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CFSD/CBMSC PRÉ – EDITAL 2018 DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico RICO DOMINGUES DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 1 a n Sumário 1. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................................................... 3 2. FONTES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ........................................................................................................................... 3 3. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................................... 4 Princípios caracterizadores do Regime Jurídico Administrativo ...................................................................................... 4 Princípios Constitucionais expressos ........................................................................................................................... 5 Princípios implícitos ou gerais de Direito Administrativo ................................................................................................ 6 4. PODERES ADMINISTRATIVOS .......................................................................................................................................... 8 Poder Vinculado ....................................................................................................................................................... 8 Poder Discricionário .................................................................................................................................................. 8 Poder Disciplinar ...................................................................................................................................................... 8 Poder Hierárquico ..................................................................................................................................................... 8 Poder Regulamentar ................................................................................................................................................. 8 Poder Normativo ...................................................................................................................................................... 9 Poder de Polícia Administrativa .................................................................................................................................. 9 Poder hierárquico x disciplinar x de polícia administrativa ........................................................................................... 10 Uso e o abuso do poder .......................................................................................................................................... 10 5. QUESTÕES ................................................................................................................................................................... 10 6. ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................................ 18 Estado ................................................................................................................................................................... 18 Governo ................................................................................................................................................................ 18 Administração Pública ............................................................................................................................................. 19 7. ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA............................................................................................................................ 19 Conceitos .............................................................................................................................................................. 19 Composição da Administração Indireta ..................................................................................................................... 20 Agências Reguladoras ............................................................................................................................................. 22 Agências Executivas ............................................................................................................................................... 22 8. ÓRGÃOS PÚBLICOS ....................................................................................................................................................... 23 Desconcentração .................................................................................................................................................... 23 Teorias dos Órgãos Públicos .................................................................................................................................... 23 Conceito de Órgão Público ...................................................................................................................................... 23 Características dos Órgãos ...................................................................................................................................... 23 Capacidade Processual ............................................................................................................................................ 23 Classificação dos Órgãos ......................................................................................................................................... 24 9. AGENTES PÚBLICOS ...................................................................................................................................................... 24 10. QUESTÕES .................................................................................................................................................................. 25 11. ATOS ADMINISTRATIVOS ............................................................................................................................................ 30 Conceito de Atos Administrativos ........................................................................................................................... 30 Requisitos do ato administrativo ............................................................................................................................ 30 Teoria dos motivos determinantes .......................................................................................................................... 30 Atributos do ato administrativo .............................................................................................................................. 30 Extinção dos atos administrativos ........................................................................................................................... 31 Convalidação dos Atos Administrativos ................................................................................................................... 32 Fato Administrativo ............................................................................................................................................... 32 Classificação dos atos administrativos ..................................................................................................................... 32 Espécies de Atos Administrativos ........................................................................................................................... 34 Questões ........................................................................................................................................................... 35 12. PROCESSO ADMINISTRATIVO...................................................................................................................................... 42 Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999 ................................................................................................................... 42 Resumo ............................................................................................................................................................... 47 Questões ............................................................................................................................................................. 49 13. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ................................................................................................................................. 52 Lei nº 8.429, de 02 de Junho de 1992 ................................................................................................................... 52 Resumo ............................................................................................................................................................... 56 Questões ............................................................................................................................................................. 60 http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico RICO DOMINGUES www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 2 14. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .................................................................................................................... 62 Classificação das formas de controle ...................................................................................................................... 62 Controle Administrativo ......................................................................................................................................... 63 Controle Legislativo .............................................................................................................................................. 64 Controle Judiciário ................................................................................................................................................ 65 Questões ............................................................................................................................................................. 65 15. SERVIDOR PÚBLICO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAl ......................................................................................................... 67 Resumo ............................................................................................................................................................... 71 Questões ............................................................................................................................................................. 75 16. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................................................... 78 http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues RICO DOMINGUES DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 3 a n 1. CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO O conceito de Direito Administrativo, nas palavras de Hely Lopes Meirelles, é “o conjunto harmonioso de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.” Já Celso Antônio Bandeira de Mello o define da seguinte maneira: “O Direito Administrativo é o direito da dinâmica, é o direito efetivo da cidadania brasileira, logo é fundamental. É o direito do presente e do futuro. Dele derivam o Direito do Consumidor, o Direito Ambiental, o Direito Aeronáutico, etc. Eles se separam, mas a base é a mesma. E tem evoluído bastante.” Em suma, cabe ao Direito Administrativo, ramo do Direito Público, disciplinar as atividades, órgãos e agentes públicos. Assim sendo, o Direito Administrativo limita e disciplina a atuação do Estado, submete o poder estatal ao Direito. Importante destacar que o Direito Administrativo rege não apenas os atos do poder executivo, mas também os do legislativo e do judiciário quando estes estão no exercício de função atípica administrativa. Pode-se ainda conceituar o Direito Administrativo com foco na prerrogativa de autoridade do Estado ou na sua atividade de prestação de serviço público. Nesse sentido, de acordo com Maurice Hauriou, o Direito Administrativo “é um direito de Puissance Publique, ou seja, direito de autoridade pública, “no qual a função administrativa é preenchida por um poder em que as prerrogativas são extremamente visíveis, tratando-se somente de conduzi-las a limites que as tornem jurídicas.” Assim, este autor, expoente da escola Puissance Publique, conceitua o direito administrativo pela coerção e pelas prerrogativas inerentes aos atos de império, diferenciando-os dos atos de gestão. Já para a Escola do Serviço Público, também chamada de Escola de Bordeaux, o conceito do Direito Administrativo tem relação com a idéia de servir, de finalidade. Duguit, seu maior expoente, defende que a prestação de serviços públicos é o centro do Direito Administrativo e do próprio Estado. Essa escola, inspirada na jurisprudência do Conselho de Estado Francês, segundo a qual a competência dos tribunais administrativos passou a ser fixada em função da execução de serviços públicos, tem como marco o Caso Blanco. Nesse caso, uma mulher sofre um acidente com danos oriundos de um vagão da indústria de tabaco, explorada então pela municipalidade. Duguit defende a partir desse caso que a prestação de serviços públicos é o centro do Direito administrativo e do próprio Estado. 2. FONTES DE DIREITO ADMINISTRATIVO Fonte é a origem, procedência, é todo fato que dá nascimento a outro. Assim, as fontes do Direito Administrativo são a origem das regras jurídicas, o local de nascimento do Direito, onde ele se origina, onde pode ser buscado. As fontes do Direito Administrativo são: a legislação (Constituição Federal, leis e demais normatização), a doutrina, a jurisprudência, os costumes e os princípios. Legislação – A lei em sentido amplo (latu sensu) é fonte primária do Direito Administrativo. No termo lei em sentido amplo (latu sensu) estão incluídos todos os atos normativos: - Constituição Federal; - Leis em sentido estrito (strictu sensu) como a lei de improbidade – 8429, lei de licitações – 8666, entre outras; - Decretos - Outros atos normativos como instruções normativas, portarias, resoluções ... Vale destacar que a lei em sentido amplo é fonte primária do Direito. As demais fontes, como regra, são consideradas fonte secundárias. Importante ainda lembrar que há uma hierarquização entre a Constituição Federal (CF), leis (incluindo as complementares e Medidas Provisórias), os Decretos ou Regulamentos e demais normatização. Na ilustração abaixo podemos observar a pirâmide de hierarquia das normas. Observe que a CF está no topo, sendo que nenhuma outra norma pode contrariá-la. Já Decretos não podem contrariar as leis nem a CF, pois estão abaixo das leis, são infralegais. Outros atos normativos como instruções normativas e portarias não podem contrariar Decretos, nem a lei e tampouco a Constituição Federal pois estão na base do nosso ordenamento jurídico. Relevante destacar ainda que a legislação possui muitas lacunas, ou seja, existem muitas situações, conflitos sociais, quenão possuem previsão normativa. Tal fato ocorre porque os anseios, as necessidades sociais evoluem muito mais rapidamente do que o burocrático trâmite legislativo. Além disso, a legislação muitas vezes conflita entre si. Desse modo, as outras fontes do direto (fontes secundárias), como a doutrina, jurisprudência, costume e princípios são de fundamental importância para a solução dos conflitos jurídicos. http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico RICO DOMINGUES www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 4 Doutrina – é o que os estudiosos do direito pesquisam e escrevem sobre o direito. São os livros e artigos jurídicos, fruto de pesquisas e reflexões jurídicas. É importante fonte do direito pois pode influenciar na elaboração da legislação e nos julgamentos. A tendência da doutrina é universalizar-se. Jurisprudência – é o reiterado entendimento dos Tribunais acerca de determinado tema, pode influenciar poderosamente a construção do Direito. A tendência da Jurisprudência é nacionalizar-se. Costume – é a reiterada prática de um ato na sociedade, não contrário ao direito, que com o passar do tempo acaba por tornar- se prática rotineira e socialmente aceita, influenciando muitas vezes a construção do direito e a elaboração de legislação e dos julgamentos. Ademais, pelo costume é que conseguimos saber o real conteúdo de princípios norteadores do Direito Administrativo como o da moralidade (atuação da administração pública conforme os bons costumes) e da razoabilidade (agir dentro do que seria razoavelmente aceito e esperado pela sociedade). Princípios – estão previstos na CF, nas leis, nos regulamentos, em tratados internacionais, ou muitas vezes advém da doutrina. São orientadores, norteadores, regem o direito e são fonte essencial deste. Nenhuma norma ou ato administrativo pode ser contrário aos princípios de direito administrativo que são regentes da atuação estatal. DICA! Algumas doutrinas e provas de concurso elencam como fontes do direito administrativo apenas: leis, doutrina, jurisprudência e costume. Ou seja, não mencionam os princípios como fonte, até porque estes estão espalhados pelas demais fontes! DICA! A lei em sentido amplo é fonte primária. As demais fontes são fontes secundárias, inclusive a jurisprudência e súmulas emitidas pelos tribunais em geral. No entanto, cuidado! Súmulas vinculantes emitidas pelo STF, por vincularem decisões de outros tribunais, juizes e autoriadades administrativas são também consideradas fontes primárias. 3. