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Estudos Regionais do Brasil

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Autores: Profa. Ivete Maria Soares Ramirez Ramirez
 Prof. Eduardo Britto
Colaborador: Prof. Adilson Rodrigues Camacho
Estudos Regionais do Brasil 
(Amazônia, NE, CO)
Professores conteudistas: Ivete Maria Soares Ramirez Ramirez / Eduardo Britto
Ivete Maria Soares Ramirez Ramirez (Ivy Ramirez)
Mestranda em Educação, pós-graduada em Jornalismo Científico pelo Laboratório de Estudos Avançados de 
Jornalismo Científico da Universidade de Campinas – Labjor/Unicamp –, bacharel e licenciada em Ciências Sociais e 
Geografia pela Universidade de São Paulo – USP. Em 2006, estudou as seguintes disciplinas em nível de pós-graduação 
stricto sensu no Nepam/Unicamp (Núcleo de Pesquisas Ambientais): Qualidade de Vida em Sociedades Complexas, 
Sustentabilidade e Políticas Públicas, Desenvolvimento e Meio Ambiente e Mudanças Ambientais Globais na área de 
Sociedade e Ambiente e Economia Ambiental como aluna especial do Programa de Doutorado. É autora de material 
didático do Ensino Médio do Sistema de Ensino Objetivo e realiza trabalho de assessoria de coordenação do Ensino 
Médio no Departamento de Programação Geral (DPG) do colégio Objetivo, em São Paulo e em outros estados do Brasil. 
Coordena o curso de licenciatura em Geografia, na modalidade de ensino a distância – EaD –, na Universidade Paulista 
– UNIP.
Eduardo Britto
Mestre em Ensino de Ciências pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (Campo Grande); tem especialização 
em Gestão Ambiental pela Universidade Federal de São Carlos – UFSCar – e é graduado em Geografia pela Universidade 
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – Unesp.
Docente do curso pré-vestibular e do colégio Objetivo, São Paulo, e professor-orientador de iniciação científica do 
curso de licenciatura em Geografia da UNIP Interativa, modalidade EaD.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
R173e Ramirez, Ivete Maria Soares Ramirez.
Estudos Regionais do Brasil (Amazônia, NE, CO). / Ivete Maria 
Soares Ramirez Ramirez, Eduardo Britto. – São Paulo: Editora Sol, 2020.
172 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1.Informática e tecnologia educacional 2.Informática I.Título
681.3
U507.88 – 20
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Aline Ricciardi
 Virgínia Bilatto
Sumário
Estudos Regionais do Brasil (Amazônia, NE, CO)
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................8
Unidade I
1 DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO BRASIL .............................................................................. 13
1.1 Um breve histórico da divisão político-administrativa do Brasil...................................... 13
1.2 Regionalização do Brasil ................................................................................................................... 24
2 REGIÕES BRASILEIRAS .................................................................................................................................. 26
2.1 Evolução da divisão regional brasileira ....................................................................................... 26
2.2 A diversidade regional brasileira .................................................................................................... 29
Unidade II
3 A AMAZÔNIA E A REGIÃO NORTE ............................................................................................................ 40
3.1 Quadro natural ...................................................................................................................................... 42
3.2 Recursos minerais ................................................................................................................................ 51
4 A AMAZÔNIA: QUADRO HUMANO E ECONÔMICO ........................................................................... 55
4.1 Povoamento e ocupação do solo ................................................................................................... 56
4.1.1 A rede urbana ........................................................................................................................................... 58
4.1.2 Os transportes .......................................................................................................................................... 59
4.2 A economia amazônica ...................................................................................................................... 61
4.2.1 A agricultura ............................................................................................................................................. 62
4.2.2 A pecuária .................................................................................................................................................. 63
4.2.3 Os recursos naturais e o extrativismo vegetal ............................................................................ 64
4.2.4 Os organismos amazônicos ................................................................................................................ 67
4.2.5 A defesa da Amazônia .......................................................................................................................... 69
Unidade III
5 O NORDESTE ...................................................................................................................................................... 75
5.1 Características gerais .......................................................................................................................... 75
5.2 Quadro natural ...................................................................................................................................... 77
6 O NORDESTE: QUADRO HUMANO, ECONÔMICO E AS REGIÕES FISIOGRÁFICAS .................. 89
6.1 Urbanização e evolução econômica ............................................................................................. 91
6.2 As quatro zonas fisiográficas .........................................................................................................101
6.2.1 Zona da Mata – litoral oriental .......................................................................................................101
6.2.2 Agreste e Recôncavo Baiano ............................................................................................................106
6.2.3 Sertão e litoral setentrional ..............................................................................................................109
6.2.4 Meio Norte (Maranhão e Piauí) ...................................................................................................... 113
Unidade IV
7 O CENTRO-OESTE ..........................................................................................................................................1217.1 Quadro natural ....................................................................................................................................122
7.2 Quadro humano e econômico ......................................................................................................128
8 O DISTRITO FEDERAL E A ANÁLISE DOS COMPLEXOS REGIONAIS ............................................139
8.1 A região metropolitana de Brasília ..............................................................................................139
8.2 Análise comparativa dos complexos regionais: Amazônia, 
Nordeste e Centro-Sul .............................................................................................................................147
7
APRESENTAÇÃO
Dentre as importantes categorias existentes no estudo da Geografia, o conceito de “região” aparece 
também como destaque para a compreensão do espaço na evolução do tempo no decorrer da história. 
Compreender a formação de uma região no âmbito da Geografia é condição preponderante para entender 
as desigualdades socioeconômicas no Brasil e no mundo. Para isso, é importante considerarmos dados 
e pesquisas que garantam a cientificidade da análise.
Assim sendo, observa-se que conceituar região e regionalizar um espaço pode ultrapassar a análise 
crítica e teórica. Estabelecer uma região pode contribuir, por exemplo, na aplicação de politicas públicas 
e no gerenciamento dos serviços prestado a uma população.
No Brasil, essa preocupação remonta desde o período de colonização até os dias atuais. Ao definir 
as capitanias hereditárias, os portugueses, aqui recém-chegados, já demonstravam a necessidade de 
“dividir” o espaço para melhor administrá-lo a fim de que houvesse a efetivação da exploração dos 
recursos naturais tupiniquins visando atender aos interesses da metrópole.
Porém, somente na década de 1930, com a criação do Conselho Nacional de Geografia, houve a 
institucionalização governamental da divisão regional do país. Anos depois, este conselho nacional daria 
lugar ao atual Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Afinal, como administrar 8,5 milhões de km2, desconsiderando as diversidades físico-territoriais e 
socioeconômicas do Brasil?
De 1940 até 1988, o território brasileiro sofreu alterações significativas no seu desenho regional. 
Com as referidas mudanças, chegamos à atual configuração definida pelo órgão oficial brasileiro, o 
IBGE, que divide o território nacional em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
Além do IBGE, também teremos a oportunidade de conhecer e estudar outras formas de 
regionalizar o país, adotando critérios diferentes. O Prof. Milton Santos, por exemplo, considera o 
meio técnico-científico-informacional a fim de definir quatro regiões no Brasil – Amazônia, Nordeste, 
Centro-Oeste e Concentrada. Já Pedro Pinchas Geiger adota os critérios geoeconômicos, desconsiderando 
os limites estaduais, para regionalizar o país em três regiões – Amazônia, Nordeste e Centro-Sul.
Neste primeiro momento, porém, caberá o estudo apenas das três regiões: Norte, Nordeste e 
Centro-Oeste.
A região Norte, composta por sete estados, destaca-se pelas características físico-territoriais, com 
a presença da Floresta Amazônica. O relevo de terras baixas é banhado pelas bacias hidrográficas da 
Amazônia e do Tocantins-Araguaia. A economia é baseada no agroextativismo que, dada a dificuldade 
de integração com o restante do território nacional, mostra-se como um vazio demográfico.
Marcada pela diversidade territorial, o Nordeste, com nove estados, apresenta-se como uma região 
predominantemente agropecuária, com destaque para o seu interior. Porém, sua faixa litorânea é 
8
altamente urbanizada e, nas últimas décadas, é palco das consequências da descentralização econômica 
do Brasil.
A região Centro-Oeste, privilegiada pela sua localização estratégica, ocupa a principal faixa 
territorial do Cerrado brasileiro. O relevo planáltico dá à região a capacidade de abrigar terras de 
grandes bacias hidrográficas brasileiras – Amazônica, Tocantins-Araguaia, Paraguai e Paraná. Além 
disso, a agropecuária da região tem se destacado pela introdução do agronegócio e pelo avanço 
da nova fronteira agropecuária. A partir dessas características heterogêneas e diversificadas, será 
desenvolvido o estudo regional do Brasil.
