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Portfólio - Espécies da caatinga Introdução O nordeste brasileiro é composto por uma vasta vegetação de caatinga, espécies nativas forrageiras, que possui como função principal a alimentação para rebanhos, base que sustenta a economia de cada região. Ainda é possível usa-las para fins medicinais e madeireiros. A principal característica da flora da Caatinga é a condição de sobrevivência, as quais estão submetidas ao clima seco e com pouca quantidade de água e ainda assim conseguem crescer e desenvolver-se. A caatinga está presente em 11% do território brasileiro, nos estados como Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Objetivo Este portfolio tem como objetivo listar, apresentar e trazer informações sobre as principais espécies nativas forrageiras do nordeste, com o intuito de abranger os conhecimentos da flora da caatinga e esclarecer a importância dessa vegetação, tanto pra fins econômicos como para fins ecológicos. Espécies da caatinga I. Angico Nome cientifico: (Anadenanthera colubrina) Nome popular: Família: Mimosaceae Grupo: Porte: Habito de crescimento: de 10 a 20 m de altura e 30 a 60 cm de DAP, podendo atingir até 35 m de altura e 100 cm de DAP, na idade adulta. Periodicidade: Propagação: sementes, estaquia e rebrotamento do toco. Uso: Sua madeira é usada para fabricação de tabuas, tacos, na marcenaria, embalagens, construção civil e naval. Suas folhas são utilizadas na alimentação animal, quando fenadas ou secas, pois as folhas murchas são tóxicas ao gado. O angico é uma planta melífera, sendo também utilizado na atividade apícola. No uso medicinal, é usado como antidiarreico e expectorante, sendo usado em formulas de xaropes. A casca tem propriedades adstringentes, depurativa e hemostáticas. Floresce na estação seca, antes das primeiras chuvas, entre novembro e dezembro, e os frutos aparecem entre os meses de março e novembro. II. Aroeira Nome cientifico: (Myracrodruon urundeuva) Nome popular: Família: Anacardiaceae, Porte: árvore com 10 a 20 m, podendo chegar até 35 m; 30 a 60 cm de DAP, podendo chegar a 1 m Propagação:sexuada e assexuada, por rebrota de cepas e raízes. Habito de crescimento: arbóreo Periodicidade: ANUAL na estação seca ocorreram a floração, frutificação e queda foliar, e a estação chuvosa favorece o brotamento da espécie. Uso: cercas, estaca, palanque ou balancim. usada em construções externas como vigamentos de pontes, caibros, pinguelas, postes. É uma boa madeira para carvão e lenha. Suas folhas é também usada como forragem. uso medicinal das cascas que são empregadas contra bronquite, tuberculose, doenças do aparelho urinário, inflamações, ferimentos, cicatrizes pós-parto, diabetes e gastrite. Casca, folha e raiz são usadas como balsâmicas e hemostáticas.. III. Baraúna Nome cientifico: (Schinopsis Brasiliensis) Nome popular: Braúna, baraúna, baúna, braúna-do-sertão Família: Anacardiaceae Grupo: xerófita Porte: As maiores árvores atingem dimensões próximas a 15 m de altura e 60 cm de DAP na idade adulta. Habito de crescimento: arbórea (arvoreta a árvore) Propagação: é através de sementes Periodicidade: Apresenta-se sem folhas no período de julho a setembro. Floresce em maio, junho e entre outubro e dezembro, às vezes em anos alternados. Frutos maduros são mais encontrados entre agosto e novembro. Uso: A madeira é utilizada principalmente na fabricação de dormentes em estradas de ferro, para construção de casas, currais, cercas, pontes e confecção de móveis. Para o uso medicinal, possui propriedades consideradas cicatrizantes, anti-inflamatórias e anti-diarreicas. Ainda possui uso veterinário, no tratamento de verminoses de animais domésticos. IV. Camaratuba Nome cientifico: (Cratylia mollis Mart. ex Benth) Nome