Farmácia Clínica - Aula 1

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Aula 1 – Luíza Oliveira 
 6o Semestre 
 
 
 
 
 
Introdução 
Farmácia Clínica: disciplina da saúde em que o 
farmacêutico presta assistência ao paciente por 
meio da prática do uso racional dos 
medicamentos com a adequação da terapia 
medicamentosa e da prevenção de doenças. 
Atividade farmacêutica centrada 
no 
 PACIENTE! 
RESOLUÇÃO CFF n0 585/2013 
“Área da farmácia voltada à ciência e 
prática do uso racional de medicamentos, na qual 
os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, 
de forma a otimizar a farmacoterapia, promover 
saúde e bem-estar, e prevenir doenças.” 
Atribuições do farmacêutico clínico 
 Estabelecer e conduzir uma relação de 
cuidado centrada no paciente. 
 Participar do planejamento e da avaliação da 
farmacoterapia. 
 Analisar a prescrição de medicamentos 
quanto aos aspectos legais e técnicos-
paciente, dose, via de adm. 
 Realizar intervenção farmacêuticas. 
 Promover a consulta farmacêutica em 
consultório farmacêutico. 
 
 
 
 
 
 
 
 Fazer a anamnese farmacêutica. 
 Solicitar exames laboratoriais. 
 Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos 
problemas relacionados a medicamentos 
(PRM) e na farmacoterapia. 
 Reconciliação medicamentosa: processo de 
revisão do tratamento do paciente, antes e 
depois de transições no cuidado. 
 Prescrição farmacêutica 
 Participação em comissões, como: 
Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional 
(EMTN): acompanha pacientes com nutrição por 
via enteral, mas principalmente em nutrição 
parenteral, auxiliando na administração de 
medicamentos via sonda. 
Equipe Multidisciplinar de Terapia Antineoplásica 
(EMTA): acompanha pacientes oncológicos, 
fornecendo suporte nos regimes terapêuticos. 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar 
(CCIH): tem papel importante no controle do uso 
de antimicrobianos. 
Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT): 
fornece dados de farmacoeconomia, seleção e 
padronização de medicamentos. 
 
 
 
Farmácia Clínica 
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Atividades desenvolvidas na prática clínica 
Atenção farmacêutica 
Compreende atitudes, valores éticos, 
comportamentos, habilidade, compromissos e 
corresponsabilidades na prevenção de doenças, 
promoção e recuperação da saúde de forma 
integrada à equipe de saúde. É o momento da 
integração total entre o farmacêutico e o 
paciente, visando a uma farmacoterapia racional 
e obtenção de resultados, voltados para a 
melhoria da qualidade de vida. 
Uso racional de medicamentos 
Segundo a Organização Mundial de Saúde 
(OMS), há uso racional de medicamento quando 
o paciente recebe a medicação apropriada à sua 
condição clínica, em uma dose adequada, por um 
período correto e com menor custo à 
sociedade. Portanto, é função do farmacêutico 
garantir que essa prática seja realizada. 
Consulta farmacêutica 
O farmacêutico atende um a um seus pacientes, 
com a finalidade de agregar dados sobre sua 
condição de saúde, devendo registrar todas as 
informações no prontuário deles. 
Farmacovigilância 
É o conjunto de atividades relativas a 
identificação, avaliação, compreensão e 
prevenção de efeito relacionado ao 
medicamento, devido a desvio de qualidade de 
um produto farmacêutico, erros de 
administração, uso de algum medicamento para 
uma finalidade não aprovada em bula (uso off 
label), etc. 
Reação adversa a medicamento 
É qualquer resposta a medicamentos que não 
seja desejável ou seja prejudicial ao paciente, em 
doses geralmente usadas para profilaxia, 
diagnóstico, terapia ou para modificar alguma 
função fisiológica. O farmacêutico tem habilidades 
e conhecimentos para identificar essas reações 
no paciente. 
Cronofarmacologia 
É o estudo relacionado aos efeitos dos fármacos 
de acordo com o passar do tempo no organismo 
do paciente. O farmacêutico verifica as variações 
que podem ocorrer durante o dia ou durante a 
noite e as alterações em decorrência do ritmo 
circadiano, por exemplo. 
 
