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TUTORIA INTRODUÇÃO A MEDICINA 7 E 8

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PROBLEMA 7 – AVANÇO TECNOLÓGICO/ATRASO SOCIAL
OBJETIVO 1 – RECONHECER A IMPORTÂNCIA DOS FATORES SOCIECONÔMICOS ENVOLVIDOS NA DETERMINAÇÃO DE DOENÇAS.
A pobreza cria condições que favorecem a disseminação de doenças transmissíveis e impede que as pessoas afetadas obtenham acesso adequado à prevenção e à assistência. As doenças transmissíveis relacionadas à pobreza afetam desproporcionalmente pessoas que vivem em comunidades pobres ou marginalizadas. Fatores econômicos, sociais e biológicos interagem para formar um ciclo vicioso de pobreza e doença do qual, para muitas pessoas, não existe escapatória.
Nesse contexto, estudos sobre desigualdades em saúde são de grande interesse, visando subsidiar políticas públicas necessárias para superar a distribuição desigual da saúde na sociedade
Assim, análises que possibilitem a identificação das áreas de concentração e sobreposição de doenças transmissíveis, possivelmente associadas a condições de vida precárias, constituem-se ferramentas fundamentais da vigilância em saúde, uma vez que fornecem subsídios para o planejamento das ações e para a determinação de prioridades de ação das ações de vigilância em saúde, assistência em saúde, bem como de políticas sociais.
Em nível individual, as pessoas com nível socioeconômico mais elevado têm saúde melhor. Além disso, diversos autores sugerem que as desigualdades na sociedade como um todo contribuem para que a situação de saúde de indivíduos que vivem em vizinhanças pobres seja ruim
As desigualdades de renda podem prejudicar a saúde de duas maneiras. Primeiro, uma sociedade altamente desigual implica que um segmento substancial da população é pobre e a pobreza está relacionada à doença. Segundo, a desigualdade de renda pode afetar não apenas a saúde dos pobres, mas também a dos ricos. Os efeitos contextuais da desigualdade podem ser atribuídos ao estresse psicossocial decorrente da própria desigualdade, bem como da deterioração da coesão social. Existem evidências de que a situação de saúde é melhor em sociedades mais equitativas.
Os determinantes sociais da saúde são os mesmos da pobreza e das iniquidades em qualquer sociedade. Por isso, as ações multissetoriais são tão importantes para o enfrentamento com sucesso do problema das iniquidades em saúde. É reconhecido o papel preponderante do SUS na melhoria das condições de saúde da população brasileira e na redução das desigualdades em saúde, alcançadas desde sua criação, em 1988. Uma política de extrema relevância é a Estratégia de Saúde da Família (ESF)
OBJETIVO 2 – COMPREENDER OS PRINCIPIOS BASICOS DA EPIDEMIOLOGIA (ETIOLOGIA, INCIDÊNCIA, PREVALÊNCIA, TRANSMISSÃO E FATORES DE RISCO)
BASES DA EPIDEMIOLOGIA:
Revolução Industrial: - crescimento das cidades; deterioração das condições de vida; ambientes insalubres.
Descoberta do micróbrio: agentes etiológicos específicos eram a causa de doenças específicas. Desvia a atenção de todo conhecimento epidemiológico baseado na determinação social da doença.
A partir da década de 70: Nos países em desenvolvimento principalmente a America Latina, no qual estavam passando por profunda crise econômica e social, renasce o interesse das doenças – EPIDEMIOLOGIA SOCIAL.
Epidemiologia é o estudo da frequência, da distribuição e dos determinantes relacionados à saúde.
INCIDÊNCIA:
- numero de casos novos/pop. Em risco
- calcula o risco de adoecimento
- doenças agudas
PREVALÊNCIA:
- numero total de casos/pop. Total 
- planejamento; analise de gastos
- doenças crônicas
TUBERCULOSE
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões
A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch.
A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose.
O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, recomenda-se que todo sintomático respiratório que é a pessoa com tosse por três semanas ou mais, seja investigada para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como: febre vespertina; sudorese noturna; emagrecimento; cansaço/fadiga.
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilo.
O bacilo é sensível à luz solar, e a circulação de ar possibilita a dispersão de partículas infectantes. Com isso, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão.
O tratamento da tuberculose dura no mínimo, seis meses, é gratuito e disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS), deve ser realizado, preferencialmente em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO).
A principal maneira de prevenir a tuberculose em crianças é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), ofertada gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até 04 anos, 11 meses e 29 dias.
Além dos fatores relacionados ao sistema imunológico de cada pessoa e à exposição ao bacilo, o adoecimento por tuberculose, muitas vezes, está ligado às condições precárias de vida. Assim, alguns grupos populacionais podem apresentar situações de maior vulnerabilidade. Como: Indigenas; privados de liberdade; pessoas com HIV; pessoas em situações de rua.
OBJETIVO 3 – IMPORTÂNCIA DA TUBERCULOSE COMO PROBLEMA MÉDICO ATRAVÉS DOS TEMPOS
Até o final do século XIX, acreditava-se também que a tuberculose estava intrinsecamente ligada à hereditariedade e às condições de vida, como habitação e trabalho. 
