Buscar

Controle da Administração Pública

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
- A sujeição da atividade administrativa do Poder Público ao amplo controle decorre da formação do 
Estado democrático de Direito, no qual todas as pessoas da sociedade, incluindo o próprio Poder Público, 
são submetidas às normas legais. 
- A noção de República transmite a ideia de que o titular do patrimônio público é o povo e não a 
Administração Pública, sendo submissa, portanto, ao princípio da indisponibilidade do interesse público. 
 
 
 CONCEITO 
- Conjunto de instrumentos definidos pelo ordenamento jurídico a fim de permitir a fiscalização da 
atuação estatal por órgãos e entidades da própria Administração Pública, dos Poderes Legislativo e 
Judiciário, assim como pelo povo diretamente, compreendendo ainda a possibilidade de orientação e 
revisão da atuação administrativa de todas as entidades e agentes públicos, em todas as esferas de poder. 
- Normalmente, a fiscalização se manifesta por meio da coleta de dados para análise, com posterior 
decisão acerca da regularidade da atuação estatal, como ocorre, por exemplo, no julgamento das contas 
dos administradores públicos, efetivado por meio de Tribunal de Contas, que possui amplo poder 
investigatório. 
- No que tange à revisão de condutas administrativas, esta decorre da manifestação do poder de 
autotutela. Nestes casos, o controle é feito posteriormente à prática do ato administrativo. 
- Existe a possibilidade de revisão dos atos administrativos praticados dentro da estrutura administrativa, 
mediante provocação do particular atingido pelo ato ou, até mesmo, de ofício, por iniciativa do órgão 
controlador. 
 
 
 
 CLASSIFICAÇÃO 
 
 
 a) Quando á natureza do órgão controlador: 
i) Legislativo: executado pelo Poder Legislativo diretamente (chamado controle parlamentar direto) ou 
mediante auxílio do Tribunal de Contas. Manifesta da vontade popular. 
ii) Judicial: realizado pelo Poder Judiciário, mediante provocação de qualquer interessado que esteja 
sofrendo lesão ou ameaça de lesão em virtude de conduta ou omissão administrativa que o atinja direta 
ou indiretamente. Será exercido somente no que tange aos aspectos de legalidade dos atos 
administrativos. 
iii) Administrativo: decorre do poder de autotutela conferido à Administração Pública que deve efetivar 
a fiscalização e revisão dos seus atos, mediante provocação ou de ofício. 
 
 b) Quanto à extensão do controle: 
i) Controle interno: exercido dentro de um mesmo Poder, seja o exercido por meio de órgãos 
especializados, até entre órgãos de uma mesma entidade, quando se manifesta relação de hierarquia, 
seja entre entidades diferentes, como ocorre com o controle que a administração direta exerce sobre a 
administração indireta de um mesmo poder. Ex.: Ministério sobre os atos praticados pelo Instituto 
Nacional do Seguro Social (INSS); Secretaria de Saúde sobre os postos de saúde localizados no estado. 
[Art. 74, CF] 
ii) Controle externo: exercido por um poder em relação aos atos administrativos praticados por outro 
poder do estado. Também é considerado controle externo aquele exercido diretamente pelos cidadãos 
(controle popular). Ex.: Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que extrapolam 
o poder regulamentar; o judiciário determinar a nulidade de um ato administrativo. 
 
 c) Quanto ao âmbito de atuação: 
i) Por subordinação: aquele realizado por autoridade hierarquicamente superior a quem praticou o ato, 
ou seja, entre órgãos e agentes de uma mesma pessoa jurídica da Administração Pública. Configura-se 
manifestação do poder hierárquico e, uma vez que as entidades descentralizadas não se submetem à 
hierarquia em relação ao poder central, não se admite controle por subordinação da administração direta 
sobre a indireta. 
 
ii) Por vinculação: decorre do poder exercido pela administração direta sobre as entidades 
descentralizadas, não se caracterizando como subordinação hierárquica, mas tão somente como uma 
espécie de supervisão. 
 
 d) Quando à natureza: 
i) Controle de legalidade: controlar a atuação estatal em relação à sua adequação com o ordenamento 
jurídico. 
ii) Controle de mérito: exercido com a intenção de verificar a oportunidade e conveniência 
administrativas do ato controlado. De regra, cabe exclusivamente ao próprio Poder o qual, atuando na 
função de Administração Pública, praticou a conduta. Excepcionalmente, nos casos previstos na CF, o 
Poder Legislativo tem competência para exercer o controle de mérito sobre atos praticados pela 
Administração. 
 O Poder Judiciário tem o poder de analisar se a conduta foi praticada dentro dos limites da 
discricionariedade, o que é feito com base na análise de princípios como razoabilidade e 
proporcionalidade. Trata-se, aqui, de análise de legalidade e não de mérito. 
 
