resultados da observação do mundo real, queremos poder 
enunciar outras propriedades além daquelas que acabamos de deduzir. Se tais 
 
 
 19 
propriedades forem verificadas experimentalmente, poder-se-ia dizer que nossas fórmulas 
e a maneira como as empregamos eram suficientemente precisas. 
 
Método Fenomenológico 
 
A disciplina da fenomenologia é definida por seu domínio de estudo, seus métodos 
e seus principais resultados. A fenomenologia é uma produção teórica deste mundo vívido, 
que se mostra a cada ser. No decorrer do texto, encontramos logo a seguir a seguinte 
frase: “A fenomenologia só é acessível a um método fenomenológico” (Merleau-Ponty, 
1971, pág. 6). Isso significa que a fenomenologia tem um conjunto de ferramentas 
próprias, que só tem finalidade para essa investigação. 
A fenomenologia estuda a estrutura de vários tipos de experiência, variando de 
percepção, pensamento, memória, imaginação, emoção, desejo e vontade à consciência 
corporal, ação incorporada e atividade social, incluindo a atividade linguística. A estrutura 
dessas formas de experiência envolve tipicamente o que Husserl chamou de 
"intencionalidade", isto é, a direção da experiência em relação às coisas no mundo, a 
propriedade da consciência de que é uma consciência de ou sobre algo. 
De acordo com a fenomenologia clássica husserliana, nossa experiência é 
direcionada para - representa ou "pretende" - coisas somente através de conceitos, 
pensamentos, ideias, imagens etc. específicos. Estes compõem o significado ou o 
conteúdo de uma determinada experiência e são distintos das coisas. 
O método fenomenológico não é, portanto, o método dedutivo da lógica, nem o 
método empírico das ciências naturais; em vez disso, consiste em perceber a presença de 
um objeto e elucidar seu significado por meio da intuição. Husserl considerou o objeto do 
método fenomenológico a apreensão imediata, em um ato de visão, do conteúdo inteligível 
ideal do fenômeno” (Husserl, 1992). Sua Obra-chave e definidora do início do século XX é 
agora reimpressa em uma tradução para o inglês. 
Como a fenomenologia trata de observáveis, ela tem uma relação com a 
hermenêutica, a teoria da interpretação (Winograd & Flores, 1986, p. 27), para preencher a 
necessidade de explicar o que é observado. Historicamente, a hermenêutica tratava da 
interpretação de obras artísticas e literárias, especialmente de textos míticos e sagrados, e 
de como a compreensão humana desses textos mudou ao longo do tempo. Contudo, “uma 
das ideias fundamentais da fenomenologia é que essa atividade de interpretação não se 
limita a tais situações, mas permeia nossa vida cotidiana” (Winograd & Flores, 1986, p. 27). 
 
 
 20 
Então, segundo Bento (2004), a existência de outros métodos também merece 
destaque: 
 
 Método analítico (análise): compreende a decomposição do todo em suas partes. 
 Método de Direito Comparado: pesquisas legislativas, doutrinárias e 
jurisprudenciais de outros países; 
 Método histórico: observação da evolução histórica sobre o tema; 
 Método lógico: desenvolvimento de raciocínio relacionado entre si; 
 Método sistemático: envolvem em sistema de ideias relacionadas, sistemas de 
referências, teoria, hipóteses, fontes de informação, todos relacionados; 
 
Muitos cientistas que conduzem
um projeto de pesquisa maior começam com um 
estudo indutivo (desenvolvendo uma teoria). O estudo indutivo é acompanhado de 
pesquisas dedutivas para confirmar ou invalidar a conclusão. 
 
1.3 Processo Científico 
 
Um conceito científico é uma ideia ou modelo explicando algum fenômeno natural. 
Por exemplo, nosso entendimento de objetos caindo em direção a Terra é explicado em 
nosso conceito de gravidade. Existem diferentes formas de conceitos. Eles diferem 
principalmente na quantidade de evidência de apoio e aceitação por a comunidade 
científica. Os cientistas 
aprendem e adquirem conhecimento com observações e experimentos. O processo 
científico começa com uma pergunta, desenvolvendo uma hipótese e fazendo previsões 
educadas. Seguem-se experiências, avaliação de dados, ajustes e confirmação de 
resultados. Os resultados científicos devem ser observáveis, mensuráveis e 
repetíveis. Elementos comuns do processo científico incluem identificar, medir e relatar 
causa e efeito. O processo científico é importante porque elimina preconceitos pessoais e 
pode mudar o que os outros decidem acreditar. 
 Organizar objetos e fenômenos em uma ordem lógica ajuda as pessoas a entender 
a complexidade de um sujeito ou colocá-lo em uma lista de hierarquias. Por exemplo, 
plantas e animais são organizados por reino, filo, classe, ordem, família, gênero e 
 
 
 21 
espécie. Os cientistas também organizam vários componentes em sistemas. Um sistema 
solar, por exemplo, contém sol, planetas, luas, planetas anões e cometas. 
 
1.4 Linguagem e Argumentação Científica 
 
De acordo com Jorge e Puig (2000), só há uma maneira de se produzir a 
argumentação científica, que é através da produção de textos argumentativos, nos quais 
se devem utilizar determinadas habilidades como descrever, definir, explicar, justificar, 
argumentar e demonstrar. Esta aprendizagem implica ao aluno analisar, comparar, 
deduzir, inferir, avaliar. 
No que tange à argumentação no ensino de ciências, Velloso (2009) aponta que 
alguns pesquisadores têm trabalhado nessa perspectiva com ênfase nos seguintes 
aspectos: o espaço ocupado pela argumentação em aulas de ciências; atividades de 
ensino que se mostram eficientes no fomento ao discurso argumentativo; mecanismos que 
possam favorecer o aperfeiçoamento das habilidades argumentativas e a qualidade dos 
argumentos produzidos pelos alunos em aulas de ciências. 
A argumentação é imprescindível na linguagem científica, vários pesquisadores 
propõem que o ensino e a aprendizagem das ciências devem ser estruturados a partir da 
argumentação, pois isso contribuiria para o desenvolvimento de competências como 
relacionar os dados, avaliar afirmações teóricas e/ou empíricos, modificar as afirmações de 
novos dados e utilizar conceitos e modelos científicos para apoiar as conclusões (Kelly et 
al, 2009; Nascimento; Vieira, 2008; Sá; Queiroz, 2007). 
1.5 Ferramentas Teóricas 
Teorias, Hipóteses, Variáveis dependentes e independentes. 
 
