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A LUDICIDADE E A PEDAGOGIA DO BRINCAR Caroline Costa Nunes Lima Os brinquedos e as brincadeiras Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Refletir acerca da relação entre os brinquedos e as brincadeiras no cotidiano escolar. � Reconhecer a importância da escolha de materiais e brinquedos que proporcionem às crianças aprendizagens e descobertas durante as brincadeiras. � Identificar brinquedos estruturados e brinquedos não estruturados. Introdução Neste capítulo, você refletirá acerca das relações entre os brinquedos e as brincadeiras no cotidiano da escola, identificando nas Diretrizes Curri- culares Nacionais para a Educação Infantil a relevância de se assegurarem momentos de brincar e sua relação com o ensino e a aprendizagem. Além disso, reconhecerá a importância dos momentos de escolha de materiais e brinquedos capazes de proporcionar às crianças aprendizagens e descobertas por meio da ludicidade e quais aspectos deve observar na hora de realizar a escolha desses materiais. Por fim, identificará as caracte- rísticas e as diferenças entre brinquedos estruturados e não estruturados, conhecendo as especificidades de cada uma dessas categorias e suas relações entre o estímulo do potencial criativo infantil. As relações entre os brinquedos e as brincadeiras no cotidiano escolar Pensar em brinquedos e brincadeiras é pensar em cultura, que se diferencia de um lugar para outro por meio de transformações históricas e sociais, sendo transmitidas de geração em geração. Spodek e Saracho (1998, p. 210) afirmam que é muito “[...] difícil definir a brincadeira, mas, em certo sentido, ela se autodefine”. Independentemente dos modos como a ludicidade ocorre, podemos considerar que os primeiros anos de vida de um indivíduo são marcados pelo brincar. Veja na Figura 1 alguns tipos de brincadeiras que atravessam gerações. Figura 1. Variedade de brincadeiras. Fonte: Hibrida/Shuttersttock.com. Segundo Kishimoto (2002, p. 139), “A brincadeira é uma atividade que a criança começa desde seu nascimento no âmbito familiar” e lhe oportuniza experienciar o lúdico, realizar descobertas, perceber a realidade e desenvolver sua criatividade (SIAULYS, 2005). Em grande parte das sociedades, atividades envolvendo brinquedos e brincadeiras estão presentes e são consideradas essenciais para o público infantil. Com os avanços das pesquisas relacionadas ao desenvolvimento humano, constatou-se que o ato de brincar nos espaços sociais e educacionais apresenta relação direta com a aquisição de habilidades motoras, cognitivas e emocionais. Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, encontramos com os princípios fundamentais a inclusão do brincar como recursos voltados para o ensino e a aprendizagem. Veja o trecho em destaque a seguir (BRASIL, 2010, p. 18): Os brinquedos e as brincadeiras2 A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir à criança acesso a processos de apropriação, renovação e articulação de conhecimentos e aprendizagens de diferentes linguagens, assim como o direito à proteção, à saúde, à liberdade, à confiança, ao respeito, à dignidade, à brincadeira, à convivência e à interação com outras crianças. Por meio do trecho acima, percebemos o quanto o brincar é um direito e faz parte fundamental do cotidiano das instituições escolares infantis, onde essas diretrizes norteiam as ações integradas ao planejamento pedagógico. Pelo fato de a criança passar por diversas etapas de seu desenvolvimento, a brincadeira vai se articulando de modo que favoreça a construção de diferentes competências, ampliando a capacidade de expressão, comunicação e relações interpessoais nos ambientes socioculturais de que a criança participa. O brincar e o mundo imaginário do “faz de conta” contribuem para trans- formações das relações entre as crianças e objetos. Segundo (VYGOTSKY, 1998, p. 127), “A criança vê um objeto, mas age de maneira diferente em relação ao que vê. Assim, é alcançada uma condição que começa a agir inde- pendentemente daquilo que vê”. Por meio da brincadeira, a criança é capaz de atribuir novos significados aos objetos de acordo com as próprias percepção e imaginação e com as relações que estabelece com o grupo com quem está interagindo (CERISARA, 2002). A brincadeira pode ser considerada não apenas uma das mais potentes linguagens da infância, mas também uma fonte inesgotável de aprendizagens, não devendo estar no cotidiano da escola por acaso, mas por possuir um importante papel para o desenvolvimento e a aprendizagem. As ações envolvendo brinquedos e brincadeiras são fundamentais para o desenvolvimento infantil nos espaços escolares pelo estímulo que provocam nas crianças e oportunizam a elas, por meio dessas experimentações, trans- formações e produções de novos sentidos tendo um papel e colocando-as em um exercício ativo de seu próprio crescimento e desenvolvimento de novas habilidades. 