 e) Quanto ao momento de exercício: 
i) Controle prévio: realizado antes da formação do ato controlado. Pode ser feito quando o ato 
administrativo está na iminência de ser praticado ou quando ainda se encontra em formação. Ex.: 
Mandado de Segurança Preventivo para impedir a prática de um ato ilegal. 
ii) Controle concomitante: exercido durante a execução da atividade controlada. Ex.: fiscalização em 
execução de obra pública. 
iii) Controle posterior: verifica a regularidade e conveniência diante de atos administrativos já praticados 
em sua inteireza. Trata-se de forma de retirada de atos administrativos perfeitos, ou seja, que já 
cumpriram todas as etapas necessárias à sua formação. 
 
 
 f) Quanto à iniciativa: 
 
i) Controle de ofício: realizado sem a provocação da parte interessada. 
ii) Controle provocado: aquele que depende da iniciativa da parte interessada para que seja exercido. 
 O controle exercido pela própria Administração Pública pode ser de ofício ou por provocação. Já o 
controle exercido pelo Judiciário deve ser provocado. 
 
 
 CONTROLE ADMINISTRATIVO 
- Trata-se de controle exercido pela própria Administração Pública em relação a suas condutas, em 
decorrência do poder da autotutela. Visa a confirmação, correção ou alteração de comportamentos 
administrativos. 
- Pode ser realizado de forma prévia, concomitante ou posterior ao ato controlado e deve ser pautado na 
análise de legalidade, assim como nos aspectos de oportunidade e conveniência destas condutas. 
- Trata-se de controle que pode ser exercido mediante provocação, ou de ofício por iniciativa do órgão 
controlador. 
- Conforme a CF, o controle administrativo deve ser exercido, visando algumas finalidades específicas, 
quais sejam: 
i) Avaliar o cumprimento das metas e projeções definidas na lei do plano plurianual, assim como a 
execução dos programas definidos pelo governo e dos orçamentos da União Federal; 
ii) Comprovar a legalidade e avaliar resultados, quando à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, 
financeira e patrimonial nos órgãos públicos e nas entidades da administração pública federal, bem como 
da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; 
iii) Exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da 
União; 
iv) Apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
 
 
 a) Meios de controle: 
 
i) Fiscalização hierárquica [típica dos órgãos da Adm. Direta]: 
- É exercida, no âmbito de uma mesma pessoa jurídica administrativa, entre seus órgãos e agentes, com 
o intuito de ordenar e coordenar atividades, além de atuar na orientação e revisão de atos administrativos 
viciados ou inoportunos e inconvenientes ao interesse público. A organização hierárquica dispõe os 
órgãos públicos em níveis de subordinação, concedendo aos órgãos de hierarquia mais elevada a 
possibilidade de rever as condutas daqueles que lhe são inferiores. 
- Sempre que houver o escalonamento vertical entre órgãos ou agentes haverá controle hierárquico de 
superior sobre os atos praticados pelos subordinados,tratando-se de controle pleno, analisando os 
aspectos de legitimidade bem como o mérito de todos os atos praticados pelos órgãos subalternos a 
determinado órgão. Este controle justifica, inclusive, a possibilidade de avocação e delegação de 
competências exercida nos termos da lei. 
 
ii) Supervisão ministerial [sobre as entidades que integram a Adm. Indireta]: 
- Manifesta-se entre entidades diferentes, sendo também designado como controle finalístico, ou tutela 
administrativa. Baseia-se na relação de vinculação existente entre as entidades da Administração Pública, 
configurando-se como controle de finalidade, permitindo ao órgão controlador verificar se o ente 
controlado cumpre os fins definidos por lei como de sua responsabilidade. 
- Depende de norma legal que o estabeleça, delimitando os limites e forma de exercício desta atividade 
controladora, definindo os aspectos a serem controlados e as hipóteses em que se admite a realização de 
controle. Deve ainda ser indicada a autoridade controladora e as finalidades desta ingerência. 
 
