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· BRUCELOSE Nos bovinos é conhecida como enfermidade de Bang. Animais → aborto infeccioso, aborto contagioso, aborto epizoótico. Equinos → mal da nuca, mal da cruz, mal da cernelha, abcesso de cernelha Ovinos → epididimite dos carneiros Humanos → febre ondulante, febre de Malta, febre do Mediterrâneo, Febre de Gibraltar Histórico : A brucelose na antiguidade era conhecida apenas como uma doença humana. Hipocrates a descreveu como uma doença febril e assim foi titulada como febre ondulante. No século XIX - Importância da Brucelose Causa perdas para pecuária; limitações na comercialização de animais através de interdições e barreiras sanitárias; Para a saúde pública : ZOONOSE!! Prejuízo na América Latina de 600 milhões de dólares por ano; No Brasil 892 milhões de reais. - Distribuição geográfica Brucella abortus é a espécie mais difundida pelo mundo - Agente etiológico Brucella melitensis – 3 biovares – caprinos e ovinos Brucella abortus – 7 biovares – bovinos Brucella suis – 5 biovares – sendo 1 –suínos / 2 – suínos e lebre europeia / 3 – suínos / 4 – renas / 5 roedores Brucella ovis – ovinos – epididimite dos carneiros Brucella neotomae – rato do deserto Brucella canis – cães Brucella delphini – golfinhos Brucella pinnipediae – focas Brucella cetaceae – cetáceos (baleias) - Características do gênero Brucella São gram negativas ; não são álcool-ácido resistentes. São cocobacilos pequenos, imóveis, não formam esporos e não possuem cápsula. Colônias : pequenas, semitransparentes,margem circular e lisa, superfície lisa e brilhante Cultivo: pH ideal 6,6 a 6,8 (até 7,4). Temperatura de 37ºC. -Resistência Não resistem a fervura e pasteurização Sensíveis aos desinfetantes comuns Sensíveis: tetraciclinas, aureomicina, cloranfenicol - Características bioquímicas Não produzem indol, não liquefazem gelatina, não fermentam carboidratos, não reduzem nitrato a nitrito; não produzem catalase a uréase, produzem H2S - Características usadas para diferenciação das espécies e biovares do gênero Brucella Hospedeiro, Exigência de Co2, Produção de H2S, Atividade de uréase, Crescimento na presença de corantes (tionisa e fucsina básica); aglutinação de soro monoespecífico (A, M, R) e sensibilidade a bacteriófagos (TB, WB, Fi, Bk, R/O, R/C) Oxidação de substratos: alanina, asparagina, ácido glutâmico, arabinose, galactose, ribose, glicose, xilose, arginina, citrolina, ornitina, lisina e eritritol. Cadeia Epidemiológica Fonte infecção : hospedeiros preferenciais Outras fontes de infecção : outras espécies e animais silvestres. Animal infectado – vaca (em gestação); touro Vias de eliminação Feto, Líquidos fetais, anexos fetais, secreções vaginais, sêmen, leite Meios de transmissão Alimentos contaminados, pastagem, água contaminada, monta natural (cães e suínos), inseminação artificial, leite e derivados. Porta de Entrada Mucosa orofaríngea, mucosas respiratórias e conjuntiva, mucosa genital e pele com solução de continuidade. Patogenia Penetração do agente etiológico → fagocitose do AE e multiplicação nas células fagocitárias → Linfonodo regional → Via linfática e sanguínea (bacteremia) → órgãos de predileção Os órgãos de predileção são : útero em gestação, testículo, linfonodos, baço, articulações, glândula mamária. O agente etiológico entra nas células epiteliais da plancenta causando uma placentite necrótica ou endometrite. Com isso há uma interferência na circulação fetal → morte do feto aborto → retenção de placenta e infertilidade. Dependendo da extensão da placentite necrótica há: aborto, natimorto, nascimento de bezerro fraco, nascimento de bezerro normal. Principais Manifestações Clínicas Bovinos : abortamento no terço final da gestação, natimortos, nascimento de bezerros fracos, retenção de placenta, higromas, orquite uni ou bilateral, epididimite. Suínos: abortamento qualquer fase da gestação. Repetição de cio, espondilite, artrite, claudicação, paralisia de posterior, orquite uni ou bilateral, epididimite. Cães: abortamento +/- 50 dias de gestação, natimortos, artitre, orquite uni ou bilateral, atrofia testicular, epididimite, dermatite escrotal. Equinos: bursite supra-espinhal ou supra atlantal; abscesso de cernelha → bursite ocorre frequentemente como parte da localização sinovial de infecções hematogênicas. Além disso,há formas isoladas de bursite, especialmente em equinos, que parecem iniciar-se por trauma e são caracterizadas por acumulo de fluido seroso e graus variáveis de hipertrofia sinovial. Elas representam focos de resistência reduzida e são predispostas à localização de micro-organismos, os quais podem alterar a natureza da reação inflamatória e contribuir para sua progressão. As bursas que cobrem proeminências ósseas são especialmente sujeitas a injurias traumáticas. A bursite carpal é também conhecida como higroma e não é rara em bovinos e ovinos. Em bovinos, grandes higromas podem resultar de infecção secundária por Brucella abortus. O abscesso de cernelha e o mal da nuca são as formas mais sérias de bursite em equinos e asininos, afetando, respectivamente, a bursa supraespinhal e a bursa atlantal.As bursas afetadas são aquelas entre o ligamento nucal e a 2ª, ou menos frequentemente, 3ª,4ª ou 5ª, vértebra torácica, no caso de abscesso de cernelha, e entre o ligamento nucal e o arco dorsal do atlas (1ª vértebra cervical), no caso do mal da nuca. Caprinos : semelhante aos bovinos Diagnóstico Direto : Pesquisa do agente etiológico por observação direta (esfregaços de cotilédones – coloração de Ziehl Neelsen, Método de Koster, Tecnicas de imunoistoquimica), indentificação de ácido nucleico – PCR, isolamento e cultivo. Indireto : pesquisa de anticorpos Isolamento e cultivo: Material da vaca – linfonodos, swab vaginal, baço, leite Material do feto – conteúdo estomacal, linfonodo bronquial, baço, fígado, pulmão, e swab retal. Inoculação em cobais Semeadura em meios de cultura Diagnóstico Sorológico – Aglutinação → teste de soroaglutinação em tubo, teste do antígeno acidificado tamponado; teste do anel do leite, teste do mercaptoetanol. Fixação → reação de fixação de complemento Precipitação → teste de imunodifusão em gel – epididimite dos carneiros Testes imunoenzimáticos (Elisa) → teste imunoenzimático indireto, teste imunoenzimático competitivo
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