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1 Direito Processual Penal Dos sujeitos do processo (Juiz, MP, Acusado, Defensor, Assistentes, Funcionários da Justiça, Peritos e Intérpretes) - art. 251 a 258; 261 a 267; 274, CPP. I. Sujeitos do processo- Juiz Conceito dos sujeitos do processo São as pessoas que atuam, de maneira obrigatória ou não, no processo criminal. Podem ser: Sujeitos essências o Juiz o Acusador o Acusado Sujeito do processo e sujeito da relação processual Sujeito do processo: todo aquele que atua no processo criminal, participa. Ex. testemunha, perito. Sujeito da relação processual são aqueles que atuam com interesse específico no processo. Ex. acusador, acusado e juiz. Sujeitos acessórios (não essenciais) Partes 1. Aspecto formal processual Acusador- MP ou querelante Acusado- infrator 2. Aspecto material Infrator Vítima Juiz- Poderes a) Poder de polícia administrativa: exercido no curso do processo, com finalidade de garantir a ordem dos trabalhos e a disciplina. Art. 251. Ao juiz incumbirá prover à regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a força pública. b) Poder Jurisdicional “dizer o direito”: atividade-fim da Jurisdição (instrução, decisões interlocutórias, prolação da sentença, execução das decisões tomadas etc.). a. Poderes- meio: são aqueles que não estão relacionados diretamente ao exercício da tutela jurisdicional, mas contribui para esse fim i. Ordinatórios ii. Instrutórios 2 b. Poderes-fins: diretamente ligado a tutela jurisdicional i. Atos decisórios. Ex. sentença ii. Atos executórios. Ex. mandado de prisão Impedimento do Juiz- art. 252, CPP Juiz NÃO PODERÁ EXERCER JURISDIÇÃO no processo em que? o tiver funcionado seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, órgão do Ministério Público, autoridade policial, auxiliar da justiça ou perito; o ele próprio houver desempenhado qualquer dessas funções ou servido como testemunha; o tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; o ele próprio ou seu cônjuge ou parente, consanguíneo ou afim em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito. Hipótese de incompatibilidade (ou impedimento?) Art. 253. Nos juízos coletivos, não poderão servir no mesmo processo os juízes que forem entre si parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral até o terceiro grau, inclusive. Suspeição do juiz- art. 254, CPP se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles; se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo, sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia; se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; se tiver aconselhado qualquer das partes; se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo. Reconhecimento e arguição da suspeição e do impedimento juiz deve se declarar impedido ou suspeito 3 a suspeição e o impedimento podem ser arguidos por qualquer das partes a suspeição não poderá ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para cria-la. Cessação da suspeição/ impedimento pela dissolução do casamento parentesco por afinidade a suspeição ou o impedimento em decorrência de parentesco por afinidade cessa com a dissolução do casamento que fez surgir o parentesco. Exceções: o se do casamento resultar filhos o mesmo não havendo filhos, não funcionará como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo. Do Juiz- Extensão aos funcionários da Justiça Art. 274. As prescrições sobre suspeição dos juízes estendem-se aos serventuários e funcionários da justiça, no que Ihes for aplicável. II. Sujeitos do processo- MP Funções Ajuizar a ação penal pública o Art. 129, I, CF o Art. 257, I, CPP Fiscalizar a execução da lei- “custos legis” o Ação penal pública o Ação penal privada Suspensão e impedimentos dos membros do MP Não pode atuar nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cônjuge, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive. Estendem-se aos membros do MP, no que lhes for aplicável, as prescrições relativas à suspeição e ao impedimento dos juízes. O simples fato de o membro do MP ter participado da fase investigatória não é caso de impedimento ou suspeição. o Súmula 234 do STJ- “A participação do membro do MP na fase investigatória criminal não acarreta o eu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia”. III. Sujeito do processo- Acusador e seu defensor Do acusado 4 Quem é? Aquele a quem se imputa a prática da infração penal Identificação do acusado Art. 259, CPP A impossibilidade de identificação do acusado com o seu verdadeiro nome ou outros qualificativos não prejudicará a ação penal, quando certa a identidade física. A qualquer tempo, no curso do processo, do julgamento ou da execução da sentença, se for descoberta a sua qualificação, far-se-á a retificação. Presença do acusado nos atos processuais O acusado deve estar presente aos atos que não possam ser realizados sem sua presença. Pode haver condução coercitiva (?) o Art. 260. Se o acusado não atender à intimação para o interrogatório (inconstitucional- ADPF 395/444), reconhecimento ou qualquer outro ato que, sem ele, não possa ser realizado, a autoridade poderá mandar conduzi-lo à sua presença. Direitos do acusado Não ser obrigado a produzir prova contra si mesmo (nemo tenetur se detefere) o exemplo: direito ao silêncio Direito de ser processado e sentenciado pela autoridade competente o Processado: promotor natural o Sentenciado: juiz natural Direito ao contraditório e à ampla defesa Direito à entrevista prévia e reservada com seu defensor. o Inclusive no interrogatório por vídeo conferência Nomeação de curador ao acusado menor? o Art. 262, CPP Do defensor do acusado Quem é? Aquele que realiza a defesa técnica do acusado o Defesa técnica- Art. 261, CPP Indispensável o Ampla defesa Defesa técnica Profissional habilitado 5 Autodefesa Espécies Defensor constituído o Indicado pelo próprio réu Defensor nomeado o Nomeado pelo juiz Constituição apud acta o Indicação de um patrono que se extrai da ata. o Art. 266, CPP Falta e deficiência da defesa- Consequências Súmula 523, STF- “No processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houve provas de prejuízo para o réu”. Regras importantes Se o acusado não for pobre, será obrigado a pagar os honorários do defensor dativo, arbitrados pelo juiz. o Art. 263, Parágrafo Único, CPP. A nomeação do defensor dativo não pode ser por este recursada, salvo no caso de motivo relevante. Também não poderá o defensor abandonar o processo senão por motivo imperioso, na hipótese na qual deverá comunicar previamente o Juiz. Caso não compareça a audiência, injustificadamente, o juiz deverá nomear substituto. O defensor se encontra impedido de atuar nos processos em que atue Juiz que seja seu parente. o Art. 267, CPP. Das citações e intimações (Arts. 351 a 372, CPP) Citação Conceito: a citação é o ato pelo qual se chama o réu para participar do processo que em facedele foi movido Modalidades Real (pessoal): tenho certeza que o réu foi intimado o Por mandado o Por carta precatória o Carta rogatória 6 Ficta: não tenho certeza que o réu foi intimado o Por hora certa Quando o réu se oculta para não ser citado. o Por edital Quando o réu esta em lugar incerto e não sabido. Citação pessoal: Em regra, se faz mediante MANDADO DE CITAÇÃO. O mandado deverá conter: O nome do juiz; O nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; O nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; A residência do réu, se for conhecida; O fim para que é feita a citação; O juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; A subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. Requisitos intrínsecos do mandado de citação Art. 352. O mandado de citação indicará: I - o nome do juiz; II - o nome do querelante nas ações iniciadas por queixa; III - o nome do réu, ou, se for desconhecido, os seus sinais característicos; IV - a residência do réu, se for conhecida; V - o fim para que é feita a citação; VI - o juízo e o lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer; VII - a subscrição do escrivão e a rubrica do juiz. Requisitos extrínsecos do mandado de citação Art. 357. São requisitos da citação por mandado: I - leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contrafé, na qual se mencionarão dia e hora da citação; II - declaração do oficial, na certidão, da entrega da contrafé, e sua aceitação ou recusa. Citação por carta precatória: caso o citando resida em local não abrangido pela jurisdição do juiz em que tramita o processo. A precatória deve indicar: O juiz deprecado (recebe) e o juiz deprecante (expede) A sede da jurisdição de um e de outro O fim para que é feita a citação, com todas as especificações O juízo do lugar, o dia e a hora em que o réu deverá comparecer E se o juízo deprecado verificar que o réu não reside em sua localidade? Precatória tem caráter itinerante o Art. 355, §1°, CPP. Art. 355. A precatória será devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lançado o "cumpra-se" e de feita a citação por mandado do juiz deprecado. 7 § 1o Verificado que o réu se encontra em território sujeito à jurisdição de outro juiz, a este remeterá o juiz deprecado os autos para efetivação da diligência, desde que haja tempo para fazer-se a citação. Citação por carta rogatória: caso o citando esteja no estrangeiro ou em legação estrangeira. Em local conhecido Legação estrangeira o Embaixada o Consulados Suspensão da prescrição o Art. 368, CPP Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu cumprimento. Modalidades especiais de citação Citação militar: deve ser feita por intermédio do respectivo chefe de serviço. Citação do funcionário público: citado pessoalmente, notificando-se o seu chefe a respeito de dia e hora em que o funcionário deva comparecer em juízo. Citação do réu preso: será feita pessoalmente Citação ficta Citação por hora certa o Réu se oculta para não ser citado. Citação por edital o Réu se encontra em local desconhecido. Citação por edital Requisitos do edital de citação Art. 365. O edital de citação indicará: I - o nome do juiz que a determinar; II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo; III - o fim para que é feita a citação; IV - o juízo e o dia, a hora e o lugar em que o réu deverá comparecer; V - o prazo (15 dias), que será contado do dia da publicação do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixação. Parágrafo único. O edital será afixado à porta do edifício onde funcionar o juízo e será publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixação ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicação provada por exemplar do jornal ou certidão do escrivão, da qual conste a página do jornal com a data da publicação. 8 Dos processos em espécie (Arts. 394 a 497; 531 a 538; 541 a 548, CPP) Procedimento comum- Introdução Art. 394. O procedimento será comum ou especial. § 1o O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo: I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; (3 anos) III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. (contravenções e crimes cuja sanção máxima cominada não seja superior a 2 anos). § 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário deste Código ou de lei especial. § 3o Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497 deste Código. § 4o As disposições dos arts. 395 a 398 deste Código aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados neste Código. § 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário. 9 Regramentos importantes Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposições em contrário. As disposições dos arts. 395 a 398 do CPP aplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados pelo CPP. o Exemplo de algumas disposições: Recebimento e rejeição da denuncia Resposta a acusação Possibilidade de absolvição sumária Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumário e sumaríssimo as disposições do procedimento ordinário. Nos processos de competência do Tribunal do Júri, o procedimento observará as disposições estabelecidas nos arts. 406 a 497, CPP. Os processos que apurem a prática de crime hediondo terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. (art. 394-A, CPP) Procedimento comum- Rito Ordinário Rito ordinário Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á (decisão precária) e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Quando há rejeição liminar? Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. Se o juiz rejeitar a denúncia ou queixa, caberá o RESE, art. 581, I, CPP. o ≠ recebimento Irrecorrível Cabe HC o Buscando o trancamento da ação penal Defesa Art. 396. Nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á (decisão precária) e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Prazo em dias corridos A contar da citação o Súmula 710 do STF: “No processo penal, contam-se os prazos da data da intimação, e não da juntada aos autos do mandado ou da carta precatória ou de ordem.” 10 Parágrafo único. No caso de citação por edital, o prazo para a defesa começará a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído. Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário. “Exceções” serão atuadas em apartado E seo réu não se defender? o Juiz nomeia um defensor (defensor nomeado) o Em caso de citação por edital, fica suspenso o prazo e prescrição processual, se o réu não comparecer. Decisões após a apresentação da resposta à acusação Rejeição da denúncia/queixa Absolvição sumária o Art. 397, CPP Recebimento da denúncia e designação de AIJ Absolvição sumária- Quando se verificar: A existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; A existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; o Inimputabilidade Doença mental Absolvição imprópria Que o fato narrado evidentemente não constitui crime; ou Extinta a punibilidade do agente. Caberá recurso de apelação art. 593, I, CPP, da decisão que conceder absolvição sumária. Instrução do processo Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. Art. 222. A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes. Ressalvado o caso de ouvir testemunha por carta precatória, que poderá ser ouvida depois. O interrogatório do acusado será o último ato da instrução o Exercer melhor sua ampla defesa ou autodefesa 11 o E nos procedimentos especiais? STF entende que também tem que ser o último ato da instrução. Instrução do processo- Tópicos relevantes Número máximo de testemunhas = 8 (não inclui as não compromissadas as referidas) o Art. 401, CPP o Para cada fato e para cada réu Desistência de oitiva de testemunha o Possível Mas nada impede do juiz ouvir mesmo assim. Interrogatório de réu preso o Será requisitado ao estabelecimento onde estiver. o Vedada condução coercitiva do réu para fins de interrogatório Esclarecimentos dos peritos o Deve haver prévio requerimento da parte Princípio da concentração o As provas têm que ser produzidas em uma só audiência, como regra Princípio da identidade física do juiz o Art. 399, §2°, CPP o O juiz que presidiu a instrução, deverá proferir sentença Requerimento de diligências Logo após a instrução em audiência Pode ser requerida pelo MP, querelante, assistente ou acusado. Necessidade originada na instrução Alegações finais Alegações finais orais por 20 minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10. Se houver assistente de acusação serão concedidos 10 minutos, após a manifestação do MP. Alegações finais ESCRITAS/ memórias o Complexidade do caso; ou o Número de acusados o Prazo de 05 dias, MP e depois defesa. Registro Dos Atos O ocorrido em audiência será lavrado termo em livro próprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes. Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, 12 digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações. No caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição. Procedimento comum- Rito Sumário Art. 531 a 538, CPP Mesmas regras do rito ordinário, como algumas exceções: A audiência deve ser realizada no prazo máximo de 30 dias (No rito ordinário o prazo é de 60 dias). O número máximo de testemunhas é de CINCO (engloba as não compromissadas e referidas). Não há previsão de fase de “requerimento de diligências”. Não há possibilidade de apresentação de alegações finais por escrito. Será aplicável às IMPO quando, por alguma razão, estas infrações penais não puderem ser julgadas pelos Juizados. o Ex. citação por edital, não pode ser julgado pelos Juizados. Tribunal do Júri Competência do Júri Processo e julgamento dos crimes DOLOSOS contra a vida + conexos. o Art. 5°, XXXVIII, d o Crimes dolosos contra a vida Homicídio doloso Induzimento ou auxílio ao suicídio ou a automutilação Nem sempre será competência do júri a questão de automutilação. Infanticídio Aborto 13 OBS: latrocínio e lesão corporal seguida de morte não é crime doloso contra a vida. Se for praticado em conexão o crime de estupro (juízo singular) e o homicídio doloso, permanecerá o Júri para julgar os dois crimes. Fases do Rito do Júri Judicium accusationis o 1° fase o Pronúncia Judicium Causae o 2° fase o Julgamento em plenário Princípios Do Tribunal Do Júri Plenitude de defesa o ≠ ampla defesa o Mais abrangente o Argumentos não jurídicos O sigilo das votações o Impossibilidade de votação unânime Se mais 4 jurados votarem em mesmo sentido, a votação encerra. A soberania dos veredictos o Decisão dos jurados é soberana o Tribunal recursal não pode reformar a decisão dos jurados Soberania dos veredictos x revisão criminal A revisão criminal ocorre quando há provas novas referentes ao processo. A soberania dos veredictos não se aplica a revisão criminal. Pode haver modificação da decisão dos jurados. Judicium Accusationis Rito MP (ou querelante, na ação penal privada subsidiária da pública) oferece a inicial acusatória (arrolando as testemunhas de acusação – máximo de 08 por fato criminoso). Juiz decide se recebe ou se rejeita a inicial acusatória. Recebendo, manda citar o acusado, para apresentar resposta à acusação em 10 dias. Réu não apresenta resposta à acusação nem constitui advogado – Juiz nomeia defensor para apresentar a defesa. EXCEÇÃO: Se o réu tiver sido citado por edital, o Juiz deve SUSPENDER o processo, ficando suspenso também o curso do prazo prescricional. 14 Apresentada a defesa, o Juiz abre prazo ao acusador (MP ou querelante) para falar em réplica – Prazo de cinco dias. Após isso, Juiz designa data para audiência de instrução e julgamento. AIJ Na audiência o Juiz deve, NESTA ORDEM: Tomar as declarações do ofendido Inquirir as testemunhas arroladas pela acusação Inquirir as testemunhas arroladas pela defesa Tomar os esclarecimentos dos peritos Proceder às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas Realizar o interrogatório do réu Conceder tempo às partes para os debates orais (alegações finais). Pronúncia, Impronúncia, Absolvição Sumária e Desclassificação. Pronúncia Quando convencido de que há PROVA da materialidade e indícios de autoria. Submete o acusado a julgamento pelo Júri. Recurso cabível contra a decisão – RESE. Se a decisão for reformada pelo Tribunal ou pelo próprio Juiz (Juízo de retratação no RESE) ocorrerá à despronúncia. Interrompe a prescrição Impronúncia Quando NÃO está convencido de que há PROVA da materialidade e indícios de autoria. NÃO submete o acusado a julgamento pelo Júri, extinguindo o processo. NÃO FAZ COISA JULGADA MATERIAL. Recurso cabível contra a decisão – APELAÇÃO. Absolvição Sumária Quando o Juiz está convencido de que o réu deve ser absolvido desde logo. Ocorre nas hipóteses de: o Ficar PROVADA a inexistência do fato o Ficar PROVADO que o réu não participou do crime o Ficar PROVADO que o fato não constitui nenhuma infração penal (Fato atípico) o Ficar PROVADO que o réu praticou o fato amparado por alguma CAUSA DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE (legítima defesa, estado de necessidade, etc.)o Ficar PROVADO que está presente alguma causa de isenção de pena (causa excludente da culpabilidade, por exemplo). EXCEÇÃO: Não pode haver absolvição sumária por inimputabilidade decorrente de doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado (gera aplicação de medida de segurança). Exceção da exceção: inimputabilidade é a única tese da defesa, ai o juiz pode absolver sumariamente. o Recurso cabível contra a decisão – APELAÇÃO. 15 Desclassificação Juiz desclassifica o delito para outro que NÃO SEJA DOLOSO CONTRA A VIDA. É uma decisão interlocutória simples Resulta no encaminhamento dos autos ao Juízo competente (a menos que haja conexão com outra infração que continue sendo da competência do Júri). Recurso cabível – Não há previsão expressa, mas a Doutrina entende ser cabível o RESE. Absolvição Sumária e Impronuncia – Apelação Desclassificação e Pronúncia- RESE Tribunal do Júri- Judicium causae Preparação para julgamento em plenário Preparação do processo (art. 422 a 424) Juiz intima o MP e o Defensor, para que no prazo de CINCO DIAS apresentem o ROL DE TESTEMUNHAS (máximo de CINCO) Partes podem juntar documentos e requerer a realização de diligências. O Juiz verifica os pedidos de diligência e produção de provas, tomando as providências necessárias para sanar eventual nulidade existente no processo ou esclarecer algum ponto ainda controvertido. Juiz faz relatório resumido do processo Juiz designa data para julgamento Tribunal do Júri- Judicium causae Desaforamento Desaforamento o Deslocamento da competência territorial para julgamento pelo Júri. Razões Interesse de ordem pública 16 Dúvida sobre a imparcialidade dos jurados Segurança pessoal do réu Quando houver comprovado EXCESSO DE SERVIÇO (Não puder ser aprazada data para a sessão de julgamento dentro de seis meses contados do TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO DE PRONÚNCIA) OBS.: é IMPRESCINDÍVEL A OITIVA DA DEFESA (súmula 712 do STF). Tribunal do Júri- Judicium causae Dos jurados Do alistamento dos jurados Lista anual o De 800 a 1.500 jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milhão) de habitantes o De 300 a 700 nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes o De 80 a 400 nas comarcas de menor população. Se for necessário, pode ser aumentado o número de jurados e pode haver lista de suplentes. Lista é publicada até 10 de outubro de cada ano, podendo ser alterada até 10 de novembro (publicação definitiva). O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído. o Conselho de sentença 07 jurados sorteados em cada julgamento Do sorteio dos jurados O juiz presidente determinará a intimação do MP, da OAB e da DP para acompanharem o sorteio. Serão sorteados 25 jurados para a reunião periódica ou extraordinária. O sorteio será realizado entre o 15o (décimo quinto) e o 10o (décimo) dia útil antecedente à instalação da reunião. O jurado não sorteado poderá ter o seu nome novamente incluído para as reuniões futuras. Da Função Do Jurado Quem pode ser? o Maiores de 18 anos e de notória idoneidade Art. 436, CPP. 17 O exercício efetivo da função de jurado constitui serviço público relevante e obrigatório, e estabelecerá presunção de idoneidade moral. Obrigatoriedade o A recusa injustificada ao serviço do júri acarretará multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos. Art. 436, §2°, CPP. A recusa pode se dar por convicção religiosa, filosófica ou política. (Art. 438, CPP) o Importará no dever de prestar serviço alternativo, sob pena de suspensão dos direitos políticos, enquanto não prestar o serviço imposto. Art. 438, §1°, CPP Direitos dos jurados o Preferência, em igualdade de condições, nas licitações públicas e no provimento, mediante concurso, de cargo ou função pública, bem como nos casos de promoção funcional ou remoção voluntária. o Não sofrer descontos em seus vencimentos/salários em razão de ausência para participar de júri. Responsabilidades o O jurado deve comparecer no dia marcado para a sessão e nela permanecer, sob pena de multa de 1 (um) a 10 (dez) salários mínimos Art. 442, CPP. o O jurado será responsável criminalmente nos mesmos termos em que o são os juízes togados. Art. 445, CPP. Tribunal do Júri- Judicium causae Organização da pauta Organização da Pauta Preferência na ordem de julgamento (Art. 429, CPP) o Os acusados presos o Dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão o Em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. Assistente de acusação – atuação (Art. 430, CPP) o O assistente somente será admitido se tiver requerido sua habilitação até 5 (cinco) dias antes da data da sessão na qual pretenda atuar. 18 Tribunal do Júri- Judicium causae Formação do Conselho de Sentença Da Composição Do Conselho De Sentença Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. Restrições Na Composição Do Conselho De Sentença Restrições - Não podem servir no mesmo Conselho de Sentença: Marido e mulher (ou pessoas em união estável) Ascendente e descendente Sogro(a) e genro ou nora Irmãos e cunhados, durante o cunhadio Tio e sobrinho Padrasto, madrasta ou enteado Outras vedações Jurado que tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior No caso do concurso de pessoas, jurado que houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado Jurado que tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado Tribunal do Júri- Judicium causae Sessão de julgamento Da Sessão De Julgamento Ausências: MP o Juiz presidente adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, cientificadas as partes e as testemunhas. Defensor o Juiz presidente adiará o julgamento para nova data Acusado solto, assistente ou advogado do querelante regularmente intimados o Não haverá adiamento 19 Acusado preso o O julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor. Testemunha o Só será adiado o julgamento se uma das partes tiver requerido a sua intimação por mandado, declarando ser imprescindível o seu depoimento e indicando a sua localização. o Juiz, neste caso, suspenderá os trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para outra data, mandando conduzir a testemunha. o Testemunha faltosa fica sujeita a multa + crime de desobediência Verificação da urna e sorteio dos jurados. Recusas injustificadas o Máximo de 03 por parte (acusação e acusado) Por acusado Da instrução em plenário Tomada de declarações do ofendido Inquirição das testemunhas de acusação (Primeiro inquiridas pelo Juiz, depois pelo MP, assistente de acusação, querelante e defensor do acusado). Inquirição das testemunhas de defesa (Primeiro inquiridas pelo Juiz, depois pelo defensor do acusado, MP, assistente de acusação e querelante). Se for o caso, serão realizadas acareações, reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peças relativas, exclusivamente, às provas colhidas por carta precatória e às provas cautelares, antecipadas ou não repetíveis. Interrogatório do acusado, se estiver presente. o Ultimo ato da instrução O MP, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, podem formular perguntas diretamente aoacusado. Perguntas pelos jurados? o Podem formular perguntas para testemunhas, acusado e ofendido Sistema presidencialista Por intermédio do juiz presidente Debates Primeiro a acusação, por 1:30h (Se houver assistente de acusação, falará logo após o MP, mas dentro do prazo destinado à acusação) Em seguida, a defesa, por 1:30h Se for o caso, haverá réplica, de 1:00h para acusação, e tréplica de 1:00h para a defesa Havendo mais de 01 acusado, o tempo para a acusação e para a defesa será acrescido de 01 hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica Sempre haverá réplica e tréplica? o A defesa tem direito a tréplica mesmo que a acusação não se fale em réplica. o Prevalece 20 Só a direito a tréplica pela defesa, se houve réplica. Não haverá treplica pela defesa, se a acusação não falou em réplica. o Posição jurisprudencial se a acusação diz que não quer falar em réplica, mas diz que não quer, já falando em réplica, tem tréplica para defesa. Debates – Vedações Durante os debates as partes não poderão fazer referências: o À decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação o À determinação do uso de algemas o Ao silêncio do acusado ou à falta de interrogatório Leitura de documento e exibição de objeto em plenário o Juntada com antecedência mínima de 03 dias úteis, dando-se ciência à outra parte. Necessidade de realização de diligência que não possa ser realizada imediatamente o Dissolução do conselho de sentença Quesitação Local o Sala especial Presentes o Juiz-presidente o Jurados o Ministério Público o Assistente ou querelante (se for o caso) o Defensor do acusado o Escrivão e oficial de justiça Ordem dos quesitos (Art. 483, CPP) o Materialidade do fato o A autoria ou participação o Se o acusado deve ser absolvido o Se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa o Se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecido na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. Tese de desclassificação ou tentativa o Em regra, entra logo após o 2° quesito. o Ou depois do 3º quesito se for tese de absolvição. Tribunal do Júri- Judicium causae Da sentença e dos Recursos Sentença No caso de condenação – Juiz deverá: Fixar a pena-base Aplicar as circunstâncias agravantes e atenuantes alegadas nos debates 21 Aplicar as causas de aumento ou diminuição