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ELMAN-Dave-Hypnotherapy_Traduzido pdf

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Hipnoterapia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dave Elman 
Manual de Hipnose e Hipnoterapia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tradução livre de: Amílcar Sá Nogueira 
 
2 
Hipnoterapia 
Introdução 
Durante a minha carreira como hipnoterapeuta e professor de hipnose clinica, 
tenho ouvido e observado muitos dos mais distintos experts no campo da hipnose. 
Sinto amiúde que muito desses experts focam os seus esforços no ensino teórico e 
analítico e virtualmente ignoram as técnicas e os princípios subjacentes que capacitam 
o praticante de rapidamente desenvolver as suas habilidades em usar facilmente a 
hipnose. 
Então eu ouvi Dave Elman no trabalho! Em agosto de 1956, logo após eu ter 
aberto o “ Hypnotism Institute” em Los Angeles, um dos meus estudantes emprestou-
me uma fita-cassete de uma das aulas de Elman para médicos. 
 Apenas alguns minutos de audição tiveram um efeito electrizante sobre mim. 
Eu soube imediatamente que Dave Elman tinha “A FEBRE!” 
 “ A febre” é um termo que eu uso para descrever a qualidade da emoção que 
amadurece, numa intensa dedicação e duradoura devoção do uso da hipnose, como 
uma modalidade importante de tratamento. 
Quando tinha oito anos, Dave viu o seu pai assolado pela dor de um cancro 
terminal. Um famoso hipnotista de palco apercebeu-se da situação, e visitou-o. E em 
apenas alguns minutos de tratamento hipnótico os lamentos e os gemidos foram 
silenciados e a dor foi aliviada. O pequeno Dave foi autorizado a visitar e brincar com o 
seu pai. Dave Elman nunca esqueceu que, foi dado o alívio ao seu pai por um 
hipnotista de palco, após os médicos terem dito que não havia maneira de aliviar o seu 
sofrimento. Enquanto jovem, Elman trabalhou brevemente como hipnotista de palco, 
e foi durante este período que desenvolveu as técnicas de indução rápida que mais 
tarde fizeram os seus ensinamentos tão extraordinários! Nos anos que se seguiram, 
Elman tornou-se um escritor bem-sucedido, director e produtor de emissão de 
programas de rádio, e ensinou estes assuntos na Universidade de Colômbia. Ele tinha 
quarenta e nove anos quando tomou a decisão de mudar a sua profissão e tornou-se 
uma autoridade no ensino da hipnose. Ele reuniu-se com médicos especialistas, 
pesquisou a literatura disponível e desenvolveu o Dave Elman Course in Clinical 
Hypnosis. Apesar de Elman não ter nenhuma graduação avançada nem formação 
científica, ele restringiu a participação para médicos e dentistas. 
 A sua reputação rapidamente espalhou-se e logo fez dele o mais conhecido e 
bem-sucedido professor de hipnotismo da América. 
 Nos dezassete anos seguintes, ele ensinou o curso dele para milhares de 
profissionais em todas as grandes cidades nos Estados Unidos. 
 Este livro, originalmente intitulado “Descobertas na Hipnose”, é o somatório 
das teorias e técnicas de Elman. Foi o primeiro manual usado nos seus cursos e tornou-
se uma obra clássica da literatura do Hipnotismo. Neste grande trabalho, Elman 
desnuda o palavreado académico e pretensioso, criando uma apresentação enérgica e 
dinâmica da hipnose, como uma ferramenta ultra-rápida e incrivelmente eficaz para 
uma gama muito ampla de terapias. Sua atenção detalhada á semântica e na inflexão 
de voz, e a sua capacidade única para gerar a expectativa mental, formam o pano de 
 
3 
Hipnoterapia 
fundo para a sua incrível eficácia com quase cem por cento dos seus sujeitos pacientes. 
Elman deixou-nos apenas um livro e o conjunto de 40 horas de gravações feitas nas 
suas aulas. Os ensinamentos de Elman têm sido uma força esclarecedora e um legado 
enriquecedor para mim. E espero que, você também possa ganhar essa " febre", e que 
a sua emoção e o seu entusiasmo ajudem a manter viva a obra de: 
DAVE ELMAN “Mestre Hipnotista” 
 
 
 
 
 
4 
Hipnoterapia 
 
 
Gil Boyne, Director 
Hypnotism Training Institute of Los Angeles, CA 
Dec.15, 1977 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Hipnoterapia 
Dave Elman 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Westood Publishing Co. 
 Glendale, CA. 
 
 
5 
Hipnoterapia 
 
Conteúdo 
 
Equívocos, Razões e Origens ....................................................................... 6 
Capítulo 1: Minhas primeiras descobertas importantes ........................... 12 
Capítulo 2: Por que é que eu comecei a ensinar hipnose .......................... 21 
Capítulo 3: Como estudar hipnose ............................................................ 25 
Capítulo 4: Factos interessantes sobre hipnose ....................................... 29 
Capítulo 5: Técnica do aperto-de-mão ...................................................... 31 
Capítulo 6: Instruções preliminares Abordagem ao paciente .................... 40 
Capítulo 7: O método “Dois-dedos olhos-fechados” ................................. 44 
Capítulo 8: Hipnose como adjuvante da anestesia química ...................... 51 
Capítulo 9: Incontáveis Métodos de Indução ............................................ 56 
Capítulo 10: Hipnose em vigília e sugestões em vigília ............................. 62 
Capítulo 11: Aplicações da Hipnose em Vigília ......................................... 73 
Capítulo 12: O sonambulismo e a composição de sugestões .................... 81 
Capítulo 13: O estado Esdaile ................................................................... 96 
Capítulo 14: Condicionamento para o parto Hipnótico e Cirurgia ........... 110 
Capítulo 15: A hipnose na odontologia ................................................... 115 
Capítulo 16: A Tartamudez (gaguez) ...................................................... 121 
Capítulo 17: A Obesidade ....................................................................... 134 
Capítulo 18: Fobias e medos mórbidos ................................................... 146 
Capítulo 19: Alergias .............................................................................. 169 
Capítulo 20: Depressões ......................................................................... 178 
Capítulo 21: Revisão, prática e aplicação da hipnoanálise ..................... 186 
Capítulo 22: A hipnose ligada ao sono. Sono-hipnótico.(hipnosono) ...... 211 
Capítulo 23: Perguntas que os médicos fazem frequentemente. ............ 229 
 
 
 
6 
Hipnoterapia 
Introdução 
Equívocos, Razões e Origens 
 
 Apesar dos esforços dos escritores e investigadores científicos, a hipnose tem a 
capa do misticismo vestida há séculos. O próprio termo hipnose, derivado da palavra 
de raiz Grega que significa sono, é enganador. A hipnose está relacionada ao sono 
como a noite para o dia – e não é mais parecido do que a noite é como o dia! Se você 
deixar de lado todas as noções pré-concebidas e examinar clinicamente a hipnose, vai 
descobrir que não se parece, ou se comporta como pensou que seria. A maneira como 
se “comporta” faz deste fenómeno uma ferramenta médica tremendamente valiosa, 
embora os equívocos continuadamente dificultem ou impedem totalmente o seu uso. 
 O conhecimento deste potencial uso para curas, e os danos causados por mal-
entendidos e a desinformação impeliram-me francamente a escrever este livro. Irei 
detalhar mais os meus motivos no primeiro capítulo, mas desejo enfatizar a 
necessidade imediata para o conhecimento hipnótico, e a pesquisa imparcial, se a 
medicina quiser aproveitar essa grande força correctiva, que é o poder da mente 
humana. É meu propósito neste texto transmitir dados valiosos aos médicos, e 
também estender a compreensão da hipnose aos leigos interessados. Este é o único 
meio para remover a capa mística. Você não irá encontrar nenhuma terminologia 
vernácula, ou expressão esotérica aqui introduzida. Eu tenho ensinado hipnose aos 
médicos há muitos anos, e encontrei muitos deles que parecem pensar que podem 
tornar-se hipnotistas especialistas após apenas algumas aulas e sessões práticas. Uma 
vez quenão existe tal coisa como o hipnotizador isso é obviamente impossível! Como 
praticante empregando esta ferramenta, tudo o que você alguma vez fará, é mostrar 
ao paciente como passar a barreira de normalmente acordado ou do estado de sono, 
ao peculiar estado mental conhecido como hipnose. Você não vai hipnotiza-lo; ele vai 
hipnotizar-se a si mesmo. Isso quer dizer que aqueles de nós que usam as sugestões 
não exercem poder algum sobre nenhum paciente. Isso significa que não há nada que 
eu faça, que você não possa fazer na hipnose. 
 Um termo mais preciso exacto para hipnotista é operador hipnótico! Como 
operador você ensina ao sujeito, como alcançar o estado de transe ─ou outros estados 
sobre os quais falaremos mais tarde─ e depois, se o sujeito estiver disposto, você 
estimula a sua imaginação, actuando por assim dizer, como um “piloto de sonho” É 
agradável saber que você pode pilotar a imaginação de quase qualquer um, 
estimulando mais agradavelmente os pensamentos mais intensos do que é geralmente 
considerado possível. Mas repetindo, não confunda esta habilidade de pilotar com 
poder; Eu sublinhei as palavras se o sujeito estiver disposto porque é imperativo o seu 
consentimento. Você não pode transmitir a sugestão a menos que o sujeito esteja 
disposto a aceita-las. Todo o tempo e em todos os estados de hipnose, o sujeito detêm 
o poder de selectividade. Portanto ele reage apenas às sugestões que sejam razoáveis 
e prazerosas para ele. Talvez você já tenha visto demostrações nas quais o sujeito 
actua fazendo palhaçadas extravagantes; a verdade é que aquele sujeito escolheu 
 