popular: Família: Fabaceae, Grupo: xerófita Propagação: suas sementes e rebrota Periodicidade: Florece em maio e frutifica em junho. Porte: cerca de 2 a 3 m de altura. arbustivo Habito de crescimento: arbustivo Uso: utilizada na forragem de bovinos, caprinos e ovinos, principalmente no período seco. Toda a planta é ornamental para praças e jardins. Madeira usada para lenha. V. Carqueja Nome cientifico: (Calliandra depauperata Benth.) Nome popular: alecrim e alecrim-de-bandeira Família: Mimosaceae Grupo: xerófita Porte: cerca de 0,90 a 1,00 m de altura. Habito de crescimento: arbustivo Propagação: sementes e por mudas. Periodicidade: A planta está coberta de folhas de novembro a junho. Está florida em janeiro, com frutos de fevereiro a março e totalmente sem folhas de julho a outubro Uso: Suas folhas e ramos são utilizadas como forragem para bovinos, caprinos e ovinos. No uso medicinal, seu chá é utilizado no tratamento de gripe e de problemas digestivos. VI. Catingueira Nome cientifico: (Caesalpinia pyramidalis) Nome popular: Catingueira, Pau-de-rato Família: Caesaloiniaceae Porte: Árvore com 4 a 8 m, podendo chegar a 10 m e diâmetro de até 50 cm, quando vegeta nas várzeas úmidas. No semiárido, se reduz a arbustos de menos de 2 m e poucos centímetros de diâmetro na base. Habito de crescimento: arbustivo Propagação: por meio das sementes. Periodicidade: Sua floração ocorre em novembro e a frutificação em janeiro. Uso: As folhas verdes ou fenadas são utilizadas como forragem para bovinos, caprinos e ovinos. No uso medicinal, é utilizado no tratamento das infecções catarrais, diarreias e disenterias. Sua madeira é usada como lenha, estacas e fabricação de carvão. h VII. Cumaru Nome cientifico: Amburana cearensis Nome popular: : Cumaru, Imburana, Imburana de cheiro, Família: Leguminosae Grupo: seletiva xerófita Porte: 10 a 12m de altura Habito de crescimento: Propagação: é feita por sementes. Periodicidade: perde as folhas no inÌcio da estaÁ„o seca e floresce e frutifica no final da estaçao seca Uso: EspÈcie forrageira. Madeira leve, util para confecçao de móveis. As sementes servem para aromatizar as roupas. VIII. Embiratanha Nome cientifico: Pseudobombax marginatum Nome popular: Embiratanha, embiruçu, imbiratanha, paina-de-arbusto Família: Bombacaceae / Malvaceae Porte: altura de 6 a 14 metros, diâmetro de 30 a 40 cm Hábito de crescimento: Arbóreo Propagação: Sementes Periodicidade: Floresce entre os meses de maio e agosto e a frutificação entre agosto e novembro Uso: medicinal: dores na coluna, anti-inflamatório, contraceptivo, alivia ulceras e gastrites. Semente: alimento para preás, mocós, ratos e outros animais silvestres. Madeira: é indicada para confecção de caixotes, forros, brinquedos e calçados. IX. Feijão-bravo Nome cientifico: (capparis flexuosa) Nome popular: feijão-de-nambu, feijão-branco, paca-rosa e mostardinha. Família: Capparaceae Habito de crescimento: arbustivo Porte: varia de 3 a 6 m de altura. Propagação: através de sementes e rebrota Periodicidade: Inicia a floração em agosto e a frutificação em outubro. Uso: As folhas são utilizadas na forragem de bovinos, caprinos e ovinos. A madeira é usada para produção de estaca e lenha. Utilizada como diurético, contra doenças cutâneas, e como sedativo e anti-espasmôdico. X. Imburama Nome cientifico: (Commiphora leptophloeos) Nome popular: amburana, imburana-braba Família: Burseraceae Porte: Trata-se de uma árvore resinosa com altura de 6-9 m, com ramos de crescimento tortuoso e tronco com 40-60 cm de diâmetro. Habito de crescimento: arbóreo Propagação: acontece por sementes ou estacas. Periodicidade: Uso: É utilizada no preparo de xarope (contra tosses e bronquites), tônico, e cicatrizante, no tratamento de feridas, gastrite e úlceras. A madeira