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24. Aula de Endocardite

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ENDOCARDITE
INFECCIOSA
Alexandre Vargas Schwarzbold
Serviço de Infectologia
Hospital Universitário- UFSM
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ENDOCARDITE INFECCIOSA
Infecção ativa superfície endocárdica;
Bacteriana ou fúngica;
Protozoários ou vírus
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Conceitos
Infecção microbiana do endocárdio ou endotélio vascular
Lesão característica – vegetação
A incidência e mortalidade não diminuíram nos últimos 30 anos 
Espectro amplo de apresentações
Diretrizes por consenso de especialistas, pela baixa incidência, ausência de estudos
 randomizados e poucas meta-análises.
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Epidemiologia
Incidência – 3 a 10/100.000 pessoas/ano
 70 a 80 anos – 14.5/100.000 pessoas/ano
 Homens/mulheres – 2:1
Drogaditos – 11,6 / 100.000 pessoas/ano
Próteses – 1,5 a 3%/1º ano – 3 a 6%/5 anos
Mudanças no perfil epidemiológico: Antes: jovens com valvopatias reumáticas
 Hoje: idosos submetidos a procedimentos, próteses, PVM, valvopatias degenerativas e usuários de drogas intravenosas
Alta mortalidade hospitalar:15%
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FISIOPATOLOGIA
Dano endocárdio 
Rotura causa endocardite trombótica não bacteriana, a qual depois sofre colonização
Inflamação endotelial libera integrina 1, à qual adere a fibronectina da bactéria
Agregação de plaquetas e fibrina → vegetação estéril
Bacteremia transitória → semeadura da vegetação
Proliferação microbiana
Invasão da superfície endocárdica
Infecção metastática
Aderência bacteriana depende de fatores do hospedeiro e do patógeno
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FISIOPATOLOGIA
Microorganismos patológicos;
Fatores cardíacos predisponentes em 75%
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FORMAÇÃO DAS VEGETAÇÕES
Moreillon P, Que YA. Infective endocarditis. The Lancet 2004, Vol. 363, issue 9403:139-49.
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Risco de Endocardite
População geral não-cardiopata – 5/100.000 pts/ano
Prótese valvar por EI – 2.160/100.000 pts/ano
PVM sem sopro – 4,6/100.000 pts/ano
PVM com sopro IM – 52/100.000 pts/ano
E. Aórtica congênita – 271/100.000 pts/ano
CIV – 145/100.000 pts/ano
Cardiopatia reumática – 380-440/100.000 pts/ano
Endocardite prévia – 740/100.000 pts/ano
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Fatores predisponentes
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Risco Alto de EI ou Desfecho Adverso 
1. Próteses valvares
2. Endocardite infecciosa prévia
3. Cardiopatias congênitas:
 a) Cianóticas não corrigidas, incluindo “shunts” e condutos 	paliativos
 b) Com correção completa, com prótese ou dispositivo por 	cirurgia ou cateterismo, 	durante 6 meses após, até a	endotelização
 c) Corrigida com defeitos residuais no local ou adjacentes a 	retalhos ou dispositivos 	prostéticos (que inibem a	endotelização)
4. Receptores de transplante cardíaco com 	valvopatias (AHA)
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COMUNICAÇÃO INTERVENTRICULAR
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PROLAPSO VALVAR MITRAL
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FEBRE REUMÁTICA
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 PRÓTESES VALVULARES
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ESCLEROSE VALVAR AÓRTICA
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CALCIFICAÇÃO VALVAR AÓRTICA
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VEGETAÇÃO MITRAL
(“Endocardite Prévia”)
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25% DOS CASOS
VÁLVULAS NORMAIS
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Task Force on Infective Endocarditis of the European Society of Cardiology.
 Guidelines on Prevention, Diagnosis and Treatment of infective endocarditis 
 European Heart Journal 2004. 00:1-37.
