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Psicologia Criminal

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Marco Teórico
Psicologia Criminal 
No início do século XIX, os juízes com o intuito de desvendar alguns crimes contavam com a ajuda de médicos que tratavam pacientes diagnosticados como loucos, contudo, estas infrações não eram motivadas por lucros financeiros ou paixões. Estes delitos pareciam possuir outra estrutura, pois diziam respeito à subversão escandalosa e representavam à carência de valores básicos, como o amor filial, materno, ou a piedade frente à dor e ao sofrimento humano (LEAL, 2008). 
Segundo o criminólogo e socialista holandês, Bonger (1943), a relação entre Psicologia e Direito teve início a partir da publicação do livro Psychologie Naturelle do médico francês Despine em 1868 (LEAL, 2008). De acordo com Boger (1943), o autor teve como foco em sua investigação os fatores desencadeantes dos crimes e as particularidades psicológicas de cada pessoa. CORREIA (2019), nos traz que em muitos casos era inexistente doenças físicas ou mentais. Significando que a consciência moral, a conduta, a personalidade, entre outros fatores psicológicos e psiquiátricos deveriam ser examinados para compreensão de um crime. Portanto, surge a Psicologia Criminal tendo Despiner como fundador e suas práticas relacionadas ao estudo dos aspectos psicológicos do criminoso.
Desta forma a criminologia caracteriza-se como a aproximação entre a psicologia e o direito, sendo responsável pelo estudo da relação entre o crime e o criminoso (RIBEIRO, 2017). A palavra criminologia deriva do latim "crimino" (crime) e do grego "logos" (tratado ou estudo). Tratando-se então do estudo do crime (CABETTE, 2012).  Foi utilizada, pela 1ª vez, em 1885, pelo italiano Rafael Garófalo (designando-a como a “ciência do crime”), apesar de já ter sido muito estudada, mas com outra denominação pelos igualmente italianos Cesare Lombroso e Enrico Ferri (PISSUTTO, 2015) . De acordo com Bandeira & Portugal (2017), foi ao final do século XIX que esta área se tonou conhecida como ciência autônoma, como objeto específico de estudo, pois, antes era vista como uma fase pré-científica da criminologia que se fundamentava através de questionamentos superficiais. 
Segundo Penteado Filho (2012, apud PIETRO JÚNIOR, 2020), a criminologia é uma “ciência empírica (baseada na observação e na experiência) e interdisciplinar que tem por objeto de análise o crime, a personalidade do autor do comportamento delitivo, da vítima e o controle social das condutas criminosas”. Em contrapartida para Goes Júnior (2012), a criminologia “trata-se da ciência que estuda o crime, a vítima, o criminoso e as formas de controle social, analisando as causas e consequências do crime para a sociedade.”
Segundo Bemfica (2002), todo sujeito que comete um delito possui um motivo, e normalmente é de ordem psicológica, “no esquema psicológico, os elementos do mecanismo interno psíquico da conduta humana são: a ideia, o motivo, a vontade e a finalidade, enquanto os elementos externos, objetivamente, são: a preparação, a execução e a consumação”. O autor ainda evidencia que, em todos os motivos há um recurso psíquico. “Para toda a conduta humana há um motivo, seja ele consciente ou não, compreensível ou não”.
A psicologia criminal encontra-se entreposta entre a Psicologia Forense e a Criminologia. Desta forma Goes Júnior (2012), salienta a importância em capacitar profissionais da segurança pública, policiais, investigadores, psicólogos, delegados, detetives, psiquiatras, entre outros , a fim de aperfeiçoar os conhecimentos que já possuem para que estejam preparados para observar as condições psíquicas do delinquente e a conduta que ele manifesta na ação criminosa. Os especialistas devem estar atentos tanto no que determina a Legislação Penal como a Psicologia Criminal, buscando identificar o que motiva determinado comportamento criminoso; a sua assinatura; o modus operandi; seu comportamento no local do crime, assim será possível construir um perfil comportamental mais exato do sujeito, havendo assim grande probabilidade de prevenir um futuro delito. 
Segundo Rocha (2017), a Psicologia Criminal é uma ciência que tem como propósito descrever como um comportamento é adquirido, aprendido, recordado, mantido e modificado pelas consequências. São também examinadas e avaliadas a prevenção, a intervenção e suas estratégias direcionadas a reduzir o comportamento criminoso e o transtorno da personalidade antissocial. Para Sá (2007), os crimes podem ser prevenidos a partir de algumas estratégias que promovam de forma saudável a reinserção social dos presos. De acordo com Travnik (2015), prevenção criminal é o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência/reincidência do delito. 
