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Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 1 GGGOOOVVVEEERRRNNNOOO DDDOOO EEESSSTTTAAADDDOOO DDDAAA PPPAAARRRAAAÍÍÍBBBAAA SSSUUUPPPEEERRRIIINNNTTTEEENNNDDDÊÊÊNNNCCCIIIAAA DDDEEE AAADDDMMMIIINNNIIISSSTTTRRRAAAÇÇÇÃÃÃOOO DDDOOO MMMEEEIIIOOO AAAMMMBBBIIIEEENNNTTTEEE JJJAAARRRDDDIIIMMM BBBOOOTTTÂÂÂNNNIIICCCOOO BBBEEENNNJJJAAAMMMIIIMMM MMMAAARRRAAANNNHHHÃÃÃOOO RREELLAATTÓÓRRIIOO TTÉÉCCNNIICCOO CCIIEENNTTÍÍFFIICCOO NOVEMBRO 2002 Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 2 GGOOVVEERRNNOO DDOO EESSTTAADDOO DDAA PPAARRAAÍÍBBAA SSUUPPEERRIINNTTEENNDDÊÊNNCCIIAA DDEE AADDMMIINNIISSTTRRAAÇÇÃÃOO DDOO MMEEIIOO AAMMBBIIEENNTTEE JJAARRDDIIMM BBOOTTÂÂNNIICCOO BBEENNJJAAMMIIMM MMAARRAANNHHÃÃOO RRREEELLLAAATTTÓÓÓRRRIIIOOO TTTÉÉÉCCCNNNIIICCCOOO CCCIIIEEENNNTTTÍÍÍFFFIIICCCOOO RESPONSÁVEIS: Pedro da Costa Gadelha Neto Márcia da Costa Santos UNIDADE EXECUTORA: Superintendência de Administração do Meio Ambiente - JBBM Departamento de Sistemática e Ecologia – CCEN – UFPB PERÍODO: Junho de 2002 a Novembto de 2002 Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 3 ÍÍÍNNNDDDIIICCCEEE INTRODUÇÃO................................................................................... 04 METODOLOGIA............................................................................... 07 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA.............................................. 07 O HERBÁRIO PROF. LAURO PIRES XAVIER......................11 MÉTODOS................................................................................. 13 RESULTADOS.................................................................................... 15 CONCLUSÃO..................................................................................... 28 AVALIAÇÕES E DIFICULDADES................................................. 29 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................. 31 ANEXOS.............................................................................................. 34 Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 4 IIINNNTTTRRROOODDDUUUÇÇÇÃÃÃOOO A Mata Atlântica, considerada atualmente como um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas em termos de biodiversidade do planeta, continua a exercer influência direta na vida de mais de 80% da população brasileira que vive em seu domínio (Capobianco, 2000). A luta em sua defesa, constitui-se uma das mais importantes, árduas e belas dentre as que se tem travado no cenário do ambientalismo brasileiro. Importante porque estamos tratando da floresta tropical mais ameaçada do planeta, da qual restam apenas 7% da sua área original, e onde está localizada a maior variedade de espécies de plantas e animais de que se tem notícia (Rocha & Oliveira, 1998). De mais de um milhão de quilômetros quadrados de árvores, restam apenas partes muitas vezes fragmentadas e esparsas. No Nordeste, a Mata Atlântica foi a primeira floresta brasileira a ser explorada intensamente, desde o período colonial (Tavares, 1967). Do que se perdeu, pouco sabemos. Milhares ou talvez milhões de espécies deixaram de ser conhecidas. O que sobrou porém é um tesouro, um patrimônio biológico, ecológico, paisagístico e histórico da mais alta expressão que deve a todo custo ser preservado, estudado e recuperado. Na Paraíba a situação é especialmente crítica. A cobertura vegetal nativa está reduzida a 33,25% da área total do estado, sendo que nos últimos anos a área alterada por ação antrópica aumentou em 50% reduzindo esta formação a pequenas ilhas de florestas ou quando muito, corredores isolados bastante vulneráveis, que hoje no conjunto não somam mais do que 0,4% da área do Estado (Barbosa, 1996). A Mata do Buraquinho, com 514,84 hectares, no Município de João Pessoa, é hoje uma das áreas mais representativas da Mata Atlântica no Estado, destacando-se pela sua extensão e importância ecológica (Barbosa, 1996). Sua preservação tem sido motivo constante de preocupações; sua notável riqueza Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 5 constitui um recurso natural extremamente valioso e, portanto, sua conservação é uma medida justificável não apenas pela sua importância sócio econômica e pela exuberante beleza natural para a comunidade local, como também pelo patrimônio genético que encerra. Dentro deste contexto, os estudos botânicos têm importância fundamental para a defesa, manejo e recuperação deste remanescente, tornando-o excepcional do ponto de vista da ciência e da conservação. A exemplo de instituições semelhantes, a vocação científica do Jardim botânico, encravado neste resquício de Mata Atlântica, torna-se inquestionável porque constitui um rico celeiro em potencial, para estudos detalhados de nossa flora nativa (Mendonça, 1997). Pelas potencialidades outrora citadas, o atual Jardim Botânico (Mata do Buraquinho), foi considerada área prioritária de extrema importância biológica, segundo o documento do Ministério do Meio Ambiente/2000 “Avaliação e ações para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica”. Apesar disto, o número de estudos florísticos e taxonomicos sobre a flora nativa bem como informações ecológicas sobre o estado atual da vegetação são reduzidos e esparsos, dos quais, citam-se principalmente os trabalhos de Barbosa (1996), Gadelha Neto & Guerra (2002), Melo (2001), Pereira & Barbosa (1993, 1995, 1996), Lima & Barbosa (1987), Santana (1987). Para dar cabo de sua missão, o jardim Botânico Benjamim Maranhão através de um convênio de cooperação técnico-científica com o Departamento de Sistemática e Ecologia do Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal da Paraíba, vem conduzindo ações e programas de pesquisa, inclusive desenvolvendo banco de dados e realizando levantamentos, catalogação da flora e manutenção de coleções de amostras geneticamente diversas das espécies vegetais coletadas na área, com identificações atualizadas pelo intercâmbio com pesquisadores e herbários. Com isso atendendo um dos principais requisitos técnicos. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 6 Por se tratar de um Jardim Botânico ainda em fase de implantação os projetos relevantes voltados para o conhecimento da flora, atualmente em curso são: “Identificação de espécies vegetais arbóreas das trilhas ambientais interpretativas, do Jardim Botânico Benjamim Maranhão, João Pessoa – PB”; “Levantamento da flora de orquídeas presentes na área interna do Jardim Botânico Benjamim Maranhão no Município de João Pessoa, Paraíba”; “Levantamento florístico das macrófitas aquáticas do Açude do Buraquinho – rio Jaguaribe (Jardim Botânico), João Pessoa – Paraíba”. Visando atualizar, ampliar e centralizar as informações disponíveis, bem como contribuir para um maior conhecimento da flora local fornecendo subsídios básicos para promover a preservação, a recuperação e o manejo sustentado deste remanescente, vem-se desenvolvendo um checklist das angiospermas local disponibilizando-a ao público em geral. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 7 MMMEEETTTOOODDDOOOLLLOOOGGGIIIAAA CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA O Jardim Botânico Benjamim Maranhão está localizado a sudeste do centro urbano de João Pessoa, 7º6’ Lat. Sul e 34º52’ Long. Oeste, no litoral do Estado da Paraíba, a uma altitude média de 45m, na formação geológica do Baixo Planalto Costeiro (Barbosa, 1996) (Fig.1, 2). A mata é cortada pelo Rio Jaguaribe que represado forma o açude do Buraquinho(Fig. 3), responsável por parte do abastecimento de água potável da cidade de João Pessoa. Foi graças a necessidade de proteção deste manancial que a mata foi preservada. A mata segundo Andrade-Lima & Rocha (1971), é um representante das florestas pluviais costeiras nordestino-brasileiras, verificando-se em sua composição a presença de espécies não só da mata atlântica como também espécies da flora amazônica e da hiléia baiana. Constitui-se em um dos principais remanescentes de mata atlântica no Estado da Paraíba, possuindo ainda trechos fechados e exuberantes (Fig. 4), embora incêndios esporádicos e a retirada de madeira já tenham alterado, em parte, a vegetação (Barbosa, 1996) (Fig. 5). Desde a década de 80 diversas propostas para a transformação da área em unidade de conservação foram elaboradas. Finalmente o Governo do estado concluiu as negociações com o Governo Federal para o gerenciamento total da área transformada recentemente em Jardim Botânico através da assinatura do decreto de nº 21.264 de 28 de agosto de 2000, tendo a inauguração da primeira etapa promulgada em 23 de março de 2002. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 8 SAELPA AV. PAULO AFONSO MERCADO DE JAGUARIBE CEFET CAGEPA CINEP SUPLAN 25 20 15 RU A SÃ O G ER AL DO 15 20 25 35 40 IGRE JA RUA JOS É D E M . LU LA AV. BO M J ESU S CO N JUNTO D O IN O CO O P 45 UNIPÊ CONJUNTO JOSÉ AMÉRICO LOTEAMENTO SÃO JOAQUIM BR 230 45 BR 230 LOTEAMENTO NOVO HORIZONTE LOTEAMENTO CID. SÃO PAULO U. F. P. B. 50 CONJUNTO CASTELO BRANCO III RIO JAGUARIBE P/ Cabedelo 2 5 2 0 1 0 2 5 1 5 2 0 B A IR R O D A T O R R E P/ TORRE P / C id ad e U n iv er si tá ri a 2 5 I B A M A CAGEPA TR ILH A D O R IO TR ILH A D A T R ILH A B A M B U Z A L T R IL H A B U R IT I P R E G U IÇ A SEDE CURVA DE NIVEL CERCA LIMITE CURSO D'ÁGUA TRILHA BAIRRO DE JAGUARIBE BA IRR O D O C RIS TO RE DE NT OR POÇO PONTE AÇUDE MATA P / M A N G A B E IR A R IO J A G U A R IB E QUA DRA DE ESP ORT ES Área Alagadiça T R I L H A DO J EQUITI BÁ R io Jaguarib e Córrego FIGURA 1 – Mapa de localização do Jardim Botânico de João Pessoa. 