CLASSIFICAÇÃO
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Classificação Atual das Endocardites
EVN – Endocardite de Valva Nativa
EDA – Endocardite em Drogaditos
EPP – Endocardite Precoce em 	 Prótese Valvar (até 1 ano)
ETP – Endocardite Tardia em Prótese 
 Valvar (após 1 ano)
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MICROBIOLOGIA
Predomínio de Gram positivos: Estreptococo e Estafilococo (Enterococo)
Bartonella, Coxiella, Brucella, Legionella
Outros Gram negativos
Fungos
HACEK
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MICROBIOLOGIA
Grupo HACEK (5%)
Haemophilus sp
Actinobacillus actinomycetemcomitans
Cardiobacterium hominis
Eikenella sp
Kingella sp
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Etiologia (%)
AGENTE EVN EDA EPP ETP
Estreptococo 65 15-20 5 35
 S. viridans 35 5-10 <5 25
 S. bovis 15 <5 <5 25
 S. faecalis 10 8 <5 <5
 Outros <5 <5 <5 <5 
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Etiologia (%)
AGENTE EVN EDA EPP ETP
Estafilococo 25 50 50 30
 P.C. + 23 50 20 10
 P.C. - <5 <5 30 20
Fungos <5 5 10 5
Polimicrobiana <1 1-5 5 5
Outras <5 5 5 <5
Cultura negativa 5-10 <5 <5 <5
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ENDOCARDITE DE 
PRÓTESE VALVULAR
Mauri et al. Infective endocarditis. Current Problems in Cardiology 2001, Vol. 26 num 9
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ENDOCARDITE EM USUÁRIOS DE DROGAS
Mauri et al. Infective endocarditis. Current Problems in Cardiology 2001, Vol. 26 num 9
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CAUSAS DE HEMOCULTURAS NEGATIVAS
Antibioticoterapia prévia;
Germes de crescimento lento: HACEK, Bartonella, Streptococcus Abiotrophia, Legionella, Listeria...
Fungos
Parasitas intracelulares obrigatórios – Coxiella, Chlamydiae 
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CAUSAS DE “HEMOCULTURAS NEGATIVAS”
NÃO É ENDOCARDITE INFECCIOSA!
Febre reumática aguda
Endocardite de Libman-Sacks
Endocardite trombótica não-bacteriana (“marantica”)
Coagulação intravascular disseminada.
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Localização da Vegetação (%)
LOCALIZAÇÃO SUB-AGUDA AGUDA DROGADITO
Esquerda 85 65 40
 Aórtica 15-26 18-25 15-20
 Mitral 38-45 30-35 15-20
 Ambas 23-30 15-20 13-20
Direita 5 20 50-70
 Tricúspide 1-5 15 45-65
 Pulmonar 1 Rara 2
 Ambas Rara Rara 3
Direita + Esquerda Rara 5-10 5-10
Outras 10 5 5
 
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Quadro Clínico
A maioria das manifestações e dos achados de exame físico é inespecífica
Originam-se de 3 aspectos:
 1. Infecção sistêmica (citocinas)
 2. Lesão estrutural cardíaca ou vascular
 3. Manifestações imunológicas
Podem se originar predominantemente das complicações 
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Quadro Clínico
EVN, EVP, EDA compartilham sintomas, sinais e achados laboratoriais
Curso cínico depende do agente infeccioso
Aguda – estreptococos -hemolíticos, St. aureus, pneumococos
Sub-aguda – St.viridans, enterococos,HACEK, estafilococos coagulase negativos 
Indolentes – Bartonella, Tropheryma whipplei
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Apresentação Clínica
Apresentação e curso variável e imprevisível;
Sinais clássicos: febre, sopro e sinais periféricos;
Sintomas inespecíficos
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Quadro Clínico - Sintomas (%)
Febre – 80-85	 	AVC – 13-20
Calafrios – 42-75 	Cefaléia – 15-40
Sudorese – 25	 Náusea/vômito - 15-20
Anorexia – 25-55 	 Mialgia/artralgia - 15-30
Emagrecimento - 30	 Dor torácica (EDA) 8-35
Mal-estar – 25-40	 Dor abdominal – 5-15
Dispnéia – 25		 Dor em dorso – 7-10
Confusão – 10-20
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Quadro Clínico - Sinais (%)
Febre – 80-90	 Baqueteamento – 10-20
Sopro – 80-85 N. Osler - 7-10
Sopro novo /  10-40 H. sub-ungueais - 5-15
Alt.Neurológicas 30-40	 Petéquias – 10-40
Embolizações – 20-40 L. Janeway – 6-10
Esplenomegalia – 15-50 M. Roth – 4-10
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NÓDULOS DE OSLER
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MANCHAS DE ROTH
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FENÔMENOS VASCULARES
MANCHAS DE JANEWAY
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AVALIAÇÃO LABORATORIAL
HEMOCULTURAS
HEMOGRAMA
VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO
PROTEÍNA C REATIVA
EXAME QUALITATIVO DE URINA
FATOR REUMATÓIDE
OUTROS
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Quando suspeitar de EI ?
