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Universidade Federal do Rio de Janeiro| Fisiologia – Fernanda Daumas MICROCIRCULAÇÃO MICROCIRCULAÇÃO ❖ A microcirculação envolve capilares (lado venoso) e arteríolas (lado arterial). As arteríolas vão regular o fluxo sanguíneo para os capilares. Quando há demanda metabólica para determinada região o sangue é redirecionado para ela e quem regula esse processo são as arteríolas. Existem esfíncteres pré-capilares que relaxados permitem que o sangue passe das arteríolas para os capilares. ❖ Os capilares possuem apenas a camada do endotélio para facilitar a troca gasosa, enquanto as arteríolas são responsáveis pela maior resistência capilar. Fluxo nutricional: capilares que fazem trocas com os tecidos ESTRUTURA DO CAPILAR ❖ Camada única de endotélio. ❖ São fenestrados. ❖ Há grande movimento de solutos através das paredes. ❖ O transporte pode ser por osmose, difusão ou pinocitose. ❖ Substâncias com menor peso molecular passam com mais facilidade pelo endotélio. ❖ Nos capilares a velocidade, pressão e resistência ao fluxo é menor. PRESSÃO HIDROSTÁTICA NOS CAPILARES ❖ Quando o sangue está passando dentro do capilar ele possui uma determinada pressão e essa pressão que ele exerce sobre os vasos tende a expulsar parte do liquido do plasma para fora dos capilares. Essa pressão é chamada de hidrostática. ❖ 85 porcento de tudo que sai acaba retornando. ❖ O balanço da força hidrostática e osmótica resulta na filtração. FILTRAÇÃO - FORÇAS DE STARLING ❖ As forças de Starling são basicamente quatro: duas pressões hidrostáticas e duas pressões osmóticas. O balanço delas resulta na filtração. ❖ A primeira é a pressão hidrostática do capilar: essa pressão faz com que haja saída de água e soluto com exceção de proteínas devido ao seu alto peso molecular. O sangue do capilar acaba ficando mais concentrado e essa concentração aciona a pressão osmótica que é a força exercida pelas proteínas do vaso que tendem a fazer com que o líquido retorne para o vaso. No meio extracelular há presença do líquido que extravasou. Esse liquido também exerce uma pressão hidrostática, porém em sentido contrário ao capilar. Essa pressão faz com que o líquido retorne ao capilar. Como no interstício não há proteínas suficientes sua pressão osmótica é nula. ❖ Essas pressões estão presentes tanto no interstício como no capilar, a diferença se dá nos valores delas nos dois lugares. Ou seja, se a pressão hidrostática no capilar é maior tendendo que o líquido saia, no interstício essa pressão será menor e assim o líquido tende a voltar para o capilar. Resumindo Microcirculação Universidade Federal do Rio de Janeiro| Fisiologia – Fernanda Daumas MICROCIRCULAÇÃO ⮚ PH capilar: força líquido e soluto a sair para o interstício ⮚ P osmótica no capilar: força líquido a entrar para o capilar ⮚ PH interstício: força líquido a entrar para o capilar ⮚ P osmótica no interstício puxa água do capilar para o interstício, porém nesse caso ela é nula. De todas as pressões a maior é a hidrostática do capilar. Logo, ela exerce a filtração. SISTEMA VENOSO ❖ Depois que o sangue passa pelas arteríolas ele chega ao sistema venoso. Os primeiros são chamados de vênulas pós capilares. ❖ Essa parte do sistema vai levar o sangue de volta ao coração para o átrio direito. ❖ Retornam o sangue dos tecidos para o coração. ❖ Reservatório que contém até cerca de 70% do sangue da circulação – alta capacitância. ❖ Ajustar o volume de sangue que retorna ao coração (pré-carga) permitindo que as necessidades do corpo sejam alcançadas quando o débito cardíaco é alterado. ❖ São bastante distensíveis (complacentes) e possuem resistência muito baixa ao fluxo ❖ sanguíneo. ❖ Complacência varia com a localização no corpo. ❖ Cada ciclo pode variar o