Hipóteses, variáveis dependentes e independentes formam um conjunto de 
ferramentas que nos auxiliam a criar teorias sobre fenômenos da natureza. O processo 
para investigar um determinado fenômeno da natureza normalmente envolve três níveis. 
No primeiro nível acontece a observação dos fatos, fenômenos, comportamentos e 
atividades; no segundo nível, temos as hipóteses e finalmente, no terceiro nível, surgem as 
teorias, hipóteses válidas e sustentáveis (aquelas que foram testadas). 
 
 
 22 
Por hipótese, conforme Marconi e Lakatos (2000, p. 139), define-se um enunciado 
geral de relação entre variáveis (fatos, fenômenos) que é elaborado como solução 
provisória para um determinado problema, apresentando caráter explicativo ou preditivo, 
consistência lógica (coerência interna), compatibilidade com o conhecimento científico 
(coerência externa) e verificabilidade empírica. Diante de um problema qualquer o 
pesquisador supõe uma resposta que, em princípio, ainda não é a sua solução. O 
processo de investigação consiste justamente em verificar se a suposta solução, de fato, 
resolve o problema. Dito de modo informal e anedótico, uma hipótese é “uma resposta que 
não é, mas que o pesquisador supõe que seja para ver o que seria se de fato fosse”. 
 Uma variável pode ser definida como classificação ou medida, quantidade variável, 
conceito operacional que expressa valores, aspecto, propriedade ou fator, que pode ser 
distinguido em um objeto examinado e que seja susceptível à medição. 
 De maneira simbólica, podemos idealizar o "universo" da ciência como organizado 
em três níveis: no primeiro, acontecem as observações dos fatos e fenômenos reais; no 
segundo, estabelecem-se as hipóteses; no terceiro, emergem as teorias e hipóteses 
válidas. A passagem de maior interesse e importância é a que ocorre entre o primeiro e o 
segundo nível, que é, por sua vez, fundamentada no enunciado das variáveis. De forma 
esquemática podemos descrever esta relação como: 
 
Nível I - Observações → (Variáveis) → Nível II - Hipóteses → Nível III - Hipóteses 
Válidas e Teorias. 
 
 Variáveis são quaisquer características de pessoas ou objetos que podem assumir 
diferentes valores numa situação experimental. Uma variável é qualquer atributo que pode 
assumir diferentes valores entre os membros de uma classe de sujeitos ou 
acontecimentos, mas que só tem um valor para um dado membro dessa classe num 
momento qualquer. 
 
Variável independente: 
 
Uma variável independente é uma variável que representa uma grandeza que está 
sendo manipulada em um experimento. Para dizê-lo simplesmente, a “causa, antecedente, 
origem de um fenómeno, um processo, que constitui o objeto de estudo” (Carrasco). Para 
 
 
 23 
mim, é a “primeira”. Pode ser manipulada em estudos experimentais ou comparativos com 
grupos de controle. 
 
 
Variáveis dependentes: 
 
Uma variável dependente representa uma grandeza cujo valor depende de como a 
variável independente é manipulada. Sendo o efeito, consequência, o resultado observado 
da influência da Variável independente. 
Em suma, no contexto da pesquisa a variável independente é o antecedente e a 
variável dependente é o consequente. Os cientistas procuram fazer previsões acerca do 
comportamento das variáveis dependentes com base no aspecto das variáveis 
independentes, e, de maneira inversa, podem desejar aclarar um determinado fato ou 
fenômeno (variável dependente), por meio da identificação do acontecimento (variável 
independente) que o ocasionou. 
Em essência, toda pesquisa quantitativa gira em torno da noção de variáveis 
quantificadas. Segundo Hegenberg (1976, p. 80-81), nesse tipo de pesquisa, a 
quantificação é relevante na proporção em que se supõe que a quantificação caracteriza 
mais adequadamente certos conceitos (por exemplo, ‘100 metros’ é expressão mais 
precisa do que ‘perto’); gera descrições precisas que seriam impraticáveis sem a atribuição 
de números; conduz a classificações mais acuradas; contribui decisivamente para a 
formulação de hipóteses, estabelecendo nexos mais precisos entre variáveis e fórmulas; e 
permite confrontar hipóteses e teorias rivais. 
 
1.6 Delineamento de um estudo cientifica: projeto de pesquisa 
 
Segundo Cervo & Bervian (2002), o tema de uma pesquisa é qualquer assunto que 
necessite melhores definições, melhor precisão e clareza do que já existe sobre o mesmo. 
O tema da pesquisa indica um assunto, que após a sua elaboração torna-se determinado, 
específico, preciso, com seus limites muito bem definidos. Esta elaboração baseia-se no 
conhecimento do campo de observação e suas respectivas unidades de observação bem 
como de suas variáveis. 
Para Gil (2002) a escolha do tema deve estar relacionada com o interesse do 
estudante, sendo necessário que ele já tenha refletido sobre diferentes temas. A primeira
24 
escolha deve ser feita com relação a um campo delimitado, dentro da respectiva ciência de 
que trata o trabalho científico (Cervo e Bervian, 2002). 
Segundo Fernandes (2002), a escolha do tema deve-se aos seguintes aspectos: 
interesse da comunidade científica; deve ser relacionado com a atividade profissional do 
pesquisador; viabilidade técnica e financeira. 
O delineamento diz respeito ao planejamento da pesquisa em um sentido mais 
amplo, abrangendo tanto a sua diagramação quanto a perspectiva de análise e a 
respectiva interpretação dos dados que foram coletados. Em outras palavras, o 
delineamento leva em consideração o contexto no qual são retirados os dados, assim 
como os meios de controle das variáveis relacionadas ao caso. 
 Outro elemento que define o que é delineamento de pesquisa é que ele 
corresponde a uma fase na qual o pesquisador começa a levar em conta a aplicação 
de metodologias discretas, ou melhor, dizendo, aquelas que propiciam os meios técnicos 
para a investigação. 
 