10 10 20 30 40Km0 ESCALA João Pessoa Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 9 FIGURA 2 – Visão aérea do Jardim Botânico de João Pessoa, com seus 514,84 hectares de pura vegetação, considerada a maior reserva de floresta urbana no país. FIGURA 3 – A mata do Jardim Botânico é cortada pelo Rio Jaguaribe que represado forma o açude de Buraquinho, responsável por parte do abastecimento de água potável de João Pessoa. Foi graças a necessidade de proteção desse manancial que a mata foi preservada. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 10 FIGURA 4 – O Jardim Botânico constitui-se um dos principais remanescentes de mata Atlântica no estado da Paraíba, possuindo ainda trechos fechados e exuberantes. FIGURA 5 – Recolonização natural observada no Jardim Botânico onde, cada comunidade que se instala no local prepara o ambiente para a comunidade seguinte que a substituirá. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 11 O HERBÁRIO LAURO PIRES XAVIER Breve histórico O Herbário Lauro Pires Xavier foi iniciado em 1938, tendo origem a coleção particular do Dr. Lauro Pires Xavier. Na década de oitenta o herbário passou a integrar a rede do Projeto Flora CNPq, o que deu um grande impulso ao seu desenvolvimento. A partir de 1997, passou a ser o herbário de referência para o Projeto Flora Paraibana, apoiado pelo CNPq. O Herbário Lauro Pires Xavier (Fig. 6) é registrado no Index Herbariorum com o acrônimo JPB e conta atualmente com mais de 30 mil exsicatas. O acervo A coleção conta atualmente com cerca de 30.500 exsicatas, distribuídas da seguinte forma: Fanerógamas (24.199), Pteridófitas (885), Briófitas (203), Algas (3.465), Liquens (29) e Fungos (1.719). Este material tem como procedência principal o estado da Paraíba, estando representados também outros estados do Nordeste e algumas regiões do país nas quais pesquisadores do Departamento de Sistemática e Ecologia da UFPB estiveram coletando. Além disso, tem-se no ecervo doações oriundas de coleções com as quais mantêm-se intercâmbio científico, particularmente material das famílias Rubiaceae, Rhmnaceae e Solanaceae que recebe-se para identificação. Considerações Num primeiro momento, considera-se o JPB de utilização temporária, tendo em vista a submissão, aprovamento e assinatura dentro do denominado Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 12 Prodetur II, (BID/Banco do Nordeste) do projeto do Jardim Botânico que prevê a construção e funcionamento de um herbário particular para o ano de 2003. FIGURA 6 – Visão parcial interna do Herbário Prof. Lauro Pires Xavier (JPB) do Departamento de Sistemática e Ecologia, pertencente ao Centro de Ciências Exatas e da Natureza da Universidade Federal da Paraíba. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 13 MÉTODOS Para realização deste estudo, teve-se inicialmente como base a listagem extraída do trabalho de Barbosa (1996), suplementado pelo levantamento e consulta de exsicatas devidamente documentadas e registradas na coleção do herbário Prof. Lauro Pires Xavier (JPB), provenientes de exemplares fanerogâmicos já coletados nas dependências da conhecida Mata do Buraquinho por estudiosos que prestaram relevante contribuição ao conhecimento da flora local nos últimos anos. Na eminência de ampliação dos supracitados dados (que também passam por um processo de informatização separado da atual coleção do herbário JPB), estão sendo realizadas excursões de reconhecimento e checagem de campo precedidas de coletas aleatórias e sistematizadas com periodicidade semanal, de material botânico, em caminhadas livres pelo atual Jardim Botânico. De modo geral, só plantas férteis, isto é, com flores e frutos são coletadas, visto que estes órgãos são essenciais para a classificação dos vegetais. Os espécimes coletados estão sendo prensados, postos para secar em estufa a 60ºC, posteriormente montados e etiquetados seguindo-se as técnicas usuais para herborização. A determinação dos mesmos está sendo feita com auxílio de chaves analíticas, descrições e diagnoses encontradas na bibliografia especializada e através da comparação com material previamente identificado por especialistas, recorrendo-se a estes quando necessário. Os táxons coletados estão sendo depositados e incorporados ao herbário Prof. Lauro Pires Xavier (JPB), como celebrado em acordo de convênio datado de 21 de Dezembro de 2000. Paralelamente com todos os dados obtidos estão sendo feitas correções e atualizações da nomenclatura botânica tendo como referência floras internacionais, regionais, estaduais, o Index Kewensis além do intercâmbio com Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 14 pesquisadores e herbários; fichamento de informações das espécies arbóreas mais representativas, nativas e introduzidas de outros ecossistemas, seguida da elaboração de um novo checklist geral para as angiospermas em ordem alfabética de famílias, gêneros e espécies. Para cada espécie indica-se também o nome vulgar quando do conhecimento local além de um material de referência. O nome das famílias segue o Sistema de Cronquist (1981). Os nomes dos autores estaão abreviados segundo Brummitt & Powell (1992).Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 15 RRREEESSSUUULLLTTTAAADDDOOOSSS Preliminarmente, estão documentadas até o momento um total de 183 espécies pertencentes a 138 gêneros integrantes de 66 famílias (Tabela 1), números estes que tendem a aumentar significativamente com a continuidade dos trabalhos. Como exemplo desta diversidade, encontra-se em anexo, alguns representantes legítimos desta documentação. Desse total de espécies, 35 ficaram indeterminadas ao nível específico, indicando a necessidade de encaminhamento de parte deste material a especialistas. Nos gêneros com mais de uma espécie indeterminada, estas foram computadas uma só vez. Com a revisão e checagem das identificações de parte do material de referência depositado no herbário (JPB), uma espécie foi reidentificada: Coccoloba cordifolia Meisn. = Coccoloba alnifolia Casar. A espécie Diodia ocimifolia (Willd.) Bremek. Foi sinonimizada a Borreria ocymifolia (Roem. & Schult.) Bacigalupo & E.L.Cabral, Sabicea grisea Cham. & Schltdl. a Sabicea cinerea Aubl., Clidemia neglecta D.Don. a Clidemia capitellata (Bonpl.) D.Don. Além disso, espécies visualizadas nas dependências do Jardim Botânico, comumente relacionadas na literatura, bem como em trabalhos científicos a exemplo de Barbosa (1996), que não estão devidamente documentadas em exsicatas no acervo do Herbário (JPB), momentaneamente não foram incluídas, ficando estas passíveis de coleta afim de integrarem a coleção e o checklist geral. A distribuição do número de espécies por família mostra que 7 famílias (Rubiaceae, Fabaceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae, Caesalpiniaceae, Mimosaceae Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 16 e Cyperaceae) possuem 34% do total de espécies documentadas. As outras famílias dividem entre si os 66% restante. A família Rubiaceae foi a que apresentou a maior riqueza de espécies, 10% do total levantado, seguido de Fabaceae com 7%, Myrtaceae e Euphorbiaceae com 4% (cada) e Caesalpiniaceae, Mimosaceae e Cyperaceae com 3% (cada) (Gráfico 1). Das 183 espécies identificadas, 80 são arbóreas, 21 arbustivas, 7 subarbustivas e 75 herbáceas. Dentre as ervas 19 são trepadeiras e 2 epífitas (Gráfico 2). Dados pertinentes ao fichamento de informações dos indivíduos arbóreos, por enquanto, somente uma pequena proporção de espécies possui esse detalhamento, dada a insuficiência de bibliografia, constando atualmente apenas 21 espécies, extraídas principalmente de Lorenze (1992, 2002) estando relacionadas em anexo. Independente dos objetivos, bem como do checklist geral abordado neste relatório, faz-se por merecer a menção da recém adquirida xiloteca, constituindo assim, na mais nova coleção de referência do Jardim Botânico. Apesar de pequena, esta coleção de madeiras, inicialmente formada por doações da mineradora Millenium, vem adquirindo um propósito científico importante para os pesquisadores que dependem deste material para os seus estudos bem como para fins educativos. Atualmente compreende 34 amostras dos biomas mais representativos do estado, a exemplo da Caatinga, Mata Atlântica e Restinga (ver anexo). Contudo, cogita-se para a mesma, uma ampliação deste acervo, incorporando prioritariamente espécies do Jardim Botânico. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 17 FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR HÁBITO MATERIAL DE REFERÊNCIA ACANTHACEAE Dicliptera mucronifolia Ness * Herbáceo Xavier (JPB 1498) Ruellia cf. ochroleuca Mart. ex Ness Rama Herbáceo Xavier (JPB 1515) ANACARDIACEAE Anacardium occidentale L. Cajueiro Arbóreo Costa-Santos 121 Spondias mombin L. Cajazeiro Arbóreo Gadelha Neto 689 Tapirira guianensis Aubl. Copiúba Arbóreo Miranda (JPB 3595) ANNONACEAE Annona salzmannii A.DC. Araticum Arbóreo Barbosa 1414 Guatteria schomburgkiana Mart. Embira vermelha Arbóreo Barbosa 1409 Xylopia frutescens Aubl. * Arbóreo Barbosa 1407 APIACEAE Hydrocotyle verticilata Thumb. Orelha de onça Herbáceo Costa-Santos 97 Hydrocotyle sp. Orelha de onça Herbáceo Costa-Santos 80 Hydrocotyle sp. Orelha de onça Herbáceo Costa-Santos 81 APOCYNACEAE Aspidosperma spruceanum Benth. ex Müll. Arg. * Arbóreo Barbosa & Cunha 1446 Bonafousia rupicola (Benth.) Miers * Arbóreo Barbosa 1412 Ervatamia coronaria Stapf Jasmim manga Arbustivo Maciel (JPB 2973) Mandevilla scabra (Roem. & Schult.) Schum. * Trepadeira Chaves & Moura (JPB 5435) Mandevilla sp. * Trepadeira Pereira 16 AQUIFOLIACEAE Ilex sp. * Arbóreo Barbosa & Cunha 1448 ARACEAE Montrichardia cf. arborescens Schott. Aninga Arbustivo Costa-Santos & Gadelha Neto 152 Pistia stratiotes L. Alface d´água Herbáceo Costa-Santos 88 ARALIACEAE Didymopanax morototoni (Aubl.) Decne. & Planch. Sambaquim Árvore Gadelha Neto 817 ARISTOLOCHIACEAE Aristolochia trilobata L. * Trepadeira Kesselring (JPB 2946) TABELA 1 – Lista das espécies. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 18 FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR HÁBITO MATERIAL DE REFERÊNCIA ASTERACEAE Eclipta prostrata L. * Herbáceo Costa-Santos 78 Elephantopus mollis H.B.K. Fumo bravo Herbáceo Gadelha Neto & Montenegro 651 Emilia sp. * Herbáceo Pereira 28 Emilia sp. * Herbáceo Pereira 42 BIGNONIACEAE Adenocalymma sp. Cipó trepador Trepadeira Xavier (JPB 2676) Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Ipê-roxo Arbóreo Barbosa 1369 BORAGINACEAE Cordia multispicata Cham. * Herbáceo Costa-Santos 127 Cordia nodosa Lam. * Arbóreo Gadelha Neto et al 707 Cordia rufescens A.DC. Mama de cachorro Arbóreo Barbosa et al 1307 Tournefortia brachiata A.DC. * Arbustivo Coutinho (JPB 2982) BROMELIACEAE Aechmea sp. * Epífita Gadelha Neto 815 BURSERACEAE Protium giganteum Engl. Amescla Arbóreo Barbosa et al 1480 Protium heptaphyllum (Aubl.) March. Amescla Arbóreo Barbosa 1252 CAESALPINIACEAE Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. Gitaí Arbóreo Barbosa 1257 Chamaecrista flexuosa (L.) Greene * Herbáceo Coutinho (JPB 1862) Chamaecrista sp. * Arbustivo Pereira 22 Sclerolobium densiflorum Benth. Ingá de porco Arbóreo Barbosa 1504 Senna georgica Irwin & Barneby * Arbustivo Gadelha Neto & Lima 658 Senna quinquangulata (L.C.Rich.) Irwin & Barneby var. quinquangulata * Treapadeira Barbosa 1404 CECROPIACEAE Cecropia cf. palmata Willd. Imbaúba Arbóreo Gadelha Neto & Montenegro (JPB 27172) CHRYSOBALANACEAE Hirtella racemosa Lam. * Arbóreo Gadelha Neto, P. C. 694 Hirtella racemosa Lam. var. hexandra (Willd. ex Roem. & Schult.) Prance * Arbóreo Barbosa 1336 Licania octandra (Hoffmanns. ex Roem. & Schult.) Kuntze Pau-cinza Arbóreo Coutinho (JPB 1866) TABELA 1 – Lista das espécies (continuação). Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 19 FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR HÁBITO MATERIAL DE REFERÊNCIA Licania octandra (Hoffmanns. ex Roem. & Schult.) Kuntze subsp. octandra Pau-cinza Arbóreo Barbosa 1305 CLUSIACEAE Clusia nemorosa G.Mey. Pororoca Arbóreo Barbosa et al. 1427 Clusia sp. Orelha de burro Arbóreo Gadelha Neto & Montenegro 653 CONVOLVULACEAE Ipomoea sp. * Trepadeira Pereira 25 Ipomoea sp. * Trepadeira M. M. Pereira 40 CYPERACEAE Cyperus haspan L. * Herbáceo Costa-Santos 106 Cyperus laxus Lam. * Herbáceo Costa-Santos 113 Cyperus ligularis L. * Herbáceo Costa-Santos 103 Eleocharis sp. * Herbáceo Costa-Santos 77 Eleocharis sp. * Herbáceo Costa-Santos 79 Eleocharis sp. * Herbáceo Costa-Santos 91 Eleocharis sp. * Herbáceo Costa-Santos 107 Eleocharis sp. * Herbáceo Costa-Santos 108 Eleocharis sp. * Herbáceo Costa-Santos 109 Eleocharis sp. * Herbáceo Costa-Santos 111 Rhynchospora pubera (Vahl) Boeck. * Herbáceo Costa-Santos 117 Scleria interrupta Rchb. * Herbáceo Costa-Santos 118 CUCURBITACEAE Gurania multiflora Cogn.Pepino de papagaio Trepadeira Agra 185 Momordica charantia L. Melão de são caetano Trepadeira Gadelha Neto 812 DILLENIACEAE Davilla lucida J.Presl Cipó-de-fogo Trepadeira Xavier (JPB 1503) Tetracera breyniana Schltdl. Cipó-de-fogo Trepadeira Montenegro et al 5441 EBENACEAE Diospyros sp. * Arbóreo Moura 105 ERYTHROXYLACEAE Erythroxylum citrifolium A.St.-Hil. * Arbóreo Barbosa et al 1469 TABELA 1 – Lista das espécies (continuação). Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 20 FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR HÁBITO MATERIAL DE REFERÊNCIA EUPHORBIACEAE Cnidoscolus urens (L.) Arthur Urtiga branca Subarbustivo Gadelha Neto 811 Croton polyandrus Spreng. * Arbustivo Montenegro et al (JPB 5440) Pera glabrata (Schott) Baill. * Arbóreo Gadelha Neto & Lima 657 Pogonophora schomburgkiana Miers ex Benth. Cocão Arbóreo Barbosa et al 1425 Ricinus communis L. Mamona Arbóreo Gadelha Neto 819 Sapium glandulatum (Vell.) Pax Burra leiteira Subarbustivo Agra et al (JPB 5423) Sapium sp. Burra leiteira Arbóreo Barbosa et al 1442 FABACEAE Aeschynomene viscidula Michx. Malícia sem espinho Herbáceo Xavier 1928-A Bowdichia virgilioides Kunth Sucupira Arbóreo Borges (JPB 1867) Centrosema plumieri (Turp. ex Pers.) Benth. Espia caminho Trepadeira Carneiro (JPB 1923) Crotalaria pallida Ait. * Herbáceo Pereira 81 Crotalaria retusa L. Guiso de cascavel Herbáceo Pereira 78 Crotalaria stipularia Desv. * Herbáceo Pereira 79 Desmodium adscendens (Sw.) DC. * Herbáceo Pereira 43 Desmodium sp. Amor de vaqueiro Herbáceo Gadelha Neto & Montenegro (JPB 26170) Dioclea sp. Mucunã Trepadeira Borges (JPB 1839) Machaerium sp. * Arbóreo Gadelha Neto 791 Periandra mediterranea (Vell.) Taub. Alcançú Arbustivo Gadelha Neto 760 Rhynchosia phaseoloides (Sw.) DC. * Trepadeira Gadelha Neto et al 709 Swartzia pickelii Killip ex Ducke Jacarandá branco Arbóreo Coutinho (JPB 1902) FLACOURTIACEAE Casearia commersoniana Cambess. Café do mato Arbóreo Gadelha Neto 693 HELICONIACEAE Heliconia psittacorum L.f. Helicônia Herbáceo Gadelha Neto & Montenegro (JPB 27174) IRIDACEAE Cipura paludosa Aubl. * Herbáceo Gadelha Neto & Santos 655 LAMIACEAE Ocimum sp. Manjericão Herbáceo Gadelha Neto 734 TABELA 1 – Lista das espécies (continuação). Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 21 FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR HÁBITO MATERIAL DE REFERÊNCIA LAURACEAE Ocotea canaliculata Mez Louro porco Arbóreo Barbosa 1356 Ocotea duckei Vattino-Gil Canela Arbóreo Gadelha Neto et al 714 Ocotea glomerata (Ness) Mez Louro pinho Arbóreo Barbosa & Cunha 1449 Persea americana L. Abacateiro Arbóreo Gadelha Neto 809 LECYTHIDACEAE Eschweilera ovata (Cambess.) Miers Embiriba Arbóreo Gadelha Neto et al 696 Lecythis pisonis Cambess. Sapucaia Arbóreo Barbosa 1302 LEMNACEAE Lemna cf. minor L. * Herbáceo Costa-Santos 154 LIMNOCHARITACEAE Limnocharis flava (L.) Buchenau Paraci Herbáceo Costa-Santos 89 LYTHRACEAE Lawsonia inermis L. Resedá Herbáceo Xavier (JPB 2967) MALPIGHIACEAE Byrsonima sericea DC. Murici Arbóreo Gadelha Neto 813 Byrsonima sp. * Arbustivo Gadelha Neto 763 MALVACEAE Pavonia cancellata (L.f.) Cav. * Herbáceo Pereira 15 Sida sp. * Herbáceo Barbosa 1477 MARANTACEAE Maranta sp. * Herbáceo Gadelha Neto 743 Monotagma plurispicatum (Koern.) K. Schum. Maranta Herbáceo Gadelha Neto 788 MELASTOMATACEAE Clidemia capitellata (Bonpl.) D.Don * Herbáceo Xavier (JPB 1926) Miconia albicans (Sw.) Triana Cinzeiro Arbóreo Barbosa 1330 Miconia ciliata (L.C.Rich.) DC. Anis Arbustivo Gadelha Neto, P. C. 656 (JPB) Miconia eugenioides Triana * Arbóreo Pereira & Barbosa 55 Nepsera aquatica (Aubl.) Naud. Barba de paca Herbáceo Carneiro (JPB 1768) MIMOSACEAE Abarema cochliocarpos (Gomes) Barneby & Grimes Barbatimão Arbustivo Xavier (JPB 2736) TABELA 1 – Lista das espécies (continuação). Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 22 FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR HÁBITO MATERIAL DE REFERÊNCIA Inga fagifolia (L.) Willd. ex Benth. Ingá mirim Arbóreo Gaelha Neto 793 Inga salzmaniana Benth. Ingá Arbóreo Correia (JPB 3552) Inga thibaudiana DC. Ingá Arbóreo Barbosa et al 1430 Mimosa caesalpiniifolia Benth. Sabiá Arbóreo Gadelha Neto 808 Mimosa sp. * Subarbustivo Pereira 44 MORACEAE Artocarpus heterophyllus Lam. Jaqueira Arbóreo Gadelha Neto & Costa-Santos 779 Brosimum cf. guianense (Aubl.) Huber * Arbóreo Barbosa 1485 Ficus gomelleira Kunth & Bouché ex Kunth Gameleira Arbóreo Gadelha Neto & Lima 659 Sorocea hilarii Gandich. * Arbóreo Barbosa & Cunha Sorocea bomplandii (Baill.) Burger. * Arbóreo Correia 3554 MYRSINACEAE Rapanea guianensis Aubl. * Arbóreo Barbosa 1424 MYRTACEAE Campomanesia dichotoma (Berg) Mattos * Arbóreo Barbosa 1266 Eugenia punicifolia (H.B.K.) DC. Murta Arbustivo Barbosa 1440 Myrcia cf. alagoensis Berg * Arbóreo Moura 104 Myrcia bergiana Berg * Arbóreo Barbosa Myrcia platyclada DC. * Arbóreo Barbosa et al 1468 Myrcia sylvatica (G.Mey.) DC. Viuvinha Arbóreo Carneiro (JPB 1785) Myrcia sp. * Arbóreo Dionísio 190 NYMPHAEACEAE Nymphaea sp. Ninféia Herbáceo Costa-Santos 95 OCHNACEAE Ouratea sp. * Arbóreo Carvalheira (JPB 3018) Sauvagesia erecta L. * Arbóreo Correia (JPB 3212) ONAGRACEAE Ludwigia longifolia (DC.) Hara * Herbáceo Costa-Santos & Gadelha Neto 126 Ludwigia sp. * Herbáceo Costa-Santos 96 Ludwigia sp. * Herbáceo Costa-Santos 99 TABELA 1 – Lista das espécies (continuação). Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 23 FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR HÁBITO MATERIAL DE REFERÊNCIA ORCHIDACEAE Cyrtopodium paranaensis Schltr. * Herbáceo Gadelha Neto 709 Polystachia sp. * Epífita Gadelha Neto 717 PASSIFLORACEAE Passiflora foetida L. * Trepadeira Marinho (JPB 6467) PIPERACEAE Piper caldense C.DC. * Arbustivo Barbosa 1261 Piper marginatum Jacq. Pimenta darda Subarbustivo Gadelha Neto 619 Piper sp. Pimenta darda Subarbustivo Xavier (JPB 2728) POACEAE Bambusa sp. Bambú Arbóreo Gadelha Neto & Montenegro 652 Lasiacis sp. * Herbáceo Gadelha Neto 718 POLYGONACEAE Coccoloba alnifolia Casar. Cauaçú Arbóreo Coutinho (JPB 1817) Coccoloba densifrons Mart. ex C.F.W.Meissn. Cauaçú de rama Trepadeira Barbosa et al 1436 Coccoloba sp. Cauaçú Arbusto Xavier (JPB 3664) Polygonum hydropiperoides Michx * Herbáceo Costa-Santos 87 RHAMNACEAE Colubrina glandulosa Perk. var. reitzii (M.C.Johnston) M.C.Johnston * Arbóreo Xavier (JPB 2735) RUBIACEAE Alibertia myrciifolia K. Schum. * Arbóreo Barbosa 1313 Borreria humifusa Mart. * Herbáceo Gadelha Neto & Montenegro 647 Borreria ocymifolia (Roem. & Schult.) Bacigalupo & E.L.Cabral * Herbáceo Pereira 41 Borreria verticilata (L.) G.Mey. * Herbáceo Pereira 49 Coccocypselum hirsutum Bartl. ex DC. * Herbáceo Pereira & Barbosa 57 Diodia sp. * Herbáceo Pereira 26 Guettarda platypoda DC. * Arbóreo Pereira 51 Mitracarpus hirtus (L.) DC. * Herbáceo Xavier (JPB 1504) Palicourea crocea (Sw.) Roem. & Schult. * Arbustivo Pereira 58 Posoqueria longiflora Aubl. * Arbóreo Gadelha Neto 620 Psychotria barbiflora DC. * Herbáceo Barbosa 1474 TABELA 1 – Lista das espécies (continuação). Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 24 FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR HÁBITO MATERIAL DE REFERÊNCIA Psychotria bracteocardia (DC.) Müll. Arg. Mata Calado Herbáceo Pereira 76 Psychotria erecta (Aubl.) Standl. & Steyerm. * Subarbustivo Barbosa 1287 Psychotria hoffmannseggiana (Willd. ex Roem. & Schult.) Müll. Arg. * Herbáceo Barbosa 1402 Psychotria platypoda DC. Erva de rato Subarbustivo Barbosa 1401 Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud. * Herbáceo Costa-Santos 120 Sabicea cinerea Aubl. * TrepadeiraXavier (JPB 3578) Sabicea sp. * Arbustivo Barbosa 1470 Tocoyena sellowiana (Cham. & Schltdl.) K. Schum. Genipapo bravo Arbóreo Gadelha Neto et al 706 SAPINDACEAE Allophylus laevigatus Radlk. * Arbóreo Gadelha Neto et al 699 Cupania revoluta Radlk. Caboatã de rêgo Arbóreo Barbosa 1314 Paullinia trigonia Vell. * Trepadeira Barbosa 1406 Talisia esculenta (A.St.-Hil.) Radlk. Pitombeira Arbóreo Carneiro (JPB 1787) SAPOTACEAE Chrysophyllum rufum Mart. Lacre da mata Arbóreo Coutinho (JPB 1865) Manilkara salzmannii (A.DC.) Lam. Massaranduba Arbóreo Gadelha Neto 764 Pouteria bangii (Rusby) T.D.Penn. * Arbóreo Barbosa 1488 Pouteria sp. * Arbóreo Barbosa 1489 SIMAROUBACEAE Picramnia andrade-limae Pirani * Arbustivo Gadelha Neto et al 715 Simaruba amara Aubl. Pau paraíba Arbóreo Gadelha Neto 792 SMILACACEAE Smilax sp. * Trepadeira Pereira 12 SOLANACEAE Solanum asperum Rich. Jussara Arbustivo Agra & Moura 1105 Solanum stramonifolium Jack. Jurubeba Arbustivo Costa-Santos 123 Solanum stramonifolium Jack. var. stramonifolium Jurubeba branca Arbustivo Agra & Moura 1112 Solanum sp. * Arbustivo Barbosa et al 1311 STERCULIACEAE Guazuma ulmifolia Lam. Mutamba Arbóreo Gadelha Neto et al 700 TABELA 1 – Lista das espécies (continuação). Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 25 FAMÍLIA ESPÉCIE NOME VULGAR HÁBITO MATERIAL DE REFERÊNCIA TILIACEAE Apeiba tibourbou Aubl. Pau de jangada Arbóreo Barbosa et al 1434 Luehea ochrophylla Mart. Açoita cavalo Arbóreo Carneiro (JPB 2980) TYPHACEAE Typha cf. domingensis Pers. Junco Herbáceo Gadelha Neto 810 ULMACEAE Trema micranta Blume Piriquiteira Arbóreo Gadelha Neto & Montenegro (JPB 27175) URTICACEAE Laportea aestuans (L.) Chew. Urtiga vermelha Herbáceo Gadelha Neto 723 VERBENACEAE Lantana camara L. Chumbinho Arbustivo Pereira 11 Stachytarpheta sp. Gervão Herbáceo Costa-Santos 122 VITACEAE Cissus erosa Rich. Fita de moça Trepadeira Barbosa 1439 XYRIDACEAE Xyris sp. * Herbáceo Costa-Santos 82 TABELA 1 – Lista das espécies (conclusão). Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 26 7% 3% 3% 4% 4% 3% 66% 10% RUBIACEAE FABACEAE MYRTACEAE EUPHORBIACEAE CAESALPINIACEAE MIMOSACEAE CYPERACEAE OUTROS GRÁFICO 1 – Famílias com maior número de espécies Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 27 80 21 7 54 19 2 0 10 20 30 40 50 60 70 80 N º D E E S P É C IE S ARBÓREO ARBUSTIVO SUBARBUSTIVO HERBÁCEO TREPADEIRA EPÍ FITA HÁBITO ARBÓREO ARBUSTIVO SUBARBUSTIVO HERBÁCEO TREPADEIRA EPÍFITA GRÁFICO 2 – Distribuição das espécies quanto ao hábito Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 28 CCCOOONNNCCCLLLUUUSSSÃÃÃOOO Estes são dados parciais, não conclusivos, o que se deve a não complementação deste trabalho, levando-se em consideração que o mesmo encontra-se em desenvolvimento. Faz-se necessário a continuidade deste, buscando assim atingir os objetivos e que possam servir de base a preservação, recuperação e o manejo deste ecossistema, bem como fornecer subsídios à prática de educação ambiental através do conhecimento da flora local. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 29 AAAVVVAAALLLIIIAAAÇÇÇÕÕÕEEESSS EEE DDDIIIFFFIIICCCUUULLLDDDAAADDDEEESSS O desenvolvimento de trabalhos na área de botânica, principalmente taxonômico é, naturalmente, meticuloso, pois identificar uma planta atribuindo- lhe um nome científico de acordo com um sistema de classificação botânica, muitas vezes implica em pesquisar várias fontes de literatura especializada ou consultar especialistas do ramo, assim como, conhecer a morfologia, anatomia e até mesmo o cariótipo do espécime em estudo. Somente estas dificuldades já tornam o trabalho do taxonomista demorado. Compromissados com a missão de desenvolver e manter coleções documentadas de plantas da Mata Atlântica nas dependências do Jardim Botânico Benjamim Maranhão, alguns aspectos vem-se tornando obstáculos a ponto de comprometer o desempenho do programa de atividades voltadas para a pesquisa, podendo-se citar: Inexistência de instalações apropriadas, que possa oferecer suporte na preparação do material botânico que está sendo coletado, herborizado, identificado e catalogado; Falta de equipamentos e mobiliários cabíveis a uma sala de apóio (laboratório) a exemplo de bancadas, prateleiras, armários, estufa, microscópio esterioscópio, microscópio óptico comum, microcomputador com unidade de CD-Rom, scaner de mesa, impressora, etc, além de material básico de escritório para uso exclusivo da botânica; Escassez de materiais usualmente carregados pelo coletor durante as atividades de coleta, bem como, inexistência de material utilizado no processo de herborização, conservação, preservação e identificação científica dos espécimes; Falta de biblioteca com literatura científica especializada, além de insuficiência de estagiários e profissionais na área de botânica dentro do JB, extremamente necessários ao desenvolvimento de projetos voltados à flora. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 30 Pode-se também levar em consideração, as dificuldades em manter uma rede de colaboração com especialistas taxonômicos para remessa de materiais, de tão salutar importância na identificação, revisão e atualização dos táxons, uma vez que os mesmos estão em melhores condições para tomar decisões sobre cada grupo em estudo. No entanto, é imprescindível que as dependências físicas e os equipamentos e materiais já solicitados a Superintendência de Administração do Meio Ambiente - SUDEMA, para a formação de um “setor de botânica” nas dependências desta instituição, sejam respectivamente construídas e adquiridos de forma a contribuir para o funcionamento pleno das atividades que se esperam de um jardim Botânico. Além do que, é importante citar o benefício para a comunidade local o fato de ter um jardim botânico como uma instituição com fins conservacionistas e educacionais como se objetiva. É importante também lembrar que, possuímos a maior e a mais representativa coleção urbana de espécies viças da flora nativa de remanescentes de Mata Atlântica do país, cujo levantamento necessita ser completado. João Pessoa, de Novembro de 2002 ________________________________________ PEDRO DA COSTA GADELHA NETO Biólogo / Botânico / CRB 27764/5-D SUDEMA / JBBM ________________________________________ MÁRCIA DA COSTA SANTOS Estagiária / Botânica SUDEMA / JBBM Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 31 BBBIIIBBBLLLIIIOOOGGGRRRAAAFFFIIIAAA ANDRADE-LIMA, D. & ROCHA, M. G. 1971. Observações preliminares sobre a Mata do Buraquinho, João Pessoa, Paraíba. Anais do ICB – UFRPE, Recife, 1 (1) : 47-61. BARBOSA, M. R. V. 1996. Estudo florístico e fitossociológico da Mata do Buraquinho, remanescente de mata atlântica em João Pessoa, Paraíba. Campinas, 135p. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas. BRUMMIT, R. K. & POWELL, C. E. 1992. Authors of Plant Names. Royal Botanic Gardns, Kew. 731p. CAPOBIANCO, J. P. R. 2001. Dossiê Mata Atlântica 2001: projeto de monitoramento participativo da Mata Atlântica. Brasília : ISA. 15p. CRONQUIST, A. 1981. An integrated system of classification of flowering plants. New Yok : Columbia University Press. 