 b) Provocação da Administração Pública: 
- A provocação aos entes da Administração Pública pode ser por meio de: 
I) Representação: ato por meio do qual o particular requer a anulação de ato lesivo ao interesse público. 
Ressalte-se que, nestes casos, o peticionante não é diretamente prejudicado pela conduta impugnada, 
agindo como representante da coletividade, haja vista a atuação estatal violar preceitos de garantia de 
toda a coletividade. 
ii) Reclamação: ato de impugnação que visa à retirada de conduta administrativa que viola direito 
preexistente do peticionante. Busca a anulação do ato administrativo que lhe causou prejuízos 
diretamente. 
 
iii) Pedido de reconsideração: ato por meio do qual se peticiona requerendo a retratação da autoridade 
pública de uma conduta previamente praticada. 
 
 c) Recurso administrativo: 
- Entende ser inerente à garantia da ampla defesa, constitucionalmente definida, o direito ao duplo grau 
de julgamento na esfera administrativa. [Súmula n.21, STF] 
- Sendo assim, a garantia recursal, em processos administrativos, não pode ser submetida à exigência, 
ainda que regulamentada por lei, de depósito prévio ou de caução, haja vista o fato de que isso restringiria 
o acesso à ampla defesa. 
- São legitimadas à interposição de recursos: titulares de direitos e interesses que forem parte no 
processo; aqueles que tiverem direito ou interesse indiretamente afetados pela decisão recorrida; as 
organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; todos os cidadãos 
ou associações, quando a direitos ou interesses difusos. 
- Não há vedação da reformatio in pejus, em respeito ao princípio da verdade material e da legalidade 
estrita da atuação administrativa. 
- Após a tramitação do processo em todas as instâncias, legalmente permitidas, estará formada a coisa 
julgada administrativa. A expressão coisa julgada administrativa designa tão somente situação que não 
poderá ser objeto de discussão na esfera administrativa. Sempre haverá a possibilidade de se recorrer às 
vias judiciais para solução de controvérsias. 
- Recurso hierárquico próprio: é endereçado à autoridade hierárquica superior à que praticou o ato 
recorrido, dentro da estrutura orgânica de uma mesma pessoa jurídica. Pode ser interposto sem 
necessidade de previsão legal. 
- Recurso hierárquico impróprio: é dirigido à autoridade que não possui posição de superioridade 
hierárquica em relação a quem praticou o ato recorrido, mas tão somente a possibilidade de controle em 
decorrência de vinculação. Depende de expressa previsão legal para que seja interposto regularmente. 
 
 d) Órgãos internos de controle: 
i) Controladoria Geral: 
 
- A controladoria é órgão interno de controle dos entes federativos que não têm função consultiva, mas 
sim de efetiva fiscalização, orientação e revisão de atos praticados dentro da estrutura do Poder 
Executivo. 
- São normalmente vinculados ao Chefe do Poder Executivo de cada um dos entes federativos e atuam 
com ampla prerrogativa de investigação com a finalidade de garantir maior transparência e moralidade 
na prestação de contas públicas. 
 
ii) Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP): 
- A EC n.45/2004 criou os dois órgãos com a função de realizar o controle administrativo e financeiro do 
judiciário o do MP. São órgãos de controle interno por fazerem parte da estrutura destes poderes. Ambos 
têm poder normativo, podendo editar resoluções que estabeleçam regras a serem obedecidas pelos 
agentes integrantes das carreiras sujeitas ao seu controle. 
- O CNJ é um órgão do Poder Judiciário presidido pelo presidente do STF. Compete ao conselho o controle 
da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos 
juízes. 
- O CNMP tem a atribuição de exercer o controle administrativo e financeiro do MP, inclusive verificando 
a atuação funcional dos seus membros. O Procurador Geral da República será o presidente. 
 
iii) Corregedorias: 
- Conforme artigo 74 da CF, os três poderes do Estado devem criar órgãos de controle interno para 
execução de suas atividades. Respeitando esta norma, os tribunais e casos do Poder Legislativo devem, 
por meio de lei, criar as corregedorias e ouvidorias com a função de realizar o controle interno da 
entidade, assim como a análise da atuação de seus membros, como forma de garantia dos princípios da 
moralidade e impessoalidade. 
 