Sopro regurgitante
novo
Eventos embólicos de origem desconhecida
Sepse de origem desconhecida
Febre associada a prótese, EI prévia, cardiopatia congênita, imunodepressão, uso de droga IV, procedimento invasivo recente, fenômenos vasculares, sinais neurológicos focais, TEP, abscessos periféricos de causa desconhecida, HC + para germe compatível.
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ECOCARDIOGRAMA
TRANSTORÁCICO X TRANSESOFÁGICO
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Ecocardiograma na EI
Fazer ETT ante a suspeita
Se ETT normal, fazer ETE
Se ETE normal, com suspeita clínica forte, repetir após 1 semana
Repetir ETT e ETE ante a suspeita de complicação estrutural ou para monitorar o tamanho da vegetação
Repetir ETT ao final do tratamento
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VEGETAÇÕES < 2 mm
MITRAL
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INDICAÇÕES DE ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO
Pacientes de alto risco
Próteses	- Cardiopatia congênita
EI prévia	- S aureus
Avaliação de complicações
Planejamento cirúrgico
Imagem inadequada no eco transtorácico
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DIAGNÓSTICO
BASEADO EM CRITÉRIOS PREDETERMINADOS 
PATOLÓGICOS 
CLÍNICOS
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CRITÉRIOS CLÍNICOS 
DE DUKE
Durack DT et al. Am J Med 1994; 96:200-9.
ENDOCARDITE 
INFECCIOSA
2 CRITÉRIOS MAIORES
6 CRITÉRIOS MENORES
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Critérios de Duke Modificados - Maiores
Hemoculturas positivas (1 dos abaixo)
 (Colher 3 amostras venosas de 10 ml)
 Microorganismo típico em 2 separadas
 Duas positivas com intervalo > 12 horas,
 Três em 3 com intervalo > 1 hora, ou a maioria de pelo menos 4 em > 1 hora
Ecocardiograma (1 dos abaixo)
 Massa oscilante na valva, fluxo ou prótese,
 Discinesia parcial nova de prótese, ou
 Regurgitação valvar nova
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Critérios de Duke Modificados - Menores
Predisposição: cardiopatia / drogadição
Febre >/= 38C
Vasculares: 
 Embolia em artéria calibrosa
 Infarto pulmonar séptico
 Aneurisma micótico
 AVC hemorrágico
 Hemorragia conjuntival 
 Lesões de Janeway
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Critérios de Duke Modificados - Menores
Imunológicos:
 Glomerulonefrite
 Nódulos de Osler
 Manchas de Roth
 Fator reumatóide positivo
Microbiológicos:
 Hemocultura com uma amostra positiva
 Sorologia de infecção ativa por germe compatível com EI
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Diagnóstico Definido
Critérios patológicos:
 Microorganismo em cultura ou histologia de material cirúrgico ou de necrópsia
Critérios clínicos:
 Dois critérios maiores, um maior e três menores ou cinco menores
Sensibilidade 80 a 100%
VPN = 92%
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ENDOCARDITE POSSÍVEL
Não preenche critérios definitivos mas não podemos rejeitar o diagnóstico....
