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SAD_Conceitos_Basicos

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Sistemas de Apoio à 
Decisão 
 
Conceitos Básicos 
Os conceitos apresentados neste arquivo baseiam-se nas referências indicadas e não substitui os 
textos originais. 
 
 
Notas de aula 
2 
CAPÍTULO 1 – Conceitos Básicos 
 
1. DEFINIÇÃO DE DECISÃO 
A palavra decisão é formada por de (que em latim significa parar, extrair, 
interromper) que se antepõe à palavra caedre (que significa cindir, cortar). Tomada 
ao pé da letra, a palavra decisão significa “parar de cortar” ou “deixar fluir”. 
Uma decisão precisa ser tomada sempre que estamos diante de um problema 
que possui mais que uma alternativa para sua solução. Mesmo quando, para 
solucionar um problema, possuímos uma única ação a tomar, temos as alternativas 
de tomar ou não essa ação. Concentrar-se no problema certo possibilita direcionar 
corretamente todo o processo. 
Em sua dimensão mais básica, um processo de tomada de decisão pode 
conceber-se como a eleição por parte de um centro decisor (um indivíduo ou um 
grupo de indivíduos) da melhor alternativa entre as possíveis. O problema analítico 
está em definir o melhor e o possível em um processo de decisão (Romero, 1996). 
Podemos classificar as decisões de várias formas, tais como: 
a) Simples ou complexas; 
b) Específicas ou estratégicas etc. 
As consequências advindas das decisões podem apresentar-se da seguinte 
forma: 
a) Imediata; 
b) Curto prazo; 
c) Longo prazo; 
d) Combinação das formas anteriores (impacto multidimensional). 
As decisões podem acarretar abrangência bem diversa. Segundo Milan 
Zeleny (1994), a tomada de decisão é um esforço para tentar resolver problema(s) 
de objetivos conflitantes, cuja presença impede a existência da solução ótima e 
conduz à procura do “melhor compromisso”. 
3 
Para Hammond, Keeney e Raiffa (1999), os objetivos ajudam a determinar 
quais informações devem ser obtidas, permitem justificar decisões perante os outros, 
estabelecem a importância de uma escolha, e permitem estabelecer o tempo e o 
esforço necessário para cumprir uma tarefa. 
O processo de decisão requer a existência de um conjunto de alternativas 
factíveis para sua composição, em que cada decisão (escolha de uma alternativa 
factível) tem associados um ganho e uma perda. Para Malczewski (1999), decisões 
são necessárias quando uma oportunidade ou problema existe, ou quando algo não 
é o que deveria ser ou, ainda, quando existe uma oportunidade de melhoria ou 
otimização. 
Alguns autores afirmam que decidir é posicionar-se em relação ao futuro. 
Decidir também pode ser definido como: 
a) Processo de colher informações, atribuir importância a elas, 
posteriormente buscar possíveis alternativas de solução e, depois, fazer a 
escolha entre as alternativas; 
b) Dar solução, deliberar, tomar decisão. 
A tomada de decisão pode ser evidenciada nas mais simples atitudes diárias, 
tais como o que fazer para divertir-se: assistir a programa de televisão, ouvir rádio, 
ouvir um CD, ler um livro? Uma primeira decisão poderá acarretar outras, por 
exemplo: decidir-se a assistir à televisão acarreta a necessidade de nova definição, 
que seria a qual canal (ou programa) assistir. 
O ser humano deverá também escolher em qual instituição de ensino irá 
estudar, e, dentro da instituição de ensino, quais cursos irá fazer e, como 
consequência, onde comprar livros etc. 
Algumas decisões, quando realizadas, seguem um único parâmetro para 
escolha; assim, procedemos a uma mensuração desse parâmetro. 
Escolhendo comprar, por exemplo, um carro sob um único parâmetro de 
custo, verificaremos qual é o carro menos oneroso, por meio de uma mensuração 
monetária, e o compraremos; logo, decidir é escolher uma alternativa em um 
4 
conjunto de alternativas possíveis sobe a influência de pelo menos dois parâmetros 
conflitantes. 