é usada também na marcenaria e em construção civil, na fabricação de móveis. tambémpode ser utilizada na fabricação de forragem, pois apresenta bom desempenho como recurso alimentar para animais domésticos e silvestres, podendo ser consumidos a plântula, folhas novas e maduras, flor e fruto XI. Juazeiro Nome cientifico: (Ziziphus joazeiro) Nome popular: Juazeiro, Juá Família: Rhamnaceae, Porte: A árvore possui cerca de 10 m de altura Habito de crescimento: arbustivo Propagação: por meio de sementes, brotaçao do toco ou rebentaçao da raiz. Periodicidade: Começa sua floração em maio e frutifica em julho. Uso: Folhas, frutos e ramos servem de forragem para bovinos, caprinos e suínos. As raspas da entrecasca são ricas em saponina, servem de sabão e dentifrício. A casca é um excelente tônico capilar quando macerada ou infusa. A madeira é utilizada para lenha. XII. Jucá Nome cientifico: Libidibia ferrea Nome popular: Jucá, pau-ferro Família: Leguminosae Porte: arbustivo Habito de crescimento: Árvore de pequeno porte, podendo alcançar 15 metros de altura e 50 cm de diamentro. Periodicidade: floresce na estação chuvosa. Renova a folhagem na época seca Propagação: sementes, brotação do tronco e da raiz. Uso: sua madeira pode ser utilizada para marcenaria. A folhagem, que é perene, fornece bom alimento para o gado. O chá dos frutos é usado em gado envenenado por plantas. XIII. Jurema-branca Nome cientifico: Mimosa ophthalmocentra Nome popular: Jurema-branca, carcará, cassaco, jurema, rasga-beiço e saia-velha Família: Mimosaceae Porte: pode chegar a 7 m de altura Habito de crescimento: arbustivo Periodicidade: floresce em janeiro e abril. Frutifica em fevereiro e maio Propagação: sementes Uso: construções, estacas, lenha e carvão. No período de estiagem, suas folhas caídas e partes das cascas do tronco servem de alimento para os ruminante. XIV. Jurema-preta Nome cientifico: (Mimosa tenuiflora) Nome popular: unha-de-gato Família: Mimosaceae, Porte: Sua árvore possui cerca de 5 a 7 m de altura, com acúleos esparsos. Habito de rescimento: arbustivo Propagação: acontece por meio das sementes, brotação do tronco Periodicidade: A planta está coberta de folhas durante todo o ano. O inicio da floração ocorre em novembro a fevereiro, com frutificação em março. Uso: As folhas e frutos são usados como forragem para bovinos e caprinos. Sua madeira é usada na fabricação de estacas, lenhas e para produzir carvão de alto valor energético. Possui propriedades medicinais, e é empregada para curtir couros. XV. Mororó Nome cientifico: (Bauhinia cheilantha) Nome popular: Mororo, pata-de-vaca Família: Caesalpiniaceae, Porte: tem em torno de 2 a 4 m de altura com copa pouco densa Habito de crescimento: arbustivo Propagação: das sementes. Periodicidade: Em julho inicia-se a floração e em setembro a frutificação. Uso: As folhas e ramos são utilizados como forragem para bovinos, caprinos e ovinos. A casca é empregada como adstringente. É também usada na produção de remédios tradicionais com ação anti inflamatória, antidiabética, para distúrbios digestivos, reumatismo e sedativa. Sua madeira é usada para fabricação de estacas e lenha resistente a decomposição. XVI. Pau branco Nome cientifico: Cordia oncocalyx allemão Nome popular: louro-branco; pau branco, pau branco-preto e pau branco-do-sertão Família: Boraginaceae Porte: arvore com 8 a 10 m de altura Habito de crescimento: arbórea com copa frondosa e caráter decíduo Periodicidade: perde toda a folhagem no inicio da estação seca. Floresce na estação chuvosa Propagação: sementes e rebrota pelo toco Uso: as folhas são usadas como forragem para caprinos. Madeira dura que pode ser utilizada na carpintaria, marcenaria, estacas e moirões. Utilizada tambem na construçãoo civil. XVII. Pereiro