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Diagnóstico 
Possível: 
 1 critério maior e 1 menor ou 3 menores
Afastado:
 Diagnóstico alternativo consistente
 Resolução com antibiótico em até 4 dias
 Nenhuma evidência patológica em peça cirúrgica ou necrópsia, após antibiótico por até 4 dias
 Critérios insuficientes para EI possível
VPN ↑ (92%)
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COMPLICAÇÕES - MECANISMOS
CARDÍACAS
EXTRACARDÍACAS
NEUROLÓGICAS
RENAIS
VASCULARES PERIFÉRICAS
Extensão direta da infecção;
Disseminação hematogênica da infecção para órgãos distantes;
Depósito de imunocomplexos;
Eventos embólicos
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Extensão direta da infecção
DESTRUIÇÃO E INSUFICIÊNCIA VALVULAR:
Insuficiência cardíaca
aguda – edema agudo de pulmão;
crônica
Deiscência da prótese.
FORMAÇÃO DE ABSCESSOS, ANEURISMAS E FÍSTULAS;
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DEPÓSITO DE IMUNOCOMPLEXOS
Glomerulonefrite;
Artrite;
Nódulos de Osler;
Manchas de Roth;
Vasculite leucocitoclástica
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VASCULITE LEUCOCITOCLÁSTICA 
purpura fulminans
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EMBOLIZAÇÃO
(até 50%)
65% - Cerebral AVC - ABSCESSOS
Coronárias  IAM
Pele;
Rins;
Baço  ABSCESSOS;
PULMÕES...
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ECOCARDIOGRAMA
PREDITOR DE EMBOLIZAÇÃO
Mauri et al. Infective endocarditis. Current Problems in Cardiology 2001, Vol. 26 num 9
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ANEURISMAS MICÓTICOS
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ANEURISMAS MICÓTICOS
1 a 5% dos casos 60% mortalidade
80% ruptura
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MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS
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MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS
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MANIFESTAÇÕES NEUROLÓGICAS
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Princípios de Tratamento
Objetivos: 
 Erradicar o microorganismo
 Indicação cirúrgica adequada
 Tratar as eventuais complicações
Princípios:
 Antibiótico bactericida / parenteral
 Tempo de tratamento prolongado
 Combinações sinérgicas (organismos atípicos)
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ANTIBIOTICOTERAPIA
Hospitalar por 1 a 2 semanas; “internação domiciliar” após ...
Associação de 2 ou 3 drogas;
Prolongada (4, 6 ou 8 semanas);
Idealmente orientada por hemocultura e antibiograma;
Manter altas concentrações séricas das drogas;
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EVN por Estreptococos 
Pen.G Cristalina ou Ceftriaxona x 4 semanas
Pen.G Cristalina ou Ceftriaxona 2 semanas + Gentamicina x 2 semanas
Resposta rápida e sem complicações: PGC 2-4 semanas, possível alta após 7 dias
Pts > 65 a, e/ou Cr, lesão de 8º par craniano ou alérgicos: Ceftriaxona x 4 sem.
Pts alérgicos: Vancomicina x 4 sem.
Resistentes: Vancomicina + Gentamicina x 6 semanas
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EVN por Estafilococos
MSSA em pts não alérgicos à penicilina 
 Oxacilina x 6 semanas + Gentamicina x 3-5 dias iniciais do tratamento
MSSA em pts alérgicos à penicilina Cefazolina x 6 semanas + gentamicina x 3-5 dias iniciais.