Tomar decisões complexas é, de modo geral, uma das mais difíceis tarefas 
enfrentadas individualmente ou por grupos de indivíduos, pois quase sempre tais 
decisões devem atender a múltiplos objetivos, e frequentemente seus impactos não 
podem ser corretamente identificados. Os grupos envolvidos em decisões, 
complexos ou não, realizam processos sociais que transformam uma coleção de 
decisões individuais em uma ação conjunta (French, 1988). Algumas decisões serão 
feitas por meio de parâmetros não mensuráveis quantitativamente, porém medidos 
qualitativamente, como é o caso do parâmetro beleza. 
O ser humano vê-se assim obrigado a tomar decisões, ora usando 
parâmetros quantitativos, ora usando parâmetros de mensuração qualitativa, como 
forte característica subjetiva. Os parâmetros quantitativos normalmente são de 
mensuração mais fácil que os parâmetros qualitativos. Este mesmo decisor ou 
tomador de decisão ou agente de decisão (tradução do inglês Decision Maker – DM) 
é o responsável por realizar (executar) a decisão; pode ser uma pessoa, um grupo, 
um comitê, uma companhia etc.; tem de vislumbrar as consequências das decisões 
em um meio ambiente mutável, e sujeito a condições que o decisor não pode 
controlar, e com incertezas, imprecisão e/ou ambiguidade. Em muitas situações do 
mundo real nas quais o decisor envolve-se com vários critérios de decisão, os 
valores a serem atribuídos para classificação das alternativas nos critérios ou 
mesmo a importância dos critérios podem ser efetuados com números inexatos 
(Miettinen e Salminen, 1999). 
De acordo com Hopwood (1980), as incertezas têm efeito direto sobre a 
maneira como o processo de decisão na organização é realizado. 
A tomada de decisão, usando parâmetros quantitativos e qualitativos, é 
utilizada por grupos empresariais, pequenas e médias empresas, por governos, 
militares, etc. 
Podemos exemplificar tudo o que foi apresentado anteriormente por meio da 
seguinte situação-problema (exemplo): deseja-se resolver o problema da fome em 
uma comunidade, e as alternativas para solucionar o problema poderiam ser: 
5 
a) Subsidiar os alimentos para que todos pudessem adquiri-los com seus 
salários; 
b) Criar um “salário de ajuda” (extra) para os necessitados. 
Essas duas propostas resolveriam o problema. A mensuração dos custos no 
subsídio e no valor do salário é quantitativa, porém o impacto social das medidas 
terá uma avaliação qualitativa diversa. 
Da mesma forma, outro grupo poderia arguir que nada adianta alimentar um 
povo doente, e nesse caso o dinheiro deveria ser prioritariamente enviado para a 
saúde; da mesma forma, outro(s) especialista(s) poderia(m) arguir que nada adianta 
tratar de um “doente que morre de fome”. Tratando-se de recursos escassos, 
poderia acarretar que apenas uma alternativa poderia ver implantada, e a escolha 
teria um caráter técnico e subjetivo. 
Podemos também exemplificar a subjetividade envolvida no processo de 
decisão, com as seguintes situações: “uma empresa que necessite priorizar 
fornecedores, ou escolher o local ideal para uma nova filial, ou mesmo selecionar 
empregados”, fará isso sob parâmetros qualitativos e quantitativos. 
Deduzimos que no mundo atual (real), particularmente no ambiente 
empresarial, em um mercado globalizado cada vez mais competitivo, buscamos 
tomar decisões mais rápidas, corretas e abrangentes. As decisões, normalmente, 
buscarão minimizar perdas, maximizar ganhos e criar uma situação em que 
comparativamente o decisor julgue que houve elevação (houve ganho) entre o 
estado da natureza em que se encontrava e o estado em que irá encontrar-se (irá 
advir) após implementar a decisão. 