da pena admitidas pelo júri Observar as demais disposições previstas para toda sentença condenatória (fixar regime inicial de cumprimento, etc.). Decidir sobre a decretação, manutenção ou revogação da prisão preventiva Estabelecer os efeitos genéricos e específicos da condenação No caso de condenação - NOVA providência (incluída pela Lei 13.964/19): No caso de condenação igual ou superior a 15 anos, determinar a execução provisória da pena imposta. Pode o Juiz-presidente deixar de determinar a execução provisória da pena se houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da condenação. A apelação nesse caso, em regra, não terá efeito suspensivo. No caso de absolvição – Juiz deverá: Mandar colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso Revogar as medidas restritivas provisoriamente decretadas Impor, se for o caso, a medida de segurança cabível o Absolvição imprópria E se houver desclassificação da infração? o Aplica-se art. 492, §1º, CPP o Próprio juiz de o Júri ira proferir a sentença. Art. 492 (...) § 1o Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995. Recursos Das decisões proferidas pelo Júri caberá apelação (Art. 593,III, CPP) o Trata-se de recurso de fundamentação vinculada, que somente poderá ser interposto nos seguintes casos: Ocorrer nulidade posterior à pronúncia For a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. Súmula 713, STF"O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição 22 Tribunal pode reformar a decisão recorrida ou deve submeter a novo julgamento? Depende: Recursos Criminais- Teoria Geral Recursos Conceito: Meio de impugnação a uma decisão judicial. Recursos Sucedâneos recursais o Interno: promovido dentro do processo. Ex. Pedido de reconsideração o Externo: promovido em outro processo Ex. habeas corpus Órgão a quo (juízo a quo) e órgão ad quem (juízo ad quem) A quo: profere a decisão que será impugnada Ad quem: julgar o recurso que foi interposto Ex. juízo a quo rejeitou a denúncia, o juízo ad quem julgará o RESE. Juízo de admissibilidade e Juízo de mérito Juízo de admissibilidade o Análise dos pressupostos recursais Se tiver tudo ok, dará seguimento ao recurso, indo para o juízo de mérito. Juízo de mérito o Análise do objeto o recurso Anulação da decisão Reforma da decisão Esclarecimento/ integração. Pressupostos recursais intrínsecos Relacionados ao próprio direito de recorrer Cabimento o Saber se o recurso que estou manejando tem previsão legal para aquele caso. Legitimidade o Art. 577, CPP 23 o MP o Querelante o Réu Autonomamente o Defensor do réu o Assistente de acusação Legitimidade supletiva/ subsidiária Art. 271, CPP. Só pode recorrer, se o MP não recorreu. Interesse recursal o Necessidade o Adequação Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer o Renúncia: abandono de direito o Desistência: desiste da ação o Preclusão: perda do direito de recorrer Temporal: perdeu o prazo previsto em lei Lógica: quando pratica um ato incompatível com o direito de recorrer Consumativa: quando interpõe o recurso, não poderá interpor um novo recurso idêntico. o Deserção Falta de preparo Sem as custas do preparo. Somente em ação penal privada Pressupostos recursais extrínsecos Tempestividade o Interposto dentro do prazo do recurso o Prazo em dias corridos o O prazo é contado a partir da intimação e não da juntada aos autos do mandado. Súmula 710, STF. Regularidade formal o Preenchimento de todas as regras legais previstas para interposição daquele recurso. Juízo de mérito Análise do objeto do recurso o Pedido Anulação Reforma Esclarecimento/ integração. Classificação dos recursos De fundamentação vinculada ou fundamentação livre o Fundamentação livre: o recorrente pode alegar em seu recurso qualquer matéria. o Fundamentação vinculada: somente pode alegar determinadas matérias previstas em lei. 24 Ex. Apelação do Júri Art. 593, III, CPP] Totais ou parciais o Total: o recorrente impugna todas as partes da decisão que lhe prejudica. o Parciais: o recorrente impugna somente algumas partes da decisão que lhe prejudica. Recursos ordinários ou extraordinários o Ordinários: aqueles que visam a permitir que a parte prejudicada consiga a alteração de uma decisão desfavorável. o Extraordinários: aqueles que a Lei busca garantir a melhor aplicação possível para a Lei Federal ou para a Constituição, de forma que somente pode ser alegada matéria de Direito nestes recursos, não cabendo reexame da matéria fática. Resp (STJ) Resp (STF) Recurso voluntário e recurso de ofício o Recurso voluntário: depende de interposição voluntária por aquele que pretende a modificação da decisão. o Recurso de ofício : nesses casos a decisão fica sujeita ao reexame obrigatório pelo órgão jurisdicional superior, ainda que não haja recurso voluntario de nenhuma das partes. Recurso genérico e recurso específico o Recurso genérico: exige, apenas, a irresignação da parte, ou seja, seu inconformismo em relação à decisão proferida. o Recurso específico: depende da comprovação de requisitos próprios, específicos (ex. demonstração da existência de repercussão geral, em relação ao recurso extraordinário perante STF). Efeitos dos recursos Efeito obstativo: impede a ocorrência da preclusão temporal. Efeito devolutivo: devolve ao Tribunal a competência para conhecer a matéria impugnada e apreciar o recurso. Efeito suspensivo: impossibilidade de a decisão impugnada produzir efeitos enquanto não for julgado o recurso. Efeito translativo: refere-se à possibilidade de o Tribunal conhecer, de ofício, determinadas matérias que não foram impugnadas pelo recorrente. o ex. prescrição Efeito substitutivo: é o efeito que implica na substituição da decisão recorrida pela decisão do juízo ad quem. Efeito regressivo (ou iterativo ou diferido): permite ao prolator da decisão se retratar da decisão proferida, evitando a remessa ao órgão ad quem (órgão recursal). 25 Efeito extensivo: se um dos corréus interpõe recurso, a decisão desse recurso se estende aos demais, SALVO SE FUNDADA EM RAZÕES DE CARÁTER ESTRITAMENTE PESSOAL. o art. 580, CPP Princípios Recursais Duplo grau de jurisdição: toda decisão deve estar submetida à reapreciação por outro órgão do Judiciário, superior ao que proferiu a decisão. o Não está previsto no CF/88. o Previsto no C.A.D.H Pacto de são José da Costa Rica Taxatividade: não há hipótese de recurso sem previsão legal. Singularidade (ou unirrecorribilidade ou unicidade): parfa cada decisão somente é cabível um único recurso. o Exceção Recurso extraordinário (STF) Recurso especial (STJ) Voluntariedade: a existência do recurso só pode decorrer da vontade da parte, não existindo hipótese de recurso obrigatório. Fungibilidade: possibilidade de que o órgão recursal receba um recurso equivocado como sendo o correto, desde que inexista má-fé. o Tem que ter sido interposto no prazo do recurso correto, ainda que seja o recurso errado. o Não pode ser um erro grosseiro Art. 579, CPP Non reformatio in pejus: o recurso interposto pela defesa NUNCA poderá ser julgado de forma a agravar a situação do réu. o Impossibilidade de reforma para pior. o Non reformatio in pejus indireta Complementariedade: o recorrente poderá complementar a fundamentação de seu recurso (razões recursais) quando a decisão atacada for modificada após a apresentação das razoes recursais. Colegialidade: a parte tem direito de uma vez recorrendo, ter seu recurso apreciado por um órgão colegiado. 