7 
Hipnoterapia 
fazer aquelas palhaçadas. Houve sem dúvida, vezes em sua vida, que você 
experienciou sonhos extravagantes. O comportamento estranho que você possa ter 
testemunhado da parte da pessoa hipnotizada, foi apenas similar a um sonho induzido 
pelo operador, pelo “piloto do sonho”. E estranho ou não, parecia razoável e prazeroso 
para o sujeito ou ele teria rejeitado as sugestões. 
 A maioria dos livros modernos de hipnose, sublinha que o sujeito está em 
rapport com o hipnotizador. Como regra eles negligenciam em adicionar que ele 
também está em rapport consigo mesmo, para que possa dar a ele mesmo auto-
sugestões, e com o mundo inteiro. Portanto o sujeito pode facilmente aceitar 
sugestões razoáveis e prazerosas de outras pessoas além do operador, a menos que o 
operador tenha implantado primeiro, uma sugestão negativa a tais sugestões. 
Também tenha em mente o facto de que só porque o sujeito está passível de receber 
sugestões, ele não vai deixar qualquer um controlar. Eu repito que em todos os 
estados de hipnose, o sujeito está no controle e pode seleccionar as sugestões que ele 
vai aceitar. Se surgir a crise de uma sugestão indesejada, o sujeito vai querer despertar 
sozinho do estado de transe, ou continuará, porém simplesmente recusar-se-á a agir 
de acordo com a sugestão. 
 Sob hipnose, uma pessoa tem mais controlo do que apenas a sua selectividade 
ou da sua força de vontade; ela tem controlo sobre todas as suas faculdades excepto 
uma. Ela pode ouvir, ver, sentir, cheirar, provar, falar. Embora as vezes possa parecer 
inconsciente, ela está completamente consciente e pode cooperar. A única excepção 
ao seu controlo é naquilo que eu chamo a faculdade crítica. Se você der uma sugestão 
que agrade e que pareça emocionalmente e moralmente razoável para ela, ela 
aceitará, apesar do facto de que, em situação normal ela talvez possa considerar uma 
sugestão impossível. Por exemplo, você pode sugestionar anestesia, apagar a dor sem 
agentes químicos. Ou você pode induzir á uma recordação ou recuar até uma idade 
precoce, digamos três anos, ou ainda até quando o sujeito tem poucas memórias. 
Regredindo o paciente durante a hipnoanálise você pode levar o processo mental, 
um passo adiante induzindo a ab-reacção; isso é, o reviver da experiencia do passado 
em vez de uma mera recordação. A suspensão da faculdade crítica, não contradiz a 
afirmação de que o paciente está no controlo completo de si mesmo e tem total 
selectividade; ele aceita tal sugestão porque é agradável e é boa para ele. Mas a sua 
faculdade crítica ─a descrença de que essas fantásticas façanhas são possíveis─ é 
contornada na hipnose. Para dizer de outra forma, na hipnose o corpo e a mente são 
igualmente susceptíveis, operando como uma unidade harmoniosa. A hipnose tem 
efeito no inconsciente assim como na mente consciente, e também no sistema 
nervoso autónomo. 
 Quando você conduz a pessoa até ao estado de sugestibilidade e fornece para 
ela sonhos agradáveis, as sensações dela ao “despertar” serão tão físicas quanto 
mentais. Tendo havido uma experiência prazerosa, ela vai sentir-se refrescada e 
revigorada. 
Não obstante estas verdades generalizadas, cada individuo reage 
diferentemente sob sugestão. Para usar hipnose com sucesso, você tem que estar 
 
8 
Hipnoterapia 
habilitado a responder a uma variedade de reacções, portanto, o seu conhecimento do 
fenómeno deverá ser profundo. Se um médico vai ajudar um paciente, este não deverá 
deixar-se ser apanhado de surpresa. 
 Ninguém pode aprender verdadeiramente hipnose por mera observação. Você 
deve experienciar por você mesmo para saber o quão diferente é das descrições que 
geralmente você encontra nos livros. Você irá descobrir como a hipnose é um estado 
prazeroso, e quanto mais souber mais vai desejar experimentar, assim como ser capaz 
de hipnotizar-se. Porque não existe essa coisa de não ser hipnotizável. 
 Uma vez que a selectividade prevalece durante o estado hipnótico, e que o 
instinto de auto preservação não deixa que o sujeito aceite nenhuma sugestão 
prejudicial para si, nunca ninguém foi magoado pela hipnose! 
 Têm sido formuladas inúmeras hipóteses sobre o efeito de induzir um sujeito a 
magoar a si mesmo, conscientemente ou inconscientemente, ou até ser “enganado” 
para cometer algum crime. No entanto não existe nenhum registo como tal tenha 
acontecido. Nós temos conduzido centenas de testes, e em todos os casos uma de 
duas coisas aconteceu quando foi feita uma sugestão impropria: Ou o sujeito rejeita a 
sugestão, ou termina completamente o estado de transe. Eu repito este facto porque 
isso é muito importante para a aceitação da hipnose como ferramenta médica valiosa 
e segura. Os três requisitos necessários para a hipnose são 1) O consentimento do 
sujeito; 2) A comunicação entre operador e sujeito e, 3) Livre de medos ou relutância 
da parte do sujeito em confiar no operador. Sendo estes os únicos requisitos, é óbvio 
que estes autores estão errados quando dizem que alguma técnica em particular 
─fixação por exemplo─ é a única maneira confiável de induzir ao transe. Na realidade, 
não existe limite no número de técnicas que podem ser usadas para desencadear a 
resposta desejada; talvez até você possa dizer que não existe maneira na qual não 
possa hipnotizar uma pessoa, uma vez que saiba como utilizar sugestões. Como pode 
ser visto no acima exposto ─cada um dos itens será tratado com detalhe, em lugar 
apropriado neste livro─ existe uma grande dose de desinformação no que tem sido 
escrito sobre hipnose.Com vista nisso, eu sinto que devo responder aqui as questões 
que o leitor possa ter, como, as minhas qualificações para escrever acerca deste 
assunto e a base para o meu interesse nisso. 
 A primeira questão felizmente é fácil de responder. Eu tenho ensinado hipnose 
aos homens da medicina ─médicos, dentistas, podólogos─ há mais de uma dúzia de 
anos. Eu não tenho formação médica, e por isso não prescrevo tratamentos aos 
pacientes, apesar de a pedido de médicos e com o médico presente, eu tenha 
hipnotizado milhares de pacientes e ajudado com instrumentação ferramentas 
hipnóticas como hipnoanálise e anestesia geral profunda. Tenho feito palestras para 
membros de staffs de hospitais e também palestrado para muitos milhares de médicos 
privados.Eu ajudei na demonstração de partos sem anestesia química para um filme de 
medicina. Entre os meus estudantes melhores sucedidos, há muitos eminentes 
doutores, incluindo líderes de várias sociedades médicas estatais. 
 
9 
Hipnoterapia 
 A segunda questão ─a base do meu verdadeiro interesse neste assunto─ não 
pode ser respondida num único parágrafo. Tenho tido um intenso envolvimento com o 
assunto desde tenra idade, e isso provavelmente aconteceu quando eu tinha cerca de 
6 anos de idade. Meu pai que era estudante de hipnose nessa altura já me falava 
muito acerca disso. Então um dia ele levou-me a visitar uma família que vivia há uns 
quarteirões de nós ─Em Fargo, Norte de Dakota─. Uma jovem moça dessa família que 
tinha gagueira pronunciada profunda, mas quando o meu pai a hipnotizava a gagueira 
dela sumia. 
 Depois quando terminava o transe, a dificuldade dela em falar voltava 
imediatamente. O meu interesse na hipnose fora despertado, embora isso não tenha 
sido muito mais tarde, quando eu aprendi como corrigir a gagueira permanentemente 
por meio da sugestão. 
 Um incidente ainda mais importante ocorreu em 1908, quando eu tinha oito 
anos de idade e meu pai tinha quarenta e dois. Ele tornou-se conhecido de um dos 
grandes hipnotistas da época, um mestre e artista que tinha reputação de realizar 
façanhas surpreendentes. Esse homem soube que meu pai estava a morrer com câncer 
e que sofria com dores intensas. Ele veio a nossa casa, foi ao quarto do doente e em 
poucos minutos aliviou-o da dor. Não foi permitido que eu permanecesse dentro do 
quarto até então, depois do hipnotista sair fui autorizado a entrar. Um pouco antes 
disso eu tinha estado sentado junto a porta e tinha ouvido o meu pai a gemer com 
dores, agora eu entro e ele brinca comigo. Foi a ultima vez que ele brincou comigo, 
mas até onde eu sabia ele ficava absolutamente livre de dores por algum tempo após 
visita dos hipnotistas. Ele morreu algumas semanas mais tarde. Entretanto eu nunca 
esqueci que antes da sua morte foi-lhe dado o alívio que não era considerado possível 
pelos seus médicos. Claro que não entendi naquela altura que mais outros usos 
médicos a hipnose tinha, mas o meu interesse no assunto permaneceu, e tornou-se 
profundo. Logo em seguida, presenciei uma actuação dada pelo mesmo hipnotista, e 
ele permitiu que eu o auxiliasse. Ele disse aos sujeitos no palco que eu iria apertar a 
mão a cada um deles, e quando eu assim fizesse eles entrariam num estado profundo 
de hipnose. Eu apertei as mãos deles…e funcionou! Logo após tentei produzir o 
mesmo efeito, sem sucesso claro, na minha mãe, nos meus irmãos e irmãs, meus 
colegas de escola. No início, não entendia o meu falhanço, mas comecei a ler todos os 
livros sobre o assunto, que pude encontrar nas bibliotecas. O único ponto em que 
todos esses livros pareciam estar de acordo era que a fixação podia ser usada com 
fiabilidade para hipnotizar: você tem que ter o sujeito a olhar fixamente para uma 
lâmpada ou objecto brilhante, os autores instruíam que por um período contínuo que 
durava de três minutos á duas horas para se poder alcançar o estado. 
 Uma vez que nem o meu pai nem o hipnotista tinham usado uma luz, esta 
afirmação dogmática deixou-me confuso. Eu próprio tentei olhar fixamente uma luz, 
mas apenas fiz uma importante descoberta: Olhar uma luz durante uma hora pode ser 
bastante aborrecido. Toda a luz alcançada foi para cansar meus olhos. Talvez, pensei 
eu, isso seja necessário para uma rápida e profunda hipnose. Então perguntei ao meu 
médico dos olhos acerca disso. Ele explicou que o olho humano vê em “leaps and 
 