2. ANÁLISE DE CENÁRIOS 
A análise de cenários tem sido utilizada ao longo da história da humanidade, 
notadamente no campo militar, mas também como elemento fundamental para apoio 
à tomada de decisão civil. Tal análise caracteriza, em essência, o que se denomina 
pensamento – ou planejamento – estratégico. Foi na segunda metade do século XX, 
no entanto, que a análise de cenários passou a adquirir tecnologia própria, com o 
tratamento probabilístico(e/ou possibilístico) dos distintos cenários e do 
6 
consequente tratamento matemático dos cursos de ação a serem potencialmente 
seguidos. 
A ideia central da análise de cenários é, após detalhado estudo dos vários 
aspectos do problema de decisão que se pretende resolver, a construção de 
diferentes contextos – os cenários – alternativos passíveis de materialização. 
Delineamos a seguir diferentes cursos de ação – as estratégias – que podem ser 
seguidos para cada um desses cenários. Haverá, assim, cenários aparentemente 
mais prováveis e menos prováveis de se materializar. Da mesma forma, deverá ser 
estruturado um possível inter-relacionamento entre estratégias de implementação de 
alternativas, de tal modo que, à medida que a realidade for sendo desvendada, tanto 
os cenários elaborados previamente como as estratégias sejam reavaliados. 
Em qualquer problema de decisão, por outro lado, todo esforço possível deve 
ser empreendido para chegar-se a uma ampla compreensão dos valores 
subjacentes aos objetivos do problema. Nessa medida, a análise de cenários pode 
ajudar substancialmente, uma vez que a elaboração de estratégias é, como se disse 
no parágrafo imediatamente anterior, não apenas um exercício dinâmico, mas 
também uma oportunidade de simular-se a realidade, com isto estruturando melhor 
o problema de decisão. Isso é particularmente importante em áreas complexas como 
a de Agribusiness, em que se lida explicitamente com dimensão tecnológicas, 
humanas, sociais, econômicas, jurídicas e institucionais. 
Além da análise de cenários, entretanto, há outras técnicas/métodos – o 
teatro nas organizações, por exemplo, é uma delas – para elicitação de valores e a 
decorrente formulação de problemas complexos de decisão. Todas visam, 
basicamente, a uma simulação/vivência do processo de decisão, seguida da 
identificação dos valores e, finalmente, da criação e da seleção das opções 
passíveis de solucionar cada problema de decisão. 
Entender a natureza de cada problema sob os diversos ângulos (definindo as 
causas do problema) é, assim, elemento-chave para uma boa solução do mesmo. É 
a visão multidimensional, sobre qual versam as seções seguintes, que permite tal 
entendimento. 
 
7 
3. ATORES DA DECISÃO 
Frequentemente os termos decisor, facilitador e analista são usados como 
sinônimos. Esse fato decorre frequentemente de ser o mesmo indivíduo, ou grupo 
de indivíduos, encarregado(s) de executar(em) as três funções. Para sermos 
corretos nas definições, temos: 
a) Decisor(es): influencia(m) no processo de decisão de acordo com o juízo 
de valor(es) eu representa(m) e/ou relações que se estabeleceram. Essas 
relações devem possuir caráter dinâmico, pois poderão ser modificadas 
durante o processo de decisão devido ao enriquecimento de informações 
e/ou interferência de facilitadores. 
O decisor pode ser uma pessoa ou um grupo de pessoas, em nome do(s) 
qual (ais) é tomada de decisão (Vanderpooten, 1995). O decisor nessa situação não 
participa do processo de decisão, porém irá influenciá-lo se possuir o poder de veto. 
Haverá um grupo que tomará da decisão e irá oficializá-la mediante a “assinatura” 
do decisor. 
Nem todos os decisores têm o poder de decisão. Assim, é importante, ainda, 
distinguir o grau de influência dos decisores no processo de decisão. Esse grau de 
influência faz a distinção entre os decisores envolvidos com o processo de decisão, 
que são colocados em dois grupos denominados de agidos e intervenientes (Bana e 
Costa, 1993). 
Podemos definir o decisor como aquele (ou aqueles) a quem o processo 
decisório destina-se, e que tem (têm) o poder e a responsabilidade de ratificar uma 
decisão e assumir suas consequências. 
