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APG S2P1- Diabetes mellitus tipo 1-Ilana Maria Maia|4°Período, Medicina. Diabete� mellitu� tip� 1 Objetiv�: 1-Revisar a anatomia, histologia e fisiologia do pâncreas: 2-Compreender a etiologia e fisiologia da diabetes mellitus tipo 1: 3-Conhecer as manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento da diabetes mellitus tipo 1. Anatomi�: O pâncreas é uma glândula endócrina ( produz hormônios, liberam suas secreções diretamente na corrente sanguínea ou nos vasos linfáticos) e exócrina ( pois não possuem canais por onde saem as secreções). → É um órgão achatado,que mede 12,5 a 15cm de comprimento, localiza-se na curvatura do duodeno, primeira parte do intestino delgado, formado por cabeça, um corpo e uma calda As células do pâncreas se unem e formam grupos de ácinos, que são responsáveis por produzir enzimas que fluem para o S. digestório por uma rede de ductos. → As Ilhotas pancreáticas ou ilhotas de langerhans: são minúsculos grupos de tecidos endócrinos (1 a 2 milhões), que ficam espalhados entre os ácinos, → Tanto a parte exócrina e endócrina são irrigadas por capilares abundantes. → Cada ilhota pancreática apresenta 4 tipos de células secretoras de hormônio: APG S2P1- Diabetes mellitus tipo 1-Ilana Maria Maia|4°Período, Medicina. Histologi�: → As Ilhotas de Langerhans são micro-organismos endócrinos, formados por grupos arredondados de células de coloração menos intensa, incrustados no tecido pancreático exócrino. → São mais abundantes na região da cauda do pâncreas. → São constituídas por células poligonais, dispostas em cordões (em volta dos quais existe uma abundante rede de capilares sanguíneos com células endoteliais fenestradas. Há uma fina camada de tecido conjuntivo que envolve a ilhota e a separa do tecido pancreático restante. → A distinção das células que, em virtude de suas afinidades pelos corantes, são denominadas acidófilas ou basófilas é feita por meio de imunocitoquímica e por hibridização in situ distinguem-se pelo menos cinco tipos de células nas ilhotas: alfa, beta, delta, PP e épsilon. �siologi� Mecanismo de ação desses hormônios: ● Glucagon: eleva o nível sanguíneo de glicose que se encontra abaixo do normal e é controlado pelo nível de glicose sanguínea. ● Insulina:ajuda a reduzir o nível de glicose sanguínea que se encontra muito elevado, e é controlada a secreção de insulina via feedback negativo ● Somatostatina: vai agir de maneira parácrina (acontece quando um hormônio produzido por uma célula, que age sobre células vizinhas a ela)., inibindo a liberação tanto de insulina como de glucagon das cél Alfa e Beta, pode agir como hormônio circulante para retardar a absorção de nutrientes pelo S digestório, além de inibir a secreção de GH. ● Polipeptídeo pancreático: inibe a secreção de somatostatina, a contração da vesícula biliar e a secreção de enzimas digestivas pelo pâncreas. ● Controle da secreção de glucagon e insulina: Nível sanguíneo de glicose é o principal controlador do glucagon e da insulina. → Secreção de insulina: há diversos hormônios e neurotransmissores como a Acetilcolina, assim como digestão e a absorção de alimentos contendo tanto carboidratos quanto proteínas são um forte estímulo à liberação de insulina. → A secreção do glucagon: é estimulada por atividade mais intensa da parte simpática do SNA, como acontece durante o exercício Elevação dos aminoácidos sanguíneos quando o nível sanguíneo de glicose está APG S2P1- Diabetes mellitus tipo 1-Ilana Maria Maia|4°Período, Medicina. baixo, o que pode ocorrer depois de uma após uma refeição contendo principalmente proteína. → o glucagon estimula a liberação de insulina de maneira direta; a insulina exerce o efeito oposto, suprimindo a secreção de glucagon. Obs: o hormônio do crescimento humano (GH) e o ACTH estimulam a secreção de insulina porque atuam para elevar a glicose sanguínea. Respostas aos níveis sanguíneos 1- Hipoglicemia- Estimula a secreção de glucagon pelas células. Alfas das ilhotas pancreáticas. 2- O glucagon atua nos hepatócitos acelerando o processo de glicogenólise ( conversão de glicogênio→ glicose) e promovendo gliconeogênese (a formação de glicose a partir de ácido láctico e de determinados aminoácidos) 3- hepatócitos liberam glicose no sangue + rápido e a glicemia ↑. 