Tipos de delineamento de pesquisa: 
 
Pesquisa bibliográfica e pesquisa documental 
 
A pesquisa documental associa paradigmas dissonantes de gerenciamento e 
verificação de evidências documentais, concebidas nas ciências sociais tradicionais, com a 
criação e formulação de apresentações estéticas, como concebidas a partir das artes e 
humanidades. As perspectivas documentais fundamentais incluem modos de 
representação (imagens, diários, publicações, gravações sonoras, monumentos e 
memoriais, etc.) e modos de envolvimento como uma empresa criativa de apresentação, 
ou seja, a apresentação estética do rádio, filme e fotografia documentais (Nichols, 2006). 
 A estética dos estudos documentais chama a atenção para os modos de narração 
(o documentário como forma de contar histórias) e os protocolos de subjetividades (o 
alinhamento de diferentes perspectivas e interpretações como parte dos itens 
documentais) (Austin & de Jong, 2008). 
Com o uso de materiais primários e secundários, o pesquisador deve avaliar e 
analisar os próprios documentos antes de extrair o conteúdo. A avaliação de documentos 
geralmente inclui quatro critérios: autenticidade, credibilidade, representatividade e 
significado (Scott, 2006). A autenticidade aborda se os materiais são genuínos ou de 
 
 
 25 
origem questionável e se sua produção é original e confiável e não foi alterada 
posteriormente. Se o documento tiver sido transformado, por meio de edição textual, 
margens ou outros meios, o pesquisador procura identificar claramente essas alterações. A 
autenticidade é normalmente vista como o critério mais fundamental para toda pesquisa 
documental em educação, uma vez que a confirmação da autoria, local e data são 
tipicamente determinadas antes que qualquer pesquisador continue trabalhando com o 
documento. 
 
 
Pesquisa experimental 
 
Pesquisa experimental é qualquer pesquisa realizada com uma abordagem 
científica, na qual um conjunto de variáveis é mantido constante enquanto o outro conjunto 
de variáveis está sendo medido como objeto do experimento. Há momentos em que você 
não possui dados suficientes para apoiar suas decisões. Em tais situações, você precisa 
realizar experimentos para descobrir os fatos. A pesquisa experimental pode reunir muitos 
dados que podem ajudá-lo a tomar melhores decisões. 
A maioria das experiências tende a ficar entre a definição estrita e a ampla. Uma 
regra prática é que as ciências físicas, como física, química e geologia, tendem a definir 
experimentos mais estritamente do que as ciências sociais, como sociologia e psicologia, 
que conduzem experimentos mais próximos da definição mais ampla. O exemplo mais 
simples de uma pesquisa experimental é a realização de um teste de laboratório. Enquanto 
a pesquisa estiver sendo conduzida sob condições cientificamente aceitáveis - ela se 
qualifica como uma pesquisa experimental. Uma verdadeira pesquisa experimental é 
considerada bem-sucedida apenas quando o pesquisador confirma que uma alteração na 
variável dependente é exclusivamente devida à manipulação da variável independente. 
Experimentos são conduzidos para prever fenômenos. Normalmente, um 
experimento é construído para poder explicar algum tipo de causa. A pesquisa 
experimental é importante para a sociedade - ela nos ajuda a melhorar nossa vida 
cotidiana. Após decidir o tópico de interesse, o pesquisador tenta a pesquisa. Isso ajuda o 
pesquisador a se concentrar em uma área de pesquisa mais estreita para poder estudá-la 
adequadamente. Definir o problema de pesquisa ajuda a formular uma pesquisa, que é 
testada contra a nula. Existem tipos de pesquisa que auxiliam o estudante na hora de 
executar essa parte do trabalho acadêmico, sendo alguns deles: 
 
 
 
 26 
 
Pesquisa com abordagem e apresentação de resultados quantitativos 
 
Para Richardson (1999, p. 70) a abordagem quantitativa caracteriza-se pelo 
emprego da quantificação tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no 
tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples como 
percentual, média, desvio-padrão, às mais complexas, como coeficientes de correlação, 
análise de regressão, etc. A abordagem quantitativa é importante para garantir a precisão 
dos resultados, evitando assim, distorções de análise e interpretação, permitindo uma 
margem de segurança com relação a possíveis interferências, buscando analisar o 
comportamento de uma população através da amostra. 
A pesquisa quantitativa, para Michel (2005, p. 33) realiza-se na busca de 
resultados precisos, exatos, comprovados através de medidas de variáveis 
preestabelecidas, na qual se procura verificar e explicar sua influência sobre outras 
variáveis, através da análise da frequência de incidências e correlações estatísticas. Sendo 
assim, este estudo tem características quantitativas, porque os dados coletados serão 
submetidos às técnicas estatísticas, trabalhando com quantidades e percentuais. Pesquisa 
com abordagem e apresentação de resultados qualitativos: 
 
As pesquisas qualitativas de campo exploram particularmente as técnicas de 
observação e entrevistas devido à propriedade com que esses instrumentos 
penetram na complexidade de um problema” (RICHARDSON, 1999, p. 82). 
 
 
De acordo com Godoy (1995b, p.21) existe três tipos de abordagem qualitativa: 
 Pesquisa Documental. Acontece quando pesquisador analisa materiais, 
documentos e artefatos, possibilitando ao pesquisador que guie sua pesquisa 
considerando enfoques diferenciados. Documentos são fontes ricas de informação 
registradas por um longo período de tempo. 
 Estudo de Caso. Utilizado quando se quer um aprofundamento da unidade de 
estudo, pois tem como objetivo o exame de um sujeito, uma situação particular ou 
até mesmo um ambiente. Para mais detalhes de como executar um estudo de 
caso. 
 Etnografia. Tem sua origem nas ciências sociais. Seu principal foco é o estudo da 
cultura ou comportamento de grupos de indivíduos. O pesquisador vai até o local e 
 
 
 27 
faz uma série de observações: tendo contato direto e participando de diferentes 
atividades. 
 
