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PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL DOCENTE: JOSCILANE BRITO Boas vindas ao semestre 2021.1!!! 3 PLANO DE ENSINO UNIDADE DE ENSINO 1: PSICOLOGIA, EDUCAÇÃO E A DINÂMICA EDUCACACIONAL • SEÇÃO 1: Educação e Psicologia Escolar (Psicologia Escolar e Psicologia Educacional no Brasil, Psicologia Escolar: história e desafios) • SEÇÃO 2: A Psicologia e a dinâmica dos processos de ensino- aprendizagem (interfaces entre educação e contextos não escolares) • SEÇÃO 3: Processos Educacionais e a interface com a Psicologia (Interação família, escola e comunidade, Interação professor-aluno) 4 PLANO DE ENSINO UNIDADE DE ENSINO 2:PSICOLOGIA E OS DESAFIOS EM EDUCAÇÃO • SEÇÃO 1: Currículo e Produção da Subjetividade (análise crítica de fenômenos processuais) • SEÇÃO 2: Temas atuais em educação (Educação, autoridade e liberdade, representações sociais na educação: professores, escola e comunidade) • SEÇÃO 3: Desafios educacionais (Medicalização da educação, psicopatologia na sala de aula) 5 PLANO DE AULA • UNIDADE DE ENSINO 3: PSICOLOGIA ESCOLAR INSTITUCIONAL • SEÇÃO 1: Reflexões sobre contextos escolares (Desafios do trabalho em equipe nas escolas) • SEÇÃO 2: Psicologia e a Instituição Escolar (O psicólogo na escola: papel e funções do psicólogo escolar) • SEÇÃO 3: Psicólogo escolar em contextos não escolares (A cultura e os processos educacionais) 6 PLANO DE ENSINO UNIDADE DE ENSINO 4: PSICÓLOGO ESCOLAR: CONCEPÇÕES E PERSPECTIVAS ATUAIS • SEÇÃO 1: Psicólogo escolar: formação, titulação e abrangência (Perfil do psicólogo escolar) • SEÇÃO 2: Psicólogo e Ações Preventivas (Prevenção e promoção de saúde na escola) • SEÇÃO 3: Integração às Políticas Públicas e Demandas do Psicólogo Escolar (Políticas públicas e questões éticas da atuação do psicólogo escolar) 7 FERRAMENTAS DE PESQUISA Biblioteca Virtual como ferramenta de apoio ao estudo. • https://biblioteca-virtual.com/unopar “A COMPREENSÃO DO TEXTO, A SER ALCANÇADA POR SUA LEITURA CRÍTICA, IMPLICA A PERCEPÇÃO DAS RELAÇÕES ENTRE O TEXTO E O CONTEXTO”. (PAULO FREIRE) 8 9 UMA BREVE RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA A importância de retornar às origens Origem grega: psyché e logos: estudo da mente ou da alma. Ciência que estuda o comportamento e os processos mentais do ser humano. Ainda existe controvérsias entre diversos teóricos acerca do status da psicologia como ciência ou não. No entanto, dentro de cada abordagem há uma sistematização, uma metodologia e uma ética que deve orientar a prática do psicólogo. 10 UMA BREVE RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DA PSICOLOGIA A cada época a Psicologia evoluiu e, com isso, constituiu-se como uma ciência através de sua evolução científica Delineou seu próprio objeto de estudo. Objeto de estudo: Funções básicas do comportamento humano (aprendizagem, memória, pensamento, afetos) Questões sociais e formas de vida social. Ciclos de vida e os aspectos inerentes ao “tornar-se” humano. Processos de saúde e doença. 11 INFLUÊNCIAS NA PSICOLOGIA Influência filosóficas: Desde a antiguidade filósofos se ocuparam do que hoje ainda é objeto de ocupação de todos aqueles que se direcionam para a compreensão do homem: afetos, sentimentos, comportamentos, loucura.. O que diferencia a filosofia da psicologia? Sua abordagem metodológica e técnicas de investigação e atuação. A filosofia estudava a natureza humana através da especulação e intuição. O início da psicologia como ciência se baseou na observação e experimentação. 12 INFLUÊNCIAS NA PSICOLOGIA Passíveis de explicações pura e simplesmente através de leis da física e da química Determinismo: os atos são determinados pelo passado Reducionismo: reduzir parte complexas a partes mais simples. Séc XIX: Wilhelm Wundt “o pai da psicologia” - Alemanha 13 INFLUÊNCIAS NA PSICOLOGIA https://pt.wikipedia.org/wiki/Wilhelm_Wundt • fundador da psicologia como disciplina acadêmica formal; • funda o primeiro laboratório experimental de psicologia na Alemanha. • pesquisando temas como sensação, percepção, atenção entre outros. 