26 RESE- Recurso em Sentido Estrito RESE- Cabimento Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: I - que não receber a denúncia ou a queixa; II - que concluir pela incompetência do juízo; III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; IV – que pronunciar o réu; Rito do Júri V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008) VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade; X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; (execução penal- agravo em execução) XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; (execução penal- agravo em execução) XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; Deserta: quando não teve o preparo. XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; XVII - que decidir sobre a unificação de penas; (execução penal- agravo em execução) XVIII - que decidir o incidente de falsidade; XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; (execução penal- agravo em execução) XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; (execução penal- agravo em execução) XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; (execução penal- agravo em execução) XXII - que revogar a medida de segurança; (execução penal- agravo em execução) XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação; (execução penal- agravo em execução) XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples. (execução penal- agravo em execução) XXV - que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei. (Incluída pelo Pacote Anticrime) Principais hipóteses de cabimento 27 Decisão de rejeição da denúncia ou queixa o Exceção: JeCrim Não será o RESE Será apelação (10 dias) o ≠ Recebimento Não há recurso cabível para o recebimento. Decisão de declínio da competência Decisão de pronúncia o Rito do júri o ≠ Impronúncia Não cabe o RESE Apelação Decisão que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante o Bandido solto- RESE Decisão que reconhecer a extinção da punibilidade o Dentro da sentença Caberá apelação. Decisão que indefere o pedido de reconhecimento da extinção da punibilidade Decisão que denegar a apelação (*) Pronúncia- Necessário recolhimento à prisão para recorrer? NÃO. Art. 585, CPP: “O réu não poderá recorrer da pronúncia senão depois de preso, salvo se prestar fiança, nos casos em que a lei a admitir.” STF e STJ entendeu que não há necessidade ao recolhimento à prisão. RESE- Prazo (**) Inciso XIV do art. 581- 20 dias Incluir/excluir jurado RESE- Processamento Prazo o Regra 28 Interposição: 5 dias Razões recursais: 2 dias Forma o Petição o Termo nos autos Efeito regressivo o Art. 589, CPP o Possibilidade do juízo de retratação. RESE-Remessa ao Tribunal REGRA - Por traslado ou instrumento (não sobe nos próprios autos). EXCEÇÕES (subirá nos próprios autos do processo) Quando se tratar de RESE interposto de “ofício” pelo Juiz Nas hipóteses dos incisos I, III, IV, VIII e X do art. 581 Quando a subida dos autos ao Tribunal não prejudicar o andamento do processo RESE- Efeito Suspensivo REGRA- Não possui EXCEÇÕES Decisão que determina a perda do valor da fiança Decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta RESE interposto contra decisão de pronúncia RESE- Súmulas Importantes Súmula 707 do STF “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo.” Súmula 709 do STF “Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acordão que prove o recurso contra a rejeição da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.” Apelação Apelação 29 Principais hipóteses de cabimento Decisão de impronúncia o Rito do Júri o ≠ Pronúncia Caberá RESE Decisão de absolvição sumária o Art.593, I, CPP o Art. 416, CPP Rito do Júri Sentença de mérito (condenação/absolvição) Sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados (rito do júri) Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança (rito do júri) Decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos (rito do júri) o Soberania dos vereditos Manda fazer um novo julgamento. Apelação- Prazo Apelação- Processamento Prazo o Petição de interposição Regra: 5 dias o Razões: Regra: 8 dias Contravenções: 3 dias Assistente de acusação: 3 dias JeCrim: concomitantemente com a petição. Art. 82, Lei 9.99/95 (*) Razões na instancia superior (art. 600, §4°, CPP). (*) Fora do prazo: não impede o conhecimento. Forma o Petição o Termo nos autos 30 Efeito devolutivo o Devolver ao órgão ad quem a competência para apreciar aquele recurso. o Amplo, como regra. Súmula 160, STF “É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.” o Restrito Apelações relativa ao Júri Art. 593, II, CPP Súmula 713, STF "O efeito devolutivo da apelação contra decisões do Júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição". Efeito regressivo o Permite ao juízo a quo, voltar atras e se retratar o Não há efeito regressivo na apelação. (*) Necessário recolhimento à prisão para recorrer? NÃO Súmula 347, STJ: “O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão.” Apelação- Remessa ao Tribunal REGRA – Nos próprios autos EXCEÇÃO (translado ou instrumento) Se houver mais de um réu, e não houver todos sido julgados, ou não tiverem todos apelado. Apelação- Efeito Suspensivo Sentença absolutória o Não há efeito suspensivo Sentença absolutória imprópria o Há efeito suspensivo. o Ex. em caso de inimputabilidade Sentença condenatória o Há efeito suspensivo o Cuidado!! Art. 492, I, “e”, CPP (pacote anticrime) Júri (regra, não há efeito suspensivo) o Condenação de pena igual ou superior a 15 anos Poderá logo o cumprimento provisório Possível concessão do efeito suspensivo. Apelação- Súmulas Importantes Súmula 705 do STF “A renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta.” Súmula 708 do STF “É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro.” 31 Embargos de declaração Cabimento – Quando houver obscuridade, omissão, ambiguidade ou contradição na decisão. Prazo – 02 dias (JECrim – 05 dias) o Art. 382, CPP o Art. 619, CPP o Art. 83, §1° Lei 9.0900/95. Efeitos – Interrompe o prazo para a interposição dos demais recursos. Agravo em execução (Art. 197, LEP) Cabimento - Impugnar as decisões proferidas na execução penal Prazo – 05 dias (súmula 700 do STF). Razões recursais = 02 dias Rito - Segue o rito do RESE Efeitos – NÃO possui, em regra, efeito suspensivo. Possui efeito regressivo. o Art. 519, CPP. Carta testemunhável (Art. 639 a 646, CPP) Cabimento – Quando não recebido o recurso que deva ser remetido à instância superior ou, embora recebido, não seja remetido à instância superior. Possui natureza RESIDUAL. o Residual: se não houver outro recurso. Interposição – Dirigida ao Escrivão Prazo – 48 horas Processamento – O mesmo trâmite do recurso que não foi admitido o Art. 645, CPP Efeito suspensivo – Não possui Efeito regressivo – Possui o juiz pode se retratar. Embargos Infringentes (Art. 690, § único, CPP) Cabimento- Cabível quando, durante o julgamento de um recurso (apelação ou RESE), em segunda instância, houver decisão não-unânime DESFAVORÁVEL AO RÉU. o Recurso exclusivo da defesa Prazo- 10 dias Efeitos- Não possui efeito suspensivo nem regressivo. Revisão Criminal Conceito – Trata-se de ação autônoma de impugnação. o Não é recurso! Finalidade - Desconstituir a sentença condenatória. Trata-se de meio de impugnação privativo da defesa. Pressupostos o Existência de sentença condenatória criminal (*) ou absolutória imprópria 32 o Existência de trânsito em julgado PRAZO? NÃO, pode ser manejada a qualquer tempo. Hipóteses o Quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos. Tese 14 do STJ o Quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos Tese 17 do STJ o Quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena. + importante!! Dilação probatória? Não! Na revisão criminal precisa ter prova pré-constituída. Competência o Do STF e do STJ quando a Revisão Criminal se der contra decisões por eles proferidas o Pelos TRFs e TJs quando a Revisão Criminal tiver por objeto decisões proferidas por eles ou pelos Juízes a eles vinculados Decisão proferida por Juizado Especial Criminal? Turma Recursal (Tese 7 do STJ) Efeitos no caso de procedência o Alterada a classificação da infração o Absolvido o réu o Modificada a pena o Anulado o processo Nunca poderá ser agravada a situação do réu (non reformatio in pejus). Fixação de indenização em favor do condenado?? SIM!! Art. 630, CPP Tópicos relevantes o Reiteração do pedido – Possível? Sim, mas tem que ter novas provas. o Não há necessidade de recolhimento à prisão para manejar revisão criminal – Súmula 393 do STF o É cabível revisão criminal em relação a condenação pelo Tribunal do Júri? Sim, tese 9 do STJ o O réu possui capacidade postulatória autônoma para ajuizar revisão criminal? Sim, art. 623, CPP, tese 11 do STJ. Habeas Corpus “tome o corpo” (art. 647 a 667) Natureza Remédio constitucional para proteção da liberdade de locomoção. 33 Não é “recurso” – Ação autônoma de impugnação o Sucedâneo recursal externo Espécies Preventivo - Finalidade é preservar a liberdade de qualquer pessoa, quando há risco de violação a este direito. Repressivo – Fazer cessar violação à liberdade (*)Trancativo: finalidade de buscar o trancamento de um inquérito policial ou de uma ação penal em curso quando a manutenção do trâmite desse inquérito policial ou dessa ação penal se configura com flagrante constrangimento ilegal à liberdade de locomoção do indivíduo. Sujeitos do HC Impetrante (quem impetra- quem ajuíza) Paciente (aquele que tem a liberdade de locomoção violada/ameaçada. SÓ PESSOA FÍSICA. Coator (aquele que exerce a coação violando ou ameaçando a liberdade de locomoção). Impetrante (Art. 654, CPP) Qualquer pessoa o Pessoa física o Pessoa jurídica (só em favor da pessoa física) Ministério Público Juízes e Tribunais? Art. 654, §2°, CPP o NÃO pode impetrar HC o eles autorizam que concedam a ordem HC de ofício. Petição de habeas corpus – Conteúdo O nome do paciente e o do coator A declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor A assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências o Não exige capacidade postulatória Cabimento Art. 647. Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar. Art. 5º (...) LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso depoder; Cabimento (art. 648, CPP) - Considera-se ilegal a coação à liberdade quando: Não houver justa causa Alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei Quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo 34 Houver cessado o motivo que autorizou a coação Não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza O processo for manifestamente nulo Extinta a punibilidade. Súmulas Importantes Súmula 695 do STF “Não é cabível Habeas Corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade”. Súmula 693 do STF “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória à pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.” NÃO CABE habeas corpus Quando não há possibilidade de aplicação de pena privativa de liberdade ou esta já se extinguiu Como substituto recursal, quando há recurso cabível Para questionar perda de função/patente. Competência – Principais hipóteses Originária Processamento – Apresentação do preso ao Juiz O juiz, se julgar necessário, e estiver preso o paciente, mandará que este lhe seja imediatamente apresentado. Possibilidade de recusa à determinação: o Grave enfermidade do paciente (Juiz poderá ir ao local) 35 o Não estar ele sob a guarda da pessoa a quem se atribui a detenção o Se o comparecimento não tiver sido determinado pelo juiz ou pelo tribunal O detentor deverá declarar por ordem de quem o paciente está preso Processamento Realizadas as diligências e ouvido o paciente, o juiz decidirá em 24h: o Sendo favorável a decisão, será logo posto em liberdade (alvará de soltura), salvo se por outro motivo dever ser mantido na prisão, ou dar-se-á ao paciente salvo-conduto (HC preventivo) assinado pelo juiz. o Se os documentos que instruírem a petição evidenciarem a ilegalidade da coação, o juiz ou o tribunal ordenará que cesse imediatamente o constrangimento. o Se a ilegalidade for a não admissão de fiança, o juiz arbitrará o valor desta, que poderá ser prestada perante ele. Processamento nos Tribunais Estando em ordem a petição e sendo distribuída ao relator este: o Poderá requisitar informações à autoridade coatora o Procederá à instrução do feito e colocará em pauta para julgamento na primeira sessão (pode ser adiado para a sessão seguinte) o Cabe decisão monocrática (relator) em determinados casos (ex.: STF, RISTJ, art. 202) Processamento nos Tribunais – Decisão colegiada Decisão por maioria de votos Havendo empate, se o presidente não tiver tomado parte na votação, proferirá voto de desempate; caso contrário, prevalecerá a decisão mais favorável ao paciente Recurso contra decisão em habeas corpus Decisão que concede* ou nega, em primeira instância – RESE (art. 581, X, CPP) o Art. 574, I, CPP- Recurso “de ofício” Denegado em única ou última instância por TJ/TRF – ROC para o STJ o Art. 105, II, CF Denegado em única instância pelo STJ – ROC para o STF o Art. 102, II, CF Tópicos relevantes Habeas corpus coletivo – Legitimados (mesmos do MI coletivo) – Posição do STF: o MP o DP o PP (partido político) com representação no CN 11 membros 10 votantes concessão 01 presidente 05/05- denegação Voto de desempate Se o presidente já votou prevalece a decisão favorável. 36 o Org. Sindical, entidade de classe ou associação constituída há mais de 01 ano o O Assistente de acusação não pode intervir no HC o O HC não comporta dilação probatória o É incabível o HC para impugnar decisão que defere a intervenção do assistente de acusação na ação penal o Cabível a impetração de HC para discutir aplicação de prisão domiciliar o Não é cabível o manejo de HC para discutir a aplicação de pena acessória de perda de cargo público. LEI 9.099/95 – INTRODUÇÃO E COMPETÊNCIA Juizados especiais criminais Competência – Processo e julgamento das infrações de menor potencial ofensivo. Contravenções penais Crimes- pena máx. não seja superior a 2 anos. Exceção: Crimes militares (Justiça Militar) Crime que envolva violência domestica contra mulher ( Lei Maria da Penha- Lei 11.340/06). Princípios Simplicidade: menos complexidade, evitar entrave desnecessária. Economia Processual: máx. efetividade dos atos processuais. Informalidade: os atos não seguem formalidades tão rigorosas ex. art. 64 e 65. Celeridade Processual: rapidez Oralidade: buscar sempre pratica de ato oral. Objetivos Reparação dos danos sofridos pela vítima (art. 74, Lei 9.099/65)- composição civil dos danos Aplicação de pena não-privativa de liberdade Dos atos processuais Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da semana, conforme dispuserem as normas de organização judiciária. Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados (informalidade), atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei. Não há nulidade sem que tenha havido prejuízo (art. 65, §1°) Atos processuais em outras comarcas poderão ser solicitados por qualquer meio hábil de comunicação o Carta precatória: desnecessária Registro escrito - exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente. Tópicos relevantes Competência territorial o Art. 63, Lei 63, Lei 9.099/95: lugar onde foi praticada a infração 37 Teoria da atividade Citação por edital o vedada no JeCrim (art. 66, § único) processo vai ser encaminhado para o Juízo Comum (rito sumário), se necessária a citação por edital. Por hora certa? Divergente Lesões corporais leves e culposas o Art. 129, “caput”. o Art. 129, §6°, CP o Ação penal pública condicionada à representação Exceção: Lei Maria da Pena Ação penal incondicionada. Violência doméstica e familiar contra a mulher Súmula 536 do STJ A suspensão condicional do processo e a transação penal não se aplicam na hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria da Penha. Frase preliminar Termo circunstanciado (TCO) e prisão em flagrante – Não há instauração de IP em relação às IMPO, devendo ser lavrado termo circunstanciado. Se o autor do fato se comprometer a comparecer a todos os atos do processo, não poderá ser lavrado auto de prisão em flagrante. (Art. 69, §único) Audiência preliminar Após a etapa em sede policial, será designada audiência preliminar. (art. 73) Obtida a composição civil dos danos causados, o Juiz a homologará por sentença, que será IRRECORRÍVEL. (art. 74) Caso não seja obtida a composição civil dos danos, e sendo caso de ação penal privada ou pública condicionada à representação, o Juiz dará oportunidade ao ofendido para que apresente a sua representação ou ofereça a queixa. Caso o ofendido não a exerça no momento, poderá exercer esse direito posteriormente (oferecimento de queixa ou representação), desde que dentro do período legal. o 6 meses a contar da ciência da autoria Caso o ofendido ofereça a representação ou sendo crime de ação penal pública incondicionada, o Juiz dará vista ao MP para que proponha, se for cabível, a TRANSAÇÃO PENAL (acordo). Composição civil dos danos Homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível Tem eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. Acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa (ação penal privada) ou representação (ação penal pública condicionada à representação). Art. 74, §único Transação penal Conceito – Proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas (a ser especificada na proposta). Em troca, o MP deixa de ajuizar a ação penal. 38 Art. 76. Havendo representação (ação penalpública condicionada) ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. Ação Penal Privada: é cabível transação penal. Cabe ao próprio ofendido propor a proposta. Obs.: se for pena de multa a única aplicável, o juiz poderá reduzir até metade. Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do Juiz Homologada a proposta aceita, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa A aceitação da proposta: o Não importa em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos o Não constará da certidão de antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo o Não terá efeitos civis Descumprimento das cláusulas da transação penal Súmula vinculante 35 A homologação da transação penal prevista no artigo 76 da Lei 9.099/1995 não faz coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retoma-se a situação anterior, possibilitando-se ao Ministério Público a continuidade da persecução penal mediante oferecimento de denúncia ou requisição de inquérito policial. Não aceitação de proposta de transação penal MP oferecerá denúncia oral, podendo requerer a remessa ao Juízo comum, em razão da complexidade ou circunstâncias do caso Se for crime de ação privada, o ofendido poderá oferecer queixa-crime oral LEI 9.099/95 – RITO SUMARÍSSIMO Rito sumaríssimo Denúncia oral na própria audiência preliminar (como regra) Possibilidade de dispensa do exame do corpo de delito (art.77, §1°) Complexidade do caso – Remessa ao Juízo comum (art.77, §2°) o Rito sumário 39 Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados. Na inicial acusatória devem ser arroladas as testemunhas = máximo de 05 testemunhas. Após esse momento, proceder-se-á à citação do acusado (se não estava presente na audiência preliminar) Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz, quando imprescindível, a condução coercitiva de quem deva comparecer o O acusado pode optar por não comparecer para fim de interrogatório. Na audiência de instrução e julgamento o Juiz: o Dará a palavra à defesa responder à acusação o O Juiz rejeita ou recebe a inicial acusatória Rejeita: apelação 10 d Recebe: não cabe recurso o Recebendo a inicial, o Juiz pode absolver sumariamente o réu (art. 397, CP) o Não havendo absolvição sumária, ouvirá a vítima, as testemunhas de acusação e defesa e, por último, procederá ao interrogatório do acusado (sempre nessa ordem) o Após isso, passa-se à fase dos debates orais o Após os debates orais, o Juiz profere sentença Sentença e apelação Dispensado o relatório na sentença o Deve mencionar os elementos da convicção fundamentação Apelação em 10 dias Contrarrazões em 10 dias Julgamento da apelação – Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão. (turma colegial) Erros materiais podem ser corrigidos de ofício Cabem embargos de declaração (05 dias) o Interrompe o prazo para outros recursos. LEI 9.099/95 – SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO Suspensão condicional do processo (sursis processual) Conceito - Suspensão do processo, por 02 a 04 anos, durante os quais o acusado ficará “sob prova”. Só é cabível se o acusado não estiver sendo processado ou não tiver sido condenado por outro crime o Existência de IP não impede o sursis o 05 anos da extinção da pena anterior Condenação anterior à pena de multa não impede (art. 77, §1º do CP e súmula 499 do STF) Devem estar presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77, CP) Cabimento - Infrações penais cuja pena mínima não seja superior a 01 ano 40 Mas e se há previsão de alguma causa de aumento de pena? Ela é considerada para o cálculo da pena mínima? E se o autor do fato não aceitar a proposta de suspensão condicional do processo? O processo seguirá normalmente. Aceitação da proposta Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, será submetida a apreciação deste (Juiz) que, suspendendo o processo, submeterá o acusado a período de prova, sob determinadas condições: Reparação do dano, salvo se não tiver condições. Proibição de frequentar determinados lugares. Proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do Juiz. Comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. Outras condições especificadas pelo Juiz. Prescrição Não corre prescrição durante o prazo de suspensão do processo.
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