INTRODUÇÃO
A extensão latitudinal e longitudinal do Brasil garante ao país um território diversificado do ponto 
de vista climatobotânico e socioeconômico. Desta situação, nota-se a necessidade de dividir o espaço 
territorial em unidades homogêneas para unificar as politicas e gerenciar o espaço de maneira adequada.
Assim, adota-se, na Geografia, o conceito de “região”. De maneira genérica, tal categoria geográfica 
está associada à noção de distinção de determinada área, em confrontação com o seu entorno. Há 
diferentes conceitos de região, cada um deles tem um significado próprio e se insere dentro de uma das 
correntes do pensamento geográfico.
O conceito de “região natural” está presente na corrente geográfica do determinismo ambiental, 
dominante no final do século XIX e durante as duas primeiras décadas do XX. Os estudiosos desta 
corrente entendem que a região é uma parte da superfície da Terra, cuja dimensão varia de acordo 
com escalas territoriais diversificadas e caracterizadas pela uniformidade resultante da combinação 
ou interação existente em áreas dos elementos da natureza: o clima, a vegetação, o relevo, a 
geologia e outros.
Vários autores propõem a divisão regional apoiada no conceito de região natural. Herbertson (1905), 
por exemplo, divide a terra em região polar, temperada fria, temperada quente, tropical, montanhosa 
subtropical, terras baixas e úmidas equatoriais;
No Brasil, o professor Fábio Guimarães (1942) apresentou uma proposta, no início do século 
XX de divisão do Brasil em regiões fisiográficas, levando-se em conta apenas as características do 
território brasileiro.
Já o possibilismo geográfico enxerga de modo diferente a questão da região. Não são mais os 
aspectos naturais e sua influência sobre o homem que dominam o temário dos geógrafos possibilistas. 
Agora o conceito difundido é o da “região humana”.
O possibilismo considera a evolução das relações entre o homem e a natureza própria, bem como 
as particularidades de cada porção da superfície da terra. A região geográfica abrange uma paisagem e 
sua extensão territorial, onde se inter-relacionam de modo harmonioso os componentes humanos com 
os da natureza.
9
Paul Vidal de La Blache (apud MORAES, 1987) introduziu a ideia das descrições regionais 
aprofundadas, que são consideradas a forma mais fina do pensamento geográfico. Ele mostra 
como as paisagens de uma região são o resultado da superposição, ao longo da história, das 
influências humanas e dos dados naturais. Baniu de suas descrições tudo que decorre da evolução 
econômica e social recente.
Na visão de La Blache (apud MORAES, 1987) o papel do geógrafo é reconhecê-la, descrevê-la e 
explicá-la, isto é, tornar claro os seus limites dentro da escala de relações abordada.
Richard Hartshorne, em seu livro A Natureza da Geografia (1939), defende a ideia do método 
regional. As ciências se definiriam por métodos próprios, não por objetos singulares. Assim, a geografia 
teria uma individualidade e autoridade decorrentes de uma forma própria de analisar a realidade: o 
método especificamente geográfico.
Nele, a diferenciação de áreas não é vista a partir das relações entre o homem e a natureza, mas sim 
da integração de fenômenos heterogêneos em uma dada porção da superfície da Terra.
Para Hartshorne (1939), o importante não é adotar “região” como objeto da Geografia, e sim 
estabelecer métodos de identificar diferenciações de áreas. Assim define dois métodos para tal:
• método ideográfico: análise singular, tentando apreender vários elementos que levariam a um 
conhecimento profundo de um determinado local;
• método nomotético:generalizador, apesar de parcial, estudando, parcialmente, vários locais, 
permitindo comparações (HARTSHORNE, 1939).
A nova Geografia estabelece classes para o estudo de regiões. Para esta corrente, a região é definida 
como um conjunto de lugares onde as diferenças internas entre esses lugares são menores que as 
existentes entre eles e qualquer elemento de outro conjunto de lugares.
As diferenças ou similaridades entre os lugares são definidas através de uma mensuração na qual se 
utilizam técnicas estatísticas descritivas. Definir região passa a ser um problema de aplicação eficiente 
de estatística.
Para isso, são estabelecidas quatro classes de região:
• Região homogênea: similaridade entre áreas (produção de arroz, cana, mecanização na 
agricultura, produção de tecidos etc.).
• Região funcional: não está relacionada à funcionalidade de uma área (função industrial, agrícola, 
comercial etc.) e sim à área de influência e um local sobre o outro, estabelecida através do nível de 
relacionamento existente (fluxo).
10
• Região polarizada: polariza as atividades de um local. Passou a existir a partir de uma teoria 
econômica – Teoria dos Polos, de Perroux (1967). Por exemplo: uma indústria motriz atrai outras 
indústrias e causa um crescimento, que se difunde espacialmente.
• Região plano: espaço econômico como conteúdo de um plano.
A Geografia crítica considera a região sob uma articulação dos modos de produção. O conceito 
para esta corrente pode ser definido como uma dimensão espacial das especificidades sociais, em uma 
totalidade espaço-social.
Assim, tem-se uma diferenciação causada por um desenvolvimento diferenciado das sociedades: o 
aparecimento da divisão social do trabalho, da propriedade da terra, dos meios e das técnicas de produção, 
das classes sociais e suas lutas, tudo isso se deu com enormes distâncias em termos espaço-temporais, 
levando a uma diferenciação inter e intragrupos.
Para a Geografia crítica, “cujo vetor mais significativo é calcado no materialismo histórico e na 
dialética marxista”. A região é vista como “relações dialéticas entre formas espaciais e os processos 
históricos que modelam os grupos sociais”, [...] “onde a organização espacial constitui parte integrante 
de uma dada sociedade” (CORRÊA, 1995, p. 21).
Nessa concepção crítica, “[...] o conceito de região é articulado à luz dos modos de produção [...] 
através das conexões entre classes sociais e acumulação capitalista, [...] por meio das relações entre 
Estado e a sociedade local; [...] ou então, introduzindo a dimensão política” (CORRÊA, 1995, p. 41).
Com isso, a região pode ser vista como resultado do desenvolvimento desigual e combinado, 
caracterizado pela sua inserção na divisão nacional e internacional do trabalho e pela associação da 
relação de produção distinta.
Hoje, no discurso dos geógrafos, está sempre presente a discussão sobre globalização. Em geral, esta 
palavra expressa a ideia de uma economia unificada, de uma dinâmica cultural e hegemônica, de uma 
sociedade que só pode ser compreendida como um processo de reprodução social global.
Este discurso permite várias análises:
• regionalismo = direito à exclusão;
• regionalismo = preservação da elite local;
• globalização = manutenção das diferenças socioculturais e, portanto, da região;
• globalização = criação de novas regiões (UE, Nafta etc.).
Dentro deste contexto de análise, podemos observar que o Brasil apresenta fatores que transitam 
nas mais diversas correntes geográficas para definir suas divisões regionais.
11
O território brasileiro abrange dimensões continentais que envolvem a variedade de clima e vegetação 
quando analisamos a extensão de norte a sul; e os diferentes fusos horários quando observamos a 
distância entre os extremos leste e oeste.
Na extensão latitudinal em sua porção oriental, verifica-se que o Brasil apresenta o litoral mais 
extenso do Oceano Atlântico, possibilitando a atividades econômicas importantes como a pesca, a 
navegação e a extração mineral.
A formação geológica do espaço brasileiro também é bem diversificada. Terrenos de formações 
antigas, porém, de origem sedimentar, cristalina e vulcânica recobrem a litosfera do país. Assim, 
contamos importantes jazidas de recursos minerais metálicos e fósseis.
A natureza geológica brasileira é ausente de ações endógenas recentes ou de grande magnitude. 
Com isso, não há grandes acidentes ou falhas geológica, propiciando um relevo estável e 
predominantemente plano.
Como podemos observar, a condições naturais brasileiras são diversificadas e garantem a abundância 
e a escassez de um ou outro fator em terras brasileiras. Porém, a origem socioeconômica da ocupação 
do Brasil proporcionou outras diversidades: as desigualdades regionais.
Os contrastes demográficos, sociais e econômicos do Brasil, aliados à cientificidade do estudo da 
região e da regionalização, é que tornam interessante o estudo deste curso.
Antes, o território desconhecido e habitado por “ameríndios”, que tinha clima diferente da Europa e 
uma natureza praticamente intocada, foi atraída por uma riqueza imediata: pau-brasil (Mata Atlântica).
Hoje, as densas ocupações urbano-industriais do Sul e Sudeste contrastam com os vazios demográficos 
e o avanço agropecuário do Centro-Oeste. Os agriclusters do Nordeste e Centro-Oeste contrapõem-se 
com o Sertão semiárido e os meandros do Rio Paraguai no Pantanal.