14 INFLUÊNCIAS NA PSICOLOGIA O ápice do seu desenvolvimento científico da psicologia: Estados Unidos Primeiras grandes bases teóricas ou escolas: funcionalismo, estruturalismo e associacionismo. Base para o surgimento de outras grandes correntes teóricas dentro da psicologia: behaviorismo, Gestalt e psicanálise. IMPORTANTE!!! A psicologia como ciência e profissão surge em 1962, aliada ao momento histórico e social de criação e consolidação do capitalismo. 15 INFLUÊNCIAS NA PSICOLOGIA Para Patto (1984), a história da psicologia divide-se em três grandes períodos: 1°: 1906 a 1930, na 1ª República, marcado por estudos de laboratório num modelo europeu e sem a preocupação de intervir na realidade; 2°: 1930 a 1960, marcado pelo tecnicismo de origem norte-americana; 3°: a partir de 1960, o trabalho do psicólogo passa a ter uma forma mais adaptacionista – a figura do psicólogo escolar era tida como a de solucionador de problemas, especialmente os de comportamento e aprendizagem 16 Perguntas... 17 Prefeitura Municipal de Linhares – Psicólogo (IBADE – 2020). A instalação de laboratório em LEIPZING, a criação da disciplina de Psicologia e a publicação de revista científica foram marcos significativos da Psicologia no âmbito das ciências. O teórico que possibilitou tal fato foi: a) Freud. b) W. James. c) Wilhelm Wundt. d) Watson. e) Skinner. 18 Prefeitura Municipal de Sonora – Psicólogo (MS CONCURSO – 2019) Embora a Psicologia Científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para um rápido crescimento, resultado do grande avanço econômico que colocou os Estados Unidos na vanguarda do sistema capitalista. É ali que surgem as primeiras abordagens ou escolas em Psicologia, as quais deram origem às inúmeras teorias que existem atualmente. Essas abordagens são: A) Introspeccionismo, psicofísica, funcionalismo. B) Introspeccionismo, estruturalismo, funcionalismo. C) Associacionismo, funcionalismo, psicofísica. D) Funcionalismo, estruturalismo, associacionismo. CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL 19 MAS ANTES... O QUE VOCÊS ACHAM DO NOME DESSA DISCIPLINA? PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL SÃO A MESMA COISA? 20 Mas antes... 21 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Didaticamente há uma separação entre psicologia escolar e educacional. A Psicologia Escolar se destina à prática, contemplando aqueles profissionais que estão em campo, implementando estratégias de ação com alunos, professores, pais e demais funcionários da instituição educativa. A Psicologia Educacional inclui profissionais que se dedicam ao estudo teórico da área, ao desenvolvimento e à testagem de estratégias, refletindo sobre a prática e contribuindo para o avanço científico da área. Seu objetivo é utilizar e aplicar os conhecimentos, os princípios e os métodos da psicologia para a análise e o estudo dos fenômenos educativos. Teoria e prática são elementos indissociáveis na constituição de uma ciência dita humana? 22 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Estreita e antiga! Perpassada por dois grandes movimentos: Movimento higienista: Olhar voltado para a criança que não aprende; Influenciando as ações clínicas, individualizadas e normativas em psicologia nas escolas. Essas ações são limitadas tanto para investigar, quanto para intervir em problemas. Contudo, perdurou por muitos anos e influencia até hoje as expectativas do trabalho do psicólogo escolar em instituições educacionais. CONSIDERANDO AS CARACTERÍSTICAS ATÉ FALADAS DO MOVIMENTO HIGIENISTA, É POSSÍVEL QUE AINDA HOJE HAJA PSICÓLOGOS QUE TRABALHEM A PARTIR DESSA PERSPECTIVA? 23 Pergunta... 24 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Primeiromodelo de atuação do psicólogo. A psicologia deveria se adiantar aos problemas e cuidar do controle do bem-estar social e individual da nação. Características: • Clínico; pautado em avaliações individualizadas; • Utilizava de testes psicométricos; • Técnicas e estratégias de ajuste; • Esse paradigma de atuação apenas situava o profissional dentro da escola, mas não diretamente sobre ela e para ela. 25 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL O psicólogo ficava apenas em função dos seus próprios objetivos de trabalho pautados em investigação e ajuste da demanda individual do aluno. Qual o problema disso? Separação entre escola e sociedade. Concepção não-crítica das trocas que se dão entre a sociedade e o sistema escolar. 