3Os brinquedos e as brincadeiras As relações entre materiais, brinquedos e suas aprendizagens e descobertas Os processos de ensino e aprendizagem partem de uma intencionalidade no planejamento, o qual busca garantir os direitos fundamentais da infância a partir das práticas pedagógicas desenvolvidas pelo professor. Dentro dessa perspectiva, temos na educação infantil uma série de materiais e brinquedos que servem como instrumentos de apoio e recursos às propostas de planejamento no contexto, auxiliando nas experiências e descobertas das crianças (Figura 2). Figura 2. Exemplos de materiais e brinquedos que servem como instrumentos de apoio na educação infantil. Fonte: Hein Nouwens/Shutterstock.com. Os brinquedos e as brincadeiras4 Como encontramos disposto no documento elaborado pelo Ministério da Educação, Brinquedos e Brincadeiras (BRASIL, 2012), a respeito dos brin- quedos e das brincadeiras e das relações deles com os ambientes, não se deve considerá-los elementos passivos, como um mero cenário, e, sim, elementos ativos no processo de ensino e aprendizagem, os quais reproduzem a visão de educação que a instituição concebe. O conjunto das organizações de espaços, tempos e objetos em momentos lúdicos com a presença do educador fará dife- rença nos resultados dos objetivos que se almejam alcançar (BRASIL, 2012). A presença desses elementos funciona como um indicador de suma im- portância para se definirem as práticas pedagógicas qualitativas nos espaços escolares infantis. No entanto, é importante ressaltar que apenas a presença desses objetos não assegura uma educação de qualidade, visto que esses resul- tados dependem do modo como os professores vão se valer desses recursos para fazer com que as crianças tenham experiências interativas com tais materiais e com as demais crianças e adultos com quem se relacionam. É essencial que o educador considere as seguintes proposições (BRASIL, 2012, p. 11): O brincar ou brincadeira – considerados com o mesmo significado neste texto – é atividade principal da criança. Sua importância reside no fato de ser uma ação livre, iniciada e conduzida pela criança com a finalidade de tomar decisões, expressar sentimentos e valores, conhecer a si mesma, as outras pessoas e o mundo em que vive. Brincar é repetir e recriar ações prazerosas, expressar situações imaginárias, criativas, compartilhar brincadeiras com outras pessoas, expressar sua individualidade e sua identidade, explorar a natureza, os objetos, comunicar-se e participar da cultura lúdica para compre- ender o universo. Ainda que o brincar possa ser considerado um ato inerente à criança, exige um conhecimento, um repertório que ela precisa aprender. Partindo desses conhecimentos, a seleção de brinquedos passa pela obser- vação de diversos aspectos, tais como a durabilidade, a atratividade, o fato de serem seguros, de cumprirem a função de ampliar as experimentações lúdicas, tendo a atenção necessáriapara não reforçar nenhum preconceito quanto à raça, ao gênero, à classe social, e também de não estimularem a violência. A seguir, veja sugestões, elaboradas por Kishimoto (2010, p. 17), de escolha de materiais e brinquedos que facilitem a aprendizagem e descobertas. 5Os brinquedos e as brincadeiras Fonte: Kishimoto (2010, p. 17-18). Idades Sugestões de brinquedos e materiais para Educação Infantil Bebês (0 a 1 ano e meio) Chocalhos, móbiles sonoros, sinos, brinquedos para morder, bolas de 40 cm e menores, blocos macios, livros e imagens coloridos, brinquedos de empilhar, encaixar, espelhos. Objetos com diferentes texturas (mole, rugoso, liso, duro) e coloridos, que fazem som (brinquedos musicais ou que emitem som), de movimento (carros e objetos para empurrar), para encher e esvaziar. Brinquedos de parque. Brinquedos para bater. Cesto com objetos de materiais naturais, metal e de uso cotidiano. Colcha, rede e colchonete. Bichinhos de pelúcia. Estruturas com blocos de espuma para subir, descer, entrar em túneis. Crianças pequenas (1 ano e meio a 3 anos e 11 meses) Túneis, caixas e espaços para entrar e esconder-se, brinquedos para empurrar, puxar, bolas, quebra-cabeças simples, brinquedos de bater, livros de história, fantoches e teatro, blocos, encaixes, jogos de memória e de percurso, animais de pelúcia, bonecos/ as, massinha e tinturas de dedo. Bonecas/os, brinquedos, mobiliário e acessórios para o faz de conta. Sucata doméstica e industrial e materiais da