volume de sangue que chega ao coração. ❖ A maioria das veias possuem baixa resistência. PRESSÃO VENOSA CENTRAL ❖ O sangue de todas as veias chega ao átrio direito. Esse sangue é chamado de pressão venosa central. PRESSÃO VENOSA PERIFÉRICA ❖ É todo o sangue que circula pelos tecidos. ❖ A pressão venosa central é regulada pelo balanço do sangue que entra e sai do coração direito. ❖ O aumento do retorno venoso aumenta a PVC o que aumenta a pré carga de sangue no ventrículo e consequentemente o volume sanguíneo. ❖ O aumento do tônus de grandes vasos em todo o corpo aumenta a pressão venosa periférica. ❖ A dilatação das arteríolas diminui a resistência vascular periférica e permite a passagem do fluxo sanguíneo das artérias para as veias rapidamente. COMPENSAÇÕES ❖ As veias podem ser sobrecarregadas pela ação da gravidade. Porem há alguns processos para evitar que isso ocorra. ❖ Contração muscular: a própria contração pressiona a veia contra ação da gravidade ❖ Valvas: se fecham quando o sangue passa e assim impedem que haja refluxo do sangue. A falha nas valvas causa varizes. CONTROLE VASCULAR ❖ O controle vascular é a regulação do fluxo sanguíneo de acordo com a demanda do tecido. Ou seja, se um tecido está realizando maior atividade ele irá precisar receber maior aporte sanguíneo. ❖ Dessa forma, quando há aumento da demanda metabólica a princípio o oxigênio diminui devido a sua utilização pelo tecido. Além disso, se o tecido precisa de maior aporte sanguíneo o sangue começa a passar com maior pressão. Essa pressão chamada de tensão de cisalhamento é detectada pelo endotélio que produz substâncias vasodilatadoras. Isso vai redirecionar o fluxo sanguíneo para essa região. ❖ Nesse caso, esses vasos vão diminuir a resistência vascular fazendo vasodilatação. Assim aumentamos o calibre do vaso, diminuindo a resistência e o sangue passa com maior fluxo. ❖ Uma das substancia vasodilatadoras: óxido nítrico, prostaciclina, serotonina, histamina ❖ Substâncias vasoconstritoras: endotelina e radicais livres. Universidade Federal do Rio de Janeiro| Fisiologia – Fernanda Daumas MICROCIRCULAÇÃO CONTROLE HUMORAL DA CIRCULAÇÃO ❖ O controle humoral da circulação é um controle mediado por hormônios que podem gerar vasoconstrição ou vasodilatação. ❖ VASOCONSTRITORES: catecolaminas, Noradrenalina, Adrenalina, Angiotensina II (Ang II), Vasopressina (AVP ou ADH) ❖ VASODILATADORES: Peptídeo Natriurético Atrial (ANP), Peptídeo Vasoativo Intestinal (VIP) CONTROLE SIMPÁTICO DOS VASOS ❖ O sistema nervoso autônomo também pode controlar o sistema vascular. No entanto, o simpático atua nos vasos e no coração enquanto o parassimpático atua apenas no coração. ❖ O simpático libera noradrenalina no vaso e promove vasoconstrição. ❖ Para relaxar os vasos é preciso haver inibição do simpático. Essa inibição é feita de forma que o neurônio simpático dispare menos seu potencial de ação. Ele não deixa de agir no vaso, mas começa a agir menos intensamente. REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL SISTEMA ARTERIAL ❖ Na sístole ventricular o ventrículo contrai; a valva semilunar se abre; a aorta e as artérias se expandem e armazenam pressão nas paredes elásticas e está sob pressão alta, e dilatando ao tamanho da aorta. ❖ Na diástole ocorre relaxamento ventricular isovolumétrico; a valva semilunar se fecha impedindo o fluxo de volta para o ventrículo; a retração elástica das artérias envia sangue para o resto do sistema circulatório. O ventrículo entra em diástole e aorta retorna para o seu tamanho original e também impulsiona o fluxo sanguíneo à frente. PRESSÃO ARTERIAL MÉDIA ❖ Existe um conceito da pressão arterial média (PAM) que é um cálculo entre o pico de pressão sistólica e diastólica por unidade de área dividido pelo tempo. Fatores determinantes da pressão arterial FATORES FISIOLÓGICOS ❖ Débito cardíaco: frequência cardíaca x volume sistólico.