10 
Hipnoterapia 
darts” ─movimentos horizontais/verticais/oblíquos e focagem/zoom─ etc. E se você 
impedir que os olhos sigam esse hábito natural “leaps and darts”, os músculos 
depressa se cansam. Como demonstração, ele colocou sua mão acima dos meus olhos 
e muito próximo da testa; depois ele baixou sua mão devagar instruindo-me para eu 
continuar olhando, assim fiz. No momento em que estava sob meu queixo, apercebi-
me que meus olhos estavam sonolentos. Agora eu sei como cansar rapidamente os 
olhos das pessoas sem usar a fixação. Isso, eu acredito, que foi o nascimento do 
condicionamento rápido em hipnose. Com a adopção desta demonstração do médico, 
como parte da minha técnica, eu poderia fazer em alguns segundos o que a fixação de 
luz fazia em duas ou três horas. Você vai descobrir que esta técnica de baixar a mão 
acelera consistentemente a indução hipnótica. Eu comecei a ter muito sucesso, nas 
minhas tentativas de hipnotizar amigos adultos assim como crianças. Não desisti de ir 
experimentando até, que durante a minha adolescência o pai de uma garota com 
quem eu saía, disse-me para não voltar mais. Ele tinha ouvido que o sujeito 
hipnotizado poderia ser seduzido pelo operador. Eu calculei que essa pequena 
desinformação poderia tornar-me no rapaz menos popular em Fargo, por isso deixei a 
hipnose de lado e não voltei a isso durante muitos anos. No entanto eu já aprendera 
alguns factos valiosos que não eram do conhecimento geral. A hipnose poderia ser 
usada para aliviar dores crónicas. Isso poderia ser feito quase instantaneamente. O 
maior obstáculo em alcançar esse estado era o medo…mesmo um medo abaixo do 
nível consciente. Ainda hoje, alguns manuais afirmam que um há percentual de 
pessoas que não são hipnotizáveis. Quando a verdade é que remover o medo permite 
que qualquer pessoa possa ser hipnotizada. As outras descobertas descritas acima 
podem igualmente não ser encontradas nos escritos dos especialistas. Quando em 
adulto voltei ao assunto, tentei ir aprendendo...mantendo a mesma atitude e mente 
aberta às experiencias, não aceitando teorias ou dogmas sem o suporte de fortes 
evidencias clinicas. Tal atitude, eu acredito ser essencial para qualquer um que deseje 
participar no melhoramento da arte da medicina. Talvez eu esteja apenas 
reformulando o velho ditado de que a “experiencia é a melhor professora”. De 
qualquer forma eu insisto para que meus estudantes aprendam vendo e fazendo, em 
vez de apenas ouvir palestras ou a ler teorias infundadas. Tenho tentado incorporar o 
mesmo princípio para a escrita deste livro. Na discussão de determinada técnica dada, 
descoberta, teoria ou aplicação de hipnose, haverá pelo menos um excerto 
─normalmente mais─ de gravação de uma sessão hipnótica envolvendo o operador, o 
paciente e médicos participantes. Claro que confidências e identidades foram 
salvaguardadas e ligeiramente editadas onde a ética assim ditava. Alguns materiais 
estranhos que de vez em quando se introduziram na gravação fita ─entradas, saídas de 
médicos na audiência, tosse, declarações de endereços e nomes, interrupções, etc.─ 
foram removidos, aos participantes era permitido falar como falavam. Se alguma 
pessoa usou algum coloquialismo ou um pouco de má gramática, só nessa situação foi 
mudado, sendo chamado para clarificar o significado. Afinal de contas, a personalidade 
de uma pessoa, emoções e respostas são expressadas nas palavras que realmente usa, 
não em termos técnicos ou alterações gramaticais. 
 
11 
Hipnoterapia 
 Descrições enquadradas de acções não-verbais ou comunicações ─tais como *o 
acenar da cabeça do paciente...a recusa em responder... ou começa a sorrir... ou 
tosse... ou abre os olhos+ e idênticas─ estão incluídas na forma de indicações de palco. 
Isso é feito em primeiro lugar, por uma questão de clareza, e em segundo ─e mais 
importante─ porque a observação das reacções é vital para o sucesso na aplicação 
médica da hipnose. Tendo feito as observações introdutórias que eu penso serem 
importantes para o estudo adequado do assunto, já é tempo para iniciar descobrindo 
sobre a hipnose. Tenho apenas um comentário a acrescentar antes do lançamento do 
próprio estudo: Meus sinceros agradecimentos aos milhares de médicos que foram 
meus alunos. Assim como eu fui professordeles, eles também me ensinaram. 
 
 
12 
Hipnoterapia 
Capítulo 1: Minhas primeiras descobertas importantes 
 
 Eu ensinei hipnose para homens de todos os ramos da medicina. Naturalmente, 
eu usei muito material didáctico, incluindo abundantes esboços e anotações, mas eu 
nunca me apoiei em nenhum manual. A ideia de escrever um livro de minha autoria 
sobre o assunto foi-me sugerida pelos médicos, dentistas e podólogos. Finalmente eu 
agora estou a agir sob sugestão. 
 Por quê? Uma explicação pode ser encontrada em duas comunicações que 
recebi, enquanto recuperava de uma doença grave. 
 A primeira delas foi um telegrama que veio de longe da Califórnia. Era de 
alguém que eu não conhecia, alguém que nunca tinha estudado comigo. E lia-se: Você 
vai ensinar em Los Angeles em breve? Sou psiquiatra. O que você sugere? 
Sinceramente.” 
 A segunda foi a carta de um médico de outro campo. Ele vive em Detroit e é um 
ex-aluno meu. Ele tinha estudado comigo cerca de sete anos antes. Ele escreveu em 
parte: Estou certo de que nenhum dos médicos em Detroit dos que foram seus 
formandos tinha conhecimento de que você estaria doente, por seu nome ser 
frequentemente mencionado com carinho por todos os seus ex-alunos ─e bastava 
apenas um saber─, estou certo de que nós todos teríamos ouvido falar acerca 
disso...Todos têm a esperança de que quando você estiver completamente 
recuperado, Detroit esteja no seu itinerário. Estamos ansiosos para vê-lo...Comprei 
tudo que você gravou, de maneira que os meus rapazes terão acesso ao máximo 
possível do seu trabalho nos anos que virão…Eu sei qual a visão percepção que você 
me deu sobre a mente humana, e lamento de que não esteja assegurado que eles 
venham a ter a mesma vantagem, Dave. Se o seu curso deixar esta terra consigo, isso 
será uma grande tragédia. Muito sincero.” 
 Naturalmente, estas duas comunicações juntas com muitas outras de idêntica 
natureza, afectaram-me profundamente. 
 Estes amigos, o conhecido e o desconhecido, merecem consideração. 
 Assim também como todos os praticantes de medicina que trabalham no duro 
para aliviarem sofrimentos. 
 Assim também como os seus pacientes. Se de alguma maneira o meu 
conhecimento poder ajudar, então este livro terá servido uma boa causa. 
 Primeiro, quero deixar claro minhas limitações nas discussões sobre temas 
médicos: Eu não sou doutorado. Não existe nenhuma graduação titulo a seguir ao meu 
nome. Sendo leigo eu não reclamo nenhum conhecimento de medicina. No entanto, 
várias centenas de médicos têm sido meus estudantes. As circunstâncias têm-me 
permitido trabalhar com literalmente milhares de médicos, dentistas e podólogos. Eu 
comecei a ensinar á médicos o uso profissional da hipnose há muitos anos atrás, e 
deixei bem claro para cada médico que assistia minhas aulas que não tenho nenhum 
conhecimento de medicina; tudo que eu poderia ensinar para eles era a hipnose 
profissional, e uma vez sabendo o que se poderia fazer com a hipnose, eles teriam que 
 
13 
Hipnoterapia 
juntar seus próprios conhecimentos com o que eu ensinaria por forma a criar algo de 
útil proveitoso. Ainda hoje é esse o caso. 
Aquilo que ofereço aqui não é uma investigação da medicina, mas a história das 
minhas descobertas na hipnose. 
O meu trabalho com os homens da medicina permitiu-me fazer importantes 
pesquisas. 
Não muito depois de eu iniciar o ensino, os médicos começaram a pedir para 
ajuda-los com pacientes que não tinham patologias orgânicas, mas, que ainda assim 
estavam muito doentes. Não havia explicação médica para as suas doenças. Deixem-
me dar um exemplo que conduziu á uma descoberta importante. 
 Foi em 1950 que um psiquiatra de uma das minhas turmas falou-me acerca de 
uma mulher, sua paciente, que sofria com dores severas de natureza inexplicável. 
Foram feitos todos os testes médicos, e esses testes mostravam que a paciente estava 
de boa saúde. 
 Porém a dor era intensa, e o psiquiatra estava “perdido” na ajuda. Poderia a 
hipnose revelar a causa dessa condição? Pedi ao psiquiatra para trazer essa mulher 
para minha casa, e eu veria o que poderia ser feito. Interroguei-a demoradamente e 
fiquei a saber que ela não tinha consciência de ter tido tal dor até a altura de uma 
intervenção que fizera á vesícula biliar. A dor tinha começado quase imediatamente a 
seguir à intervenção cirúrgica, ainda assim, ela tinha recuperado com alguma 
facilidade. Prossegui colocando a paciente num estado hipnótico conhecido como 
sonambulismo, e percebi que suas declarações eram verdadeiras. Não tinha havido dor 
comparável àquela antes da operação. Minha investigação apenas confirmava aquilo 
que o psiquiatra já me tinha falado. O psiquiatra perguntou-me se eu estaria disposto 
em trabalhar com a mesma paciente no seu consultório. Eu concordei em faze-lo. 
Quando eu cheguei, ele estava ocupado com outro caso e perguntou se eu poderia 
iniciar com a paciente enquanto aguardava por ele. Ele deixou a sala e a paciente 
prontamente acedeu ao estado de sonambulismo. Nós cobrimos grande parte do 
mesmo chão, demos os mesmos passos, até que ocorreu-me que se a dor começou 
apenas depois da operação, a sua causa poderia ser a operação em si. Mas a paciente 
tinha sido anestesiada profundamente durante a cirurgia. 
 Como poderia eu saber o que havia acontecido naquela sala de cirurgia? 
 Decidi colocar a mulher num estado de hipnose muito mais profundo. Eu 
chamo a esse estado de Hipnosono. Pesquisas recentes confirmaram que de facto esse 
é considerado o estado de hipnose mais profundo possível. E foi neste profundo 
estado de hipnose que eu tive a paciente a reviver as suas experiências, de como foi 
sendo levada para sala de operações. 
 Mais perguntas revelaram que ela poderia reviver revivenciar a operação 
inteira, dizendo exactamente o que ocorreu na sala de operações enquanto estava 
aparentemente inconsciente e perdido o sentido de audição. Ela conseguia dizer 
exactamente o que o anestesista, o cirurgião e o seu assistente disseram, mesmo 
depois da anestesia química ter surtido efeito. Uma das coisas que ela terá ouvido e 
que parecia afecta-la violentamente na ab-reacção ─o reviver revivenciar da 
 