natureza. Sacolas e latas com objetos diversos de uso cotidiano para exploração. TV, computador, aparelho de som, CD. Triciclos e carrinhos para empurrar e dirigir. Tanques de areia, brinquedos de areia e água, estruturas para trepar, subir, descer, balançar, esconder. Bola, corda, bambolê, papagaio, perna de pau, amarelinha. Materiais de artes e construções. Tecidos diversos. Bandinha rítmica. Crianças Maiores Pré- escolares (4 e 5 anos e 11 meses) Boliches, jogos de percurso, memória, quebra-cabeça, dominó, blocos lógicos, loto, jogos de profissões e com outros temas. Materiais de arte, pintura, desenho. CD com músicas, danças. Jogos de construção, brinquedos para faz de conta e acessórios para brincar, teatro e fantoches. Materiais e brinquedos estruturados e não estruturados. Bandinha rítmica. Brinquedos de parque. Tanques de areia e materiais diversos para brincadeiras na água e areia. Sucata doméstica e industrial, materiais da natureza. Papéis, papelão, cartonados, revistas, jornais, gibis, cartazes e folhas de propaganda. Bola, corda, bambolê, pião, papagaio, 5 marias, bilboquê, perna de pau, amarelinha, varetas gigantes. Triciclos, carrinhos, equipamentos de parque. Livros infantis, letras móveis, material dourado, globo, mapas, lupas, balança, peneiras, copinhos e colheres de medida, gravador, TV, máquina fotográfica, aparelho de som, computador, impressora. Quadro 1. Materiais e brinquedos facilitadores da aprendizagem e de descobertas. Os brinquedos e as brincadeiras6 Como é possível observar pelas sugestões acima, existem vários materiais que podem ser utilizados como instrumento pedagógico e devem ser pensados cuidadosamente para cada etapa do desenvolvimento infantil. É importante ressaltar, também, que educar cabe à instituição destinada à educação infantil, valendo-se de materiais de qualidade, responsabilizando-se pela substituição dos que quebram ou passam a não ser mais utilizados por não despertar mais o interesse das crianças. Ao selecionar os novos brinquedos, é imprescindível que se dê preferência aos que contam com o selo do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia), por já terem sido testados e aprovados em sua qualidade com critérios apropriados às crianças (KISHIMOTO, 2010). Destacamos que, apesar de, com o passar do tempo, ser comum o desgaste dos materiais e brinquedos usados, o educador não deve privar seus usos pelas crianças, guardando-os em armários trancados e impedindo o acesso a eles. Faz parte do processo de ensino e aprendizagem a oferta de uso e orientações para cuidados de preservação, assim como periódicas manutenções e reposições desses materiais considerados fundamentais para o desenvolvimento integral dos educandos. Depois de o acervo de brinquedos estar disponível para as atividades, deve- mos considerar que tão importante quanto uma escolha adequada de materiais lúdicos é planejar atividades consistentes e significativas. Segundo o documento Brinquedos e Brincadeiras (BRASIL, 2012), o bom uso dos momentos de brin- cadeira resulta em uma contribuição essencial para a formação integral infantil. Crianças brincam permeadas pela espontaneidade nos mais variados ambientes e com os mais variados objetos e materiais, mas existe uma diferença entre a postura da espontaneidade das que revelam a qualidade desses momentos. Quando o educador pretende implementar o eixo das interações e brin- cadeiras, oportuniza às crianças a exploração dos brinquedos e a recriação e a preservação da cultura do brincar. É dessa intencionalidade que resulta a organização do ambiente escolar, o modo de envolver as crianças, suas famílias e comunidades escolares, buscando interação e comprometimento com a aprendizagem infantil. Brinquedos estruturados e não estruturados O assunto deste tópico são os brinquedos. Há incontáveis formas deles, uns atravessaram gerações, outros se reinventaram e, acima de tudo, marcaram a vida de crianças de diferentes tempos e lugares de todo o mundo. Se você observar a Figura 3, verá que existem diferentes tipos de brinque- dos; há um bichinho de pelúcia, um carrinho, brinquedos em forma de panela, 7Os brinquedos e as brincadeiras martelo de plástico, mão e blocos de montar. Nessa variedade, encontram-se exemplos de brinquedos estruturados e não estruturados. Linn (CRIANÇA…, 2010, p. 43) aponta suas características: [...] os brinquedos se classificam em estruturados e não estruturados: Brin- quedos estruturados são baseados em características de mídias, que só podem ser usados de uma única maneira e que requerem o mínimo de esforço das crianças. Eles limitam suas habilidades de interagir com o brinquedo, de im- primir nele suas características