As diferenças entre os dois grandes grupos de refere-se a lógica usada para fazer 
inferências a partir dos dados coletados. As metodologias quantitativas usam uma lógica 
muito próxima à lógica da matemática, enquanto as metodologias qualitativas utilizam-se 
de uma lógica muito semelhante à lógica de classes. Segundo esses autores, a pesquisa 
qualitativa envolve um processo dialético: coleta de dados descritivos, análise e, 
posteriormente, generalizações. 
Ainda, segundo os autores, os dados são tratados por um processo de análise ou 
crítica que produz uma generalização baseada naquele tipo de raciocínio, que permitiria 
penetrar no significado dos dados existentes. Os métodos quantitativos, por sua vez, assim 
como a maioria das pesquisas
nas ciências naturais, usam o processo inverso: estabelece 
primeiro uma generalização, e depois a testam. Há divergências, também, quanto à 
formulação de conceitos. Na abordagem quantitativa inicia-se com uma hipótese, 
confirmada ou refutada com base em dados ou evidência obtida por meios empíricos, e, 
aplicando aos dados o raciocínio dedutivo, são, então, formulados aqueles. Na abordagem 
qualitativa, porém, é o raciocínio indutivo que possibilita o seu formulação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
CAPÍTULO 1 – RECAPITULANDO (APENAS PARA ESTUDO) 
 
QUESTÕES DE CONCURSOS 
 
Questão 1 
Ano: 2010 Banca: FGV Órgão: FIOCRUZ Prova: Desenvolvimento de Biofármacos Nível: 
Superior 
A Metodologia Científica é o conjunto de etapas ordenadamente dispostas a serem 
executadas na investigação de um fenômeno. A Metodologia Científica é constituída pelas 
etapas de formulação do problema, formulação de hipóteses, coleta dos dados, análise 
dos dados, conclusões e generalizações. Sobre a elaboração de hipóteses, assinale a 
afirmativa incorreta. 
(A) A hipótese é uma resposta em potencial para a pergunta deduzida pelo pesquisador, a 
partir da revisão bibliográfica. 
(B) Em estudos quantitativos, as hipóteses não podem ser testadas por meio de testes 
estatísticos. 
(C) Hipótese é uma aposta que o pesquisador faz sobre os resultados prováveis de 
pesquisa. 
(D) A formulação de hipóteses deriva necessariamente do problema em questão. 
(E) A hipótese se caracteriza por apresentar uma força explicativa provisória, que será 
verificada no trabalho de campo. 
Questão 2 
Ano: 2015 Banca: COVEST-COPSET Órgão: UFPE Prova: Assistente Social Nível: 
Superior 
No âmbito das competências teórico-metodológicas, a pesquisa científica contribui para o/a 
assistente social: 
(A) entender seu papel profissional no contexto das relações com a instituição. 
(B) compreender que somente uma intervenção vinculada à pós-modernidade é mais 
adequada à realidade atual. 
 
 
 29 
(C) determinar quais as ações são mais adequadas para garantir igualdade de 
oportunidades dos usuários. 
(D) inferir que a totalidade social é caótica, e manter a ordem social depende de uma 
intervenção vinculada aos interesses das classes fundantes. 
(E) compreender seu papel profissional no contexto das relações sociais, numa 
perspectiva de totalidade social. 
Questão 3 
Ano: 2010 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: Cientista Social Nível: Superior 
A partir do arcabouço metodológico proposto por Émile Durkheim, no que se refere às 
fases de uma investigação científica, a sequência correta é: 
(A) Definir - Classificar - Explicar - Provar 
(B) Classificar - Definir - Provar - Explicar 
(C) Definir - Provar - Explicar - Classificar 
(D) Explicar - Provar - Classificar - Definir 
(E) Definir - Classificar - Provar - Explicar 
Questão 4 
Ano: 2015 Banca: IF-SP Órgão: IF-SP Prova: Pedagogia Nível: Superior 
De acordo com Lakatos (Fundamentos de Metodologia Científica) todas as ciências 
caracterizam-se pela utilização de métodos científicos; em contrapartida, nem todos os 
ramos de estudo que empregam estes métodos são ciências. Dessas afirmações podemos 
concluir que a utilização de métodos científicos não é da alçada exclusiva da ciência, mas 
não há ciência sem o emprego de métodos científicos. Assinale a alternativa que define 
corretamente o que é método científico, de acordo com o autor acima citado. 
(A) O método é a base para o desenvolvimento de uma pesquisa estritamente científica 
com maior segurança e economia. É por meio da escolha e utilização de métodos que o 
pesquisador alcança os objetivos e comprova de forma imutável e infalível suas hipóteses. 
(B) O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior 
segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos e verdadeiros -
, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. 
 
 
 30 
(C) O método é o conjunto das atividades assistemáticas desenvolvidas pelo pesquisador, 
para que por meio do seu problema de pesquisa possa alcançar o objetivo - 
conhecimentos válidos, verdadeiros e infalíveis -, traçando o caminho a ser seguido, 
detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. 
(D) O método é o conjunto das atividades que buscam viabilizar a organização do trabalho 
do pesquisador, para que assim encontrar as respostas para seu problema de pesquisa, 
com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo - conhecimentos válidos, 
verdadeiros e infalíveis -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando 
as decisões do cientista. 
(E) O método é o conjunto das atividades definidas pelo pesquisador para que suas 
hipóteses possam ser verificadas e nunca negadas e para que, com maior segurança e 
economia, permita alcançar o objetivo do problema de pesquisa - conhecimentos válidos, 
verdadeiros e imutáveis -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando 
as decisões do cientista. 
 
Questão 5 
Ano: 2017 Banca: IF-TO Órgão: IF-TO Prova: Engenharia Química Nível: Superior. Na 
metodologia científica, encontram-se vários métodos científicos para descreverem relações 
entre variáveis, predizerem acontecimentos, determinarem causas e explicarem ou 
compreenderem o comportamento dos fenômenos científicos. Quando um cientista ao 
tentar resolver um problema, apresenta algumas hipóteses visando a formulação de uma 
teoria provisória, passa a testar as suas hipóteses por meio de observação e 
experimentação para eliminar possíveis erros, qual o método científico o cientista está 
utilizando? 
(A) Método dedutivo. 
(B) Método dialético. 
(C) Método hipotético dedutivo. 
(D) Método indutivo. 
(E) Método monográfico 
 
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE 
 
 
 
 31 
O método científico está presente desde o início, estando diretamente relacionado às 
várias áreas do saber e da ciência, pois sem a sua boa compreensão as pesquisas não 
serão realizadas da maneira que se deseja. Assim, pode-se afirmar que metodologia e 
método são sinônimos? 
 