MRSA – Vancomicina x 6 semanas 
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EVP por Estafilococos
MSSA – Oxacilina + Rifampicina x 6-8 semanas + Gentamicina x 2 semanas 
MRSA – Vancomicina + Rifampicina x 6-8 semanas + Gentamicina x 2 semanas
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EI pelo Grupo HACEK*
Ceftriaxona x 4 semanas
 ou 
Ampicilina 12 g/d IV x 4 semanas em infusão contínua ou dividida em doses cada 4 horas
 associada a
Gentamicina x 4 semanas.
* Haemophilus / Actinobacillus / Cardiobacterium / Eikenella / Kingella 
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EI com Hemoculturas Negativas ou com Etiologia não Identificada
EVN e EVP > 1 ano
 Ampicilina + Gentamicina, ambos x 4-6 semanas
 Alérgicos: Vancomicina + Gentamicina + Ciprofloxacino, todos 4-6 semanas
EVP até 1 ano
 Vancomicina x 6 s + Rifampicina x 6 s + Gentamicina x 2 s + Cefepime x 6 semanas
Suspeita de Bartonella
 Ceftriaxona x 6 s. + Gentamicina x 2 s. + Doxiciclina x 6 semanas
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Doses dos Antibióticos na EI
PGC – 12-20 Milhões U/d (estreptococo sensível)
 20-24 Milhões U/d (estr. Interm/resistente)
Gentamicina – 3 mg/Kg/d em 3 doses
Ceftriaxona – 2 g/d em dose única
Vancomicina – 30 mg/Kg/d em 2 doses
Oxacilina – 8-12 g/d IV em 4 doses
Rifampicina – 900 mg/d em 3 doses IV/VO
Ciprofloxacino – 800 mg/d em 2 doses
Cefepime – 6 g/d em 3 doses
Doxiciclina – 200 mg/Kg/d em 2 doses IV/VO
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Anticoagulação
Evitar exceto indicações urgentes (TEP)
Interromper cumarínicos se for possível
Prótese mecânica  manter RNI 2,5 a 3,5
Evitar antibióticos IM se o paciente estiver anticoagulado
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Indicações de Cirurgia
I.C. por regurgitação mitral / aórtica aguda
Infecção não controlada após 8 dias de tto.
Infecção não controlada localmente
Vegetações > 10 mm ou aumentando
“Kissing vegetations” na valva mitral
Agentes muito destrutivos ou pouco responsivos ao tratamento
EPP (< 12 meses da cirurgia)
EPT com escape, obstrução, perturbações da condução, abscessos, hemoculturas positivas persistentes
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CURVA DE SOBREVIDA
ENDOCARDITE + INSUF. CARDÍACA
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COMO EVITAR ?
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Bacteremia Provável
Procedimentos dentários c/ risco de sangrar
Broncoscopia rígida
Cistoscopia com infecção urinária
Biópsia de trato urinário e próstata
Amigdalectomia e adenoidectomia
Dilatação esofágica e escleroterapia
Instrumentação de vias biliares obstruídas
Prostatectomia transuretral
Litotripsia
Procedimentos ginecológicos com infecção
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Piercing
Penetração com jóias em orifícios feitos nas sobrancelhas, helix da orelha, lábios, língua, nariz, umbigo, mamilos e genitais
Crescente na cultura ocidental contemporânea
2002 – Universitários em New York – 
 Homens – 42% Mulheres – 60%
EUA/França – 10-20% têm infecção local por Staphylococcus aureus, estreptococos do grupo A, Pseudomonas sp. 
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Piercing x Endocardite
1991 a 1999 – 3 casos
2001 a 2003 - 5 casos
Todos – Cardiopatia com sopro sistólico
Língua > Orelha > Nariz
> Mamilo/umbigo
Média de idade – 20 anos
Sintomas 1 mês após o procedimento
St. Aureus PC (-) e epidermidis – 62%
Outros – Neisseria, Haemophilus, Streptococcus
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Casos Publicados
Sexo – Idade – Local – Intervalo – Lesão – Agente
 F 14 Nariz 3 Semanas Sem St. Aureus
 F 30 Ouvido Semanas SS ejetivo St. Epid.