 
 CONTROLE LEGISLATIVO 
- É realizado no âmbito do parlamento e dos órgãos auxiliares do poder Legislativo, sobre os atos 
praticados pela Administração Pública, nos limites definidos pela CF. Sua abrangência inclui o controle 
 
político sobre o próprio exercício da função administrativa e o controle financeiro sobre a gestão dos 
gastos públicos dos três poderes. 
- Poderá ser exercido de ofício ou mediante provocação de particulares interessados que terão o poder 
de representar aos órgãos controladores com denúncias de irregularidades. Poderá ser prévio, 
concomitante ou posterior à prática do ato controlado e pode ser exercido no que tange aos aspectos de 
legalidade e de mérito. 
- Somente pode ser realizado nas hipóteses taxativamente previstas na CF. 
 
 a) Controle Parlamentar Direto: 
- Trata-se de controle efetivado pelo próprio parlamento diretamente, mediante manifestação do 
Congresso Nacional, ou por meio de uma de suas casas. 
- Artigos: 49, 50 e 70 da CF. 
 
 b.1) Controle exercido pelos Tribunais de Contas: 
- Artigos: 70 – 74, CF. 
- O Tribunal de Contas é órgão auxiliar do Poder Legislativo no controle externo. Tem competência para 
fiscalização de quaisquer entidades públicas, incluindo as contas do MP, Legislativo e Judiciário, assim 
como para efetivar seu controle sobre entidades privadas que utilizem dinheiro público para execução de 
suas atividades. 
- No Brasil, há previsão de Tribunal de Contas no âmbito estadual e federal, assim como a possibilidade 
de criação de Tribunal de Contas dos Municípios. 
- O Tribunal de Contas da União é órgão auxiliar do Congresso Nacional, auxiliando a fiscalização contábil, 
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e 
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de 
receitas. 
 b.2) Atribuições do Tribunal de Contas da União: 
- Art.71, CF. 
 
 
 
 CONTROLE JUDICIAL 
- O Direito Brasileiro adotou o sistema de jurisdição única (sistema inglês). Esse sistema estabelece que 
todos os litígios, sejam eles administrativos ou privados, podem ser levados à justiça comum, ou seja, ao 
Poder Judiciário, único com competência para dizer o direito aplicável aos casos litigiosos, de forma 
definitiva, com força de coisa julgada material. 
- É possível a provocação doJudiciário para análise de controvérsias ainda que já se tenham esgotado as 
instâncias administrativas e independentemente disso, ou seja, não se pode exigir a decisão final em sede 
administrativa como requisito para ingresso em demanda judicial. 
 Exceção: Artigo 217, §1º, CF -> “O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às 
competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei”. 
- O controle judicial das atividades administrativas somente pode ser realizado mediante provocação do 
interessado, podendo ser prévio ou posterior, somente no que tange aos aspectos de legalidade, não 
sendo admitido que o Poder Judiciário intervenha nos aspectos de oportunidade e conveniência que 
justificaram a prática dos atos administrativos. 
- Nas ações judiciais, deverá sempre ser estimulada a mediação. 
 
 a) Prescrição administrativa: 
- Perda do direito de ação devido à inércia de seu titular. 
- Ação contra a Fazenda Federal, estadual ou municipal: 05 anos. 
- Ação de reparação civil em face do Estado: 05 anos. 
 
 
 
 b) Coisa julgada administrativa: 
- Coisa julgada administrativa é uma característica inerente à decisão tida como imutável após o 
esgotamento de todos os prazos para a interposição de recursos administrativos. 
 
- A coisa julgada administrativa não impede a revisão judicial da decisão prolatada. O impedimento de 
que uma matéria volte a ser discutida administrativamente não afasta o Poder Judiciário da controvérsia. 
- Somente o Poder Judiciário pode emitir decisões que produzam efeitos de coisa julgada material, 
ensejando imutabilidade e impossibilidade de rediscussão da matéria. 
 
 c) Ações judiciais: 
- A atuação judicial depende da provocação do particular interessado no sentido de requerer a 
manifestação deste poder, anulando ato administrativo viciado ou impedindo a prática de ato a ser 
realizado, ou ainda, determinando a atuação do ente público em determinadas situações nas quais a 
omissão configura ilicitude. 
- As mais importantes ações judiciais: habeas data, mandado de injunção, ação popular, ação civil pública, 
ação de improbidade e ações ordinárias que visam a anulação de atos administrativos ou a imposição de 
obrigação de fazer. 
 