14 
Hipnoterapia 
experiencia─ foi o que o cirurgião terá dito após efectuar a incisão expondo a vesícula 
biliar a vista. Ele havia comentado “Olha para esta vesícula biliar…Ela jamais será a 
mesma depois disto!” 
 Perguntei á paciente o quê que aquela afirmação significava para ela e ela 
respondeu, “Eu penso que isso significa que já não serei bem uma mulher depois da 
operação. “Eu expliquei a ela que o doutor realmente quis fazer uma afirmação de 
encorajamento, mas teve o infortúnio de usar as palavras erradas, e que a dor de que 
ela padecia iria diminuir ─e antes da visita terminar a dor desvaneceu-se 
completamente─. Agora ela estava livre de dor pela primeira vez desde a operação. Os 
relatórios subsequentes do psiquiatra eram no sentido de que a paciente estava indo 
lindamente. Nunca me ocorreu de que um paciente pudesse reviver o que havia 
sucedido durante uma anestesia completa geral. Tal como qualquer um, nessa altura 
eu também pensava que esses pacientes não podiam ouvir nem lembrar o que se 
passava a volta deles. Ora, inadvertidamente, eu tinha tropeçado num facto 
surpreendente. Aqui, foi a paciente que, não só conseguiu ouvir sob anestesia química, 
como pode reviver revivenciar todas as coisas que aconteceram ao seu redor durante a 
operação. Eu decidi ver se era possível fazer isso com outros pacientes. Talvez muitas 
das “doenças inexplicáveis” tenham sido causadas por comentários indiscretos feitos 
por um cirurgião, anestesista ou enfermeira durante a cirurgia. Eu induzi outros 
pacientes a reviverem as suas operações sob hipnose e a darem-me os detalhes. Para 
minha surpresa pessoas após pessoas foram capazes de me dar informações das quais 
aparentemente não tinham no nívelconsciente, e após verificação com médicos, 
descobri que essas informações seriam absolutamente precisas correctas. Então 
depois passei essa descoberta para os meus estudantes, todos eles médicos, com a 
sugestão de que quando tratassem um paciente com doença de origem desconhecida 
após cirurgia, eles deveriam procurar pela causa na sala de operações. Depois que 
obtive relatórios suficientes de médicos que foram capazes de duplicar o que eu tinha 
feito, comecei a aludir referir na sala de aulas que os médicos e seus assistentes 
deveriam ser cuidadosos com o que falavam apesar do paciente estar inconsciente e 
aparentemente incapacitado de ouvi-los. 
 Também me ocorreu que, se o paciente pode ser influenciado por afirmações 
infelizes negativas nas salas de operações, este também poderia ser influenciado por 
afirmações boas positivas, enquanto estivesse em anestesia profunda. Isto tornou 
possível a subsequente descoberta importante: Ao paciente poderia ser dada a 
sugestão de manter a anestesia mesmo depois do efeito da anestesia química ter 
terminado, tornando assim mais fácil a recuperação. Este foi o meu primeiro achado 
importante no uso da hipnose; e tem sido substanciado comprovado por muito muitos 
cirurgiões e psiquiatras. 
 Interessantemente, eu fiquei a saber que há alguns anos um médico da Costa 
Oeste tinha iniciado experiências na mesma linha e fez descobertas semelhantes. Esse 
doutor não foi meu aluno, e não nos conhecíamos até há dois anos atrás. Ele enviou-
me vários e interessantes documentos que têm sido publicados em jornais de 
 
15 
Hipnoterapia 
medicina, confirmando outra vez que um paciente consegue ouvir enquanto está sob 
anestesia profunda. 
 A esse respeito, recordo de um incidente que foi gravado em fita na sala de 
aulas. Isso aconteceu em San Antonio, Texas. Eu tinha dado essa informação aos meus 
estudantes quando um dos médicos na aula discordou veementemente comigo, mas 
admitiu que se o que eu disse é possível, então isso foi uma contribuição importante 
para o conhecimento da medicina. Ele comentou que há alguns anos antes tinha 
sofrido uma grande intervenção cirúrgica, e não tinha a menor lembrança do que se 
passou após a anestesia que lhe foi dada. Perguntei se ele gostaria de “reviver” e saber 
exactamente o que aconteceu. Ele disse que gostaria de experimentar, mas que não 
acreditaria em nada do que viesse disso. Coloquei-o no estado o qual chamo hipno-
sono e fi-lo reviver a operação com detalhes. Durante a ab-reacção, ele exclamou: 
“Então foi por isso que eles fizeram uma incisão tão longa”. Depois de o despertar do 
estado, o balanço da sessão foi gasto discutindo a operação deste médico, entre as 
coisas que ele não sabia antes da hipnose, e as coisas que agora sabia e entendia. Ele 
era o mais entusiástico. Ele enviou a fita da gravação que fizera, ao doutor da Costa 
Oeste que estava a fazer pesquisas nessa área, e foi então que a fita da gravação foi 
enviada para mim. Encontrará uma transcrição desta hipnoanalise, mais a frente num 
capítulo deste livro, quando discutirmos uma fase da hipnose conhecida como hipno-
sono. Isso será provavelmente muitos anos antes dos médicos no mundo inteiro 
aceitarem o facto de que, os pacientes sob anestesia completa geral mantêm o sentido 
da audição e que a mente está funcional ainda que seja num nível abaixo do nível 
consciente. No entanto foram escritos alguns artigos por médicos de alto renome que 
justificam esses factos; os quais foram provados em mais de duzentos casos. Quando a 
actividade mental sob anestesia for aceite, isso conduzir-nos-á á mais valiosas 
descobertas. Visto que a mente funciona num nível abaixo da atenção consciente 
quando o paciente está inconsciente, é razoável colocar a seguinte questão: “Há 
alguma possibilidade de que uma pessoa que é feita inconsciente por um acidente ou 
qualquer outro meio, ainda mantenha seu sentido de audição, e que a mente da vítima 
ainda esteja a trabalhar mesmo que a consciência esteja abaixo do nível consciente”? 
Creio que são aconselhadas mais pesquisas embora eu não faça nenhuma exigência 
neste livro de que seja esse o caso! Antes de descrever um segundo achado 
importante que fiz através da hipnose, vale a pena mencionar que os incidentes na 
sala de aula foram registados com precisão enquanto decorriam. Por muitos anos 
minha esposa, que era especialista em taquigrafia estenografia, transcreveu cada 
palavra falada na aula. Mais tarde, começamos a gravar as aulas sessões. Dessa 
maneira pude rever cada sessão em privado, apreender o que os doutores precisavam 
saber acerca da hipnose por forma a usarem efectivamente. A técnica também me 
permitiu detectar algum engano que eu possa ter cometido nos ensinamentos e 
corrigi-los durante a aula seguinte. Vamos agora ao segundo importante achado 
efectuado pouco depois que comecei a ensinar aos médicos o uso profissional da 
hipnose. Uma noite, um médico industrial que frequentava as aulas anunciou com 
grande entusiasmo que em vinte e quatro horas, tinha aliviado da impotência, dois 
 
16 
Hipnoterapia 
pacientes masculinos. Os outros médicos da aula, ficaram pendidos a zombar do que 
ele anunciara. Continuando, ele insistiu que já tinha ajudado dois homens. Aqui está o 
que disse: “Tinha havido um pequeno acidente na fábrica e estava a tratar as lesões de 
uma das vítimas. Quando ele estava a sair do escritório, disse-me, “Quem me dera que 
você tratasse do meu real problema tão bem como tratou dessas pequenas coisas.” Eu 
perguntei que problema real era o dele, e ele respondeu, “impotência e tenho isso há 
muitos anos.” Perguntei como isso começou e ele disse-me que começara após as suas 
primeiras férias longe de sua esposa. Ele tinha ido para Florida e enquanto lá esteve, 
teve relações com uma mulher desconhecida e contraiu gonorreia. Foi a um médico e 
rapidamente ficou curado, mas ficou com tal sentimento de culpa que não teve 
coração coragem para voltar para casa em New Jersey. Passaram-se dez semanas após 
o doutor dizer que estava curado, antes de ele conseguir coragem suficiente para 
voltar á sua casa. Quando o fez foi incapaz de retomar as relações familiares sexuais. 
Ele tem tido um casamento muito infeliz desde então. 
 “Hipnotizei o homem e disse que ele já tinha punido a ele próprio tempo 
suficiente, enfatizei que por se punir, ele também puniu a sua esposa e destruiu um 
casamento feliz; que dai em diante ele cessaria de se punir e que achar-se-ia bastante 
capaz de retomar as relações familiares sexuais naquela mesma noite. Depois trouxe-o 
para fora do estado de sonambulismo, e dei-lhe um pouco mais de encorajamento e 
mandei-o embora.” Na manhã seguinte ele veio ao meu consultório, trazendo outro 
amigo da fábrica com ele. Ele disse. “Doutor, isso funcionou tão bem para mim, talvez 
você possa ajudar meu amigo ele tem o mesmo problema, e tem-no há algum tempo. 
”Inquiri o segundo homem para que me contasse os seus problemas, e ele disse-me. 
“Casei-me há alguns anos atrás. Tenho quarenta e cinco anos e fui casar com uma 
moça de vinte e um anos. Na nossa noite de casamento, meus amigos começaram a 
brincar comigo. Eles disseram que eu não conseguiria “fazer bem” ser activo com uma 
moça de vinte e um anos e que eu era um velho fanfarrão e não conseguiria ser 
realmente um marido para uma moça que tem metade de minha idade. Eu devo ter 
acreditado neles porque estamos casados há mais de quatro anos e ainda não 
consumamos o nosso casamento.” 
 “ Coloquei o segundo paciente em sonambulismo e fui sobre para a sua história 
outra vez, e depois disse-lhe que seria tão potente como qualquer um para o resto da 
sua vida e que seria capaz de consumar o seu casamento imediatamente. Despertei-o 
do estado, falei para ele um pouco mais sobre o assunto, e ele informou-me que foi 
capaz, que a condição fora completamente corrigida e que o casamento fora 
consumado.” O doutorcontou bem a história. De facto tão bem, que os outros 
médicos mudaram a sua atitude e perguntaram sobre o que eu sabia acerca de usar 
hipnose para correcção de impotência. Eu disse a eles que sabia muito pouco acerca 
disso, mas se houve sucesso nesse dois casos, talvez fossemos bem-sucedido em 
muitos mais casos. Aconselhei-os á experimentarem e verem. Eles experimentaram 
nos casos em que todas as patologias tinham sido descartadas. Pouco depois os 
médicos começaram a relatar os sucessos, eles notaram que enquanto alguns casos de 
impotência eram causados pelo uso de certos medicamentos, por patologias, ou 
 