TREINO INÉDITO 
 
A ____________ é a responsável por oferecer uma informação geral, uma verdade geral, a 
ser aplicada para um determinado caso. Dessa forma, o ___________ desenvolve a 
curiosidade do indivíduo e é dotado de uma natureza psicológica. 
O trecho em questão faz relação a que método? Assinale a alternativa correta. 
a) Método comparativo 
b) Método indutivo 
c) Método dedutivo 
d) Método hipotético-dedutivo 
e) Método dialético 
 
NA MÍDIA 
 
SIMULADOR USADO NO CASO KAUÃ E JOAQUIM VAI AJUDAR PERÍCIA NA VILA 
RUBIM 
 
Em entrevista à Rádio CBN Vitória, o Comandante do 1º Batalhão do Corpo de Bombeiros, 
tenente-coronel Scharlyston Paiva, adiantou que além de drones, a corporação utiliza um 
simulador computacional para chegar ao ponto de origem do incêndio. Este último 
equipamento já foi utilizado pela perícia para a elucidação do crime que envolveu a morte 
dos irmãos Joaquim e Kauâ, filhos de pastores, em Linhares, em 2018. 
Com o equipamento, as declarações de testemunhas, informações sobre tamanho da área, 
metragem, fotos e vídeos serão computadorizados em um sistema que gera uma 
simulação. 
Fonte: A Gazeta 
Data: 24 de setembro de 2019 
Leia a notícia na íntegra: https://www.agazeta.com.br/es/gv/simulador-usado-no-caso-
kaua-e-joaquim-vai-ajudar-pericia-na-vila-rubim-0919 
 
 
 
 
 32 
NA PRÁTICA 
 
METODOLOGIA CIENTIFICA – 9 EXEMPLOS FÁCEIS DE POR EM PRATICA 
 
Pode-se afirmar que, em virtude das várias formas de abordagem realizadas para 
desenvolver pesquisas de TCC, foi possível classificá-las em nove tipos diferentes 
de Metodologia Cientifica. Veja exemplos de metodologias prontas, onde cada uma delas 
estão divididas em classes de acordo com suas metas:
 Levantamento de opinião; 
 Levantamento sobre um fato após um acontecimento; 
 Experimento; 
 Estudo de campo; 
 Estudo de caso para identificar o porquê dos fenômenos; 
 Estudo de caso aplicando o método Cornell; 
 Estudo bibliográfico para identificar causas, importância ou forma de aplicação; 
 Estudo bibliográfico I; 
 Estudo bibliográfico II. 
Fonte: Douglas Tybel 
Data: 2016 
Disponível em: https://guiadamonografia.com.br/metodologia-cientifica/ 
 
PARA SABER MAIS 
Filme: Gênio indomável 
Peça de teatro: Vida de professor 
Acesse os links: https://www.youtube.com/watch?v=TTWrpBRXWUs 
https://www.youtube.com/watch?v=NLMf3OKFJxg 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=NLMf3OKFJxg
 
 
 33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO 2 
PESQUISA CIENTÍFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
 
CAPÍTULO 2 – PESQUISA CIENTÍFICA 
 
2.1 Processo de Elaboração da Pesquisa Científica 
 
Para compreender a articulação das etapas de uma pesquisa, Quivy & 
Campenhoudt (1995) falam rapidamente sobre os princípios contidos nos três eixos de 
uma pesquisa e da lógica que os une. 
- A ruptura: O primeiro eixo necessário para se fazer pesquisa é a ruptura. Nossa 
bagagem “teórica” possui várias armadilhas, pois uma grande parte das nossas 
ideias se inspira em aparências imediatas ou em partidarismos. Elas são 
seguidamente ilusórias e preconceituosas. Construir uma pesquisa nessas bases é 
construí-la sobre um terreno arenoso. Daí a importância da ruptura que consiste em 
romper com as ideias preconcebidas e com as falsas evidências que nos dão 
somente a ilusão de compreender as coisas. A ruptura é, portanto, o primeiro eixo 
constitutivo das etapas metodológicas da pesquisa (p. 15). 
 
- A construção: Esta ruptura só se efetua ao nos referirmos a um sistema conceitual 
organizado, suscetível de expressar a lógica que o pesquisador supõe ser a base 
do objeto em estudo. É graças a esta teoria que se podem construir as propostas 
explicativas do objeto em estudo e que se pode elaborar o plano de pesquisa a ser 
realizado, as operações necessárias a serem colocadas em prática e os resultados 
esperados ao final da pesquisa. Sem esta construção teórica, não há pesquisa 
válida, pois não podemos submeter à prova qualquer proposta. As propostas 
explicativas devem ser o produto de um trabalho racional fundamentado numa 
lógica e num sistema conceitual validamente constituído (p. 17). 
 
- A constatação: Uma proposta de pesquisa tem direito ao status científico quando 
ela é suscetível de ser verificada por informações da realidade concreta. Esta 
comprovação dos fatos é chamada constatação ou experimentação. Ela 
corresponde ao terceiro eixo das etapas da pesquisa (p. 17). 
 
Pesquisa é a construção de conhecimento original de acordo com certas 
exigências científicas. Para que seu estudo seja considerado científico você deve obedecer 
aos critérios de coerência, consistência, originalidade e objetivação. Para a realização de 
uma pesquisa científica, segundo Goldemberg (1999, p.106) é imprescindível: 
“a) a existência de uma pergunta que se deseja responder; 
b) “a elaboração de um conjunto de passos que permitam chegar à resposta; c) a 
indicação do grau de confiabilidade na resposta obtida”. 
O planejamento de uma pesquisa dependerá basicamente de três fases: 
 
Fase decisória: referente à escolha do tema, à definição e à delimitação do 
problema de pesquisa; 
 
 
 35 
Fase construtiva: referente à construção de um plano de pesquisa e à execução 
da pesquisa propriamente dita; 
Fase redacional: referente à análise dos dados e informações obtidas na fase 
construtiva. É a organização das ideias de forma sistematizada visando à elaboração do 
relatório final. A apresentação do relatório de pesquisa deverá obedecer às formalidades 
requeridas pela Academia. 
 