26 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Escola Nova ou escolanovismo: • década de 70: consideração de outros fatores no processo de aprendizagem e desenvolvimento humano. • Defendia a democratização do ensino e uma nova concepção de educação. • O aluno, ativo em seu processo de ensino-aprendizagem, tem possibilidade de desenvolver seu raciocínio e espírito crítico na escola, resolver problemas de vida e aperfeiçoar suas relações sociais. 27 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Concepção sociológica da relação entre escola e sociedade: • A escola não é só aparato ideológico de Estado, mas é um lugar de circulação e construção de saberes e práticas pertinentes a comunidade a qual pertence. • A escola deve ser um lugar de criação e transformação da realidade! • A psicologia Escolar foi uma das primeiras áreas no Brasil a esboçar uma crítica à formação profissional e ao modelo de atuação psicológica em educação. 28 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL O trabalho pioneiro de Maria Helena Souza Patto, de 1981, intitulado Psicologia e Ideologia: uma introdução crítica à Psicologia Escolar. Antes as concepções da Psicologia eram centradas: • a) no positivismo, na Psicometria e na Psicologia Diferencial; • b) nas explicações a respeito das dificuldades de aprendizagem, focadas na criança e na teoria da Carência Cultural; • c) no modelo clínico, psicoterapêutico e reeducativo de atuação psicológica no atendimento à queixa escolar. 29 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Repercussões na década de 80: • a) a importância de pesquisar os fenômenos educacionais a partir dos processos que acontecem no interior da escola; • b) a necessidade de encontrar modelos teórico-metológicos que superassem a noção unilateral de adaptação da criança ao sistema escolar; • c) o destaque para a necessidade de autonomia do trabalho do psicólogo em relação ao corpo dirigente da instituição escolar; • d) a reconstituição da identidade do psicólogo no campo da educação. 30 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Repercussões hoje: • a) a necessidade da Psicologia buscar na Educação concepções progressistas que contribuam para o entendimento do que é o homem concreto (como produto das relações sociais); • b) a necessidade de se buscar no interior da Psicologia pressupostos teórico-metodológicos que permitam analisar criticamente temas e teorias que possibilitem compreender o encontro do sujeito humano com a educação. 31 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL A partir disso, novos temas passaram a ser debatidos: a) fracasso escolar; b) identidade profissional; c) escolarização de pessoas com deficiência; e) atuação profissional na educação em uma perspectiva crítica; f) avaliação psicológica de problemas escolares; g) vida diária escolar, dentre outros. 32 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Perspectiva sociocrítica: relação psicologia e educação ao longo da história Qual a importância de pensar o histórico da psicologia escolar no Brasil a partir dessa perspectiva? Compreender como a psicologia respondeu ao longo de sua história, enquanto ciência, ao chamado da educação. Constantemente convocada pela educação para fundamentar teoricamente questões importantes da educação escolar. Mesmo com as contribuições que a psicologia ofereceu e que ainda pode oferecer para educação houve mudanças significativas até aqui? 33 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Postura comprometida com as preocupações da comunidade educativa escolar que, vinculando teoria e prática podem contribuir para a compreensão e melhoria das práticas em contextos educativos concretos. Efetivar uma prática consciente, que leve em conta as desigualdades sociais e seus efeitos na escolarização de nossas crianças e jovens. Compreender o nosso estar no mundo, situando-nos historicamente. 