 M 24 Mamilo 1 Mês V.Ao.Bic.+Co.Ao St. Epid.
 F 20 Língua 1 Mês Insufic. Mitral N. mucosa
 M 25 Língua 2 Meses Valvoplast. Ao H.aphroph.
 F 13 Umbigo 1 Mês SS ++/6 St.aureus
 M 15 Ouvido ? CIV St.Grupo A
47% dos pais de crianças com cardiopatias congênitas não conheciam endocardite infecciosa 
29% tinham orientação de profilaxia de endocardite
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Endocardite por Haemophilus aphrophilus
www.cdc.gov/ncidod/EID/vol8no8/01-0458-G.htm. Agosto/2002
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Tatuagem 
Pigmentos industriais orgânicos com alta carga de impurezas e microorganismos
Infecções virais: hepatites B,C,D, HIV, Papilomavirus, Vaccinia
Bactérias: St. aureus, St. Pyogenes, Pseudomonas sp., Clostridium tetani, Haemophilus ducreyi, Treponema pallidum, Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium leprae
Fungos: esporotricose e zygomicose
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Tatuagem
Há um caso relatado de EI após tatuagens repetidas em um induvíduo com valvopatia conhecida.*
63 amostras de tinta destinadas a tatuagens e maquiagens permanentes foram semeadas antes do uso:
 18% positivas para bactérias e fungos 
 7 amostras acima de 100.000 bact/ml
 10% positivas para pseudomonas
 5% positivas para pseudomonas aeruginosa.**
* Satchithananda DK et al – Heart2001 Jan:85(1):11-2
** Reus HR et al – ND COS 012, November 2001
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Piercing é Alto Risco para EI ?
O procedimento é altamente invasivo
A flora local é compatível com EI
O tempo de cicatrização é longo: língua 6 semanas e umbigo até 1 ano
Profissionais não qualificados e higiene precária
Jóia com contaminação microbiana
Higiene deficiente depois (língua, umbigo)
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EQUIPE CIRÚRGICA
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CENTRO CIRÚRGICO
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Piercing e Tatuagem
 “A educação de pacientes em risco de EI é fundamental, e os procedimentos de piercing e tatuagem devem ser desencorajados. Se realizados, devem ser feitos em condições estritamente estéreis, apesar de não se usar profilaxia.”
 
 European Society of Cardiology Guidelines, Sept. 2009
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Bacteremia em Procedimentos Dentários
Extração - 10-100%
Cir. Periodontal - 36-88%
Proc. Endodônticos - até 20%
Limpeza dental - até 40%
Matriz p/ elásticos - 9-32%
Escovação - 20-68%
Uso de palitos - 20-40%
Jato de água - 7-50%
Mastigação de alimentos - 7-51%
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Porém...
Parece não haver diferença clinicamente significante na freqüência, natureza, magnitude e duração da bacteremia associada aos procedimentos dentários comparados às atividades rotineiras diárias.
Em pacientes com má higiene oral, a incidência de bacteremia antes de extração dentária pode ser semelhante à de bacteremia após a extração.
Não há evidência de que sangramento visível em procedimentos seja um bom preditor de bacteremia. 
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Dúvidas
Qual procedimento dentário requer profilaxia para endocardite ?
Os procedimentos têm mais risco de bacteremia que as rotinas diárias ( mastigação, bochechos, escovação ) ?
Duas escovações diárias em 1 ano têm 154.000 vezes mais risco de bacteremia que uma extração.
Rotinas diárias durante 1 ano têm 5,6 milhões de vezes mais risco de bacteremia que uma extração.
Não existe um estudo prospectivo, randomizado, controlado por placebo para profilaxia de EI.