Observação: Os agidos são pessoas às quais o programa é imposto, ou são 
as pessoas que são afetadas por ele, de maneira direta ou indireta. Os agidos não 
tomam decisão sobre o programa, apenas participam. São aqueles que, apesar de 
sofrerem consequências das decisões, tem limitada ou nenhuma capacidade de, por 
vontade própria, ver seus valores e preferências contemplados nos modelos de 
avaliação. Entretanto, dependendo de sua força e importância, podem exercer 
pressão mais ou menos intensa para que isto ocorra, porém sempre de forma 
indireta (Bana e Costa e Silva, 1994). Os intervenientes são pessoas que tomam a 
8 
decisão sobre os programas e têm ação direta sobre a mudança. Ambos os tipos de 
atores são importantes, embora eles tenham regras diferentes. Os agidos não são 
pessoas passivas durante todo o processo de decisão, assim como os 
intervenientes também não são pessoas ativas durante todo o processo (Bana e 
Costa, 1993). Negociação é um processo no qual a decisão mútua é feita com a 
concordância das partes; essa decisão é conseguida com a busca do consenso. 
b) Facilitador(es): é (são) um (os) líder(es) experiente(s) que deve(m) 
focalizar a(s) sua(s) atenção(ões) na resolução do(s) problema(s), 
coordenando os pontos de vista do(s) decisor(es), mantendo o(s) 
decisor(es) motivado(s) e destacando o aprendizado no processo de 
decisão. Tem como papel esclarecer e modelar o processo de avaliação 
e/ou negociação conducente à tomada de decisão. Deve manter uma 
postura neutra no processo decisório, ara não intervir nos julgamentos dos 
decisores. Deve propiciar o aprendizado. O facilitador (Roy, 1985) é um 
ator particular, cujo grau de ingerência na atividade de apoio à decisão 
deveria ser contínuo, adotando uma postura empática. No entanto, o 
facilitador deve tentar abstrair-se de seu sistema de valor, a fim de não vir 
a influenciar os demais intervenientes. 
c) Analista(s): é (são) o(s) que faz(em) a análise, auxilia(m) o(s) 
facilitador(es) e o(s) decisor(es) na estruturação do(s) problema(s) e 
identificação dos fatores do meio ambiente que influenciam na evolução, 
solução e configuração do problema. A maior parte do trabalho do analista 
consiste na formulação do problema, e em ajudar as pessoas a visualizar 
o problema. 
 
4. INFLUÊNCIA NA CULTURA NO APOIO À DECISÃO 
Para agricultores, cultura tem significado de plantação, pois do ponto de vista 
etimológico, a palavra cultura é uma transposição ao português do termo latino 
cultura; substantivo derivado do verbo colere, cuja significação “trabalhar a terra” nos 
remete ao campo da produção humana; um atleta entende que cultura possa estar 
associada à valorização do corpo (cultura física); para muitos, cultura é sinônimo de 
erudição e, para outros, é somente o patrimônio artístico, literário e científico de um 
povo. Todas as afirmações anteriores estão corretas; entretanto, nesse livro 
9 
interessa-nos apenas o significado socioantropológico, e é nesse sentido que 
prosseguirá o estudo dessa palavra. 
A cultura pode ser definida como: conjunto de conhecimentos; estado de 
desenvolvimento intelectual; instrução (Dicionário brasileiro da língua portuguesa, 
Globo, 1994). Cultura também pode ser definida como o valor das ideias que não 
são inatas, porém aprendidas e depois distribuídas. Culturas podem ser transferidas 
e observadas (danças, cerimônias e rituais) (Nutt, 1988). 
No Dicionário Aurélio Buarque de Holanda (2, ed., p. 508), encontramos a 
seguinte definição: complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das 
instituições e doutros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e 
característicos de uma sociedade; associado à civilização e progresso; 
desenvolvimento de um grupo social; desenvolvimento de uma nação; fruto de um 
esforço coletivo pelo aprimoramento de valores; atividade e desenvolvimento 
intelectuais. 
No Dicionário escolar da língua portuguesa, do MEC (8, ed., p. 374), 
encontramos: desenvolvimento intelectual, saber, estudo, sistemas de atitudes e 
modos de agir, costumes e instruções (estágio de desenvolvimento) de um povo, ou 
que caracteriza determinada sociedade, conhecimento geral. 