Interpretação de exames laboratoriais 
É uma prática clínica fundamental para identificar 
possíveis interferências da medicação, a fim de 
determinar a substituição e até mesmo a 
suspensão da farmacoterapia. Os principais 
exames observados são: hemograma, função 
renal e hepática, marcadores do tipo inflamatório 
e infecciosos, enzimas cardíacas, coagulograma, 
dosagem hormonal e glicose. 
Ajuste de dose do fármaco 
O sucesso da terapia está diretamente 
relacionado às particularidades de cada paciente, 
bem como ao fato de que este deve receber 
uma dose específica de um determinado 
medicamento. Portanto, é necessário fazer o 
correto ajuste da dose para evitar acúmulo no 
fígado, por exemplo. 
 
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Interação medicamentosa 
É comum nos ambientes hospitalares, dada a 
grande quantidade de medicamentos usados 
pelos pacientes. Nesse caso, o farmacêutico é o 
profissional responsável por identificar essa 
ocorrência e avaliar a resposta do paciente à 
terapia. 
Prescrição farmacêutica 
A Resolução n0 586 de agosto de 2013 regulamenta 
a prática da prescrição farmacêutica. 
Prescrição farmacêutica: ato pelo qual o farmacêutico 
seleciona e documenta terapias farmacológicas e 
não farmacológicas, e outras intervenções 
relativas ao cuidado à saúde do paciente, visando 
à promoção, proteção e recuperação da saúde, 
e a prevenção de doenças e de outros 
problemas de saúde. 
 O farmacêutico poderá realizar a prescrição de 
medicamentos e outros produtos com finalidade 
terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição 
médica. 
 
 O farmacêutico poderá prescrever medicamentos 
que exijam prescrição médica: desde que exista 
diagnóstico prévio e quando estiver previsto em 
protocolos aprovados para uso em instituições de 
saúde, ou quando houver acordo de colaboração 
com outros prescritores ou instituição de saúde. 
 
 Para o exercício o profissional deve 
possui o título de especialista profissional 
farmacêutico na área clínica. 
 
Tipos de prescrição 
Há dois tipos de prescrição voltados a 
profissionais não médicos, são elas: 
Prescrição dependente: ocorre quando o médico 
delega essa função a outro profissional, como o 
farmacêutico. 
Prescrição independente: o profissional tem que ser 
habilitado a prescrever. No Brasil, a prescrição é 
somente desse tipo e o profissional farmacêutico 
deve ser legalmente habilitado para esse fim, 
com registro no Conselho Regional de Farmácia 
de sua jurisdição. 
 
É proibido o farmacêutico modificar ou 
alterar a prescrição de medicamentos 
do paciente quando for emitida por outro 
profissional, exceto quando ocorrer em acordo de 
colaboração. 
 
Assistência farmacêutica 
É a interação direta do farmacêutico com 
o usuário, visando a uma farmacoterapia racional 
e à obtenção de resultados definitivos e 
mensuráveis, voltados para a melhoria da 
qualidade de vida. 
Seus objetivos são: 
 Reduzir e prevenir a morbimortalidade 
relacionada a medicamentos. 
 Facilitar o acompanhamento dos 
pacientes. 
 Controlar a farmacoterapia. 
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 Prevenir, identificar e solucionar 
problemas relacionados ao uso de 
medicamentos. 
Componentes da Atenção Farmacêutica 
Os componentes da prática profissional para o 
exercício da atenção farmacêutica são: 
 Educação em saúde, compreendida 
como a promoção do uso racional de 
medicamentos. 
 Orientação farmacêutica. 
 Dispensação de medicamentos. 
 Atendimento farmacêutico. 
 Acompanhamento farmacoterapêutico. 
 Registro sistemático das atividades 
desenvolvidas. 
Problemas relacionados aos medicamentos 
(PRM’s) 
O PRM pode ser real quando é manifestado, ou 
potencial quando há possibilidade de ocorrer. 
Suas causas são múltiplas, podendo estar 
relacionadasa medicamentos, ao paciente ou ao 
sistema de saúde (profissionais, protocolos, 
rotinas de atendimento, etc.). 
 