Buscando compreender tais diferenças, bem como as causas e consequências que o espaço territorial 
do Brasil passou a experimentar, o estudo da região e regionalização será iniciado pela análise do 
processo histórico.
13
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
Unidade I
1 DIVISÃO POLÍTICO‑ADMINISTRATIVA DO BRASIL
O Brasil é uma República Federativa composta pela União, por 26 estados mais o Distrito Federal e, 
segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2011, p. 11), por 5565 municípios. Esse 
sistema federativo foi adotado a partir de 1889 com a Proclamação da República, transformando as 
províncias existentes em estados. Historicamente, a divisão político-administrativa do Brasil começou a 
ser desenhada desde que se iniciou a ocupação da América pelas nações ibéricas.
O processo de ocupação do território brasileiro, com tamanha extensão, resultou na necessidade 
administrativa de dividi-lo em partes, porém, inicialmente, não foram considerados para tal divisão os 
aspectos geográficos de cada porção territorial.
A seguir, apresentamos um breve histórico de como foi evoluindo essa divisão político-administrativa 
do Brasil.
1.1 Um breve histórico da divisão político‑administrativa do Brasil
Primeiro, a apropriação do território americano pelos europeus ocorreu com a divisão dos territórios 
descobertos e dos que viriam a descobrir, pelos reis católicos de Aragão e Castela e o rei de Portugal. Em 
1494, foi assinado um tratado, na cidade de Tordesilhas, denominado “Capitulação da Partição do Mar 
Oceano”, mais conhecido como “Tratado de Tordesilhas”, determinando que as “novas terras” localizadas 
a leste de um meridiano traçado a partir das Ilhas de Cabo Verde 370, léguas a oeste, pertenceriam a 
Portugal; e as terras localizadas a oeste desse meridiano pertenceriam à Espanha. Sobre isso, Moraes 
(2001) afirma:
Na formação dos territórios, temos três dimensões: o território é uma 
construção bélica/militar, é uma construção política e é uma construção 
ideológica. A formação territorial envolve essas três dimensões, não 
necessariamente nessa sequência. Há casos de territórios, nos quais 
existia primeiramente um pleito ideológico, depois se fez a conquista 
militar, depois a legalização política. Há casos, como o de Israel, em 
que primeiramente se fez a legalização política e depois a efetivação 
da conquista militar. Há casos em que o ideológico vem antes e anima 
esse processo. Há casos em que primeiramente se conquista e depois se 
impõe um processo ideológico de afirmação daquela nova identidade. 
No caso colonial,de certa forma tudo isso se exacerba com referência a 
América (MORAES, 2001, p. 105).
14
Unidade I
Vários problemas surgiram das dificuldades em aplicar o Tratado de Tordesilhas. A primeira foi a 
indefinição, no texto do Tratado, de qual das ilhas do arquipélago de Cabo Verde seria usada como ponto 
de partida para a contagem das léguas, gerando muita discussão, pois cada nação propunha como 
partida a ilha que mais lhe favorecesse em domínios territoriais.
A impossibilidade técnica da determinação exata da longitude foi outra dificuldade, pois, para se 
calcular essa coordenada de maneira mais precisa, é necessário considerar a diferença entre o ponto de 
partida e o ponto da medição, tarefa que, no século XVI era difícil, pois não se conseguia determinar 
a hora em alto-mar, problema que só foi solucionado no século XVIII com a invenção do cronômetro 
marítimo, por John Harrison (BROWN, apud IBGE, 2011, p. 11).
Além dessas dificuldades, podemos citar o tamanho da Terra. Naquela época, não havia um consenso 
sobre a extensão do nosso planeta, que influenciava diretamente na definição do tamanho da légua.
 Observação
Légua: era a denominação de várias unidades de medidas de itinerários 
(de comprimentos longos) utilizadas em Portugal, Brasil e em outros 
países até a introdução do sistema métrico. As várias unidades com esta 
denominação tinham valores que variavam entre os atuais 2 a 7 quilômetros.
Todas essas dificuldades, impostas à determinação do Tratado de Tordesilhas, permitiram, por parte 
dos portugueses, o avanço efetivo em direção ao interior do continente que, posteriormente, ampliaram 
seus domínios na América por meio do processo de posse efetiva – utis possidetis – assegurando a 
soberania sobre as terras efetivamente ocupadas.
Inicialmente batizada por Pedro Álvares Cabral de “Ilha de Vera Cruz”, a América portuguesa recebeu, 
de Dom Manuel, o nome de “Terra de Santa Cruz” e, posteriormente, de “Estado do Brasil”. Do período 
que vai da oficialização de sua descoberta até a década de 1530 do século XVI, o território brasileiro não 
foi efetivamente ocupado. Quando Dom João III foi informado da visita constante de corsários franceses 
que negociavam pau-brasil com os indígenas, mandou organizar expedições de reconhecimento para 
dar início à colonização.
A primeira divisão territorial do Brasil foi feita a partir da doação de 14 capitanias hereditárias, 
entre os anos 1534 e 1536, cujos donatários, provenientes da baixa nobreza, se responsabilizavam 
economicamente por sua ocupação. Podemos citar como deveres dos donatários: administrar a capitania, 
pois eram representantes do poder real naquele território; e oferecer proteção militar, provendo-a de 
armas e fortificações. Em contrapartida, recebiam rendas destinadas aos capitães, que podiam ser de 
cunho territorial, aproveitando as parcelas de terra incorporando ao patrimônio do capitão ou pela 
cobrança dos proventos da Coroa, dos quais o capitão recebia um percentual. Tinham também privilégios 
que se traduziam em pensões recebidas de tabeliães e o direito de monopólio sobre moinhos, engenhos 
e passagens fluviais. A tudo isso se acrescentava o direito de conceder sesmarias em suas capitanias.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_m%C3%A9trico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Quil%C3%B4metro
15
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
Para Moraes (2001, p. 108), “[...] a capitania hereditária foi uma tentativa de passar para particulares 
o custo da instalação no Brasil, uma instalação que envolvia a aplicação de capitais vultosos”.
 Observação
Sesmarias: pedaços de terra que os donatários concediam a seus 
colonos para serem explorados economicamente fomentando a agricultura.
Os primeiros donatários da América portuguesa foram: Fernão de Noronha recebendo a ilha de 
São João; os sócios João de Barros e Aires da Cunha que receberam seu lote em duas parcelas, uma no 
Maranhão e outra no Rio Grande; Fernando Álvares de Andrade recebeu a outra parcela do Maranhão; 
Antônio Cardoso de Barros com a capitania do Ceará; Pero Lopes de Sousa que recebeu a sua dividida 
em três parcelas de terreno, uma denominada Itamaracá, uma de Santo Amaro e outra denominada 
Santana; Duarte Coelho Pereira recebeu a capitania de Pernambuco; Francisco Pereira Coutinho a da 
Baía de Todos os Santos; Jorge de Figueiredo Corrêa a capitania de Ilhéus; Pero do Campo Tourinho a 
capitania de Porto Seguro; Vasco Fernandes Coutinho recebeu a capitania denominada Espírito Santo; 
Pero de Góis da Silveira a capitania de São Tomé e, finalmente, Martim Afonso de Sousa recebeu a 
doação da capitania de São Vicente.
 Observação
Donatário: era título que, na organização colonial portuguesa, é 
dado à pessoa a quem era concedida a donataria de um determinado 
território, numa concepção tardo-feudal que implicava que o poder do rei 
era delegado nessa pessoa que, a troco do pagamento de determinadas 
imposições, recebia o encargo de administrar esse território, procurando a 
sua colonização e o aproveitamento dos seus recursos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Colonialismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Portugal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Donataria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Territ%C3%B3rio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Feudalismo
https://pt.wikipedia.org/wiki/Monarca
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pagamento_(direito)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Insumo
16
Unidade I
Figura 1
Dividido pelo rei D. João III em faixas que não levavam em consideração as condições geográficas, o 
Brasil foi distribuído entre doze donatários Observe o quinhão de cada um na figura a seguir:
17
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
Figura 2
As capitanias de São Vicente e Pernambuco tiveram destaque pelo seu desenvolvimento econômico. 
Algumas, como a do Espírito Santo e de Ilhéus, obtiveram um relativo desenvolvimento, mas tiveram 
problemas com a resistência indígena, travando seu progresso. A capitania da Baía de Todos os Santos 
foi a primeira a voltar à tutela da Coroa Portuguesa depois que seu donatário morreu em consequência 
de um ataque indígena. Essa capitania foi utilizada pela Coroa Portuguesa para implantar, no ano de 
1549, o Governo-Geral do Brasil, sinalizando a intenção de centralizar a administração da colônia.