Nome cientifico: Aspidosperma Pyrifolium Nome popular: Pereiro Família: Apocynaceae Porte: árvore de tamanho medio de 7 a 8 m de altura Habito de crescimento: arbustivo Periodicidade: geralmente perde as folhas na estação seca Propagação: Rebrota quando cortado. Reprodução por semente Uso: madeira útil para trabalhos de carpintaria e marcenaria, principalmente para confecção de cadeiras. XVIII. Quebra-faca Nome cientifico: (Croton conduplicatus) Nome popular: Família: Euphorbiaceae, Porte: O arbusto possui cerca de 3 a 4 m de altura. Habito de crescimento: arbustivo Propagação: por sementes. Periodicidade: A floração começa em janeiro e a frutificação em março. Uso: As folhas e ramos novos servem de forragem para bovinos, caprinos e ovinos. As folhas e a madeira são aromáticas, tendo uso na medicina caseira potencial anti- inflamatório, antioxidante, antinociceptivo, anticonvulsivo e ansiolítico. Sua madeira também é utilizada na fabricação de estacas, varas de pesca, e lenha de alto valor energético. XIX. Sabiá Nome cientifico: (Mimosa caesalpiniaefolia) Nome popular: sabia, sansão-do-campo Família: Mimosaceae. Porte: Sua árvore possui em torno de 7 m de altura, com ramos fortemente acuelados, e tronco com 20 a 30 cm de diâmetro. Habito de crescimento: arbustivo Propagação:por parte da planta (vegetativa) e por sementes. Periodicidade: A floração ocorre em outubro e a frutificação em dezembro. perde as folhas na estaÁ„o da seca. Uso: As folhas, frutos secos ou maduros são utilizados como forragem para bovinos, caprinos e ovinos. A madeira é usado para estacas, lenhas, forquilhas e esteios; é resistente a umidade e utilizada na fabricação de carvão. XX. Umbuzeiro Nome cientifico: (Spondias tuberosa) Nome popular: umbuzeiro, jique Família: Anacardiaceae, Porte: A árvore possui em torno de 7 m de altura, com copa de 5 a 8 m de largura e densamente engalhada, tronco atrofiado, retorcido. Habito de crescimento: arbustivo Propagação: por parte da planta (vegetativa) e por sementes. Periodicidade: O inicio da floração acontece de outubro a janeiro, com frutificação em novembro a março. Uso: Suas folhas e frutos servem de alimentação para bovinos, caprinos e ovinos. Do fruto, se faz polpa para fabricação de doce caseiro. A madeira é utilizada como lenha. Conclusão O bioma da caatinga apresenta grande diversidade e potencialidade de uso da sua vegetação. São encontradas espécies arbustivas, arbóreas e herbáceas com categorias de uso medicinal, forrageiro e madeireiro. A vegetação tem grande importância ecológica por sua pluralidade, e econômica, principalmente na criação de ruminantes, por servir de alimentação para esses animais. Referências bibliográficas IPEF – Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Disponivel em <https://www.ipef.br/identificacao/nativas/detalhes.asp?codigo =16> Acesso em 03/03/2019 Horto Botânico – Museu Nacional UFRJ. Disponivel em < http://museunacional.ufrj.br/hortobotanico/index.html> acesso em 04/03/2019 Portal Embrapa. Disponível em < https://www.embrapa.br/agrossilvipastoril/sitio- tecnologico/trilha-ecologica/especies/cumaru> acesso em 05/03/2019 CAMPANHA, Mônica Matoso; ARAÚJO, Francisca Soares de. Árvores e Arbustos do Sistema Agrossilvipastoril Caprinos e Ovinos. Sobral: Embrapa, 2010. Disponível em: <http://www.cnpc.embrapa.br/>. Acesso em: 05 mar. 2019. Projeto Caatinga – UFERSA. Disponível em < https://projetocaatinga.ufersa.edu.br/> acesso em 06/03/2019 CNPI – Centro Nordestino de Informações sobre Plantas – ASSOCIAÇÃO PLANTAS DO NORDESTE. Disponível em < http://www.cnip.org.br/> acesso em 06/03/2018 LIMA, José Luciano Santos de. Plantas Forrageiras das Caatingas: Usos e Potencialidades. Petrolina: Embrapa, 1996.
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