1262p. GADELHA NETO, P. C., GUERRA, R. T. 2002. Sucessão ecológica: estudo comparativo entre o Jardim Botânico de João Pessoa (Mata do Buraquinho) – PB e o Santuário Ecológico de Pipa – RN. In: Anais do 53º Congresso Nacional de Botânica / 25ª Reunião Nordestina de Botânica. Recife: SBB. p. 214. LIMA, V. R., BARBOSA, M. R. V. 1997. Flora fanerogâmica da Mata do Buraquinho: Melastomataceae. In: Anais do V Encontro de Iniciação Científica da UFPB. João Pessoa : UFPB. v.3. p. 26. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 32 LORENZI, H. 1992. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa : Plantarum. v.1. 368p. _____. 2002. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa : Plantarum. v.2. 374p. MELO, A. S. T. de. A vegetação. In: MELO, A. S. T. de. (Coord.). Os aglomerados subnormais dos vales do Jaguaribe e do Timbó: análize geoambiental e qualidade do meio ambiente. João Pessoa, 2001. p. 53- 63. Relatório de pesquisa – UNIPÊ. MENDONÇA, C. O. L. de. 1997. O Jardim Botânico de João Pessoa: uma pequena digressão. João Pessoa: UNIPÊ. 23p. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. 2002. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da Biodiversidade da Mata Atlântica. Brasília : MMA. PEREIRA, M. S., BARBOSA, M.R.V. 1993. Flora da Mata do Buraquinho: Boraginaceae. In: Anais da XVII Reunião Nordestina de Botânica. Terezina : UFPI. p. 103. _____. 1995. Estudo do gênero Psychotria L. (Rubiaceae) na Mata do Buraquinho. In: Anais da XIX Reunião Nordestina de Botânica. Recife : UFPE. p. 116. _____. 1995. Flora da Mata do Buraquinho: Rubiaceae. In: Anais do III Encontro de Iniciação Científica da UFPB. João Pessoa : UFPB. p. 300. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 33 _____. 1996. Flora da Mata do Buraquinho: Fabaceae. In: Anais da XX Reunião Nordestina de Botânica. Natal : UFRN. p. 41-42. ROCHA, A. A. & OLIVEIRA, J. P. 1998. A reserva da biosfera da mata atlântica no estado de São Paulo. São Paulo : Terra Virgem, Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. 264p. SANTANA, E. S. 1987. Estudos taxonômicos das pteridofitas da Mata do Buraquinho (Paraíba - Brasil). Recife. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Rural de Pernambuco. TAVARES, S. 1967. As florestas do nordeste. Secretaria de Viação e Obras Públicas, Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco, Recife (Publicação nº 10). Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 34 ANEXOS Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 35 EEEXXXEEEMMMPPPLLLAAARRREEESSS FFFAAANNNEEERRROOOGGGÂÂÂMMMIIICCCOOOSSS Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Bowdichia virgilioides Kunth Simaruba amara Aubl. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 36 Luehea ochrophylla Mart. Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr Byrsonima sericea DC. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 37 Campomanesia dichotoma (Berg.) Mattos et Legrand Tapirira guianensis Aubl. Allophylus laevigatus Radlk. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 38 Clusia nemorosa G.F.W. Meyer Palicourea crocea (Sw.) Roem. & Schult. Eschweilera ovata (Cambess.) Miers Foto: Barbosa, M.R.V. Foto: Barbosa, M.R.V. Foto: Barbosa, M.R.V. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 39 Heliconia psittacorum L.f. Periandra mediterranea (Vell.) Taub. Psychotria bracteocardia (DC.) Müll. Arg. Foto: João Lobo Foto: Luiz Bronzeado Foto: Wayt Thomas Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 40 Limnocharis flava (L.) Buchenau Tocoyena sellowiana (Cham.& Schltdl.) K. Schum. Xylopia frutescens Aubl. Foto: João Lobo Foto: Barbosa, M.R.V Foto: Barbosa, M.R.V Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 41 Inga fagifolia (L.) Willd. ex Benth. Senna georgica Irwin & Barneby Hirtella racemosa Lam. Foto: Barbosa, M.R.V. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 42 Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud. Coccocypselum hirsutum Bartl. ex DC. Psychotria barbiflora DC. Foto: Bertran Miranda Foto: Wayt Thomas Foto: Wayt Thomas Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 43 FFFIIICCCHHHAAAMMMEEENNNTTTOOO DDDAAASSS EEESSSPPPÉÉÉCCCIIIEEESSS AAARRRBBBÓÓÓRRREEEAAASSS FFFAAAMMMÍÍÍLLLIIIAAA AAANNNAAACCCAAARRRDDDIIIAAACCCEEEAAAEEE Anacardium occidentale L. Nomes populares – cajueiro, acajaíba, acaju, acajuíba, caju-manso, caju-banana, caju- manteiga, caju-da-praia, caju-de-casa Características morfológicas – Altura de 5-10 m, com tronco tortuoso dede 25-40 cm de diâmetro; em solos argilosos de boa fertilidade pode atingir até 20 m de altura. Folhas glabras de cor rosa quando jovens, de 8-14 cm de comprimento por 6-8 cm de largura. O pedúnculo super desenvolvido e suculento é geralmente confundido com o fruto, quando na verdade a castanha afixada àquele, é o verdadeiro fruto. Ocorrência – Campos e dunas da costa norte do país, principalmente nos estados do Piauí e Maranhão. Madeira – Leve (densidade de 0,42 g/cm 3 ), forte e de longa durabilidade. Utilidade - A madeira é apropriada para a construção civil, serviços de torno, marcenaria e carpintaria, confecção de cabos de ferramentas agrícolas , cepas de tamanco e caixotaria. A árvore é muito cultivada em quase todo o país e no exterior para a obtenção de seu pseudofruto (cajú) e de sua castanha; os frutos são muito consumidos em todo o país, e a castanha é bastante popular e exportada para quase todo o mundo. Os frutos ou pedúnculos podem ser consumidos in natura, na forma de sucos e de doces caseiros. O suco de seu fruto é industrializado e altamente apreciado em todo o país. A casca da castanha fornece um óleo industrial. É a planta indispensável nos pomares caseiros da costa litorânea. As flores são melíferas. Informações ecológicas – Planta decídua, heliófita, e espontânea em muitas regiões da costa norte e nordeste do país, onde forma pequena árvore. Cresce normalmente em quase todos os solos secos, entretanto dificilmente produz frutos em solos argilosos. Fenologia – Floresce a partir do mês de junho, prolongando-se até novembro. Os frutos amadurecem nos meses de setembro até janeiro. Obtenção de sementes – Os frutos completos (pedúnculo e castanha) devem ser colhidos diretamente da árvore, separando-se a castanha (verdadeiro fruto) da parte suculenta (pseudofruto). A castanha assim preparada está pronta para ser semeada. Um quilograma desse material contém 420 unidades. Produção de mudas – As sementes (castanhas com casca) possuem baixa germinação quando semeadas diretamente; devem ser tratadas para eliminar os inibidores da germinação; isso pode ser obtido deixando-se em repouso dentro da água por 48 horas, porém trocando-se a água a cada 8 horas.Semeá-las em seguida diretamente em embalagens individuais Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 44 contendo substrato arenoso enriquecido de matéria orgânica. A emergência demora 10-20 dias e a germinação geralmente á alta. Manter as mudas a pleno sol até que alcancem mais de 30 cm, quando estarão prontas para o plantio no local definitivo. O desenvolvimento das plantas no campo é lento. Spondias mombin L. Nomes populares – Taperebá, taperibá, cajazeiro, cajazeira, cajá-pequeno, cajazeiro-miúdo, cajá-mirim, acaíba, acajá, acajaíba, imbuzeiro Sinonímia botânica – Spondias aurantiaca Schum & Thonn., Spondias axillares Roxb., Spondias brasiliensis M., Spondias graveolens Macf., Spondias lucida Salisb., Spondias myrobalanus L., Spondias dubia Rich. Características morfológicas - Altura de 20-25 m, com tronco revestido por casca muito grossa, de 40-60 cm de diâmetro. Folhas compostas de 5-9 pares de folíolos opostos. Ocorrência – Região Amazônica até o Rio de janeiro, e várzeas de terra firme. Madeira – Leve (densidade de 0,41 g/cm 3 ), mole e fácil de trabalhar, de média durabilidade natural. Utilidade - A madeira é própria para marcenaria e carpintaria, sendo muito empregada na região norte para a construção de pequenas embarcações. A árvore é muito cultivada nos estados do norte do país. Seus frutos são muito comestíveis e apreciados pelas populações do norte. São amplamente oferecidos nos mercados locais para serem consumidos ao natural e para o preparo de sucos, sorvetes, vinhos e licores. As flores são melíferas. Informações ecológicas - Planta perenifólia ou semidecídua, heliófita e seletiva higrófita, característica da mata de várzea de terra firme. É também encontrada nas formações secundárias, onde regenera espontaneamente tanto a partir de sementes como de estacas e raízes. Produz anualmente uma grande quantidade de sementes viáveis, amplamente disseminadas pela fauna. Fenologia - Floresce a partir do final do mês de agosto, prolongando-se até dezembro. A maturação dos frutos ocorre durante os meses de outubro-janeiro. Obtenção de sementes – Os frutos devem ser recolhidos do chão após a sua queda da árvore. Podem ser semeados inteiros logo após a coleta ou despolpados manualmente antes de semeá- los. Após a despolpa deixá-los em água corrente para lavá-los e em seguida deixá-los ao sol para secagem. Um quilograma de sementes contém aproximadamente 255 unidades. Sua viabilidade em armazenamento é inferior a 3 meses. Produção de mudas - Colocar as sementes ou frutos para germinar, logo que colhidos em recipientes individuais contendo substrato organo-arenoso e localizado em ambiente semi- sombreado. Cobrir as sementes com 1 cm de substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 20-40 dias e a germinação geralmente