 
2.2 Etapas da Pesquisa 
 
O primeiro passo do processo de pesquisa científica envolve a definição do 
problema e a realização de pesquisas. Primeiro, um tópico amplo é selecionado sobre 
algum tópico ou uma pergunta de pesquisa é feita. O cientista pesquisa a pergunta para 
determinar se ela foi respondida ou os tipos de conclusões que outros pesquisadores 
tiraram e os experimentos realizados em relação à pergunta. A pesquisa 
envolve a leitura de artigos de periódicos acadêmicos de outros cientistas, que podem ser 
encontrados na Internet por meio de bancos de dados de pesquisa e periódicos que 
publicam artigos acadêmicos on-line. Durante a pesquisa, o cientista restringe o tópico 
amplo a uma questão de pesquisa específica sobre algum problema. 
Todas as investigações científicas começam com uma pergunta de pesquisa 
específica e a formulação de uma hipótese para responder a essa pergunta. A hipótese 
deve ser clara, específica e objetiva diretamente responder à pergunta da pesquisa. Uma 
hipótese forte e testável é a parte fundamental da pesquisa científica. O próximo passo é 
testar a hipótese usando o método científico para aprová-la ou desaprová-la. 
 O método científico deve ser neutro, objetivo, racional e, como resultado, deve 
poder aprovar ou desaprovar a hipótese. O plano de pesquisa deve incluir o procedimento 
para obter dados e avaliar as variáveis. Deve garantir que os dados analisáveis sejam 
obtidos. Também deve incluir planos sobre a análise estatística a ser realizada. O número 
de sujeitos e controles necessários para obter resultados estatísticos válidos deve ser 
calculado e os dados devem ser obtidos em números e métodos apropriados. O 
pesquisador deve observar e registrar continuamente todos os dados obtidos. 
 A ética é um padrão usado para diferenciar comportamentos aceitáveis e 
inaceitáveis. A adesão a padrões éticos na pesquisa científica é digna de nota por muitas 
razões diferentes. Primeiro esses padrões promovem os objetivos da pesquisa, como 
 
 
 36 
conhecimento, verdade e prevenção de erros. Por exemplo, proibições contra a fabricação, 
falsificação ou deturpação de dados de pesquisa promovem a verdade e minimizam o 
erro. Além disso, os padrões éticos promovem valores essenciais ao trabalho colaborativo, 
como confiança, responsabilidade, respeito mútuo e justiça. Muitos padrões éticos na 
pesquisa, como diretrizes para autoria, políticas de direitos autorais e patentes, políticas de 
compartilhamento de dados e regras de confidencialidade na revisão por pares, foram 
projetados para proteger os interesses de propriedade intelectual e incentivar a 
colaboração. Muitos padrões éticos, como políticas sobre má conduta na pesquisa e 
conflitos de interesse, são necessários para garantir que os pesquisadores possam ser 
responsabilizados perante o público. Por último, mas não menos importante, os padrões 
éticos da pesquisa promovem uma variedade de outros importantes valores morais e 
sociais, como responsabilidade social, direitos humanos, bem-estar animal, conformidade 
com a lei e saúde e segurança pública (Resnik, 2015). Concluindo, para o bem da ciência 
e da humanidade, a pesquisa tem a inevitável responsabilidade de transferir com precisão 
o conhecimento para as novas gerações (Ruacan, 2005). 
Você inicia o processo de pesquisa escolhendo um tópico amplo, selecionando um 
fenômeno específico e, com a ajuda da literatura adequada, precisa justificar seu 
trabalho. Em seguida, você formula o conhecimento adquirido na literatura de pesquisa em 
seu próprio plano. 
Criar um plano de pesquisa é uma etapa essencial desse processo, na qual você 
precisa mencionar as orientações, os métodos, a coleta de dados e a análise de dados em 
detalhes. Seu plano de pesquisa orientará o orientará e poderá até transformar ou 
melhorar esse processo. Depois de coletar e analisar seus dados, você precisa informar 
(escreva seu relatório de pesquisa) sobre os resultados. 
Seu relatório de pesquisa obedecerá aos
princípios da redação científica com o 
objetivo de esclarecer as etapas da pesquisa e discutir a validade dos resultados 
apresentados. Em todas as etapas desse processo é necessário fazer anotações de forma 
organizada em um formato ou outro: escrever comentários em um caderno, anotar ideias 
de pesquisa, escrever plano, escrever a análise e os resultados obtidos em seu relatório de 
pesquisa. 
No final do seu relatório você precisa (embora não seja obrigatório) formular e 
apresentar novas perguntas de pesquisa, o que permitiria a você e a outros pesquisadores 
levar adiante a pesquisa dos fenômenos selecionados. Vejamos mais detalhadamente as 
etapas da pesquisa: 
 
 
 37 
 
Etapa 1: Identificar o problema 
 
O primeiro passo no processo é identificar um problema ou desenvolver uma 
pergunta de pesquisa. O problema de pesquisa pode ser algo que a agência identifica 
como um problema, algum conhecimento ou informação. Veja abaixo a interação entre as 
três primeiras etapas da pesquisa: 
 
Figura 1: Interação entre as três primeiras etapas da pesquisa 
 
Fonte: Elaborado pela autora (2019), adaptado de Quivy & Campenhoudt (1995). 
 
 
 
 
Etapa 2. Revisão de Literatura 
 
Depois de entender o problema, o pesquisador deve entrar em detalhes sobre o 
tópico. Isso pode ser feito através da revisão da literatura e trabalhos anteriores realizados 
sobre o tema da pesquisa. Isso ajudará a fornecer algumas informações sobre o problema 
de pesquisa ao pesquisador. O pesquisador também terá uma ideia de como os estudos 
anteriores foram realizados e as áreas problemáticas desses estudos. 
Etapa 1 - • A questão inicial 
Etapa 2 - • A elaboração 
Etapa 3 - • A problemática 
 
 
 38 
A revisão de trabalhos anteriores parece mais estranha, pois muitos acham que 
seus trabalhos são únicos e não serão cobertos por pesquisas anteriores. Quando uma 
revisão é feita, lança luz sobre as variáveis e a interação entre elas, que também podem 
influenciar sua pesquisa. Além disso, a revisão lança luz sobre vieses que podem surgir. 
Se você não leu as hipóteses de mercado eficientes e começou sua pesquisa sobre 
técnicas de negociação, espera-se que seja um trabalho tendencioso ao fogo. É o trabalho 
de revisão que pode diferenciar um bom pesquisador de um mau. A revisão também ajuda 
a entender o assunto adequadamente e a formar hipóteses (é obtida subdividindo a 
declaração do problema em pequenos pedaços mensuráveis). 
 
Etapa 3. Esclareça o problema 
O problema inicial identificado pelo pesquisador geralmente tem um escopo 
bastante amplo e levaria muito tempo e energia. Nesta etapa, o pesquisador encurta os 
problemas e diminui o escopo do estudo. Isso é possível apenas através do conhecimento 
obtido pelo pesquisador após a revisão da literatura. 
 