❖ Resistência periférica: se aumenta o débito cardíaco aumenta a pressão; e se aumenta a resistência periférica aumenta a pressão arterial ❖ O débito cardíaco é o volume de sangue ejetado em um minuto pelo coração. Sendo assim ele está intrinsecamente relacionado à pressão arterial. Como ela é a frequência x o débito sistólico qualquer alteração no débito sistólico altera o débito cardíaco. ❖ Então, para diminuir o débito cardíaco: diminuir débito sistólico, diminuição da pré- carga, diminuição do volume diastólico final, diminuição da força de contração, etc. ❖ Para aumentar o débito cardíaco: aumentar essas variáveis. ❖ Resistência vascular periférica: o aumento da resistência vascular periférica aumenta a pressão arterial. Isso porque o aumento da resistência diminui o fluxo do sangue das artérias para as veias. FATORES FÍSICOS ❖ Volume sanguíneo arterial: apenas os rins podem aumentar e diminuir a volemia do sistema circulatório. ❖ Complacência arterial. ❖ Volume sanguíneo arterial: controlado apenas pelos rins. ❖ Complacência arterial: capacidade da artéria de se distender. MECANISMOS DE REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL ❖ A pressão arterial pode ser regulada de duas formas: pelo SNA em um curto prazo ou pelo controle renal por um longo prazo. REGULAÇÃO DA PRESSÃO A CU RTO PRAZO ❖ É um sistema que ocorre a todo momento. Nele temos o sistema nervoso autônomo fazendo diversos controles. ❖ Esse mecanismo é mediado por mecanorreceptores principalmente os barorreceptores, quimiorreceptores e reflexo cardiopulmonar. Universidade Federal do Rio de Janeiro| Fisiologia – Fernanda Daumas MICROCIRCULAÇÃO BARRORECEPTORES ❖ Os barorreceptores estão presentes no arco da aorta e seio carotídeo. Quando há aumento da pressão esses receptores são estirados e detectam esses estímulos. Em seguida essas células ativam o sistema nervoso parassimpático que vão atuar no nó sino atrial diminuindo sua frequência de disparo e contração (bradicardia) para diminuir a pressão arterial. ❖ Também há inibição do simpático resultando em diminuição da força de contração do ventrículo, sendo assim diminui o débito sistólico e cardíaco, logo a pressão arterial. ❖ Pressão arterial elevada: inibição do simpático. Ativação do parassimpático ❖ Pressão arterial diminuída: inibição do parassimpático. Ativação do simpático. ❖ Os barorreceptores podem falhar ao longo da vida de um indivíduo. Se ele constantemente tem pressão arterial elevada esses receptores se acostumam com essa faixa e passam a não interpretar tal pressão como anormal. QUIMIORRECEPTORES ❖ Os quimiorreceptores também se localizam na aorta e monitoram a parte química do sangue. ❖ Eles irão detectar alterações na pressão de o2, co2 e pH sanguíneo. ❖ Eles podem ser quimiorreceptores centrais e periféricos. ❖ Os periféricos monitoram a pressão de o2, co2 e pH. ❖ O central, no entanto, monitora a pressão de co2 e pH. Quando a pressão desse composto aumenta o pH também se eleva. Isso faz com que o controle de respiração no bulbo seja ativado aumentando a frequência respiratória. MECANISMOS DE REGULAÇÃO A LONGO PRAZO ❖ Nesse caso o sistema renal atua regulando o volume de urina (diurese) para o controle da volemia sanguínea e consequentemente da pressão arterial. ❖ Quando a pressão sanguínea está acima da faixa do normal há aumento da excreção de sódio no néfron dos rins e consequentemente de água aumentando o volume de urina e diminuindo a pressão arterial. ❖ Quando a pressão sanguínea está abaixo do normal há diminuição da excreção de sódio e água aumentando a volemia sanguínea e pressão arterial.
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