 Mandado de segurança – Lei n. 12.016/09: 
- Art.5º, LXIX e LXX da CF e Lei n. 12.016/09. 
- Ação mandamental de rito especial para proteção de direitos individuais ou coletivos, violados ou 
ameaçados por ato administrativo ilegal. 
- Diante de ato ilegal que viola direito líquido e certo de particular, é possível requerer, mediante a 
impetração de Mandado de Segurança, que se declare a nulidade desta conduta. O mesmo ocorre em 
caso de atos omissivos, situações nas quais o Mandado de Segurança ensejará obrigação de fazer ao poder 
público. 
- Mandado de segurança preventivo: será admitido sempre que o particular estiver se sentindo 
ameaçado da prática de ato administrativo ilícito que lhe causa danos. Caso, durante o andamento da 
ação, o ato for praticado, ele poderá ser convertido automaticamente em Mandado de Segurança 
repressivo. 
- A ação repressiva será cabível para anulação de atos administrativos já praticados de forma ilícita, 
ensejando prejuízos a particulares, mediante a violação de seus direitos. 
 
 
 a) Mandado de Segurança Coletivo e Individual: 
- Mandado de Segurança individual: será proposto por qualquer particular que se sinta lesado por ato 
administrativo ilícito que viole seu direito líquido e certo. Será individual, ainda que impetrado por 
diversas pessoas em litisconsórcio ativo, haja vista não haver substituição processual de uma coletividade. 
Não pode ser manejado para anulação de atos normativos, pois deve ser impetrado para anulação de atos 
que causem danos individuais a particulares. 
- Mandado de Segurança coletivo: remédio utilizado para a proteção de direito transindividuais de 
natureza indivisível de que seja titular grupo ou categoria e pessoas ligadas entre si ou com a parte 
 
contrária por uma relação jurídica básica, bem como para proteção de direitos individuais homogêneos 
(decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos 
associados ou membros impetrantes). A ação será proposta por substitutos processuais, representando 
esta coletividade, admitindo-se que pode ser impetrado por: 
i) Partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos 
relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária; 
ii) Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, 
pelo menos, 01 ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros 
ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para 
tanto, autorização especial. 
 
 b) Legitimidade passiva ou autoridade coatora: 
- O réu é a entidade pública em cujos quadros esteja lotado o agente que praticou o ato lesivo ao interesse 
do particular. 
- A autoridade coatora atua como informante no processo. 
 c) Direito líquido e certo: 
- Entende-se por direito líquido e certo o direito cuja prova está pré-constituída, não se admitindo a 
produção de provas durante o processo. 
 
 
 d) Hipóteses de cabimento: 
i) A ação deve ser proposta em, no máximo, 120 dias, contados da data do ato impugnado, sob pena de 
decadência do direito e, ultrapassado o prazo decadencial, o particular deverá se socorrer nas vias 
ordinárias, não se admitindo a impetração do mandado; 
ii) Não é cabível Mandado de Segurança para pleitear a indenização de valores anteriores à sua 
impetração. O MS não é substitutivo de ação de cobrança (Súmula 269, STF); 
iii) Não cabe MS contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas 
públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público; 
iv) Não se concederá MS quando se tratar de ato do qual caiba recurso administrativo ou judicial com 
efeito suspensivo e de decisão judicial transitada em julgado. 
- Para os atos praticados pelas empresas estatais, na execução de atividades de interesse público, o MS é 
cabível, somente não o sendo quando se tratar de ato praticado na exploração de atividade econômica, 
de cunho comercial. 
 
 e) Competência para julgamento de Mandado de Segurança: 
- STF (art.102, CF): contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, do TCU, do Procurador-Geral da República e do próprio STF. 
- STJ (art.105, CF): contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica ou do próprio STJ. 
- TRF (art.108, CF): contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal. 
- TJ: definido nas Constituições estaduais, normalmente para julgamento de governador, secretário 
estadual e prefeitos. 
- Justiça Federal (art.109, CF): outras autoridades federais. 
- Justiça Estadual: outras autoridades estaduais ou municipais. 
 
 Ação popular – Lei n. 4.717/65: 
 
- Remédio constitucional proposto por qualquer cidadão que, embora não tenha sido diretamente lesado 
pelo ato que ele pretende anular, considere o ato lesivo ao interesse coletivo. 
- O autor da ação atua em prol da sociedade e não visando resguardar direito próprio. 
 
 a) Legitimidade ativa e passiva: 
- A legitimidade para a propositura da ação é sempre de um cidadão e a comprovação da cidadania é 
sempre realiza pela juntada do título de eleitor. 
- A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades privadas que recebam 
dinheiro público para custeio ou formação do capital, contra as autoridades, funcionários ou 
administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, 
por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos dele. 
- Assim,estes são os réus da ação popular: o agente público, o ente estatal que esse agente representa e 
a beneficiado (ou os beneficiados) pelo ato impugnado. 
 