17 
Hipnoterapia 
cirurgia, cerca de noventa por cento de toda a impotência tinha base emocional. 
Nesses casos em que o distúrbio emocional era o culpado, eles tiveram sucesso muitas 
vezes. Ocasionalmente, entretanto, tocava o telefone e um médico poderia dizer 
qualquer coisa como isso, “Funcionou em dois casos, mas não funcionou nada com o 
terceiro homem em quem experimentei. O que eu poderei ter feito de errado?” Disse 
a esses médicos que eu não tinha a mais pequena ideia do que eles haviam feito de 
errado, e que não eu sabia porque é que com alguns funcionava e com outros não. 
Então começaram a perguntar se eu poderia ir aos seus consultórios ver se conseguiria 
descobrir por que é que eles tinham falhado ocasionalmente. Essas chamadas as vezes 
chegavam as três ou quatro num dia. 
 Quando fui aos consultórios dos médicos e observei-os a trabalharem, 
rapidamente os motivos das falhas tornaram-se evidentes. Eles eram bem-sucedidos 
em quase todos os casos onde os pacientes sabiam a causa da impotência ao nível 
consciente. Como os casos já mencionados. Não foram tão bem-sucedidos quando o 
paciente foi incapaz de enunciar ao médico a causa. Por meio da hipnoanálise, quando 
foram determinadas as causas da impotência, e uma vez descoberta; os problemas dos 
pacientes podiam ser prontamente serenados. Os resultados foram espectaculares. 
Rapidamente estava a trabalhar com mais casos de impotência do que os que podia 
lidar trabalhar, de cada vez que um médico tivesse um insucesso eu seria chamado 
para fazer hipnoanálise. 
 Penso que foi menos de um ano depois que um dos médicos na aula 
perguntou; ”Se as técnicas de hipnose parecem funcionar tão bem nos problemas de 
impotência, porque é que não funcionariam igualmente tão bem com a frigidez 
quando não havia presença de alguma patologia? Frigidez, claro, é a equivalente 
congénere no feminino do problema masculino.” Eles deram a ideia de um teste, e 
começaram a chegar chamadas de médicos entusiasmados com dizendo que eles têm 
sido capazes de corrigir frigidez por meio de técnicas hipnóticas. Quando faziam esses 
relatórios nas aulas, sempre havia um ou dois médicos que poderiam dizer, “ Bem, 
talvez vocês tenham sido bem-sucedidos, mas eu não fui. Experimentei e não 
funcionou. O que fiz de errado?” Foi fácil verificar que a mesma situação existia na 
frigidez como existia na impotência: Sempre que o paciente soubesse da causa da 
frigidez no nível consciente, era tornava-se bastante fácil de aliviar atenuar; mas 
quando o paciente foi incapaz de indicar a causa, os médicos falharam. Novamente, a 
hipnoanálise era a resposta. Foi iniciada uma longa série de hipnoanálises em 
mulheres e os resultados foram gratificantes. Fomos capazes de descobrir a causa da 
frigidez, dar a paciente a percepção do problema, depois traze-la para fora do estado 
— hipnótico-- e discuti-lo exaustivamente completamente. Umas após outra, estas 
mulheres puderam relatar que já não tinham mais preocupações problemas com a 
frigidez. 
 Posso seguramente dizer que nos primeiros quatro ou cinco anos de ensino 
nunca falhei na correcção de um caso de impotência. Contudo os resultados não foram 
tão consistentes com casos de frigidez, e eu creio firmemente que o motivo para a 
minha inabilidade em alcançar resultados espectaculares foi a natural reserva 
 
18 
Hipnoterapia 
retraimento das mulheres. Um homem revelará os seus problemas sexuais a outro 
homem. Mas uma mulher modesta, mesmo percebendo isso ou não, frequentemente 
retém informação vital que os médicos precisam para ajuda-la. Quando uma médica 
está a trabalhar com casos de frigidez, ela sabe como que é a mulher irá falar dos seus 
problemas e portanto torna a recuperação da frigidez fácil de aliviar atenuar. Isso tem 
sido corroborado por muitos relatórios que tive de médicas. Há um médico em 
particular que me disse muito seriamente, “Eu costumava pensar que era um médico 
de clinica geral. Agora descobri que meu tempo é ocupado dia e noite com problemas 
de frigidez e que o que você me ensinou capacitou-me a bater alcançar uma grande 
percentagem de sucesso.” 
 Os médicos podem muito bem guiar-se por estes achados descobertas; 
nomeadamente, que após ter sido descartada a patologia, existem apenas dois tipos 
de impotência e apenas dois tipos de frigidez. Tipo A é quando a causa da impotência 
ou frigidez é conhecida ao nível do consciente, e tipo B é quando a causa da 
impotência ou frigidez não é conhecida ao nível do consciente mas é retida na mente 
abaixo do nível de consciência. 
* * * 
 É minha crença que estas descobertas, e outras que irei relatar, podem muito 
bem ser utilizadas por médicos que leiam este livro. O entusiasmo do público por 
artigos sobre medicina mostra que tais conclusões são também interessantes para os 
leigos. Portanto vou descrever e documentar na íntegra. Entre as chamadas por ajuda 
que recebi dos meus estudantes ─médicos e dentistas─, uma foi particularmente 
interessante: Esta foi a situação conforme me foi revelada por telefone por um 
obstetra: “ Tenho uma paciente no hospital que está em estado catatónico há mais ou 
menos setenta e duas horas. A mulher está grávida. Ela está sentada na cama e 
nenhum de nós parece capaz de “chegar até ela.” Vários psiquiatras já foram 
chamados e depois da consulta eles decidiram que o único tratamento médico que iria 
ajudar seria a terapia de choque. A Madre Superiora do hospital é violentamente 
contra a terapia de choque neste caso, porque ela tem impressão de que se for dado 
um determinado número de tratamentos de choques, a mulher irá abortar. Por isso ela 
não permitirá terapia de choque neste caso. Existe alguma coisa que você possa fazer 
para ajudar esta paciente?” 
 Naturalmente, eu lembrei ao obstetra que eu não era médico, e que não era 
suposto trabalhar num hospital. Ele disse, “Dave isto é uma emergência e os 
psiquiatras pediram-me para o chamar. Está sendo dada a você, permissão para 
trabalhar com esta paciente no hospital sob minha direcção e dos psiquiatras. 
Estaremos aqui consigo” 
 Eu nem sabia se conseguiria ajudar a paciente, mas certamente estava disposto 
a tentar uma vez que isso seria feito sob supervisão medica. Foi-me mostrada a cédula 
relatório hospitalar da paciente; eu não entendi nada, mas o obstetra explicou-me o 
que os registos da cédula relatório revelavam. 
 Ele também apresentou-me á vários dos psiquiatras. Depois, o obstetra e um 
casal de psiquiatras levaram-me para dentro do quarto onde a paciente estava sentada 
 
19 
Hipnoterapia 
erecta na cama. Ela estava imóvel ao olhar fixamente a parede em frente, sem mover 
um músculo, e nem sequer virou a cabeça quando me aproximei da cama dela. 
 Fiquei em silêncio por um momento, sem saber o que fazer. Então disse para 
ela, “Você deve ter tido um enorme problema que lhe deixou assim num estado tão 
terrível “Ainda hoje lembro-me que foi tudo o que eu disse a ela, mas, disse-o com 
uma voz bastante complacente. Ela rodou lentamente a cabeça na minha direcção e 
disse, “Eu tenho.” Então começou a chorar. Perguntei-lhe “Você quer me dizer que 
problema é esse? Talvez eu possa ajudar.” Ela disse, “Eu não acho que alguém me 
possa ajudar” e simplesmente continuou a chorar. Eu disse, ”Se vocêsimplesmente 
seguir minhas instruções, talvez fique mais fácil para você falar e dizer-me o que é que 
lhe está a incomodar. Você estaria disposta a seguir as minhas instruções?” No meio 
de lágrimas, ela disse, ”Farei qualquer coisa se você puder ajudar-me.” 
 Coloquei-a em hipnose e depois obtive esta história surpreendente dela. 
Parecia que ela era a mãe de uma criança com três ou quatro anos. O marido dela era 
veterano da Segunda Guerra Mundial que trabalhava de noite, chegando á casa cerca 
das 2:00 de madrugada. Quando ele estava no exército tinha sido dado a ele uma 
licença muito curta antes de ser enviado para o exterior. E foi nessa noite que ela ficou 
grávida de sua primeira criança. O marido estava no exterior quando a criança nasceu. 
Depois que a guerra acabou e ele voltou para casa. Ele começou a provocar a esposa, 
dizendo “Você tem a certeza que que sou o pai?” Ele talvez tenha falado isso a zombar, 
mas a mulher nunca esteve certa se realmente estava a brincar ou se quis mesmo dizer 
o que disse. 
 Eles viveram felizes por muitos anos, durante os quais sempre que ele tivesse 
bebido trazia á tona o assunto outra vez. Então ela ficou grávida a segunda vez, e 
depois que se passaram alguns meses foi ao obstetra para confirmar a gravidez. 
Quando o obstetra disse que realmente estava grávida ela ficou muito feliz. Ela foi para 
casa com intenção de dar a boa noticia ao marido. Aguardando o marido em casa que 
vinha do trabalho às 2:00 AM, ela esperou por ele no entanto, ele apenas veio as 5:00 
da manhã. Ele tinha bebido e estava bastante alterado. Antes de falar da gravidez, ela 
perguntou-lhe sobre o que o teria ocupado até tão tarde, e ele respondeu-lhe,” Hoje 
fui ao médico e ele deu-me algumas notícias horríveis, O médico disse-me que eu não 
só era impotente mas também estéril.” 
 Agora a pobre mulher tinha um grande dilema. O que ele iria dizer acerca do 
segundo bebé? E foi quando ela ficou tão perturbada emocionalmente que baixou no 
hospital em estado catatónico. Com hipnose profunda, eu obtive os seus 
pensamentos. E eles eram algo como isso: “Se ele era impotente e estéril, como que 
diabos eu fiquei grávida? Ele é o único homem com quem estive. O que meu marido 
vai dizer quando descobrir que estou grávida?” O obstetra e eu fizemos o melhor para 
apazigua-la, dissemos que falaríamos com o marido dela. Quando a emergimos da 
hipnose ela já não estava catatónica, mas continuava uma mulher muito perturbada. O 
médico entrou em contacto com o marido dela, e nessa noite minha esposa, eu e o 
obstetra conhecemos o marido dela em casa do médico. O doutor questionou-o acerca 
da impotência e esterilidade, querendo saber que médico havia dado esse diagnóstico 
 