Para E. B. Taylor,no livro Primitive culture, cultura é todo complexo que inclui 
conhecimentos, crenças, arte moral, lei, costumes e todas as outras capacidades e 
hábitos adquiridos pelo homem como membro da Sociedade; cultura é uma 
abstração do comportamento. 
Deduzimos que cultura contrapõe-se ao conhecimento específico. 
Na Enciclopédia do estudante (v.2, p. 402) encontramos as seguintes 
considerações: acúmulo de conhecimentos; maneira de viver de uma sociedade. A 
cultura inclui a relação de um grupo de homens e o mundo, e a relação dos homens 
entre si dentro de um grupo. 
Deduzimos que as formas de comunicação (linguagem escrita, falada, 
gestual) são essenciais para que homens expressem sua cultura individual, e que as 
10 
sociedades transmitam sua cultura. Os valores são ideias gerais que orientam o 
comportamento de um grupo e/ou de um indivíduo. 
Vergez e Huisman (1982) fazem as seguintes considerações no Capítulo 1 do 
livro Compêndio moderno de filosofia, v. 1, “A Ação”: a palavra cultura, em sua 
acepção tradicional, exprime a ideia de desenvolvimento, de aperfeiçoamento da 
pessoa que “se instruiu enriquecendo seu bom gosto, seu senso crítico e seu 
julgamento”; cultura significa sobretudo desenvolvimento espiritual; designa 
comportamentos e conhecimentos adquiridos e transmitidos pela educação; a 
cultura é o que acrescenta a natureza, uma vez que uma sociedade de abelhas é 
um ambiente complexo, porém inculto, pois nada acrescenta com o correr dos anos; 
cultura pressupõe que não existe uma sociedade inculta; a cultura faz a distinção 
das sociedades. Todo indivíduo que pertence a uma sociedade é portador de certos 
aspectos dela; assim, todo ser humano é culto, pois possui parte da cultura da 
sociedade onde vive. 
Na Enciclopédia universo (v. 3, p. 1494), encontramos as seguintes 
considerações: tudo o que o homem adquire pelo estudo ou experiência do mundo, 
de modo a realizar-se como pessoa; tudo o que estrutura e define uma sociedade; 
elaboração e transformação inteligente de uma realidade natural; experiência 
humana. A cultura distingue-se da erudição à medida que exclui a especialização. O 
objetivo de uma cultura geral seria ajudar o homem em quaisquer circunstâncias, a 
fazer julgamentos sólidos a desenvolver espírito crítico. 
Culturas são dinâmicas, evoluem com o tempo, acarretando o fenômeno de 
“mudança cultural”. Cultura também pode ser definida por: conhecimentos básicos 
indispensáveis para o entendimento de qualquer ramo do saber humano; 
refinamento do indivíduo e da sociedade. 
Cultura inclui costumes, instituições, técnicas, padrões de comportamento e 
valores socialmente transmitidos e todos os outros produtos do trabalho e 
pensamento humano (artefatos decorativos, artes, ideologias políticas, rituais 
religiosos, costumes sociais). Em Antropologia, cultura refere-se ao modo de vida da 
sociedade humana, transmitido de uma geração a outra pelo aprendizado e pela 
experiência. Cultura universal inclui organização social, religião, estrutura e 
organização econômica e cultura material. 
11 
Cultura, ainda, significa o desenvolvimento do intelecto por treinamento ou 
educação, podendo referir-se a alto grau de distinção e refinamento formado por 
estética e treino intelectual. 
Cultura é tudo o que o homem produz em termos materiais e espirituais. 
Enquanto os animais e vegetais só transmitem a seus descendentes a herança 
biológica, os seres humanos também transmitem a herança cultural. A cultura é 
aprendida, a herança biológica não. 
Isto remete aos três aspectos fundamentais da cultura: 
 Transmitida: herança ou tradição social; 
 Aprendida: pois não é manifestação da genética do homem; 
 Compartilhada: é um fenômeno social. 