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO Princípios são mandamentos nucleares do direito, normas de interpretação, servem à hermenêutica, além disso, são orientadores, norteadores do direito. Os princípios de Direito Administrativo são aplicáveis à Administração Direta e Indireta. Podemos dividi-los em princípios caracterizadores do Regime Jurídico Administrativo, constitucionais expressos e princípios implícitos ou gerais. Princípios caracterizadores do Regime Jurídico Administrativo O Regime Jurídico Administrativo ou de Direito Público é aquele a que está submetida a Administração Pública quando está no uso de prerrogativas públicas, visando ao fim que é o interesse público. Justamente para garantir que a Administração Pública alcance o interesse da coletividade, é necessário que esta possua prerrogativas. Assim, caracteriza o regime jurídico administrativo o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado. Este princípio coloca a Administração Pública em uma posição de vantagem em relação ao particular, com supremacia e maiores poderes, justamente para facilitar o alcance do interesse público. Afinal, em regra, o particular visa apenas ao seu interesse particular, enquanto a Administração Pública visa à proteção de toda a coletividade. No entanto, a Administração Pública também possui limites na sua atuação, justamente porque age em nome da coletividade. Desse modo, como meio de impor limites à sua conduta, esta deve observar aos princípios da legalidade (só pode fazer o que a lei permite ou autoriza) e da indisponibilidade do interesse público sobre o privado (não pode dispor dos bens, direitos nem dos interesses públicos sem que haja previsão em lei). Assim, são princípios caracterizadores do regime jurídico administrativo: supremacia do interesse público sobre o privado (como prerrogativa da administração pública) e legalidade ou indisponibilidade (como sujeições da administração pública). DICA! Pode-se falar em binômio no Regime Jurídico Administrativo. De um lado do binômio temos a vantagem da Administração, caracterizada pelo princípio da Supremacia do Interesse Público, do outro lado do binômio temos a limitação da Administração Pública, traduzida especificamente pelo princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. DICA! Supremacia e Indisponibilidade podem ser trazidos ainda como Supraprincípios, pois estão na base do ordenamento jurídico. No entanto, cuidado! Estes não estão acima dos outros princípios, de fato nenhum princípio está acima do outro. Relevante destacar que Regime Jurídico da Administração é diferente de Regime Jurídico Administrativo. Neste a Administração está regida pelo Direito Público e age com supremacia. Já quando falamos em Regime Jurídico da Administração estamos de forma genérica nos reportando à Administração Pública, seja quando ela está regida pelo Regime Jurídico Administrativo, seja quando está em relação de igualdade com o particular, neste caso regida pelo regime jurídico não administrativo. http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues RICO DOMINGUES DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 5 a n Vejamos a tabela a seguir que traz as principais características do Regime Jurídico Administrativo (de direito público) em contraposição ao Regime Jurídico não Administrativo (de direito privado) REGIME JURÍDICO DA ADMINISTRAÇÃO Regime Jurídico Administrativo Regime Jurídico não Administrativo Regime Jurídico de Direito Público Regime Jurídico de Direito Privado Interesses públicos em questão Interesses entre particulares Relação Vertical Relação Horizontal Supremacia do interesse público sobre o privado Igualdade entre as partes Indisponibilidade do interesse público Disponibilidade de interesses dos particulares Ex. Direito Administrativo, Tributário, Eleitoral Ex. Direito de Família, Comercial, Civil. Princípios Constitucionais expressos O artigo 37 da Constituição Federal determinou que a Administração Pública deve pautar-se em certos princípios, que podem ser denominados de princípios da Administração Pública ou mais especificamente princípios da Administração Pública expressos no artigo 37 da Constituição Federal. São eles os princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (LIMPE). Veja o que dispõe expressamente o referido artigo 37 da nossa Carta Maior: Art. 37: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.” Legalidade – Significa que o administrador público está, em toda a sua atividade funcional, sujeito à Lei e ao Direito e deles não pode se afastar sob pena de praticar ato inválido e expor-se à responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. Difere da legalidade para os particulares porque estes podem fazer tudo aquilo que a lei não proíbe ea Administração Pública somente pode fazer o que a lei autoriza ou permite. Assim, a atuação da Administração é mais limitada do que a dos particulares porque todos os atos administrativos estão sujeitos à autorização ou permissão legal. No entanto, cuidado. Não é necessário que sempre haja uma autorização específica em lei, basta uma autorização genérica, como pode ocorrer nos atos discricionários (aqueles em que a Administração Pública possui margem de escolha). Importante ressaltar ainda que o princípio da legalidade é um limite ao poder do Estado, fruto de uma visão de Administração Burocrática, do Estado de Direito. Nesse sentido, o gestor público está sujeito à lei e só pode agir nos seus limites. O princípio da legalidade deve ser considerado como o mais importante da Administração Pública e sempre deve ser observado. No entanto, se a prova citar exceções a este princípio deve-se lembrar daquelas dispostas por Celso Antônio Bandeira de Mello: atos de gestão, medidas provisórias, estado de defesa e de sítio. Impessoalidade - Impõe à Administração Pública o dever de apenas atuar visando ao interesse público. Assim, não pode o gestor público visar aos seus próprios interesses pessoais ou ao interesse de um particular específico. Desse modo, a Administração Pública deve tratar os administrados sem discriminações, benefícios pessoais, favoritismos ou perseguições. Então, de acordo com o princípio da impessoalidade, todos são iguais perante a Administração Pública e assim devem ser tratados. Dica! É comum em prova serem trazidos como sinônimo do princípio da impessoalidade os princípios da finalidade, igualdade e até o da supremacia do interesse público sobre o privado. São exemplos do princípio da impessoalidade a necessidade de concurso público e licitação. Outro exemplo importante é o disposto no parágrafo 1º do art. 37 da CF: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.” Moralidade – A Administração Pública, por meio de seus agentes, deve agir sempre com ética e probidade, dentro da boa- fé e bons costumes. Pode inclusive o agente administrativo ser penalizado se agir em desacordo com este princípio fundamental do Direito Administrativo. Os atos administrativos que estiverem de acordo com a lei, mas ferirem a moral, também devem ser anulados, pois, nesse caso, ainda que legais serão ilegítimos (contrários ao Direito de forma geral). Dessa feita, a Administração Pública deve obedecer não apenas à lei, mas também à moralidade em todos os seus atos. Deve-se lembrar que o princípio da moralidade junto com o da legalidade caracterizam a visão de Administração Pública Burocrática, fruto do Estado de Direito. Publicidade – Pode-se destacar duas faces da publicidade. A primeira se refere à publicidade como requisito de moralidade, já a segunda à publicidade como requisito de eficácia. Vejamos os dois aspectos a seguir: - Publicidade como requisito de moralidade – os atos da Administração devem ser públicos, transparentes, do conhecimento de todos, para facilitar o controle. - Publicidade como requisito de eficácia – é necessário que haja publicação do ato administrativo para que este possa surtir efeitos Por exemplo, um contrato administrativo apenas poderá surtir efeitos depois que seu resumo por publicado na imprensa oficial, conforme consta na lei 8666. DICA! O princípio da publicidade comporta exceções, quando for imprescindível pode haver o sigilo, como, por exemplo, para proteção da segurança nacional. http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico RICO DOMINGUES www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 6 Eficiência – Este princípio foi introduzido na Constituição Federal em 1998, pela Emenda Constitucional 19/98, como fruto da reforma administrativa da década de 90 e de uma nova visão de Administração Pública não somente Burocrática, mas agora Gerencial. Sob esse aspecto a administração pública deve buscar não apenas a lei e a moral, mas também buscar resultados, rendimento e presteza. Assim, eficiência se refere a buscar o melhor resultado da maneira mais breve e menos honerosa possível. Importante lembrar que dentro da Eficiência está a idéia do princípio da Economicidade, de acordo com este a administração pública deve buscar o melhor custo benefício. Atenção, eficiência não pode contrariar a legalidade ou a moralidade. Se o ato administrativo for super eficiente, mas não tiver previsão na lei ou contrariar a moral deve ser anulado. DICA! O princípio da eficiência está na CF de 88, desde 98! DICA! Não confunda eficiência com eficácia ou efetividade. O princípio constitucional expresso é o da eficiência! Princípios implícitos ou gerais de Direito Administrativo Supremacia do interesse público sobre o privado – É princípio basilar de Direito Administrativo, inerente à sociedade e sua condição de existência, sendo um pressuposto lógico do convívio social. Desse modo, o interesse público deve prevalecer sobre o interesse particular. A aplicação desse princípio não significa o desrespeito ao interesse do particular, no entanto, quando há contraposição de interesses prevalece o público. Assim, a Administração Pública está em uma relação de supremacia em relação ao particular porque visa ao interesse público, da