Os colonos que chegaram a ocupar a América portuguesa se organizavam em torno de núcleos de 
povoamento denominados de arraiais. À medida que esses núcleos alcançavam desenvolvimento econômico 
e populacional, conseguiam se emancipar de outros núcleos mais antigos, assumindo a gerência de assuntos 
de ordem civil, militar e religiosa e, por conseguinte, passavam à categoria de freguesias (paróquias) que, 
por sua vez, tinham o território delimitado, um cartório eclesiástico e um padre que passava a residir 
18
Unidade I
permanentemente na igreja (padre colado). A organização administrativa dessas freguesias se completava 
quando elevadas à categoria de vilas, assim, era instalada a câmara municipal. Quando a vila era elevada à 
categoria de cidade, não havia mudança significativa em sua organização administrativa. A vila ou cidade 
podiam também conter uma comarca responsável pela justiça na região. Os limites dessa comarca podiam 
coincidir com os de uma vila ou abarcar várias vilas pequenas.
Essas vilas brasileiras, no início do século XVI, são caracterizadas como “ilhas de povoamento”, pois 
estavam localizadas em um território muito extenso e praticamente sem comunicação uma com as 
outras, além do fato de suas áreas interiores serem desconhecidas e habitadas por indígenas que eram 
hostis à ocupação portuguesa. Por isso, era grande a dificuldade encontrada pelo governo-geral para 
administrar o território brasileiro nesse período. Como a sede do poder central estava na Bahia, não 
havia como dar assistência em tempo hábil a todas as regiões da colônia. A solução encontrada foi 
dividir o governo do Brasil: uma sede na Bahia, ocupadapor Luís Brito e Almeida e outra sede no Rio 
de Janeiro, ocupada por Antônio Salema, no período de 1572 a 1577. Essa divisão foi desfeita em 1578, 
com o governador Lourenço da Veiga e, em entre 1608 e 1612, o governo-geral foi dividido novamente 
entre Diogo de Meneses e Sequeira na Bahia e Francisco de Sousa no Rio Janeiro para, finalmente, a 
Bahia ser a única sede do governo-geral brasileiro.
Em 1612, ficou evidente a dificuldade do governo-geral em intervir nas capitanias do norte, pois 
eram distantes e apresentavam ventos contrários a uma aproximação marítima pela costa leste-oeste. 
Naquele ano, o Maranhão foi invadido por franceses que fundaram a França Equinocial, sendo expulsos 
pelos portugueses e espanhóis em 1615.
A navegação da costa leste-oeste era muito difícil, de modo que a região 
Norte do Brasil tinha comunicação marítima mais fácil com Lisboa do que 
com Salvador (VIANNA, apud GUERRA, [s.d.]).
[...]
Em decorrência desses fatores, em 1621, a América portuguesa foi dividida 
em dois estados: Estado do Maranhão e Grão-Pará, que abarcavam as 
capitanias localizadas no norte do cabo as capitanias localizadas ao norte 
do cabo de São Roque até a Amazônia; e o Estado do Brasil, abrangendo as 
capitanias ao sul do Rio Grande do Norte (JANCSÓ, apud GUERRA, [s.d.]).
As novas capitanias no estado do Maranhão não conseguiram se desenvolver, o que já havia ocorrido 
com a maioria das capitanias do Brasil e, no século XVIII, foram incorporadas ao patrimônio real. Na 
administração do Marquês de Pombal, o estado do Maranhão e Grão-Pará foi extinto, sendo criado o 
estado de Grão-Pará e Maranhão com sede administrativa em Belém, essa mudança refletiu as disputas 
constantes entre São Luís e Belém. No século XVIII, Belém consolidou sua influência na região.
De modo paralelo a essa nova organização administrativa do território brasileiro, temos o surgimento 
das bandeiras que, partindo de São Paulo, buscavam metais preciosos e escravos indígenas, propiciando a 
ocupação de terras do interior do Brasil, remodelando sua divisão interna. Com a descoberta de minas de 
19
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
ouro na região que ficou conhecida como “das minas gerais”, houve uma atração de migrantes paulistas e 
forasteiros e, consequentemente, surgiram muitos conflitos entre os paulistas que descobriram as minas 
e os estrangeiros que posteriormente ocuparam a região. Com o objetivo de acabar com esses conflitos 
territoriais, que ficaram conhecidos como “Guerra dos Emboabas”, foi criada, em 1709, a capitania de 
São Paulo e Minas e, em 1711, ocorreu a elevação da vila de São Paulo à categoria de cidade.
No contexto dos conflitos de 1708-1709, os paulistas procuraram novas 
áreas de exploração de metais preciosos e acabaram descobrindo novos 
veios auríferos em Cuiabá e Goiás, ampliando sua área de influência. Dessa 
forma, até 1720 a Capitania de São Paulo abrangia praticamente todo o 
território sul da América portuguesa (PEREGALLI, apud GUERRA, [s.d.]).
Dom João V emancipou a capitania de Minas Gerais, em 1720, e recompensou a capitania de São 
Paulo, anexando a esta, as vilas de Parati à Laguna, localizadas no litoral, que pertenciam à capitania do 
Rio de Janeiro. Além da emancipação de Minas Gerais, foi criada, em 1744, a capitania de Goiás e, em 
1748, a capitania de Mato Grosso.
Em 1680, foi fundada a Colônia do Santíssimo Sacramento localizada na margem esquerda do Rio da 
Prata, objetivando estabelecer a ocupação portuguesa nessa região. Essa ocupação foi tumultuada, pois, 
no mesmo ano de sua fundação, os espanhóis tomaram essa colônia e só devolveram aos portugueses 
após um acordo entre as Coroas de Portugal e de Espanha. Essa cidadela foi sitiada por quatro vezes nos 
períodos de 1704-1705, 1735-1737, 1763 e 1772-1777 e foi ocupada por três vezes, em 1705, 1715 e 
1763 e, a partir de 1777, passou aos domínios espanhóis pelo Tratado de Santo Ildefonso.
Em 1725, para garantir posses para os portugueses em direção ao sul do território, “(...) com 
instruções do governador de São Paulo, manda o capitão-mor de Laguna o seu genro João de Magalhães 
estabelecer-se no Rio Grande” (HOLANDA, apud GERRA, [s.d.]). Em 1737, a região de Santa Catarina foi 
elevada à categoria de capitania. Em 1760, foi criada a capitania do Rio Grande de São Pedro sob a 
jurisdição do Rio de Janeiro, que perdurou até 1807, quando da criação da capitania-geral de São Pedro 
do Rio Grande do Sul, com seu território definido após a incorporação das Missões Orientais do Uruguai.
Em 1750, Portugal e Espanha tentaram acabar com as disputas territoriais assinando um acordo de 
fronteiras denominado Tratado de Madri. Por intermédio desse tratado e com a delimitação das fronteiras 
ao norte, houve uma maior integração da região do Rio Preto e foi criada, em 1755, a capitania São José 
do Javari, posteriormente capitania do Rio Negro, atual estado do Amazonas.
O Tratado de Madri foi feito partindo de dois princípios, sendo eles: o uti 
possidetis, segundo o qual cada nação conservaria as terras que já tivessem 
efetivamente ocupado; e o outro era a tentativa de coincidir os limites 
com acidentes geográficos mais notáveis como montes ou grandes rios. 
Segundo o acordado, Portugal entregaria à Espanha a Colônia do Santíssimo 
Sacramento e em troca receberia a região ocupada pelos Sete Povos das 
Missões do Uruguai. Porém, esse acordo não foi cumprido e acabou sendo 
anulado pelo Tratado do Pardo em 1760.
20
Unidade I
Embora o Tratado de Madri não tenha sido cumprido, seus princípios serviram 
de base para o novo acordo de limites feito em 1777 na cidade de Santo 
Ildefonso. Nesse último tratado, os portugueses perderam definitivamente a 
Colônia do Santíssimo Sacramento, mas não foram compensados com a região 
dos Sete Povos das Missões. Em troca apenas obtiveram de volta a capitania de 
Santa Catarina que havia sido invadida pelos espanhóis. Porém, novo conflito 
deflagrado, em 1801, trouxe para os domínios portugueses a região dos Sete 
Povos das Missões, que foi definitivamente incorporado ao território do Rio 
Grande do Sul (VIANNA), conforme dito anteriormente (GUERRA, [s.d.]).
Em 1763, a capital da colônia foi transferida da cidade de Salvador para a cidade do Rio de Janeiro. 
Nesse mesmo ano, o Brasil foi elevado à categoria de vice-reinado, como mostra o mapa a seguir.