Bem como aos três níveis da cultura: 
 Ideológico: totalidade de significados, valores e normas que possuem os 
indivíduos e grupos; 
 Comportamental: totalidade das ações significativas; 
 Material: objetos ou veículos materiais através dos quais se exterioriza o 
nível ideológico. 
A cultura faz parte do modo de ser, agir e expressar-se dos indivíduos e dos 
grupos humanos. 
A cultura influencia o ser humano, porém este também pode influenciar a 
cultura, seja com suas ideias, seja com seus inventos e/ou suas descobertas. A 
cultura é simultaneamente um produto da vida social e da atividade social dos 
homens. 
Em face do exposto, concluímos que o decisor fará suas atribuições de pesos 
para critérios influenciados por seus valores pessoais, que determinarão as suas 
preferências. A cultura do decisor é determinada por suas ideias inatas, aprendidas, 
comportamentos observados, crenças, características da sociedade onde vive, 
desenvolvimento intelectual (o que pode ocasionar uma mudança de preferências 
durante o processo decisório), seu aprendizado familiar; valores apreendidos dos 
pais; valores determinados pelo(s) país(es) onde viveu; religião adotada ou ausência 
12 
dela; e os assuntos que determinaram essa instrução; ambiente de trabalho 
(pessoas da convivência diária); cultura da empresa; ideologia política etc. 
A “cultura do observador (ou do analista)”, formada por meio do conjunto de 
informações que ele acumulou em sua experiência administrativa científica e da 
própria experiência de vida, associa-se a um modelo conceitual, no qual a 
percepção da realidade, por meio de analogias com situações científicas (leis, 
teorias ou outros modelos), permite definir um modelo conceitual. Cultura significa 
um misto de informação, experiência e criatividade. Um modelo é uma 
representação da realidade, vista por meio dos recursos (cultura) do analista e/ou 
decisor. 
5. TEORIA DOS SISTEMAS 
Um sistema pode ser conceituado como: 
a) Conjunto de elementos (partes ou subsistemas) que interagem, trocando 
informações e controles, que se destina a uma finalidade específica; 
b) Conjunto de partes (elementos ou subsistemas). Interdependentes, que 
interagem de modo a atingir determinado fim, de acordo com um plano ou 
princípio; 
c) Qualquer unidade que processa certos insumos a fim de obter certos 
resultados; 
d) Conjunto elementos (partes ou subsistemas) dinamicamente relacionados, 
que formam uma atividade, para atingir um objetivo, e operam sobre 
dados/energia/matéria (orgânica ou não) para fornecer 
informações/energia/matéria; 
e) Conjunto de elementos (partes ou subsistemas) interconcectados, em que 
alguns elementos são humanos e outros não, para a obtenção de um 
objetivo desejado, pela manipulação e controle de homens e elementos 
não humanos. 
Concluímos que todo sistema é um conjunto complexo de homens e/ou 
máquinas, em que o todo é maior que a soma das partes, pois o todo inclui a 
interação das partes. As partes do sistema podem ser vistas como outros sistemas, 
13 
denominados nesse caso de subsistemas. Todo sistema existe para atender a um 
propósito ou resolver um problema (Figura 1.1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1.1 Subsistemas dentro de um sistema 
 Com base na definição de sistema, temos as seguintes definições: 
a) Engenharia de Sistemas (ES) – tem como propósito planejamento, 
desenvolvimento, construção, modificação e avaliação de um sistema; 
b) Análise de Sistemas (AS) – por meio de metodologias e processo lógicos, 
por vezes construindo modelos, ajuda a tomada de decisão na fase de 
identificação, planejamento e desenvolvimento dos processos na ES; 
c) Pesquisa Operacional (PO) – procura otimizar as operações existentes 
e/ou ajudar no processo de tomada de decisão; visa fornecer subsídios 
racionais para a tomada de decisão. 
O enfoque sistêmico tem como propósito: 
a) Identificar a definição, missão e/ou a finalidade do sistema; 
b) Entender como os elementos do sistema interagem e influenciam-se para 
a realização dos objetivos do sistema; 
c) Utilizar modelo(s) para auxiliar(em) a identificação do(s) problema(s) 
correto(s). 
