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383_METEOROLOGIA_E_CLIMATOLOGIA_VD2_Mar_2006

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METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Mário Adelmo Varejão-Silva
Versão digital 2 – Recife, 2006
369
CAPÍTULO IX
PERTURBAÇÕES ATMOSFÉRICAS.
1. Massas de ar e frentes.
Em Meteorologia, a expressão massa de ar é usada especificamente para designar uma
grande porção da atmosfera, cobrindo milhares de quilômetros da superfície terrestre e que
apresenta uma distribuição vertical aproximadamente uniforme, tanto da temperatura, como da
umidade. Isso significa que, a uma dada altitude, a temperatura do ar tem valor aproximada-
mente igual em qualquer ponto do interior da massa de ar, o mesmo acontecendo em relação à
umidade (Fig. IX.1). Então, em uma massa de ar, as superfícies equiescalares do campo da
temperatura e da umidade são superfícies de nível quase constante (estratificação) ou, em ou-
tras palavras, as componentes horizontais (meridional e zonal) dos gradientes de temperatura
e de umidade têm pequena magnitude (essas grandezas variam pouco com as coordenadas
horizontais). 
Uma massa de ar se forma quando uma considerável porção da atmosfera estabelece
um prolongado contato com uma vasta região, cuja superfície possui características aproxima-
damente homogêneas (oceanos, grandes florestas, extensos desertos, amplos campos de
gelo). Por influência da superfície, a camada de ar termina adquirindo propriedades termodi-
nâmicas bastante definidas no que concerne a calor e umidade. Quanto mais prolongado o
contato com a superfície, mais espessa a camada de ar atingida por sua influência.
Para que o contato do ar com a superfície seja efetivamente prolongado, impõe-se uma
condição dinâmica: a presença de um amplo anticiclone na região, assegurando divergência à
superfície, o que implica a ocorrência de ventos fracos, os quais provocam pequena turbulência
mecânica. Essa turbulência é indispensável à mistura do ar e a conseqüente distribuição espa-
cial de suas propriedades físicas. Não existindo vento, a camada atmosférica, modificada por
influência da superfície, seria muito menos espessa. Por outro lado, se a velocidade do vento
fosse grande, haveria intensa turbulência, atingindo uma camada atmosférica muito mais es-
pessa, o que dificultaria a formação da massa de ar. 
Os oceanos, os desertos, as grandes áreas cobertas de gelo e as extensas florestas
são, a priori, áreas potencialmente propícias à formação de massas de ar, face à uniformidade
que apresentam. Quando uma dessas áreas se encontra sob a ação de um vasto anticiclone,
têm-se satisfeitos todos os requisitos necessários à gênese de uma massa de ar.

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