Etapa 4. Examine os resultados e tire conclusões 
Depois que um pesquisador projetou o estudo e coletou os dados, é hora de 
examinar essas informações e tirar conclusões sobre o que foi encontrado. Usando 
estatísticas, os pesquisadores podem resumir os dados, analisar os resultados e tirar 
conclusões com base nessas evidências. 
Então, como um pesquisador decide o que significam os resultados de um 
estudo? A análise estatística não apenas pode apoiar (ou refutar) a hipótese do 
pesquisador; também pode ser usado para determinar se os resultados são 
estatisticamente significativos. 
Quando se diz que os resultados são estatisticamente significativos, isso significa 
que é improvável que esses resultados sejam devidos ao acaso. Com base nessas 
observações, os pesquisadores devem determinar o que os resultados significam. Em 
alguns casos, um experimento apoiará uma hipótese, mas em outros casos, não apoiará a 
hipótese. Então, o que acontece se os resultados de um experimento em psicologia não 
sustentarem a hipótese do pesquisador? Isso significa que o estudo foi inútil? Só porque os 
resultados não sustentam a hipótese não significa que a pesquisa não seja útil ou 
informativa. 
 
 
 
 39 
Figura 2: Etapas da pesquisa científica 
 
Fonte: Quivy & Campenhoudt (1995). 
 
De fato, essa pesquisa desempenha um papel importante em ajudar os cientistas a 
desenvolver novas perguntas e hipóteses a serem exploradas no futuro. 
A etapa final é publicar os resultados e sua subsequente revisão por um 
especialista. Com base no experimento realizado, a hipótese válida é agrupada e o 
resultado publicado. Se alguém puder se lembrar, a coleta de dados das ondas 
gravitacionais terminou em setembro de 2015, mesmo assim, demorou muito tempo para 
executar a análise e publicar os resultados. Uma vez que os resultados são publicados, ele 
passa por um painel que avalia se a pesquisa foi realizada de maneira imparcial, uma vez 
que está bastante confiante na ausência de vieses, a pesquisa é publicada. 
Existem algumas ressalvas nesse processo de pesquisa científica. No processo de 
pesquisa científico acima mencionado, o pesquisador faz o experimento para confirmar seu 
sentimento. Por exemplo, a descoberta de ondas gravitacionais era para confirmar se as 
 
 
 40 
ondas gravitacionais existem ou não. Esse tipo de confirmação do sentimento intestinal é 
chamado de pesquisa de confirmação. Também existe outro ramo de pesquisa chamado 
pesquisa exploratória, que segue um processo de pesquisa científica diferente, mas, em 
vez de testar hipóteses, apenas mede as variáveis e tenta construir uma relação entre as 
variáveis. Após a conclusão, o próximo passo é compartilhar os resultados com o resto 
da comunidade científica. Essa é uma parte importante do processo, pois contribui para a 
base geral de conhecimento e pode ajudar outros cientistas a encontrar novos caminhos 
de pesquisa a serem explorados. 
 
Etapa 5: Coleta de Dados 
 
A coleta de dados compreende o conjunto de operações por meio das quais o 
modelo de análise é confrontado aos dados coletados. Ao longo dessa etapa, várias 
informações são, portanto, coletadas. Elas serão sistematicamente analisadas na etapa 
posterior. Conceber essa etapa de coleta de dados deve levar em conta três questões a 
serem respondidas: O que coletar? Com quem coletar? Como coletar? 
O que coletar? Os dados a serem coletados são aqueles úteis para testar as 
hipóteses. Eles são determinados pelas variáveis e pelos indicadores. Podemos chamá-los 
de dados pertinentes. 
Com quem coletar? Trata-se a seguir de recortar o campo das análises empíricas 
em um espaço geográfico e social, bem como num espaço de tempo. De acordo com o 
caso, o pesquisador poderá estudar a população total ou somente uma amostra 
representativa (quantitativamente) ou ilustrativa (qualitativamente) dessa população. 
Como coletar? Esta terceira questão refere-se aos instrumentos de coleta de 
dados, que comporta três operações: conceber um instrumento capaz de fornecer 
informações adequadas e necessárias para testar as hipóteses; por exemplo, um 
questionário ou um roteiro de entrevistas ou de observações; testar o instrumento antes de 
utilizá-lo sistematicamente para se assegurar de seu grau de adequação e de precisão; 
colocá-lo sistematicamente em prática e proceder assim à coleta de dados pertinentes 
(Quivy & Campenhoudt, 1995, p. 209). 
 
 
 
 
 
 
 41 
Etapa 6: Analise das Informações 
 
Nessa etapa as informações coletadas e os resultados são observados para 
entender se correspondem aos resultados esperados pelas hipóteses ou questões de 
pesquisa. Normalmente a coleta de dados traz novos elementos ou outras relações não 
cogitadas inicialmente. Nesse contexto, os fatos não cogitados são interpretados e revistos 
para entender se é necessário refinar as hipóteses e, assim, propor e mostrar reflexões 
para pesquisas futuras. 
No cenário em que o pesquisador opta pela análise de dados quantitativos ele 
deve executar três passos: 
 
 Descrever
os dados e apresentá-los (agregados ou não) sob a forma das 
variáveis requeridas pelas hipóteses. 
 Mensurar as relações entre as variáveis, observando como essa relação foi 
prevista pelas hipóteses. 
 
Comparar relações observadas com as relações teoricamente esperadas pelas 
hipóteses e verificar o distanciamento entre elas. 
 Se o distanciamento é nulo ou muito pequeno podemos concluir que a hipótese 
está confirmada; caso contrário, verificar de onde vem o distanciamento e tirar as devidas 
conclusões. 
 
Etapa 7: As conclusões 
 
De acordo com Quivy & Campenhoudt (1995, p. 247-53) podemos dividir essa 
etapa em três partes: 
 
 Apresentar as questões de pesquisa e as hipóteses. Apresentar como foi feita 
a coleta de dados e o método utilizado. Comparar e comentar os resultados 
esperados pela hipótese com os resultados obtidos. 
 
 Mostrar no que o estudo descobriu sobre o objeto de estudo e o que pode ser 
descoberto a partir dos seus resultados. 
 
 
 
 42 
 Mostrar o que você descobriu sobre a problemática, como fez o teste de 
hipótese e como fez e analisou os dados. 
 
 Se possível, mostrar como o seu trabalho tem relação com a prática, em caso 
de estudos mais técnicos. Vale ressaltar que nem sempre é possível fazer essa 
relação entre pesquisa e ação. 
 