Sistema 
Subsistema 
Subsistema 
SubsistemaSubsistema Subsistema 
14 
O enfoque analítico concentra-se nos elementos individuais do sistema, 
observando-os isoladamente, pois o enfoque sistêmico, ao contrário do analítico, 
concentra-se nas interações entre os elementos de um sistema e estuda a natureza 
das interações e considera os efeitos desta. 
Problema 
Para o correto entendimento de um problema, é necessário decompor o 
mesmo em partes que facilitem a definição de passos necessários para a solução 
(atacar as causas do problema). 
Problema pode ser definido como: 
a) todo resultado considerado indesejado; 
b) algo que está errado e deve ser corrigido. 
A integração das soluções parciais (solução de cada causa de problema) gera 
a solução do problema em foco. Para a correta formulação do problema, é 
necessário constatar os fatores que influenciam o problema, bem como tornar-se 
necessário estudar o meio ambiente e identificar as restrições. Estas podem ser 
financeiras, econômicas, legais, políticas, materiais, temporais, de pessoal etc. 
Os problemas são uma parte normal da vida. Algumas pessoas 
enganosamente os negam numa tentativa patológica de os fazer desaparecer. 
No estudo dos problemas, deve-se ter cuidado com crenças que não geram 
fatos e com a “ditadura de experiência”, pois: 
a) Uma crença prova apenas a existência do “fenômeno da crença”, mas 
de nenhuma realidade de seu conteúdo (Carl Gustav Jung). O fato, 
indiscutível, de diariamente observarmos o Sol nascer no leste e se pôr 
no oeste não prova a teoria que o Sol gira em torno da Terra; 
b) “a experiência não é, em absoluto, o único campo ao qual a nossa 
compreensão pode ficar confinada”: “A experiência nos diz o que é, 
mas não o que deva ser necessariamente o que é e não o contrário. 
Ela nunca nos dá, portanto, quaisquer verdades realmente gerais; e 
nossa razão, que está particularmente ansiosa por essa classe de 
15 
conhecimento, é provocada por ela e não satisfeita. As verdades 
gerais, que ao mesmo tempo trazem o caráter de uma necessidade 
interior, devem ser independentes da experiência – claras e certas por 
sim mesma” (Kant). 
Para construir um sistema, é necessário responder às seguintes perguntas: 
a) Qual é o problema? (o que mudar) 
b) Que se pretender obter? (especificar objetivos) 
c) Que deve fazer o sistema? 
d) Qual o grau de perfeição a ser atingido? 
e) Onde terá lugar o estudo? 
f) Quem ou o que será afetado? 
Os seguintes pontos básicos deverão ser analisados no desenvolvimento de 
um sistema: 
a) Problema – identificação e definição da situação problemática; 
b) Objetivos – propósito ou finalidade do sistema; 
c) Âmbito – profundidade necessária; 
d) Grupos – pessoas envolvidas; 
e) Incertezas, imprecisões e informações dúbias (sistema não 
determinístico); 
f) Duração – cronograma de trabalho, prazos e metas, horizonte de 
tempo (tempo é insumo de restrição); 
g) Listagem de alternativas – construção da solução e montagem do 
plano de implementação. 
Um sistema pode ser um modelo de representação da realidade, ou um 
somatório de modelos. Modelo pode ser definido como: 
16 
a) Uma representação da realidade, projetada para algum propósito 
definido; 
b) Representação da realidade, planejada para ser usada por alguém no 
entendimento, mudança, gerenciamento e controle da realidade; 
c) Representação externa e explícita de parte da realidade vista pela 
pessoa que deseja usar aquele modelo para entender, mudar, 
gerenciar e controlar parte da realidade. 
Os modelos devem ser holísticos, interdisciplinares e permitir quantificação. 
Todo modelo para ser utilizado deve ser validado. Os modelos permitem a 
representação, entendimento, análise e quantificação da realidade. 
Modelar é arte e ciência. Não existe receita, porém respeita princípios gerais 
e técnicas. 