coletividade. Relevante destacar que a Supremacia é essencial para que a Administração Pública possa proteger a coletividade. Dessa feita, decorrem deste princípio: a presunção de legitimidade e veracidade dos atos administrativos, os poderes da administração pública, a intervenção do estado na propriedade como na desapropriação e as cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos. Indisponibilidade – Significa que os bens, direitos e serviços públicos são indisponíveis, não podem ser doados, concedidos ou desfeitos sem previsão legal. Isto porque estes não pertencem à Administração ou ao agente público, a eles cabe apenas a administração, a gestão da “coisa pública” em prol da coletividade que é a titular dos bens, direitos e serviços públicos. Assim, em decorrência do princípio da indisponibilidade, a Administração não pode renunciar receitas como multas e tributos, salvo se houver previsão legal. Lembre-se! O princípio da Supremacia do interesse público sobre o privado e o da indisponibilidade são caracterizadores do regime jurídico administrativo, do binômio vantagem x restrição, são supraprincípios do Direito Administrativo. Finalidade – A atuação da administração pública deve sempre visar a um fim específico que é atingir o interesse público. Além disso, sua atuação deve ser em conformidade não apenas com a letra da lei, mas com seu objetivo, finalidade. Há doutrinadores e questões de prova que traduzem este princípio como sinônimo do princípio constitucional da impessoalidade. Motivação – A Administração Pública deve justificar seus atos, apontado-lhes os fundamentos de direito e fato. É princípio básico no Estado democrático de direito em que o cidadão deve saber porque determinada decisão foi tomada. Cabe destacar que a motivação é diferente do motivo. Enquanto motivo é o porquê do ato, motivação é a exteriorização do motivo, é a explicação do porquê do ato administrativo. Ampla defesa e contraditório – Antes de a Administração Pública tomar decisão que possa influenciar na vida do particular deve sempre oportunizar a ele a possibilidade de defender-se, contestar. Está previsto no art. 5º , LV da Constituição Federal: “(...) aoslitigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”. Ampla defesa é a garantia que assiste a parte de usar todos os meio legais para provar sua inocência ou defender suas alegações, trata-se de um conceito amplo. Inserido na Ampla Defesa temos o Contraditório, este é mais específico, trata-se da garantia que cada parte possui de se manifestar sobre todas as provas e alegações produzidas pela parte contrária. Razoabilidade e proporcionalidade – Pauta-se na adequação entre meios e fins na atuação da Administração. Razoabilidade é um conceito amplo, trata-se do dever de a Administração agir em conformidade com um senso prudente, sensato, sem arbitrariedades ou excessos, dentro daquilo que seria esperado pelo homem médio. Proporcionalidade é um conceito mais específico, está contido na ampla defesa, possui relação com as penalidades, restrições aplicadas pela Administração, estas devem ser proporcionais à conduta infratora. Desse modo, uma pequena infração comporta uma pequena penalidade e uma grave infração uma penalidade mais gravosa. DICA! Ampla Defesa e Contraditório está expresso no artigo 5º, LV da Constituição Federal. DICA! Razoabilidade e Proporcionalidade não está expresso na Constituição Federal, mas sim implícito. No entanto, está expresso (positivado) na lei 9784/99 (lei do processo administrativo). Proporcionalidade dos Princípios – Nenhum princípio prevalece sobre o outro. Todos estão em pé de igualdade. Nem mesmo os Supraprincípios ou os Constitucionais Expressos prevalecem sobre os demais. No caso concreto, se houver conflito aparente, deve-se ponderar qual deve ser aplicado com proporcionalidade. Segurança Jurídica e Proteção à Confiança – O conceito clássico, específico do Direito Administrativo, de Segurança Jurídica foi positivado na Lei 9784/99 (Lei do Processo Administrativo). Este refere-se a irretroatividade das interpretações novas da Administração Pública. Assim, segurança Jurídica de forma geral no Direito Administrativo, conforme a lei 9784/99, em caráter objetivo, se refere ao fato de que uma nova interpretação dada pela Administração Pública acerca de determinada regra somente se aplica para casos futuros. Assim, novas interpretações não retroagem, sob pena de ferir a segurança jurídica. Atenção, diferentemente do Direito Penal, uma nova interpretação administrativa não retroage nem memo para beneficiar o infrator. Assim, pode-se dizer que uma nova interpretação dada pela Administração Pública possui efeitos ex nunc (não retroativos). http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues RICO DOMINGUES DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 7 a n Além disso, ao falar em Segurança Jurídica, pode-se ainda destacar o aspecto subjetivo deste princípio, que corresponde ao princípio específico da proteção à confiança. Este princípio leva em conta a boa-fé do administrado, quando este acredita e espera que os atos praticados pela Administração Pública sejam lícitos e serão mantidos e respeitados por ela. Refere-se a relação de confiança, certeza, segurança que o administrado espera da atuação do Estado. Decorre da proteção à confiança ou seguranja jurídica em sentido subjetivo, os institutos da decadência e prescrição. A exemplo, no direito administrativo, um ato administrativo que gerou efeitos favoráveis para quem estava de boa fé não pode ser anulado depois de 5 anos, sob pena de restar ferida a segurança jurídica subjetiva, ou, mais especificamente, a proteção à confiança. Boa-fé – Alguns autores e questões recentes de concursos apontam ainda o príncío da boa-fé no direito administrativo e buscam diferenciá-lo dos da proteção à confiança e da segurança jurídica. O princípio da boa-fé em seu aspecto objetivo, refere- se a uma conduta leal, honesta esperada tanto do particular como da Administração Pública. Já no seu aspecto subjetivo diz respeito ao fato de o particular acreditar que está agindo corretamente, mesmo quando fere a norma. Segurança Jurídica x Proteção à Confiança x Boa fé Segurança Jurídica – Aspecto objetivo previsto na Lei 9784 – uma nova interpretação da administração pública não retroage. Proteção à Confiança – Aspecto subjetivo do princípio da Segurança Jurídica – refere-se a proteção da boa-fé do administrado, quando este acredita e espera que os atos praticados pela Administração Pública sejam lícitos e serão mantidos e respeitados por ela. Ex: Prescrição e Decadência. Boa fé Objetiva – conduta leal e honesta esperada do particular e da administração pública. Boa fé Subjetiva – quando o particular acredita, crê, que está agindo corretamente, mesmo quando fere a norma. Responsabilidade do Estado – O Estado é responsável por seus atos, o que é consequência de um estado de Direito, que também se sujeita a regras. Na esfera civil esta responsabilidade é, em regra, objetiva, ou seja, independe de comprovação de culpa ou dolo, sendo suficiente que haja um nexo de causalidade entre o dano e o ato danoso do Estado. Já a responsabilidade do servidor público é subjetiva, ou seja, este somente pode ser responsabilizado se agiu com culpa ou dolo. Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos – Por serem prestados em benefício da coletividade, em regra, a prestação dos serviços públicos deve ser adequada e não pode ser interrompida. No entanto, tal princípio não é absoluto e poderá haver a interrupção como nos seguintes casos: urgência ou emergência (sem necessidade de aviso prévio); por questão de ordem técnica, segurança das instalações ou inadimplemento do usuário (com necessidade de aviso prévio). Presunção de legitimidade ou veracidade – Pode ser trazido como um princípio ou atributo do ato administrativo. De acordo com este princípio presume-se que o ato administrativo é legítimo e perfeito desde o seu nascimento. Importante ressaltar que esta presunção é relativa, ou seja, iuris tantum, porque admite-se prova que desconstitua a validade ou veracidade do ato administrativo. Controle ou tutela – A Administração Direta pode e deve controlar a Indireta. Trata-se de controle finalístico, para garantir que esta siga os fins específicos para os quais foi criada. Não há nessa relação um controle hierárquico e tampouco subordinação. Especialidade – A Administração pública deve agir conforme o fim específico para o qual foi criada. Finalidade se refere ao fim genérico que é visar sempre ao interesse público. Já especialidade se refere ao fim específico de cada ato da administração pública. Hierarquia – Opera-se dentro de uma mesma entidade (mesma pessoa jurídica). Apenas em relação à função administrativa. Assim, os órgãos inferiores dentro de uma entidade estão subordinados aos superiores. Autotutela – Significa que a própria Administração Pública controla, revê seus próprios atos, desdobra-se na anulação e revogação. A anulação se refere à desconstituição de atos que são ilegais/ ilegítimos. Já a revogação trata da exclusão de atos que são legais/ legítimos, porém inconvenientes/ inoportunos. Controle Judicial dos atos administrativos – O judiciário pode rever