34 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Influência européia e norte-americana na sociedade brasileira na metodologia de ensino e pesquisa. Patto (1984): “(...) a primeira função desempenhada pelos psicólogos junto aos sistemas de ensino, (...) no Brasil, (...), foi a de medir habilidades e classificar crianças quanto à capacidade de aprender e de progredir pelos vários graus escolares”. A influência das ideias do movimento psicométrico, na atuação dos psicólogos no Brasil. Movimento psicométrico: segregador, categorizador. Qual o problema disso? Aprisionar a diferença num sistema negativo, comparativo! 35 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL A contribuições de Sigmund Freud (1856 - 1939) ao fundar a psicanálise referindo- se a relação entre o sujeito e seu grupo familiar parte importante da sua constituição psíquica. Além de contribuir para o questionamento de uma visão inatista que vigorava até então. Segundo Moysés e Collares (1992), Strauss, em 1918,“lança a hipótese de que os distúrbios de comportamento (...) e os de aprendizagem poderiam ser consequentes de uma lesão cerebral mínima”. Influência até hoje nas práticas psicológicas e educacionais que pretendem classificar crianças como normais e anormais, continua dando margens a pesquisas. 36 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Contexto socioideológico do período pós-Primeira Guerra: • Fase de industrialização brasileira • Projeto social de modernização • A população não estava suficientemente qualificada para o mercado de trabalho que surgia. • Além do Movimento de Higiene Mental, surgiu na década de 70 ideias produzidas nos Estados Unidos, que constituíam a Teoria da Carência Cultural. 37 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Teoria da Carência Cultural: • Explicava a discrepância de rendimento escolar observada entre as crianças dos vários níveis socioeconômicos. • As crianças de segmentos sociais pobres em recursos financeiros não possuem as mesmas aptidões para o aprendizado que as de classe privilegiada • Importante considerar os aspectos sociais, mas não pode se desconsiderar os aspectos ideológicos presentes nessa teoria. • Trabalho do psicólogo: diagnóstico das deficiências dos carentes mediante testes psicológicos, detectando suas incapacidades, buscando programar meios psicopedagógicos que possibilitassem a aprendizagem das crianças. 38 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Similaridade da função que o psicólogo começou a exercer no meio escolar com a antiga prática clínica. medidas adotadas a fim de “solucionar o problema da dificuldade de escolarização: • merenda escolar • grupos de reforço de aprendizagem • materiais produzidos para a estimulação precoce de crianças pré-escolares • Escolas Municipais de Educação Infantil Atribuição das dificuldades escolares atribuídas a características individuais das crianças. 39 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL A presença da psicologia da educação se deu principalmente através da criação de critériospara classificar, agrupar, quantificaros sujeitos que não estavam dentro dos padrões ideais dominantes de uma época. Rótulos... • Normais e anormais; • Idiotas, imbecis e retardados; • Criança problema; • Carente ou deficiente. 40 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Década de 1980 do século XX: • movimento de análise crítica da atuação do psicólogo escolar • Os “problemas de aprendizagem” : fenômenos complexos, constituído socialmente, cuja análise deve abarcar os aspectos históricos, econômicos, políticos e sociais. • Influenciado pelo Materialismo Histórico dialético - Karl Marx. • Relação dialética do homem com o próprio homem. • O fenômeno psicológico é também construído a partir das relações do homem numa topografia e sociedade específicos num momento histórico específico. 