Figura 3
A América portuguesa, até o século XVIII, se dividia em capitanias da Coroa e as capitanias sob 
jurisdição de particulares. Desde o século XVI, houve um processo de retorno das capitanias hereditárias 
para a Coroa dado o fracasso de alguns donatários na administração dessas. Esse processo se intensificou 
a partir do século XVIII, quando algumas capitanias foram compradas pelo erário do Reino, como a 
capitania de São Paulo, em 1709, a de Pernambuco, em 1716 e a do Espírito Santo, em 1718. Além 
21
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
dessas, a capitania de Porto Seguro foi confiscada após seu donatário ter sido acusado de regicídio. As 
capitanias donatárias foram extintas na administração do Marquês de Pombal e revertidas ao controle da 
Coroa, por compra ou confisco, num ritmo bastante acelerado. Por causa dessas mudanças, foi extinto o 
estado do Grão-Pará e Maranhão, em 1772. O antigo estado foi desmembrado, separando-se Maranhão 
e Piauí do Pará. Por outro lado, uniram-se Pará e Rio Negro para formar o estado do Grão Pará e São 
José do Rio Negro, com capital em Belém e diretamente subordinado a Lisboa.
Na época de D. João VI, antes da Proclamação da Independência, ocorreram algumas mudanças na 
configuração do território brasileiro: a separação da capitania do Piauí da capitania do Maranhão, em 
1811; a transferência da região do Triângulo Mineiro de Goiás para Minas Gerais, em 1816; a criação da 
capitania de Alagoas, em 1817, desmembrada da capitania de Pernambuco; a separação da capitania de 
Sergipe da capitania da Bahia, em 1820; e a transferência da comarca do Rio São Franciscopara a Bahia, 
em 1827 (ESCOBAR, apud GUERRA, [s.d.]).
Em 1822, com a Independência do Brasil, as antigas capitanias reais foram transformadas em 
províncias do Império do Brasil, assumindo basicamente os mesmos contornos. Houve algumas mudanças 
como, por exemplo, a capitania da Bahia que surgiu da junção de cinco capitanias: Porto Seguro, Ilhéus, 
Baía de Todos os Santos, Itaparica e Recôncavo da Baía e o surgimento de novas capitanias, que eram 
comarcas, como pode ser observado no mapa a seguir.
Figura 4
22
Unidade I
Em 1822, o Império do Brasil contava com 18 províncias: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, 
Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio 
Grande do Norte, São Pedro do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe. Durante esse 
período, a divisão administrativa do Brasil teve duas mudanças: a criação, em 1850, da província do 
Amazonas desmembrada da província do Pará e a elevação, em 1853, da comarca de Curitiba à província 
independente, com o nome de província do Paraná.
Com a Proclamação da República em 1889, as antigas províncias brasileiras passaram à categoria de 
estados, mantendo as mesmas fronteiras, e o Império do Brasil passou a se chamar Estados Unidos do 
Brasil, seguindo o modelo americano de governo. No Brasil, o federalismo foi introduzido juntamente 
com a República, pelo Decreto nº 1, de 15 de novembro de 1889 (BRASIL, 1889), que previa que as 
províncias do Brasil estariam unidas pelo laço da federação, constituindo assim os Estados Unidos do 
Brasil, conforme mostra o mapa a seguir:
Figura 5
A federação brasileira nasceu com 20 estados mais o Distrito Federal que, na época, era o Rio de 
Janeiro, capital do Brasil.
Em 1956, o presidente Juscelino Kubitschek deu início à construção de Brasília, que foi inaugurada 
em 1960 e abriga a sede do governo brasileiro.
23
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
Algumas mudanças ocorreram, no decorrer do século XX, para que o Brasil tivesse a conformação 
territorial que é conhecida atualmente. A anexação do território do atual estado do Acre ao Brasil, 
em 1903, foi uma delas. Nascido como Território Federal, o Acre foi transformado em estado federado 
somente no ano de 1962. A figura jurídica do território federal não estava prevista na Constituição de 
1891. Somente a partir da Constituição de 1934, sua existência foi admitida. A Constituição de 1937 
permitiu que a União criasse novos territórios federais a partir do desmembramento dos estados no 
interesse da defesa nacional.
Na década de 1940, no contexto da Segunda Guerra Mundial e com a 
necessidade crescente de exploração da borracha na Amazônia, o então 
presidente da República Getúlio Vargas criou cinco territórios federais, a 
partir do desmembramento dos estados do Amazonas e Pará, sendo eles: 
Guaporé, Amapá, Ponta Porã, Iguassú e Rio Branco. Desses, dois foram 
extintos em 1946: Ponta Porã e Iguassú. A intervenção federal nos estados 
foi explicada pela necessidade de segurança das fronteiras, localizadas em 
regiões remotas onde o poder público estadual encontrava dificuldades em 
administrar (GUERRA, [s.d.]).
Com a Constituição Federal de 1988, todos os territórios federais foram transformados em estados, 
porém se manteve a possibilidade da existência de novos territórios que teriam seu governador nomeado 
pela União, além de não ter representação no Senado e eleger apenas quatro deputados federais. A partir 
de 1988, passaram a compor a federação brasileira, mais três estados: Amapá, Rondônia (antigo território 
de Guaporé) e Roraima (antigo território do Rio Branco). Além desses estados, outros dois foram criados. 
Em 1977, na gestão do presidente Ernesto Geisel, o estado de Mato Grosso foi desmembrado dando 
origem ao estado de Mato Grosso do Sul. Em 1988, foi criado o estado de Tocantins, desmembrado do 
estado de Goiás.
Portanto, essa é a atual configuração do mapa político do Brasil. Novas propostas de alteração da 
divisão política estadual continuam sendo feitas e analisadas pelo Congresso Nacional.
 Saiba mais
Para saber mais detalhes sobre a regionalização do Brasil, acesse texto 
contido no link do IBGE:
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Evolução 
da divisão territorial do Brasil (1872-2010). [s.d.]. Disponível em: <ftp://
geoftp.ibge.gov.br/organizacao_territorial/divisao_territorial/evolucao_
da_divisao_territorial_do_brasil_1872_2010/evolucao_da_divisao_
territorial_do_brasil_publicacao_completa.pdf>. Acesso em: 16 jun. 2015.
ftp://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_territorial/divisao_territorial/evolucao_da_divisao_territorial_do_brasil_1872_2010/evolucao_da_divisao_territorial_do_brasil_publicacao_completa.pdf
ftp://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_territorial/divisao_territorial/evolucao_da_divisao_territorial_do_brasil_1872_2010/evolucao_da_divisao_territorial_do_brasil_publicacao_completa.pdf
ftp://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_territorial/divisao_territorial/evolucao_da_divisao_territorial_do_brasil_1872_2010/evolucao_da_divisao_territorial_do_brasil_publicacao_completa.pdf
ftp://geoftp.ibge.gov.br/organizacao_territorial/divisao_territorial/evolucao_da_divisao_territorial_do_brasil_1872_2010/evolucao_da_divisao_territorial_do_brasil_publicacao_completa.pdf
24
Unidade I
1.2 Regionalização do Brasil
Como vimos, a grande extensão territorial do Brasil impôs, desde o início da colonização, a necessidade 
de dividir o território.
Com a criação do IBGE, em 1934, as divisões regionais ganharam um status científico.
Os estudos da divisão regional do IBGE tiveram início em 1941 sob a coordenação do 
Prof. Fábio Macedo Soares Guimarães. O objetivo principal de seu trabalho foi sistematizar 
as várias “divisões regionais” que vinham sendo propostas, de forma que fosse organizada 
uma única divisão regional do Brasil para a divulgação das estatísticas brasileiras. Com o 
prosseguimento desses trabalhos, foi aprovada, em 31/01/42, através da Circular nº 1 da 
Presidência da República, a primeira divisão do Brasil em regiões: Norte, Nordeste, Leste, 
Sul e Centro-Oeste. A Resolução nº 143, de 6 de julho de 1945, por sua vez, estabelece a 
divisão do Brasil em zonas fisiográficas, baseadas em critérios econômicos do agrupamento 
de municípios. Estas zonas fisiográficas foram utilizadas até 1970, para a divulgação das 
estatísticas produzidas pelo IBGE e pelas unidades da Federação. Já na década de 1960, em 
decorrência das transformações ocorridas no espaço nacional, foram retomados os estudos 
para a revisão da divisão regional, a nível macro e das zonas fisiográficas.
Adaptado de: Instituto... ([s.d.]).