20 
Hipnoterapia 
e quando. O marido riu e disse, “Eu, não sou impotente nem estéril. Nenhum médico 
disse isso. Eu embebedei-me e estive fora até tarde e pensei que seria um álibi 
engraçado, então concebi isso a caminho de casa.” O médico e eu ficamos espantados. 
Então o médico lançou-se ao marido, e falou-lhe que esse tipo de coisas não era 
engraçado e dos danos que isso tinha sido. Nessa altura, o marido estava chateado e 
continuou a protestar dizendo que tinha estado a zombar da mesma maneira como 
havia troçado todos estes anos acerca do seu primeiro bebé, sabendo muito bem que 
o bebé era seu. 
 Então o médico disse, “Vou levar-lhe ao hospital e você vai contar a verdadeira 
história para sua esposa, e eu vou estar lá para o ouvir falar.” Resultado: A mulher 
ficou bem e mais tarde deu a luz um bebé saudável. 
 Este incidente ilustrou outro achado importante, tão importante como simples: 
Há momentos em que uma palavra gentil chegará melhor á um paciente, enquanto 
todas as outras formas de terapia falharam. 
 
 
 
21 
Hipnoterapia 
Capítulo 2: Por que é que eu comecei a ensinar hipnose 
 
 Ao escrever este livro, é meu anseio fazer mais do que entreter. É meu desejo 
ensinar, tornar conhecidos certos achados. Estou confiante de que os médicos entre 
vocês, após lerem acerca das minhas observações, testarão sua validade através da 
pesquisa clinica, e assim provarão a verdade das minhas teorias. Se eu conseguir ter 
você a considerar este livro como informativo, como texto digno de estudo, eu terei 
cumprido o meu propósito. Tenho frequentemente constatado que ensinar ─É a 
oferenda de perspectivas que permitem a um aluno assimilar, armazenar e usar 
conhecimento ─é melhor realizado pela narrativa das experiencias de professores. 
Pode bem ser, por conseguinte, para completar a sua introdução às minhas 
descobertas, recontando algumas das minhas mais recentes experiencias. Eu nunca 
contei a história completa de como aconteceu de eu voltar para a prática da hipnose 
depois de abandona-la durante a minha juventude por aquilo que foram razões 
socialmente estratégicas. Pois embora tenha desistido da hipnose aos catorze anos, eu 
fui estudar o assunto. A noite eu costumava ficar acordado analisar o que eu havia 
feito com hipnose. Eu perguntava-me porquê que eu tinha sido capaz de fazer 
acontecer certas coisas que aparentemente antes ninguém tinha pensado fazer. Eu 
ficava a imaginar o que tornou essas coisas bem-sucedidas 
 Foi mais ou menos nessa altura que tornei-me “viciado em palco” Sou 
extrovertido por natureza, e gosto do sentimento sensação de estar diante de 
audiência a fazer alguma coisa para surpreender as pessoas. Se eu não podia fazer com 
hipnose, de alguma forma eu iria fazer. E assim tornei-me performer. Sendo um 
amante da música, comecei a escrever canções que nunca se tornaram populares. 
Quando uma dessas canções foi finalmente aceite por W.C.Handy (músico de blues), 
vim para Nova Iorque a pensar que sobre a sua tutela eu poderia tornar-me num 
famoso escritor de canções. Eu iniciei a trabalhar com ele como promotor de canções, 
promovendo não só suas canções mas também as minhas. Casualmente, eu consegui 
um trabalho como escritor, performer artista e produtor de rádio para a CBS e em 
breve era bastante bem-sucedido. Não tinha de depender da hipnose para ganhar a 
vida, e não mencionei meu conhecimento para ninguém. Em 1937, eu concebi a ideia 
para um show de rádio chamado Dave Elman Hobby Lobby O sucesso do show foi 
instantâneo. Em 1941, eu mudei de patrocinadores. Colgate-Palmolive-Peet Company, 
compraram o show, e estávamos a fazer preparações para a primeira performance. O 
director do show disse-me, “Temos que fazer esse primeiro show sensacional. Qual era 
o Hobby mais sensacional que poderíamos colocar no ar?” Eu disse-lhe que tinha 
recebido há pouco uma carta de um tipógrafo de Filadélfia alegando que seu hobby 
era hipnotismo e que se ofereceu para ir ao ar e hipnotizar as pessoas que estariam 
sentadas noutra sala. “Se ele pode faze-lo,” comentou o director, “Ele fará um spot 
sensacional para o show da abertura.” 
 O homem chegou de Filadélfia, e eu coloquei-o nuns testes exaustivos. Este 
homem sabia muito do assunto hipnose, porém ele não se apercebeu que estava 
 
22 
Hipnoterapia 
sendo testado por alguém que também entendia do assunto. Ele cumpriu o teste 
lindamente, e eu estava consideravelmente impressionado por ele. A única coisa que 
me preocupava era que ele havia dito que levaria pelo menos entre três á seis minutos 
para cumprir o desafio, e eu senti que se ele levasse mais de três minutos haveria um 
spot terrivelmente aborrecido no show. Eu dei-lhe uma audição teste onde ele provou 
que conseguiria realizar o feito em três minutos. Isso incrementou consideravelmente 
o meu respeito por ele. Colocámo-lo no ar e a aceitação em todo país foi fantástica. Á 
performance ganhou o “premio Variety”, por ter sido o show de rádio mais dramático 
de 1941. Nessa altura minha esposa trabalhava como minha secretaria, e claro que 
observou o meu trabalho com o hipnotista. Ela disse-me “ Você mostrou ao hipnotista 
o que fazer, certo? Penso que você sabemuito mais sobre o assunto do que finge 
saber.” De repente o meu conhecimento tornou-se uma ajuda ao invés de um 
obstáculo. Daí em diante, ocasionalmente fazia demonstrações hipnóticas, para 
caridade ou por uma taxa nominal preço simbólico. 
 Um dia eu integrei hipnose num show para uma bem conhecida organização 
fraternal em Passaic, New Jersey. A demonstração foi muitíssimo bem-sucedida. 
Estavam lá muitos médicos nessa noite e alguns deles perguntaram se poderiam falar 
comigo. A essência da conversa foi no sentido de que estes homens haviam estudado 
hipnose e estavam a tentar usar isso na prática médica e odontológica, porém sem 
sucesso nenhum. Eles voluntariaram-se a informar que alguns dos meus sujeitos eram 
pacientes com quem eles haviam tentado e falhado alcançar o estado de hipnose. Eles 
perguntaram.” O que você sabe sobre hipnose que nós não sabemos?” Eu respondi, 
Aparentemente nós estudamos o assunto a partir de ângulos diferentes. Se vocês 
tivessem estudado como eu tive de estudar, vocês seriam tão bem-sucedidos como eu 
sou.” 
 Um dos médicos perguntou se eu estaria disposto a ensinar-lhes. Nunca tendo 
ensinado, eu estava relutante; não tinha a mais leve ideia do que eles deveriam 
aprender. Alguns médicos foram muito persistentes, e rápido descobri que sempre 
que eu fizesse uma aparição pública em New Jersey, um ou mais deles estavam no 
encontro. Eles procuravam-me e perguntavam, “ Quando é que vai começar a ensinar-
nos hipnose?” 
 Eu estava entre patrocinadores e tinha muito tempo em mãos. Fiquei a 
imaginar se conseguiria escrever um curso sobre o assunto que pudesse habilitar os 
médicos no uso de hipnose numa base profissional como eu usava. 
 Um destes médicos, um cirurgião oral que até já faleceu, disse-me um dia,”Sr. 
Elman, um grupo de dentistas em Newark, New Jersey, está estudando hipnose. 
Gostaria de lá ir apenas para ver o que está a ser ensinado a esses homens?” 
Acompanhei-o até a reunião aula e fiquei completamente estupefacto na má-
informação que estava a ser dada a estes homens sinceros. O professor era um bom 
cavalheiro e um professor sincero. Ele apenas não conhecia o assunto sobre qual 
estava a ensinar. Então agora, a má-informação é transmitida como evangelho em 
muitas palestras de hipnose. Se essa era a maneira como médicos e dentistas estavam 
a ser ensinados acerca do assunto, eu decidi que alguma coisa deveria ser feita. 
 