41 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL A educação e, mais especificamente, a educação escolar são compreendidas como instâncias fundamentais no processo de socialização do conhecimento produzido pela humanidade. as relações escola - sociedade devem ser “pensadas por contradição” “se o fato educativo é um politikum e um social, conseqüentemente, é também verdadeiro que toda situação política e social determina sensivelmente a educação” (Manacorda, 1989 apud Tanamachi, 1997). A realidade educacional é determinada por múltiplos fatores. 42 CONTEXTO HISTÓRICO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E EDUCACIONAL Importância do psicólogo, ao atuar no espaço institucionais, romper com o modelo clínico. Conforme Ragonesi (1997): • Romper com a separação entre as atividades de ensino que seriam responsabilidade do professor e o comportamento dos alunos, que por sua vez, seriam responsabilidade do psicólogo. • Situar mais adequadamente os processos psicológicos no interior do processo pedagógico, garantindo a especificidade de nossa atuação, a partir de uma reflexão sobre o lugar da Psicologia na Educação”, sem reduzir uma à outra. 43 SITUAÇÃO - PROBLEMA Maria Luiza é psicóloga, formada há um ano e interessada pela área escolar e educacional. Passou em um concurso da prefeitura como psicóloga escolar e assumiu o cargo em uma escola pública de período integral que atende crianças de 6 a 16 anos. Maria Luiza chegou à escola cheia de expectativas para sua atuação, mas se deparou com profissionais que desconhecem o desempenho do psicólogo no ambiente educacional. Por esse motivo, durante o período de observação da realidade da escola, ela decidiu elaborar uma apresentação aos funcionários contemplando o histórico da psicologia escolar e a contribuição dos saberes em Psicologia para a Educação. A fim de auxiliá-la, você foi convidado a organizar os principais acontecimentos e movimentos que marcaram a construção da psicologia escolar como campo de estudos e de atuação. 44 Não há um manual para atuação de uma psicologia crítica, mas princípios norteadores!!! 45 NOVAS PERSPECTIVAS : PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO Novas pesquisas foram sendo realizadas na interface psicologia e educação que buscavam pensar a atuação/formação em Psicologia Escolar em perspectiva crítica: a) Compromisso político do psicólogo com a luta por uma escola democrática e de qualidade social; - resgate da função social da escola em uma perspectiva histórico-crítica que remete à: - formação do pensamento científico; - formação do cidadão crítico; - ampliação da socialização e da difusão de valores na direção da sociedade democrática. 46 NOVAS PERSPECTIVAS : PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO b) ruptura epistemológica com concepções adaptativas de Psicologia na direção de uma Psicologia Crítica; - Fenômenos escolares enquanto produtos do processo de escolarização, constituídos pelas dimensões institucional, pedagógica e relacional; - O desenvolvimento humano e a aprendizagem enquanto processos inseparáveis, articulando as dimensões biológica, psicológica e histórica dos indivíduos; - a necessidade de construir instrumentos psicológicos de aproximação e de conhecimento da realidade que permitam compreender a complexidade dos fenômenos educativos; - a consideração da dimensão educativa no trabalho psicológico. 47 NOVAS PERSPECTIVAS : PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO c) construção de uma práxis psicológica frente à queixa escolar. - a demanda escolar/educacional como ponto de partida de uma ação na escola/instituição educativa que precisa ser compartilhada; - o trabalho participativo com todos os setores do processo educativo; - o fortalecimento do trabalho do professor/ educador; - a análise coletiva dos diferentes discursos presentes na escola/instituição educativa 48 NOVAS PERSPECTIVAS : PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO - ampliação das áreas tradicionais de atuação do psicólogo no campo da educação - mudança nas perguntas advinda da ruptura epistemológica, permitindo compreender a dimensão educativa do trabalho do psicólogo - construção de referentes teóricos para uma prática psicológica que considere as dimensões individuais, sociais e históricas do processo de escolarização. 