os atos administrativos ilegais ou ilegítimos, ou seja, pode anular atos administrativos, mas não revogá-los. Relevante ressaltar que o judiciário só anula atos administrativos se houver provocação do interessado. DICA! NA tutela não há hierarquia! Na autotutela poderá haver pois aqui o mesmo órgão/autoridade revê o seu próprio ato ou o superior hierárquico. Responsividade – A Administração Pública deve reagir adequadamente às demandas da sociedade. Sindicabilidade – Possibilidade deinvestigação, controle no poder público. Sancionabilidade – Sanções para encorajar ou desencorajar condutas. Assim, o Estado poderá conceder sanções premiais (benefícios) ou aflitivas (punitivas) em resposta a conduta de particulares e servidores. Subsidiariedade – Prevê um escalonamento de atribuições e competências entre indivíduos e administração pública. O Estado nesse sentido deve agir apenas subsidiariamente Assim, a princípio cabe, na regulação da ordem social, a atuação dos particulares, cabe a estes agir e decidir, resta ao Estado atuar apenas para a proteção de interesses coletivos quando se fizer necessário. http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico RICO DOMINGUES www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 8 4. PODERES ADMINISTRATIVOS É por meio dos poderes administrativos que o agente público é munido de autoridade para decidir e impor suas decisões aos administrados. Cada agente administrativo é investido da necessária parcela de poder público para o desempenho de suas atribuições. Esse poder deve ser usado dentro dos limites da lei e sem abusos. Trata-se de um atributo do cargo ou da função e não privilégio da pessoa que o exerce. Os poderes administrativos decorrem da supremacia do interesse público e são importantes instrumentos para que a Administração Pública alcance seu fim que é sempre o interesse público, da coletividade. Além disso, o agente administrativo possui o dever de exercer seus poderes administrativos sempre que necessário em prol da coletividade e do interesse público. Por esta razão são chamados também de poderes-deveres ou deveres-poderes, porque quem os possui tem o dever de exercê-los quando se fizer necessário. Os poderes administrativos são os seguintes: vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia. Importante destacar que parte da doutrina ainda acrescenta a essa classificação o poder normativo. Poder Vinculado Pode ser denominado também de poder regrado. É expresso detalhadamente em lei e nulo se não atende completamente a ela. A Administração Pública é limitada a agir em conformidade estrita com a lei, não há qualquer margem de liberdade de atuação ao agente público que deve exercer o seu poder obrigatoriamente. A exemplo podemos citar o poder de conceder licença maternidade, este é vinculado porque uma vez nascido o filho da servidora a Administração Pública é obrigada a conceder a licença, sem qualquer margem de escolha. Poder Discricionário É aquele em que a lei autoriza uma liberdade de escolha à Administração Pública, que possui maior liberdade de atuação e escolha de seus atos. A Atuação da Administração Pública no exercício deste poder deve sempre pautar-se no interesse público, na conveniência e oportunidade (mérito), conteúdo (limites disciplinados pela lei), bem como pautar-se no princípio da razoabilidade. Não são toleráveis atitudes arbitrárias ou com desvio de interesse público. A exemplo temos a aplicação de uma multa administrativa, a lei pode determinar que a multa varie de R$500,00 a R$50.000,00, nesse caso, caberá à Administração avaliar de acordo com a conveniência, oportunidade, conteúdo e razoabilidade/proporcionalidade qual o valor da multa a ser aplicado exatamente no caso concreto. DICA! O poder Vinculado e o Discricionário devem estar conforme à lei. A Administração Pública está sempre vinculada à lei. A diferença está no fato de que no poder Discricionário a lei deu margem de escolha para a Administração e no Vinculado não há esta liberdade. DICA! Discricionariedade é o contrário de arbitrariedade. O princípio que possui relação direta com a discricionariedade é o da razoabilidade. Poder Disciplinar É diferente do poder punitivo do Estado exercido pelo judiciário. Trata-se de uma faculdade que possui a Administração Pública de, internamente, apurar infrações e punir administrativamente seus servidores e todos que estiverem sujeitos à disciplina dos órgãos e serviços da Administração Pública. Esse é um poder de apurar infrações e punir internamente duas categorias de sujeitos, vejamos: 1) Os servidores; 2) Demais pessoas sujeitas a disciplina administrativa, como por exemplo: o aluno de uma escola pública; o preso em uma penitenciária; o contratado pela administração pública para prestação de um serviço. É em regra discricionário, porque se trata de faculdade da Administração Pública que avaliará, no caso concreto, a modalidade e intensidade da pena a ser aplicada. DICA! O poder Disciplinar é discricionário na aplicação da penalidade, mas Vinculado no sentido de que a Administração Pública é obrigada a apurar a infração! Poder Hierárquico É um poder de caráter interno, de escalonar funções e órgãos administrativos dentro de uma entidade. Por meio dele se estabelecem relações de subordinação entre órgãos e agentes e consequentemente há uma imposição do dever de obediência aos subordinados por seus superiores. Importante ressaltar que esse dever de obediência não é absoluto, tendo em vista que as ordens manifestamente ilegais não devem ser obedecidas pelos subordinados. Estabelece esse poder ainda uma relação de coordenação, correção de atividades e controle de órgãos e agentes subordinados. O superior possui o poder-dever de dar ordens, fiscalizar, rever, delegar, avocar. Relevante destacar ainda que é um poder exclusivo do executivo, sendo que o judiciário e o legislativo não o possuem em sua função típica. DICA! Entre entidades (pessoas jurídicas) diferentes não há hierarquia, apenas controle finalístico, tutela. Poder Regulamentar É a faculdade de que dispõem os chefes do Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei. Trata-se, portanto, de poder exclusivo do chefe do executivo de editar Decretos (Regulamentos publicados). Esses podem ser explicativos ou autônomos. O decreto explicativo é aquele que explicita, detalha dispositivos de uma lei geral possibilitando sua efetivação e é fruto de exercício de poder indelegável, sendo a regra do poder regulamentar. O decreto autônomo ocorre em caso de exceção, apenas nas situações previstas no artigo 84, VI da CF. Trata-se de ato primário que regulariza disposições omissas de uma lei. Ressalte- se que o poder regulamentar autônomo é delegável aos Ministros de Estado, Procurador-Geral da República e Advogado-Geral da União. Vejamos as situações em que é possível o citado poder regulamentar autônomo, conforme o artigo 84, VI da CF: 1 - Organização e funcionamento da Adm. Fed. quando não implicar em aumento de despesa nem criação ou extinção de órgão público; http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues RICO DOMINGUES DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 9 a n 2 - Extinção de cargos ou funções públicas quando vagos. Importante destacar que os Regulamentos/Decretos não podem inovar na ordem jurídica, não podem tratar de matéria privativa de lei, não podem restringir, ampliar ou contrariar a lei posto que são infralegais. Ao tratar genericamente do poder regulamentar podemos dizer que ele é: privativo do chefe do executivo, indelegável, para fiel execução da lei e explicativo desta. Afinal, o poder regulamentar explicativo é a regra, o autônomo apenas é possível em situação de exceção, conforme previsto no artigo 84, VI da CF. Poder Normativo Não se pode deixar de mencionarque parte da doutrina e algumas questões de concurso referem-se a um determinado poder denominado de normativo. Este seria o poder genérico de a Administração Pública emitir normas, regras. Inclui-se no poder normativo o poder de emitir Resoluções, Regimentos, Regulamentos, Instruções Normativas, Portarias, Decretos e qualquer ato normativo. Assim, não é exclusivo do chefe do executivo. Como subdivisão do poder normativo temos o poder regulamentar, de expedir regulamentos (decretos) apenas. Assim sendo, relevante frisar que o poder regulamentar especificamente é exclusivo do chefe do executivo, já o poder normativo não necessariamente. Poder de Polícia Administrativa Trata-se de atividade da Administração Pública, exercida por órgãos públicos, que limita e disciplina direito, interesse, liberdade, propriedade, regula a prática de ato ou abstenção de fato em razão de interesse público (conceito no art. 78 do Código Tributário Nacional). É um poder de policia administrativa (não de policia judiciária), sendo exercido pelo Estado para limitar o exercício de direitos individuais em benefício do interesse coletivo. Difere-se do poder de polícia judiciária porque este incide sobre pessoas, enquanto o poder de policia administrativa sobre bens, direitos, interesses e liberdades. Possui ampla extensão sendo relativo à segurança, higiene, ordem, costumes, segurança. Seu limite está na observância da legalidade e no respeito ao interesse