4-se a glicemia contínua ↑ , pode causar uma hiperglicemia e inibir a liberação de glucagon ( ocasionando o feedback negativo), que estimula a secreção de insulina pelas células beta das ilhotas pancreáticas. 5-A insulina age em várias cel do corpo para acelerar a difusão facilitada da glicose nas células, para apressar a Glicogênese, para intensificar a captação de aminoácidos pelas cel e aumentar a síntese de proteína e para acelerar a síntese de ácidos graxos (lipogênese) e para tornar mais lenta a formação de glicose a partir de ácido láctico e de aminoácidos (gluconeogénesis) 6- Devido a isso ocorre a ↓ de glicose no sangue. 7- Quando o nível sanguíneo de glicose cai para abaixo do normal, ocorre inibição da liberação de insulina (feedback negativo) e estímulo à liberação de glucagon. Diabete� Mellitu� Etiologi�: Diabetes mellitus (DM) é uma doença endócrino-metabólica de etiologia heterogênea, caracterizada por hiperglicemia crônica, resultante de defeitos da secreção ou da ação da insulina. A doença pode cursar com complicações agudas (hipoglicemia, cetoacidose e síndrome APG S2P1- Diabetes mellitus tipo 1-Ilana Maria Maia|4°Período, Medicina. hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica) e crônicas, micro (retinopatia, nefropatia, neuropatia) e macrovasculares (doença arterial coronariana, arterial periférica e cerebrovascular) Fatores de risco: incluem crescente urbanização e mudanças de hábitos de vida (com maior ingestão calórica, aumento do consumo de alimentos processados, estilos de vida sedentários, níveis crescentes de obesidade). Classificação: → Diabetes Mellitus tipo 1(DM1): (pode ser autoimune ou, mais raramente, idiopático e é resultante da destruição das células beta pancreáticas, resultando em deficiência absoluta de insulina) → Diabetes Mellitus tipo 2(DM2): (resultante de perda progressiva da secreção adequada de insulina pelas células beta, frequentemente antecedida pela resistência à insulina) → Diabetes Melittus gestacional: (hiperglicemia diagnosticada durante a gravidez, geralmente surgindo a partir da 24 a semana) -->Tipos específicos de DM devido a outras causas ( síndromes monogênicas de diabetes (p. ex., diabetes melito neonatal [DMN] e diabetes da maturidade dos jovens [MODY]); doenças do pâncreas exócrino (p. ex., pancreatite, fibrose cística, carcinoma etc.); DM induzido por fármacos (p. ex., glicocorticoides, antipsicóticos atípicos, estatinas etc.) ou produtos químicos. Diabete� Mellitu� tip� 1 (DM1); O DM do tipo 1 (DM 1) caracteriza-se pela destruição das células beta pancreáticas, determinando deficiência absoluta de insulina, o que torna essencial o uso de insulina como tratamento, para prevenir cetoacidose, coma, eventos micro e macrovasculares e morte. → A destruição das células beta é geralmente causada por processo auto-imune, o qual pode ser detectado pela presença de auto-anticorpos circulantes no sangue periférico (antidescarboxilase do ácido glutâmico ou anti-GAD, anti-ilhotas e anti-insulina). Em menor proporção, a causa é desconhecida (idiopática). A destruição das células beta APG S2P1- Diabetes mellitus tipo 1-Ilana Maria Maia|4°Período, Medicina. geralmente é rapidamente progressiva. O pico de incidência do DM1 ocorre em crianças e adolescentes, entre 10 e 14 anos, mas pode ocorrer também, menos comumente, em adultos de qualquer idade. Nos adultos, o DM1 pode ter desenvolvimento lento e progressivo de acordo com a deficiência de insulina. Diabet� autoimun� (DM1A): Forma mais frequente de DM1, confirmada pela positividade de um ou mais autoanticorpos → A deficiência absoluta na produção de insulina, decorrente, na maioria dos casos, de uma destruição autoimune indolente das células beta (DM tipo 1A [DM1A]) em indivíduos geneticamentesuscetíveis obs: essa suscetibilidade genetica vai ser causada pelo Polimorfismos no complexo antígeno leucocitário humano (HLA; human leucocyte antigen), localizado no cromossomo 6, seguidos de polimorfismos do gene da insulina e, em terceiro lugar, por polimorfismos no gene de uma fosfatase específica dos linfócitos (PTPN22; protein tyrosine phosphatase