pessoais, de usá-lo como forma de se expressar e de conquistar uma sensação de domínio sobre seu mundo. Com brinquedos não-estruturados, os “valores da brincadeira” estão muito mais na criança. Dessa forma, ela precisa confiar em seus próprios recursos para conduzir a brincadeira. Blocos de madeira são um exemplo de brinquedo não-estruturado. Desse modo, pode-se considerar que os brinquedos não estruturados são objetos comuns, acessíveis, sem formas e tamanhos definidos que estimulam a criança a exercitar a imaginação. Pedaços de madeira podem se transformar em espadas, caixas de papelão em casinhas, areia em comidinha devido ao potencial que a criança tem de transformar e reorganizar o cenário e os objetos ao seu redor em razão de sua capacidade imaginativa. Assim, os brinquedos não estruturados são os que mais oportunizam a ampliação da capacidade simbólica infantil. Figura 3. Tipos de brinquedos. Fonte: Stenko Vlad/Shutterstock.com. Os brinquedos e as brincadeiras8 Os brinquedos não estruturados podem ser, por exemplo, terra, água, papel, argila, pedras, massa de modelar, tecidos, lãs, botões, caixas e tampas, folhas, galhos, tocos e sementes de madeira, entre outros. Já os brinquedos estruturados podem ser produzidos de modo artesanal ou industrial, mas a função deles se apresenta de modo explícito, por exemplo um trem, seja de madeira feito por um artesão ou feito por uma fábrica, terá a ideia concebida da funcionalidade de um trem. Segundo Ferreira (1992, p. 28-30), os brinquedos estruturados podem ser agrupados em três categorias distintas: � Prontos: brinquedos que já vêm com mensagens decifradas. A forma e a cor deverão corresponder às características do modelo, ou seja, do tipo de mercadoria (objeto) que se desejareproduzir: se é um carro de bombeiro, caminhão, um policial, um bebê, um avião, navio, entre outros. Geralmente esses brinquedos são industrializados, feitos de matéria plástica e simulam os elementos encontrados na natureza. Podem também ser feitos em oficinas artesanais, utilizando técnicas primitivas com a madeira, o elemento mais apropriado para o brinquedo, em razão de sua resistência e de sua capacidade para assimilar cores. � Mecânicos: brinquedos prontos, com forma limitada e riqueza de detalhes, coloridos e feitos de material plástico, resina ou metal. Neles são utilizados eixos ou suportes para a manutenção dos movimentos. A tecnologia avançada utilizada na sua fabricação garante acabamento completo e funcionamento perfeito. Movem-se, correm, deslizam, voam e disparam. Os bonecos e os animais cantam, sorriem, mamam, gar- galham, urinam, trabalham, batem palmas e têm sexo. São brinquedos que dispensam a existência de um sujeito. � Eletrônicos: brinquedos movidos a energia elétrica, acoplados geral- mente a uma televisão ou a um vídeo. Fabricados com alta tecnologia de ponta, são difundidos tanto nos países desenvolvidos como nos subde- senvolvidos. Jogos de bolso, videogames e microcomputadores são tipos de brinquedos eletrônicos que exigem manutenção cara e constante. Na visão de muitos consumidores, os videogames são importantes para o desenvolvimento do raciocínio, da percepção e dos reflexos motores da criança, além de introduzi-la no mundo da informática. Vale esclarecer, no entanto, que quem estabelece as regras do jogo e o tempo de ação máquina são os próprios eletrônicos, cabendo à criança obedecer a eles para vencer o jogo. Desse modo, passam a ser o sujeito da ação, porque trazem uma lógica de jogo imposta à criança. 9Os brinquedos e as brincadeiras Ao se analisarem as diferenças entre os brinquedos estruturados e não estruturados, suas funções e potencialidades, percebe-se que é fundamental o educador conhecer essas especificidades para ter conhecimentos sobre como explorar esses diferentes recursos a fim de realizar a escolha adequada, tendo em vista as características e funções que cada um deles pode oferecer com relação ao ensino e à aprendizagem infantis. BRASIL. Ministério da Educação. Brinquedos e brincadeiras de creches: manual de orien- tação pedagógica. Brasília: MEC, 2012. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ dmdocuments/publicacao_brinquedo_e_brincadeiras_completa.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação in- fantil. Brasília: MEC, 2010. 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Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/ pdf/rcnei_vol1.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2018. 11Os brinquedos e as brincadeiras http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/ Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo:
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