A modelagem e a utilização dos modelos requerem que: 
a) Nenhum modelo seja considerado uma reprodução perfeita da 
realidade, pois os modelos são representações simplificadas do mundo 
real, e as simplificações são necessárias, pois o mundo real é 
normalmente muito complexo. Essas simplificações são conhecidas 
como assunções do modelo; 
b) A avaliação do modelo seja feita nos termos e nos aspectos do estudo 
a ser realizado, pois um modelo só é válido para a finalidade para a 
qual foi construído. 
Observação: são frequentes os casos de usuários que esquecem essa 
restrição e tentam usar o modelo para uma finalidade para a qual ele não se aplica, 
ou, então, acreditam piamente em todos os resultados apresentados pelo modelo e 
esquecem de verificar se suas assunções continuam válidas. 
c) Haja conscientização de que o modelo tem sua qualidade afetada pelo 
tempo disponível para a confecção, pelo pessoal envolvido e pelos 
recursos materiais. 
 
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Efetividade, eficácia e eficiência 
Efetividade é a determinação dos aspectos relevantes do problema, 
determinação dos objetivos a serem seguidos e critérios/atributos para classificar 
alternativas e mensurar resultados. 
Eficácia é o atendimento dos objetivos ou metas propostas, usando critérios 
definidos no nível anterior. 
Eficiência é o atendimento dos objetivos com melhor alocação de recursos. 
Só se é efetivo se foi possível determinar o problema e suas causas. 
Se foi efetivo, então pode ser eficaz. Só é eficaz se foi possível resolver 
corretamente o problema. 
Se foi eficaz, então pode ser eficiente. Só é eficiente se foi possível resolver o 
problema, minimizando os insumos. 
Efetivo é 0 ou 1. 
Eficácia é 0 ou 1. 
Eficiência é uma comparação relativa. 
Quantificação 
Nos dizeres de Lorde Kelvin: 
“Quando você pode medir aquilo sobre o que está falando e expressá-lo em 
números, saberá algo a respeito do assunto; quando não pode medi-lo, quando não 
pode expressá-lo em números, seu conhecimento é de um tipo pobre e insuficiente; 
poderá ser o início do conhecimento, mas em seus pensamentos você mal avançou 
para o estágio da ciência”. 
Se um objetivo não for medido, seus resultados não podem ser conhecidos. 
Se os resultados não são conhecidos, o objetivo não pode ser controlado, e o 
ato de atingi-lo não pode ser avaliado. 
 
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 
GOMES, Luiz Flavio Autran Monteiro; GOMES, Carlos Francisco Simões; ALMEIDA, 
Adiel Teixeira de. Tomada de Decisão – Enfoque Multicritério. 2 ed. São Paulo: 
Editora Atlas, 2006. 
Roteiro dos conceitos básicos. 
1. O que se entende por decisão? 
2. Como podemos classificar as decisões e as suas consequências? 
3. Qual o esforço da tomada de decisão? 
4. Qual a importância de se estabelecer objetivos para a tomada de decisão? 
5. O que requer um processo de decisão? 
6. Quando as decisões são necessárias? 
7. Quais as outras definições de decisão apresentadas? 
8. Explique as dificuldades da tarefa de tomar uma decisão complexa. 
9. Como são classificados os parâmetros da tomada de decisão e quais suas 
principais características? 
10. Como as incertezas influenciam o processo de decisão? 
11. Quais as principais características que as decisão devem ter na 
atualidade? 
12. Qual a ideia central da análise de cenários? 
13. Em que outro importante aspecto a análise de cenários pode ajudar? 
14. Qual a importância da visão multidimensional? 
15. Quais são os principais atores da decisão e quais suas funções? 
16. O que é cultura? 
17. Defina Cultura do Decisor. 
18. Defina cultura do Observador. 
19. O que é um modelo? 
20. Defina sistema. 
21. Qual o propósito do enfoque sistêmico? 
22. Qual diferença do enfoque analítico e do sistêmico? 
23. Conceitue efetividade, eficácia e eficiência. 
24. Qual a importância de se fazer medidas? 
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