Comunicação e Publicação 
 
Os cientistas comunicam os resultados da pesquisa por vários meios formais e 
informais. Antigamente, novas descobertas e interpretações eram comunicadas por carta, 
reunião pessoal e publicação. Hoje, redes de computadores e máquinas de fax suportam. 
Parte inferior do formulário cartas e telefones complementados, facilitando a rápida 
troca de resultados. As reuniões científicas rotineiramente incluem sessões de pôsteres e 
conferências de imprensa, além de apresentações formais. Embora as publicações de 
pesquisa continuem documentando os resultados da pesquisa, o surgimento de 
publicações eletrônicas e outras tecnologias da informação anunciam mudanças. 
Além disso, os incidentes de plágio, o crescente número de autores por artigo em 
campos selecionados e os métodos pelos quais as publicações são avaliadas na 
determinação de compromissos e promoções aumentaram a preocupação com as 
tradições e práticas que orientaram a comunicação e publicação. 
A publicação em periódicos, tradicionalmente um importante meio de compartilhar 
informações e perspectivas entre os cientistas, também é o principal meio de estabelecer 
um registro de realizações científicas. A avaliação das realizações de cientistas individuais 
geralmente envolve não apenas o número de artigos que resultaram de um esforço de 
pesquisa selecionado, mas também os periódicos específicos em que os artigos 
apareceram. As datas de envio de periódicos geralmente são importantes para estabelecer 
reivindicações de prioridade e propriedade intelectual. 
 
2.3 Aplicação de Questionário 
 
A ordem na qual as perguntas são apresentadas pode ser crucial para o sucesso da 
pesquisa. Não há regras estabelecidas, mas alguns cuidados devem ser tomados. Mattar 
(1994) recomenda: Iniciar o questionário com uma pergunta aberta e interessante (para 
 
 
 43 
deixar o respondente mais à vontade e assim ser mais espontâneo e sincero ao responder 
as perguntas restantes). Iniciar com perguntas sobre a opinião do respondente pode fazer 
com que se sinta prestigiado e se torne disposto a colaborar. 
O questionário, segundo Gil, pode ser definido “como a técnica de investigação 
composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às 
pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, 
expectativas, situações vivenciadas etc” (1999, p.128). 
 Assim, nas questões de cunho empírico, é o questionário uma técnica que servirá 
para coletar as informações da realidade, tanto do empreendimento quanto do mercado 
que o cerca, e que serão basilares. 
O mesmo autor supracitado (p. 128-129) apresenta as seguintes vantagens do 
questionário sobre as demais técnicas de coleta de dados: 
a) possibilita atingir grande número de pessoas, mesmo que estejam dispersas 
numa área geográfica muito extensa, já que o questionário pode ser enviado pelo correio; 
b) implica menores gastos com pessoal, posto que o questionário não exige o 
treinamento dos pesquisadores; 
c) garante o anonimato das respostas; 
d) permite que as pessoas o respondam no momento em que julgarem mais 
convenientes; 
e) não expõe os pesquisadores à influência das opiniões e do aspecto pessoal do 
entrevistado. 
 
Lado outro, ele aponta pontos negativos da técnica em análise: 
 
a) exclui as pessoas que não sabem ler e escrever, o que, em certas 
circunstâncias, conduz a graves deformações nos resultados da investigação; 
b) impede o auxílio ao informante quando este não entende corretamente as 
instruções ou perguntas; 
c) impede o conhecimento das circunstâncias em que foi respondido, o que pode 
ser importante na avaliação da qualidade das respostas; 
d) não oferece a garantia de que a maioria das pessoas devolvam-no devidamente 
preenchido, o que pode implicar a significativa diminuição da representatividade da 
amostra; 
 
 
 44 
e) envolve, geralmente, número relativamente pequeno de perguntas, porque é 
sabido que questionários muito extensos apresentam alta probabilidade de não serem 
respondidos; 
 f) proporciona resultados bastantes críticos em relação à objetividade, pois os 
itens podem ter significados diferentes para cada sujeito pesquisado. 
 
 
2.4 Ética na Pesquisa 
 
 A pesquisa científica é elaborada e conduzida com base nos padrões profissionais 
da ciência e na fundação da confiança do público na comunidade científica que gera a 
relação entre a integridade científica e a confiança da sociedade. Os pesquisadores têm a 
responsabilidade específica de manter e aplicar a pesquisa científica e os padrões éticos 
de maneira a aderir principalmente a esses padrões e manter um ambiente de pesquisa 
positivo para o progresso contínuo da pesquisa. 
A integridade da pesquisa e a conduta ética têm sido amplamente discutidas como 
questões importantes na comunidade científica. Esses fatores são entendidos como o uso 
de métodos honestos e verificáveis na proposição, execução e avaliação de pesquisas. A 
integridade da pesquisa inclui a aderência a regras, regulamentos, diretrizes e códigos e 
normas aceitas (Steneck, 2018). 
Os valores da pesquisa incluem honestidade, precisão, eficiência e objetividade. 
Os pesquisadores devem transmitir informações com honestidade intelectual. Isso envolve 
sinceridade e ausência de engano. A precisão envolve análise estatística precisa e 
avaliação correta do valor de um parâmetro populacional. Eficiência envolve a capacidade 
de obter resultados sem desperdiçar ou usar indevidamente recursos, esforços ou 
fundos. Objetividade refere-se à prevenção de vieses que possam interferir na pesquisa, 
como a interferência de crenças ou valores do pesquisador (Steneck, 2018). 
A ética em pesquisa fornece diretrizes para a condução responsável da 
pesquisa. Além disso, educa e monitora cientistas que conduzem pesquisas para garantir 
um alto padrão ético. A seguir, é apresentado um resumo geral de alguns princípios éticos: 
Honestidade: 
Desde a tenra idade, muitos de nós aprendemos que é melhor dizer a 
verdade. Mas talvez em algum momento da adolescência, experimentemos alguns dos 
 
 
 45 
'benefícios' de não sermos verdadeiros. Chegamos a algum lugar que não deveríamos ir 
ou fazer algo que não deveríamos estar fazendo. Pode parecer divertido no começo, mas 
quando nossas mentiras são descobertas, o resultado final não é tão 
emocionante. Voltamos então a dizer a verdade. 
Alguns cientistas, infelizmente, passam pelo mesmo processo de aprendizado 
ético. É tentador mentir sobre o que

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