privado, apesar de que prepondera a supremacia do interesse público. O objeto afetado pelo exercício desse poder é todo bem ou atividade que possa afetar o coletivo, posto que o poder de polícia é um freio aos abusos do direito individual. Como exemplo pode-se citar: a apreensão de carteira de motorista pelo DETRAN, o fechamento de um estabelecimento pela vigilância sanitária, a demolição de uma construção irregular, a suspensão do exercício profissional por um Conselho de Fiscalização Profissional, a atividade de fiscalização preventiva. São condições de regularidade ou de validade do poder de polícia: previsão legal para sua atuação, que é, em regra, discricionária; o órgão ou autoridade que o exerce deve ser competente; a atuação deve ser nos limites da lei; deve ser observado o processo legal (administrativo) e dada oportunidade de defesa; não pode haver abuso ou desvio de poder. As características ou atributos do poder de polícia são: discricionariedade, em regra; autoexecutoriedade (exceto multas); coercibilidade (observância pelo particular é obrigatória); atuação preventiva (por meio de fiscalização, notificação, por exemplo) ou repressiva (por meio de interdição ou apreensão, por exemplo). No ciclo do Poder de Polícia podemos destacar: 1) Ordem (normatização, em sentido amplo incluem-se aqui também as leis); 2) Concessão (por meio de alvarás de licença ou autorização); 3) Fiscalização 4) Apuração de Infração 5) Aplicação de Penalidade. Este poder de polícia administrativa é eminentemente preventivo como citamos, mas pode ser repressivo como no caso de necessidade de aplicação de penalidade, mas é mais preventivo como no momento de colocar as normas, fazer as concessões e fiscalizar. Já a polícia judiciária (civil, federal) é eminentemente repressiva, visa apurar ilegalidades e punir. Vale destacar ainda que o poder de polícia administrativa não apura ilícito penal, ele, quando apura o faz em relação a infraçãos administrativas. Importante destacar ainda que o poder de polícia pode ser exercido por corporações específicas como a polícia civil e guarda municipal, mas não apenas estas, diversos órgãos eminentemente administrativos possuem capacidade para exercício deste poder como a vigilância sanitária e agências reguladoras. Quanto a discricionariedade, já mencionamos que este poder é discricionário em regra, mas importante lembrar que ele pode ser vinculado em situações específicas. Observando o ciclo de polícia que expusemos acima, pode-se dizer que a ordem, fiscalização e aplicação de penalidades são eminentemente discricionárias. Já na concessão há que se diferenciar licença a particulares de autorização a estes. As licenças são de caráter vinculado, uma vez que o particular solicite uma licença, por exemplo, para construir, a Administração Pública deverá conceder caso este tenha preenchido os requisitos da lei. Já as autorizações são de natureza discricionária, uma vez o que o particular solicite uma autorização, por exemplo, para fazer divulgação de flyers no Centro da cidade, ainda que ele esteja dentro da lei, poderá a Administração negar por razões de conveniência do interesse público. Outro ponto importante referente ao poder de polícia se refere a autoexecutoriedade das decisões pela administração pública. É possível, como medida cautelar, apreensão de mercadorias e fechamento de estabelecimento sem ordem judicial e sem defesa prévia do interessado. Atenção, ampla defesa e contraditório devem ser respeitados, contudo, nesses casos do poder de polícia, como caráter preventivo, a Administração pode agir de imediato e, então, durante o processo administrativo o interessado terá o direito de defesa antes da decisão final da administração pública. Importante também destacar que o poder de polícia pode ser originário ou delegado. O poder de polícia originário é aquele exercido pela administração pública direta (união, estados, municípios e DF), como exemplo temos a atuação da vigilância sanitária (órgão do município) ou corpo de bombeiros (órgão do estado). Este poder pode ser delegado apenas para administração indireta pessoal jurídica de direito público, ou seja, autarquias (Conselhos de Fiscalização Profissional, Agêngias Reguladoras ...). Não pode ser delegado a particulares. No entanto, é possível à Administração Pública contratar com particulares atividades de auxílio no exercício da atividade de fiscalização do poder de polícia. Quanto à prescrição, vale destacar que, conforme lei federal, prescreve em 05 anos a ação punitiva da Administração Pública Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor, contadas da http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico RICO DOMINGUES www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 10 data da prática do ato ou, no caso de infração permanente ou continuada do dia em que tiver cessado. (art. 1º, Lei 9873/99) Poder hierárquico x disciplinar x de polícia administrativa Abaixo segue uma tabela comparando as características principais dos poderes hierárquico, disciplinar e de policia administrativa: HIERÁRQUICO DISCIPLINAR DE POLÍCIA ADM. Interno Interno Externo (regra) Rever Corrigir Controlar Apurar infrações Aplicar penalidades Eminentemente preventivo, mas pode também apurar infrações e aplicar penalidades Dentro da entidade escalonamento de órgãos e funções Incide sobre o agente público e demais pessoas sujeitas a disciplina administrativa interna Incide sobre o particular (regra), limita, disciplina interesses, liberdades, bens para proteção do interesse público. Freio a possíveis abusos do direito individual Uso e o abuso do poder O uso do poder é prerrogativa da autoridade. Usar regularmente o poder é empregá-lo segundo as normas legais, a moral da instituição, a finalidade do ato e as exigências do interesse público. O uso do poder é lícito, o abuso é sempre ilícito. Assim, todo abuso de poder é nulo. Imprescindível destacar que o abuso de poder pode ocorrer por ação ou omissão e divide-se em: excesso ou desvio de poder. Ocorre excesso de poder ou excesso de competência quando a autoridade age fora dos limites de sua competência, exorbitano uso de suas faculdades administrativas. O desvio de poder ou desvio de finalidade verifica-se quando a autoridade, embora atuando nos limites de sua competência, pratica o ato por motivos ou com fins diversos dos objetivados pela lei ou exigidos pelo interesse público. Relevante destacar ainda o abuso de poder por omissão. Este ocorre quando a Administração Pública omite-se no seu dever de agir, destaca-se que somente há abuso se tal omissão é específica. Como exemplo de abuso por omissão específica temos a omissão da autoridade administrativa em dar posse a servidor que já foi nomeado e tem direito adquirido a ser empossado no prazo legal. DICA! Se a autoridade age visando a fim diverso do previsto em lei e sem competência ocorre abuso de poder por excesso de poder. DICA! Só há desvio de finalidade se a autoridade age com competência, mas sem finalidade. 5. QUESTÕES 1. (2018 - INSTITUTO AOCP - PM-SC - Aspirante da Polícia Militar) Assinale a alternativa correta segundo as disposições do Direito Administrativo. a) Leis que proíbam o nepotismo na Administração Pública não são de iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo, podendo, desse modo, ser propostas pelos parlamentares. b) Para se coibir a prática, a vedação ao nepotismo exige a edição de lei formal no respectivo ente federado. c) Compete privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre a extinção de funções ou cargos públicos, quando preenchidos. d) Poder disciplinar é o que cabe à Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos e demais pessoas sujeitas ou não à disciplina interna da Administração. e) A anulação é o desfazimento do ato administrativo por razões de conveniência e oportunidade, podendo ser feita pela própria Administração Pública, com fundamento no seu poder de autotutela ou, ainda, pelo Poder Judiciário, mediante provocação dos interessados. 2. (2018 - Marinha - CAP - Técnico de Administração) “Um dos princípios básicos da Administração Pública tem admitido exceções a sua aplicabilidade. Uma delas diz respeito ao sistema de cotas, em que se prevê reserva de vagas pelo critério étnico- social para ingresso em instituições de nível superior. (CARVALHO FILHO, 2016). Qual princípio pode ser associado a essa afirmativa? a) impessoalidade. b) Publicidade. c) Eficiência. d) Supremacia do Interesse Público. e) Proporcionalidade. 3. (2018 - Marinha - CAP - Técnico de Administração) Segundo Pereira (2012), o princípio constitucional da administração pública que afirma que a Administração deve estar rigorosamente subordinada à Constituição e à lei e que o administrador público somente poderá fazer o que a lei determina é denominado Princípio da: a) Impessoalidade b) Moralidade. c) Publicidade. d) Eficiência. e) Legalidade. 4. (2018 - CESPE - PM-AL - Soldado da Polícia Militar) Acerca da administração pública e de suas funções, julgue o item a seguir. Em respeito ao princípio da publicidade, campanhas de órgãos públicos devem ser realizadas em caráter informativo, educativo ou de orientação social, não podendo nelas constar imagens que possam configurar promoção pessoal de autoridades ou de servidores públicos, sob pena de violação do princípio da impessoalidade. 