nonreceptor 22) → A destruição autoimune das células beta são feita por alguns autoanticorpos, como: Os principais são os auto anticorpos anti ilhotas (ICA) e anti insulina (IAA), antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti GAD), anti tirosina fosfatases IA 2 e IA 2b e anti transportador de zinco 8 (anti Znt8). Eles geralmente precedem a hiperglicemia por meses a anos (estágio pré diabético), �siopatologi�: → Produção, pelos vírus, de proteínas que mimetizam antígenos das células β, com reação cruzada e agressão às células do hospedeiro → Infecção viral precoce, seguida de reinfecção por vírus relacionado que, compartilhando com o primeiro certos epítopos, desencadeariam resposta imunitária contra as células das ilhotas infectadas, configurando uma espécie de déjà vu viral e explicando o período de latência entre a infecção inicial e o desenvolvimento de DM tipo 1 → Lesão das ilhotas, seguida de processo inflamatório com liberação de antígenos sequestrados de células β e ativação de células T autorreativas. Embora as manifestações clínicas do DM tipo 1 surjam frequentemente de forma abrupta, o processo autoimune inicia-se muitos anos antes, com queda progressiva das reservas de insulina ao longo do tempo. Hiperglicemia e cetose ocorrem tardiamente, depois que mais de 90% das células β são destruídas. APG S2P1- Diabetes mellitus tipo 1-Ilana Maria Maia|4°Período, Medicina. → DM1 idiopátic� o� DM tip� 1B (DM1B): A denominação 1B, ou idiopática, é atribuída aos casos de DM1 nos quais os autoanticorpos não são detectáveis na circulação. O diagnóstico apresenta limitações e pode ser confundido com outras formas de DM diante da negatividade dos autoanticorpos circulantes, de modo concomitante com a necessidade precoce de insulinoterapia plena. As recomendações terapêuticas são as mesmas do DM tipo 1A e não há evidências de riscos distintos para as complicações crônicas entre os subtipos. Diabete� autoimun� latent� e� adult�(LADA): É uma forma de diabetes autoimune em que a velocidade da destruição das células beta pancreáticas é mais lenta do que a habitualmente observada no DM1. Em geral, o diagnóstico de LADA ocorre entre 30 e 50 anos de idade, independentemente do uso de insulina, e apresenta características clínicas mais semelhantes aos indivíduos com DM2. → Trata-se, portanto, de uma forma híbrida de DM que compartilha características tanto do DM1 (p. ex., marcadores de autoimunidade) como do DM2 (p. ex., excesso de peso e resistência à insulina). Fatores de risco: ● Ambientais: incluem infecções virais (rubéola congênita, enterovírus, parotidite e sarampo), deficiência de vitamina D e exposição precoce ao leite bovino e ao trigo. Atualmente, apenas o papel da rubéola congênita e dos enterovírus está confirmado. Manifestaçõe� Clínica�: Possui clínica clássica e o diagnóstico mais precoce devido às suas manifestações agudas. ● Poliúria; ● Polidipsia; ● Polifagia; ● Emagrecimento; ● Enurese noturna e candidíase vaginal podem aparecer em crianças pequenas; ● Cansaço; ● Fraqueza. Complicaçõe�: ● Perda da visão; ● Insuficiência renal em estágio terminal; ● Amputação não traumática dos membros inferiores; ● Infarto agudo do miocárdio; APG S2P1- Diabetes mellitus tipo 1-Ilana Maria Maia|4°Período, Medicina. ● Acidente vascular cerebral. Diagn�tic�: → Para suspeita de DM1 o paciente deve apresentar os sintomas clássicos do DM (poliúria, polidipsia e polifagia, associadas à perda ponderal). → No caso DM2, cerca de 40 a 50% dos pacientes desconhecem ter a doença por serem assintomáticos ou oligossintomáticos, apresentando mais comumente sintomas inespecíficos, como tonturas, dificuldade visual, astenia e/ou cãibras. O diagnóstico é feito com base nos exames laboratoriais → Exames laboratoriais: As categorias de tolerância à glicose são definidas com base nos seguintes exames: • Glicemia em jejum: coletada em sangue periférico após jejum calórico de no mínimo 8 horas; • TOTG: previamente à ingestão de 75 g de glicose dissolvida em água, coleta-se uma amostra de sangue em jejum para determinação da glicemia; coleta-se outra, então, após 2 horas da sobrecarga oral. Importante reforçar que a dieta deve ser a habitual e sem restrição de carboidratos