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Estimativa de Risco
 Risco de EI para 1 procedimento dentário:
População geral – 1:14.000.000
Prolapso de valva mitral – 1:1.100.000
Cardiopatia congênita – 1:475.000
Endocardite prévia: 1:95.000
Cardiopatia reumática: 1:142.000
Prótese: 1:114.000
Mesmo que a eficácia dos antibióticos profiláticos fosse 100%, o número de EI prevenidas seria muito baixo.
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ACC/AHA 2008 Guideline Update on Valvular Heart Disease: Focused Update on Infective Endocarditis Circulation 2008:118:000-000 - August 19, 2008.
 “Os clínicos devem estar disponíveis para discutir as razões para estas novas mudanças com seus pacientes, incluindo a falta de evidência científica para demonstrar um benefício provado na profilaxia da endocardite infecciosa.”
 “ Com o tempo e a educação continuada,o Comitê prevê aceitação crescente das novas diretrizes entre médicos e pacientes.”
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Guidelines on the Prevention, Diagnosis and Treatment of Infective Endocarditis
European Society of Cardiology – Sept. 2009
 
 “Após revisão informada e discussão com o paciente, muitos médicos podem decidir continuar com a profilaxia, e esta visão deve ser respeitada.” 
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Indicações de Profilaxia para EI Classe IIa - Evidência C 
1. Próteses valvares ou reparos com material prostético
2. Endocardite infecciosa prévia
3. Cardiopatias congênitas:
 a) Cianóticas não corrigidas, incluindo “shunts” e condutos 	paliativos
 b) Com correção completa, com prótese ou dispositivo por 	cirurgia ou cateterismo, durante 6 meses após, até a	endotelização
 c) Corrigidas com defeitos residuais no local ou adjacentes a retalhos ou dispositivos prostéticos (que inibem a endotelização)
4. Receptores de transplante cardíaco com regurgitações valvares por alterações estruturais (AHA)
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Profilaxia para EI Não indicada
Estenose aórtica
Estenose mitral
Prolapso da valva mitral, sintomático
 ou assintomático
Valvopatias nativas em adolescentes e adultos jovens
Estenose pulmonar com valvotomia por balão
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Indicações de Profilaxia para EI 
Procedimentos dentários com:
 1. Manipulação de gengivas
 2. Manipulação periapical dos dentes
 3. Perfuração das mucosas
Não é indicada em anestesia em tecido não infectado, colocação, ajuste ou retirada de próteses e dispositivos ortodônticos, perda da 1ª dentição ou trauma aos lábios e mucosa oral.
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Profilaxia - Procedimentos Dentários 
Amoxicilina 2 g VO ½ a 1 hora antes do procedimento dentário 
	(crianças 50 mg/Kg)
Alérgicos e/ou incapazes de deglutir: Clindamicina 600 mg (crianças 20 mg/Kg) VO, IM ou IV
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Prevention of Infective Endocarditis
Guidelines from the American Heart Association
Circulation 2007:116:1736-54 - May 8, 2007.
“...A manutenção de boa higiene oral e o acesso a cuidados dentários de rotina provavelmente são mais importantes na redução do risco de endocardite por toda a vida que a administração de profilaxia antibiótica para um procedimento dentário.”
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	ALEXANDRE V. SCHWARZBOLD
	Serviço de Infectologia
	Hospital Universitário / UFSM
 
 		 alexvspoa@hotmail.com
		 	
 	
			
OBRIGADO
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BACK-UP
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Etiologia da Endocardite por Prótese
 
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Trato respiratório
Recomendação: Classe IIA,LOE C
Fatores predisponentes com:
	Incisão e biópsia da mucosa respiratória: adenoidectomia, etc.
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Trato Gastrointestinal e urinário
Enterococcus ?
Condições predisponentes com:
	Infecção determinada do TGI ou com uso empírico em sepsis: INCLUIR agente anti-Enterococcus. (Classe IIB LOE B)
Colonização/infecção com Enterococcus e manipulação do TU: profilaxia
	(Classe IIB LOE B)
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