Naquele período, estavam ligadas à tuberculose representações aparentemente opostas, tais como: a de uma visão romântica da doença — do amor transformado e da degeneração do indivíduo —, a doença do mal social;
OBJETIVO 4 – ENTENDER A SITUAÇÃO ATUAL DAS DOENÇAS NEGLIGENCIDAS NO BRASIL E NO MUNDO
Da lista da Organização Mundial de Saúde (OMS) de 21 doenças negligenciadas, 18 estão presentes no Brasil. Causadas por agentes infecciosos ou parasitas, essas doenças receberam o adjetivo “negligenciadas” porque afetam, principalmente, pessoas pobres que vivem em condições inadequadas, em locais onde há problemas de acesso à água tratada, falta de saneamento básico e habitação precárias.
No Brasil, as mais comuns são a dengue, a doença de Chagas, a hanseníase (conhecida como lepra), a leishmaniose e a sarna.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os Médicos Sem Fronteiras propuseram a classificação das doenças em globais (ocorrem em todo o mundo), negligenciadas (mais prevalentes nos países em desenvolvimento) e mais negligenciadas(exclusivas dos países em desenvolvimento).
Embora necessárias, atividades de pesquisa não são suficientes para o controle das doenças negligenciadas, mas apenas um componente de um complexo sistema de inovação em saúde.
Por que persistem as doenças negligenciadas? Devido a diferentes causas ou "falhas" que classificamos em três tipos: falha de ciência (conhecimentos insuficientes); falha de mercado (medicamentos ou vacinas existem, mas a um custo proibitivo); falha de saúde pública (medicamentos baratos ou mesmo gratuitos que não são utilizados devido a planejamento deficiente) (Innovation Strategy Today 2006, 2:1-12). Para diferentes diagnósticos, diferentes tratamentos. Falhas de ciência exigem mais pesquisa. Falhas de mercado requerem mecanismos inovadores de financiamento ou negociações para redução de preços. Falhas de saúde pública exigem novas estratégias.
PROBLEMA 8 – LABORATÓRIO
OBJETIVO 1 – AS NORMAS DE BIOSEGURANÇA NOS TRABALHOS DE LABORATÓRIO 
O termo biossegurança se refere ao conjunto de ações e práticas que objetivam a prevenção, minimização e eliminação dos riscos para a saúde humana e dos animais e a proteção ao meio ambiente. 
No ambiente laboratorial existem diversas categorias de riscos: ergonômicos, físicos, químicos e biológicos. Veremos agora, em detalhe, cada um deles.Os riscos ergonômicos são aqueles que afetam a integridade física ou mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença. 
São exemplos de riscos ergonômicos: o esforço físico, a postura inadequada, o levantamento de peso, a situação de estresse, o controle rígido de produtividade, o trabalho durante o período noturno, o prolongamento da jornada de trabalho, a monotonia e a repetitividade, bem como a imposição de uma rotina intensa de trabalho (ODA & ÁVILA, 1998). 
Já os riscos físicos, são aqueles provenientes das diversas formas de energia, como: umidade, ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações (ODA & ÁVILA, 1998). 
Os riscos químicos são aqueles oriundos da exposição a substâncias químicas e que podem causar danos físicos ou ainda prejudicar a saúde do trabalhador. Os danos físicos associados à exposição a algum tipo de substância química podem se caracterizar por: irritação da área exposta e queimaduras. Podem ainda incluir os incêndios e explosões resultantes do uso destas substâncias. 
São considerados como agentes de risco químico todas as substâncias, produtos ou compostos que penetrem no organismo por via respiratória (poeiras, gases, neblinas, vapores ou aerossóis), pelo contato com a pele ou por ingestão (ODA & ÁVILA, 1998). 
Os riscos biológicos decorrem do contato com micro-organismos que podem causar doenças ao homem. 
OBJETIVO 2 – NIVEIS DE BIOSSEGURANÇA 
• Classe 1: agentes que não representam riscos ao manipulador, nem à comunidade, ou ainda que representem risco baixo para ambos. Exemplo: E. coli.
• Classe 2: agentes biológicos que representam risco moderado para o manipulador e risco baixo ou fraco para a comunidade. Caracteriza essa classe ainda o fato de haver tratamento disponível, representado por medidas terapêuticas e profiláticas eficientes, contra o agente em questão. Exemplo: Clostridium tetani.
• Classe 3: agentes biológicos que representam risco grave para o manipulador e risco moderado para a comunidade, provocando lesões ou sinais clínicos graves e nem sempre havendo tratamento disponível. Exemplo: vírus HIV.
• Classe 4: nesta classe os agentes biológicos representam risco grave para o manipulador e para a comunidade, não havendo qualquer tratamento disponível e seriamente preocupantes, em caso de propagação. Exemplo: vírus Ebola 
 Para manipulação dos microrganismos pertencentes a cada uma das quatro classes de risco devem ser atendidos alguns requisitos de segurança, conforme o nível de contenção necessário. Estes níveis de contenção são denominados de níveis de Biossegurança.