 b) Competência e julgamento: 
- Não há prerrogativa de foro para julgamento da ação popular. Sendo assim, a ação tramitará, 
necessariamente, perante juiz singular, competindo à justiça federal a análise do feito, nas hipóteses 
previstas no artigo 109 da CF. Caso contrário, a ação será proposta perante juiz estadual. 
- Admite a concessão ou tutela antecipada em sede liminar, como forma de resguardar o resultado prático 
do processo. 
- O autor requer a anulação do ato lesivo. Caso haja antecipação de tutela, requer primeiramente a 
suspensão do ato em sede liminar, para que se determine a anulação em julgamento final. Por fim, pode-
se requerer, ainda, o ressarcimento ao erário por qualquer prejuízo causado. 
- A lei determina a participação do MP, atuando como fiscal da lei. 
 Habeas Data – Lei n. 9.507/97: 
- Visa à garantia do direito fundamental à informação. A ação é cabível sempre para garantir o direito a 
informação acerca da pessoa do impetrante, não sendo admitida sua impetração para garantir direito à 
informação do seu interesse (neste caso, é cabível Mandado de Segurança). 
 
- É possível a impetração do habeas data nas seguintes situações: 
I) Para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro 
ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
ii) Para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo; 
iii) Para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado 
verdadeiro, mas justificável, e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
- A jurisprudência e doutrina vêm firmando entendimento no sentido de admitir a impetração por 
sucessores, em defesa do direito do de cujus. 
- Não há qualquer vedação à impetração por uma pessoa jurídica que pretenda ver satisfeita a pretensão 
de obter informações constantes em registro público em relação a si. 
- Competência: igual do Mandado de Segurança. 
 
 Ação civil pública – Lei n. 7.347/85: 
- Ação cabível sempre que o legitimado tiver a intenção de garantir a proteção a interesses difusos e 
coletivos, assim como de direitos individuais homogêneos. 
- É possível o ajuizamento de ação cautelar para defesa dos direitos coletivos, objetivando, inclusive, edital 
o dano ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico e paisagístico, bem como, com a finalidade de proteção à honra de grupos 
raciais, étnicos ou religiosos. 
- Veda-se a propositura para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o 
FGTS ou outros fundos de natureza institucional, cujos beneficiários podem ser individualmente 
determinados. 
 
 a) Legitimidade ativa e passiva: 
- São legitimados para a propositura da ação: 
i) o MO, sendo que, caso não seja o Autor da ação, o parquet deverá atuar como fiscal da lei; 
 
ii) a DP, que, não obstante não tenha personalidade jurídica, possui capacidade postulatória, podendo 
figurar no polo ativo da ação judicial; 
iii) a União, os Estados, o DF e os Municípios, nestes casos, entidades políticas, com personalidade jurídica 
própria; 
iv) a autarquia, inclusive a associação pública, empresa pública, fundação pública ou sociedade de 
economia mista; 
v) a associação que, concomitantemente, esteja constituída há pelo menos 01 ano nos termos da lei civil 
e inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem 
econômica, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à livre concorrência ou ao patrimônio 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 
- É facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas, nos termos da lei, habilitar-se como 
litisconsortes de qualquer das partes. 
- Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o MP ou outro 
legitimado assumirá a titularidade ativa. 
- Serão legitimados passivos todos aqueles que, sendo pessoa física ou jurídica, derem causa a qualquer 
conduta, prevista na lei, que ensejar prejuízos. 
 
 Demais ações: 
- Há, ainda, a possibilidade de propositura de ações que visam declarar a inconstitucionalidade de leis, em 
controle concentrado, perante o Supremo Tribunal Federal. 
- É possível a propositura de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), seja ela por ação ou omissão, da 
Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC), além da Ação por Descumprimento de Preceito 
Fundamental (ADPF). 
 
 
 Atos interna corporis: 
- Atos praticados, na estrutura interna dos tribunais ou das casas do Poder Legislativo, dentro dos limites 
de sua competência definida por lei, para a instituição de normas internas. 
 
- Não obstante não se admita a invasão do controle judicial em atos que digam respeito à estrutura interna 
de órgãos públicos, estas condutas não devem ensejar danos a terceiros, sob pena de se extrapolar a 
discricionariedade administrativa.

Outros materiais