é abundante. O desenvolvimento das mudas é rápido, ficando prontas para o plantio no campo em menos de 6 Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 45 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é rápido, atingindo facilmente 3,5 m aos 2 anos. Tapirira guianensis Aubl. Nomes populares - Peito-de-pomba, peito-de-pombo (Sul), tapiriri, tapirirá, copiúva, guapiruba, cedrói, aroeirana, fruta-de-pombo, tatapiririca (PA), cupiúva (PE), pau-pombo, cedroí (Amazônia), camboatá, jobo, bom-nome (AL), fruto-de-pombo, cedro-novo Sinonímia botânica – Tapirira miriantha Triana et Planch. Características morfológicas - Altura de 8-14 m, com tronco curto de 40-60 cm de diâmetro. Folhas compostas com 4-5 jugas; folíolos muito variáveis na forma, número e no tamanho, membranáceos, glabros, de 4-12 cm de comprimento. Árvore de porte médio, casca exudando resina quando cortada. Ocorrência - Todo o território brasileiro, principalmente em terrenos úmidos, em quase todas as formações vegetais, desde a Amazônia até o Sul. Ocorre ainda na Colômbia, Venezuela e Guianas. Madeira - Madeira leve, pouco resistente ao corte, alburno bege e cerne rosado; textura fina a média; grã regular; quando cortada exuda resina provenientes de canais secretores radiais; sem cheiro ou gosto. É fácil de trabalhar, recebendo bom polimento. Utilidade - A madeira, por ser fácil de trabalhar, é muito empregada na confecção de brinquedos, compensados, embalagens e caixotaria leve, móveis comuns, entalhes, saltos para calçados, cabos de vassouras, lambris, etc. A árvore pode ser empregada com sucesso nos reflorestamentos heterogêneos de áreas degradadas de preservação permanente, principalmente de locais úmidos, graças à tolerância a esse ambiente e à produção de frutos altamente procurados pela fauna em geral. São também muito procurados por aves e outros animais. A árvore é bastante ornamental podendo ser empregada no paisagismo em geral. Informações ecológicas - Árvore perenifólia, pioneira, heliófita, característica da floresta ombrófila de planície. É também muito encontrada em formações secundárias de solos úmidos como os encontrados em várzeas à beira de rios. Embora possa ser encontrada amplamente também em ambientes secos de encostas, é na várzea úmida que apresenta seu maior desenvolvimento. Fenologia - Floresce durante os meses de agosto-dezembro. Os frutos amadurecem a partir de janeiro, prolongando-se até março. Obtenção de sementes - Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea. Em seguida despolpá-los manualmente e lavá-los em água corrente dentro de uma peneira. Após a separação das sementes deixá-las secar à sombra. Quando destinada à semeadura no próprio local, não há necessidade de despolpá-los, semeando-se os próprios frutos como se fossem sementes. Um quilograma de sementes contém aproximadamente 20.700 unidades. Produção de mudas - Colocar as sementes ou frutos para germinar, logo que colhidos e sem nenhum tratamento, em canteiros semi-sombreados contendo substrato organo-argiloso. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 46 Cobrir as sementes com uma camada de 0,5 cm de substrato peneirado e irrigar duas vezes por dia. A emergência ocorre em 15-30 dias e, a taxa de germinação geralmente é elevada. Transplantar as mudas para embalagens individuais quando alcançarem 4-6 cm. O desenvolvimento das mudas é rápido, ficando prontas para plantio no local definitivo em 4-5 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é também rápido. Thyrsodium spruceanum Salzm. ex Benth. Nomes populares – Amaparana (MA), mututurana (PA), manga-brava (BA), tutuzuba-da- várzea (PA), caboatã de leite (PB) Sinonímia botânica – Thyrsodium schomburgkianum Benth., T. schomburgkianum Benth. var. salzmannianum (Benth.) Engl.., T. salzmannianum Benth., T. giganteum (Engl.) Engl., Garuga gigantea Engl., G. spruceana (Benth.) Engl., G. schomburgkiana (Benth.) Engl., G. schomburgkiana var. salzmannianum (Benth.) Engl. Características morfológicas – Planta morfologicamente bastante variável, de 10-22 m de altura, dotada de copa alongada. Tronco ereto e cilíndrico, de 40-80 cm de diâmetro, com casca rugosa ou fissurada superficialmente nos indivíduos bem velhos. Folhas compostas imparipinadas com eixo comum (pecíolo + raque) de 20-50 cm de comprimento. Folíolos subcoriáceos, em número de 7-15, densa a esparsamente pubescentes até glabros em ambas as faces, de 10-24 cm de comprimento por 3,5-9 cm de largura, sobre pecíolo de 4-15 mm (laterais) e 18-38 mm (terminal), com 9-19 pares de nervuras secundárias. Inflorescências em panículas terminais ferrugíneo-pubescentes, de 15-60 cm de comprimento. Fruto drupa ovóide, densamente pubescente, com polpa carnosa, de cor verde azulada quando madura. Ocorrência – Região Amazônica (Amazonas, Pará, Amapá e Maranhão), principalmente na mata pluvial de terra firme e sul da Bahia e Espírito Santo, na floresta pluvial Atlântica.Também na Venezuela e Guianas. Madeira – Moderadamente pesada (densidade 0,74 g/cm 3 ), textura média, grã direita, de baixa resistência e moderadamente durável. Utilidade – A madeira é aplicada para uso interno em construção civil e para marcenaria leve. Os frutos são muito procurados por pássaros. A árvore pode ser empregada na arborização paisagística. Informações ecológicas – Planta semidecídua, ciófita até heliófita, mais ou manos indiferente quanto ao teor de umidade do solo, secundária, característica e exclusiva das matas pluviais Atlântica e Amazônica onde é ocasional e com dispersão irregular e descontínua ao longo de sua área de distribuição. Ocorre no interior de matas primárias e secundárias, desde o nível do mar até 800 m de altitude, tanto em matas úmidas de terra firme como de várzeas inundáveis. Produz anualmente pequena quantidade de sementes viáveis, porém prontamente dispersas pela avifauna. Fenologia – Floresce em diferentes épocas do ano dependendo da região de ocorrência, predominando em todas elas nos meses de outubro a janeiro. Os frutos amadurecem principalmente em fevereiro-março. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 47 Obtenção de sementes – Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea. Em seguida deixá-los amontoados em saco plástico até a decomposição parcial da polpa para facilitar a remoção da semente através da lavagem em água corrente. Produção de mudas – Colocar a semente para a germinação em embalagens individuais contendo substrato organo-arenoso. A emergência ocorre em poucas semanas e a taxa de germinação geralmente é baixa. Transportar as mudas para o local definido quando com 20- 30 cm. O desenvolvimento das plantas no campo é rápido. FFFAAAMMMÍÍÍLLLIIIAAA AAARRRAAALLLIIIAAACCCEEEAAAEEE Diyimopanax morototoni (Aubl.) Decne. & Planch. Nomes populares – morototó, mandioqueiro (SP), pau-mandioca, caixeta, marupá, marupaúba, pau-caixeta, parapará, mucutuba (PA), sambaquim (PB, PE), mandiocaim, mandiocão (SP) Características morfológicas – Altura de 20-30 m, com tronco retilíneo de 60-90 cm de diâmetro. Folhas compostas palmatilobadas, concentradas no ápice dos ramos, com 7-10 folíolos de 20-40 cm de comprimento. Ocorrência – Região Amazônica até o Rio Grande do Sul, em várias formações florestais. Madeira – Leve (densidade de 0,62 g/cm 3 ), macia ao corte, grã direita, textura média, de baixa durabilidade, com alburno não diferenciado. Utilidade - A madeira é aplicada em contraplacados, compensados, obras de talha, esculturas, modelos de fundição, marcenaria em geral, portas, batentes, venezianas, confecção de brinquedos, lápis, palitos de fósforo, pás de sorvete, forros, cabo de vassoura, caixotaria, etc. A árvore é extremamente elegante e pode ser utilizada no paisagismo, principalmente na arborização de praças e grandes jardins. Como planta secundária de rápido crescimento e produtora de frutos avidamente consumidos pela fauna, é recomendável para adensamento de matas degradadas e recomposição de áreas de preservação permanente. Informações ecológicas – Planta perenifólia, heliófita ou de luz difusa, indiferente às condições físicas de solo, apresenta larga dispersão em quase todas as formações florestais. Sua ocorrência é bastante esparsa, porém contínua. Desenvolve-se preferencialmente em matas pouco densas e em formações secundárias, como capoeiras e capoeirões. Fenologia – Floresce durante os meses de março-maio. A maturação dos frutos verifica-se em agosto-outubro. Obtenção de sementes – Os frutos devem ser colhidos diretamente da árvore quando adquirirem coloração roxo-escura e iniciarem a queda espontânea. Pode ser semeado dessa forma como se fossem sementes ou podem ser despolpados para a liberação das mesmas. Um quilograma contém aproximadamente 70.400 sementes. Sua viabilidade germinativa dura menos de 60 dias. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 48 Produção de mudas – Colocar as sementes ou frutos para germinar logo que colhidos em canteiros sombreados contendo substrato organo-argiloso. Cobri-los com uma leve camada de substrato peneirado e irrigar 2 vezes pos dia. A emergência demora 60-100 dias e, a taxa de germinação é bastante baixa. Faltam estudos de escarificação para aumentar a sua germinação. O desenvolvimento das plantas no campo é considerado rápido, podendo atingir facilmente 3-4 m aos 2 anos. FFFAAAMMMÍÍÍLLLIIIAAA BBBIIIGGGNNNOOONNNIIIAAACCCEEEAAAEEE Tabebuia impetiginosa (Mart.ex DC.) Standl. Nomes populares – Ipê-roxo, pau-d’arco-roxo, ipê-roxo-de-bola, ipê-una, ipê-preto, pau-de- cachorro, ipê-roxo-do-grande, piúna, piúna-roxa (GO, MT) Sinonímia botânica – Tecoma impetiginosa Mart., Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos Características morfológicas – Altura de 8-12 m (20-30 m no interior da floresta), com tronco de 60-90 cm de diâmetro. Folhas compostas 5-folioladas; folíolos coriáceos, pubescentes em ambas as faces, de 9-18 cm de comprimento por 4-10 cm de largura. Ocorrência – Piauí e Ceará até Minas Gerais, Goiás e São Paulo, tanto na mata pluvial atlântica como na floresta semidecídua. Ocasional no cerrado e na caatinga. Madeira – Muito pesada (densidade 0,96 g/cm 3 ), muito dura ao corte, grã direita ou revessa, textura fina e média, resistente ao ataque de organismos xilófagos. Utilidade – A madeira é apropriada para construções externas, como dormentes, cruzetas, postes, etc, para esquadrias e lambris, para trabalhos de torno, confecção de artigos esportivos, como bolas de bocha e boliche, acabamentos internos, como tacos e tábuas para assoalhos, degraus de escada, etc., para carrocerias e instrumentos musicais, etc. A árvore é extremamente ornamental quando em floração, prestando-se admiravelmente bem para o paisagismo em geral. É uma das espécies de ipê-roxo mais cultivadas para arborização urbana nas cidades do centro oeste do país. É também ótima para compor reflorestamentos destinados à recomposição vegetal de áreas de preservação permanente. Informações ecológicas – Planta decídua durante o inverno, heliófita, característica das florestas semidecídua e pluvial. Apresenta ampla dispersão, porém descontínua em toda a área de distribuição. Ocorre tanto no interior de floresta primária densa, como nas formações abertas e secundárias. Fenologia – Floresce durante os meses de maio-agosto com a árvore totalmente despida da folhagem. Os frutos amadurecem a partir de setembro até outubro. Obtenção de sementes – Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida deixá-los ao sol para completarem a abertura e liberação das sementes. Um quilograma contém aproximadamente 8.950 sementes. Sua viabilidade em armazenamento dura menos de 3 meses. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 49 Produção de mudas – As sementes devem ser postas para germinar logo que colhidas, em canteiros ou embalagens individuais contendo solo argiloso rico em matéria orgânica. A emergência ocorre em 10-12 dias e, a germinação geralmente é abundante. O desenvolvimento das mudas é rápido, ficando prontas para o plantio no local definitivo em menos de 4 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é rápido, alcançando mais de 3,5 m aos 2 anos. FFFAAAMMMÍÍÍLLLIIIAAA BBBUUURRRSSSEEERRRAAACCCEEEAAAEEE Protium heptaphyllum March. Nomes populares – Almecegueira, breu-banco-verdadeiro (Amazônia), almecegueira- cheirosa, almecegueira-de-cheiro, almecegueira-vermelha, almecegueiro-bravo Sinonímia botânica – Amyris ambrosiaca Willd., Icica guianensis T. & Pl., Icica heptaphylla Aubl., Icica surinamensis Miq., Icica tacahamaca H. B. K., Protium aromaticum Engl. Características morfológicas – Altura de 10-20m, com tronco de 40-60 cm de diâmetro. Folhas compostas pinadas de 2-4 jugas, com folíolos de 7-10 cm de comprimento por 4-5 cm de largura Ocorrência – Todo o Brasil em terrenos arenosos, tanto úmidos quanto secos. Madeira – Moderadamente pesada (densidade 0,77 g/cm 3 ), compacta, dura, revessa porém dócil ao cepilho, bastante elástica, de grande durabilidade em lugares secos. Utilidade - A madeira é apropriada para a construção civil, obras internas, assoalhos, serviços de torno, carpintaria e marcenaria. A árvore proporciona boa sombra e apresenta qualidades ornamentais, podendo, por conseguinte, ser utilizada na arborização urbana e rural. Seus frutos são avidamente procurados por várias espécies de pássaros que comem o arilo adocicado que envolve as sementes. Por essa razão não pode faltar na composição de florestas mistas destinadas ao repovoamento vegetal de áreas degradadas de preservação permanente, principalmente as localizadas ao longo de rios e córregos. Informações ecológicas – Planta perenifólia, heliófita, característica da floresta latifoliada semidecídua. É particularmente freqüente em áreas ciliares úmidas. Ocorre tanto em matas primárias como em formações secundárias. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis, amplamente disseminadas por pássaros. Fenologia – Floresce durante os meses de agosto-setembro. Os frutos amadurecem em novembro-dezembro. Obtenção de sementes – Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea, o que é facilmente notado pela exposição da semente envolta pelo arilo de cor branca. Em seguida deixá-los ao sol para completar a abertura e liberação das sementes. Devido à suculência do arilo que envolve as sementes é necessária uma secagem prolongada para poder armazená-las, no caso da semeadura imediata próximo ao local de colheita não há Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 50 necessidade de secagem. Um quilograma de sementes secas contém aproximadamente 11.000 unidades. Sua viabilidade em armazenamento é curta, não ultrapassando 90 dias. Produção de mudas – Colocar as sementes para a germinação, logo que colhidas, em canteiros ou em recipientes individuais contendo substrato organo-arenoso. Cobri-las com uma camada de substrato peneirado de 0,5 cm de espessura e irrigar diariamente. A emergência ocorre em 15-20 dias e, a taxa de germinação geralmente é baixa. O desenvolvimento das plantas no campo é apenas moderado. FFFAAAMMMÍÍÍLLLIIIAAA CCCAAAEEESSSAAALLLPPPIIINNNIIIAAACCCEEEAAAEEE Apuleia leiocarpa (Vog.) Macbr. Nomes populares – grápia, muirajuba, garapa, amarelinho, grapiapunha, amarelão, jitaí (PE), jutaí (CE), jataí, grapiá, garapa-branca, garapa-amarela, barapibo, cumarurana, muratuá Sinonímia botânica – Apuleia praecox Mart. Características morfológicas – Altura de 25-35 m, com tronco de 60-90 cm de diâmetro. Folhas compostas imparipinadas, de 5-11 folíolos de 5-13 cm de comprimento. Ocorrência – Pará até Rio Grande do Sul na floresta latifoliada semidecídua, na Bahia e no Espírito Santo na floresta pluvial Atlântica. Na região norte do país ocorre a espécie Apuleia mollaris Spreng, de características muito semelhantes a essa espécie. Madeira – Moderadamente pesada (densidade de 0,83 g/cm 3 ), dura, fácil de trabalhar, de longa durabilidade, podendo, entretanto, ser atacada por cupins. Utilidade – A madeira é empregada em marcenaria, tanoaria, esquadrias, carrocerias, trabalhos de torno, para construção civil como ripas, vigas, caibros, tacos e tábuas para assoalhos, para usos externos como postes, moirões, dormentes, vigas de postes, esteios, etc. A árvore quando cresce isoladamente adquire copa frondosa e pode ser usada no paisagismo em geral. Informações ecológicas – Planta decídua, heliófita ou de luz difusa, indiferente às condições físicas do solo; característica da floresta latifoliada semidecídua da bacia do Paraná. Ocorre em menor freqüência na floresta pluvial. É espécie da floresta clímax, raramente ocorrendo em formações secundárias abertas. Sua dispersão é ampla, porém geralmente em baixa freqüência, exceto na região oeste de Santa Catarina onde chega a formar grandes populações. Fenologia – Floresce durante os meses de agosto-setembro com a planta totalmente despida da folhagem. Os frutos amadurecem nos meses de janeiro-fevereiro, entretanto permanecem na árvore por muitos meses. Obtenção de sementes – As pequenas vagens devem ser colhidas da árvore até vários meses após a sua maturação, uma vez que não se abrem espontaneamente. Não há necessidade de retirar as sementes das vagens, podendo-se semeá-las diretamente. Entretanto devido à dureza de suas sementes, é importante escarificá-las através de abrasão física para aumentar a sua germinação, devendo nesse caso retirá-las das vagens. Um quilograma de sementes livres das Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 51 vagens contém aproximadamente 20.800 unidades. Sua longevidade em armazenamento é de aproximadamente 2 anos. Produção de mudas – Antes de colocar sementes não escarificadas para germinar, deixá-las em repouso dentro da água durante 8 horas. A semeadura pode ser feita em seguida em canteiros sombreados. A emergência ocorre em 20-40 dias e, a germinação é inferior a 60%. FFFAAAMMMÍÍÍLLLIIIAAA EEEUUUPPPHHHOOORRRBBBIIIAAACCCEEEAAAEEE Pera glabrata (Schott) Baillon Nomes populares – tabocuva, tobocuva, tamanqueira, seca-ligeiro (SC), coração-de-bugre, laranjeira-do-cerrado, tamanqueiro, pau-de-tamanco, sapateiro (SP), pau-de-sapateiro Sinonímia botânica – Peridium glabratum Schott Características morfológicas – Altura de 8-10 m, com tronco de 40-50 cm e diâmetro. Folhas simples, glabras, de 7-11 cm de comprimento por 3-5 cm de largura. Ocorrência – Rio de Janeiro e Minas Gerais até Santa Catarina, no cerrado e floresta latifoliada semidecídua. Madeira – Leve, mole, fácil de cortar e furar, difícil de fender, de baixa durabilidade quando exposta. Utilidade – A madeira é própria para a confecção de cepas de tamancos, obras de entalhe, lápis, caixotaria, etc. A árvore possui copa perenifólia perfeitamente globosa, ideal para arborização urbana; infelizmente este fato ainda não despertou o interesse dos paisagistas. Como planta pioneira e produtora de frutos apreciados por algumas espécies de pássaros, é ótima para plantios mistos destinados à recomposição de áreas degradadas de preservação permanente. Informações ecológicas – Planta perenifólia, heliófita, encontrada tanto em terrenos bem drenados de topos de morros como em matas ciliares. Apesar de pioneira também é freqüentemente encontrada no interior da floresta primária densa. Sua produção de semente é irregular, não ocorrendo todos os anos. Fenologia – Floresce durante os meses de janeiro-março. Os frutos iniciam a maturação no final de outubro, prolongando-se até janeiro. Obtenção de sementes – Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea, o que é facilmente notado pela exposição de um arilo vermelho vivo que envolve a semente. Em seguida levá-los ao sol para completar a abertura e liberação das sementes. Não há necessidade de retirar-se o arilo da semente, apenas deixá-lo secar. O manuseio de seus frutos e sementes é bastante dificultado devido à presença de um princípio alérgico que afeta pessoas sensíveis. Um quilograma de sementes assim preparado contém aproximadamente 51.000 unidades. Sua viabilidade em armazenamento é curta, não ultrapassando 90 dias. Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 52 Produção de mudas – Colocar as sementes para germinar, logo que colhidas e sem nenhum tratamento, em canteiro semi-sombreados contendo substrato organo-argiloso, cobri-las levemente com uma finacamada do substrato peneirado e irrigar duas vezes ao dia. A emergência ocorre em 15-25 dias e, a taxa de germinação é geralmente bastante baixa. Transplantar as mudas para embalagens individuais quando alcançarem 4-5 cm, as quais ficam prontas para o plantio no local definitivo em 5-6 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é apenas moderado. FFFAAAMMMÍÍÍLLLIIIAAA FFFAAABBBAAACCCEEEAAAEEE Bowdichia virgilioides Kunth Nomes populares – Sucupira-preta, sucupira do cerrado, sucupira-açu, cutiúba, cutiubeira, sapupira-do-campo (PA), sucupira-branca, sucupira-do-campo, sepifirme (MG), sucupira- amarela, sucupira-da-praia, sebepira, paricarana (AM), acari-açu Sinonímia botânica – não consta Características morfológicas – Altura de 8-16 metros, com tronco de 30-50 cm de diâmetro. Folhas compostas pinadas, com 9-21 folíolos pubescentes. Ocorrência – Pará, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e São Paulo no cerrado. Madeira – Pesada (densidade 0,91 g/cm 3 ), fibrosa, bastante decorativa e de longa durabilidade natural. Utilidade – A madeira é empregada para acabamentos internos, como assoalhos, lambris, molduras, painéis e portas. A árvore é extremamente ornamental quando em flor, podendo ser empregada com sucesso no paisagismo em geral; é particularmente útil para arborização de ruas estreitas. Planta pioneira e adaptada a terrenos secos e pobres, é ótima para plantio em áreas degradadas de preservação permanente. Informações ecológicas – Planta decídua, heliófita, seletiva xerófita, característica do cerrado. Apresenta ampla dispersão por todo o cerrado do Brasil Central e sua transição para a floresta semidecídua. Sua distribuição é bastante uniforme, porém em baixa densidade populacional. Ocorre tanto em formações primárias como secundárias, porém sempre em terrenos altos de rápida drenagem. Fenologia – Floresce durante os meses de agosto-setembro com a planta quase totalmente despida da folhagem. Os frutos amadurecem a partir do final do mês de outubro, prolongando-se até o início de dezembro. Obtenção de sementes – Colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea. Em seguida levar ao sol para secar e facilitar a abertura e retirada das sementes. Pode-se também utilizar as pequenas vagens para a semeadura como se fossem sementes, entretanto isso pode resultar em mudas defeituosas. Um quilograma de sementes puras Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 53 contém aproximadamente 36.700 unidades, cuja viabilidade em armazenamento é superior a 4 meses. Produção de mudas – Colocar as sementes ou as pequenas vagens para germinação, logo que colhidas e sem nenhum tratamento, em canteiros ou em recipientes individuais mantidos a pleno sol, contendo substrato organo-arenoso; cobri-las levemente com o substrato peneirado e irrigar diariamente. A emergência ocorre em 30-60 dias e, a taxa de germinação é bastante baixa. Faz-se necessário o desenvolvimento de técnicas de queda e dormência para aumentar sua germinação. O desenvolvimento das mudas é rápido, ficando prontas para o plantio no local definido em menos de 5-6 meses. O desenvolvimento das plantas no campo é também rápido, facilmente ultrapassando 2 m aos 3 anos. Clitoria fairchildiana Howard Nomes populares – sombreiro, palheteira, sobreiro, sombra-de-vaca Sinonímia botânica – Clitoria recemosa Benth. Características morfológicas – Altura de 6-12 m com tronco curto e revestido por casca fina e lisa. Folhas compostas trifolioladas, estipuladas, decíduas, longo-pecioladas; folíolos coriáceos, na face superior glabros e na inferior seríceo-pubescentes, de 14-20 cm de comprimento por 5-7 cm de largura. Frutos vagens deiscentes. Ocorrência – Amazonas, Pará, Maranhão e Tocantins na floresta pluvial amazônica. Madeira – Moderadamente pesada, mole, medianamente resistente, fácil de trabalhar, de baixa durabilidade sob condições naturais. Utilidade – A madeira pode ser empregada na construção civil como divisórias internas, forros e, para confecção de brinquedos e caixotaria. A árvore proporciona ótima sombra além de apresentar características ornamentais. É ótima para arborização urbana e rural, para o que já vem sendo utilizado nas regiões norte e sudeste do país. Como planta rústica e de rápido crescimento é presença indispensável nos reflorestamentos heterogêneos destinados a reconstituição da vegetação de áreas degradadas de preservação permanente. Informações ecológicas – Planta decídua, heliófita, seletiva higrófita, característica de formações secundárias da floresta pluvial amazônica. Apresenta nítida preferência por solos férteis e úmidos. Produz por ano grande quantidade de sementes viáveis Fenologia – Floresce durante o verão, prolongando-se até abril-maio em certas regiões. Os frutos amadurecem em maio-julho quando se inicia a queda das folhas. Obtenção de sementes – Colher os frutos (vagens deiscentes) diretamente da árvore quando iniciarem a abertura espontânea. Em seguida leva-los ao sol para completar a abertura e liberação das sementes. Um quilograma contém aproximadamente 1.800 sementes. Sua viabilidade em armazenamento é superior a 4 meses. Produção de mudas – Colocar as sementes para a germinação, logo que colhidas, em canteiros semi-sombreados contendo substrato organo-argiloso. Cobri-las levemente com o Gadelha Neto, P. C. & Costa-Santos, M. Relatório... 54 substrato peneirado e irriga-las diariamente. A emergência ocorre em 10-20 dias e a taxa de germinação é elevada. Transplantar as mudas para embalagens individuais quando ainda bem pequenas (3-4 cm). O desenvolvimento das mudas é rápido, o mesmo ocorrendo com as plantas no campo que podem facilmente ultrapassar 2,5 m aos 2 anos. FFFAAAMMMÍÍÍLLLIIIAAA LLLEEECCCYYYTTTHHHIIIDDDAAACCCEEEAAAEEE Eschweilera ovata (Cambess.) Miers Nomes populares – biriba, imbiriba, biriba-branca, biriba-preta, tauarisinho (MA), ibirabá, sapucainha Sinonímia botânica – Lecythis ovata Cambess. e variedades, L. idatimon DC. ex Berg., L. verrucosa Hoffm. ex Berg., L. luschnathii Berg., L. blanchetiana Berg., L. siberiana Berg., L. odoratissima Salz. ex Miers, Eschweilera acuminata (Berg.) Miers, E. luschnatii (Berg.) Miers, E. siberiana (Berg.) Miers, E. blanchetiana Berg., E. gracilis Miers, Chytroma ibiriba Miers Características morfológicas – Altura de 4-18 m, dotada de copa piramidal densa. Tronco ereto e cilíndrico, de 40-60 cm de diâmetro, revestido por casca grossa com fissuras longitudinais superficiais. Folhas, alternas, subcoriáceas, glabras em ambas as faces, de margens inteiras, com 8-10 pares de nervuras centrais visíveis, de 5-14 cm de comprimento por 3-6 cm de largura, sobre pecíolo com 10-15 cm de comprimento, com flores amarelas e brancas muito perfumadas. Fruto pixídio deiscente contendo 1-4 sementes listradas com arilo lateral amarelado bem desenvolvido. Ocorrência – Amazônia ocidental e na mata Atlântica e na restinga desde o Espírito Santo até Pernambuco. Madeira – Pesada (densidade 1,03 g/cm 3 ), de média dureza, compacta, uniforme, resistente e moderadamente durável. Utilidade – A madeira é empregada na construção civil e naval, para dormentes moirões, estacas, bem como para serviços de marcenaria. As sementes (castanhas) são comestíveis e muito procuradas por morcegos frugívoros. A árvore é ornamental e indicada para uso paisagístico. Também recomendada para a recomposição de reflorestamentos mistos destinados à recuperação da vegetação de áreas degradadas. Informações ecológicas – Planta perenifólia, heliófita, seletiva xerófita secundária, característica e exclusiva das matas pluviais Amazônica e Atlântica, onde apresenta freqüência ocasional e dispersão mais ou menos contínua ao longo de sua área
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