5. (2018 - CESPE - PM-AL - Soldado da Polícia Militar) Acerca da administração pública e de suas funções, julgue o item a seguir. A supremacia do interesse público sobre o particular pode ser verificada por meio tanto das prerrogativas associadas ao regime jurídico administrativo quanto da inexistência de restrições à atuação da administração pública. http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues RICO DOMINGUES DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 11 a n 6. (2018 - CESPE - PM-AL - Soldado da Polícia Militar) Acerca da administração pública e de suas funções, julgue o item a seguir. A autoexecutoriedade, atributo do poder de polícia, confere à administração pública a execução de suas decisões por meios próprios, desde que autorizada por lei ou que seja verificada hipótese de medida urgente, sem a necessidade de consulta prévia ao Poder Judiciário. 7. (2018 - Exército - EsFCEx - Oficial do Quadro Complementar) Assinale a alternativa correta em relação aos atos administrativos, poderes da Administração Pública, desvio e abuso de poder. a) Na égide do poder de polícia, é concebível a instituição de taxa que tenha por fundamento o poder de polícia exercido por órgãos da administração correspondidos na noção de segurança pública. b) Em função da discricionariedade do poder público, em caso de interesse público, a Administração Pública pode ingressar na esfera da arbitrariedade. c) A possibilidade de suspensão de atividades lesivas ao meio ambiente em caso de greve e iminente risco para vidas humanas pode ser considerada como manifestação do poder de polícia administrativa e deverá se pautar pela observância da proporcionalidade, dentro dos limites legais. d) No exercício do poder de polícia, a concessão de licença pode ser considerada como ato discricionário. e) Uma das características do poder disciplinar é a autoexecutoriedade. 8. (2018 - UPENET/IAUPE - CBM-PE - Aspirante do Corpo de Bombeiro) Sobre o poder de polícia, assinale a alternativa INCORRETA. a) O poder de polícia administrativa não se confunde com a polícia judiciária, pois esta última tem por finalidade a repressão a ilícitos penais, sendo estudada pelo direito processual penal. b) O poder de polícia administrativa pode ocorrer de forma preventiva, repressiva ou fiscalizadora. c) O poder de polícia tem como atributo ou característica geral a discricionariedade. d) O poder de polícia tem como atributo ou característica geral a coercibilidade. e) O poder de polícia não pode ser autoexecutório, sob pena de usurpação do Poder Judiciário. 9. (2018 - UPENET/IAUPE - CBM-PE - Aspirante do Corpo de Bombeiro) Sobre poder hierárquico e disciplinar, assinale a alternativa INCORRETA. a) O poder hierárquico e o disciplinar incidem tanto na administração direta quanto na indireta. b) No poder hierárquico, podem ocorrer os institutos da delegação e da avocação, de acordo com regras e limitações impostas por lei. c) O poder hierárquico trata da atribuição pública de aplicação de sanções e penalidades, apurando infrações de servidores ou outros submetidos à disciplina da Administração, não se confundindo com o poder disciplinar. d) O Processo Administrativo Disciplinar – PAD decorre do poder disciplinar. e) O poder disciplinar está sujeito tanto ao controle realizado pela própria administração pública quanto pelo judiciário, este último ocorre quando a conduta do administrador foge à legalidade ou aplica sanções com inobservância ao princípio da proporcionalidade. 10. (2018 - UPENET/IAUPE - PM-PE - Aspirante da Polícia Militar) Sobre o abuso de poder, analise as afirmativas a seguir: I. O abuso de poder é espécie do gênero excesso, podendo ser conceituado quando o agente busca alcançar o fim diverso daquele que a lei lhe permitiu. II. O desvio de poder também é conhecido como desvio de finalidade. Trata-se de conduta mais visível nos atos discricionários. III. O agente público que atua com abuso de poder, por qualquer de suas formas, deve ter a sua conduta submetida à revisão judicial ou administrativa. IV. A invalidação da conduta abusiva não se submete à autotutela administrativa. Estão CORRETAS a) I e II, apenas. b) I e III, apenas. c) II e III, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. 11. (2018 - IBFC - PM-SE - Aspirante da Polícia Militar) No que se refere aoexercício do poder hierárquico e a consequencial delegação dos atos administrativos, assinale a alternativa incorreta: a) O ato de delegação deve especificar as materias e poderes transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição delegada b) É vedada a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior c) A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos d) Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole tecnica, social, econômica, jurídica ou territorial 12. (2018 - IADES - PM-DF - Soldado Músico) A respeito de Estado, governo e administração pública, assinale a alternativa correta. a) Na desconcentração, há a transferência da atividade administrativa para outra pessoa, física ou jurídica, integrante ou não da administração pública. b) No sentido objetivo, administração pública significa o conjunto de agentes, órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbência de executar as atividades administrativas. c) O governo apresenta como características a compreensão de agentes, órgãos e entidades que integram a estrutura constitucional do Estado; a investidura de poder político; a regência pelo direito constitucional; e a titularidade preponderante pelo Poder Executivo e, ainda que em menor medida, pelo Poder Legislativo. http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico RICO DOMINGUES www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 12 d) Autarquia é a unidade de atuação integrante da estrutura da administração direta e da estrutura da administração indireta, sem personalidade jurídica. e) Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou pelos municípios. 13. (2018 - IBFC - CBM-SE - Aspirante do Corpo de Bombeiro) Assinale a alternativa correta sobre o uso do Poder pela Administração Pública. a) É uma atividade limitada e incondicionada b) É um dever condicionado e ilimitado c) É uma diretriz ilimitada e incondicionada d) Trata-se de prerrogativa limitada e condicionada 14. (2018 - IBFC - CBM-SE - Soldado do Corpo de Bombeiro) No que concerne às fontes do direito administrativo, assinale a alternativa incorreta: a) A lei é a principal fonte primária do Direito Administrativo b) A jurisprudência corresponde ao juízo de equidade que deve ser reconhecido em cada caso concreto c) Os costumes são regras não escritas observadas pela sociedade ou por um grupo social d) A doutrina corresponde ao conjunto de princípios que são aplicados no direito administrativo elaborados pelos cultores do direito 15. (2018 - IBFC - CBM-SE - Soldado do Corpo de Bombeiro) No que se refere ao abuso de poder, tal como posicionado no âmbito do Direito Administrativo, assinale a alternativa incorreta: a) No desvio de poder, a autoridade age fora dos limites da sua competência, mas o ato atende ao interesse público, sem ferir o escopo objetivado pela lei b) O abuso de poder é a conduta do gestor público demarcada pela ilegalidade, a qual pode se manifestar pela ausência de competência, pelo não atendimento do interesse público e por meio da omissão c) A omissão específica possui o condão de caracterizar abuso de poder em razão do dever-poder ou poder-dever de agir do Estado, em especial quando a lei assim o determina d) A lei que versa sobre o processo administrativo no âmbito federal, estabelece a possibilidade de convalidação de atos demarcados por vícios sanáveis, desde que tal condição não importe em gerar prejuízo a terceiros nem lesão ao interesse público 16. (2018 - IADES - PM-DF - Soldado da Polícia Militar (Superior)) Todo direito pressupõe a noção de limite e da proibição do excesso, visando a evitar toda forma de intervenção ou restrição abusiva ou desnecessária da Administração Pública, mesmo no caso do exercício do poder discricionário. Assim, o princípio que melhor desenvolve esse papel é o da a) legalidade. b) moralidade. c) segurança jurídica. d) proporcionalidade. e) autotutela. 17. (2018 - Aeronáutica - CIAAR - Primeiro Tenente) A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência, conforme disposto no Art. 37º da Constituição Federal. Sobre o princípio da legalidade, pode-se afirmar que a) a única exceção ao princípio da legalidade é a decretação de medida provisória. b) subordina-se apenas os atos administrativos vinculados, não subordinando os atos administrativos discricionários. c) a Administração Pública pode, por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados, em obediência ao princípio da discricionariedade. d) a atividade administrativa deve ser autorizada por lei, exercida dentro dos limites que a lei estabelece e seguindo o procedimento que a lei exige. 18. (2018 - Aeronáutica - CIAAR - Primeiro Tenente) Quanto aos atos administrativos discricionários, de acordo com o entendimento majoritário, apenas dois de seus elementos podem ser discricionários. Quais são eles? a) Motivo e Objeto. b) Forma e Objeto. c) Forma e Competência. d) Competência e Motivo. 