23 
Hipnoterapia 
 Fui para casa e preparei um curso de hipnose para as profissões de médico e 
odontologista o qual eu tenho ensinado desde então. 
 Pela procura do progresso da medicina, vamos pôr esse ensinamento em uso. 
Quando eu afirmo que toda agente tem sido colocada no limite da hipnose milhares de 
vezes e que toda a gente já se hipnotizou vezes e vezes sem ter conhecimento disso, a 
reacção é geralmente de consternação. Eu consigo entender a descrença que muita 
gente terá relativamente a esta afirmação, mas vamos analisar algumas manifestações 
simples de hipnose. Pegue atente na pessoa que é supersticiosa. Essa pessoa pode 
acreditar firmemente que Sexta-feira treze é azarada. Ela está tão firmemente convicta 
que Sexta-feira treze é azarada, que adiará acordos de negócios, ou compromissos de 
lazer para evitar que estes se tornem desastrosos. O senso comum diz-nos que Sexta-
feira treze é apenas igual a outro dia. Não há razão para a crença que esta data é 
diferente das outras. A pessoa que acredita que Sexta-feira treze é um dia azarado 
hipnotizou-se a si próprio, pois ele contornou a faculdade crítica da sua mente, isso é, 
o seu senso sentido de julgamento, e implantou, inconscientemente talvez, um 
processo de pensamento selectivo. A pessoa que leva um pé de coelho, acreditando 
ser um emblema símbolo da boa sorte, está na mesma categoria. Ela também, 
bypassou contornou o seu senso de julgamento e implantou o pensamento selectivo. 
 Outras manifestações simples da hipnose, feitas no pressuposto de que a 
hipnose é meramente um estado mental, incluído cada bypass contorno da faculdade 
crítica e a implantação do pensamento selectivo. Os exemplos são quase incontáveis. 
Em vários estados, está a ser feita uma tentativa para banir a prática para outros que 
não sejam da profissão médica. Tais leis serão uma tentativa para controlar o 
pensamento das pessoas. Mesmo que entrem em vigor, elas não podem aplicadas 
porque não se pode colocar fora da lei o que vai na mente das pessoas. Por exemplo, 
uma pessoa envolvida num acidente, sentindo dor, que se sugestiona de que não tem 
dor. Isso é definitivamente hipnose. Alguma lei pode prevenir proibir isso? Ninguém 
hipnotizou a vítima do acidente, mas ela se hipnotizou sozinha. Quem poderá impedi-
la? 
 Há também a ideia boba de que o uso da hipnose deveria ser restringido aos 
psiquiatras. Quem vai proibir o médico ou o dentista de dar aos seus pacientes 
sugestões de bem-estar? Ele pode fazer isso de forma excelente sem o óbvio uso da 
hipnose, mas mesmo assim ele estará usando hipnose, e quem eventualmente pode 
impedi-lo? Quando você tenta ilegalizar a hipnose, você está tentando impedir 
ilegalizar uma terapia tão eficaz como a inoculação hipodérmica estéril! Os médicos 
gabam-se do uso da injecção hipodérmica estéril em termos elogiosos. 
 Isto aplica-se até aos médicos que desconhecem a hipnose e eles insistem que 
não estão usando hipnose…No entanto a injecção hipodérmica estéril na verdade não 
contem qualquer medicamento real; é a própria sugestão do seu uso que ajuda o 
paciente e, ou a hipnose! “Em que mundo se pode ilegalizar os placebos? No entanto, 
ao ilegalizar a hipnose certamente deveremos incluir o placebo. 
 Você é uma daquelas pessoas que pensa que nunca foram hipnotizadas? 
Possivelmente nunca se “permitiu” a ser hipnotizado. Se sim, está a funcionar na mais 
 
24 
Hipnoterapia 
completa ilusão! Não existe pessoa viva de inteligência normal e acima de dois anos de 
idade que não tenha sido hipnotizada, e se está com idade mais avançada, então você 
tem sido hipnotizado muitas vezes! Se duvida disso, é porque você não sabe o que é a 
hipnose. 
 Alguma vez fechou os olhos e começou a sonhar? Talvez tenha visualizado 
algum acontecimento agradável prazeroso no qual você tenha participado há alguns 
anos atrás. Por exemplo, talvez tenha fechado os olhos e visualizado um local de férias 
adorável. Nessa sua lembrança você sabia muito bem que realmente não estava no 
lugar de férias, mas a cena era bastante vívida verídica aos olhos da sua mente. Se já 
fez isso, você não só se colocou no ponto inicial limiar de hipnose, bypassando 
contornando a sua faculdade crítica ─mas se disse para si “é mesmo como se 
realmente estivesse aí agora neste momento” e colocou-se mentalmente naquele 
sitio─ você estava hipnotizado! Não só bypassou contornou a sua faculdade crítica mas 
implantou o pensamento selectivo! Todo mundo provavelmente fez isso uma e outra 
vez. As vezes que os sonhos foram tão surpreendentes, que você se despertou. Você 
nem se apercebeu, mas também isso era hipnose! Você sabia que o sonho não era 
real, ainda assim pareceu bem real para si. Se enquanto você estivesse a dormir e a 
sonhar, e alguém lhe dissesse, “Agora você não vai sentir nada” você iria aceitar a 
sugestão e ficaria completamente anestesiado. Se estiver disposto a testar esta 
afirmação, ficará espantado, porque a experiencia será muito bem-sucedida. Muitos 
médicos que são adeptos do uso de hipnose, têm usado esta técnica simplificada e 
têm reportado ser bem-sucedidos com ela. Contudo tenha a certeza, que quando o 
teste for feito o paciente dorme profundamente, e que as palavras não o despertam 
do sono. 
 Quando uma pessoa rejeita resiste a hipnose, quer dizer simplesmente que ela 
recusou o bypass contorno da sua faculdade crítica e desse modo faz com que seja 
impossível a implantação do pensamento selectivo! Não significa que ela não possa ser 
hipnotizada,ou que não será hipnotizada, mas simplesmente que recusou seguir as 
instruções! Se ela seguir verdadeiramente a instruções dadas, a hipnose é possível 
para ela tal como é para todos. Irá descobrir algumas vezes que a indução da hipnose 
anexada ligada ao sono é mais rápida e mais fácil que a indução quando o sujeito está 
acordado. Isso é porque o sujeito está “pré-relaxado” quando você começa! As 
técnicas, e as possibilidades, da hipnose anexada ligada ao sono, serão detalhadas num 
do capítulo com esse título. Mas é importante, entretanto, que tenha em mente os 
factos delineados acima, e como eles terão incidência nos seus estudos mais a frente. 
 
 
25 
Hipnoterapia 
Capítulo 3: Como estudar hipnose 
 
 Eu iniciei meus ensinamentos com uma palestra: “Como estudar hipnose” Aqui 
está o que eu digo a cada Médico: Se você decidir levar este assunto para frente, você 
estará a dar do seu tempo e do seu esforço para aprender como usar uma ferramenta 
que pode ser de valor inestimável para si e para sua prática profissão! Você poderá 
aprender a usa-la correctamente se seguir as instruções…Primeiro e acima de tudo, 
faça o seu trabalho de casa! Fazendo-o não estará a jogar fora, o seu precioso tempo 
do escritório e de horas do hospital. Ao invés, isto dar-lhe-á tempo extra para 
incrementar a sua prática profissão e as suas horas de lazer, porque você estará 
habilitado a fazer mais em menos tempo com cada paciente. Portanto, assim que 
começar a praticar, limite o tempo de indução em um minuto para cada paciente. 
Quando você leva mais de um minuto para introduzir levar o sujeito ao relaxamento e 
ganhar alcançar o estado hipnótico, você está a perder tempo! É minha convicção que 
se a hipnose é para ter um lugar respeitável na medicina e ortodontia, deverá estar 
disponível ao médico quase instantaneamente! Se ele não poder usar hipnose numa 
base mais ou menos instantânea, então não tem valor prático na maioria dos 
consultórios médicos! É raro o médico que pode dar-se ao luxo em gastar de três 
minutos a duas horas na duvidosa assunção, de que talvez seja capaz de ser bem-
sucedido em obter hipnose, se continuar a tentar o tempo suficiente. Então, no início 
use um minuto para cada paciente, mas um minuto apenas! Não leve gaste mais 
tempo que isso, e você nem deverá precisar esse minuto inteiro para alcançar o estado 
hipnótico. 
 Por outro lado, não espere ter resultados perfeitos desde o princípio. Se você 
tem excelentes resultados nas suas primeiras tentativas, você está no entanto próximo 
de falhar embora mais tarde 
 O melhor aluno é aquele que tem uma combinação de sucesso e de falhas 
enquanto aprende. É minha firme convicção, que neste assunto você aprende mais 
com as suas falhas do que com os seus sucessos! Se as suas primeiras dez tentativas 
forem bem-sucedidas e depois você falhar, isso poderá ser um duro golpe para o seu 
ego. Depois de uma experiência destas, um médico frequentemente encontra 
dificuldade para continuar a melhorar a sua técnica. Mas se você falha as primeiras 
duas ou três vezes e depois é bem-sucedido, e depois talvez falha outra vez, e 
consegue duas vezes e depois falha outra, e depois é bem-sucedido três, quatro ou 
cinco vezes, depois você chegará ao ponto onde não falha de todo. Você tornar-se-á 
um bom estudante. O homem que falha algumas vezes entre essas dez tentativas, vai 
progredir bem porque vai descobrir o que fez de errado! Se as instruções forem 
seguidas; ele tornar-se-á hábil em pouco tempo! 
 A Falha em obter o estado hipnótico durante as primeiras tentativas é causada 
frequentemente por falta de confiança. O remédio…Tente outra vez! A medida que 
seus estudos continuam, e você aprende novos métodos, experimente cada novo 
método ensinado. 
 
26 
Hipnoterapia 
 Não deixe que se forme o mau hábito de usar somente uma técnica. Há muitas 
mais para escolher. Conforme vai avançando, seleccione aquelas técnicas que pareçam 
mais naturais para si e que obtenham o estado hipnótico rapidamente e mais 
profundamente! Ocasionalmente, um médico irá dizer na segunda ou até na terceira 
sessão, ”Não Sr. Elman, ainda não comecei a praticar. Estou a espera de aprender mais 
sobre o assunto. Esta é a falsa desculpa mais usada no mundo, para a preguiça ou 
timidez, e o seu professor sabe disso. Você apenas pode aprender mais sobre o 
assunto, começando do início! Não pode começar do meio e ir nas duas direcções… 
 É impossível! 
 De cada vez que você se esforça para induzir o estado hipnótico em alguém, 
você está a adicionar conhecimento. Enquanto os estudantes tímidos ficam a espera 
para aprenderem mais, os seus colegas vão avançando rapidamente, aprendendo mais 
e mais acerca do assunto hipnose colocando em prática o que eles têm aprendido em 
cada uma das aulas, junto com o que aprenderam antes nos seus consultórios e no 
hospital. Cada paciente com quem você trabalha apresenta uma nova experiência, 
uma oportunidade para observar reacções individuais, uma possibilidade de corrigir os 
erros falhas que foi conseguindo detectar em induções anteriores. E o homem que 
aprende pela combinação de instrução e experiencia ─por outras palavras praticando─ 
alcança um sucesso muito maior que o homem que tenta aprender somente pela 
teoria! 
 Há já alguns anos passados, um dos meus médicos estudantes foi ─para falar 
carinhosamente─ um praticante hesitante vacilante. Apesar dos meus avisos acerca 
dessa armadilha, ele continuou a adiar qualquer tentativa de colocar os meus 
ensinamentos em prática. Finalmente, durante a nona aula ele disse, “Sr. Elman, tenho 
um anúncio importante a fazer. Esta semana hipnotizei duas pessoas.” Por essa altura, 
cada homem na sala provavelmente já tinha hipnotizado algumas cem pessoas. E este 
homem ainda tinha de cometer os erros que eles já não cometeriam! 
 Há certas coisas que você não deverá fazer, pelo menos no início. Depois de se 
passarem três ou quatro semanas, você pode esquecer estes nãos: Não tente 
hipnotizar sua esposa, os membros da sua família, ou amigos que conheça 
socialmente; estas pessoas sabem que você é estudante de hipnose e instintivamente 
colocar-lhe-ão objecções em tornarem-se suas cobaias. Não tente hipnotizar pessoas 
que o “desafiem” para coloca-las no estado hipnótico; hipnose é um estado de 
consentimento, e obviamente, a pessoa que o desafia não consente. Não tente 
provar o valor da hipnose a um céptico; neste estágio inicial você irá argumentar 
numa posição de fragilidade. Mais tarde, quando já souber o suficiente sobre 
hipnose, você já poderá debater de uma posição de força. 
 É muito importante também, que você não trate do assunto da hipnose como 
brincadeira ou jogo de sala. Hipnose é um estudo científico quando é correctamente 
conduzida, e se você respeitar a hipnose como deve ser, você não a usará para truques 
de salão. Ela tem um enorme valor na medicina, deverá conceber usar dessa forma 
para que vocês ─e seus pacientes─ obtenham o máximo de benefícios dela. 
 