Na Criminologia Moderna estas ações podem ser divididas em três tipos: prevenção primária;  prevenção secundária;  prevenção terciária. Bandeira e Portugal (2017) cita Calhau (2009), que considera a prevenção primária por ser a mais genuína, ou seja, em um contexto geral é voltada para toda a população, é uma prevenção mais demorada e que gera altos custos. Segundo Molina (em Bandeira e Portugal, 2017), os programas de prevenção primária procuram neutralizar os crimes, antes que estes se manifestem e tornem-se maiores, procurando uma socialização proveitosa e de acordo com os objetivos sociais. 
A prevenção secundária, atua no momento posterior ao crime, destacando-se as ações policiais, programas de apoio e políticas penais. Seus esforços não são direcionados ao indivíduo em si, mas sim a um grupo de pessoas específicas consideradas mais suscetíveis a praticar ou sofrer crimes (TRAVNIK,2015). Calhau (2009), traz como exemplos de prevenção secundária, os programas que são utilizados por policiais, o controle das formas de comunicação entre os criminosos e o estudo do território e as estruturas que são usadas como proteção para os policiais em certas operações. Nesse caso, a principal função da prevenção secundária é agir sobre os indivíduos que estão em risco, a fim de melhorar suas capacidades. Os programadas de prevenção terciária caracterizam-se por ter como foco a população carcerária e a busca para evitar a reincidência desses indivíduos (CALHAU,2009). 
Tendo em vista os tipos de prevenção citado a cima, a Psicologia Criminal caracteriza-se como uma área importante principalmente quanto a sua contribuição na elaboração de perfis criminais de delinquentes. Esse trabalho é feito a partir da observação de características dos delitos, assim como prováveis comportamentos dos criminosos vistos na cena do crime por testemunhas ou segundo relatos das vítimas. Vale ressaltar que, perfilar esses indivíduos ajuda também na prevenção de novos possíveis delitos, tendo como base outros crimes que já ocorreram (Goes Júnior, 2012), como é o caso de muitos assassinatos em série onde através do perfil comportamental é possível prever os próximos passos e possíveis tipos de vítimas desses algozes. 
REFERÊNCIA: 
Bandeira, T. & Portugal, D. (2017). Criminologia. Universidade Federal da Bahia, Salvador: UFBA.
Bemfica, T. V. (2002). Contribuições da psicologia ao juiz nas decisões criminais. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção com Ênfase em Psicologia das Interações sociais. Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, Brasil.
Cabette, Eduardo Luiz Santos. A criminologia no século XXI. Jus brasil, 2012. Disponível em: <https://eduardocabette.jusbrasil.com.br/artigos/121937415/a-criminologia-no-seculo-xxi>.
Calhau, L. B. (2009). Resumo de Criminologia. (4ª ed.). Rio de Janeiro: Impetus.
Correia, Andréia. História da Psicologia Jurídica no Brasil. Andréia Correia Psicologa, 2019. Disponível em: https://andreiacorreiapsicologa.com.br/historia-da-psicologia-juridica-no-brasil/ >. 
Goes Junior: JUNIOR, Cristóvão de Melo Goes. A importância da psicologia criminal na investigação policial. Cogito,  Salvador ,  v. 13, p. 32-40, nov.  2012 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-94792012000100005&lng=pt&nrm=iso>. acessos em09  jun.  2020.
Leal, L. M. (2008). Psicologia Jurídica: história, ramificações e áreas de atuação. Diversa, 1(2), p. 171-185.
Pietro Júnior, João Carlos Garcia. Criminologia como ciência: conceitos, funções, elementos essenciais, métodos, sistemas e objetos de estudo ao longo da história. Âmbito Jurídico,2020. Disponível em:< https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-penal/criminologia-como-ciencia-conceitos-funcoes-elementos-essenciais-metodos-sistemas-e-objetos-de-estudo-ao-longo-da-historia/ >.
Pissutto, Giovanna. Criminologia. Jus Brasil, 2015. Disponível em: < https://gipissutto.jusbrasil.com.br/artigos/188716599/criminologia>.
Psicologia Forense e a atuação do psicólogo. Psico.usp,2017. Disponível em: < https://sites.usp.br/psicousp/psicologia-forense-e-atuacao-psicologo/>
Ribeiro, Marcelo dos Santos. Um breve histórico das escolas: clássica, positiva, crítica, moderna alemã e a influência da escola positiva na formação do Código Penal de 1940. Jus.com.br, 2017. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/59164/criminologia >. 
SÁ, Alvino Augusto. Criminologia clínica e psicologia criminal. São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2007.
Travnik, Wieland Puntigam. A prevenção criminal sob os aspectos da criminologia. Jus.com.br, 2015. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/35699/a-prevencao-criminal-sob-os-aspectos-da-criminologia >.

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