19. (2018 - Aeronáutica - EEAR - Sargento da Aeronáutica) Leia: Existem dois princípios que são fundamentais e que decorrem da marcante bipolaridade do Direito Administrativo; de um lado, temos a liberdade do indivíduo e, do outro, a autoridade da Administração. Esses postulados não são específicos do Direito Administrativo, pois informam todos os ramos do Direito Público. Esse texto faz referência aos Princípios da a) Legalidade e da Eficiência. b) Impessoalidade e da Moralidade Administrativa. c) Legalidade e da Supremacia do Interesse Público. d) Impessoalidade e da Continuidade do Serviço Público. 20. (2018 - Aeronáutica - EEAR - Sargento da Aeronáutica) Leia: Princípio da Administração Pública segundo o qual o controle se exerce sobre os próprios atos, com a possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário. Esse texto refere-se a quê? a) Autotutela. b) Hierarquia. c) Especialidade. d) Razoabilidade. 21. (2018 - PM-MG - PM-MG - Aspirante da Polícia Militar) Assinale a alternativa INCORRETA: a) A licença é o ato administrativo unilateral e vinculado pela qual a Administração faculta àquele que preencha os requisitos legais, o exercício de uma atividade. Como exemplo pode ser citado a concessão de porte de arma de fogo de calibre permitido. b) São aplicáveis na licitação, dentre outros, os princípios da adjudicação compulsória, da vinculação ao instrumento convocatório, da legalidade e da impessoalidade. http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues RICO DOMINGUES DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 13 a n c) São modalidadesde licitação previstas na legislação nacional: convite, concurso, pregão e leilão. d) Enquanto pela tutela a Administração exerce controle sobre outra pessoa jurídica por ela mesma instituída, pela autotutela o controle se exerce sobre os próprios atos, com possibilidade de anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos. 22. (2018 - PM-MG - PM-MG - Aspirante da Polícia Militar) “Os poderes administrativos são os meios ou instrumentos jurídicos através dos quais a Administração Pública (as entidades administrativas, os órgãos e os agentes públicos) exerce a atividade administrativa na gestão dos interesses coletivos.” Sobre os poderes administrativos analise os itens a seguir e ao final marque a alternativa CORRETA: I. Embora o vocábulo “poder” dê a impressão de que se trata de faculdade da Administração, na realidade trata-se de poder-dever. II. O desvio de poder ou o excesso do poder são formas de abuso de poder. III. O poder de polícia pode apresentar um sentido negativo, na medida em que o Poder Público, de regra, não pretende uma atuação do particular. Nesse caso, a administração pública pretende, sim, uma abstenção do particular. IV. O Poder disciplinar como sendo uma espécie de poder administrativo, é aquele que confere à Administração Pública a capacidade de ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas no âmbito interno da Administração. V. O Poder regulamentar é privativo do poder legislativo. a) Há apenas dois itens corretos. b) Há apenas um item incorreto. c) Todos os itens são corretos. d) Há apenas três itens corretos. 23. (2017 - CESPE - CBM-AL - Aspirante do Corpo de Bombeiro ) Em abril de 2017, o plenário do Senado Federal aprovou, por 54 votos a 19, o controverso projeto de lei que propõe regular o crime de abuso de autoridade e revogar a atual legislação que trata do assunto. Antes de ser convertido em lei, o texto depende de aprovação da Câmara dos Deputados. Internet: www.conjur.com.br (com adaptações). Considerando que o crime de abuso de autoridade possa resultar do abuso de poder por agente público, julgue o item seguinte, à luz dos princípios da administração pública. A ilicitude de atos contaminados por abuso de poder decorre de sua relação direta com o princípio da moralidade, também conhecido como princípio da proibição de excesso. 24. (2017 - CESPE - CBM-AL - Aspirante do Corpo de Bombeiro ) Considerando que o crime de abuso de autoridade possa resultar do abuso de poder por agente público, julgue o item seguinte, à luz dos princípios da administração pública. O desvio de poder e o excesso de poder são espécies de abuso de poder que podem resultar em abuso de autoridade. 25. (2017 - CESPE - CBM-AL - Aspirante do Corpo de Bombeiro ) Julgue o próximo item, relativo aos princípios e aos poderes administrativos. O poder de polícia tem como pressuposto o princípio da legalidade, uma vez que se trata de atividade estatal incidente sobre a liberdade e a propriedade, somente podendo ocorrer com base no que predispuser a lei. 26. (2017 - CESPE - PM-AL - Soldado da Polícia Militar) No que se refere aos princípios e poderes da administração pública e ao serviço público, julgue o item a seguir. Os atributos do poder de polícia da administração pública incluem a discricionariedade, observada, por exemplo, na concessão de licença para dirigir veículos. 27. (2017 - CESPE - PM-AL - Soldado da Polícia Militar) No que se refere aos princípios e poderes da administração pública e ao serviço público, julgue o item a seguir. A atuação da administração pública deve observar os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência. 28. (2017 - CESPE - PM-AL - Soldado da Polícia Militar) No que se refere aos princípios e poderes da administração pública e ao serviço público, julgue o item a seguir. Para caracterizar uma atividade de interesse público como serviço público, é essencial a edição de lei que determine ao Estado tal atividade. 29. (2017 - IOBV - PM-SC - Aspirante da Polícia Militar) Os princípios básicos da administração pública estão consubstanciados em regras de observância permanente e obrigatória para o bom administrador. Tratam-se de padrões que devem pautar todos os atos administrativos, constituindo os fundamentos da ação administrativa. Na forma do artigo 11 da Lei 8.429/92, vê-se que constitui “ato de improbidade administrativa, que atenta contra os princípios da administração pública, qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições”. Assinale a alternativa incorreta, acerca dos princípios básicos da administração pública: a) O princípio da legalidade, que configura o regime jurídico- administrativo, é um imperativo do Estado de Direito, consubstanciado no artigo 5° , II da CF, impondo a eficácia de todo ato administrativo à vontade da lei, sendo permitido, ao administrador, fazer ou deixar de fazer alguma coisa, desde que a lei não lhe proíba. b) O princípio da impessoalidade, referido na Constituição Federal (artigo 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para seu fim legal. c) O princípio da publicidade possui força vinculativa, delimitando como condição de validade dos atos administrativos que os mesmos sejam expressos e formais. d) Sempre que, em matéria administrativa, se verificar que o comportamento da administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, a ideia comum de honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa. e) O princípio da moralidade condiciona os agentes políticos à probidade administrativa. 30. (2017 - FCC - PM-AP - Soldado da Polícia Militar (Superior)) Constitui exemplo do exercício do poder de polícia, titularizado pela Administração, a http://www.ricodomingues.com.br/www.youtube.com/cursoricodomingues DIREITO ADMINISTRATIVO Profª Deborah Rico RICO DOMINGUES www.ricodomingues.com.br / www.youtube.com/cursoricodomingues (48) 3364-6934 / (48) 3334-3529 © 2019 - Todos os direitos reservados por Rico Domingues Concursos Ltda. 14 a) interdição de estabelecimento comercial que esteja atuando em desacordo com normas de proteção a incêndios. b) suspensão do direito de contratar com a Administração aplicado a empresas que tenham atuado em conluio para fraudar licitações. c) cassação de aposentadoria de inativo que venha a ser condenado por crime praticado contra a Administração. d) edição de decreto para restruturação do setor de inteligência da Polícia Militar. e) detenção de policial militar por ato de indisciplina ou insubordinação, caracterizado como motim. 31. (2017 - IBFC - CBM-BA - Soldado do Corpo de Bombeiro) Considere a expressão “Administração Pública” e assinale a alternativa correta sobre como se denomina a atividade de execução das chamadas limitações administrativas, que são restrições impostas por lei ao exercício de direitos individuais em benefício do interesse coletivo. a) Serviço vinculado b) Polícia administrativa c) Regulação legal d) Atividade interventiva e) Fiscalização 32. (2017 - Marinha - Quadro Técnico - Direito) Segundo José dos Santos Carvalho Filho (2016), como se denomina o Princípio Administrativo, que tem origem no direito ambiental e, atualmente, tutela interesse público, sendo inspirador de condutas administrativas, no qual incide a inversão do ônus da prova, exigindo-se que o interessado comprove que o seu projeto não traz riscos à coletividade? a) Consensualidade. b) Precaução. c) Segurança jurídica. d) Mutabilidade. e) Confiança legítima. 33. (2017 - Aeronáutica - CIAAR
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