27 
Hipnoterapia 
 Isso penso eu que é muito importante também: Não se precipite! Neste livro 
irei explicar as técnicas certas para usar tal como faço actualmente nas aulas. Não salte 
lições aulas nem tente técnicas mais avançadas. Não tente nenhum procedimento até 
que o tenha digerido completamente, não somente do texto mas preferencialmente 
com um professor capacitado. Pratique o que lhe tem sido ensinado em cada lição. 
Não vá depressa, e aprenderá mais de cada lição. Todas as fases do assunto estão 
tratadas de forma adequada para que você possa absorvê-las. Se você tentar passar a 
frente, estará no limite de incorrer em coisas que o deixarão perplexo e mistificado 
confundido. Como essas coisas foram abrangidas e explicadas, a perplexidade sai, e 
você entenderá mais integralmente o assunto e estará preparado para aquelas 
reacções que requerem um profundo conhecimento dareacção humana ao poder da 
sugestão. 
 Uma vez na segunda sessão, perguntei aos meus estudantes pelos seus 
relatórios e toda a gente entregou-me o relatório excepto um homem. 
 “Eu não redigi o meu trabalho de casa”, disse ele. ”Mas tenho um relato 
maravilhoso para fazer. Esta semana fui bem-sucedido em usar exclusivamente a 
hipnose no parto de uma mulher, funcionou lindamente! Perfeitamente, tive cem por 
cento de sucesso com isso!” 
 Penso que ele esperava uma ovação. Mas ao invés ele ouviu estas palavras: 
Doutor, eu lamento imenso o que você fez. Com o seu conhecimento actual 
inadequado, se você teve um sucesso perfeito, isso foi um completo acidente. Você 
nem sabe porque teve sucesso, e quando tentar de novo irá falhar, porque você não 
tem conhecimento suficiente, para, nesta altura cuidar de uma mulher durante o 
parto. Depois você vai tentar uma terceira vez e falha, e por essa altura já você tentou 
quatro vezes e falhou, então você decidirá depois que a hipnose não é confiável e você 
não se fará um bom aluno de todo. Por outro lado, se você for seguindo o curso, 
quando eu lhe disser que agora está suficientemente bem equipado para fazer um 
parto, então você estará habilitado em ajudar, até certa medida pelo menos, toda a 
mulher que entre na sala de parto.” 
 A hipnose pode ser usada em todos os pacientes que chegarem ao seu 
consultório, se não for por outra razão, que seja para relaxar o paciente. 
 Não existe quem não beneficie do relaxamento, e até que você tenha 
aprendido a ir mais longe no assunto, o seu paciente deve ser ensinado dos benefícios 
do relaxamento e do alívio da ansiedade. 
 Quando você começar a praticar, esforce-se para obter o estado de 
relaxamento em pelo menos dez dos seus pacientes, usando a abordagem do 
relaxamento e a “técnica do aperto de mão”. Enquanto faz isso, procure e identifique 
os sinais de hipnose. A hipnose dá tem cinco sinais. 
 Esses sinais são subtis ténues, diminutos…que se não souberem o que procurar, 
os sinais poderão estar lá todos, sem que você descubra ao menos um deles. Contudo 
quando você aprende a hipnose você pode apontar distinguir todos os cinco a primeira 
vista. Aqui estão os cinco sinais da hipnose, cada um dos quais você tem que observar 
cuidadosamente: 1─Aumento do calor corporal, 2─Tremor das pálpebras, 3─Aumento 
 
28 
Hipnoterapia 
da lacrimação, 4─Os brancos dos olhos ficam rosados ou avermelhados, 5─Globos 
oculares revirados para cima dentro. Iremos a mais detalhes referentes a estes sinais, 
num capítulo mais adiante. Por ora, é simplesmente importante para você os ter em 
mente e memoriza-los assim será mais rápido reconhece-los quando eles ocorrerem. 
 Um mau hábito pode mante-lo afastado de ser um perito e deixá-lo-á longe de 
ser um bom estudante. Comece a praticar a contenção metódica, eu avisei momentos 
atrás para não saltar passar a frente. 
 
 
29 
Hipnoterapia 
Capítulo 4: Factos interessantes sobre hipnose 
 
 Tendo em vista os inúmeros volumes que têm sido escritos acerca da história 
da hipnose, seria inútil para mim, tentar uma aula de história neste livro. No entanto 
alguns destaques apontamentos históricos que têm tido efeito no ensino e 
aprendizagem do que faz a hipnose, têm um lugar aqui. 
 Algumas centenas de anos atrás, um médico Vienense chamado F. A. Mesmer, 
viu um mágico de rua a actuar com uma pedra-ímã magnetites ou magnetos. O 
mágico declarou que conseguia fazer com que um espectador cumprisse as suas 
ordens tocando-o com um desses magnetos. E ele realizou uma demonstração 
provando que de facto conseguia fazer isso. O segredo era o poder da sugestão, 
claro. Mesmer acreditou que os imãs realmente tinham um poder próprio, no entanto, 
e fora desta crença, ele desenvolveu a sua teoria do magnetismo. A boa saúde, 
segundo ele, dependia da direcção do fluxo magnético, o qual poderia facilmente ser 
revertido. De uma só vez três mil pacientes por dia imploravam para vê-lo, e por forma 
a acomoda-los a todos ele teve que mudar a sua técnica. A sua primeira técnica foi 
colocar uma banheira no meio de uma enorme sala, da qual sobressaiam um número 
do que se chamavam “varas-magnéticas”. As pessoas sentavam a volta da banheira, 
agarradas a essa varas-magnéticas e acreditavam de que o fluxo magnético seria 
corrigido, cumprindo assim uma cura. Era o poder da sugestão a trabalhar. Era 
impossível acomodar três mil pacientes por dia a volta dessas banheiras e então ele foi 
para o quintal, tocou numa árvore com a sua chamada vara-magnética e apregoou que 
a árvore estava a ser magnetizada. Agora, tudo o que as pessoas tinham de fazer era 
tocar na árvore magnetizada e elas seriam miraculosamente curadas de seus males. 
 Era o poder da sugestão outra vez a trabalhar. Quando Benjamim Franklin 
estava em França, ele assistiu uma demonstração e proferiu este veredicto: “Se de 
alguma forma essas pessoas ficam bem, elas parecem ficar bem pelas suas próprias 
fantasias” ─Evidentemente, Franklin era entendido em alguma coisa de sintomas 
histéricos e psicologia de massas─. Depois disso, o mesmerismo sofreu uma decisiva 
queda de popularidade. Porém pacientes em óbvio estado hipnótico ─ou mesmérico─ 
já tinham sido observados, e muitos médicos, tinham estudado o mesmerismo em 
segredo. Um desses foi um médico Britânico chamado James Braid. Acidentalmente 
um paciente de Braid entrou no primeiro estágio fase de mesmerismo enquanto 
olhava fixamente para uma luz, enquanto esperava para iniciar um exame ocular. 
Por causa do desprezo em que o mesmerismo havia sido deixado ─a data foi 1840─, 
Braid cunhou um novo termo ─Hipnotismo─ derivado da palavra grega para sono. E 
ele publicou um artigo acerca de obter hipnotismo através da fixação. Esse artigo foi 
publicado em 165 diferentes línguas e dialectos. 
 O incidente importante a seguir envolveu J.M.Charcot um recém-formado 
psiquiatra cujos ensinamentos influenciaram Freud. Após assistir a demonstrações 
hipnóticas realizadas por um muito pobre operador em três pacientes psicóticos, 
Charcot ─que usualmente era brilhante pensador─ chegou á conclusão que a hipnose 
 
30 
Hipnoterapia 
era bem-sucedida apenas com pacientes psicóticos ou pré-psicóticos. Para provar a 
sua teoria, ele fez demonstrações para médicos usando psicóticos. Essas 
demonstrações tornaram-se tão populares que começaram a ser frequentadas por 
multidões de leigos…e pelo menos um artista hipnotista de palco acreditava que 
poderia ser feita a mesma coisa com gente sã e provou-o adaptando a técnica para 
uso próprio. O método de fixação de Braid e seus derivativos ─monotonia, ritmo, 
imitação e levitação─ continuam a ser usados. O Resultado era, grande sucesso para 
artistas hipnotistas de palco, e frequentes falhanços para os médicos. O artista tinha 
a oportunidade de praticar em milhares de pessoas, com a vantagem de que as luzes 
do palco o ajudavam a aplicar usar fixação. O médico tinha um paciente por vez, 
técnicas demoradas e a suspeita de que todo o negócio poderia vir a ser um absurdo. 
 Esses incidentes históricos levaram á duas condições deploráveis do ensino da 
hipnose de hoje. Primeira: até os textos relativamente modernos, insistem que a única 
técnica confiável é a fixação. Segunda: têm insistido que a fixação requer algures entre 
três minutos á duas horas para indução, e que os artistas hipnotistas de palco que 
conseguem mais rápido que isso estão a fingir. Como você pode ver, nenhuma dessas 
crenças é verdadeira. 
 
 
 
31 
Hipnoterapia 
Capítulo 5: Técnica do aperto-de-mão 
 
 Comecemos com a técnica do aperto-de-mão. Quando eu era um principiante 
em hipnose, a minha técnica era caminhar até ao sujeito e dizer: “Eu vou abanar 
apertar sua mão três vezes. Na primeira vez, os seus olhos vão ficar cansados…deixe-
os cansar. Na segunda vez eles quererão fechar…deixe-os fechar. Na terceira vez, 
eles vão colar cerrar e você não irá

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