pelo menos nos 3 dias anteriores à realização do teste. Permite avaliação da glicemia após sobrecarga, que pode ser a única alteração detectável no início do DM, refletindo a perda de primeira fase da secreção de insulina; • Hemoglobina glicada (HbA1c): oferece vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses e ao sofrer menor variabilidade dia a dia e independer do estado de jejum para sua determinação. Vale reforçar que se trata de medida indireta da glicemia, que sofre interferência de algumas situações, como anemias, hemoglobinopatias e uremia, nas quais é preferível diagnosticar o estado de tolerância à glicose com base na dosagem glicêmica direta. Outros fatores, como idade e etnia, também podem interferir no resultado da HbA1c. → Por fim, para que possa Classificação e diagnóstico do diabetes mellitus ser utilizada no diagnóstico de DM, a determinação da HbA1c deve ocorrer pelo método padronizado no Diabetes Control and Complications Trial (DCCT) confirmação do diagnóstico de DM requer repetição dos exames alterados, idealmente o mesmo exame alterado em segunda amostra de sangue, na ausência de sintomas inequívocos → Exames usados para controle glicêmico: Glicemia pós-prandial,frutosamina,1,5-anidroglu citol e Albumina glicada APG S2P1- Diabetes mellitus tipo 1-Ilana Maria Maia|4°Período, Medicina. Critéri� laboratoriai� par� diagn�tic� d� normoglicemi�, pr� diabete� � diabete� APG S2P1- Diabetes mellitus tipo 1-Ilana Maria Maia|4°Período, Medicina. Tratament�: O tratamento da pessoa com DM 1 possui cinco componentes principais: → Tratamento não farmacológico: orientar o paciente, a família do paciente sobre o autocuidado, mudança nos hábitos de vida, alimentação saudável com baixo índice glicêmico e a prática de exercícios físicos. → Tratamento medicamentoso: Através da insulinoterapia que é obrigatória devido à deficiência absoluta de insulina endógena e medicamentos hipoglicemiantes orais não são recomendados no tratamento do DM 1. Todos os pacientes com DM1 devem receber insulinoterapia em esquema basal-bolus com múltiplas doses de insulina e com monitorização frequente da glicemia capilar (no mínimo antes das refeições e quando suspeita de hipoglicemia) O esquema de insulinização deve incluir: uma insulina de ação intermediária ou lenta (insulina NPH humana ou análogas de longa duração) e uma insulina de liberação rápida ou ultra-rápida (regular humana ou insulina análoga de ação rápida), com doses fracionadas em três a quatro aplicações diárias, as quais devem respeitar a faixa etária, peso do paciente, gasto energético diário incluindo atividade física e dieta, levando-se em consideração possível resistência à ação da insulina e a farmacocinética desses medicamentos Opção 1: Ultra rápida( ação dura não dura + do que 5 hrs): Aspart, Lispro e Glulisina com associação de uma intermediária( NPH e lenta (duração de 14-18h). Opção 2: ultra rápida + NPH (insulina ideal sem pico e duração de 24h. Opção 3: Rápida (ajuda a manter os níveis de glicose estáveis após ingestão de alimentos, aplicada 30min antes das refeições) + NPH. Opção 4: Rápida + lenta (glargina) menor índice de glicemia noturna e tempo de ação de 24h/sem picos. APG S2P1- Diabetes mellitus tipo 1-Ilana Maria Maia|4°Período, Medicina. Referências: 1- BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo, patologia. In: Bogliolo, patologia. 2006. p. 1472-1472. 2-CUSTÓDIO, Melani Ribeiro et al. Protocoloclínico e diretrizes terapêuticas para o tratamento do hiperparatireoidismo secundário em pacientes com doença renal crônica. Brazilian Journal of Nephrology, v. 35, p. 308-322, 2013. 3-JUNQUEIRA, Luiz C.; CARNEIRO, José. Histologia básica. In: Histologia básica. 1985. p. 512-512. 4-KATSAROU, Anastasia et al. Diabetes mellitus tipo 1. Nature reviews Disease primers , v. 3, n. 1, pág. 1-17, 2017. 5-NEVES, C. et al. Diabetes Mellitus Tipo 1. Revista Portuguesa de Diabetes, v. 12, n. 4, p. 159-167, 2017. 6-TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano-: Fundamentos de Anatomia e Fisiologia. Artmed Editora, 2016. 7-VILAR, Lúcio et al. Endocrinologia clínica. In: Endocrinologia clínica. 2001. p. 939-939.
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