PRM X RNM 
Problemas relacionados aos medicamentos (PRM’s): envolve 
“situações que no processo de uso dos 
medicamentos causam ou podem causar o 
aparecimento de um resultado negativo 
associado à medicação” CAUSA dos RNMs 
Resultados negativos associados a medicação (RNM’s): são 
os “resultados em saúde do paciente não 
adequado ao objetivo da farmacoterapia e 
associado ao uso ou falha no uso destes” 
Resultado paciente 
 
CLASSIFICAÇÃO DE PROBLEMAS RELACIONADOS À MEDICAÇÃO (PRM): 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS NEGATIVOS AO MEDICAMENTO 
(Rnm): 
 
Modalidades da atenção farmacêutica 
É necessário priorizar e selecionar os pacientes com 
maior risco de desenvolver os problemas 
relacionados a medicamentos. 
Assim, a AF pode ser classificada em: 
 Atenção farmacêutica global: corresponde a 
todos que desejam participar do 
acompanhamento. 
 
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 Atenção farmacêutica a grupo de risco: organiza-
se uma sequência de acompanhamentos 
daqueles que usam um maior número de 
medicamentos, portadores de doenças 
crônicas, paciente graves, pacientes 
pediátricos e geriátricos. 
 
Seguimento farmacoterapêutico 
Prática de determinadas metodologias que 
permitem ao farmacêutico evitar, identificar e 
resolver todos os problemas de saúde que 
ocorreram em decorrência do uso de 
medicamentos, fazendo-se necessário realizar 
uma avaliação constante de todo o processo saúde-
doença. Requer o envolvimento de toda a equipe 
de saúde multidisciplinar, inclusive do próprio 
paciente. 
 
Considerada a prática de maior grau de 
efetividade na busca de resultados positivos em 
saúde envolvendo medicamentos. 
Composta de 3 fases principais: 
 Anamnese farmacêutica; 
1a etapa da anamnese envolve a apresentação do 
farmacêutico e os motivos do acompanhamento. 
- A consulta não tem caráter de diagnóstico 
médico e sim de traçar um histórico de uso de 
medicamentos para garantir segurança e 
aumento de eficácia dos tratamentos. 
- Linguagem clara e adaptada ao nível cultural e 
educacional do paciente. 
 Interpretação de dados; 
 Processo de orientação. 
 
Documentação 
O seguimento farmacoterapêutico requer o 
registro das atividades clínicas do profissional, 
através do preenchimento de fichas de entrevistas com o 
paciente, por exemplo. 
Esses formulários são ferramentas úteis durante 
a atenção farmacêutica em consultas e para a 
tomada de decisão, pois oferecem informações 
úteis sobre o paciente. 
Dados importantes de anotar: 
Dados de origem étnica do paciente – muitas drogas 
apresentam diferença de atividade; 
Sexo – apresentam maior incidência de reações 
adversas; 
Questões sobre medicamentos – dados dos histórico de 
alergias do paciente; 
Informações demográficas: idade, peso, altura.... 
Informações dietéticas: uso de suplementos 
alimentares... 
Hábitos sociais: uso de tabaco, álcool, drogas ilícitas... 
Histórico de doenças e queixas do paciente; 
Prescrição atual de medicamentos; 
Exames laboratoriais e diagnósticos. 
 
Metodologia do seguimento 
farmacoterapêutico 
Pharmacotherapy Workup (PW) 
É uma metodologia do seguimento 
farmacoterapêutico em que a avaliação é feita 
com base no preenchimento de uma ficha por 
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meio de uma entrevista clínica, sendo que as 
perguntas são padronizadas pela instituição. 
Divide-se em 3 etapas: 
1) Avaliação; 
Caracterizada pela obtenção de informações e 
distinção de ajuste, efetividade e segurança da 
terapia medicamentosa. 
2) Desenvolvimento do plano de cuidado; 
Caracterizado pela elaboração de plano para 
resolução de dificuldades identificadas na análise 
de dados (estabelecimento de alvos 
terapêuticos) e prevenindo possíveis problemas. 
3) Monitorar e acompanhar a evolução do paciente. 
 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE 
Um dos macrocomponentes da atenção 
farmacêutica é a educação em saúde. A 
intervenção farmacêutica por meio de 
orientações sobre os medicamentos pode 
ocorrer ao incentivar o recolhimento de 
medicamentos, evitando, assim, o uso de 
vencidos e a automedicação. Outra prática é 
incentivar a educação continuada em uma 
instituição hospitalar, envolvendo atividades de 
desenvolvimento da equipe em vários aspectos. 
 
 
 
 
• Baseado na classificação 
dos 7 PRMs 
• Seguimento identifica os 
PRMs e traça metas para 
resolve-los; 
• Monitorização e 
acompanhamento de cada 
paciente.