    Os níveis são designados em ordem crescente, pelo grau de proteção proporcionado ao pessoal do laboratório, meio ambiente e à comunidade.
    O nível de Biossegurança 1, é o nível de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios de ensino básico, onde são manipulados os microrganismos pertencentes a classe de risco 1. Não é requerida nenhuma característica de desenho, além de um bom planejamento espacial e funcional e a adoção de boas práticas laboratoriais.
    O nível de Biossegurança 2 diz respeito ao laboratório em contenção, onde são manipulados microrganismos da classe de risco 2. Se aplica aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico, sendo necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras físicas primárias (cabine de segurança biológica e equipamentos de proteção individual) e secundárias (desenho e organização do laboratório).
    O nível de Biossegurança 3 é destinado ao trabalho com microrganismos da classe de risco 3 ou para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de microrganismos da classe de risco 2. Para este nível de contenção são requeridos além dos itens referidos no nível 2, desenho e construção laboratoriais especiais. Deve ser mantido controle rígido quanto a operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos e o pessoal técnico deve receber treinamento específico sobre procedimentos de segurança para a manipulação destes microrganismos.
    O nível de Biossegurança 4, ou laboratório de contenção máxima, destina-se a manipulação de microrganismos da classe de risco 4, onde há o mais alto nível de contenção, além de representar uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios requerem, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção (instalações, desenho equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de segurança.
OBJETIVO 3 – PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM CADA NIVEL
Em razão do tipo de atividade desempenhada pelo profissional em cada laboratório, este estará mais exposto a um ou outro tipo de risco. Assim, aconselha-se que cada laboratório desenvolva seu próprio manual de biossegurança com as ações básicas relacionadas à prevenção dos tipos de risco mais prevalentes naquele ambiente.
Neste sentido, também é interessante a redação de Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), que são protocolos em que se descrevem detalhadamente as atividades realizadas no laboratório, desde o preparo de amostras até a divulgação de resultados, dando especial ênfase ao uso dos equipamentos, procedimentos técnicos e as atitudes a serem tomadas em caso de acidentes.
O objetivo principal dos POPs é padronizar todas as atividades típicas do laboratório, no intuito de que todos os profissionais reproduzam os procedimentos do modo mais semelhante possível. Isso é importante, porque traz mais confiabilidade aos resultados obtidos nos testes e previnem o mau uso dos equipamentos e a ocorrência de erros procedimentais, que, em geral, aumentam o risco de acidentes.
Os POPs devem ser redigidos da forma mais clara e completa possível, possibilitando a compreensão por todos os profissionais atuantes no laboratório. Eles devem ser regularmente atualizados e ser disponibilizados a todos os trabalhadores, bem como estarem disponíveis para consulta em local de fácil acesso no laboratório.
Já no que se refere ao descarte dos resíduos sólidos produzidos no ambiente do laboratório, estes podem ser classificados em diferentes categorias, conforme sua natureza:
• Grupo A: resíduos sólidos em que, possivelmente, haja a presença de agentes biológicos, representando potencial risco de infecção.
• Grupo B: resíduos sólidos que contenham substâncias químicas que representem risco à saúde pública ou ao meio ambiente, considerando-se características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
• Grupo C: resíduos sólidos que possam conter radionuclídeos.
• Grupo D: resíduos sólidos que não apresentem riscos biológicos, químicos ou físicos. Equivalem, portanto, aos resíduos domiciliares.
• Grupo E: constituído por materiais pérfurocortantes ou escarificantes, como por exemplo, lâminas de bisturi, agulhas, ampolas, pipetas, entre outros (COELHO, 2012).
Os resíduos pertencentes ao grupo A deve ser acondicionados em sacos brancos com indicação de risco biológico. No caso de tais resíduos terem sofrido tratamento prévio ao descarte, objetivando a minimização ou mesmo eliminação dos micro-organismos ali presentes, seu acondicionamento deve se dar em sacos impermeáveis e sua classificação alterada para o grupo D (resíduos domiciliares).
Os resíduos sólidos do Grupo B devem ser descartados conforme sua natureza química, isto é, como substâncias tóxicas, corrosivas, irritantes, inflamáveis, entre outras. Frascos de reagentes podem ser utilizados para descarte, mas somente para o acondicionamento da mesma substância e não de substância diversa da que inicialmente continha.
Os resíduos do grupo C devem ser mantidos em recipientes indicativos de natureza radioativa até o completo decaimento de sua ação ionizante. Após isso, tais resíduos também poderão passar a ser classificados como pertencentes ao grupo D (resíduos domiciliares).
Alguns resíduos pertencentes ao grupo D podem ser destinados à reciclagem. Para facilitação desse processo, o ideal é já manter recipientesindividuais para sua coleta seletiva.
Neste caso, pode ser utilizado o código de cores para identificação dos recipientes: papel (azul), metal (amarelo), vidro (verde), plástico (vermelho) e resíduos orgânicos (marrom). Os resíduos classificados no grupo E devem ser descartados imediatamente após o uso em recipientes rígidos, com identificação específica (inscrição de pérfurocortante)

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