Em 1974, houve a fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro com a transferência 
da capital de Niterói para o Rio de Janeiro (BRASIL, 1974) e a criação do estado de Mato Grosso 
do Sul (BRASIL, 1977) para a divulgação das estatísticas produzidas pelo IBGE e pelas unidades da 
Federação. Na década de 1980, em decorrência das transformações ocorridas no espaço nacional, 
foram intensificados os estudos para a divisão regional, bem como, em 2011, discutiu-se a divisão do 
Pará, do Maranhão e da Bahia.
A primeira divisão regional proposta pelo IBGE, em 1946, considerava para o Brasil cinco regiões 
naturais:
• Norte: territórios do Acre, Rio Branco (RR), Guaporé (RO), Amapá e estados do Amazonas e Pará.
• Nordeste: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe.
• Leste: Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, na época, localizado na 
cidade do Rio de Janeiro.
• Centro-Oeste: Goiás e Mato Grosso.
• Sul: São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A regionalização oficial do IBGE foi adotada em 1969 e é referência para os estudos regionais.
25
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
Em 1969, o IBGE substituiu a divisão regional por aquela que vigora até hoje, com pequenas alterações: 
a extinção do estado de Guanabara, pertencenteà região Sudeste e, posteriormente, a criação do estado 
de Rondônia no lugar do território do Guaporé, o desmembramento do Mato Grosso em Mato Grosso 
(MT) e Mato Grosso do Sul (MS), e a criação de Brasília-DF.
Os aspectos naturais, como relevo, vegetação e hidrografia, foram privilegiados; por essa razão, a 
classificação foi denominada de “regiões naturais”, sendo que, para o Sudeste, prevaleceram os aspectos 
do desenvolvimento urbano e industrial.
Em 1988, houve outra modificação na divisão regional, com o desmembramento do estado de Goiás 
e a inclusão da sua parte setentrional como estado de Tocantins, na região Norte. A transformação de 
Roraima e Amapá em estados e a de Fernando de Noronha, antigo território federal, em distrito estadual 
de Pernambuco.
 Observação
Estado: é a organização político-administrativa de uma nação ou de um 
povo, constituído por um conjunto de instituições, tais como o governo, as 
forças armadas, os tribunais, a polícia, os órgãos arrecadadores de impostos, 
as escolas públicas etc. O governo é a cúpula, a parte dirigente do Estado. 
Assim, podemos falar num Estado brasileiro, bem como no francês ou no 
alemão. O uso desse termo para designar unidades da Federação como 
Amazonas, São Paulo, Paraná e outras é algo aleatório, já que essas porções 
do território nacional não são de fato estados, pois atualmente possuem 
uma autonomia muito limitada.
Democracia: é uma forma de regime político que assegura uma série 
de direitos aos cidadãos e sua participação real nas decisões de seus 
interesses. Por exemplo: o direito de greve, a liberdade de imprensa, as 
eleições diretas e sem restrições para todos os cargos públicos importantes 
etc. A democracia é uma conquista do povo e nunca algo doado pelas 
autoridades. O desejo de democracia, de desfrutar de maiores liberdades 
políticas e econômicas, existe sempre entre os povos, mas às vezes é 
combatido por alguns governos (as “ditaduras”). É um anseio que nunca se 
esgota, pois, mesmo nos países de tradição democrática mais antiga, como 
a Suécia, os Estados Unidos, a Inglaterra etc., há sempre novas propostas 
de ampliar esses direitos, tais como a redução da jornada de trabalho, a 
participação dos trabalhadores no lucro e nas decisões das empresas, a 
exigência de eleições para cargos que ainda não eram preenchidos por esse 
meio, as organizações de consumidores e moradores para fazer valer seus 
direitos etc.
26
Unidade I
2 REGIÕES BRASILEIRAS
Várias propostas já foram feitas para regionalizar o território brasileiro, nesse item, abordaremos a 
evolução da divisão regional e a diversidade regional brasileira.
2.1 Evolução da divisão regional brasileira
A primeira proposta de regionalização do Brasil foi apresentada em 1913. Outras propostas surgiram 
tentando adaptar a divisão regional às novas realidades econômicas e sociais do país. A regionalização 
atual é de 1970, adaptada em 1990, em razão das alterações da Constituição de 1988.
Em 1913, surgiu a primeira proposta de divisão regional do Brasil com objetivo de ser utilizada 
no ensino de Geografia. Com base apenas nos aspectos físicos – clima, vegetação e relevo –, essa 
divisão reforçava a imagem da nação e, por isso, partilhava o país em cinco “Brasis”: Setentrional, Norte 
Oriental, Oriental, Central e Meridional. Naquela época, acreditava-se que a divisão regional deveria ser 
fundamentada em critérios que resistissem à ação do tempo.
Figura 6 
Em 1940, o IBGE apresentou uma nova proposta de divisão para o país que levava em conta, além 
dos aspectos físicos, os aspectos socioeconômicos. A região Norte reunia os estados de Amazonas, Pará, 
Maranhão e Piauí e o território do Acre. A região central era formada por: Goiás e Mato Grosso e Minas 
Gerais. A região Leste era formada por: Bahia, Sergipe e Espírito Santo. A região Nordeste abrigava Ceará, 
Rio Grande do Norte, Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Pertenciam à região Sul: São Paulo, Rio de Janeiro, 
então capital do país, além do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
27
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
Figura 7 
Em 1945, o Brasil passou a ter sete regiões: Norte, Nordeste Oriental, Centro-Oeste, Leste Setentrional, 
Leste Meridional e Sul. Na porção norte do Amazonas, foi criado o território de Rio Branco, o atual 
estado de Roraima; no norte do Pará, foi criado o território do Amapá. Mato Grosso perde uma porção 
a noroeste (batizada como território de Guaporé) e outra ao sul (chamada território de Ponta Porã). No 
Sul, Paraná e Santa Catarina eram cortados a oeste e foi criado o território de Iguaçu.
Figura 8 
28
Unidade I
Em 1950, os territórios de Ponta Porã e Iguaçu foram extintos, e os estados do Maranhão e do 
Piauí passaram a integrar a região Nordeste. Formavam a região Leste os estados da Bahia, do Sergipe, 
de Minas Gerais, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. Em 1960, Brasília foi fundada e, a partir daí, o 
Distrito Federal, que abriga a capital do país, foi transferido do Leste para o Centro-Oeste. Em 1962, o 
Acre vira estado, e o território de Rio Branco recebe o nome de Roraima.
Figura 9 
O Brasil ganhou o desenho regional atual a partir de 1970, com o nascimento da região Sudeste, com 
São Paulo e Rio de Janeiro sendo agrupados a Minas Gerais e Espírito Santo. A região Nordeste recebeu 
a Bahia e Sergipe. Todo o território de Goiás, ainda não dividido, continua pertencendo ao Centro-Oeste. 
Em 1977, o estado de Mato Grosso foi dividido, dando origem ao estado de Mato Grosso do Sul.
Figura 10 
29
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
Com as mudanças da Constituição de 1988, ficou definida a divisão brasileira que permanece 
atualmente: o estado do Tocantins foi criado com a divisão de Goiás e foi incorporado à região Norte; 
os territórios de Roraima, do Amapá e de Rondônia viraram estados; Fernando de Noronha também 
deixou de ser território federal e foi incorporado ao estado de Pernambuco.
2.2 A diversidade regional brasileira
Uma das propostas feitas para regionalizar o território brasileiro é dividi-lo em macrorregiões. Essa 
proposta foi idealizada pelo IBGE com o objetivo de revisar a divisão regional do Brasil.
O caráter intrínseco da revisão da divisão regional do Brasil refere-se a um conjunto de 
determinações econômicas, sociais e políticas que dizem respeito à totalidade da organização do 
espaço nacional, referendado no caso brasileiro pela forma desigual como vem se processando o 
desenvolvimento das forças produtivas em suas interações com o quadro natural. Sem deixar de 
lado as partes constitutivas da referida totalidade, a divisão regional em macrorregiões, a partir 
de uma perspectiva histórico-espacial, enfatiza a divisão inter-regional da produção no país, a par 
da internacionalização do capital pós 1960, buscando as raízes desse processo na forma como o 
Estado ora tende a intervir, ora a se contrair, em face da evolução do processo de acumulação e de 
valorização do capital que pode ser traduzido nos sucessivos e variados planos de governo. A divisão 
regional do Brasil em mesorregiões, partindo de determinações mais amplas em escala conjuntural, 
buscou identificar áreas individualizadas em cada uma das unidades federadas, tomadas como 
universo de análise, e definiu as mesorregiões com base nas seguintes dimensões: o processo social 
como determinante, o quadro natural como condicionante e a rede de comunicação e de lugares 
como elemento da articulação espacial. As macrorregiões brasileiras são:
• Região Centro-Oeste – composta por três estados: Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do 
Sul e pelo Distrito Federal, que é a 27ª UF do País, dotado de autonomia semelhante à de um 
estado-membro, pois tem governo próprio e representação no Senado Federal. O Centro-Oeste 
tem uma dimensão territorial de 1,6 milhão de km2 (18,9% do território nacional). Sua população 
é de cerca de 13,3 milhões de habitantes.