49 SITUAÇÃO-PROBLEMA Sônia é mãe de Pedro, aluno do 3º ano do Ensino Fundamental, que apresenta dificuldades de aprendizagem. Em conversa com a psicóloga escolar da instituição, Sônia solicitou que a profissional realizasse avaliações psicológicas em seu filho para investigação de sua dificuldade na compreensão de textos lidos e na escrita de palavras. Porém, ela apontou que sua ação na instituição não contempla ações individualizadas e avaliativas. Sônia alega que 30 anos atrás, a primeira psicóloga da instituição atendeu individualmente seu irmão mais novo, que também apresentava problemas de aprendizagem. Como você ajudaria a psicóloga escolar a explicar para a mãe do aluno a nova forma de investigação das dificuldades de aprendizagem? 50 Momento para dúvidas, reflexões e contribuições... 51 (COMPERVE – 2018 – UFRN – Psicólogo Escolar) No Brasil, as inserções da psicologia no campo educacional marcaram as origens e o desenvolvimento da própria ciência psicológica. Nesse ínterim, muitas nomenclaturas foram utilizadas para circunscrever a área da psicologia que se dedica a pensar a educação e a intervir em contextos educativos. A denominação psicologia escolar e educacional tem sido mais utilizada em tempos recentes porque A) Condiz com a concepção segundo a qual o contexto educacional que interessa à intervenção psicológica é o da escola formal B) Reafirma a hierarquia de saberes entre psicologia e educação, na medida em que a primeira é reconhecida como ciência que subsidia a segunda. C) Considera a história, facetas e amplitude desse campo de conhecimento, sem, contudo, pautar-se na cisão entre teoria e prática outrora já adotada. D) Concebe a psicologia como área de atuação do psicólogo e a psicologia educacional como aplicação 52 RECAPITULANDO... A psicologia como ciência e profissão - momento histórico e social - capitalismo. As diferenças entre Psicologia Escolar e Educacional. Principais Movimentos históricos do campo da Psicologia Escolar e Educacional. Características dos primeiros modelos de atuação do psicólogo nos espaços escolares e educacionais. Cisão com o modelo clínico e construção de um modelo sóciocrítico da educação. A escola como uma ferramenta de transformação da realidade! O psicólogo presente no espaço escolar não como aquele que vai acabar com os problemas existentes, mas que irá construir conjuntamente a outros profissionais formas de enfrentamento para os problemas existentes. 53 REFERÊNCIAS Antunes, M. A. M. Psicologia Escolar e Educacional: história, compromissos e perspectivas. Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) • Volume 12 Número 2 Julho/Dezembro de 2008 • 469-475. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572008000200020. Acesso em: 17/02/2021.COLL, S.C.; MIRAS, M.M.; ONRUVIA, G.J.; SOLÉ, G.I. Psicologia da Educação. [Digite o Local da Editora]: Grupo A, 2015. 9788584290222. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788584290222/. Acesso em: 22 Feb 2021. Lima, A. O. M. N. Breve histórico da psicologia escolar no brasil. Psicologia Argumento, Curitiba, v. 23, n. 42 p. 17-23, jul./set. 2005. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/37686565_BREVE_HISTORICO_DA_PSICOLOGIA_ESCOLAR_NO_BRASIL. Acesso em: 17/02/2021. Souza, M. P. R. Psicologia Escolar e Educacional em busca de novas perspectivas Revista Semestral da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) * Volume 13, Número 1, Janeiro/Junho de 2009, p 179-182. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pee/v13n1/v13n1a21.pdf. Acesso em: 17/02/2021. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572008000200020 https://www.researchgate.net/publication/37686565_BREVE_HISTORICO_DA_PSICOLOGIA_ESCOLAR_NO_BRASIL http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pee/v13n1/v13n1a21.pdf Até a próxima aula!
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