• Região Nordeste – composta por nove estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Apresenta um território de 1,5 milhão de km2 
(18,2% do território nacional), dentro dos quais está localizado o Polígono das Secas. Sua 
população é pouco superior a 52 milhões de habitantes.
• Região Norte – composta por sete estados: Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá 
e Tocantins. Apresenta um território de 3,8 milhões de km2 (45,2% do território nacional) e uma 
população pouco superior a 14,5 milhões de habitantes, o que faz dela a região com menor 
densidade demográfica.
• Região Sudeste – composta por quatro estados: Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e 
São Paulo. Apresenta um território de 924 mil km2 (10,6% do território nacional). Sua população 
é de cerca de 78 milhões de habitantes.
30
Unidade I
• Região Sul – composta por três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Apresenta 
um território de 576 mil km2 (6,8% do território nacional). Sua população é de mais de 26,7 
milhões de habitantes.
Os limites das regiões sempre coincidem com limites de estados, não havendo os que se espalhem 
por mais de uma região.
A área correspondente ao estado de Tocantins (integrante da Região Norte), por ter sido originária do 
desmembramento de Goiás (Centro-Oeste), foi a última alteração na delimitação das regiões brasileiras.
Figura 11 - Macrorregiões geoeconômicas
Em 1967, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger propôs a divisão regional do Brasil em três regiões 
geoeconômicas ou complexos regionais. Essa divisão tem por base as características histórico-econômicas 
do Brasil, ou seja, os aspectos da economia e da formação histórica e regional (ROCHA, 2011).
• região geoeconômica Amazônia;
• região geoeconômica Centro-Sul;
• região geoeconômica Nordeste.
31
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
Atualmente, muitos geógrafos e cientistas sociais preferem essa divisão geoeconômica, que leva em 
conta os aspectos naturais e humanos. Ela consiste em três regiões, e suas fronteiras não coincidem com 
as fronteiras estaduais da Amazônia, do Centro-Sul e do Nordeste.
As três regiões geoeconômicas apresentam grandes diversidades locais, dentro de cada complexo 
regional, mas apresentam características importantes em comum no seu interior.
Os seus limites não coincidem com os limites estaduais, permitindo observar as intensas relações de 
cada área do país.
Figura 12
A região não pode ser entendida como unidade isolada, pois ela integra um conjunto maior no qual 
predomina a verticalidade sobre a horizontalidade.
No livro O Brasil: Território e Sociedade no Início do Século XXI, Milton Santos e Maria Laura 
Silveira (1994) fizeram uma proposta de divisão regional do Brasil, considerando a sua capacidade 
técnico-informacional para criar o conceito de “região concentrada”.
Essa divisão é a que evidencia o conteúdo técnico do território, que é uma medida da modernização; 
trata-se da divisão técnico-científico-informacional.
32
Unidade I
A divisão proposta por Milton Santos considera a região como parte de um conjunto maior no qual 
predominam aspectos da verticalidade, seu conteúdo técnico e a modernização. A obra de Milton Santos 
é inovadora e grandiosa ao abordar o conceito de espaço. De território onde todos se encontram, o espaço, 
com as novas tecnologias, adquiriu novas características para se tornar um conjunto indissociável de 
sistemas de objetos e sistemas de ações, abordados na obra A Natureza do Espaço (SANTOS, 2002). Para 
ele, o espaço se renova e se adapta para atender os novos paradigmas do modo de produção social, 
como apontados na obra Pensando o Espaço do Homem (SANTOS, 1982).
A seguir, o mapa apresenta a proposta de Milton Santos para destacar o dinamismo regional.
Região Amazônica
Região Nordeste
Região Centro-Oeste
Região Concentrada
Figura 13 - Regiões brasileiras segundo o meio técnico-científico-informacional - 1999
Outra forma de regionalização do espaço brasileiro diz respeito à organização regional segundo 
os tipos de uso do espaço. Essa classificação baseia-se no dinamismo regional e no desempenho das 
atividades agrícolas.
33
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
Região agroextrativa da foz 
amazônica
Região agrária do vale 
amazônico
Região de criação dos campos 
de Roraíma
Região de economia extrativa
Região industrial urbana
Região desenvolvida de 
economia agrária
Região desenvolvida de 
economia tradicional
Zona metalúrgica
Região agrária diversificada
Região de criação subtropical
Região de criação tropical
Região de plantações tropicais
Nordeste
Centro-Sul
Amazônia
Região agrária diversificada
Região de economia sertaneja
Região agroextrativa
Figura 14 - Organização regional segundo os tipos de uso do espaço
 Observação
Milton Almeida dos Santos (3 de maio de 1926). Ganhador do 
prêmio VautrinIud, em 1994. Formado em Direito, jamais abandonou 
a Geografia e realizou seu doutorado em Strasburgo. Regressou ao 
Brasil, criando o Laboratório de Geomorfologia e Estudos Regionais. 
Foi perseguido, em função de suas atividades políticas durante a 
ditadura militar e foi exilado por 13 anos. Começou seu exílio na França 
e lecionou na Sorbonne.
Em 1971, mudou-se para o Canadá, trabalhando na Universidade 
de Toronto. Foi para os EUA para ser pesquisador no Massachusetts 
Institute of Tecnology (MIT), trabalhando com Noam Chomsky. Dos EUA 
foi para a Venezuela, atuando como diretor de pesquisa e planejamento, 
posteriormente lecionou em Lima (Peru), contratado pela Organização 
Internacional do Trabalho (OIT), para elaborar um trabalho sobre pobreza 
urbana na América Latina. Atuou em Londres, Tanzânia (África), na 
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Universidade de Colúmbia 
(Nova York), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) até 1983, na 
34
Unidade I
Universidade de São Paulo (USP), contratado em 1984, onde permaneceu 
mesmo após a sua aposentadoria.
 Saiba mais
Sobre regionalização e Geografia consulte o livro:
LENCIONI, S. Região e geografia. São Paulo: Edusp, 1999.
Um dado importante para considerar no estudo das regiões brasileiras é a diversidade. Observe o 
perfil das regiões brasileiras:
Norte
Nordeste
Centro-oeste
Sudeste
Sul
Sudeste
10,9
Área* (em %)
Total do Brasil: 8.514.876,60 km2
*Distribuição nas regiões brasileiras
Centro-Oeste
18,9
Sul
6,8
Norte
45,2
Nordeste 
18,2
Geografia
A B
Figura 15
Sudeste
42,3
População* – 2010 (em %)
Total do Brasil: 191.480.630 habitantes (estimativa)
População urbana* – 2010 (em %)
Média no Brasil: 86
*Distribuição nas regiões
Centro-Oeste
7,3
Sul
14,5
Norte
8
Nordeste 
7,3
Demografia
A
B
80
60
40
20
0
Norte Nordeste Centro-
Oeste
Sudeste Sul
100
78 72,8
87,9 92,2 83,2
Figura 16
35
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
Analfabetismo* – 2009 (em %)
Média no Brasil: 10
Mortalidade infantil – 2009 (por mil nascidos)
Média no Brasil: 23,6
*Distribuição nas regiões
Educação Saúde
BA
8080
6060
4040
2020
00
NorteNorte NordesteNordeste Centro-
Oeste
Centro-
Oeste
SudesteSudeste SulSul
100100
10,6
23,518,7
33,2
8
17,8
5,7
16,6
5,5
15,1
Figura 17
Produto Interno Bruto* (PIB) – 2000 (em %)
Total no Brasil: R$ 2,6 trilhões
População com rendimento de até 1 salário 
mínimo 2009 (em %)
Média no Brasil: 24,9
*Distribuição nas regiões
Economia
A
B
80
60
40
20
0
Norte Nordeste Centro-
Oeste
Sudeste Sul
100
28,1
39,7
22,4 18,1 18,0
Sudeste
56
Centro-Oeste
9,2
Sul
16,6
Norte
5,1 Nordeste 
13,1
Figura 18
Outro problema que podemos considerar é a extensão territorial do Brasil e a defesa de suas 
fronteiras. Para tanto, o governo brasileiro criou um cadastro de municípios localizados na faixa de 
fronteira em que são cadastrados os municípios brasileiros com área total ou parcialmente localizada na 
faixa de fronteira, agregando as informações existentes (código geográfico e nome do município) com 
as produzidas na identificação e/ou classificação do município dentro da faixa, como: fronteiriço,parcial 
ou totalmente na faixa, referências da sede à linha de fronteira e ao limite da faixa interna.
Os objetivos de sua criação são a identificação das unidades político-administrativas do Brasil 
localizadas na faixa de fronteira que estão sob regras de segurança nacional, em especial, no tocante 
a obras públicas de engenharia civil; participação de estrangeiros em propriedades rurais ou empresas 
nestas áreas, concessões de terras e serviços e auxílio financeiro do governo federal; secundariamente, 
no tocante à gratificação especial de localidade.
36
Unidade I
Outra classificação proposta pelo governo brasileiro é o cadastro dos municípios com área total ou 
parcialmente localizada na zona costeira, agregando as informações já existentes (código geográfico 
e nome do município) às produzidas na identificação e/ou classificação do município dentro da zona, 
como: ilha, litoral, baía, estuário, lagoa e interior. O objetivo principal dessa divisão é a identificação das 
unidades político-administrativas do Brasil localizadas na área de influência da zona costeira à qual se 
aplica o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro, que é parte integrante da Política Nacional do Meio 
Ambiente e da Política Nacional para os Recursos do Mar.
 Observação
Faixa de fronteira: faixa interna de 150 km de largura paralela à linha 
divisória terrestre do território nacional.
Zona costeira: faixa terrestre identificada preliminarmente por uma 
distância de 20 km sobre uma perpendicular, contados a partir da linha da 
costa, e por uma faixa marítima de 6 milhas (11,1 km) com mesma origem.
 Saiba mais
Para saber mais sobre o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro 
acesse o link:
<http://www.mma.gov.br/destaques/tem/8644-plano-nacional 
-de-gerenciamento-costeiro-pngc>. Acesso em: 16 jun. 2015.
 Resumo
Nesta unidade, foi apresentado um histórico sobre o processo que, 
ao longo do tempo, permitiu que fossem realizadas várias tentativas de 
estabelecer uma divisão político-administrativa do Brasil.
Várias propostas de regionalização foram efetuadas, lembrando que, por 
razões ligadas à colonização e ao reconhecimento do território, a ocupação 
ficou confinada às áreas litorâneas, o que definiu, posteriormente, a 
localização dos centros de decisão do poder político e econômico em uma 
faixa que se estendeu da Bahia ao Centro-Sul do país.
O centro de gravidade político-econômico excluiu por várias décadas as 
regiões Norte e Centro-Oeste. Foram apresentados mapas caracterizando as 
http://www.mma.gov.br/destaques/item/8644-plano-nacional-de-gerenciamento-costeiro-pngc
http://www.mma.gov.br/destaques/item/8644-plano-nacional-de-gerenciamento-costeiro-pngc
37
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
propostas de evolução da divisão regional, a qual mudou muitas vezes, as 
mudanças ocorreram baseadas em critérios distintos, até a criação do IBGE 
e a proposta adotada em 1969 que se tornou referência para posteriores 
estudos regionais.
Em 1988, foi realizada uma nova divisão, que incluiu o 
desmembramento de Goiás e a criação do estado de Tocantins, inserido 
na Região Norte. Também foi de significativa importância a proposta do 
geógrafo Milton Santos, baseada no dinamismo regional e nos meios 
técnico-científico-informacionais de 1999.
A grande extensão territorial do Brasil impôs, desde o início da 
colonização, a necessidade de dividir o território para melhor administrá-lo, 
e essa ideia permaneceu ao longo dos tempos.
 Exercícios
Questão 1. Para Rogério Haesbaert, em seu livro Regional-global, a região apresenta três grandes 
modos de ocorrência: como fato (“para o realismo, o empirismo trata das coisas como são”), artifício 
(“para certo racionalismo ‘construtivista’, trata das coisas como as vemos”) e como norma (“para certo 
pragmatismo político, trata das coisas como devem ser”); e como concepção de superação ou síntese 
das anteriores, a ideia de região como artefato. (HAESBAERT, R. Regional-global: dilemas da região e da 
regionalização na geografia contemporânea. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010).
E o mesmo tema, em outra oportunidade.
A região, enquanto entidade geográfica concreta, a regionalização, 
enquanto processo de diferenciação e/ou de recorte do espaço em parcelas 
coesas ou articuladas, e a regionalidade, enquanto propriedade do “ser” 
regional (especialmente em sua dimensão simbólica e vivida), enfrentam 
hoje, num mundo globalizado, reconfigurações que atestam uma crescente 
complexidade em termos do seu desenho espacial e do entrecruzamento 
dos sujeitos e dimensões que as constroem. A região, assim, deve ser vista 
muito mais dentro de um processo mutável de des-articulações, em rede 
(num jogo nem sempre coincidente entre coesões funcionais e coesões 
simbólicas), do que nas formações zonais integradas e bem delimitadas com 
que tradicionalmente era trabalhada. (HAESBAERT, R. Região, regionalização 
e regionalidade: questões contemporâneas. Antares, n. 3, jan./jun. 2010).
A partir do exposto sobre região, assinale a alternativa que apresenta a afirmação correta.
A) Não é possível tratar da região ou do espaço geográfico como se fossem entidades perfeitamente 
mensuráveis, manipuladas como entidades matemáticas.
38
Unidade I
B) A região existir tal qual se crê, como um objeto concreto, natural, é impossível.
C) A região como fato implica tratar da realidade de maneira abstrata, normalmente pelas imagens 
cartográficas e pela estatística, sem confirmação dos dados com trabalhos de campo.
D) A região como fato nada tem em comum com as regiões naturais do IBGE.
E) A palavra artefato representa excelente síntese das visões intelectualistas e empiristas, pois tanto 
a necessidade de criação artística quanto a de vínculo com o real estariam satisfeitas no fazer 
científico. Encontra-se com a noção de regionalidade.
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: é possível, sim, tanto que o segundo modo de ser da região apresentado pelo autor 
(região como artifício) abarca essa forma de construir regiões (pelas medidas e pelo cálculo).
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: é possível, pois essa foi a maneira corrente de tomar a região na maior parte da 
geografia clássica.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: é o segundo modo apresentado, como artifício.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: são as próprias.
E) Alternativa correta.
Justificativa: a alternativa E é a única que não contradiz o enunciado, pois traz a ideia de síntese 
apresentada, como necessidade da ciência contemporânea.
Questão 2. No livro O Brasil: território e sociedade no início do século XXI, Milton Santos e Maria 
Laura Silveira (1994) fizeram uma proposta de divisão regional do Brasil, considerando a sua capacidade 
técnico-informacional para criar o conceito de ”região concentrada”.
Essa divisão é a que evidencia o conteúdo técnico do território, que é uma medida da modernização; 
trata-se da divisão técnico-científico-informacional.
39
ESTUDOS REGIONAIS DO BRASIL (AMAZÔNIA, NE, CO)
A divisão proposta por Milton Santos considera a região como parte de um conjunto maior no qual 
predominam aspectos da verticalidade, seu conteúdo técnico e a modernização. A obra de Milton Santos 
é inovadora e grandiosa ao abordar o conceito de espaço. De território onde todos se encontram, o espaço, 
com as novas tecnologias, adquiriu novas características para se tornar um conjunto indissociável de 
sistemas de objetos e sistemas de ações, abordados na obra A Natureza do Espaço (SANTOS, 2002). Para 
ele, o espaço se renova e se adapta para atender aos novos paradigmas do modo de produção social, 
como apontados na obra Pensando o Espaço do Homem (SANTOS, 1982).
A seguir, o mapa apresenta a proposta de Milton Santos para destacar o dinamismo regional.
A partir do trecho e do mapa anterior, assinale a alternativa que apresenta a relação correta das definições.
A) A concentração a que se refere Milton Santosdiz respeito ao aparato tecnológico instalado no 
território, nem sempre atrelado aos aspectos territoriais hegemônicos do capital.
B) A associação das atuais regiões sul e sudeste à “região concentrada” está alinhada às interpretações 
da dinâmica capitalista de concentração de capital.
C) Essa divisão regional é a que evidencia a qualidade de vida e do ambiente no território que, junto 
com a quantidade de capital do território, são as maiores medidas da modernização.
D) Tecnologia deve ser tratada sem as intenções (projetos), dissociando os objetos e as ações, como 
quer Milton Santos.
E) A divisão técnico-científico-informacional é uma operação metodológica que prioriza a altíssima 
qualidade democrática e ética da distribuição dessa densidade (tecnológica e informacional) 
advindas dessa espacialização do progresso promovido pelo capitalismo, no qual acredita 
Milton Santos.
Resolução desta questão na plataforma.

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